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J

Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrico
Paulista

SUMÁRIO

PREFÁCIO 2
1 - INTRODUÇÃO 3
2 -CONCEITOS 4

3 - M E C A N I S M O S D A INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA 6
4 - P R O C E D I M E N T O S P A R A M E D I D A S D A INTERFERÊNCIA
ELETROMAGNÉTICA N O S E Q U I P A M E N T O S 13
5 - R E C E P T O R O U E Q U I P A M E N T O VÍTIMA 16
6 - ONDAS ELETROMAGNETICAS 17
7-ANTENAS 27
8 - UNIDADES DE MEDIDA 30
9 - M E I O S D E A C O P L A M E N T O D A INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA 40
1 0 - C O N T R O L E D A C O M P A T I B I L I D A D E ELETROMAGNÉTICA E M
U S I N A S E SUBESTAÇÕES 50
1 1 - REGULAMENTAÇÃO D A C O M P A T I B I L I D A D E ELETROMAGNÉTICA 55
1 2 - D E S C A R G A S ELETROSTÁTICAS 63
13- BLINDAGENS 84
14 - F I L T R O S 96
1 5 - P R O C E D I M E N T O S G E R A I S D E MITIGAÇÃO D A INTERFERÊNCIA
ELETROMAGNÉTICA 115
16-HARMÓNICAS 117
1 7 - C O M P A T I B I L I D A D E ELETROMAGNÉTICA X E F E I T O S BIOLÓGICOS 133
18-BIBLIOGRAFIA 141
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PREFÁCIO

O t e r m o "Interferência E l e t r o m a g n e t i c a ( E M I ) " é h o j e e m d i a n a s o c i e d a d e m o d e r n a u m
a s s u n t o a m p l a m e n t e d i s c u t i d o , t a n t o n o s a m b i e n t e s técnicos, c o m o n o s domésticos.
Esta apostila q u e é parte integrante d o curso "Fundamentos d e Compatibilidade
E l e t r o m a g n e t i c a " . nâo t e m , e m n e n h u m m o m e n t o , pretensão d e s e r u m c u r s o d e
formação, m a s s i m , d e informação d e u m t e m a polémico e e x t r e m a m e n t e c o m p l e x o .
O a s s u n t o é a b o r d a d o e m l i n g u a g e m c l a r a e o b j e t i v a , e v i t a n d o o u s o d e fónnulas
matemáticas c o m p l e x a s e a p r o f u n d a m e n t o s e x a g e r a d o s , o q u e f u g i r i a a o propósito i n i c i a l
do curso.
E s t a a p o s t i l a é p o r t a n t o u m a f e r r a m e n t a e s s e n c i a l m e n t e prática, q u e p o d e s e r c o n s u l t a d a
n o d i a a d i a d o p r o f i s s i o n a l técnico, q u e d e u m a h o r a p a r a o u t r a , p o d e e s t a r e n v o l v i d o
c o m p r o b l e m a s d e Interferências E l e t r o m a g n e t i c a s .
D e s d e já n o s c o l o c a m o s a disposição n o s e n t i d o d e e s c l a r e c e r q u a i s q u e r dúvidas
g e r a d a s a partir d a m e s m a .

A g r a d e c e n d o a atenção

A n t o n i o Caríos. P . S a r t i n
T T T T - E n g e n h a r i a d e Manutenção
F o n e : (014) 2 3 9 - 1 0 1 0 R a m a i s 2 8 8 / 4 8 5 / 4 8 7
8.611.226 / 9.611.627

B a u r u , Março d e 1 9 9 8
1 ^ Revisão - S e t e m b r o d e 1 9 9 8

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1 - INTRODUÇÃO

N o m u n d o contemporâneo, o d e s e n v o l v i m e n t o tecnológico a b r a n g e t o d a s a s áreas d e


atuação d o s e r h u m a n o , p a s s a g e i r o d o p l a n e t a T e r r a . F a z e n d o p a r t e d e s s e progresso
v e r t i g i n o s o , t e m - s e o u s o d a s o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s q u e são u t i l i z a d a s p a r a a s m a i s
v a r i a d a s f i n a l i d a d e s . São o s m a i s d i v e r s o s t i p o s d e e q u i p a m e n t o s eletrònicos d e s d e
a p a r e l h o d e televisão, c o m p u t a d o r e s , f o r n o s d e m i c r o o n d a s , a e r o n a v e s , t r a n s m i s s o r e s
d e radiodifusão A M , F M , T V , t e l e f o n i a móvel, transmissão d e s i n a i s d i g i t a i s d e d a d o s ,
t e l e c o m a n d o , teleproteção, t e l e b a n c o s , e t c .

Entretanto como todo progresso trás d e c a r o n a o s e usubproduto, muitas vezes


q u e s t i o n a d o e i n d e s e j a d o , q u e a s s u m e características c o m p l e x a s e d e difícil solução, q u e
é portanto, o motivo desse estudo.
O s distúrbios c a u s a d o s p o r interferência e l e t r o m a g n e t i c a ( E M I ) estão p r e s e n t e s já há u m
l o n g o t e m p o . P o r v o l t a d e 1 8 7 0 , J a m e s C l e r k M a x w e l l , u m c i e n t i s t a Escocês, c r i o u a
t e o r i a d e q u e u m a c o r r e n t e elétrica o s c i l a n t e p o d e r i a i r r a d i a r o n d a s invisíveis d e e n e r g i a .
Durante o s a n o s 4 0 e 5 0 , a interferência e l e t r o m a g n e t i c a foi referenciada como
Interferência d e Rádio Frequência ( R F I ) . S o m e n t e o s m i l i t a r e s e a F C C (Federal
C o m m u n i c a t i o n s C o m m i s s i o n ) p r e o c u p a v a m - s e c o m e l a e n a q u e l e t e m p o , a s válvulas à
vácuo e r a m u s a d a s p o r toda indústria eletroeletrónica e e s s a s u t i l i z a v a m tensões
r e l a t i v a m e n t e a l t a s ( + 1 0 0 V ) p a r a polarização. A s válvulas e r a m l e n t a s p a r a r e s p o n d e r à
p u l s o s c o m t e m p o s c u r t o s d e s u b i d a , e e r a m r e l a t i v a m e n t e insensíveis a o ruído elétrico
a m b i e n t a l . P o r t a n t o , a q u a n t i d a d e d e ruído eletromagnético f e i t o p e l o h o m e m naquele
t e m p o e r a desprezível.
U m p e q u e n o d i s p o s i t i v o c h a m a d o t r a n s i s t o r s u b s t i t u i u a s válvulas à vácuo, e u m a n o v a
e r a d e miniaturização começou. O d e s e n v o l v i m e n t o d o s c i r c u i t o s i n t e g r a d o s ( C l ) , q u e
incorpora milhares d e t r a n s i s t o r e s , c r i o u e n c a p s u l a m e n t o s eletrònicos m e n o r e s . C o m o
os C f s t r a b a l h a m , c o m b a i x a s tensões ( 2 , 5 a 1 5 V ) , e l e s s e t o r n a r a m m a i s e m a i s
sensíveis à E M I . A s o f i s t i c a d a t e c n o l o g i a d e m i c r o o n d a s c r i o u radiação e l e t r o m a g n e t i c a
a d i c i o n a l s o b r e u m e s p e c t r o d e ft-eqQências e x p a n d i d o . O s u r g i m e n t o d e c o m p o n e n t e s
eletrònicos sensíveis utilizados e m instrumentação médica, telecomunicações e
c o m p u t a d o r e s c r i o u m a i s f o n t e s e vítimas d a E M I .

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P a u listo

I s s o t e m c o l o c a d o o a s s u n t o Interferência E l e t r o m a g n e t i c a n a atenção d o s f a b r i c a n t e s d e
e q u i p a m e n t o s eletrònicos sensíveis e também d o público e m g e r a l q u e são usuários
d e s s e s e q u i p a m e n t o s eletrònicos.

2 - CONCEITOS

2.1 ' E M C - ( E l e c t r o m a g n e t i c C o m p a t i b i i i t y ) - c a p a c i d a d e d e u m d i s p o s i t i v o , e q u i p a m e n t o
o u s i s t e m a p a r a f u n c i o n a r s a t i s f e t o r i a m e n t e , e m s e u a m b i e n t e eletromagnético, s e m
i n t r o d u z i r perturbação e l e t r o m a g n e t i c a intolerável e m t u d o q u e s e e n c o n t r e nesse
ambiente.

2.2 - E M I - (Electromagnetic I n t e r f e r e n c e ) - degradação d o d e s e m p e n h o deu m


equipamento, canal d e transmissão o u sistema, causada p o r u m a perturbação
eletromagnetica. É o agente d a interferência q u e p r o v o c a u m a situação d e m a l
funcionamento n o equipamento atingido.

2.3 - I M U N I D A D E - capacidade d e u m dispositivo, equipamento o u sistema d e t e r


d e s e m p e n h o i s e n t o d e degradação e m presença d e u m a perturbação e l e t r o m a g n e t i c a .

2 . 4 - S U S C E T I B I L I D A D E ( E M S ) - f a l t a d e i m u n i d a d e . O nível d e i m u n i d a d e é o nível
máximo d e u m d a d o s i n a l eletromagnético, e m u m d i s p o s i t i v o o u s i s t e m a , p a r a o q u a l
permanece capaz de operar satisfatoriamente.

2.5 - PERTURBAÇÃO ELETROMAGNÉTICA - fenómeno eletromagnético c a p a z d e


degradar o d e s e m p e n h o d e u m dispositivo, equipamento o u sistema, o u d e afetar
d e s f a v o r a v e l m e n t e matéria v i v a o u i n e r t e .

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2.6 - RUÍDO ELETROMAGNÉTICO - fenómeno eletromagnético variável n o t e m p o ,


a p a r e n t e m e n t e nâo c o n t e n d o informação e c a p a z d e s o b r e p o r - s e a u m s i n a l d e s e j a d o o u
de combinar-se com o mesmo.
P o d e - s e classificá-los c o m o :

2 . 6 . 1 ) Ruído p r o v o c a d o p e l o s e r h u m a n o :

- Aparelhos eletricos e m geral;


- C o n t a t o s mecânicos d e f e i t u o s o s ;
- Ignição d e l u z f l u o r e s c e n t e , e t c .

2 . 6 . 2 ) Distúrbios atmosféricos n a t u r a i s :
- Relâmpagos;
- D e s c a r g a s atmosféricas;
- Ruídos intergaláticos.

2 . 6 . 3 ) Ruído d e flutuação d o s m e i o s físicos:


- Ruído térmico;
- Ruído balístico;
- Ruído d e partição.

2 . 6 . 3 . 1 - Ruído Térmico - e s t e t i p o d e ruído s u r g e através d o m o v i m e n t o aleatório d o s


elétrons l i v r e s n u m m e i o c o n d u t o r .
D e v i d o à agitação térmica, o s elétrons l i v r e s a p r e s e n t a m u m m o v i m e n t o aleatório s e m
direção p r e f e r e n c i a l d e d e s l o c a m e n t o e s e o b s e r v a m i o s o fenómeno, e m i n t e r v a l o s d e
tempo pequeno, notaremos u m a pequena resultante d o movimento desses elétrons
p r o d u z i n d o u m a m i c r o c o r r e n t e elétrica instantânea q u e é d e n o m i n a d a d e ruído ténnico.
O c a s o m a i s característico é o d o ruído ténnico g e r a d o n o s r e s i s t o r e s metálicos.

2 . 6 . 3 . 2 - Ruído Balístico ( S h o t ) - o ruído balístico é o b s e n / a d o n a s válvulas e n o s


dispositivos semicondutores.
N a s váivuias, o ruído balístico s u r g e d e v i d o à emissão aleatória d o f e i x e d e elétrons p e l o
cátodo.

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N o s dispositivos semicondutores esse efeito surge devido a c o r r e n t e aleatória n o


e m i s s o r , p r o d u z i d a p e l a s flutuações n o f l u x o d e p o r t a d o r e s minoritários, q u e a t r a v e s s a m
a junção.

2 . 6 . 3 . 3 - Ruído d e Partição - o ruído d e partição d a s válvulas s u r g e c o m o u m a p e q u e n a


variação aleatória n o f l u x o d a c o r r e n t e , d e v i d o a c a p t u r a d e elétrons p o r e l e t r o d o s
i n t e r n o s . N o s s e m i c o n d u t o r e s e s t e ruído é c a r a c t e r i z a d o p e l o p r o c e s s o d e recombinação
de portadores ( n abase n o caso d e u m transistor), gerando u m a pequena corrente
aleatória n o c o l e t o r .

2.6.4 - Ruído B r a n c o - sâo a p r e s e n t a d o s s o b a f o r m a d e s i n a i s elétrico aleatórios, c u j o


e s p e c t r o é u n i f o r m e m e n t e e s p a l h a d o p e l a f a i x a d o s i n a l c o m a m p l i t u d e média c o n s t a n t e .
Pode-se fazer u m a analogia à l u z branca que é a soma d e todo espectro d e cores
visíveis e c o m u m a distribuição u n i f o r m e .

2.6.5 - Ruído I m p u l s i v o - m a n i f e s t a - s e s o b a f o r m a d e p i c o s i s o l a d o s d e g r a n d e
amplitude, ocorrendo de tempos e m tempos.

3 - M E C A N I S M O S D A INTERFERÊNCIA E L E T R O M A G N É T I C A

P a r a o c o r r e r u m a situação d e interferência e l e t r o m a g n e t i c a , três e l e m e n t o s d e v e m e s t a r


p r e s e n t e s . U m d i a g r a m a d e b l o c o s d e u m c a m i n h o típico d a perturbação é m o s t r a d o n a
figura 1.

FONTE ACOPLA- R E C E P T O R OU

OU MENTO EQUIPAMENTO
GERADOR VÍTIMA

FIGURA 1

6
11 Companhio de
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Poulisto

E s t e s três e l e m e n t o s i n c l u e m u m a f o n t e ( g e r a d o r ) d e perturbação e l e t r o m a g n e t i c a , u m
m e i o d e a c o p l a m e n t o através d o q u a l a s perturbações são t r a n s m i t i d a s , e u m receptor
( e q u i p a m e n t o vítima) q u e s o f r e o s e f e i t o s a d v e r s o s d o s s i n a i s r e c e b i d o s .
S e q u a l q u e r u m d e s s e s e l e m e n t o s f o r e l i m i n a d o , a interferência não ocorrerá.
P o r t a n t o , p o d e - s e o b t e r c o m p a t i b i l i d a d e e l e t r o m a g n e t i c a através d a redução d o s níveis
d e emissão d a f o n t e d e pertubaçâo, d a intenupção d o m e i o d e a c o p l a m e n t o , o u d a
proteção d o r e c e p t o r a f i m d e tomá-lo i m u n e às perturbações. E m a l g u n s c a s o s , técnicas
d e eliminação d a interferência deverão s e r a p l i c a d a s a d u a s o u a t o d a s a s três p a r t e s d o
p e r c u r s o d a perturbação.

3.1 - F O N T E S D E INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA

C o m o fonte de EMI tem-se:


1 ) T r a n s m i s s o r e s d e A M , F M , T V , t e l e f o n i a móvel;
2 ) T r a n s m i s s o r e s d e t e l e m e t r i a , rádio navegação, r a d a r ;
3 ) L i n h a s d e transmissão e distribuição ( c h a v e a m e n t o d e d i s j u n t o r e s e s e c c i o n a d o r a s ,
efeito corona, curtos-circuitos, m a n o b r a s de linha);
4 ) Lâmpadas f l u o r e s c e n t e , m o t o r e s A C / D C , s o l d a elétrica, c h a v e s , ignição d e fogão;
5) Equipamentos d e eletromedicina, diatermia, raio-x, tomógrafo computadorizado;
6 ) C o m p u t a d o r e s e periféricos, vídeo g a m e , d i s c l a s e r ;
7 ) F o n t e s n a t u r a i s d e ruídos c o m o ; descargas atmosféricas, ruídos atmosféricos e
galácticos, d e s c a r g a s eletrostáticas, e t c .

3 . 2 - CARACTERÍSTICAS D A INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA

P r i m e i r a m e n t e é necessário a t a r e f a d e i d e n t i f i c a r e q u a n t i f i c a r a s f o n t e s r e a i s d a E M I
q u e são tão v a r i a d a s e variáveis q u e p a r e c e m d e s a f i a r q u a l q u e r t e n t a t i v a d e formulação
d e u m b a n c o d e d a d o s d e a l g u m a u t i l i d a d e prática. C o m o p o d e r e m o s f a z e r i s s o d a
m e l h o r m a n e i r a possível?

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V a m o s I n i c i a r c o m a identificação ( " q u a l " característica é a m a i s crítica) e a quantificação


( " q u a n t o " d e s t a característica é a m a i s crítica). E s t a pré-identificação é d e t e r m i n a d a
s o m e n t e p e l a s u s c e t i b i l i d a d e d o s r e c e p t o r e s e n v o l v i d o s . S e não tivéssemos r e c e p t o r e s , e
n e n h u m a c o p l a m e n t o , a s f o n t e s d e interferência não t e r i a m n e n h u m a importância.
A q u i , então, estão a s características críticas d a s f o n t e s d e interferência q u e t e m o s q u e
conhecer:

1) O r i g e m d a E M I . P a r a o c o n t r o l e é i m p o r t a n t e c o n h e c e r d e o n d e a interferência s e
o r i g i n a (localização e x t e r n a o u i n t e r n a a o s i s t e m a ) .

2) Frequência. E s t a p o d e s e r u m c a m p o d e 1 0 H z (±2Hz) e n t r a n d o e m b a t i m e n t o c o m a s
o n d a s a l f a d e u m a p e s s o a , c a u s a n d o desorientação, o u p o d e s e r u m a harmónica d e u m
t r a n s m i s s o r d e rádio c a u s a n d o interferência d e R F .

3) Tensão e dv/dt (rise time). Causando perfuração dielétrica o u erros e m


p r o c e s s a m e n t o digital d e dados.

4) C o r r e n t e e d i / d t ( r i s e t i m e ) . C a l o r e x c e s s i v o ( e incêndios) são c a u s a d o s s e c o r r e n t e s
e x c e s s i v a s d u r a m p o r m u i t o t e m p o o u t r a n s i e n t e s d e tensão p e r i g o s a ocorrem s e
correntes variam n u m t e m p o muito curto.

5) E n e r g i a d o i m p u l s o ( e m adição à duração e t e m p o d e s u b i d a c o m o parâmetros


d i f e r e n c i a d o r e s ) . P o d e m c r i a r ressonâncias d e s t r u t i v a s o u i n t e r f e r e n t e s o u p o d e m m a t a r
uma pessoa.

6) P o l a r i d a d e . E s t e p o d e s e r u m f a t o r d e c i s i v o m e s m o p a r a p u l s o s d e b a i x a e n e r g i a .
U m a polaridade errada de s o m e n t e 1 0 V p o d e queimar u m transistor. O fato d eu m pulso
ser aditivo o u subtrativo e m termos d e u m a tensão d e polarização d e t e r m i n a a s
p o s s i b i l i d a d e s d e supressão, e t c .

7) M o d o ( n o r m a l o u c o m u m ) . F r e q u e n t e m e n t e f a z diferença s e u m a perturbação c a u s a
o u não a l g u m prejuízo.

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3.3 - CLASSIFICAÇÃO D A INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA
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P a r a s e r m o s práticos, c l a s s i f i c a r e m o s a s f o n t e s d e E M I d e a c o r d o c o m s u a s causas
(geradoras) em:
1) - I n t e n c i o n a i s ( p r o v o c a d a s p e l o s e r h u m a n o ) ;

2) - S u r t o s atmosféricos n a t u r a i s ;

3) - T r a n s i e n t e s d e c h a v e a m e n t o s ;
4) - F o n t e s c a u s a d a s p o r m a t e r i a i s ;
5) - Perturbações magnéticas.

3.3.1 - I N T E N C I O N A I S

As fontes intencionais compreendem principalmente o s t r a n s m i s s o r e s d e frequência


única contínua o u p u l s a d a , u s a d a s p a r a comunicações, r a d a r , u s o i n d u s t r i a l o u médico.
E l a s c o b r e m u m a f a i x a d e frequência d e o n d a s média ( O M ) à m i c r o o n d a s . E x e m p l o s :
T r a n s m i s s o r e s d e AM, F M , T V , e q u i p a m e n t o d e rádio e m o n d a s c u r t a s , H F , m i c r o o n d a s ,
r a i o - x , e q u i p a m e n t o s médico, e t c .
E m adição às f o r m a s contínuas d e e n e r g i a e l e t r o m a g n e t i c a g e r a d a s , há também radiação
espúria c a u s a d a s p o r s i n a i s d e f a i x a s l a r g a s e aleatórias e m frequência, t a i s c o m o :
S o l d a d o r e s , t i r i s t o r e s , lâmpadas f l u o r e s c e n t e s , d i m m e r , comutação d e c h a v e s e m o t o r e s
A C / D C , c o m p u t a d o r e s , ignição d e veículos, l i n h a s aéreas d e a l t a tensão ( e f e i t o c o r o n a ) ,
etc.

3.3.1.1 - E M I p o r E f e i t o C o r o n a

O e f e i t o c o r o n a é u m fenómeno elétrico q u e a c o n t e c e n a presença d e a l t a tensão e são


d e s c a r g a s elétricas e n t r e o c o n d u t o r e o a r atmosférico q u e o e n v o l v e . N o m o m e n t o e m
q u e o g r a d i e n t e d e tensão n a superfície d o c o n d u t o r s u p e r a a r i g i d e z dielétrica d o a r
atmosférico { = 3 0 k V / c m ) o c o r r e m descargas saindo d o condutor e perfurando o s
p r i m e i r o s centímetros d a c a m a d a d e a r , s e n d o v i s i v e l m e n t e o b s e r v a d a s p e l a s u a c o r q u e
v a i d o a m a r e l o até o v i o l e t a a s s u m i n d o c e n t e l h a s c o m a s p e c t o s d e p e n a c h o s o u línguas
de fogo.

9
El Companhia de
Transmissão'de
E n e r g i a Elétrica
Paulista

É g e r a d o n a região u m s o m a g u d o e s i b i l a n t e q u e p o d e s e r o u v i d o n a s p r o x i m i d a d e s .
A c a u s a p r i n c i p a l p a r a o s u r g i m e n t o d o e f e i t o c o r o n a s e r e l a c i o n a c o m a contaminação
d o s c o n d u t o r e s , imperfeições d a s u a superfície e a s condições é® temp® ( c h u v a , g e a a i a ,
etc).
O e f e i t o c o r o n a é p r e j u d i c i a l a q u a l q u e r s i s t e m a elétrico não só p e l a s p e r d a s d e e n e r g i a
n a f o r m a d e e f e i t o J o u l e , c o m o também p e l a geração d e ruídos e m u m a l a r g a f a i x a
espectral, atingindo centenas de megahertz.

3 . 3 . 1 , 1 . 1 - Detecção d o E f e i t o C o r o n a

O e f e i t o c o r o n a p r o d u z d o i s fenómenos q u e d e u m a c e r t a f o r m a c o n t r i b u e m p a r a s u a
detecção:
O p r i m e i r o fenómeno é o a q u e c i m e n t e ©u efeit» J®ule o n d e o c a l o r l i b e r a d o p o d e s e r
v i s t o através d e termovisão, s e n d o q u e , o c o n t r a s t e térmico é f a c i l m e n t e n o t a d o pela
diferença d e b r i l h o o b s e r v a d o n a i m a g e m q u a n d o r e l a c i o n a r m o s o s c o m p o n e n t e s ( c a b o s ,
conectores e isoladores) do meio circundante.
O s e g u n d o fenómeno é a geração d e ruídos d e g r a n d e i n t e n s i d a d e , c o m u m a l a r g a f a i x a
e s p e c t r a l , d e s d e a s m a i s b a i x a s (ruído acústico) até a s m a i s a l t a s (interferência n a s
comunicações d e rádio, T V , r a d a r , e t c ) e p o d e s e r d e t e c t a d o através d e u m m e d i d o r d e
intensidade de c a m p o c o m antenas especiais e u m detetor de ultra s o m .

3.3.2 . S U R T O S ATMOSFÉRICOS N A T U R A I S

A d e s c a r g a atmosférica é u m e v e n t o n a t u r a l e o c o r r e c o m c e r t a frequência. E s t a s c r i a m
g r a n d e s c a m p o s eletromagnéticos i n d u z i n d o tensões r a p i d a m e n t e c r e s c e n t e s e m l i n h a s
d e alimentação e comunicação. E m c i r c u i t o s d e 1 2 7 / 2 2 0 V a s d e s c a r g a s atmosféricas
podem introduzir impulsos d e tensão d e até 6 k V ( c r i t i c a m e n t e amortecidos o u
oscilatórios, c o m d e c a i m e n t o rápido e c o m u m a frequência d e oscilação n a f a i x a d e
k i i o h e r t z até m e g a h e r t z ) .

10
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

N o c a s o d e d e s c a r g a s atmosféricas, não s e p o d e a t u a r s o b r e a f o n t e d e perturbação


( r a i o ) , r e s t a n d o a p o s s i b i l i d a d e d e i n f l u i r s o b r e o m e i o d e a c o p l a m e n t o ( c o m a colocação
de blindagens e aterramento d eboa qualidade) o u sobre o dispositivo (melhorando s u a
suportabilidade o u colocando protetores contra surtos).

3.3.3 - T R A N S I E N T E S D E C H A V E A M E N T O S

Um campo eletromagnético anormal é causado pelo chaveamento da energia


a r m a z e n a d a e m d i s p o s i t i v o s q u e contém indutâncias e capacitâncias, t i p i c a m e n t e n o
desligamento d eindutores portadores d ecorrente ou bancos d ecapacitores carregados
q u e a c a b a m c a u s a n d o perturbações n o s c i r c u i t o s secundários (proteção, automação,
c o n t r o l e e comunicações) d a subestação o u vizinhanças, através d a c a b l a g e m v i a T P ' s e
T C s , indução magnética, t r a n s f o r m a d o r d e p o t e n c i a l , e t c , c o m possíveis consequências
no d e s e m p e n h o do sistema e na integridade de seus equipamentos.
Nesse caso, tem-se como exemplos: desligamento d e transformadores, bobinas,
reatores, bancos d ecapacitores, abertura d eseccionadoras, disjuntores e m a n o b r a s e m
g e r a l n o s i s t e m a d e potência. P o r e x e m p l o , a o s e e n e r g i z a r u m b a n c o d e c a p a c i t o r e s n a
a l t a tensão haverá u m transitório i n i c i a l q u e p o d e e n v o l v e r a l t a s c o r r e n t e s ( 5 k A ) c o m
frequência d e até 1 5 k H z ( v i d e c a p i t u l o 1 0 - t a b e l a 6 p a r a m a i o r e s d e t a l h e s ) .
T r a n s i e n t e s o c o r r e m também n o c h a v e a m e n t o d e e s t a d o sólido. A q u i a s c o i s a s são
d i f e r e n t e s . C a l o r l o c a l i z a d o e inércia d o s p o r t a d o r e s sâo o s f a t o r e s l i m i t a n t e s q u e
c a u s a m peri^uraçâo elétrica d o m a t e r i a l e / o u interferência.

Q u a n d o u m díodo é r e v e r s a m e n t e p o l a r i z a d o , s u a junção está l i v r e d e c a r g a , m a s a


capacitância p a r a s i t a p o d e a i n d a permitir o acoplamento d e perturbações d e a l t a
frequência através d o d i s p o s i t i v o . S e d e r e p e n t e p o l a r i z a r m o s d i r e t a m e n t e o díodo, e l e
terá u m a l t a impedância p o runs poucos nanosegundos, produzindo u m pequeno
transiente d e tensão. Então, s e d e repente, novamente polarizarmos o díodo
r e v e r s a m e n t e , d e v e m o s r e m o v e r a c a r g a n a junção a fim d e p a r a r o fluxo d a c o r r e n t e . P o r
u m a fração d e s e g u n d o , o díodo s e c o m p o r t a c o m o u m c u r t o - c i r c u i t o , p r o d u z i n d o u m
grande transiente de corrente.

