O documento discute as diferenças entre contrato de abertura de crédito e contrato de mútuo. O contrato de abertura de crédito envolve o banco se comprometendo a disponibilizar uma soma de dinheiro para o cliente, enquanto o contrato de mútuo envolve a transferência imediata do dinheiro. A principal diferença é que o contrato de abertura de crédito é consensual e tem a disponibilidade do dinheiro como objeto, ao passo que o contrato de mútuo é real e tem o próprio
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As diferenças entre o Contrato de Abertura de Crédito e o Contrato de Mútuo
O documento discute as diferenças entre contrato de abertura de crédito e contrato de mútuo. O contrato de abertura de crédito envolve o banco se comprometendo a disponibilizar uma soma de dinheiro para o cliente, enquanto o contrato de mútuo envolve a transferência imediata do dinheiro. A principal diferença é que o contrato de abertura de crédito é consensual e tem a disponibilidade do dinheiro como objeto, ao passo que o contrato de mútuo é real e tem o próprio
O documento discute as diferenças entre contrato de abertura de crédito e contrato de mútuo. O contrato de abertura de crédito envolve o banco se comprometendo a disponibilizar uma soma de dinheiro para o cliente, enquanto o contrato de mútuo envolve a transferência imediata do dinheiro. A principal diferença é que o contrato de abertura de crédito é consensual e tem a disponibilidade do dinheiro como objeto, ao passo que o contrato de mútuo é real e tem o próprio
Orlando Gomes conceitua o Contrato de Abertura de Crédito
da seguinte maneira:
“A abertura de crédito é o contrato por via do qual se obriga
um banco a colocar à disposição do cliente determinada soma para ser utilizada, mediante saque único ou repetido.”[1]
No mesmo sentido é o ensinamento de Fran Martins:
“Entende-se por abertura de crédito o contrato segundo o
qual o banco se obriga a pôr à disposição de um cliente uma soma em dinheiro por prazo determinado ou indeterminado, obrigando-se este a devolver a importância, acrescida dos juros, ao se extinguir o contrato.”[2]
O Contrato de Abertura de Crédito se distingue do Mútuo,
segundo Orlando Gomes, “porque sua prestação característica, a disponibilidade, impede a assimilação.”[3].
A doutrina de Sergio Carlos Covello se aprofunda na
diferenciação entre os dois contratos, rechaçando a chamada ‘Teoria do Mútuo’ sobre a natureza jurídica do contrato: Em virtude de a abertura de crédito conduzir normalmente à entrega de dinheiro, pelo Banco, ao creditado – dinheiro este que há de ser restituído acrescido de juros – muitos doutrinadores, como também muitos peritos em assuntos bancários, são levados a identificá-los com o mútuo.
São bem nítidas, todavia, as diferenças entre a figura em
questão e o mútuo. No mútuo, a perfeição do contrato se dá pela transferência do dinheiro ao mutuário (cc, art. 1.256). Na abertura, a perfeição se consegue mediante a disponibilidade do crédito da qual o creditado pode até nem se utilizar sem que por isso o contrato se descaracterize. O mútuo é contrato real, enquanto a abertura de crédito é consensual. O objeto do mútuo é o próprio dinheiro, enquanto o objeto da abertura de crédito é a disponibilidade do dinheiro. Além disso, na abertura de crédito, o Banco creditador é quem começa por dever, o que não ocorre no contrato de mútuo. A disponibilidade, na abertura, é unilateral: o creditado retira o dinheiro se quiser e como quiser, coisa que não acontece no contrato de mútuo. Contra a identificação da abertura de crédito com o contrato de mútuo, ou empréstimo feneratício, objeta-se, também, que o creditador está normalmente obrigado a prestações diversas da prestação de entregar dinheiro, tais como prestar aval, fiança, fazer pagamentos a terceiros, aceitar letras ou efeitos comerciais etc. A tese do mútuo está hoje totalmente abandonada (...). A doutrina nacional, tanto quanto a estrangeira, repele esta teoria: Pontes de Miranda, Carvalho de Mendonça, Orlando Gomes, Paulo de Lacerda, Caio Mário da Silva Pereira, para só citarmos alguns dos mais preeminentes doutrinadores pátrios, são unânimes em contestar a assimilação da abertura de crédito ao mútuo.”[4]
Por fim, Paulo Maximillian Wilhelm Schonblum diferencia
mais resumidamente os dois contratos, seguindo os ensinamentos de Sergio Covello: Desta forma, torna-se forçoso o reconhecimento da reiteração de certos pressupostos como componentes imprescindíveis do referido contrato: a) A tradição não pressupõe o contrato, tendo em vista que a obrigação bancária consiste apenas em colocar o numerário à disposição do creditado. Esta é, inclusive, a principal característica que o distingue do contrato de mútuo; (...)”[5]
“Certamente a polêmica advém de sua similitude com o
contrato de mútuo, já que ambos são formas de concessão de crédito ao correntista, aperfeiçoadas e regidas, entretanto, de forma autônoma. (...)
A assimilação do mútuo à abertura de crédito já ditou
diversas doutrinas, mas a ideia se encontra ultrapassada. Os contratos divergem em diversos aspectos, como no momento do aperfeiçoamento (o primeiro se perfaz com a tradição, o que o classifica como contrato real, enquanto o segundo somente com a mera disponibilização do valor acordado – contrato consensual); no objeto do mútuo (o próprio dinheiro, em um, e a mera disponibilidade, em outro). Além disso, outras diferenças são explicitadas nas obras de Direito Bancário. Inicialmente, Sergio Covello aponta que ‘na abertura de crédito, o Banco creditador é quem começa por dever, o que não ocorre no contrato de mútuo. A disponibilidade, na abertura, é unilateral: o creditado retira o dinheiro se quiser e como quiser, coisa que não acontece no contrato de mútuo’. Por sua vez, Giacomo Molle esclarece: ‘enquanto que na abertura de crédito a falta de utilização da soma creditada não tem significado de inadimplemento contratual, o mesmo não se pode dizer se o mutuário omitisse de fazer próprias as somas mutuadas, porque o contrato faltaria a sua função’.”[6] Assim, podemos concluir que a doutrina é contrária à assimilação do Mútuo ao Contrato de Abertura de Crédito, ou “Teoria do Mútuo”, considerando-a ultrapassada. [1] Gomes, Orlando: Contratos – 18ª Ed. – Rio de Janeiro: Forense – 1998 – pág. 327
[2] Martins, Fran: Contratos e obrigações comerciais: ed. Rev.
E aum. – 14ª Ed. – Rio de Janeiro: Forense – 1999 – pág. 437
[3] Gomes, Orlando: Contratos – 18ª Ed. – Rio de Janeiro:
atual. – 4ª Ed. – São Paulo: Liv. E Ed. Universitária de Direito – 2001 – pág. 187 e 188
[5] Schonblum, Paulo Maximillian Wilhelm: Contratos
bancários – 2ª Ed. – Rio de Janeiro: Freitas Bastos – 2005 – pág. 99
[6] Schonblum, Paulo Maximillian Wilhelm: Contratos
bancários – 2ª Ed. – Rio de Janeiro: Freitas Bastos – 2005 – pág. 103
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