11
P o r e x e m p l o , s e u m díodo retíficador está c o n d u z i n d o 0 , 5 A , a o p a r a r d e c o n d u z i r o
13 Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Poulisto

t r a n s i e n t e d e c o r r e n t e o m e s m o p o d e alcançar 1 , 7 5 A e d u r a r 4 0 m i c r o s e g u n d o s . E s t e f a t o
é comum e m conversores d e energia chaveados e causa grandes problemas e m
sistemas de computadores.

3.3.4 - F O N T E S C A U S A D A S P O R M A T E R I A I S

A s f o n t e s c a u s a d a s p o r m a t e r i a i s são a q u e l a s q u e a p r e s e n t a m e l e t r i c i d a d e estática,
corrosão p o r oxidação, não-linearidade d e c o m p o n e n t e s e vibrações mecânicas. A s
d e s c a r g a s eletrostáticas, a s s i m c o m o o s t r a n s i e n t e s p r o v o c a d o s p o r c h a v e a m e n t o d e
s e m i c o n d u t o r e s , estão e n t r e a s p r i n c i p a i s c a u s a s d e p r o b l e m a s e m c o m p u t a d o r e s e
s i s t e m a s digitais.
D i s c u t i r e m o s m a i s a d i a n t e e s s e a s s u n t o n o capítulo 1 2 ( d e s c a r g a s e i e t r o s t a t i c a ) .

3.3.5 - PERTURBAÇÕES MAGNÉTICAS

E s s a s perturbações s e m a n i f e s t a m e m função d a s distâncias e n t r e d i s p o s i t i v o s o u


s i s t e m a s q u e estão e m s e u a m b i e n t e d e t r a b a l h o . E m z o n a s r e s i d e n c i a i s o u c o m e r c i a i s
t e m - s e q u e e s s a s perturbações magnéticas são g e r a d a s pelas redes públicas d e
distribuição ( t r a n s f o n n a d o r e s ) , subestações o u p o s t o s d e transformação i n s t a l a d o s n o
interior d e propriedades privadas o u públicas. C o m o por exemplo pode-se citar:
- A concentração d e c o m p u t a d o r e s e m u m C P D , o n d e o s c a m p o s magnéticos i n t e n s o s
c a u s a m oscilações n o s m o n i t o r e s d e vídeo q u e p o r s u a v e z c a u s a m d e s c o n f o r t o p a r a o s
operadores;
- A p r o x i m i d a d e d e u m t r a n s f o r m a d o r d e potência ( 6 0 H z ) c o m u m t e l e v i s o r . O c a m p o
magnético g e r a d o n o t r a n s f o r m a d o r causará u m a deformação e f a l t a d e s i n c r o n i s m o d a
i m a g e m p r e s e n t e n o t u b o d e r a i o s catódicos d o t e l e v i s o r .

12
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

4 - P R O C E D I M E N T O S P A R A M E D I D A S D A INTERFERÊNCIA

ELETROMAGNÉTICA N O S EQUIPAMENTOS

O s t e s t e p a r a m e d i d a s d e E M I ( 3 0 M H z - 1 G H z ) são r e a l i z a d o s e m l o c a i s d e n o m i n a d o s d e
" s i t e " p a r a e n s a i o s d e interferência e l e t r o m a g n e t i c a ( c o n d u z i d a o u i r r a d i a d a ) . Esses
t e s t e s são c h a m a d o s d e s u s c e t i b i l i d a d e o u i m u n i d a d e e são e x e c u t a d o s n a f a s e d e
protótipo d o s d i s p o s i t i v o s , e q u i p a m e n t o s o u s i s t e m a s . O s métodos u t i l i z a d o s e m e n s a i o s
d e m e d i d a d e in-adiação g e r a l m e n t e são o s s e g u i n t e s :
1) E m c a m p o a b e r t o ;
2) Células e l e t r o m a g n e t i c a s t r a n s v e r s a s ( T E M ) ;

3) Câmaras d e reverberação;
4) Câmaras a n e c o i c a s .
A s considerações q u e e n v o l v e m e d e c i d e m c a d a método são a s s e g u i n t e s :
- T a m a n h o fisico do equipamento a ser testado;
- F a i x a d e frequência o c u p a d a ;
- Limitação d e potência d o s t e s t e s ;
- Largura espectral e tempo dominante;
- Polarização d o c a m p o i n - a d i a d o .
N a v e r d a d e , não há u m método i d e a l p a r a t o d o s o s t e s t e s , já q u e c a d a método t e m s u a s
limitações e características próprias, m a s o s r e s u l t a d o s d o s m e s m o s d e v e m e s t a r d e n t r o
d e u m a f a i x a d e tolerância d e ±4dB e m relação a o s d a d o s o b t i d o s e m u m s i t e i d e a l
(campo aberto) para o m e s m o ensaio, segundo a norma internacional A N S I 063.4-1992.
N a f i g u r a 2 t e m - s e a l g u n s s e n s o r e s u t i l i z a d o s n o s t e s t e s . A f i g u r a 3 c o n t e m u m s i t e típico
p a r a t e s t e s e a f i g u r a 4 d e t a l h a u m a câmara b l i n d a d a p a r a t e s t e s d e E M C .

13
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

Typícal E M I Emíssion a n d
Susceptibility Sensors

6 6
To R x
Loop Antennas Electrostatic Probes Rod Antennas
2OH2 - 2 O O M H 2 20Hz-50kH2 14kH2- 3DMH2

Rx

B i c o n i c a l Aníennas Haíí-wave D i p o l e s
2OMH2 - 200MHz 2OMH2 - i G H z (3 unils) 3 0 M H 2 - i G H z (3 b a n d E

Conicel L o g Spirais Ridge-guide HornE Horn-fed Dishes


0.2 - I G H 2 & 1 - T 0 G H 2 0.2-1G'h2 & 1 - 12GH2 12GH2 - 40GH2 (3 bandj

Tx

T.fansmission-hne Parallel-plate Lines Log Periodics


Aníennas 1 0 k H z - 5 0 M H 2 2 0 H z - 3 0 W H 2 20ÕMH2 - 1 8 G H z

FIGURA 2

14
Companhio de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

T v p i c a ! E M C TesI Fmcilitj

FIGURA 3

FIGURA 4

15
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

4.1 - V A N T A G E N S D O S T E S T E

1 ) Redução d o c u s t o f u t u r o p a r a r e s o l v e r o s p r o b l e m a s d e £MC,
2) Assegura que o produto apresente desempenho satisfatório n o s e u a m b i e n t e d e
t r a b a l h o , não i n t e r f e r i n d o e não s o f r e n d o interferências;
3) Assegura que as normas sejam respeitadas;
4 ) C o n t r o l a a poluição e l e t r o m a g n e t i c a a m b i e n t a l .

5 - R E C E P T O R O U E Q U I P A M E N T O VÍTIMA

Receptor o u Equipamento Vítima são d i s p o s i t i v o s o u sistemas q u e sofrem m a l


f u n c i o n a m e n t o o u degradação d o s e u d e s e m p e n h o n a presença d e u m s i n a l i n t e r f e r e n t e .
P o r t a n t o , r e f e r e - s e a situações r e l a t i v a s d e s u a s u s c e t i b i l i d a d e a o s i n a l interferente.
N o s d i a s d e h o j e , o u v i m o s o t e r m o "interferência e l e t r o m a g n e t i c a ( E M I ) d e f o r m a m a i s
f r e q u e n t e . L e m o s n o s j o r n a i s q u e a instrumentação d e a l g u m a s a e r o n a v e s (geralmente
a s m a i s m o d e r n a s e s o f i s t i c a d a s ) , r e a g e m a o s t r a n s m i s s o r e s d e rádio A M / F M sendo
q u e e m a l g u n s c a s o s são f a t a i s , e m b o r a não c o m p r o v a d o s .
V e m o s r e p o r t a g e n s s o b r e automóveis c o m p u t a d o r i z a d o s q u e r e a g e m a c e r t a s rádio-
freqúências e f a l h a m e m a u t o - e s t r a d a s , e / o u s u a instrumentação eietrônica i n t e r f e r e com
o rádio.
C o m a proliferação d e e q u i p a m e n t o s eletrònicos sensíveis e m órgãos g o v e r n a m e n t a i s ,
h o s p i t a i s , estações d e rádio e televisão, consultórios médicos e odontológicos, e m e s m o
e m n o s s a s c a s a s , e s t e a s s u n t o t e m m e r e c i d o a atenção d o s f a b r i c a n t e s d e e q u i p a m e n t o s
eletrònicos e d o público e m g e r a l , usuários d e s s e s e q u i p a m e n t o s além d e m u i t o s o u t r o s .
E s t a s situações p o d e m s e r o b s e r v a d a s m a i s i n t e n s a m e n t e e m :

1) R e c e p t o r e s d e o n d a s c u r t a s ( H F ) ;
2 ) T r a n s c e p t o r e s d e V H F e / o u U H F e m v i a t u r a s e estações b a s e s ;
3 ) S i s t e m a s automáticos d e vòo p o r i n s t r u m e n t o s , t a i s c o m o G P S , rádio f a r o l ( A D F ) e
d e m a i s aviônicos;

16
Companhia de
VU/ Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

4 ) S i s t e m a s d e multiplexação d e s i n a i s ;
5 ) R e c e p t o r e s d e T V , F M , t e l e c o n t r o l e , telesupervisâo;
6) S i s t e m a s d e telefonia, K S , F A X , c o m p u t a d o r e s , etc;
7 ) S i s t e m a s d e eietrônica a u t o m o t i v a ( e m b a r c a d a ) ;
8) Eletromedicina: marca-passos, eletroencefalógrafos, eletrocardiógrafos, e t c ;
9 ) S e r e s h u m a n o s , através d o s e f e i t o s biológicos.

6 -ONDAS ELETROMAGNETICAS

6.1 - PROPAGAÇÃO D A S O N D A S E L E T R O M A G N E T I C A S

A s o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s sâo r e p r e s e n t a d a s n o r m a l m e n t e p o r senóides, u m a p a r a c a d a
c a m p o (elétrico e magnético), a p r e s e n t a n d o o s parâmetros d e a m p l i t u d e , frequência, f a s e
e c o m p r i m e n t o d e o n d a . A v e l o c i d a d e d e propagação ( V ) d a s m e s m a s é i n d e p e n d e n t e d a
f o n t e g e r a d o r a , e s t a n d o r e l a c i o n a d a a o c o m p r i m e n t o d e o n d a (X) e à frequência ( F ) p o r
V = X . F . Q u a n d o s e r e l a c i o n a a propagação n o vácuo, a v e l o c i d a d e é c o n s t a n t e e i g u a l a
3x10® m / s ( v e l o c i d a d e d a l u z ) . N u m m e i o q u a l q u e r e s s a v e l o c i d a d e irá d i m i n u i r , m a s a
relação a n t e r i o r s e mantém s e m p r e válida.

6.2 - C O M P R I M E N T O D E O N D A

C o n s i d e r a n d o q u e a v e l o c i d a d e d e propagação ( n o vácuo) d a s o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s é

a m e s m a d a l u z ( n o vácuo), o u s e j a 3 x 1 0 ^ m / s , t e m - s e :

X =

17
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Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

onde:
X= comprimento de onda (m)

C = v e l o c i d a d e d a l u z n o vácuo ( 3 x 1 0 ^ m / s )

F = frequência ( H z )

P o d e - s e a s s i m c a r a c t e r i z a r a o n d a e l e t r o m a g n e t i c a i r r a d i a d a ( e m espaço l i v r e ) , p o r u m a
c e r t a f o n t e , p e l o s v e t o r e s c a m p o elétrico ( E ) e c a m p o magnético ( H ) ( f i g u r a 5 ) , s e n d o a s
intensidades inversamente proporcionais à distância (d) d a fonte irradiante.
O b s e r v a - s e a i n d a q u e o s c a m p o e l e t r i c o s e magnéticos são p e r p e n d i c u l a r e s e n t r e s i , e
estão e m f a s e n o t e m p o , s e n d o q u e o p l a n o f o r m a d o p e l o s d o i s é t r a n s v e r s a l à direção
d e propagação.

FIGURA 5

6.3 - F R E N T E D E O N D A E O N D A P L A N A

Considere u m a fonte de o n d a s eletromagneticas q u e irradie energia igualmente e m todas


a s direções. A s s i m , a u m a c e r t a distância d a f o n t e , q u a l q u e r q u e s e j a a direção, a s
i n t e n s i d a d e s e f a s e s d o s c a m p o s (elétrico e magnético) serão a s m e s m a s . C o n s i d e r a n d o ,
u m a esfera d e raio (R) e mtorno d a fonte, a fase é a m e s m a e m todos o s pontos,
formando o que se chama u m a frente de onda.

18
ei
A u m a distância s u f i c i e n t e m e n t e g r a n d e d a f o n t e , a s superfícies d a s e s f e r a s serão tão
Companhia de
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E n e r g i a Elétrica
Paulista

e x t e n s a s q u e , próximo a o p o n t o d e recepção, p o d e m s e r c o n s i d e r a d a s c o m o planas.


A s s i m , e n t e n d e - s e c o m o c o n c e i t o d e o n d a p l a n a , o n d e o s c a m p o s (elétrico e magnético)
p o s s u e m v a l o r e s c o n s t a n t e s e m u m p l a n o t r a n s v e r s a l à direção d e propagação.
A figura 6 mostra o aspecto de u m a frente de onda e onda plana.

FIGURA 6

6.4 - POLARIZAÇÃO D A O N D A

A m a n e i r a c o m o o s c a m p o s (elétrico e magnético) s e o r i e n t a m n o espaço é c o n h e c i d a


por polarização. A u m a certa distância d a f o n t e , o n d e a s o n d a s já p o d e m s e r
c o n s i d e r a d a s p l a n a s , e i m a g i n a n d o - s e a direção d e propagação p a r a l e l a à superfície d a
T e r r a , p o d e - s e d i z e r q u e a o n d a é v e r t i c a l m e n t e p o l a r i z a d a q u a n d o o c a m p o elétrico é
p e r p e n d i c u l a r à supe.rfície d a t e n - a e h o r i z o n t a l m e n t e p o l a r i z a d a q u a n d o o c a m p o elétrico
é paralelo a esta.

19
H
Companhio de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
^ Paulista

A polarização t e m g r a n d e importância n a propagação, e s t a n d o e n v o l v i d a e m u m a série


d e fenómenos. U m d e l e s , d e g r a n d e influência, d i z r e s p e i t o à recepção d a s o n d a s d e
rádio p e l a s a n t e n a s c o m u n s , constituídas p o r u m s i m p l e s c o n d u t o r . A e n e r g i a d a o n d a
d e v e s e r t r a n s f o r m a d a e m c o r r e n t e n o c o n d u t o r , e p a r a q u e o c a m p o elétrico d a o n d a
p o s s a p r o d u z i r o f l u x o d e c o r r e n t e , a a n t e n a deverá s e r p a r a l e l a a e s s e c a m p o , c o n f o r m e
figura 7 abaixo:

a - l > O L * R I 2 * C * 0 V E R T I C A L
b - POLARIZAÇÃO H O f l I Z O N T A L

1 r

FIGURA 7

E m princípio, a s a n t e n a s v e r t i c a i s t r a n s m i t e m o n d a s p o l a r i z a d a s v e r t i c a l m e n t e , e n q u a n t o
q u e a s o n d a s p r o v e n i e n t e s d e u m a a n t e n a h o r i z o n t a l são p o l a r i z a d a s h o r i z o n t a l m e n t e .

20
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

6.5 - CLASSIFICAÇÃO D A S O N D A S E L E T R O M A G N E T I C A S

As o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s são c l a s s i f i c a d a s p o r f a i x a s c o n f o r m e a frequência e o
c o m p r i m e n t o d e o n d a d o s sinais trabalhados (tabela 1).
A proporção q u e a frequência c r e s c e , a propagação d a s o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s s e
a p r o x i m a à d a l u z , i s t o é, s e p r o c e s s a e m l i n h a r e t a ( a m e n o s d o fenómenos d e refração).
A s ondas p o d e m ser focalizadas por antenas, refietores convenientemente calculados e
d e s e n h a d o s , d i f r a t a d a s p o r obstáculos o u d i f r a t o r e s a r t i f i c i a i s , r e f l e t i d a s , e t c .

- 3 0 0 H z a 3000Hz ( E L F )
O n d a s e x t r e m a m e n t e l o n g a s u s a d a s p a r a comunicações e m s u b m a r i n o s , escavações
de minas, etc.

- 3000Hz a 30kHz (VLF)


O n d a s m u i t o l o n g a s u t i l i z a d a s p a r a navegação e rádio-orientação.

- 30kHz a 300kHz (LF) o u O n d a s Longas


Auxílio a navegação aérea e marítima (rádio-farol). S i s t e m a s d e comunicação p o r l i n h a
física ( C a r r i e r ) .

- 3 0 0 k H z a 3 0 0 0 k H z ( M F ) o u O n d a s Médias
S i s t e m a s d e radiodifusão l o c a l A M , e t c . S i s t e m a s d e auxílio a navegação
marítima e aérea.

- 3 M H z a 30Mhz (HF) o u O n d a s C u r t a s
C o n s t i t u e m s i s t e m a s d e propagação p o r refração ionosférica. P e l o f a t o d e u t i l i z a r
p e q u e n a l a r g u r a e s p e c t r a l d e frequências, p e m i i t e s o m e n t e a transmissão d e v o z ,
música, t e l e g r a f i a , f a x e r a d i o f o t o . D a d o o a l c a n c e m u n d i a l , não u t i l i z a m r e p e t i d o r a s .
É a f a i x a u t i l i z a d a p o r estações c o m e r c i a i s i n t e r n a c i o n a i s d e radiodifusão,
r a d i o a m a d o r e s , serviços d e b u s c a e s a l v a m e n t o , e t c . A s u a c o n f i a b i l i d a d e d e p e n d e d a
propagação e d a q u a l i d a d e d o s e q u i p a m e n t o s e m . p r e g a d o s . É u m a f a i x a d e s i g i l o e
confiabilidade relativos.

21
- 3 0 M H z a 300MHz (VHF)
i3 Companhia de
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E n e r g i a Elétrico
Poulisto

São s i s t e m a s d e comunicação e m r a d i o v i s i b i l i d a d e , p o i s n e s s e s c o m p r i m e n t o s d e
o n d a s , a s a n t e n a s p o d e m s e r d i r e c i o n a i s d e dimensões r e l a t i v a m e n t e r e d u z i d a s q u e
p e r m i t e m f o c a l i z a r e d i r e c i o n a r a s o n d a s . São u t i l i z a d a s p a r a transmissão d e s i n a i s d e
vídeo ( T V ) , s i s t e m a s d e comunicação d e v i a t u r a s c o m o polícia, b o m b e i r o , ambulância,
serviços públicos, e t c .

- 300MHz a 3000MHz (UHF)


N e s t a f a i x a , a s a n t e n a s são a i n d a m e n o r e s d e v i d o a o c o m p r i m e n t o d e o n d a
e m p r e g a d o , e a propagação s e t o m a m a i s crítica d o p o n t o d e v i s t a d e
atenuação n o espaço.

- 3000MH2 a 30GHz ( S H F )
Também c o n h e c i d a c o m o f a i x a d e m i c r o o n d a s d e v i d o a o p e q u e n o c o m p r i m e n t o d e
o n d a d a frequência d e t r a b a l h o . São e q u i p a m e n t o s d e altíssima c o n f i a b i l i d a d e
o p e r a n d o g e r a l m e n t e d e 2 G H z a 1 5 G H z . N e s s a s frequências, a focalização d a s o n d a s
é f e i t a e m f e i x e s m u i t o s e s t r e i t o s , o q u e p e r m i t e a utilização d e p e q u e n a s potências d a
ordem d e S O O m W a 1 0 W ,operando c o m antenas direcionais de alto ganho e
a l i m e n t a d a s c o m g u i a s d e o n d a s f o c a d o s e m r e f i e t o r e s parabólicos. São s i s t e m a s d e
a l t a c a p a c i d a d e a t i n g i n d o até 2 7 0 0 c a n a i s d e v o z , s e n d o u t i l i z a d o também p a r a s i n a i s
d e televisão a c o r e s . D e v i d o a a l t a q u a l i d a d e e c o n f i a b i l i d a d e q u e é e x i g i d o d e u m
s i s t e m a d e comunicação e m m i c r o o n d a s , sâo u t i l i z a d a s t o r r e s a l t a s ( 2 0 a 1 3 0 m e t r o s
d e a l t u r a ) e x i g i n d o a i n d a estações r e p e t i d o r a s a c a d a 6 0 K m d e distância.

- 30GHz a 300GHz (EHF)


São u t i l i z a d a s e m c a s o s e s p e c i a i s d e transmissão a nível e x p e r i m e n t a l e m i n s t i t u t o s d e
p e s q u i s a s , r a d i o a m a d o r i s m o , s i s t e m a s avançados d e altíssima t e c n o l o g i a ,
comunicação e s p a c i a l , espaçonaves t r i p u l a d a s o u não, r a d i o - a s t r o n o m i a , e t c .

22
H
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DISTRIBUIÇÃO D A S O N D A S ELETROMAGNETICAS

FAIXA DE DESIGNAÇÃO DESIGNAÇÃO E X E M P L O S D E UTILIZAÇÃO


FREQUÊNCIA TÉCNICA LEIGA

3CX) H z a 3 K H 2 E.LF. Ondas Extremamente


Longas Comunicação p a r a s u b m a r i n o s , p a r a

3KHZ a 30KHZ V.LF. O n d a s Muito L o n g a s escavações d e m i n a s , e t c .

30KHZ a 300KHZ LF. Ondas Longas Auxílio à navegação aérea, serviços

300KHZ a 3MHz M.F. O n d a s Médias m a r i t i m o s , radiodifusão l o c a l .

3MHz a 30MHz H.F. O n d a s Tropicais Radiodifusão l o c a l e d i s t a n t e , serviços


Ondas Curtas marítimos (estações c o s t e i r a s ) .
30MHz a Transmissão d e T V , s i s t e m a s
300MHz V.H-F. comerciais e particulares d e
comunicação, serviços d e segurança
300MHz a 3GHz U.HF. pública ( p o l i c i a , b o m b e i r o s , e t c ) .

Comunicação pública à l o n g a
3GHz a 30GHz S.H.F. distância; s i s t e m a s i n t e r u r b a n o s e
Microondas internacionais e m radiovisibilidade,
30GHz a 300GH2 E.H.F. tropodifusáo e satélite.

E.LF. - Extremely L o w Frequency


V.LF. - Very L o w Frequency

LF. - Low Frequency


M.F. - Médium F r e q u e n c y
H.F. - High Frequency
V.H.F. - Very High Frequency
U.H.F. - Ultra H i g h F r e q u e n c y
S.H.F. - Super High Frequency
E.H.F. - Extremely High Frequency

TABELA 1

N a t a b e l a 2 t e m - s e a distribuição d e frequências n o e s p e c t r o .

23
H
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A 3 CAHAl H

CANAL 15

CANAL IS

CANAL 17

CANAL 18

CANAL 20

CANAL 21

CANAL 22

CANAL 23

CANAL 25 OUOAS C U R M i , S B C . j__


VOl AMÉRICA. RADIO
CANAL 26 «JM£X)»eS, BU&CA
SAIVAMBNTO BTC
CANAL 27

CANAL 2S n u x * CIOADÀO PX
VHF BAIXO O
CANAL 29
PQUCIA RODOVIÁRIA,
CANAL 30 SERVIÇOS RÚaLKOS
£TC-
CANAL 31 S AMADORBS
x a

. 1
S c
s
CANAL 70

I
DUE AeROMAUTICO

ÍKACtO o
l TB.EFOMA i
i I
ff
'CELUIAR BJIOADCASTliia
s
s
.2'
SISTEMA TKUNH I/Hf OMMIHAMae HAV

LMK SfiOAOCASIWe
VHF AEROHAíllICO o
TRANSPONOER

I
SA7ÉUJBS
STEOROLÕGICOS
1 rO«NOS OOIMÍSnCOS o
AT ff AlãADOKES
i RADARES - NAI/EGAÇÁO
VHF
——: SSRVIÇO LtUt-TADO
PfUVAOO. CESP,
IA 1! EMBRATEL.
SATÉLiTES
TELESP.oe TVCESP, POLÍCIA. BOftREIROS
PETROBRAS ETC
CANAL T
SATÉLITES ESPfOES,
1 CAtlAl »
ÕUBUS ESPAOMS. NASA
5
V MASER. LASER ETC.
8 L CANAL i

P&fíÃGONO. RÃao o CAMAL te CO


TELESOiPtOSETC.

im MÍSSEIS
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CANAÍ a
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§
o
INFRA VERItB.HO COMUNICAÇÃO PONTO A
PONTO
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Lums rsRResrnes

PORT/to SARAGSMS
A
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l l t K S TERPeSTRÊS
PONTO A PONTO
ex.TR * m NBc
AMADORES
- V
UHF
SERVIÇO UMITADO
PRIVADO
CesP mONOCANAIS)
B^F^^A£Ro
r t L t f O N I A HUHAL

TABELA 2

24
Companhia de
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Poulisto

6.6 - M E C A N I S M O S D E PROPAGAÇÃO D O M E I O D E TRANSMISSÃO

A propagação d a s o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s e n t r e a n t e n a s t r a n s m i s s o r a e r e c e p t o r a t e m
suas características definidas fundamentalmente pelas propriedades d o meio d e
transmissão e n t r e e s s a s a n t e n a s . E s s e m e i o , constituído n o c a s o g e r a l p e l o c o n j u n t o
a t m o s f e r a - superfície t e r r e s t r e , a p r e s e n t a p r o p r i e d a d e s q u e v a r i a m c o m a frequência d a
o n d a i r r a d i a d a , d e t e r m i n a n d o t i p o s d e m e c a n i s m o s d e propagação d o m i n a n t e s p a r a a s
d i f e r e n t e s f a i x a s d o e s p e c t r o d e radiofrequência. D e v e - s e r e s s a l t a r q u e o s parâmetros d o
m e i o q u e e s p e c i f i c a m a s características d e propagação, s e m o d i f i c a m e m função d a
região e n v o l v i d a (florestas, desertos, mares, montanhas, etc), b e mcomo sofrem
variações a o l o n g o d o t e m p o ( t e m p e r a t u r a , pressão, u m i d a d e , e t c ) .
A a t m o s f e r a t e r r e s t r e p o d e s e r e n c a r a d a c o m o s u b d i v i d i d a e m três c a m a d a s p r i n c i p a i s : a
t r o p o s f e r a , a e s t r a t o s f e r a e a i o n o s f e r a , c o m o m o s t r a figura 8 e 9.
A t r o p o s f e r a é a c a m a d a a d j a c e n t e à superfície t e r r e s t r e e s e e s t e n d e até u m a a l t i t u d e d e
a p r o x i m a d a m e n t e 1 1 K m . N e s t a c a m a d a estão p r e s e n t e s vários t i p o s d e g a s e s c o m o o
oxigénio, o nitrogénio e o dióxido d e c a r b o n o , além d e v a p o r d'água e precipitações
eventuais como chuva e neve.
N o q u e c o n c e r n e às o n d a s d e rádio, o s p r i n c i p a i s fenómenos a s e r e m a n a l i s a d o s q u a n d o
d a propagação através d e s s a c a m a d a são:
- Refração d a o n d a ,

- Absorção d a e n e r g i a d a o n d a p e l o oxigénio e v a p o r d'água,


- influência d a s precipitações (atenuação).
A e s t r a t o s f e r a s e e s t e n d e d a a l t i t u d e d e 1 1 K m até c e r c a d e 5 0 K m . E s s a c a m a d a é
estável n o s e n t i d o d e propagação radioelétrica, m a s t e m p o u c o interesse para
telecomunicações. N o s c a s o s u s u a i s a s o n d a s s i m p l e s m e n t e a a t r a v e s s a m d e b a i x o p a r a
cima o u de cima para baixo.
A camada mais alta d a atmosfera é denominada d e ionosfera. Nessa camada a
d e n s i d a d e d o s g a s e s q u e compõem a a t m o s f e r a é m u i t o b a i x a . P o r o u t r o l a d o essa
região é a l v o d e c o n s t a n t e s b o m b a r d e i o s d e irradiação e partículas p r o v e n i e n t e s d o s o l ,
além d o s r a i o s cósmicos.
A ionosfera s e estende cerca d e5 0 K m a 4 0 0 K m de altitude, podendo ser subdividida em
várias c a m a d a s c o m d i f e r e n t e s g r a u s d e ionização, s e n d o a s c a m a d a s mais altas
fortemente ionizadas.

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H
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FIGURA 8

FIGURA 9

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7-ANTENAS

7.1 - IRRADIAÇÃO D E O N D A S E L E T R O M A G N E T I C A S

É f a t o c o n h e c i d o q u e l i g a n d o - s e u m g e r a d o r d e rádio-freqúência à u m a a n t e n a , como
mostrado n a figura 1 0 abaixo, u m a onda eletromagnetica é irradiada c o m a m e s m a
frequência d o g e r a d o r .
E s s a o n d a t e m s e u s c a m p o s e l e t r i c o s e magnéticos c r i a d o s a p a r t i r d e u m f l u x o d e
c o r r e n t e e c o n s e q u e n t e variação d e p o t e n c i a l n a a n t e n a q u a n d o s e l i g a o g e r a d o r . A
presença d e s s a o n d a p o d e s e r " s e n t i d a " p o r u m a s e g u n d a a n t e n a a u m a c e r t a distância
d a a n t e n a t r a n s m i s s o r a . C a s o colocássemos u m voltímetro e n t r e o s t e r m i n a i s A - B iríamos
m e d i r u m a c e r t a tensão e , c a s o e s s e s t e r m i n a i s f o s s e m c u r t o - c i r c u i t a d o s , observaríamos
o fluxo de u m a con-ente.

F I G U R A 10

27
Componhio de
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E n e r g i a Elétrica
Paulista

A potência d o s i n a l q u e c h e g a à antena receptora é apenas u m a parcela daquela


i r r a d i a d a p e l a a n t e n a t r a n s m i s s o r a , s e n d o o r e s t a n t e p e r d i d o n o espaço. N a propagação
d a s o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s através d o s m e i o s r e a i s ( p o r e x e m p l o , a a t m o s f e r a ) o c o r r e m
o s fenómenos d e reflexão, refração e difração d a s o n d a s (além d e obstruções) q u e
resultam e m condições d e propagação diferentes daquelas n o espaço livre.
O m e i o d e propagação, q u e é c o m p o s t o d e a t m o s f e r a m a i s a superfície t e r r e s t r e ,
apresenta propriedades q u e s e alteram c o m a frequência d a onda irradiada.
É i m p o r t a n t e r e s s a l t a r q u e o s parâmetros d o m e i o q u e e s p e c i f i c a m a s características d e
propagação, m o d i f i c a m e m função d a região e n v o l v i d a (florestas, desertos, mares,
m o n t a n h a s , e t c ) b e m c o m o s o f r e m variações a o l o n g o d o t e m p o c o m o (temperatura,
pressão, u m i d a d e , e t c ) .

7.2.1 - ALIMENTAÇÃO D A A N T E N A

A f»rma d e alimentação d a s a n t e n a s é u m f a t o r d e e x t r e m a importância n o desempenho


âas mesmas, influindo praticamente e m todas as demais características.
U m dos pontos fundamentais que s e procura obter é o mais perfeito casamento d e
impedância possível e n t r e a e s t r u t u r a d e alimentação e a a n t e n a , d e n t r o d a f a i x a d e
frequência d e operação. I s t o n e m s e m p r e é possível d i r e t a m e n t e , e m virtude d a s
características c o n s t r u t i v a s d a s a n t e n a s , d e v e n d o - s e e m m u i t o s c a s o s , s e lançar mão d e
d i s p o s i t i v o s e s p e c i a i s p a r a c a s a m e n t o d e impedância.

A alimentação d a s a n t e n a s q u e o p e r a m e m f a i x a s m a i s b a i x a s q u e o V H F é n o r m a l m e n t e
r e a l i z a d a através d e l i n h a s b i f i l a r e s , q u e são e s t r u t u r a s b a l a n c e a d a s , c u j a s impedâncias
características são, n»rmalmente 3 9 9 D . e 8SSQ.
N a faixa de V H F , e m b T a também s e u t i l i z e a l i n h a b a l a n c e a d a , já s e começa a s e n t i r a
necessidade d o u s o d o s cabos coaxiais, q u e são estruturas desbalanceadas,
n o r m a l m e n t e , c o m o c o n d u t o r e x t e r n o l i g a d o à t e r r a . O s c o a x i a i s , e m p r e g a d o s até a f a i x a
s u p e r i o r d e U H F (até 2 G H Z ) , e e v e n t u a l m e n t e p a r a frequências m a i s a l t a s , e v i t a m a
irradiação indesejável e captação d e E M I , fenómenos q u e o c o r r e m n a slinhas d e
frequências altas, oferecendo maior proteção, através d a c a p a externa, contra
intempéries e danos físicos e m geral e introduzem menores atenuações.

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Componhio de
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E n e r g i a Elétrica
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7.2.2 - E M P R E G O D A S A N T E N A S

Para abaixo dos 3MHz o solo terrestre s e comporta como u m b o m condutor,


p o s s i b i l i t a n d o a transmissão c o m b a i x a atenuação d a s o n d a s d e superfície, p o l a r i z a d a s
verticalmente. Ainda nesta faixa, o comprimento de onda variando d e 1 0 0 m a 1 K m t o m a
difícil a construção d e a n t e n a s c o m dimensões n a o r d e m d o c o m p r i m e n t o d e o n d a . O q u e
s e f a z então é u t i l i z a r a n t e n a s d e polarização v e r t i c a l (para ondas médias) cujo
c o m p r i m e n t o d e c o n d u t o r é i n f e r i o r a o c o m p r i m e n t o d a o n d a e , lançando-se mão d a
propriedade condutora d a terra, estende-se o e f e i t o d a irradiação c o m o s e fosse
proveniente d e u m a antena d e comprimento igual a o dobro d o real (efeito imagem).
N a f a i x a d e o n d a s médias ( M F ) t e m o s , então, a s t o n - e s , q u e v a r i a m d e 1 0 0 m a S O O m ,
suportando condutores q u e f u n c i o n a m c o m o a n t e n a s d e dimensões i g u a l a o d o b r o
d e s s e s v a l o r e s . P a r a e s s a f a i x a , e também p a r a a s o u t r a s f a i x a s m a i s b a i x a s ( L F e V L F )
a principal dificuldade é obter u m b o m rendimento para a s antenas, principalmente
d e v i d o a o s e f e i t o s c a p a c i t i v o s e x i s t e n t e s , q u e e x i g e m g r a n d e s tensões d e alimentação.
Algumas modificações n a s configurações d a s a n t e n a s são então r e a l i z a d a s para
c o n t o r n a r e s s e s p r o b l e m a s e a u m e n t a r o v a l o r d a resistência e q u i v a l e n t e d e in-adiação.
N a f a i x a d e H F ( 1 0 m < X < 1 0 0 m ) , o d i p o l o d e m e i a o n d a ( c o m p r i m e n t o i g u a l a X/2) é m u i t o
usado, sendo feito geralmente d e f i o d e cobre e apresentando u m a relação
comprimento/diâmetro relativamente alta, fato esse que o torna faixa estreita.
P a r a a propagação ionosférica, e x i s t e m a n t e n a s m a i s e f i c i e n t e s ( a n t e n a V e rômbica) q u e
lançam mão d e d i p o l o s t e r m i n a d o s n u m v a l o r i g u a l a s u a impedância característica,
modificando o diagrama d e irradiação o r i g i n a l e p e r m i t i n d o , através d e disposições
geométricas a d e q u a d a s , u m a b o a adaptação a o s r e q u i s i t o s d e a l c a n c e e ângulo d e
irradiação e x i g i d o s n a propagação ionosférica.

N a f a i x a d e V H F ( 1 m < >v < 1 0 m ) a s dimensões d a s a n t e n a s u t i l i z a d a s já t o m a m possível a


substituição d o s f i o s p o r t u b o s rígidos, f i x a d o s através d e e s t r u t u r a s c o n v e n i e n t e s . É o
c a s o , p o r e x e m p l o , d a s a n t e n a s r e c e p t o r a s d e T V ( y a g i ) . A utilização d e frequências m a i s
altas e consequentemente d e s i s t e m a s c o m m a i o r c a p a c i d a d e , começam a e x i g i r o
e m p r e g o de antenas de faixa mais larga.

29
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Paulista

N a s faixas d e U H F e S H F a s antenas s e caracterizam pela alta diretividade e ganho,


s e n d o constituídas p o r s i s t e m a s c o m p o s t o s d e e x c i t a d o r e s e r e f i e t o r e s q u e p e r m i t e m a l t o
g r a u d e focalização d a e n e r g i a e m f e i x e s e s t r e i t o s . A s dimensões são variáveis c o m a
frequência d e operação e o g a n h o e x i g i d o , v a r i a n d o e m t o m o d e 3 m d e diâmetro p a r a
u m a ligação d e m i c r o o n d a s e m v i s i b i l i d a d e .

8 - UNIDADES D E MEDIDA

V a m o s descrever a s unidades d e medidas normalmente usadas e m compatibilidade


e l e t r o m a g n e t i c a , e m b o r a e s s a s u n i d a d e s s e j a m d e e m p r e g o g e r a l e m telecomunicações.
A e s c o l h a d a s u n i d a d e s d e m e d i d a é f e i t a e m função d a s g r a n d e z a s a s e r e m a v a l i a d a s ,
d e m o d o q u e o s r e s u l t a d o s c o n ^ e s p o n d a m a números fáceis d e s e r e m t r a b a l h a d o s e
fomeçam u m a i d e i a rápida e p r e c i s a d o e s t a d o d o s i s t e m a .

8.1-WATT (W)

A u n i d a d e básica d e potência a d o t a d a p e l o s i s t e m a i n t e r n a c i o n a l d e m e d i d a s ( S I ) , é
definida como:

lwatt = IJoule
s

O w a t t t e m características d e m e d i d a a b s o l u t a s e n d o q u e e m c e r t a s ocasiões f i c a difícil


e s t a b e l e c e r u m r e l a c i o n a m e n t o e n t r e potências, p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o s e traía d e u m
sistema mais complexo.

30
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Poulisto

8.2 D E C I B E L ( d B )

E s t a u n i d a d e , é e m p r e g a d a p a r a s e i n d i c a r u m a relação e n t r e potências, c o n s i s t i n d o d e
u m a m e d i d a r e l a t i v a p o r definição.
D a d a s d u a s potências P 1 e P 2 e m v a l o r e s a b s o l u t o s e n a m e s m a u n i d a d e , a relação
entre P I e P 2 e x p r e s s a e m d B v e m a ser:

| i ( d B ) = 101og,,|i = x ( d B )

P a r a f a z e r o i n v e r s o ( u s a n d o a u n i d a d e m W ) , u s a r a expressão:

| i (mW) = anti log,, ^ = 1 0 ^ (mW)

A s s i m s e n d o , o d B é u m a u n i d a d e d e comparação d e níveis d e potência, p o r t a n t o não


está c o r r e t o d i z e r q u e u m a potência v a l e x d B e s i m , q u e e s t a potência é m a i o r o u m e n o r
X d B e m relação a o u t r a potência.
Por v e z e s s e t o r n a u m v a l o r p a r t i c u l a r d e potência p a r a s e r v i r d e referência n a
comparação c o m o u t r a s . E s t a referência é c o m u m e n t e o w a t t o u m i l i w a t t .
V a m o s analisar o sistema abaixo:

P1 P2
SISTEMA
V1 V2
A = ponto de medida

C a s o 1 : Relação S i n a i / R u i d o
P 1 = potência d e u m s i n a l ( S )
P 2 = potência d e u m mído ( R )

R S R ( d B ) = 101og„~
H
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C a s o 2 : G a n h o d e Potência
P 1 = potência d e e n t r a d a d o s i n a l
P 2 = potência d e saída d o s i n a l

GP{dB)=101og,,|^

C a s o 3 : G a n h o d e Tensão
V I = tensão d e e n t r a d a d o s i n a l
V 2 = tensão d e saída d o s i n a l

GV(dB)=20Iog.,|^

onde;

(V2f
e P2=
R R

8 . 3 - OPERAÇÕES C O M DECIBÉIS ( d B )

A s únicas operações possíveis e n t r e d o i s v a l o r e s e x p r e s s o s e m d B são a s o m a e a


subtração, s e n d o o r e s u l t a d o também e x p r e s s o e m d B . C o m o o d B r e s u l t a d a aplicação
d e u m a função logarítmica, a operação d a s o m a c o r r e s p o n d e n t e , e m e s c a l a l i n e a r , à
multiplicação, e a subtração e m d B a u m a divisão e m e s c a l a l i n e a r .
A s s i m , p o r e x e m p l o , d a d a u m a c e r t a potência " P " , s e d o b r a r m o s s e u v a l o r , t e r e m o s :

PI PI
PI = 2P o u = 2 => (dB)=10Iog,o2 = 3dB

32
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S e a g o r a r e d u z i r m o s a potência " P " a m e t a d e teríamos:

P PI 1 PI 1
Pl = - o u — = - = > —(dB)=Iog.„-

101og,,| = -10log,,2=-3dB

A s s i m , s o m a r 3 d B e q u i v a l e a m u l t i p l i c a r a potência p o r u m f a t o r d e 2 , e n q u a n t o d i m i n u i r
3 d B c o r r e s p o n d e a d i v i d i r p o r u m f a t o r d e 2 ( r e d u z i r a potência à m e t a d e ) .
A tabela 3 apresenta alguns v a l o r e s típicos d e p a r c e l a s e m d B e o significado
e q u i v a l e n t e , e m e s c a l a l i n e a r , d a s o m a o u subtração d e s s a s p a r c e l a s .

E S C A L A L O G A R Í T M I C A E S C A L A LINEAR

Parcela a S o m a r (ou subtrair) Fator a Multiplicar (ou dividir)

OdB 1
1dB 1,26
2dB 1,60
3dB 2,0
10dB 10,0

TABELA 3

8.4 - D E C I B E L E M RELAÇÃO A 1 m W ( d B m )

E s t a u n i d a d e a b r e v i a d a p o r d B m , é u t i l i z a d a p a r a i n d i c a r a relação e n t r e d u a s potências
P 1 e P 2 , q u a n d o s e e s t a b e l e c e , c o m o referência, P 2 = 1 m W . D e s s a f o r m a , d e s d e que
fixamos a referência e m 1 m W , o d B m é u m a m e d i d a a b s o l u t a d e potência, e n q u a n t o q u e
dB é u m a unidade de medida relativa.
C a s o a referência s e j a f i x a d a e m 1 W a o invés d e I m W teríamos a u n i d a d e c o n h e c i d a p o r
dBW.

33
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D a d a u m a c e r t a potência P x , e m m W , p o d e - s e d e t e r m i n a r o s e u v a l o r e m d B m , u s a n d o a
expressão:
Px
P(dBm)= 10 log ImW

D e v e - s e , e n t r e t a n t o , o b s e r v a r q u e i m p l i c i t a m e n t e e s t a m o s r e f e r e n c i a n d o e s t a potência a
1 m W , que t e m o valor de OdBm, c o m o mostrado n a figura 1 1 .

XdBm
X dBm acima de 1 m W

1mW = 0dBm
/////////

F I G U R A 11

8.4.1 - OPERAÇÕES C O M d B m

- S o n t a o u subtração d e d B m c o m d B :
D a d a u m a c e r t a potência a b s o l u t a , e x p r e s s a e m d B m , a s o m a ( o u subtração) d e u m v a l o r
e m d B s i g n i f i c a , e m e s c a l a l i n e a r , a multiplicação ( o u divisão) d a potência p e l o f a t o r
correspondente. O resultado é u m a n o v a potência a b s o l u t a , d e v e n d o portanto s e r
expressa e m dBm.
Exemplo:
D a d a u m a potência P = 2 0 d B m , q u a l o v a l o r e m d B m e e m m W d o d o b r o d e s t a potência ?
a) V a l o r e m d B m :
C o m o d o b r a r a potência s i g n i f i c a s o m a r 3 d B , t e m - s e :
P ( d B m ) - 2 0 d B m •»• 3 d B = 2 3 d B m

b) V a l o r e m m W :

P(mW)= antilog,, = 10' = lOOmW


P(inW) = 2.P = 2x100 = 200inW

34
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Observe que o resultado da s o m a de d B m com dB é expresso e m dBm.

8.5 - d B r

O d B r é u m a u n i d a d e d e n o m i n a d a d B r e l a t i v o e é u t i l i z a d a p a r a i n d i c a r atenuação o u
g a n h o e m u m p o n t o q u a l q u e r d o s i s t e m a e m relação a u m p o n t o d e referência.
O nível r e l a t i v o n o p o n t o D , i g u a l a 3 d B r n a f i g u r a 1 2 , s i g n i f i c a q u e q u a l q u e r sinal
a p l i c a d o e m A , chegará e m D c o m o v a l o r 3 d B , a c i m a d o v a l o r d e A .

OdBr 10 dBr -5 dBr 3 dBr


AMPUFICADOR ATENUADOR AMPLIFICADOR

i ' 10 dB B 15 dB C 8dB c

F I G U R A 12

D e v e - s e n o t a r q u e o s níveis r e l a t i v o s não s e r e l a c i o n a m c o m a potência e m amplitude


r e a l n o s vários p o n t o s , p o i s o s v a l o r e s r e l a t i v o s s e a p l i c a m m e s m o n a ausência d e s i n a l .
O p o n t o d e nível r e l a t i v o z e r o p o d e , e m princípio, s e r a r b i t r a r i a m e n t e d e f i n i d o c o m o u m
ponto qualquer do sistema, o u m e s m o fora dele. O que importa é que quando se conhece
u m nível r e l a t i v o a u m p o n t o d o s i s t e m a , s e conheça também, o nível d e s t e s i n a l e m o u t r o
ponto qualquer.

8.6 - d B m O

A u n i d a d e d B m O é a potência a b s o l u t a , e m d B m , r e f e r e n t e a I m W a p l i c a d o n a o r i g e m o u
n o p o n t o d e nível r e l a t i v o z e r o d o s i s t e m a .
E s t a u n i d a d e é n o r m a l m e n t e u s a d a p a r a i n d i c a r a potência d e s i n a i s d e níveis f i x o s t a i s
c o m o s i n a i s d e t e s t e s , t o r r e s d e sinalização, p i l o t o s , e t c .

35
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Se n o ponto A d a figura 1 3 , u m d e t e r m i n a d o s i n a l e s t i v e r e m u m nível a b s o l u t o d e


- 2 0 d B m ( e m q u a l q u e r p o n t o d o s i s t e m a e s t e s i n a l t e m a potência d e - 2 0 d B m O ) , a
potência a b s o l u t a e m d B m n o p o n t o B d e nível r e l a t i v o 5 d B r , terá:

-20 d B m O + 5 d B r = -15 d B m

A s s i m , a c r e s c e n t a - s e o " O " p a r a s i g n i f i c a r q u e o nível d e - 2 0 d B m c o r r e s p o n d e a o v a l o r


m e d i d o n o p o n t o d e nível r e l a t i v o z e r o d o s i s t e m a .
E m relação a o p o n t o C d e nível r e l a t i v o d e 2 5 d B r será:

-20 d B m + 2 5 d B r = 5 d B m

OdBr 5 dBr 25 dBr


20 dRm AMPUFICADOR AMPURCADOR

A 5dB B 20dB C

F I G U R A 13

P o r t a n t o , e m q u a l q u e r p o n t o d o s i s t e m a , c o n s i d e r a - s e s e u nível r e l a t i v o a o p o n t o z e r o e
a potência a b s o l u t a e m d B m poderá s e r o b t i d a p e l a s e g u i n t e expressão:

dBm =dBmO + dBr

Consequentemente:

dBmO « d B m - dBr
dBr » d B m - dBmO

A t a b e l a 4 m o s t r a a equivalência e n t r e d B m , v o l t s e w a t t p a r a u m a impedância d e 5 0 Q .

A t a b e l a 5 m o s t r a a l g u m a s equivalências e n t r e d B m e v o l t s p a r a u m impedância d e 7 5 a ,

135Q, 6 0 0 n e 9 0 0 n .

36
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DBm V W dBm mV uW dBm uV nW dBm nV pW


+53 100 200 1 - 200 800 -54 450 -107 1000
+50 70,7 100 2 - 180 640 -55 400 - 108 900
+49 64 80 3 - 160 500 -56 351 - 109 800
+48 58 64 4 - 141 400 -57 320 -110 710
+47 50 50 5 - 125 320 -58 260 -111 650
+46 44.5 40 6 - 115 250 -59 251 -112 580
+45 40 32 7 - 100 200 -60 225 - 113 500
+44 32.5 25 8 - 90 160 -61 200 - 114 450
+43 32 20 9 - 80 125 -62 180 - 115 400
+42 28 16 -10 71 100 -63 160 -116 355
+41 26.2 12.5 - 11 64 -64 141 - 117 325
+40 22.5 10 -12 58 -65 128 -118 285
+39 20 8 - 13 50 -66 115 - 119 251
+38 18 6.4 -14 45 -67 100 - 120 225
+37 16 5 -15 40 -68 90 - 121 200
+36 14.1 4 -16 35.5 -69 80 - 122 180
+35 12.5 3.2 -17 31.5 -70 71 - 123 160
+34 11,5 2.5 -18 28.5 -71 65 - 124 141
+33 10 2 - 19 25.1 -72 58 - 125 128
+32 9 1.6 -20 22.5 10 -73 50 - 126 117
+31 8 1.25 -21 20 -74 45 -127 100
+30 7.1 1 -22 17.9 -75 40 -128 90
dBm V mW -23 15.9 -76 35 -129 80
+29 6.4 800 -24 14.1 -77 32 -130 71
+28 5.8 640 -25 12.8 -78 29 - 131 61
+27 5 500 -26 11.5 -79 25 - 132 58
+26 4,45 400 -27 10 -80 22.5 -133 50
+25 4 320 -28 8.9 -81 20 - 134 45
+24 3,55 250 -29 8 -82 18 - 135 40
+23 3.2 200 -30 7.1 1 -83 16 -136 35
+22 2 8 160 -31 6.25 -84 14.1 - 137 33
+21 2.52 125 -32 5.8 -85 12.9 -138 29
+20 2.25 100 -33 5 -86 11.5 -139 25
+19 2 80 -34 4.5 -87 10 - 140 23
+18 1.8 64 -35 4 -88 9
+ 17 1.6 50 -36 3.5 -89 8
+ 16 1.41 40 -37 3.2 -90 7.1
+ 15 1,25 32 - 3 8 2.85 -91 6.1
+ 14 1.15 25 - 3 9 2.5 -92 5.75
+13 1 20 - 4 0 2.25 0,10 - 93 5
+12 0.9 16 - 4 1 2 -94 4.5
+ 11 0.80 12.5 -42 1.8 -95 4
+10 0.71 10 -43 1.6 -96 3.51
+9 0.64 8 -44 1.4 -97 3.2
+8 0.58 6.4 -45 1.25 -98 2.9
+7 0.50 5 -46 1.18 -99 2.51
+6 0.445 4 -47 1 - 100 2.25
+5 0.40 3.2 -48 0.90 -101 2
+4 0.355 2.5 -49 0.80 - 102 1.8
+3 0.320 2 -50 0.71 0.010 - 103 1.6
+2 0.280 1.6 -51 0.64 - 104 1.41
+ 1 0.252 1.25 -52 0.57 - 105 1.25
0 0.225 1 -53 0.50 - 106 1.18

TABlELA 4

37
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dBm V V V V V V

900Q 600Q 150D 13SQ 75Q 50Q

+30 30 24,49 12,25 11,62 8,66 7,08


+20 9.49 7,75 3,87 3,67 2,74 2,24
+10 3 2,45 1,23 1,16 0,666 0,708
0 0,949 0,775 0,387 0,367 0,274 0,224
-10 0,3 0,245 0,123 0,116 86,6m 70,8m
-20 94,9m 77,5m 38,7m 36,7m 27,4m 22,4m
-30 30m 24,5m 12.3m 11,6m 8,66m 7,08m
-40 9,49m 7,75m 3,87m 3,67m 2,74m 2,24m
-50 3m 2,45m 1,23m 1,16m 866H 708^
-60 949H 775^1 367^ 367H 274^ 224^
-70 300^ 245n 123n 116^ 86,6^ 70,8n
-80 94,9H 77,5n 38,7^ 36,7^ 27,4^ 22,4^

T A B E L A 5

A f i g u r a 1 4 n o s dá u m e x e m p l o d e aplicação d a s u n i d a d e s d e m e d i d a s d B m , d B m O , d B r

e m u m c a n a l telefónico.

38
H
Companhia de
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( A ) L i n h a telefónica
Cent. tel Mux Demux Cent. T e

medidas

(B) Diagrama do -2i^Bm


nível e m d B m -2dBm
L.-^dBm

( C ) Nível d e -2dBmO -2dBmO -2dBmO -2dBmO -2dSmO


referência e m d B m O

+8dBr
+4dBr
( D ) Níveis OcfBr OdBr
relativos e m dBr
^-6dBr

F I G U R A 14

S e t o m a r m o s o p o n t o T c o m o referência e a t r i b u i r m o s a e s t e o v a l o r d e O d B , o g a n h o o u
atenuação d o c a n a l d e v o z e m q u a l q u e r p o n t o d a l i n h a está r e l a c i o n a d o c o m o p o n t o d e
O d B , t o m a d o c o m o referência ( l i n h a C ) . A diferença e n t r e o s níveis e m d B m O e d B r , é q u e
o d B r não está r e l a c i o n a d o c o m o nível d e potência a b s o l u t a , m a s s i m , c o m o nível
r e l a t i v o a u m p o n t o arbitrário t o m a d o c o m o referência ( O d B r )

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9 -MEIOS DE ACOPLAMENTOS D A INTERFERÊNCIA E L E T R O M A G N É T I C A

São três a s f o r m a s básicas d e a c o p l a m e n t o e n t r e o s i n a l g e r a d o i n d e s e j a d o ( E M I ) e o


r e c e p t o r o u e q u i p a m e n t o vítima, c o m o m o s t r a a f i g u r a 1 5 .

1) A c o p l a m e n t o p o r Irradiação:
N e s s e c a s o não e x i s t e ligação física e n t r e o g e r a d o r e o r e c e p t o r , e a E M I v e m i r r a d i a d a
p e l o a r g e r a l m e n t e p o r m e i o d e a n t e n a s o u c a b o s c o m o e m s i n a i s d e rádio, T V , l i n h a s d e
a l t a tensão, e t c .

2) A c o p l a m e n t o p o r Indução:
Nesse caso, embora nâo e x i s t a conexão física e n t r e o s i n a l g e r a d o (EMI) e o
equipamento vítima, o c o r r e tensões i n d u z i d a s por campos magnéticos c o m o e m
transformadores, descargas eletromagneticas naturais, etc.

3) A c o p l a m e n t o p o r Condução:
N e s s e c a s o há u m a ligação física e n t r e o s i n a l g e r a d o ( E M I ) e o r e c e p t o r c o m o p o r
e x e m p l o e m u m a f o n t e d e alimentação g e r a n d o ruídos n o s eletrodomésticos, e t c .
N o s três c a s o s a c i m a d e s c r i t o s d e v e - s e l e v a r e m consideração:
a) P r o x i m i d a d e d a fonte g e r a d o r a ;

b ) Nível d o s i n a l g e r a d o ;
c) S u s c e t i b i l i d a d e d o e q u i p a m e n t o vitima;
d) Falta d e b l i n d a g e m / filtragem n o s i s t e m a emissor.

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1
D.
SISTEMA SISTEMA
EMISSOR RECEPTOR

acoplamento conduzido
acoplamento induzido
a c o p l a m e n t o inradiado

F I G U R A 15

9.1 - M O D E L O D E M E I O S D E ACOPLAMENTO

D e u m m o d o g e r a l , o c o e f i c i e n t e d o a c o p l a m e n t o é d e f i n i d o através d a ponderação d a
a m p l i t u d e d o s i n a l p a r a s i t a e m i t i d o p e l a f o n t e i n t e r f e r e n t e e a tensão p a r a s i t a o b t i d a n o
e q u i p a m e n t o vítima. U m m o d e l o d e configuração básica p o d e s e r a n a l i s a d o n o " e s q u e m a
das duas caixas", mostrado na figura 16:

Caixa 1 Caixa 2

.A:
1 r

Plano de terra

FIGURAIS

À partir d e s s e m o d e l o , p o d e - s e definir dois tipos d e a c o p l a m e n t o :

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9 . 1 . 1 ) M O D O C O M U M ( O U ASSIMÉTRICO, O U P A R A L E L O )

9 . 1 . 1 . 1 ) A c o p l a m e n t o d e Impedância d e A t e i r a m e n t o C o m u m

N e s s e a c o p l a m e n t o a tensão i n d u z i d a p o r c o r r e n t e s q u e f l u e m através d a impedância


c o m u m ( c o m o , p o r e x e m p l o , impedância d e saída d e f o n t e d e alimentação, l i n h a d e
r e t o m o d e s i n a l , p i a n o d e a t e r r a m e n t o , e t c ) r e s u l t a e m u m a tensão d e m o d o c o m u m q u e
i n d u z c o r r e n t e s d e m o d o c o m u m n o s c a b o s d e s i n a l d e u m c i r c u i t o . E s s a tensão d e m o d o
c o m u m é p a r c i a l m e n t e c o n v e r t i d a e m tensão d e m o d o d i f e r e n c i a l n o s t e r m i n a i s d e
e n t r a d a d e s i n a l d o e q u i p a m e n t o vítima, c o m o m o s t r a d o n a f i g u r a 1 7 .

1 cabo
II
r
12

Vi

ig ig «g
4 ^

p l a n o d e t e r r a metálico c o m u m

FI©URA 1 7

9 . 1 . 1 . 2 ) A c o p l a m e n t o Irradiad® «íe M e d e ®@mmm

E s s e a c o p l a m e n t o c o n v e r t e u m c a m p o elétrico o u magnético e m u m a tensão d e c i r c u i t o


a b e r t o d e m o d o c o m u m n a área d e laço m o s t r a d a n a f i g u r a 1 8 . E s s a tensão a g e c o m o
u m a f o n t e d e perturbação g e r a n d o c o r r e n t e s d e m o d o c o m u m , I I e 12, e m t o m o d a s d u a s
áreas d e laço q u e i n c l u e m o s d o i s c a b o s .

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p l a n o d e referência d e t e r r a

F I G U R A 18

OBS.:
E s s e a c o p l a m e n t o d e m o d o c o m u m a u m e n t a c o m a frequência a u m a t a x a d e 2 0 d B p o r
década até q u e a frequência d e c o r t e é alcançada, n a q u a l o c o m p r i m e n t o d o laço é
metade d o comprimento d e onda. Acima d e s s a frequência, supõe-se c o n s t a n t e o
acoplamento de modo comum.

9.1.2) M O D O D I F E R E N C I A L ( O U SIMÉTRICO, O U SÉRIE)

9.1.2.1) A c o p l a m e n t o I r r a d i a d o d e M o d o D i f e r e n c i a l

E s s e a c o p l a m e n t o c o n v e r t e u m c a m p o elétrico o u magnético e m u m a tensão d e m o d o


d i f e r e n c i a l p r o d u z i d a p o r irradiação d i r e t a n a área d e laço d o c i r c u i t o d e u m c a b o , c o m o
m o s t r a f i g u r a i 9 . A tensão d e m o d o d i f e r e n c i a l a p a r e c e então, distribuída através d a
impedância d a f o n t e " Z s " , e d o s t e r m i n a i s d e e n t r a d a d o c i r c u i t o d a c a r g a ( c i r c u i t o lógico,
a m p l i f i c a d o r , e t c ) , p o d e n d o p r o v o c a r E M I n o último.

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área d e laço
11 e 12 = c o r r e n t e s d e m o d o d i f e r e n c i a l

F I G U R A 19

9.2) T I P O S D E A C O P L A M E N T O S

9.2.1) A c o p l a m e n t o d a R e d e Elétrica

E s s e a c o p l a m e n t o e n v o l v e a s emissões c o n d u z i d a s n a r e d e elétrica, o n d e a s emissões


p o d e m s e r harmónicas d e 5 0 , 6 0 o u 4 0 0 H z , s i n a i s d e b a n d a e s t r e i t a d e e m i s s o r e s
intencionais, o u energia d e banda larga d e fontes impulsivas o u transientes. Como
exemplos tem-se o s transientes d e m o d o diferencial devido a outros equipamentos
( m o t o r e s e m g e r a l ) q u e são usuários d a r e d e elétrica e t r a n s i e n t e s d e m o d o comum
d e v i d o a e n e r g i a i r r a d i a d a d e u m a d e s c a r g a atmosférica.
O a c o p l a m e n t o d e perturbações a s s o c i a d a s c o m a r e d e elétrica, i n c l u i também, emissões
g e r a d a s p o r c o m p u t a d o r e s o u s i s t e m a s d i g i t a i s q u e são a c o p l a d a s à r e d e elétrica e
p o d e m potencialmente interferir e m outros e q u i p a m e n t o s instalados n a rede.
A f i g u r a 2 0 a p r e s e n t a u m m o d e l o g e r a l d e emissão e s u s c e p t i b i l i d a d e n o a c o p l a m e n t o d a
r e d e elétrica. D e s s e s m o d e l o s p o d e - s e c o n c l u i r q u e o parâmetro impedância d a r e d e
elétrica é i m p o r t a n t e para a definição d o s l i m i t e s d e emissão e i m u n i d a d e d o s
equipamentos:

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- P a r a n o r m a s d e emissão, o n d e o a s p e c t o crítico é a tensão q u e a p a r e c e n a r e d e


elétrica, d e v i d o às emissões d o s e q u i p a m e n t o s , m a i o r e s v a l o r e s d e impedância d e v e r i a m
ser usados;
- P a r a considerações d e i m u n i d a d e , m e n o r e s v a l o r e s d e impedância d e v e r i a m s e r
utilizados.

Emissão

Produto

Impedância d a Forite de
r e d e elétrica per|jrbação
n o m n vítima
0

Suscetibilidade
Vítima

Impedância d a r e d e elétrica
c o m o f o n t e d e perturbação
T

F I G U R A 20

9.2.2) A c o p l a m e n t o C a p a c i t i v o e I n d u t i v o

O a c o p l a m e n t o c a p a c i t i v o é a f e t a d o p e l a separação d e q u a l q u e r p a r d e f i o s e e s s e
d i m i n u i à u m a t a x a d e • 4 0 d B p o r década c o m o a u m e n t o d e s s a separação, além d e s e r
d i r e t a m e n t e a f e t a d o t a n t o p e l o c x j m p r i m e n t o d o c a b o , q u a n t o p e l a impedância d e c a r g a
d o c i r c u i t o vítima.

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j S ^ H H Companhia de

^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ n Transmissão d e
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O a c o p l a m e n t o i n d u t i v o é a f e t a d o p e l a separação d o s f i o s e d e c r e s c e a - 4 0 d B p o r
década c o m o a u m e n t o d e s s a separação; além d e s e r a f e t a d o t a n t o p e l o c o m p r i m e n t o d o
c a b o , c o m o p e l a impedância d o c i r c u i t o c a r g a e f o n t e .
A diafonia entre pares d e fios é u m exemplo d e acoplamento indutivo e capacitivo,
e m b o r a e s s a s e j a m a i s sensível p a r a a c o p l a m e n t o i n d u t i v o d o q u e p a r a acoplamento
capacitivo

5 . 2 . 3 ) A c o p l a m e n t o p o r Capacitâncias P a r a s i t a s n a Alimentação

T o d a alimentação p r e s e n t e e n t r e s e t o r e s e saídas d o s c i r c u i t o s t e m u m a c a p a c i d a d e
p a r a s i t a típica d e c e r c a d e c e n t e n a s d e p i c o f a r a d s .
U m i m p u l s o d e tensão e m m o d o c o m u m d e v i d o , p o r e x e m p l o , a u m c a m p o magnético,
i n d u z u m a c o r r e n t e n o s c o n d u t o r e s d e alimentação q u e r e t o m a à t e r r a v i a capacitâncias
p a r a s i t a s e n t r e òs c i r c u i t o s i m p r e s s o s , o s c o n d u t o r e s d e alimentação, b a s t i d o r e s , e t c .
A s s i m s e n d o , e s t a c o r r e n t e será p o s s i v e l m e n t e d e s a s t r o s a p a r a o s c i r c u i t o s d e a l t a
impedância. M e s m o q u e i d e a l i z e m o s o m e l h o r l a y o u t possível d o a t e r r a m e n t o d a f o n t e ,
a i n d a ocorrerá o p r o b l e m a d e c h a v e a m e n t o d o s c o m p o n e n t e s eletrònicos q u e p r o v o c a
u m t r a n s i e n t e q u e f l u i através d o s i s t e m a d e alimentação e a t e r r a m e n t o . U m a m a n e i r a d e
eliminar o u minimizar esse transiente é o uso d e capacitores d e desacoplamento e o anel
d e fen-ite j u n t o a o c o m p o n e n t e e m i s s o r d e transientes.
Portanto, o layout, o desacoplamento e a filtragem d a f o n t e d e alimentação d e v e m s e r
práticas padrões d e p r o j e t o .

9.2.4) E f e i t o A n t e n a n o s A t e r r a m e n t o s

O e f e i t o a n t e n a poderá e x i s t i r d e p e n d e n d o d o c o m p o r t a m e n t o d o s c i r c u i t o s r e s s o n a n t e s
q u e e n v o l v e m o s c o n d u t o r e s u t i l i z a d o s n o a t e r r a m e n t o . E s s e s c o n d u t o r e s poderão a t u a r
c o m o antenas, para irradiar o u captar sinais interferentes, d e p e n d e n d o d o c o m p r i m e n t o
físico d o c o n d u t o r q u e está r e l a c i o n a d o a o c o m p r i m e n t o d e o n d a .
O d i p o l o s i m p l e s é o t i p o m a i s e l e m e n t a r d e a n t e n a , constituída d e d u a s partes
c o n d u t o r a s d e i g u a i s dimensões, t e n d o s u a designação r e l a c i o n a d a a o s e u c o m p r i m e n t o
t o t a l , m e d i d o d e p o n t a a p o n t a , c o n f o r m e figura 2 1 .

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)r
L = 2I
d

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A partir d e s s a figura tem-se:


L < X/10 - dipolo curto;
L = yjA - d i p o l o d e q u a r t o d e o n d a ;
L= X/2 - dipolo de meia onda;
L= X- dipolo de onda completa.

O m o n o p o l o também é u m t i p o m u i t o e l e m e n t a r , constituído d e a p e n a s u m a parte


c o n d u t o r a , t e n d o a s u a designação r e l a c i o n a d a a o s e u c o m p r i m e n t o t o t a l , m e d i d o d e
ponta a ponta, com mostra a figura 22.

plano de terra
//////////// -7777777777

l i n h a d e alimentação

F I G U R A 22

A partir d e s s a figura t e m - s e :
1< / J 1 0 - m o n o p o l o c u r t o ;
1= > J 4 - m o n o p o l o d e q u a r t o d e o n d a ;
1= X / 2 - m o n o p o l o d e m e i a o n d a ;
1= X - m o n o p o l o d e o n d a c o m p l e t a .

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O s m o n o p o l o s d e c o m p r i m e n t o m e n o r e s q u e X / 4 nâo são r e s s o n a n t e s , o u s e j a m ,
a p r e s e n t a m além d a «imponente r e s i s t i v a u m a c o m p o n e n t e reaíiva q u e n e s t e caso
particular é capacitiva.
A s s i m q u e o v a l o r d a resitência d e irradiação t e n d e a c a i r a v a l o r e s m u i t o s b a i x o d e v i d o
a o e n c u r t a m e n t o , o q u e t e n d e a f a z e r c o m q u e o r e n d i m e n t o d a a n t e n a c a i a também. I s t o
s e dá d e v i d o a o f a t o d e q u e o v a l o r d a resistência d e irradiação t e n d e a s e a p r o x i m a r d o
v a l o r d a resistência o h m i c a d o c o n d u t o r d o q u a l é constmído o m o n o p o l o . P a r a s e e v i t a r
a b a i x a eficiência d o m o n o p l o c u r t o d e v e m o s r e s t r i n g i r o s e u c o m p r i m e n t o p a r a o máximo
d a o r d e m d e X / 6 , e m e s m o a s s i m é necessário e l i m i n a r a reatância c a p a c i t i v a d o
monopolo, colocando n o s e u p o n t o d e alimentação, u m a indutância s i n t o n i z a d a n a
frequência d e operação. C o m i s s o a impedância d o c o n j u n t o n o p o n t o d e alimentação
será p u r a m e n t e r e s i s t i v a . A resistência o u impedância d e irradiação d e u m a a n t e n a p o d e
s e r m e d i d a através d a e n e r g i a i i r a d i a d a p e l a a n t e n a .

U m b o m m o d e l o d e m e d i d a para o f i ocondutor é o m o n o p o l o d e u m quarto d e o n d a (X/4),


d o q u a l s e t e m u m a impedância teórica d e 3 6 , 5 O , c o m o m o s t r a a f i g u r a 2 3 . U m a a n t e n a
que transmita o u receba 1 0 % o u m e n o s d oq u e o monopolo pode s e r definida como
ineficiente.

Dessa forma, é importante q u e u m condutor d e aterramento seja visto s o b o ponto d e


v i s t a d e u m a a n t e n a i n e f i c i e n t e , c o m o t e n d o q u e e x i b i r u m a impedância d e 3 6 , 5 D o u
m e n o s , o u seja, u m curto circuito para o sinal captado o u irradiado.

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F I G U R A 23

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O critério c o n v e n i e n t e p a r a s e c o n s e g u i r u m a " a n t e n a p o b r e " , é q u e s e u c o m p r i m e n t o d e


onda seja (X/IO) o u menos, para que esses condutores quando expostos à campos
eletromagnéticos h o s t i s , não s e c o m p o r t e m c o m o a n t e n a s , i n - a d i a n d o e o u , captando
s i n a i s indesejáveis, e s i m c o m o u m b o m c o n d u t o r à t e r r a .
N a s figuras 2 4 e 2 5 nos m o s t r a m o "efeito antena" que pode ser experimentado e m
s i s t e m a s d e a t e r r a m e n t o , s e n d o q u e n o p r i m e i r o c a s o , t e m - s e o s i n a l c a m i n h a n d o até o
t e r r a c o n f i g u r a n d o u m a a n t e n a " l o o p " , s e n d o i l u s t r a d o também o c a m p o magnético d a
captação ( E m ) .
N o segundo caso, u m a parte d o caminho d e terra, que é longo, desenvolve u m a certa
tensão, m o t i v a d a p e l a o n d a e l e t r o m a g n e t i c a i n c i d e n t e e n t r e a c a r g a f i n a l e o c a m i n h o d e
r e t o m o . N e s s a configuração t e m o s o e f e i t o a n t e n a " m o n o p o l o " .

Onda Em

F I G U R A 24

onda E M

////////////////////////////////////////

F I G U R A 25

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10 • C O N T R O L E D A C O M P A T I B I L I D A D E ELETROMAGNÉTICA E M U S I N A S E
SUBESTAÇÕES

C o n s i d e r a n d o a g r a n d e c a p a c i d a d e d o s i s t e m a elétrico e m g e r a r s u r t o s m u i t o a c i m a d o s
níveis d e f i n i d o s e m n o r m a s , o u m e s m o a inexistência d e s s a s e m várias situações, é d e
grande importância o c u i d a d o q u e s e d e v e t e r n a instalação d e u m s i s t e m a d e c o n t r o l e
para garantir a E M C .
Aspectos como l a y o u t d a subestação, b l i n d a g e m , aterramento, cablagem, proteção
c o n t r a d e s c a r g a s atmosféricas, instalações elétricas i n t e r n a , proteção c o n t r a s u r t o s e
t r a n s i e n t e s , e t c , d e v e m s e r c o n s i d e r a d o s d e f o r m a c o n j u n t a , nâo só p e l o s e u inter-
r e l a c i o n a m e n t o , c o m o também p e l a n e c e s s i d a d e d e s e o b t e r , a c o m p a t i b i l i d a d e entre
e q u i p a m e n t o s sensíveis e f o n t e s tão i n t e n s a s d e ruídos, através d o e s c a l o n a m e n t o d a s
barreiras eletromagneticas.
N a instalação d e n o v o s s i s t e m a s d e automação e m s i s t e m a s já e x i s t e n t e s , é i m p o r t a n t e
c o n s i d e r a r a s d i f i c u l d a d e s d e adaptação o u modificações necessárias p a r a a operação
c o m s i s t e m a s d i g i t a i s , c o m o p o r e x e m p l o a s modificações n o a t e r r a m e n t o , a s inclusões
d e proteção n a alimentação, a d i s p o n i b i l i d a d e d e espaço p a r a a inclusão d e b a s t i d o r e s e
painéis c o m d i s p o s i t i v o s d e supressão n a c a b l a g e m d o s i s t e m a , e t c .
Também, v a l e c i t a r q u e a c o n f i a b i l i d a d e d o sistema d e automação d e p e n d e d a
implantação e manutenção d e u m p r o g r a m a d e O D n t r o l e d e d e s c a r g a s eletrostáticas n o
q u e s e r e f e r e a o f o r n e c i m e n t o d e peças e c o m p o n e n t e s u t i l i z a d o s n a manutenção e
operação d o s e q u i p a m e n t o s eletrònicos e n v o l v i d o s n a automação.
O s s i s t e m a s d e aten-amento, blindagens, filtros, d e v e m s e r b e m e s t u d a d o s e praticados
s e n d o q u e a adoção d e u m o u m a i s i t e n s , e m n e n h u m m o m e n t o terá caráter r e d u n d a n t e .
Para maiores detalhes vide tabela 6 abaixo.

50
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E n e r g i a Elétrica
Paulista

TABELA 6

EVENTOS EFErros FREQUECIAS GERADAS E


M A G N I T U D E S D A S TENSÕES

1-Circulação d e c o r r e n t e s pel» E1 E 2 E 3E 4E 6 E 7 60 H z
s«l«
2 - induções d e tensões e E 3 E 7 E 8 E10 (ver corona e 60 H z
c o r r e n t e s eletrostáticas c e n t e l h a m e n t o - Crtens 5 . C e 5.D)

3 - Induções «le t e n s i e s e
correntes eletromagneticas: E 2 (para g r a n d e s a c o p l a m e n t o s ) 60 H z
- e m regime permanente
- e m regime e c u r t o - c i r c u i t o E2 E 3E 4 E 7

5 K H z à 1DMHZ
4- S u r t o s Distúrbios d e c u r t a duração Tensões d e 2 0 0 V à 3lcV
g e r a n d o rápidas variações d e C o r r e n t e s até 100 A ( p i c o )
tensões D e 1 à 100 oscilações / s ( c a d a
oscilação d u r a até 50)xs e m m o d o
c o m u m e diferencial)
4 A - S u r t o s g e r a d o s n a alta
tensão e t r a n s f e r i d o s p a r a a s
cablagens E 2 (indução d e tensões d e até S e c c i o n a d o r a s e L T d e 50 à
Ctiaveamento de seccionadoras / 8i^V e m c i r c u i t o s d e p o t e n c i a l e 300 k H z
disjuntores até 3 K v e m c i r r a i i t o s a l i m e n t a d o s
e m AC/DC)
Energizaçio / desenergização d e E 2 (tensões i n d u z i d a s são Seccionadoras e barramento d e
barramentos e L T ' s m a i o r e s n a energizaçâo) 300 à e O O K h z

N a ocon-ência: E 2 Ondução d e
a l t a s tensões n o s c a t i o s d a S / E
Curto-circuito ( S / E e L T ) p o r a c o p l a m e n t o eletromagnético
com barramentos e LT's)
N a eliminação: E 1 0 ( v e r
disjuntores)
B a n c o e s i s t e m a : inferior a 1 k H z
Manobras e m trancos d e B a n c o s e m paralelo: entre 5 à
c a p a c i t o r e s (energizaçâo) 15kHz

Manobras c o m transformadores E 2 (tensões d e até l O l t V n a


d e potencial capacitivo ( T P C s ) c a b l a g e m e n t r e secundário d o
T P C e a malha, principalmente
d u r a n t e desenergização c o m
arco)

51
H
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E n e r g i a Elétrica
Paulista

R e a t o r e s d e linha
(desenergização)
T r a n s f o r m a d o r e s (operação d o s
comutadores e m carga)
Disjuntores:
- Diferença d e t e m p o d e
f e c h a m e n t o d e pólos
- A l j e r t u r a p a r a eliminação d e E 2 (tensões c o m f r e n t e d e o n d a
curío-drcuito rápida)

Operação d e t i r i s t o r e s u s a d o s e m
válvulas d e estações c o n v e r s o r a s
d e a l t a tensão o u c o m p e n s a d o r e s
estáticos
1kHz à 20MHz unidirecionais
4 B - Surtos gerados n a baixa Tensões e n t r e 1 0 0 V à 1 0 k V
tensão C o r r e n t e s até 1 0 0 A
E 6 (instalação d e b a i x a tensão) T e m p o crescimento: 5ns à 1 m s
T e m p o decaimento: 50ns à
100ms
Repetição: 1 à 1 0 p u l s o s / s
Duração t r e m d e p u l s o : 0 , 1 s
Chaveamento de cargas e S e u s efeitos c h e g a m a atingir
contatores d e reles 1 5 m d e f i o e m relação à f o n t e d e
surto
Operação d e máquinas elétricas
u t i l i z a d a s e m serviços g e r a i s
5- incidência d i r e t e d e c a m p o s
irradiados
5A- P o r manobras/curtos-circuitos
58- P o r e q u i p a m e n t o s d e radio- Interferências e m r e l e s estáticos
frequência (rádio c o m u n i c a d o r e s , (E3 E 4 E5) e s i s t e m a s digitais 3kHz à 30GHz
radares, etc) microprocessados para
supervisão d e S / E s ( E 5 E 7 )
5 C - P o r c o r o n a (disrupção p a r c i a l E 7 (rádio-interferência) Inferior a 30MHz
d o ar)
5 D - P o r c e n t e l h a m e n t o (disrupção
c o m p l e t a d o a r e n t r e superfícies E 7 (rádio-interferência e T V I ) Superior a 30MHz
metálicas próximas)
5 E - P o r d e s c a r g a s eletrostáticas

52
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Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

5 F - P o r d e s c a r g a s atmosféricas E10 (condutores d e aten-amento


podem atuar como antenas)
Altas correntes injetadas no solo Duração: 1 0 m s à 2 0 0 0 m s
pela maltia d e aterramento, (200ms)*
podendo: I n t e n s i d a d e : I k A à 2 0 0 l v A (20 à
6 - D e s c a r g a s atmosféricas - E 1 ( g e r a r diferenças d e 40kA)*
potencial entre dois pontos d o T e m p o d e frente: 0,5^s à S . O ^ s
plano d e terra); (2,5^s)*
- E 2 ( i n d u z i r tensões transitórias Taxa d e crescimento:IkA/fis à
n o s s i s t e m a s d e alta e baixa 2 0 0 k A / ^ s (20 à ZOkA/yiS)*
tensão);
T e m p o até m e i o v a l o r . l O ^ s à
- E 7 (sinais d e controle e d e envio
200ps ( 3 0 n s à 50(is)*
d e informação), l o c a l i z a d o s
Frequências; 5 k H z à 1 , 5 M H z (até
próximos d a s áreas d a m a l h a d e
10kHz)*
a t e r r a m e n t o s u j e i t a s à elevação
(*) v a l o r c a r a c t e r i s t i c o
d e potencial.
O b s . : medições r e a l i z a d a s n o
Japão, i n d i c a m q u e s o m e n t e 3 7 %
do valor d a intensidade d e
c o r r e n t e a p r e s e n t a d a , flui p a r a o
s o l o , s e n d o p o r t a n t o responsável
p e l a elevação d e p o t e n c i a i s n a
malha
7- Tensões e c o r r e n t e s e m Efeito Inicial:
cablagem E 6 (no m o d o c o m u m e s t r e s s a o
isolamento)
E 9 (no m o d o t r a n s v e r s a l )
E f e i t o secundário:
E 3 (no m o d o c o m u m parte d a s
Por acoplamento capacitivo tensões t r a d u z - s e e m m o d o A l t a s freqiiências
transversal causando
Por acoplamento condutivo e perturtiação)
indutivo E 2 (no m o d o t r a n s v e r s a l p o d e m Maior q u e 300kHz (cabos longos)
o c o n - e r tensões d e m V e m
Induções eletrostáticas c i r c u i t o s d e impedância b a i x a e Maior q u e 500kHz (cabos curtos)
tensões m a i o r e s e m c i r c u i t o s d e
impedância a l t a )
Tensões d e m o d o t r a n s v e r s a l
Tnsões d e m o d o c o m u m

E q u i p a m e n t o s p o u c o s sensíveis E9

53
H
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7 A - Quanto à rota d a c a b l a g e m :
Distúrbios
A l t a s correntes d e curto-circuito A l t a frequência
7 B - Q u a n t o à segregação p o r 60Hz
tipo d e circuito:
- C i r c u i t o s secundários c o m
d i f e r e n t e s funções ( c i r c u i t o s d e
T C s , T P ' s , sinais d e
radiocomunicação, c o n t r o l e e
proteção, serviços a u x i l i a r e s )
- C a b o s d e b a i x o nível d e s i n a l
- C a b o s d e a l t a tensão
7C- Quanto a o aterramento da
blindagem E10 (acoplamento capacitivo
núcleo - t e r r a p e l a exposição d o
- E E Sque operam c o m baixos núcleo d o c a b o )
níveis d e s i n a i s (analógicos
< 50VAC) e m S / E sacima d e
138kV E 1 e E 9 (próximo a u m p o n t o d e
- D e s c a r g a s atmosféricas d e aterramento)
7D- Gerais Tensão d e m o d o t r a n s v e r s a l
- Cat)os multifios
- C a b o s m u l t i p a r e s não b l i n d a d o s
- L o o p s entre c a b o s

EFEITOS JÉF J l r J ^ J ^
E1 Elevação d e p o t e n c i a i s n o s o l o

E2 Tensões / c o r r e n t e s e l e v a d a s n o s e q u i p a m e n t o s

E3 F a l h a d e operação / f u n c i o n a m e n t o d o E q u i p a m e n t o s Eletrònicos Sensíveis ( E E S )

E4 Q u e i m a / perda d e controle dos E E S

E5 S i n a i s i n d e v i d o s ( f a l s o trip)

E6 R i s c o d e v i d a p a r a p e s s o a s / a n i m a i s e / o u risco p a r a a s instalações

E7 Interferências e m s i n a i s d e comunicação, transmissão d e d a d o s , e t c

EB Circulação d e c o n - e n t e s i n c o m o d a s às p e s s o a s

E9 Circulação d e c o r r e n t e s d e ruído

E10 O u t r o s e f e i t o s ( v e r i t e m específico)

54
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1 1 - REGULAMENTAÇÃO D A E M C

Muitas normas e regulamentos foram desenvolvidos para l i m i t a r a s emissões d e


dispositivos e para controlar o s níveis d e imunidade. A maioria d o s países
desenvolveram suas próprias n o r m a s e a s s e g u r a r a m s u a implantação, através d e
organismos regulamentadores. Exemplos d e organismos regulamentadores incluem a
F C C n o s E s t a d o s U n i d o s , a F T Z A / D E n a A l e m a n h a , e D O C n o Canadá. N o B r a s i l ,
d i v e r s a s comissões d e e s t u d o s f o r a m e s t a b e l e c i d a s n a A B R I C E M (Associação B r a s i l e i r a
de Compatibilidade Eletromagnetica), c o mo objetivo d e coordenar a s atividades
relacionadas a o estabelecimento d e requisitos técnicos e normas d e EMI/EMC.
B a s i c a m e n t e e s s a s n o r m a s são versões a d a p t a d a s d a s n o r m a s C I S P R , e n t r e o u t r a s .
M u i t a s d a s exigências são r e c e n t e s , e e l a s estão e v o l u i n d o c o n s t a n t e m e n t e à m e d i d a
q u e m a i s c o n h e c i m e n t o s são o b t i d o s n o c a m p o d a E M C .
P o d e - s e a f i r m a r q u e o s p r o j e t i s t a s d e e q u i p a m e n t o s e s i s t e m a s eletroeletrônicos, c u j a
preocupação básica e r a o c o n t r o l e d e emissões c o n d u z i d a s e i r r a d i a d a s , p a s s a r a m h o j e
a considerar, também, d e f u n d a m e n t a l importância o s aspectos relacionados à
s u s c e t i b i l i d a d e e l e t r o m a g n e t i c a . E s t a consideração r e s u l t a não a p e n a s d o s aspectos
técnicos necessários à p e r f e i t a operação d o s e q u i p a m e n t o s e s i s t e m a s e l e t r i c o s m a s ,
também p r i n c i p a l m e n t e , d o caráter obrigatório d a s n o v a s n o r m a s d e E M C d a l E C
(International Electrotechinical C o m m i s s i o n ) , à partir de 1996.
A s exigências m i l i t a r e s d e E M C são b a s e a d a s n a M I L - S T D 4 6 1 A e B e M I L - S T D 4 6 2 ,
n o r m a s e d i t a d a s p e l o D e p a r t a m e n t o d e D e f e s a d o s E s t a d o s U n i d o s . E s s a s exigências
diferem substancialmente das n o r m a s comerciais por apresentarem objetivos diferentes:
Operação compatível d e s i s t e m a s v a r i a d o s s o b condições c o m p l e x a s d e c a m p o d e
b a t a l h a p a r a o s m i l i t a r e s , e proteção d e T V , rádio, e o u t r o s serviços d e comunicação p a r a
os empreendimentos comerciais.
A s n o r m a s d e EMC c o b r e m u m a f a i x a a m p l a d e d i s p o s i t i v o s i n d o d e s d e e q u i p a m e n t o s
c o m o o s d a t e c n o l o g i a d a informação até f o r n o s d e m i c r o o n d a s e n a v i o s d e g u e r r a . A s
f a i x a s d e frequência c o n s i d e r a d a s , s e e s t e n d e m d e D C até a c i m a d e 4 0 G H z como
mostra a figura 26.

55
El
A F C C t e m a d o t a d o a s especificações técnicas e a d m i n i s t r a t i v a s c o n t i d a s n a 4 7 C F R ,
Companhia de
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Paulista

Parte 1 5 , Sub-parte J das "FCC Rules a n d Regulations". Essas especificações


e s t a t > e i e c e m o s l i m i t e s , p r o c e d i m e n t o s d e medição, e exigências d e certificação q u e s e
a p l i c a m a e q u i p a m e n t o s p a r a t e c n o l o g i a d a informação.
Já q u e o o b j e t i v o g e r a l d a s especificações é i m p e d i r a s interferências p r e j u d i c i a i s aos
serviços d e radio-comunicações, c o m a n d o e segurança, a F C C t e m u m a exigência d e
não-interferência. E s t a e s t a b e l e c e q u e m e s m o q u e t o d a s a s especificações técnicas
sejam satisfeitas, pode s e r exigido q u e u m equipamento causador d e interferência
p r e j u d i c i a l p a r e d e o p e r a r , s e f o r d e i n t e r e s s e público.
P r o c e d i m e n t o s d e certificação v a r i a m d e p e n d e n d o d o t i p o d e e q u i p a m e n t o . E n s a i o s d e
verificação p a r a e q u i p a m e n t o s C l a s s e A d e v e m s e r e x e c u t a d o s p e l o f a b r i c a n t e e o s
resultados do ensaio arquivados pelo m e s m o . A F C C pode pedir o envio de u m a amostra
de dados representativos desta.
P a r a s e r e m c e r t i f i c a d o s , a l g u n s e q u i p a m e n t o s C l a s s e B ( j o g o s eletrònicos, c o m p u t a d o r e s
p e s s o a i s e s e u s periféricos, e t c ) d e v e m s e r c e r t i f i c a d o s p e l a F C C ; através d o e x a m e d o s
resultados d ofabricante e , e m alguns casos, pelo e n s a i o d e u m a a m o s t r a n o local d e
e n s a i o d a F C C . E q u i p a m e n t o s C l a s s e A d e v e m t e r u m a e t i q u e t a a v i s a n d o a o s usuários
d e q u e a operação e m u m a área r e s i d e n c i a l p o d e c a u s a r interferência e x i g i n d o ação
corretiva. A etiqueta d eequipamentos Classe B a p e n a s estabelece que o equipamento
está c e r t i f i c a d o p a r a s a t i s f a z e r o s l i m i t e s d a C l a s s e B .
A F C C e s t a b e l e c e l i m i t e s s e p a r a d o s p a r a emissões c o n d u z i d a s e i r r a d i a d a s , e p a r a
equipamentos Classe A e Classe B (vide figura 27). O s limites para equipamentos Classe
B são m a i s rígidos, p o i s o s usuários r e s i d e n c i a i s dispõem d e m e n o s r e c u r s o s p a r a l i d a r
c o m interferências p r e j u d i c i a i s .
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

V D E . c o n el u z i d c
:;c c c í
rpuz
da

1 M l^ - S T D c o n d u z i d a |

1 V DE irradiada
| F C < in-a i i a d a

1 y iL-è1 " D i r r a d i a d a |

10 100 1 10 100 1 10 100 1 10 100


Hz KHz M H z G H z

F I G U R A 26

Em nível m u n d i a l , p e r c e b e m - s e diversas iniciativas c o mo objetivo d e diminuir a


a m b i g u i d a d e e n t r e a s n o r m a s . Há u m a tendência d e s e s u b s t i t u i r até m e s m o a s n o r m a s
militares M I L - S T D pelas n o r m a s comerciais atuais.
N o s s o i n t e r e s s e s e r e s t r i n g e às exigências c o m e r c i a i s e , p o r t a n t o , a feixa d e frequência
q u e n o s i m p o r t a v a i d e 1 5 0 k H z a 1 G H z e concentrar-se-á n o e s t u d o d a s normas
Americanas da F C C .
A F C C a d m i n i s t r a o u s o d o e s p e c t r o d e frequências n o s E s t a d o s U n i d o s e , s u a s n o r m a s
e r e g u l a m e n t o s c o b r e m m u i t o s p r o d u t o s e serviços. E n t r e e s t e s estão o s e q u i p a m e n t o s
p a r a t e c n o l o g i a d a infomnação ( I T E ) q u e a F C C d e f i n e c o m o c o m p u t a d o r e s e o u t r o s
e q u i p a m e n t o s eletrònicos q u e g e r a m e u s a m s i n a i s o u p u l s o s d e temporização a u m a
taxa maior d o q u e 1 0 k H z e técnicas d i g i t a i s . Esses equipamentos são ainda,
c l a s s i f i c a d o s d e a c o r d o c o m a s u a utilização.
E q u i p a m e n t o s C l a s s e A são a q u e l e s v e n d i d o s p a r a u s o e m u m a m b i e n t e comerciai,
industrial o u administrativo.
E q u i p a m e n t o s C l a s s e B são g e r a l m e n t e o s portáteis e são a m p l a m e n t e v e n d i d o s para
ambientes residenciais.

56
Companhio de
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E n e r g i a Elétrico
Poulisto

E n s a i o d e emissão c o n d u z i d a ( F C C )

110

90

1
70 Classe A

50 classe B

30

0.45 1 Frequência ( M H z ) 10 30

E n s a i o d e emissão i r r a d i a d a ( F C C )

110 S i f y e t d e emissão ( d B { i V / m )

90

70

50 'Classe ^(3n^)
' C l a s s e 3 (3ní)
30 'Classe ^(30rn)

30 100 Frequência ( M H z ) 1000

F I G U R A 27
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

11.1- N o r m a s Internacionais

N a s t a b e l a s 7 , 8 , 9 , 1 0 , 1 1 , e 1 2 são m o s t r a d a s a s n o r m a s i n t e r n a c i o n a i s aplicáveis à
E M C p a r a instrumentação e c o n t r o l e d e p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s ; e q u i p a m e n t o s d a s áreas
de ITE, ISM (equipamentos d e u s o industriai, científico e médico), rádio e T V ,
telecomunicações e automóveis, m o t o r e s a explosão; instalações e m n a v i o s e s i s t e m a s
d e segurança e m p l a n t a s n u c l e a r e s d e geração d e e n e r g i a elétrica; e f e i t o s biológicos;
r e q u i s i t o s d e medição e c o n t r o l e d a E M I ( n o r m a s m i l i t a r e s ) e r e q u i s i t o s g e r a i s d e
medição r e s p e c t i v a m e n t e .

Instrumentação e C o n t r o l e d e P r o c e s s o s I n d u s t r i a i s

Aplicação Emissão Suscetibilidade


Conduzida irradiada Conduzida Irradiada
E S D (Electrostatic Discharge) NA NA IEC-1000^-2 NA
C a m p o s eletromagnéticos NA NA NA IEC-1000-4-3
(fTadtados{30mHz - 1GHz)
E F T (Electrical Fast Transient) NA NA IEC-1000-4-4 NA
S u r t o s ( d e s c a r g a s atmosféricas e NA NA IEC-1000-4-5 NA
chaveamento)
Distúrbios e m m e i o c o n d u t o r e s ( 1 5 0 k H z - NA NA IEC-1000-4-6 NA
30GHz)
G u i a p a r a medições d e harmónicas e i n t e r -
hamiõnicas ( r e d e d e b a i x a tensão e IEC-1000^-7 NA IEC-1000-4-7 NA
equipamentos conectados)
L i m i t e s d e emissão d e harmónicas e m IEC-1000-3-2 NA NA NA
equipamentos conectados à rede A C
Níveis d e E M C d e harmónicas e m s i s t e m a s IEC-1000-2-2 NA NA NA
d e b a i x a tensão
C a m p o magnético e m frequência i n d u s t n a l NA NA NA IEC-1000-4-8
P M F ( P u l s e Magnetíc F i e l d ) NA NA NA lEC-l 000^-9
D O M F ( D a m p e d O s c i l l a t o r y M a g n e t i c Fieíd) NA NA NA IEC-1000-4-10
Variações b r u s c a s , variações e p e q u e n a s NA NA lEC-1000^-11 NA
interrupções d e tensão
N A = Não Aplicável

TABELA 7

59
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

E q u i p a m e n t o s d a s áreas d e I T E , I S M , Rádio e T V ,
Telecomunicações e Automóveis, M o t o r e s a Explosão
Aplicação Emissão Suscetibilidade
Conduzida Irradiada Conduzida Irradiada
Equipamentos ITE (Infomiation CISPR - Pub. 2 2 C I S P R - Pub. 22
T«:hnology E q u i p m e n t ) FCC - 15J, MP-4 FCC - 15J, M P ^
Equipamentos ISM (Industrial, C I S P R - P u b . 11 C I S P R . Pub. 11
Scientific and Medicai) FCC - Part 18 F C C - P a r t 18 - -
lEC-601-1-2 IEC-601-1-2
R e c e p t o r e s d e rádio e T V FCC - 15C FCC -150 C I S P R - Pub. 1 3 CISPR-Pub. 13
S i s t e m a s d e telecomunicações NA NA C I S P R - Pub. 20 C I S P R - Pub. 2 0
Automóveis, m o t o r e s a explosão CISPR - Pub. 1 2 C I S P R - Pub. 1 2 - -
O b s . A s n o r m a s aplicáveis a o s t e s t e s d e s u s c e t i b i l i d a d e dependerão d o s fenómenos a s s o c i a d o s a o
a m b i e n t e eletromagnético.

TABELA 8

Instalações e m N a v i o s e S i s t e m a s d e Segurança e m P l a n t a s N u c l e a r e s
d e Geração d e E n e r g i a Elétrica
Aplicação Emissão Suscetibilidade
Conduzida Irradiada Conduzida Irradiada
Instalação e m n a v i o s -
recomendações g e r a i s : lEC 533 lEC 533 lEC 533 EC 533
Métodos d e medição e técnicas
p a r a obtenção d e E M C
S i s t e m a s d e segurança NUREG/CR-5941 NUREG/CR-5941 NUREG/CR-5941 NUREG/CR-5941
(ínstrumenteçâo e c o n t r o l e ) d e (ORNLyTM-1???1) (ORNL/rM-1?7?1) (ORNL/TM-12221) (0RNLTM-1?7?1)
instalações n u c l e a r e s

TABELA 9

60
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i o Elétrica
Paulista

E f e i t o s Biológicos
Aplicação Emissão Suscetibilidade
Conduzida In-adiada Conduzida In-adiada
A s p e c t o s s e segurança p a r o s e r h u m a n o :
- E f e i t o s biológicos (exposição a c a m p o s NA NA NA A N S I - I E E E C95.1
eletromagnéticos)

T A B E I _ A 10

N o m i a s M i l i t a r e s - R e q u i s i t o s d e Medição e C o n t r o l e d e E M I
Aplicação Emissão Suscetibilidade
Conduzida Irradiada Conduzida Irradiada
Requisitos para controle de E M I M1L-STD-461C MIL-STD-461C M1L-STD-461C M1L-STD-461C
Medidas de E M I MIL-STD-462D MIL-STD462D MIL-STD-462D MIL-STD-462D

T A B E L A 11

R e q u i s i t o s G e r a i s d e Medição
Aplicação Emissão Suscetibilidade
Conduzida Irradiada Conduzida Irradiada
Métodos d e medição d e E M I e m
e q u i p a m e n t o s e l e t r i c o s e eletrònicos ANSI 063,4-1992 ANSI C63.4-1992 NA NA
d e b a i x a tensão
E q u i p a m e n t o s e métodos d e medição C I S P R - Pub, 16 C I S P R - Pub, 1 6 C I S P R - Pub. 1 6 C I S P R - Pub. 1 6
de E M I
Testes de suscetibilidade: lEC 1000-4-1 lEC 1000-4-1 lEC 1000-4-1 lEC 1000-4-1
- Técnicas e medições

T A B E L A 12

6]
H
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E n e r g i a Elétrica
Poulisto

11.2 - N o r m a s B r a s i l e i r a s

N a t a b e l a 1 3 são m o s t r a d a s a s n o r m a s B r a s i l e i r a s aplicáveis à E F ^ C .

Normas Brasileiras
Norma Título
NBR 7875 (83) I n s t r u m e n t o s d e medição d e radiointerferência n a f a i x a d e 1 5 0 k H z a 3 0 M H z
L i n h a s e e q u i p a m e n t o s d e a l t a tensão:
NBR 7876 (83) - Medição d e radiointerferência n a f a i x a d e 1 5 0 k H z a 3 0 M H z
- Método d e e n s a i o
Lâmpadas f l u o r e s c e n t e s e luminárias:
NBR 8184 (83) - Medição d e radiointerferência
- Método d e e n s a i o
Televisão e radiodifusão s o n o r a :
NBR 9028 (85) - Medição d a c a r a c t e r i s t i c a d e radiointerferência
- Método s e e n s a i o
NBR 10620(89) R e c e p t o r e s d e T V e radiodifusão s o n o r a :
- Interferência i r r a d i a d a e c o n d u z i d a ( 3 0 M H z a 1 G H z )
NBR 12340 (92) L i m i t e s e métodos d e medição d e características e m I T E
N B R C I S P R 11 (94) L i m i t e s e métodos d e medição d e características d e radiointerferência d e e q u i p a m e n t o s I S M

T A B E L A 13

11.3 - Conclusão

A s n o r m a s não g a r a n t e m a eliminação d a E M I , e s s a s a p e n a s c o n t r o l a m a poluição


eletromagnetica. Também é impossível f a z e r n o r m a s q u e r e p r e s e n t e m t o d a s a s
situações e a m b i e n t e s d e u s o d o s e q u i p a m e n t o s n a prática.

62
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12 - D E S C A R G A S ELETROSTÁTICAS

12.1 - INTRODUÇÃO

A evolução tecnológica d o s s e m i c o n d u t o r e s t e m c a m i n h a d o n o s e n t i d o d e m e n o r e s
dimensões geométricas, maiores velocidades d e operação e menores potências
consumidas. Porém c o m a diminuição d a s dimensões d o s c i r c u i t o s i n t e g r a d o s (Cl),
verifica-se q u e a sensibilidade d o s m e s m o s , a o s l i m i t e s d e tensão e c o r r e n t e , é
crescente.
P o r e x e m p l o , o dióxido d e silício (SÍ1O2), e m p r e g a d o n a fabricação d e vário C r s ,
a p r e s e n t a r i g i d e z dielétrica d e 5 a 7 M V / c m , porém a s e s p e s s u r a s típicas d e s s e óxido
n u m i n t e g r a d o são d a o r d e m d e I O O O A ( 1 0 ' ^ m ) . L o g o , c o n c l u i - s e q u e tensões n a o r d e m
de 5 0 a 7 0 Volts d e campo elétrico são s u f i c i e n t e s p a r a d a n i f i c a r o c o m p o n e n t e .
Não só c a m p o s e l e t r i c o s , m a s também a s c o r r e n t e s p o d e m d a n i f i c a r o s c o m p o n e n t e s
eletrònicos e m g e r a l . P o r e x e m p l o , 1 m i c r o J o u l e é o l i m i t e d e e n e r g i a p a r a a t e c n o l o g i a
M O S , e experiências m o s t r a m q u e u m p u l s o típico d e d e s c a r g a eietrostatica ( E S D )
g e r a d a p e l o s e r h u m a n o t e m u m t e m p o médio d e duração i g u a l a 1 5 0 n a n o s e g u n d o s .
D e s s a f o r m a , s e n d o q u e e n e r g i a = potência x t e m p o , t e m - s e q u e o l i m i t e d e e n e r g i a
para causar dano n o referido componente é d eapenas 6,6 Watts. Assim, pode-se dizer
que mesmo pequenas cargas acumuladas n a s pessoas q u e manuseiam tais
componentes podem transformar e m u m a fatal "descarga eietrostatica" para o
c o m p o n e n t e , e m b o r a imperceptível a o s e r h u m a n o q u e a c a u s o u .
D e v i d o a e s s e fenómeno, a indústria eietrônica i n t e r n a c i o n a l , e s t i m a u m a p e r d a anual
s u p e r i o r a U S $ 1 0 bilhões d e v i d o a e f e i t o s d e E S D e m fábrica, l i n h a d e m o n t a g e m ,
laboratório e e m c a m p o .

A s t a b e l a s 1 4 e 1 5 m o s t r a m a s experiências e constatações d a H P ( H e w l e t t P a c k a r d )
f e i t a s e m março d e 1 9 8 0 .

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N N \

+++

F I G U R A 18

A g o r a , f r i c c i o n e u m bastão d e v i d r o c o m s e d a e u m bastão d e plástico c o m pele;


s u s p e n d a u m d e l e s c o m o i n d i c a a f i g u r a a n t e r i o r e a p r o x i m e d o o u t r o . O s bastões s e
atraem.
V e r i f i c a - s e através d e s s a experiência q u e o s c o r p o s e l e t r i c o s p o d e m s e r c l a s s i f i c a d o s e m
dois estados eletricos, o u seja, cargas positiva e negativa, portanto, dois corpos com
cargas positiva o unegativa s e repelem, d a m e s m a forma que dois corpos c o m cargas
diferentes, o u seja, u m a positiva e outra negativa s e atraem.
E m u m c o r p o e l e t r i c a m e n t e n e u t r o , o s e f e i t o s d a s partículas p o s i t i v a s e n e g a t i v a s s e
cancelam.
U m c o r p o d o t a d o d e c a r g a s p o s i t i v a o u n e g a t i v a contém c a r g a s n e g a t i v a o u p o s i t i v a não
contrabalançadas. A s s i m , a c a r g a elétrica d e u m c o r p o d e p e n d e d o e x c e s s o d e partículas
positivas o u negativas, m e d i d o a partir d o e s t a d o neutro.
P o d e - s e d i z e r , a s s i m , q u e a força elétrica s o b r e u m a c a r g a Q é p r o p o r c i o n a l à s u a c a r g a .
Q u a n d o e s s a força é a interaçáo e n t r e a c a r g a Q e o u t r o c o r p o c o m c a r g a Q 1 , a força é
p r o p o r c i o n a l também à o u t r a c a r g a .

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Lote de componentes O K T e s t e após e s t o c a g e m


e manuseio
Lote protegido
87 47 47-OK
L o t e não p r o t e g i d o
40 31 - f a l h a r a m
9-OK

T A B E L A 14

A r e a d e produção d e PROTEÇÃO Rendimento melhorou d e 22%


componentes L S I bipolares para 100%
Area d e reparo d e placas CONTRA Redução d o t e m p o médio d e
r e p a r o d e 13 h p a r a 5,47h
L i n t i a d e produção d e ESD Redução d e f a l h a s d e 2 5 % para
C o m p o n e n t e s híbridos 4% (em 2 m e s e s )
L i n h a d e produção d e Redução d e f a l h a s d e 2 3 % para
computadores 3% ( e m 3 m e s e s )

TABELAIS

12.2 - DEFINIÇÃO D E C A M P O ELÉTRICO

Comsçar-se-á c o m u m a experiência s i m p l e s . E s f r e g a n d o u m bastão d e v i d r o e m u m


pedaço d e s e d a e s u s p e n d e n d o - o c o m o m o s t r a a f i g u r a 2 8 . R e p e t i n d o a operação c o m
o u t r o bastão d e v i d r o e a p r o x i m a n d o - o d o p r i m e i r o , o s bastões s e r e p e l e m .

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T e m - s e q u e p e l a lei e x p e r i m e n t a l d e C o u l o m b :

Q.Ql
Fr = K = E

onde:

K= fator d e p r o p o r c i o n a l i d a d e = 47re „ e e „ = 8,85x10""


Q = carga do corpo 1
Q1 = carga do corpo 2
d = distância e n t r e o s c o r p o s

O c a m p o elétrico ( E ) é d e f i n i d o c o m o a força p o r u n i d a d e d e c a r g a , e m módulo, direção e


sentido, que u m a carga de prova Q sofre e m qualquer ponto,
A diferença d e p o t e n c i a l elétrico ( V ) e n t r e d o i s p o n t o s é d e f i n i d a c o m o o t r a b a l h o p o r
unidade de carga exigido para transportar a carga teste de u m ponto a outro.
Portanto:

v =

S e a diferença d e p o t e n c i a l " V " f o r e x p r e s s a e m V o l t s , a u n i d a d e d e c a m p o elétrico será


Volts por metro (V/m).
É i n t e r e s s a n t e n o t a r q u e e s s a diferença só t e m u t i l i d a d e q u a n d o o t r a b a l h o p a r a m o v e r a
c a r g a d e u m p o n t o a o u t r o i n d e p e n d e d a trajetória e s c o l h i d a e n t r e o s d o i s p o n t o s ; o q u e
s e m p r e o c o r r e p a r a c a m p o s eletrostáticos.
D a m e s m a f o r m a q u e o c a m p o elétrico é u m c a m p o d e força q u e n o s p e r m i t e o b t e r a
força a q u e u m a partícula estará s u j e i t a , o p o t e n c i a l elétrico é u m c a m p o d e t r a b a l h o q u e
n o s p e r m i t e s a b e r o t r a b a l h o necessário p a r a d e s l o c a r e s s a partícula d e u m p o n t o a
outro.
D a f i g u r a 2 9 , s e c o n s i d e r a m i o s q u e a distância " d " e n t r e a s d u a s p l a c a s f o r e m p e q u e n a s ,
tem-se que;

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++++++++++++++++++
+0
área=A

-o

FIGURA 29

EoA C

onde:
Q = carga

C = E o A = capacitância, o n d e = 8,85x10*^

V = c a m p o elétrico
N e s s e c a s o t e m - s e u m c a p a c i t o r d e p l a c a s p a r a l e l a s . P o r t a n t o , t e m - s e q u e a diferença
de potencial é proporcional à carga. Tal proporcionalidade entre "V" e "Q" é encontrada
p a r a q u a i s q u e r d o i s c o n d u t o r e s , n o espaço. S e há u m a c a r g a p o s i t i v a e m u m e u m a
c a r g a n e g a t i v a i g u a l n o o u t r o ( f i g u r a 3 0 ) . A diferença d e p o t e n c i a l e n t r e e l e s , i s t o é, a
tensão, será p r o p o r c i o n a l à c a r g a .

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1 2 . 3 - DEFINIÇÃO D E E L E T R I C I D A D E ESTÁTICA

A eleíricidade estática, é u m a c a r g a eietrônica e m r e p o u s o distribuída s o b r e uma


superfície. U m a d e s c a r g a eietrostatica ocorre naturalmente quando uma pessoa o u
o b j e t o c a r r e g a d o t o c a n u m a superfície c o n d u t o r a .
O s níveis d e d e s c a r g a s eletrostáticas d e p e n d e m d a u m i d a d e r e l a t i v a d o a m b i e n t e e d o
tipo do material envolvido n o processo.

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12.3.1 - M o d e l o d e u m C o r p o H u m a n o p a r a D e s c a r g a E i e t r o s t a t i c a

F I G U R A 31

69
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. Poulisto

Um modelo para a E S D d e u m corpo humano é mostrado n a figura 3 1 .


A c a r g a está a r m a z e n a d a n a capacitância d o c o r p o . A d e s c a r g a o c o r r e através d e u m
r e s i s t o r , q u e r e p r e s e n t a a resistência d o c o r p o .
A resistência d o c o r p o humano pode variar d e aproximadamente 5000 a 10kfí,
dependendo e m qual parte d o corpo a descarga ocorre. S e a descarga é d a ponta d o
dedo, a resistência será d e a p r o x i m a d a m e n t e 10kn; s e for d a palma d a mão,
a p r o x i m a d a m e n t e 1k£2; s e d e u m o b j e t o metálico ( p o r e x e m p l o , u m a c h a v e ) n a mão, será
d e a p r o x i m a d a m e n t e 5 0 0 D . S e a d e s c a r g a o c o r r e d e u m g r a n d e o b j e t o metálico, t a l c o m o
u m a c a d e i r a , a resistência p o d e s e r tão p e q u e n a q u a n t o 5 0 n .

A indutância d o laço f o r m a d o p e l o c o r p o , s e u braço, o o b j e t o a t e r r a d o n o q u a l o c o r p o


e n t r a e m c o n t a t o e o r e t o r n o d e a t e n - a m e n t o v a r i a d e Q,3\iH a 1 , 5 ^ H ; c o m 0 , 7 | a H s e n d o
u m v a l o r típico.
A f i g u r a 3 2 m o s t r a u m a f o r m a d e o n d a d e c o r r e n t e d e E S D típica p r o d u z i d a p o r u m
modelo d e corpo h u m a n o d e 150pF, 5 0 0 Q quando can-egado a 20kV. A amplitude d e
pico é 40A, c o m u m tempo d e subida ( 1 0 % a 9 0 % ) d e I n s , e u m tempo d e queda d e
lOOns.

4 0 ••

ts = t e m p o d e subida = 1 n s
tq = t e m p o d e q u e d a = l O O n s

FIGURA 32

70
Companhia de
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E n e r g i a Elétrico
Paulista

1 2 . 4 - CLASSIFICAÇÃO D A GERAÇÃO D A D E S C A R G A ELETROSTÁTICA

P o d e - s e c o n s i d e r a r três t i p o s d a geração d e E S D :

1 ) Triboelétrica

A geração estática m a i s c o m u m é a triboelétrica q u e o c o r r e q u a n d o d o i s m a t e r i a i s e m


c o n t a t o sâo s e p a r a d o s r e p e n t i n a m e n t e o u a t r i t a d o s .
D e p e n d e n d o d a n a t u r e z a d o m a t e r i a l (valência d a última órbita atómica) o m a t e r i a l
poderá c e d e r a o c a p t u r a r elétrons, c a r r e g a n d o - s e p o s i t i v a o u n e g a t i v a m e n t e . Como
e x e m p l o p o d e - s e citar:
- Tensões d e 5 . 0 0 0 V o l t s estáticos p o d e m s e r g e r a d o s a o s e p u x a r r a p i d a m e n t e u m a f i t a
adesiva de seu apoio;
- U m a p e s s o a p o d e gerar u m a carga significativa executando m o v i m e n t o s relativamente
simples, c o m o p e n t e a r o s cabelos, tirar o c a s a c o o u a blusa d o corpo.
- 1 2 . 0 0 0 V o l t s p o d e m ser g e r a d o s a o s e c a m i n h a r n u m piso d e vinil, o ua i n d a c e n t e n a s
de Volts p o d e m ser gerados pelos mais simples movimentos do corpo.
Q u a n d o u m a p e s s o a c a r r e g a d a t o c a u m c i r c u i t o eletrônico, d u r a n t e u m a operação n a
l i n h a d e m o n t a g e m o u m e s m o n u m a manutenção e m c a m p o , a e n e r g i a a r m a z e n a d a e m
s e u c o r p o é t r a n s f e r i d a p a r a o c i r c u i t o e através d e s s e p a r a a t e r r a , c a u s a n d o a E S D .

2 - indutiva

U m t i p o m a i s r e f i n a d o d e c a r g a é c h a m a d a " i n d u t i v a " , p o r q u e o c a m p o eletrostático d e


u m a superfície c a r r e g a d a i n d u z u m a polarização n o c o r p o vítima (separação d a s c a r g a s
p o s i t i v a s e n e g a t i v a s ) e s e h o u v e r u m c a m i n h o p a r a d r e n a r a s c a r g a s i n d u t i v a s ocorrerá
u m a E S D . U m b o m e x e m p l o d e s s e princípio é q u a n d o u m a p e s s o a m a n u s e i a u m a p l a c a
d e c i r c u i t o i m p r e s s o e m b r u l h a d o e m "plástico d e b o l h a s " , o u u m c i r c u i t o i n t e g r a d o ( C l )
i n d i v i d u a l m e n t e e m b a l a d o d e n t r o d e u m s a c o plástico c o m u m . A p e s s o a a o s e g u r a r o
s a c o plástico i n d u z u m a c a r g a n o plástico, q u e p o r s u a v e z , i n d u z u m a c a r g a n o s e u
conteúdo.

71
H
Companhia de
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E n e r g i a Elétrica
^ Paulista

C a s o o c o m p o n e n t e s e j a sensível a c a m p o s eletrostáticos, poderá t e r s u a s c a m a d a s d e


SÍ1O2 d a n i f i c a d a i m e d i a t a m e n t e , o u a i n d a , a o s e r e m o v e r o c o m p o n e n t e d o s a o D plástico
poderá o c o r r e r u m a E S D , c a u s a n d o a destruição d o c o m p o n e n t e através d e c o r r e n t e s
altas o suficiente para fundir trilhas internas a o Cl.

3 - Capacitiva

A c a r g a c a p a c i t i v a é o t e r c e i r o m e c a n i s m o , e p o d e s e r a responsável p e l o a u m e n t o d e
tensões r e l a t i v a m e n t e b a i x a s a níveis p e r i g o s o s .
D a equação Q = C . V , p a r a u m a c a r g a Q c o n s t a n t e , v e r i f i c a m o s q u e a tensão V , a u m e n t a
c o m a diminuição d a capacitância C .

E x p e r i m e n t a l m e n t e c o n s t a t o u - s e q u e a tensão n o s e r h u m a n o não u l t r a p a s s a v a 2 5 k V e
q u e a s u a capacitância e m relação à t e r r a { e m média d e 1 0 0 a 2 5 0 p F ) , v a r i a c o m o s
movimentos efetuados; alguns exemplos podem ser vistos na tabela 16:

VARIAÇÃO D E CAPACITÂNCIA E M P E S S O A S

M O V I M E N T O (POSIÇÃO) D E C R É S C I M O D A CAPACITÂNCIA

L e v a n t a n d o u m pé ( s e n t a d o ) -15%
L e v a n t a n d o 2 pés ( s e n t a d o ) -33 %
Inclinando-se para frente (sentado) -04 %
Levantando da cadeira -13%
L e v a n t a n d o u m pé ( e m pé) -16 %

T A B E L A 16

A capacitância v a r i a , também, p a r a o s equipamentos e ferramentas quando são


m o v i m e n t a d o s e m relação à t e r r a . A s s i m u m a i n o c e n t e e não p e r i g o s a tensão d e u m
c o m p o n e n t e , f e r r a m e n t a o u s e r h u m a n o , c o m a l t a capacitância e m relação à t e r r a , p o d e
s e t o r n a r u m a tensão p e r i g o s a e o c a s i o n a r u m a E S D , c o m a diminuição d a c i t a d a
capacitância e m relação à t e r r a .

72
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Paulista

1 2 . 5 - M I T O S S O B R E D E S C A R G A ELETROSTÁTICA

M u i t o s técnicos e m e s m o f a b r i c a n t e s , p o r f a l t a d e c o n h e c i m e n t o m a i s c o n c r e t o a r e s p e i t o
d a E S D , c r i a r a m m i t o s erróneos s o b r e a E S D q u e p r e c i s a m s e r e s c l a r e c i d o s .

M I T O 1 - S o m e n t e D i s p o s i t i v o s M O S ( M e t a l O x i d S e m i c o n d u c t o r ) são
Sensíveis a E S D

É v e r d a d e q u e o s d i s p o s i t i v o s M O S são sensíveis, m a s t e s t e s t e m m o s t r a d o q u e o u t r o s
t i p o s d e c o m p o n e n t e s p o d e m s e r tão sensíveis q u a n t o o s M O S . A s t a b e l a s 1 7 e 1 8
m o s t r a m u m e s p e c t r o d e s e n s i b i l i d a d e d e vários c o m p o n e n t e s .

S U S C E T I B I L I D A D E D E FAMÍLIAS D E C O M P O N E N T E S

- M O S ( s e m c i r c u i t o d e proteção); F E T s e C I s e s p e c i a l m e n t e o s V L S I
EXTREMAMENTE - Capacitores M O S ( A M P . D P . )
SENSÍVEIS - S C R s e F E T ' s de U H F e microondas (especialmente Schottky)

0 A1 KV - c r s r e g u l a d o r e s d e precisão ( f i l m e f i n o i n f e r i o r a 0 , 1 % ) o u potência i n f e r i o r a 0 , 5 W
- V L S I c o m d u p l o nível d e metalização
- M O S c o m c i r c u i t o s d e proteção ( C M O S , N M O S , P M O S )
MODERADADMENTE - Diodos Schottky
SENSÍVEIS - Lógica b i p o l a r d e a l t a v e l o c i d a d e : E C L , t r a n s i s t o r S c h o t t k y d e b a i x a potência,

1 A4 KV L S - T T L , S - 1 1L ( S c h o t t k y T T L )
- c r s lineares
MENOS - Díodos d e s i n a ! ( i n f e r i o r e s a 1 W )
SENSÍVEIS - Transistores de sinal (infehores a 5 W )
4 A 15 K V - Lógica b i p o l a r d e b a i x a v e l o c i d a d e ( T T L , D T L e H - T T L )
- C r i s t a i s piezoelétricos

T A B E L A 17
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SENSIBiLiDAOE DE ALGUNS COMPONENTES

COMPONENTES FAIXA D E SENSIBILIDADE (VOLTS)


VMOS 30 a 1.800
MOSFET 100 8 200
GaAs F E T 100 3 300
EPROM 100
JFET 140 a 7.000
AMP OP 190 a 2.500
CMOS 250 a 3.000
DIODOS S C H O T T K Y 300 a 2.500
RESISTORES D E FILME 300 a 3.000
TRANSISTORES BIPOLARES 380 a 7.000
ECL 500 a 1.500
SCR 680 a 1.000
SCHOTTKY TTL 1.000 a 2.500

TABELA 18

A tabela 1 8 , n o sleva a questionar qual a tensão necessária p a r a danificar o


c o m p o n e n t e . N a r e a l i d a d e e s t a f a i x a l a r g a d e variação d e p e n d e d e :
- C o m o o p u l s o d e tensão é a p l i c a d o , o u s e j a , e n t r e u m p i n o e o s o u t r o s N - 1
curto circuitados;
- O u entre u m pino individual e a o terra d o circuito;
- O u t o d a s a s combinações possíveis;
- Polaridade d o pulso;
- P r o c e s s o d e fabricação, m a t e r i a l e m p r e g a d o , l o t e d e fabricação e f a b r i c a n t e ;
- Quantidade d e pulsos aplicados;
- Critérios d e t e s t e : u m c o m p o n e n t e é c o n s i d e r a d o d a n i f i c a d o q u a n d o f a l h a o u
a p r e s e n t a d e s v i o s d e parâmetros f o r a d a especificação i n i c i a l .

74
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M I T O 2 - S o m e n t e C o m p o n e n t e s n a o M o n t a d o s são S u j e i t o s a E S D

I s t o é v e r d a d e s o m e n t e s e e x i s t i r e m c i r c u i t o s d e proteção e m t o d o s o s p o n t o s d e ligação,
d i r e t a m e n t e c o n e c t a d o s a o s c o m p o n e n t e s sensíveis. D e q u a l q u e r f o r n i a , não p o d e m o s
e s q u e c e r o s c o m p o n e n t e s sensíveis a c a m p o s , q u e p o d e m s e r t o c a d o s d i r e t a m e n t e a o
s e r e t i r a r a c a r t e i a d o e q u i p a m e n t o e m f u n c i o n a m e n t o o u e m manutenção; n o r m a l m e n t e
os dispositivos d e proteção a t u a m e m transientes q u e podem ocorrer durante o
funcionamento normal.
Convém r e s s a l t a r , a i n d a , q u e o s d i s p o s i t i v o s d e proteção n e m s e m p r e r e s p o n d e m aos
curtos tempos d e subida (da ordem d e alguns nanosegundos) d a s descargas
eletrostáticas, o u p o d e m , e v e n t u a l m e n t e , d e p e n d e n d o d a frequência d o s i n a l , a f e t a r o
d e s e m p e n h o d o c i r c u i t o . Além d o q u e , o a u m e n t o d e c o m p o n e n t e s a u m e n t a o c u s t o f i n a l
dos equipamentos.
N a prática, o q u e g e r a l m e n t e o c o r r e é q u e a m o n t a g e m d e c o m p o n e n t e s e m u m a p l a c a
de circuito impresso a u m e n t a o risco a d a n o devido a E S D , pois c a d a trilha condutora s e
l i g a a vários c o m p o n e n t e s , o u s e j a , u m a d e s c a r g a n o c o n d u t o r p o d e d a n i f i c a r u m a série
d e c o m p o n e n t e s a o invés d e u m só.

Mito 3 - S o m e n t e A m b i e n t e s d e Baixa U m i d a d e Relativa Permitem a


Produção d e E S D

Realmente o a u m e n t o d a umidade relativa d o a r tende a diminuir a resistividade das


superfícies i s o l a n t e s , f o r m a n d o u m f i l m e d i s s i p a d o r ( r e s i s t i v i d a d e i n f e r i o r e s a 1 0 n / m ) ,
q u e facilita o e s c o a m e n t o d a s cargas para a terra, c o n s e q u e n t e m e n t e diminuindo o s
efeitos d a geração d e cargas triboelétricas e/oua intensidade d o s campos.
M a s a razão r e a l d o m i t o , d e v e - s e a o f a t o q u e a s tensões e n c o n t r a d a s e m a m b i e n t e s c o m
a l t a u m i d a d e são g e r a l m e n t e i n f e r i o r e s a o l i m i t e médio d e percepção h u m a n a , q u e é
tipicamente de 3 a 4 K V . U m a descarga p o d e s e r o u v i d a a partir d e 5 K V e vista a partir d e
1 0 K V , q u a n d o p a r t i n d o d a p o n t a d e u m d e d o o u d e u m a f e r r a m e n t a p a r a u m a superfície
condutora.

D e v e - s e l e m b r a r a i n d a q u e a u m i d a d e r e l a t i v a não p o d e s e r a u m e n t a d a além d o s l i m i t e s
especificados para o funcionamento normal dos equipamentos.

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N a v e r d a d e o q u e n o r m a l m e n t e o c o r r e n a s s a l a s d e e q u i p a m e n t o , é q u e a s m e s m a s não
dispõem d e d i s p o s i t i v o s d e c o n t r o l e d e u m i d a d e r e l a t i v a , e s i m , a p e n a s d e s i m p l e s
aparelhos d e a r condicionado q u e abaixam a temperatura d o ambiente a custa d a
redução d a u m i d a d e r e l a t i v a d o a r .
A t a b e l a 1 9 n o s m o s t r a a l g u m a s f o n t e s d e E S D e s u a relação c o m u m i d a d e r e l a t i v a , o n d e
pode-se verificar que m e s m o c o m altos valores d e u m i d a d e relativa, ainda ocorrem
tensões p e r i g o s a s a o c o m p o n e n t e s m a i s sensíveis.

VARIAÇÃO D O ACÚMULO D E C A R G A S E M FUNÇÃO D A U M I D A D E R E L A T I V A

U M I D A D E R E L A T I V A (RH) E M % 70-90 1 10-20


FONTE TENSÕES E M k V

A n d a n d o e m p i s o d e vinil 0,25 12
A n d a n d o e m c a r p e t e sintético 1,5 35
S e n t a d o e m cadeira forrada d e poliuretano 1,5 18
R e t i r a n d o o b j e t o s d e s a c o plástico c o m u m 0.6 20
A r r a s t a n d o c a i x a plástica e m superfície acarpeíada 1,5 18
Usando sugador de solda 1,0 8
L i m p a n d o circuito i m p r e s s o c o m b o r r a c h a 1,0 12

T A B E L A 19

1 2 . 6 - C O N T R O L E E PREVENÇÃO D A E S D E M ESTAÇÃO D E T R A B A L H O

N e s s e m o m e n t o , você d e v e e s t a r p r e o c u p a d o devido aos problemas causados pela


estática, m a s o p r o b l e m a t e m solução r e l a t i v a m e n t e s i m p l e s . A m a i o r d i f i c u l d a d e está n a
s u a conscientização e n a d e s e u s s u p e r i o r e s e / o u s u b o r d i n a d o s n o s e u a m b i e n t e d e
trabalho.

L e m b r e - s e : é m a i s fácil e e f i c a z r e m o v e r a estática d o a m b i e n t e e d r e n a r a s c a r g a s

das pessoas para a terra d o q u e contar com dispositivos d e proteção.

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D i s p o s i t i v o s e p r o j e t o s e f i c i e n t e s d e proteção a j u d a m , m a s n e m s e m p r e r e s p o n d e m às
v e l o c i d a d e s e tensões d o s t r a n s i e n t e s p r o v o c a d o s p e l a E S D .
E m locais d e trabalho, tais como, recebimento d e componentes, linhas d e m o n t a g e m ,
b a n c a d a s d e t e s t e s , laboratório, e t c , a p l i c a r a s s e g u i n t e s r e g r a s básicas;

R E G R A 1 - C o n s i d e r a r T o d o s o s C i r c u i t o s e D i s p o s i t i v o s Eletrònicos c o m o

Sensíveis à Estática

- Evitar tocar fios, pinos o utrilhas d e placas d e circuito impresso durante o m a n u s e i o ;


- M a n t e r a s p l a c a s e / o u c o m p o n e n t e s e m e m b a l a g e n s p r o t e t o r a s c o n d u t o r a s até q u e
sejam usadas;
- Descarregar s u a estática a n t e s d e manusear dispositivos, tocando superfícies
metálicas a t e r r a d a s , c o m o p o r e x e m p l o r a c k s o u g a b i n e t e s d o próprio e q u i p a m e n t o . Não
e s q u e c e r d a estática d e s u a r o u p a e q u e s e u s m o v i m e n t o s a i n d a p o s s i b i l i t a m novas
d e s c a r g a s , p o r i s s o , u s a r p u l s e i r a s c o n d u t i v a s e m c o n t a t o c o m a p e l e , e a t e r r a d a através
d e r e s i s t o r e s d e 1 M n p a r a segurança p e s s o a l .
- Não a r r a s t a r d i s p o s i t i v o s sensíveis à E S D o u colocá-los s o b r e superfícies i s o l a n t e s .

R E G R A 2 - M a n u s e a r T o d o s o s C i r c u i t o s e D i s p o s i t i v o s Sensíveis A p e n a s

e m Locais Protegidos Contra E S D

Um local d e trabalho protegido contra E S D pode s e r definido como aquele q u e


apresenta;
- M e s a s c o m m a n t a s o u superfícies c o n d u t i v a s , a t e r r a d a s através d e r e s i s t o r e s d e 1 M H .
As m a n t a s o u superfícies d e v e m d i s p o r d e c o n e c t o r e s , ( p r e f e r e n c i a l m e n t e giratórios)
para q u e o operador possa ligar s u a pulseira. N o caso d e manusear circuitos
e n e r g i z a d o s a s m a n t a s o u a s superfícies d e v e m s e r d e m a t e r i a l dissipaíivo estático,
nunca condutivos;
- E v i t e c o n e c t a r a p u l s e i r a à t e r r a através d e c o n e c t o r e s d o t i p o "jacaré", p o i s e s s e s ,
atém d e a p r e s e n t a r e m u m a p e q u e n a superfície d e coníato, p o d e m s e s o l t a r c o m o s
movimentos do pulso;

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- T o d o s o s e q u i p a m e n t o s metálicos d e v e m s e r a t e r r a d o s ; f e r r o d e s o l d a , b a n c a d a s d e
trabalho, maquinários, sugador de solda, mesas, gabinetes, armários, e t c ;
- Todos o s objetos aterrados devem estar conectados a u m mesmo terra;
- M a n t e r a área, t a n t o q u a n t o possível, l i v r e d e nâo c o n d u t o r e s , c o m o p o r e x e m p l o :
objeíos e s a c o s plásticos, p a s t a s d e papelão, c o p o plástico d e café e água, maço d e
c i g a r r o s , t a p e t e s sintéticos, e t c . L e m b r a r q u e d e v i d o a b a i x a m o b i l i d a d e d o s elétrons n o s
não c o n d u t o r e s , o s m e s m o s p o d e m s e m a n t e r c a r r e g a d o s p o r u m b o m t e m p o , p o i s não
podemos descarregá-los prontamente, como através d o a t e r r a m e n t o d o s objetos
metálicos. E m c a s o s específicos d e v e m s e r usados ventiladores d e a r ionizado;
- R o u p a s n u n c a d e v e m e n t r a r e m coníaío c o m o s c o m p o n e n t e s o u p l a c a s d e c i r c u i t o
impresso. Deve-se usar, preferencialmente, m a n g a s curtas. M a n g a s compridas devem
s e r e n r o l a d a s . N o c a s o d e m a n u s e a r c o m p o n e n t e s a l t a m e n t e sensíveis d e v e - s e usar
u n i f o n n e s antiestáticos;
- Usar somente embalagens condutivas para o armazenamento d e componentes e/ou
módulos d e c i r c u i t o i m p r e s s o , e só o s r e t i r a r d e s u a s e m b a l a g e n s q u a n d o estiver
devidamente "aterrado";
- Usar preferencialmente roupas de algodão, nunca roupas sintéticas;

- Quando houver necessidade frequente d e deslocamento, inviabilizando o uso d e


p u l s e i r a s , u t i l i z e p i s o s o u t a p e t e s d i s s i p a t i v o s estáticos a t e r r a d o s e f i t a s d i s s i p a d o r a s n o s
calçados c o m s o l a d o i s o l a n t e ; n o c a s o d e calçados c o m s o l a d e c o u r o a s f i t a s sâo
desnecessárias, pois o couro encontra-se n a faixa d o s materiais dissipativos.
Adicionalmente as seguintes práticas devem s e r seguidas periodicamente:
- Verificar o sistema de aterramento;
- M e d i r a c o n t i n u i d a d e d a s p u l s e i r a s e lavá-las ( s e necessário), p o i s a p o e i r a e o s u o r
d i m i n u e m a eficiência d a s m e s m a s ;
- Limpar tapetes condutivos c o m água, s e h o u v e r necessidade usar detergentes
m o d e r a d o s (não a m o n i a c a i s ) ; s u j e i r a o u c e r a p o d e m i s o l a r a superfície e d i m i n u i r a
condutividade.

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R E G R A 3 - E m b a l a r A p r o p r i a d a m e n t e a s P a r t e s Sensíveis a S e r e m

Transportadas e/ou Armazenadas

- E n v e l o p e s , e m b a l a g e n s , c a i x a s , e t c , d e v e m t e r rótulos e x t e r n o s , p r e f e r e n c i a l m e n t e ,
com símbolos q u e indiquem que os dispositivos são sensíveis aE S D ;
- A r m a z e n a r e t r a n s p o r t a r d i s p o s i t i v o s sensíveis s o m e n t e e m e m b a l a g e n s protetoras
contra E S D . Lembrar que apenas a s embalagens condutoras proporcionam blindagem
( g a i o l a d e f a r a d a y ) c o n t r a c a m p o s eletrostáticos;
- C e r t i f i c a r q u e o s t u b o s p a r a t r a n s p o r t e d e C r S são c o n d u t o r e s . T u b o s d e m a t e r i a l
antiestático p r o t e g e m c o n t r a geração d e c a r g a s triboelétricas, m a s p e r m i t e m a p a s s a g e m
d e c a m p o s , c o n s e q u e n t e m e n t e o s m e s m o s d e v e m s e r e m b a l a d o s c o m s a c o s plásticos
condutivos ou equivalente;
- A s s e g u r a r q u e o s c a r r i n h o s d e t r a n s p o r t e e s u a s r o d a s , armários e p r a t e l e i r a s s e j a m
condutivas e b e m aten-adas.

12.7 - MANUTENÇÃO E M C A M P O

M e s m o q u e a s s a l a s d i s p o n h a m d e p i s o s estáticos, c o r r e - s e o r i s c o d o técnico d e
manutenção, u s a n d o u m calçado c o m solado isolante, esquecer d e colocar a fita
c o n d u t i v a n o s a l t o d o s a p a t o . E s s e e s q u e c i m e n t o e l i m i n a p o r c o m p l e t o a função d o p i s o .
O p r o c e d i m e n t o m a i s s i m p l e s e e f i c a z é f o r n e c e r a o técnico u m " K I T " d e manutenção
portátil. C o m o m o s t r a d o n a f i g u r a 3 3 , o k i t d e manutenção portátil d e v e s e r c o m p o s t o p o r .
- Pulseira condutiva;
- S a c o s plásticos c o n d u t i v o s p a r a t r a n s p o r t e d e módulos;

- T a p e t e c o n d u t i v o c o m superfície d e t r a b a l h o d e a p r o x i m a d a m e n t e 1 , 0 m ^ e p o n t o
de aterramento;
- C a b o s d e aterramento.

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Wrist Strap

FIGURA 33

A o s e e f e t u a r u m a manutenção, p o r e x e m p l o , substituição d e u m a p l a c a e m u m a c e n t r a l
telefónica d e t e c n o l o g i a d i g i t a l , o técnico deverá l e v a r o s e u k i t d e a t e r r a m e n t o e e x e c u t a r
os seguintes procedimentos:
1 ) D e s c a r r e g a r - s e : i s t o já o c o r r e p a r c i a l m e n t e q u a n d o s e r e t i r a m a s t a m p a s o u a b r e m - s e
p o r t a s metálicas d o s b a s t i d o r e s ( q u e são n o n n a l m e n t e a t e r r a d o s ) ;
2) Conectar o cabo d e aterramento a o tapete condutivo e a o terra d a central;
3 ) C o l o c a r a p u l s e i r a c o n d u t i v a e conectá-la a o t e r r a d a c e n t r a l ;
4 ) R e t i r a r a p l a c a d e f e i t u o s a e colocá-la s o b r e o t a p e t e c o n d u t o r ;
5) R e m o v e r a placa nova da embalagem condutora e colocá-la n o e q u i p a m e n t o ;
6) Colocar a placa defeituosa n a embalagem condutora, para evitar q u e mais
componentes possam ser afetados durante o transporte;
7) Constatar o funcionamento normal do equipamento; desconectar o tapete e a pulseira
e fechar a porta e/ou tampa do equipamento.

80
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1 2 . 8 - CARACTERÍSTICAS ÔHMICAS D E A L G U N S M A T E R I A I S U S A D O S N O

CONTOLE DA ESD

A expressão a b a i x o r e l a c i o n a a q u e d a d e tensão ( e s c o a m e n t o d a s c a r g a s estáticas p a r a


a t e r r a ) c o m a resistência o h m i c a e o t e m p o , p e r m i t i n d o a v a l i a r o g r a u d e proteção d e
a l g u n s m a t e r i a i s e m p r e g a d o s n a prevenção d a E S D e a m o n t a r a s t a b e l a s 2 0 e 2 1 . P a r a
t a n t o , c o n s i d e r o u - s e a capacitância d e u m a p e s s o a ( 1 9 6 p F ) , c o m s a p a t o d e s o l a d e
c o u r o ( 3 9 D ) e u m i d a d e r e l a t i v a d o a r d e 3 0 %.

- t

V = V,e«^

onde;
V = Tensão ( V ) após d e c o r r i d o o t e m p o t
V o = Tensão ( V ) i n i c i a ! d o c o r p o
t = P e r i o d o de t e m p o (s)
R = Resistência ( Q ) t o t a l à t e r r a
C = Capacitância ( F ) d o c o r p o à t e n - a

RESISTÊNCIA MÁXIMA P E R M I T I D A E T E M P O D E D E S C A R G A
P A R A OPERAÇÃO S E G U R A ( M E N O S D E 1(K) V )

T e m p o d e descaída R m a x à terra via R m i n p a r a segurança R usual


aceitável r e s i s t o r d e 1M£2 do operador
- Piso, tapete
ou manta para < is < 1.000MQ 1MQ <10*Q
bancada
- Pulseira <0,1s < 1.000MQ <10^Q

T A B E L A 20

81
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TEMPO DEDESCARGA DE PESSOAS

PISO RESISTÊNCIA A T E R R A TEMPO DEDESCARGA DE


VIA R E S I S T O R D E I M D 5.000 A 100 V D C

AÇO INOXIDÁVEL 1 xio^^n 0,001 s e g .

CARBONO IMPREGNADO
(PLÁSTICO C O N D U T O R ) 1 x10®Q 0,001 s e g .

LAMINADO D E VINIL
CONDUTIVO 1 x10*Q 0,06 s e g .

FORMALDEIDO 3X10"Q 3 0 0 V após 10 m i n .

P O U E T I L E N O ANTIESTÁTICO 4X10''Q 8 0 0 V após 10 m i n .

MADEIRA 1X 1 0 " Q 1.000V após 10 m i n .

TABELA 21

N o c a s o d e e m b a l a g e n s d e plástico conduíivo c o m r e s i s t i v i d a d e s a c i m a d e 1 0 O / n ,
c o n s t a t o u - s e experimentalmeníe, q u e a s m e s m a s não s e c o m p o r t a m c o m o u m a g a i o l a d e
F a r a d a y perfeita, permitindo o aparecimento d e campos internos.
D e u m m o d o m a i s didático p o d e - s e r e s u m i r a classificação d o s m a t e r i a i s s e g u n d o s u a
condutividade ( O h m s por quadrado), c o m o mostra a figura.34.

14
O 10^ 1 0 ^ 1 0 ' IO"*" 10
|EMB.ALAGENS , PISOS

MATERIAL ' DISSIPATIVO ANTIESTÁTICO ISOLANTE


CONDUTIVO ESTÁTICO

FIGURA 34

82
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P o r t a n t o , a E S D é responsável p o r u m a s i g n i f i c a t i v a p o r c e n t a g e m d e f a l h a s e d a n o s e m
e q u i p a m e n t o s eletrònicos. E m b o r a , n e m s e m p r e c a u s a e e f e i t o p o s s a m e s t a r d i r e t a m e n t e
inter-relacionados, estima-se q u e e m mais d e9 0 % dos casos, as cargas ocorrem abaixo
dos limites d a sensibilidade h u m a n a e / o u d o s l i m i t e s p a r a a destnjição t o t a l d o s
componentes.
N a m a i o r i a d o s c a s o s o s c o m p o n e n t e s são a p e n a s " f e r i d o s " , porém c o n t i n u a m e m
operação. E m consequência t e m - s e a redução d a v i d a útil d o s m e s m o s , o u o q u e é p i o r ,
a ocorrência d e d e f e i t o s i n t e n n i t e n t e s .
Não esquecer q u e , defeitos intermitentes, além d e afetar o desempenho d o s
equipamentos, refletem diretamente n a confiabilidade d o sistema, n a i m a g e m d e sua
e m p r e s a e n o s c u s t o s d e manutenção, d e v i d o s à intermináveis v i s i t a s técnicas s e m
solução d e f i n i t i v a .
Convém s a l i e n t a r q u e , a s e n s i b i l i d a d e d o s c o m p o n e n t e s d e v e a u m e n t a r c o m a evolução
tecnológica e q u e o s níveis h o j e c o n s i d e r a d o s c o m o s e g u r o s , p o d e m s e r críticos amanhã.
Finalmente, d e tudo o q u efoi abordado nessa apostila, o mais importante é a
conscientização s o b r e o s p r o b l e m a s c a u s a d o s p e l a E S D .

Você d e v e e x i g i r q u e o c o n t r o l e d e estática s e j a e m p r e g a d o p e l o s s e u s f o r n e c e d o r e s ,
funcionários e c l i e n t e s , c o m o m e s m o r i g o r q u e e x i g i r i a e m u m a a s s e p s i a d a s a l a e
e q u i p a m e n t o s cirúrgicos d e s t i n a d o s à s u a operação. Você já p e n s o u n a p o s s i b i l i d a d e d e
u m e q u i p a m e n t o clínico eletrônico f a l h a r n o m o m e n t o m a i s crítico d a s u a operação,
d e v i d o a f a l h a d e u m c o m p o n e n t e d e c u s t o e q u i v a l e n t e a a l g u n s dólares?

83
H
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13-BLINDAGENS

1 3 . 1 - DEFINIÇÃO

U m a blindagem eletromagnetica pode ser definida c o m o qualquer barreira colocada entre


d u a s regiões d o espaço, c o m o o b j e t i v o d e r e d u z i r ( a t e n u a r ) a açâo d o s c a m p o s e l e t r i c o s
e / o u magnéticos, o u s e j a , s u a f i n a l i d a d e é m a n t e r u m a m b i e n t e eletromagneticamente
l i m p o p a r a a operação d e c i r c u i t o s sensíveis e m l o c a i s r u i d o s o s e também e v i t a r a
poluição d o a m b i e n t e a p a r t i r d e c i r c u i t o s g e r a d o r e s d e c a m p o s eletromagnéticos, c o m o
mostra a figura 35.

F I G U R A 35

A f i m d e e n t e n d e r m o s o m e c a n i s m o d e atuação d e u m a b l i n d a g e m n o s e n t i d o d e r e d u z i r
o u até m e s m o d e s e e l i m i n a r u m p r o b l e m a d e interferência e l e t r o m a g n e t i c a e também
d e t e r m i n a r o m a t e r i a l m a i s a d e q u a d o a s e r u t i l i z a d o n a s u a confecção, v a m o s c o n s i d e r a r
a b l i n d a g e m c o m s e n d o u m a superfície p l a n a s e m d e s c o n t i n u i d a d e s .

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E s t a g e o m e t r i a s i m p l e s servirá p a r a introduzir o s conceitos g e r a i s d a técnica d e


blindagem, bem como mostrar d eque forma a spropriedades dos materiais influenciam
n o s e u d e s e m p e n h o . Além d i s t o , d e v e - s e c o n s i d e r a r a l g u n s c o n c e i t o s f u n d a m e n t a i s d a
teoria eletromagnetica, pois, a escolha d o material mais indicado será função d a s
características d o c a m p o i n t e r f e r e n t e .

1 3 . 2 - REGIÕES D E C A M P O PRÓXIMO ( N E A R F I E L D ) E C A M P O D I S T A N T E { F A R

FIELD)

P o d e - s e d i v i d i r o espaço a o r e d o r d e u m a f o n t e d e c a m p o eletromagnético e m duas


regiões, o n d e e m c a d a u m a d e l a s o c a m p o a p r e s e n t a características v a r i a d a s , como
mostra a figura 36.

C a m p o próximo C a m p o distante ao
( c a m p o d e irradiação)

região d e transição

Fonte

distância d a f o n t e

FIGURA 36

A região é d e n o m i n a d a região d e c a m p o próximo q u a n d o está e m t o m o d a f o n t e , d e n t r o


d e u m l i m i t e d e }J2z. N e s t a condição a f o n t e é o f a t o r p r i n c i p a l n a determinação d a s
características d o c a m p o .

85
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^ s i m s e a f o n t e é d e a l t a c x H T e n t e e b a i x a tensão, o c a m p o é p r e d o m i n a n t e m e n t e
magnético, p o i s a m a i o r p a r t e d a e n e r g i a d a o n d a e l e t r o m a g n e t i c a está a r m a z e n a d a n a
s u a c o m p o n e n t e magnética. S e a f o n t e a p r e s e n t a b a i x a c o n r e n t e e a l t a tensão, o c a m p o é
predominantemente elétrico, p o i s a maior parte d a energia está a r m a z e n a d a n a
( X > m p o n e n t e elétrica.
P o r t a n t o , o c a m p o p r e s e n t e n a região d e c a m p o próximo, p o d e s e r s u b d i v i d i d o e m c a m p o
i n d u t i v o o u d e b a i x a impedância e c a m p o c a p a c i t i v o o u d e a l t a impedância.
A região c h a m a d a região d e c a m p o d i s t a n t e s i t u a - s e a p a r t i r d o l i m i t e d e "hlZií até o
i n f i n i t o . N e s t a condição o m e i o d e t e r m i n a a s características d o c a m p o , p o i s a impedância
d e o n d a ( Z w ) é i g u a l a impedância característic:a d o m e i o ( Z o ) , d a d a p o r :

\ + jíDE

onde:
\iL - p e r m e a b i l i d a d e d o m e i o
e = c o n s t a n t e dielétrica d o m e i o
o = condutividade do material

P a r a m a t e r i a i s dielé^cos { o « J g ^ ) a impedância característic:a é i n d e p e n d e n t e d a


frequência e t o m a - s e :

P a r a o c a s o d e m a t e r i a i s c o n d u t o r e s ( < j » j c j e ) a impedâncãa característica é d e p e n d e n t e


d a frequência. N e s t e c a s o , e l a é c h a m a d a d e impedância d a b l i n d a g e m ( Z B ) e é d a d a

por:

Nesta região o campo rec»t>e a denominação d e onda plana o u radiação


e l e t r o m a g n e t i c a , e a e n e r g i a está d i v i d i d a i g u a l m e n t e e n t r e a s c ^ o m p o n e n t e s d o c a m p o
elétrico e magnético. A f i g u r a 3 7 i l u s t r a e s t a s regiões e o s t i p o s d e c : a m p o s p r e d o m i n a n t e
e m cada u m a delas.

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mpedância d a f o n t e ( O )

\o elétrico

onda plana
377
região d e transição
/ c a m p o magnétièo

Distância d a f o n t e

região d e c a m p o região d e c a m p o
próximo distante

F I G U R A 37

C o m i s t o p o d e - s e d e f i n i r e m q u a l d a s regiões está l o c a l i z a d a a vítima d a interferência, e


a p a r t i r daí, e v i d e n c i a r o t i p o d e c a m p o i n t e r f e r e n t e , q u e v a i p o s s i b i l i t a r e s c o l h e r o
m a t e r i a l m a i s a d e q u a d o à confecção d a b l i n d a g e m .

1 3 . 3 - EFICIÊNCIA D A S B U N D A G E N S

A c a p a c i d a d e d a b l i n d a g e m d e r e d u z i r ( a t e n u a r ) o c a m p o eletromagnético é r e f e r i d o
c o m o s e n d o a eficiência d a b l i n d a g e m , d e s i g n a d a c»mo S E . A u n i d a d e padrão d e m e d i d a
p a r a a eficiência d e u m a b l i n d a g e m é o d e c i b e l ( d B ) . C o m o já v i s t o a n t e r i o r m e n t e n e s t a
a p o s t i l a , o d B é e x p r e s s o c o m o s e n d o a relação e n t r e d o i s v a l o r e s d e i n t e n s i d a d e d e
campo, onde essas intensidades são m e d i d a s antes e depois d a instalação d a
blindagem.

87
A eficiência d e u m a b l i n d a g e m p o d e s e r expressa c o m o s e n d o ;
13 Companhia de
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SE =20 l o g1»
£1
E2

onde:
S E = Eficiência d a b l i n d a g e m
E1 = Intensidade de campo s e m a blindagem
E 2 = I n t e n s i d a d e d e c a m p o após a colocação d a b l i n d a g e m

Exemplo:
S e u m c a m p o eletromagnéticx) t e m o v a l o r d e 1 0 V / m n a frequência d e 1 0 M H z n o l a d o d e
f o r a d a b l i n d a g e m e 1 V / m n a superfície i n t e r n a d a b l i n d a g e m , a S E d a barreira será:

SE=20Iog,
10 = 20dB
1

A eficiência g e r a l d e u m a b l i n d a g e m irá d e p e n d e r d o t i p o d e c a m p o eletromagnético


e m i t i d o , d o t i p o d e m a t e r i a l e m p r e g a d o , d a g e o m e t r i a e d a dimensão d a b l i n d a g e m .
P a r a fins práticos, três t i p o s d e o n d a s e l e t r o m a g n e t i c a s serão c o n s i d e r a d a s :
1 ) C a m p o elétrico ( E ) ;
2 ) C a m p o magnéticx) ( H ) ;
3) Onda plana.
Q u a n d o u m a onda eletromagnetica encontra u m a barreira d e material eletricarnente
c o n d u t i v o , a p a r c e l a d e o n d a t r a n s m i t i d a além d a b l i n d a g e m é r e d u z i d a e m amplitude
p e l o s e f e i t o s d a reflexão e d a absorção. A p e r d a p o r a b s o r t o é a m e s m a t a n t o p a r a
c a m p o s próximos c o m o p a r a c a m p o s d i s t a n t e s e p a r a o c a m p o elétrico c o m o p a r a o
c a m p o magnético. A p e r d a p o r reflexão q u e o c o r r e n a s d u a s i n t e r f a c e s e n t r e o m e i o ( a r )
e o m a t e r i a l d a b l i n d a g e m ( m a t e r i a l c o n d u t o r ) são d e v i d a s a o d e s c a s a m e n t o e n t r e a
impedância d o m e i o d e propagação e d a b a n e i r a metálic:a e é d e p e n d e n t e d o t i p o d e
c a m p o . A p e r d a p o r absorção o c o n - e através d a dissipação e m f o r m a d e c : a l o r c a u s a d a
p e l a s c o r r e n t e s i n d u z i d a s p e l a p a s s a g e m d a o n d a e l e t r o m a g n e t i c a n a b a r r e i r a metálica.
N a figura 3 8 pode-se observar esse fato:

88
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onda eletromagnetica p e r d a p o r absorção ( A )


incidente
*^ o n d a e l e t r o m a g n e t i c a
p e r d a p o r reflexão ( R ) transmitida

p e r d a p o r re-reflexão ( B )

espessura da barreira

RGURA38

A equação q u e d e f i n e a eficiência d a b l i n d a g e m d e u m a b a r r e i r a metálica é:

S E = R+ A + B

onde:

S E = eficiência d a b l i n d a g e m e m d B
R = p e r d a t o t a l p o r reflexão p a r a a m b a s a s superfícies d a b a r r e i r a e m d B
A = p e r d a p o r absorção d e n t r o d a b a r r e i r a e m d B
B = p e r d a d e v i d a a re-reflexão d a o n d a d e n t r o d a b a r r e i r a e m d B

A p e r d a p o r reflexão ( R ) , p o d e s e r e x p r e s s a p o r :

R(dB)=20log
1» 4 Z .

onde:
Z w = impedância d a o n d a e l e t r o m a g n e t i c a

Z B = impedância intrínseca d a b a n r e i r a

89
H
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A p e r d a p o r absorção ( A ) , p o d e s e r e x p r e s s a p o r :

A ( d B ) = 8.686 (at)

onde:

a = c o e f i c i e n t e d e absorção d o m a t e r i a l d a b a r r e i r a
t = espessura d a barreira e m c m

A p e r d a p o r re-reflexão ( B ) , é t o t a l m e n t e d e p e n d e n t e d a p e r d a p o r absorção, q u e o c x i r r e
e m função d a e s p e s s u r a d a b a r r e i r a . A reflexão o c o r r e n a f r o n t e i r a e n t r e o a r e o m e t a l e ,
s i m i l a r m e n t e , n a f r o n t e i r a e n t r e o m e t a l e o a r . P a r a u m a p e r d a p o r absorção m a i o r q u e
1 0 d B , o t e r m o r e f e r e n t e à re-reflexão p o d e s e r i g n o r a d o . N e s s e c a s o , s o m e n t e a s p e r d a s
p o r reflexão ( R ) e absorção ( A ) d e v e m s e r c o n s i d e r a d a s .
A eficiência d a b l i n d a g e m , possível d e o b t e r n a prática, será s e v e r a m e n t e l i m i t a d a p o r
p o r t a s , junções d e c a n t o s e p a r e d e s , t o d a s a s ligações elétricas e mecânicas e x t e r i o r e s
( c a n o s d e água, l i n h a s d e potência, ventilação, e t c ) . E m adição, q u e b r a d e junções,
soldas, corrosão e m e m e n d a s metálicas e a b e r t u r a s n a blindagem causadas p o r
p a r a f u s o s o u r e b i t e s c o n t r i b u e m p a r a a degradação d a eficiência g e r a l .
A relação e n t r e eficiência d a b l i n d a g e m , e m d B , e a redução o u atenuação d o s i n a l é
dada pela tabela 2 2 :

S E (dB) RAZÃO D E ATENUAÇÃO % D E ATENUAÇÃO

20 10:1 90,0
40 100 : 1 99,0
60 1.000 : 1 99,9
80 10.000 : 1 99.99
100 100.000: 1 99,999
120 1.000.000 : 1 99,9999

T A B E L A 22

90
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Paulista

H o j e e x i s t e m m u i t a s aplicações c o m e r c i a i s p a r a b l i n d a g e m e m a r q u i t e t u r a , e n t r e t a n t o ,
l O O d B d e atenuação, m u i t o p r o v a v e l m e n t e , não será necessário.
U s u a l m e n t e , o s p r o j e t o s p a r a a m a i o r i a d a s aplicações c o m e r d a i s irão n e c e s s i t a r d e , n o
máximo, 6 0 d B e n t r e a s frequências d e l O O K H z e 1 G H z . O o b j e t i v o básic» n o m u n d o
c o m e r c i a i é o b t e r a b l i n d a g e m necessária a o m e n o r c u s t o e trabalíio.
A n e c e s s i d a d e d a b l i n d a g e m p o d e s e r e n c o n t r a d a e m áreas c o m o :
a) Hospitais, centros de radioterapia;
b ) Laboratórios d e p e s q u i s a e d e t e s t e s c e m e r c i a i s ;
c ) B a n c o s , fábricas q u e u s a m e q u i p a m e n t o s a u t o m a t i z a c i o s ( r o l X ) t ) ;
d ) S a l a s d e m e t r o l o g i a , laboratórios d e mísseis t e l e c o m a n d a d o s ;
e ) C e n t r o d e comunicação e p r o c e s s a m e n t o d e d a d o s ;
f ) Estações d e rádio e T V , c e n t r o s d e transmissão d e T V à c a b o ;
g ) T o r r e s d e c o n t r o l e d e tráfego aéreo, áreas d e t e l e f o n i a c e l u l a r .

1 3 . 4 - Q U E NÍVEL D E ATENUAÇÃO É NECESSÁRIO?

C o m o avanço d a t e c n o l o g i a d i g i t a l e m telecomunicações, c o m p u t a d o r e s , s i s t e m a s d e
segurança, e t c , d e c e r t a f o r m a , c o m o visto anteriormente, esses equipamentos e
sistemas a t u a m c o m o receptores para a s E M I . Portanto, a necessidade d econter esses
e q u i p a m e n t o s sensíveis d e n t r o d o s l i m i t e s p r o t e t o r e s d e s a l a s , o u m e s m o edificações
b l i n d a d a s , t o m a - s e u m a prática obrigatória e m a l g u n s c e s o s . A eficiência d a b l i n d a g e m e
a f a i x a d e frequência irão, n a g r a n d e m a i o r i a d o s c e s o s , d e t e r m i n a r q u e t i p o s d e
m a t e r i a i s e técnica deverão s e r u t i l i z a d o s .
Vejamos alguns exemplos;
- U m a s a l a b l i n d a d a q u e a p r e s e n t e u m a atenuação d e 6 0 d B , o u s e j a , u m a redução d o
sina! interferente de aproximadamente 1.000 (mil) vezes, equivale a dizer q u e u m sinal d e
1.000V/m, somente I V / m conseguiria "vazar" a blindagem. E s s a blindagem atende a
m a i o r i a d o s e q u i p a m e n t o s eletrônicxjs sensíveis d e u s o c o m e r c i a l .

- U m a s a l a o u edificação p a r a p e s q u i s a , p r o j e t o e m o n t a g e m d e mísseis n u c l e a r e s ,
satélites d e comunicações o u o u t r o s e q u i p a m e n t o s m a i s sensíveis, necessitará d e
blindagem d e cerca d e lOOdB o u mais, devido a o alto risco e segurança máxima
envolvida n o projeto.

91
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E n e r g i a Elétrica
Poulisto

Essa blindagem a p r e s e n t a u m a redução d o s i n a l i n t e r f e r e n t e d e a p r o x i m a d a m e n t e


100.000 (cem mil) vezes, o que equivale dizer que u m sinal d e 1.000V/m, somente
1 0 m V / m conseguiria "vazar" a blindagem.

1 3 . 5 - CLASSIFICAÇÃO D A S B U N D A G E N S C O M RELAÇÃO A O M A T E R I A L

UTILIZADO

1 3 . 5 . 1 - B l i n d a g e m Ferromagnética

O princípio d e s t e t i p o d e b l i n d a g e m é b a s e a d o n o f a t o d e q u e o c a m p o magnético
p r o c u r a o c a m i n h o d e m e n o r relutância. C o m o a p e r m e a b i l i d a d e magnética d o m a t e r i a l
ferromagnético é m u i t o m a i o r q u e a p e r m e a b i l i d a d e d o ar, o campo magnético s e
concentra neste material, c o m o mostrado na figura 39.

C a m p o magnético

F I G U R A 39

92
H
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Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ Paulista

A s s i m pode-se afimiar que, de u m m o d o geral, quanto maior a permeabilidade do


m a t e r i a l d a b l i n d a g e m , m a i o r será a eficiência d a m e s m a , A b l i n d a g e m ferromagnética
p o d e s e r a p l i c a d a tamt)ém p a r a c a m p o s d e c o r r e n t e contínua.
O m a t e r i a l u t i l i z a d o n a confecção d a b l i n d a g e m não d e v e s a t u r a r - s e d e v i d o a o c a m p o
magnético a p l i c a d o , p o i s c o m o consequência teríamos uma diminuição na eficiência da
blindagem.

13.5.2 - B l i n d a g e m C o n d u t i v a

O princípio d e s t e t i p o d e b l i n d a g e m b a s e i a - s e n o f a t o d e q u e t o d o c a m p o magnético
variável n o t e m p o , i n d u z c o r r e n t e s p a r a s i t a s e m u m m a t e r i a l c o n d u t o r e m q u e incida.
S a b e - s e também q u e o c a m p o magnético f o r m a d o p e l a s c»rrentes p a r a s i t a s é o p o s t o a o
c a m p o que lhe d e r a m origem. D e s t a forma, o c a m p o resultante n o interior da blindagem
será r e d u z i d o .
O princípio d e u m a b l i n d a g e m c o n d u t i v a i m e r s a e m u m c a m p o magnético é m o s t r a d o n a
figura 40.

C a m p o magnético
C a m p o magnético i n c i d e n t e criado pelas correntes
induzidas

> Corrente induzidas


no material condutor

F I G U R A 40

93
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Paulista

13.5.3 - B l i n d a g e m C o m b i n a d a

A b l i n d a g e m c o m b i n a d a é u m a b l i n d a g e m c o m p o s t a d e várias c a m a d a s , o n d e u t i t i z a - s e
geralmente materiais diferentes.
A eficiência d e s s e t i p o d e b l i n d a g e m é d e t e r m i n a d a f a z e n d o - s e o p r o d u t o d a eficiência
calculada para cada u m a delas separadamente.

1 3 . 6 - M A T E R I A I S P A R A B U N D A G E N S E M EDIFICAÇÕES

A s m a i o r e s superfícies e m q u a l q u e r s a l a q u e d e v a s e r b l i n d a d a sâo a s p a r e d e s , o t e t o e
o p i s o . A seleçâo d e m a t e r i a i s económicos e fáceis d e u s a r d e v e s e r a principal
consideração.
É i m p o r t a n t e s a l i e n t a r q u e a s q u e b r a s d e junções s o l d a d a s , corrosão e m e m e n d a s
metálicas e a b e r t u r a s n a b l i n d a g e m c a u s a d a s p o r p a r a f u s o s o u r e b i t e s , c o n t r i b u e m p a r a
a degradação d a eficiência g e r a l . A t a b e l a 2 3 c o m p a r a c i n c o métodos q u e t e m sido
u s a d o p a r a obtenção d e 6 0 d B d e atenuação n a s b l i n d a g e n s . D o i s métodos u t i l i z a m
painéis d e f o l h a s metálicas q u e p r o p o r c i o n a m até 1 2 0 d B d e atenuação. E s s e s métodos
são caríssimos e t r a b a l h o s o s .
O s três o u t r o s métodos são m a i s a d e q u a d o s p a r a atenuação d e 6 0 d B . O método m a i s
n o v o c o n s i s t e n o u s o d e t i n t a d e c o b r e nâo o x i d a n t e , à b a s e d e água, q u e o f e r e c e ótimo
d e s e m p e n h o a custo mais baixo.

94
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CARACT1ERIS- ESTRUTURA PAINEL FOLHA


TCAS METÁLICA MODULAR METÁLICA TELA/GRADE TINTA D E C O B R E
SÓLIDA

fc^ias m^ltccs de f t ^ h a s m^âicís (te f o l h a s d e col3re o u teb ou grade de tinta d e c ( ^ e


CC»íSTRUÇÃO aço e m u m a aço s o b r e u m a alumínio s o t x e a s c o t x B o u alumínio aplicada sobre a
estnmjra soldada estnjtura paredes stáire u n r a e s t r u t u r a f a r e d e , teto e p i s o
parafusada

MÉTCOODE soldado parafusado torcido, s d d a d o , soldado, c o M o , fita d e c o b r e


JUNÇÃO colado parafusado

> 6 0 d B (malha fina)


ATENUAÇÃO 120dB(E) lOOdB(E) 6CldB(E) < 6 0 d B (maliia seDdB(E)
TiPKA 20ãeOdB(H) 2DàeOdB(H) OdB(H) grossa)
OdB(H)

atemação m u i t o a l t a atenuação, l e v e , ^ 1 apUcação,


VANTAGENS a l t a , durável, b a i x a durável, p e s o leve leve d u r a v a , fáot
TÉCNICAS degradação e moderado e manutenção
manutenção desmontável

ctes^npentx) frágil, ttesempeni» fr^l, desempenho p o d e s e r arranhcKla


alto p e s o e alto incerto, sujeito a i n c e r t o , difícil i n c e r t o , difícil ou raspsida
PRORiFMAS cteto corrosão e difícil manutenção, difícil montagem, precisa facilmente, precisa
manutenção montagem, precisa s e r protegida serprt*egi<fa
s e r protegida

CUSTO DE 0 m a i s alto alto moderado moderado a baixo o m a i s baixo


INSTALAÇÃO

CUSTO DE baixo m o d e r a d o a alto moderack) mod«adoa t>aixo baixo


MANUIbNÇÃO

difícil, q u e b r a d e difídi, p a r a
s o l d a s é 0 pf <^>iema ferrugem MJ ^ ! s e exposto, ^ í l s e exposto, Sei) s e expo^o,
MANUI^NÇÃO mais comum, corrosão n e c e s s i t a probteoías m a i s p r o b l e n r a c o m u m são basta quea
requer remoção d e desmontagem, c o m u n s são c o r t e s o s cortes supeffíoe s e j a
paredes para limpeza e nas folhas repintacte
conserto remontagem

T A B E L A 23

95
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14-FILTROS

A s a b e r t u r a s p a r a a e n t r a d a d e c o n d u t o r e s d e potência, s i n a l o u comunicação a f e t a m a
e s t r u t u r a d a b l i n d a g e m p o r "interferência c o n d u z i d a " . I s t o é d e f i n i d o c o m o q u a l q u e r s i n a l
elétrico o u eletrônico q u e é c o n d u z i d o p o r u m a l i n h a d e potência e / o u cafc>os d e s i n a i s
q u e irão i n t e r f e r i r c o m a s funções d e u m e q u i p a m e n t o e / o u s i s t e m a eletrônico sensível.
A eliminação d e s s e s s i n a i s indesejáveis é c o n s e g u i d a m e d i a n t e o u s od e filtros.
C a d a c o n d u t o r q u e p e n e t r a n a b l i n d a g e m d o edifício, o u d a área, o u d o e q u i p a m e n t o
eletrônicx), d e v e s e r f i l t r a d o . A ligação d e t e r r a d e v e s e c o n e c t a d a diretamente à
b l i n d a g e m . O t e r r a d e "potência" não d e v e s e r f i l t r a d o e o n e u t r o d e potência p o d e s e r
l i g a d o à b l i n d a g e m o u f i l t r a d o , s e p e m r i i t i d o p e l o e q u i p a m e n t o elétrico.
A seleção d o s f i l t r o s d e l i n h a d e p e n d e m d e vários f a t o r e s (tensão, c o r r e n t e , número d e
fases, etc). Filtros para linhas d esinal d e v e m ser selecionados d e acordo c o m o tipo d e
s i n a l a s e r f i l t r a d o ( d i g i t a l , analógico, c l o c k , e t c ) . N a prática não e x i s t e m r e g r a s d e f i n i d a s
p a r a a seleção d o s f i l t r o s . C a d a f i o e n t r a n d o e s a i n d o d a área o u e q u i p a m e n t o b l i n d a d o
d e v e s e r a n a l i s a d o e c a t e g o r i z a d o e m s u a s características p a r t i c u l a r e s a n t e s q u e o f i l t r o
s e j a e s p e c i f i c a d o . É necessário e n f a t i z a r q u e a b l i n d a g e m d e u m a área, edifício, o u
e q u i p a m e n t o p o d e s e r c o m p r o m e t i d a p e l a seleçâo d e u m f i l t r o não a p r o p r i a d o . P o r t a n t o ,
é aconselhável u m e s t u d o d e t a l h a d o e c o m p l e t o d o c : a s o a n t e s d e s e t e n t a r s e l e c i o n a r
u m filtro.

1 4 . 1 - LOCALIZAÇÃO D O S F I L T R O S

S e j a u m a g r a n d e edificação b l i n d a d a , u m a s a l a o u m e s m o a carcaça metálica d e u m


e q u i p a m e n t o , bastidor o u rack, é imperativo q u e o filtro esteja loc:alizado i m e d i a t a m e n t e
após a e n t r a d a d o s f i o s n a u n i d a d e .
O i d e a l é q u e o próprio c o n e c t o r d e e n t r a d a n a s a l a o u n o e q u i p a m e n t o s e j a d o t a d o d e
b l i n d a g e m específica, s e n d o q u e n o s c a s o s d e E M I e m a l t a frequência o s f i l t r o s deverão
ser blindados e o s s i n a i s indesejáveis d e s a c o p l a d o s à t e r r a ( m a s s a ) através d e
capacitores de desacoplamento.

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I s s o d e v e s e r u t i l i z a d o n o s e n t i d o d e e v i t a r q u e u m a E M I e x t e r n a não e n t r e n a u n i d a d e ,
em forma d e E M I cxmduzida. N a prática é u t i l i z a d o c o n d u t o r d e alimentação e d e s i n a l
c o m m a l h a b l i n d a d a , anéis d e f e r r i t e , i n d u t o r e s , c a p a c i t o r e s , t r a n s f o r m a d o r e s , d i o d o s ,
etc, c o n f o n n e figura 4 1 abaixo.

FIGURA 41

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14.2 - C O M P O N E N T E S U S A D O S C O M O FILTRO

Os componentes mais usados como filtros sâo:


Capacitor, indutor, transfiDrmador, a n e l d e ferrite, resistores, diodos e a s s u a s diversas
associações, f o r m a n d o u m filtro p a s s a a l t a , p a s s a b a i x a , r e j e i t a f a i x a , e t c .
Cada cxjmponente t e m a s u a aplicação específica q u e d e p e n d e d a frequência d e
operação d o s i s t e m a , d a i n t e n s i d a c i e d a interferência p r e s e n t e n e s s e s i s t e m a e d o e x i s t o /
benefício d o filtro.

14.2.1 - C a p a c i t o r

O capacátor é u m d o s c o m p o n e n t e s m a i s u s a d o s c o m o filtro c o n t r a ruídos, interferências,


harmónicos, e t c .
A frequência d e operação é u m a d a s considerações m a i s i m p o r t a n t e s n a e s c o l h a d e
c a p a c i t o r e s e n e n h u m t i p o d e capacátor irá p r o v i d e n c i a r filtragem satisfatória s o b r e t o d a a
f a i x a q u e v a i c i e s d e áudio até a l t a s ft-equêncáas. N a figura 4 2 , t e m - s e a aplicação d o s
c a p a c i t o r e s c o n f o r m e a s u a fi"equência d e operação.
Q u a n d o t e m - s e s i n a i s d e a l t a s frequências, u s a - s e o c a p a c i t o r d e alimentação d i r e t a
(feed-íhrough c a p a c i t o r ) q u e t e m u m a b a i x a auto-indutância e c o n s e q u e n t e m e n t e tem
u m a frequência d e auto-ressonância t > e m a l t a ( v i d e figura 4 3 ) .

98
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b a i x a frequência | média freqúèncié| a l t a frequência

m ^ c a v i d n i e cerâmico d e b a ^ a
p|pe e ps j e i n etaliz a d o
cérâm^íQo d e a l t o i :
e l e t n (lítico d e a u m i n
el^rolíti^ d e tanta o
— •

I nylar
poli sstire n o

0.001 0.01 0.1 1.0 10.0 I D O 1.0 10.0 1 0 0 1 0 0 0 10.000

KILOHERTZ MEGAHERTZ
O B S : A l i n h a p o n t i l h a d a i n d i c a variações d e v i d o às técnicas d e fabricação e v a l o r e s d e
capacitância (tolerância).

FIGURA 42

99
H
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14.2.2 - I n d u t o r

O u s o d o i n d u t o r é c a r a c t e r i z a d o p e l o t i p o d e núcleo q u e e l e é f e i t o . E x i s t e m d o i s t i p o s d e
núcleos, q u e são o núcleo d e a r e o núcleo magnético, q u e é o m a i s u s a d o d e v i d o a s e u
f l u x o magnético e s t a r p r a t i c a m e n t e c o n f i n a d o d e n t r o d o s e u próprio núcleo; o q u e não
o c o n - e c o m o núcleo d e a r , p o i s o s e u fluxo magnético s e e s p a l h a e p o d e causar
interferências n o s c i r c u i t o s e / o u c o m p o n e n t e s m a i s próximos. A figura 4 4 mostra esse
efeito.
A figura 4 5 m o s t r a vários m o d e l o s d e c h o k e s q u e são i n d u t o r e s e n r o l a d o s g e r a l m e n t e e m
f e m t e s o u a l g u m m a t e r i a l ferromagnético d e a l t a p e r m e a b i l i d a d e e encapsulados,
c o m u m e n t e u s a d o s p a r a a l t a s frequências

FIGURA 44

FIGURA 45

100
14.2.3 - T r a n s f o r m a d o r
13 Companhia de
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E n e r g i o Elétrica
Poulisto

O s t r a n s f o r m a d o r e s são frequentemente u s a d o s p a r a p r o v e r isolaçâo e n t r e d o i s c i r c u i t o s .


Q u a n d o u s a d o e m c i r c u i t o s q u e o p e r a m e m frequências m a i s a l t a s é necessário t e r u m a
b l i n d a g e m e i e t r o s t a t i c a e / o u c a p a c i t o r d e a c o p l a m e n t o e n t r e o primário e o secundário
q u e t e m p o r f i m e s c o a r p a r a a t e r r a a s rádio-frequências indesejáveis ( v i d e f i g u r a 4 6 ) .

S e r i e s 172

FIGURA 46

14.2.4-Anel de Ferrite

O a n e l d e f e r r i t e f o r n e c e u m a e x p r e s s i v a atenuação e m s i n a i s d e a l t a frequência, s e m
i n t e r f e r i r n o s níveis D C e b a i x a s frequências. E s s e s são p e q u e n o s e podem ser
i n s t a l a d o s n o s t e r m i n a i s d o s c o m p o n e n t e s e f i o s c o n d u t o r e s d e s i n a i s . O s anéis são m a i s
e f i c i e n t e s n a atenuação d e s i n a i s a c i m a d e 1 M H z e p o d e m s e r v i r p a r a d e s a c o p l a r a l t a s
frequências, supressão d e s i n a i s p a r a s i t a s e b l i n d a g e m ( v i d e f i g u r a 4 7 ) .

101
H
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Paulista

F I G U R A 47

1 4 . 3 - CLASSIRCAÇÃO D O S F I L T R O S

O s filtros p o d e m ser classificados, d e u m m o d o geral, d eacordo c o m o s efeitos d e s u a


atenuação e e x p r e s s a s e m d B , c o m o s e g u e :

F A I X A 1 - D e O a l O d B : atenuação p o b r e e d e b a i x o c u s t o , r e s o l v e a p e n a s o s p r o b l e m a s
de E M I mais simples.

F A I X A 2 - D e 1 0 a 3 0 d B : e m b o r a s e j a u m a f a i x a d e p o u c a m a g n i t u d e d e atenuação,
consegue-se eliminar a EMI nos casos mais comuns.

F A I X A 3 - D e 3 0 a 6 0 d B : c o m e s t a atenuação a g r a n d e m a i o r i a d o s p r o b l e m a s d e E M I ,
são r e s o l v i d o s .

F A I X A 4 - A c i m a d e 6 0 d B : é u m a f a i x a q u e r e q u e r atenuação e s p e c i a l já q u e o nível d o
s i n a ! i n t e r f e r e n t e p r o v o c a u m e n v o l v i m e n t o ía! q u e , e x i g e f i l t r o s e b l i n d a g e n s d e altíssima
q u a l i d a d e e eficiência. São situações e x t r e m a s e e s p e c i a i s .

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14.4 - P R O J E T O D E F I L T R O S

14.4.1 - indutores

O p r i n d p a l f a t o r q u e e n v o l v e o cálculo d a indutânda d e u m a b o b i n a c o m o a m o s t r a d a n a
figura48, o u s e j a , u m solenóide cilíndrico, é q u e não e x i s t e u m a fórmula a b s o l u t a m e n t e
p r e d s a para isso.

RGURA48

P o r m a i s c u r t o q u e s e j a o solenóide o u b o b i n a , s e m p r e e x i s t e l i n h a s d e forças d o c a m p o
magnético q u e " e s c a p a m " e p o r t a n t o , não c o r t a m t o d a s a s e s p i r a s d a m e s m a b o b i n a .
A s s i m , p a r a q u e a s fónnulas d a d a s s e j a m válidas, o s solenóides d e v e m s e r p e q u e n o s e
s e u c o m p r i m e n t o não d e v e s e r m a i o r q u e d u a s v e z e s o s e u diâmetro.

a ) S e m Núcleo
P a r a solenóides o u b o b i n a s c u j o s c o m p r i m e n t o nâo s e j a m m a i o r e s q u e 2 c m e u m
diâmetro d e n o máximo 1 c m , v a i e a s s e g u i n t e s fórmulas:

10'.L.1
L = U 5 7 - ^
i l,256.s 10'.I

n .s 10'.L.I
1,257.11^

103
onde;
El Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

n = número d e e s p i r a s
L = indutância ( H )
1= c o m p r i m e n t o d a fc>obina {cm)

a ] 2
s = n — = área d e u m a e s p i r a ( c m )

d = diâmetro d a b o b i n a ( c m )

b ) C o m Núcleo

C o m o u s o d e m a t e r i a i s ferromagnéticos n u m a b o b i n a , c o n s e g u e - s e u m a concentração
d a s l i n h a s d e força d o c a m p o magnético.
A s s i m , p o d e - s e t e r m a i o r precisão n a obtenção d e u m a c e r t a indutância, c o m o tamt)ém
t e m - s e u m m e n o r número d e e s p i r a s .
P a r a o c a s o d e b o b i n a s cilíndricas, o núcleo d e m a t e r i a l ferromagnético terá o m e s m o
formato, conforme mostra a figura 49.

núcleo

R G U R A 49

O cálculo p o d e s e r f e i t o através d a s equações:

L.IJO*
B- L = 1,257
V 1,257.8.^

10'.L.I
I = 1,257 s =
10*.L 1,257. o '

104
onde:
El Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

L = indutância ( H )

d
=área d a e s p i r a ( c m ^ )
\2.

n = número d e e s p i r a s
1= c o m p r i m e n t o d a e s p i r a ( c m )
| i = c o e f i c i e n t e d e p e r m e a b i l i d a d e d o m a t e r i a l u s a d o n o núcleo

14.4.1.1 - F a t o r Q d a B o b i n a

L R

L = indutância d o f i o ( H )
R = resistência d o f i o (íi)
O fator de qualidade de u m a bobina é dado pela formula:

onde:
X L = 27cfL = reatância i n d u t i v a ( Q )
f = frequência ( H z )

14.4.2 - F i l t r o s P a s s i v o s

São f i l t r o s básicos f o r m a d o s a p e n a s p o r c o m p o n e n t e s p a s s i v o s , t a i s c o m o r e s i s t o r e s ,
capacitores e indutores, d e m o d o que o s sinais p a s s a m s e m sofrer qualquer tipo d e
amplificação. I s s o s i g n i f i c a q u e o s f i l t r o s d e s s e t i p o a t e n u a m o s s i n a i s d a s frequências a s
q u a i s não c o r r e s p o n d a m à f a i x a q u e d e v e m d e i x a r p a s s a r .
O sinal desejado q u e deveria passar integralmente também s o f r e u m a pequena
atenuação, f a z e n d o c o m q u e o s f i l t r o s d e s s e t i p o e n c o n t r e m m u i t a s limitações n a s
aplicações práticas.

105
H
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^ Paulista

Os filtros p o d e m ser:

a) P a s s a 4 7 a i x a s

E s s e t i p o d e filtro d e i x a p a s s a r o s s i n a i s d e b a i x a s frequências, a t e n u a n d o a s a l t a s
freqiiências c o n f o r m e a s u a frequência d e c o r t e p a r a a q u a ! foi c a l c u l a d a . A figura 5 0
m o s t r a o e s q u e m a d e filtro e a s s u a s fórmulas d e cálculo.

L L L/2 U 2

C Y -|- C/2 Y C/2 C y

constante - k % T
F I G U R A 50

b) P a s s a - a l t a s
E s s e t i p o d e filtro d e i x a p a s s a r o s s i n a i s d e a l t a s frequências, a t e n u a n d o a s b a i x a s
frequências c o n f o r m e a s u a frequência d e c o r t e p a r a q u a l f o i c a l c u l a d a . A figura 51
m o s t r a o e s q u e m a d e filtro e a s s u a s fórmulas d e cálculo.

C C C/2 C/2

constante^ jt T
F I G U R A 51

A fórmula d e cálculo é a m e s m a q u e é u s a d a p a r a o s filtro p a s s a - b a i x a s .

106
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c ) Rejeíta^aixa
E s s e t i p o d e f i l t r o a t e n u a u m a frequência d e t e r m i n a d a , d e i x a n d o a s d e m a i s frequências
p a s s a r e m . A f i g u r a 5 3 m o s t r a o e s q u e m a e a s fórmulas p a r a cálculo.

C c

U R/2

2C-|-

R R

F I G U R A 53

f = R
iTdC
2íiRC IJcfR

14.4.3 - R I t r o s A t i v o s

F i l t r o a t i v o é u m d i s p o s i t i v o q u e contém a combinação d o s e l e m e n t o s d o f i l t r o p a s s i v o
c o m amplificadores o p e r a c i o n a i s . Isso aca-escenta u m a p r o p r i e d a d e importante, o u seja, a
d e p o d e r a m p l i f i c a r o s s i n a i s q u e c o r r e s p o n d a m a u m a f a i x a d e s e j a d a d e frequência, o u
p e l o m e n o s , e v i t a r q u e o c o r r a m p e r d a s n u m nível q u e impeça a s u a utilização prática.
O s f i l t r o s a t i v o s t e m a s v a n t a g e n s d e t e r b a i x a impedância d e saída e a l t a impedância d e
e n t r a d a ( a p r e s e n t a n d o b o a isolaçâo), p o s s i b i l i t a n d o a associação d e d i v e r s a s etapas
s e m p e r d a s d e potência e a c a p a c i d a d e d e s e o b t e r funções c o m a l t o Q e m b a i x a s
frequências, s e m a n e c e s s i d a d e d e s e u t i l i z a r i n d u t o r e s .
O s filtros p o d e m ser.

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a)Passa-baixas
N a f i g u r a 5 4 , t e m - s e o e s q u e m a eletrônico e a s fórmulas p a r a cálculo d e u m f i l t r o p a s s a -
baixas de 2 * o r d e m de componentes iguais.

R
CZh-MZ3
RA

C - r

RB
I

FIGURA 54

f = R
27tRC 2nfC

C = RB > 0,586RA
2jrfR
P a r a u m g a n h o d e tensão d e 1 , 5 8 6 , p o d e - s e a d o t a r R A = 47kí2 e R B = 2 7 k Q .

b) P a s s a - a l t a s
N a f i g u r a 5 5 , t e m - s e o e s q u e m a eletrônico e a s fórmulas p a r a cálculo.
R

I h - I I h
r > 7 t -
R r i

RB
I
FIGURA 55

108
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f=
27tRC 27tfC

R B > 0,7RA
2jcfR

c) P a s s a - f a i x a
N a f i g u r a 5 6 , t e m - s e o e s q u e m a eletrônico e a s fórmulas p a r a cáic:ulo

F I G U R A 56

Rl = R2 = 27rC(2Q--G )
27tfGC

R3 = TCfC G = R3
2R1
G
2 2 < Q < 1 0

d) Rejeita-faixa

N a f i g u r a 5 7 , t e m - s e o e s q u e m a eletrônico e a s fónnulas p a r a cálculo. O s v a l o r e s q u e

estão n o e s q u e m a são p a r a u m a frequência d e 6 0 H z e Q = 5 0 .

R = 27rfC R^ = (3Q-I)RB

109
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FIGURA 57

14.3.4 - F i l t r o s P r a t i c o

a) R I t r o d e alto Q p a r a 60Hz
E x i s t e m aplicações e m q u e é i m p o r t a n t e r e j e i t a r s i n a i s e s p e c i f i c a m e n t e n a frequência d e
60Hz {rede d e energia). Dependendo d o caso, e s s e filtro d e v e ter uma elevada
seletividade, o q u e significa u m alto Q . E s s e filtro p o d e s e r u s a d o p o r e x e m p l o , e m
e q u i p a m e n t o s d e áudio p a r a e l i m i n a r o r o n c c p r o v o c a d o p e l o 6 0 H z d e v i d o , a ineficiência
d e f i l t r a g e m d a f o n t e d e alimentação. A f i g u r a 5 8 m o s t r a e s s e c i r c u i t o .

100Mf2 lOOMQ
Ml 02
X
C3-r-540pF - L C 2 270pF
C1 - r -270pF r 4
R3 5Mn
I

FIGURA 58

110
Fórmulas p a r a cálculo:
il Companhia de
Transmissõo d e
E n e r g i a Elétrica
Poulisto

f = R1=R2=2R3
2jtRlCl
C1=C2=C3/2

b) Filtro p a r a T V I
A s interferências e m t e l e v i s o r e s , d e n o m i n a d a s p e l o s o p e r a d o r e s d o s serviços d e rádio-
cidadão ( P X ) e r a d i o a m a d o r e s ( P Y ) d e T V I (Television Interference), é o assunto
provavelmente mais discutidos atualmente entre os " P X " e "PY".
S e m dúvida, o s t r a n s m i s s o r e s g e r a m frequências harmónicas, q u e s e s i t u a m d e n t r o d e
a l g u n s c a n a i s d e T V . E s s a s radiações espúrias c a u s a m E M I q u e n o r m a l m e n t e não
p o d e m s e r e l i m i n a d a s , p o r t u d o q u e s e faça n o s r e c e p t o r e s d e T V , d e f o r m a q u e a única
solução está e m e v i t a - l a s n o s t r a n s m i s s o r e s .
A f i g u r a 5 9 m o s t r a o e s p e c t r o d e frequência d e T V e d a s harmónicas g e r a d a s p e l o s " P X "
e"PY".

TV P X PY

<*.5.6PX»

O U T R O S SCÍÍVICOS

mim
HARMÓNICA

F i g u r a 59

111
flHnEl Companhia de
^ ^ S g | Transmissão d e
B j p W l E n e r g i o Elétrica
um wm P o u l i s t o

A s iníerferêndas i n t e n s a s c a u s a m u m a i n s t a b i l i d a d e d e i m a g e m íransformando-a e m u m
c o n j u n t o d e s o r d e n a d o d e l i n h a s c l a r a s e e s c u r a s , o u poderá até m e s m o f i c a r c o m o u m
n e g a t i v o d e f o t o g r a f i a . A interferènda poderá s e r c o n s i d e r a d a "moderada" quando
a p a r e c e m s o b r e p o s t a s à i m a g e m d o t e l e v i s o r , l i n h a s d i a g o n a i s , q u e sâo g e r a d a s pelo
" b a t i m e n t o " d a frequência d e p o r t a d o r a d e i m a g e m e a hamiônica d o t r a n s m i s s o r d o
amador. A figura 6 0 mostra a s interferências causadas pelas harmónicas d o s
transceptores dos "PX" e "PY".

FIGURA 60

A f i g u r a 6 1 m o s t r a o f i l t r o q u e d e v e s e r u s a d o n a saída d e s i n a l d o s t r a n s c e p t o r e s p a r a
e l i m i n a r a T V I . E s s e f i l t r o é c o n h e c i d o c o m o f i l t r o C H E B Y S H E V d e s e t e pólos. N a f i g u r a
6 2 tem-se o aspecto construtivo do mesmo.

L2 L4 L6

-•50n C l -T- C3 -r- C5 - I - C 7 50Q

FIGURA 61

112
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FIGURA 62

N a t a b e l a 2 4 t e m - s e o s v a l o r e s c o m e r c i a i s d o s c o m p o n e n t e s u s a d o s n o filtro p a r a várias
frequências.

Faixa Frequência d e c o r t e Cl eC7 C3eC5 L2eL6 L4

160m 2,02 M H z 1.200pF 2.700pF 5,42nH 6,41 n H

80m 4,11 M H z 560pF 1.300pF 2,62nH 3,13nH

40m 7,98 M H z 300pF 680pF 1,37nH 1,62^H

20m 15,16 M H z 160pF 360pF 0,72nH 0,85jiH

15m 21,69 MHz lOOpF 240pF 0,49nH 0,59nH

10m 36,85 M H z 68pF 150pF 0,3nH 0,36nH

T A B E L A 24

Na figura 6 3 t e m - s e u m filtro p a s s a - a l t a s q u e d e v e s e r c o l o c a d o n a e n t r a d a d e s i n a l d o
t e l e v i s o r p a r a a t e n u a r o s s i n a i s indesejáveis q u e c a u s a m E M I n e s s e s a p a r e l h o s .

113
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C1 C2 C3

75Q
L1 L2

F I G U R A 63

Onde:
01= C3= 100pF
02= 50pF
L 1 = L 2 = três e s p i r a s d e fio 1 4 A W G , c o m diâmetro i n t e r n o d e 1 , 9 c m e c o m p r i m e n t o i g u a l
a 0,95an.

d) Filtros d e linha (AC)


E s s e s tipo d e filtros são n o r m a l m e n t e u s a d o s n a e n t r a d a d e alimentação A C d o s
a p a i B l h o s eletrònicos p a r a a m e n i z a r a s interferências e iiarmõnicas q u e são c o n d u z i d a s
v i a r e d e elétrica. Vários t i p o s d e filtros q u e p o d e m s e r e n c o n t r a d o s n o comércio l o c a l ,
estão d e m o n s t r a d o s n a figura 6 4 .

L1 L1 LI

;lOOnF iJilOOnF T lOOnF ±:iOOnF OOnF


1
LI L1 LI

F I G U R A 64

L 1 = 3 0 e s p i r a s d e fio 1 4 A W G e m núcleo d e f e r r i t e d e lOcím d e c o m p r i m e n t o p o r 1cmn d e


diâmetro

114
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L2

entrada A C C2 T saída A ( ^
^
Cl C 3 - ^

L2

FIGURA 64

L 2 = 2 0 e s p i r a s d e f i o 1 4 A W G c o m 1 , 2 c m d e diâmetro e 6 c m d e c o m p r i m e n t o
C1= C2= C3= de 1 a 10nF X 1.400V

1 5 - P R O C E D I M E N T O S G E R A I S D E MITIGAÇÃO D A INTERFERÊNCIA
ELETROMAGNÉTICA

N o s e n t i d o d e r e d u z i r a m a g n i t u d e d o s ruídos e s i n a i s g e r a d o s d e forma indesejável, q u e


p o d e m a l t e r a r o u d i s t o r c e r a s características básicas d o s s i n a i s d o e q u i p a m e n t o vítima,
d e v e - s e r e d u z i r o s níveis d e emissão d a fonte d e perturbação, o u p r o t e g e r o r e c e p t o r a
f i m d e tomá-lo i m u n e à pertuitiaçâo o u r e d u z i r o a c o p l a m e n t o e n t r e a f o n t e d o s i n a l
interferente e o equipamento vítima. A q u i , dar-se-á ênfase p a r a o s dois últimos
procedimentos.

A s p r i n c i p a i s técnicas u t i l i z a m o s s e g u i n t e s p r o c e d i m e n t o s :

TÉCNICA 1 - M i n i m i z a r a Impedância d e T e r r a

P r o c e d i m e n t o : E n c u r t a r o máximo possível ( d e n t r o d o s l i m i t e s físicos) a s ligações c o m o


r e f e r e n c i a l t e n r a . Q u a n t o m a i s c u r t o f o r o c o m p r i m e n t o d o f i o d e condução à t e r r a , m e n o r
será a impedância d e s s e c a m i n h o p a r a t e r r a .

115
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TÉCNICA 2 - A u m e n t a r a Separação e n t r e o G e r a d o r e a Vítima


P r o c e d i m e n t o : Q u a n t o m a i s d i s t a n t e e s t i v e r a vítima d a f o n t e g e r a d o r a , t a n t o m e n o r
será a interferência, p r i n c i p a l m e n t e a irradiada; isto p o d e s e rconseguido, alterando
fisicamente o layout d a sala, o p o s i c i o n a m e n t o d o s bastidores, racks, etc.

TÉCNICA 3 - A d i c i o n a r B l i n d a g e n s
Procedimento: D e p e n d e n d o d a s u s c e t i b i l i d a d e d o e q u i p a m e n t o vítima, m u i t a s v e z e s ,
u m a b l i n d a g e m a d e q u a d a p o d e r e d u z i r , o u até m e s m o e l i m i n a r a E M I .

TÉCNICA 4 - R e d u z i r a s Áreas d e Captação d e L o o p


Procedimento: Q u e b r a r o " l o o p " d e captação t e n t a n d o , p o r e x e m p l o , o a t e r r a m e n t o
m u l t i p o n t o , e / o u r e d u z i n d o a a l t u r a d o c o n d u t o r d e s i n a l c o m relação à m a l h a d e t e n " a .

TÉCNICA 5 - B a l a n c e a r e / o u D e s a c o p l a r o s C a m i n h o s d o S i n a i d e Transferência
Procedimento: I s t o p o d e s e r c o n s e g u i d o u t i l i z a n d o a técnica d o p a r d e f i o s torcidos,
t r a n s f o r m a d o r e s d e isolaçâo, a c o p l a d o r e s ópticos, f i l t r o s d e l i n h a a d e q u a d o , anel d e
ferrite, o u m e s m o capacitores de desacoplamento.

TÉCNICA 6 - M i n i m i z a r o E f e i t o A n t e n a
Procedimento: Isto pode s e rconseguido d e várias m a n e i r a s , s e n d o a p r i n c i p a l , o
cancelamento d a onda eletromagnetica irradiada (indesejável) através d e multi-
a t e r r a m e n t o , d e t a l f o r m a q u e o c o m p r i m e n t o físícx» d o c o n d u t o r d e t e n - a não e x c e d a a
yiO. D e s s a f o r m a c a n c e l a - s e a ressonância d o c o n d u t o r n a frequência próxirna a o
múltiplo d a E M I .

TÉCNCIA 7 - O t i m i z a r o R o t e a m e n t o d o s C o n d u t o r e s

P r o c e d i m e n t o : O s c o n d u t o r e s o n d e t r a f e g a m s i n a i s analógicos, R F , d i g i t a i s e c a b o s d e
força, nâo deverão c a m i n h a r j u n t o s d e f o r m a p a r a l e l a . S e o c a s o f o r inevitável, o s c a i x j s
deverão s e r b l i n d a d o s o u espaçados d e p e l o m e n o s I O o d o u c o r r e r e m e l e t r o d u t o s
metálicos s e p a r a d o s . Quando a interferência f o r i n t e n s a e insolúvel p e l o s métodos
c a t a d o s a c i m a , p o s i c i o n a r o s c a b o s d e f o r m a c r u z a d a próximo d e 90°.

116
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TÉCNICA 8 - Utilização d e C a b o s e C o n e c t o r e s B l i n d a d o s
P r o c e d i m e n t o : Alguns sinais devem sempre ser conduzidos por cabos com blindagem
(simples o u dupla) e , e mcasos especiais, cabos coaxiais equipados c o m conectores
b l i n d a d o s . D e s s a f o r m a , m i n i m i z a - s e a E M I i n - a d i a d a p e l o c o n d u t o r , já q u e e x i s t e u m a
capadtânda intrínseca e n t r e o c o n d u t o r e a b l i n d a g e m , provocando dessa forma o
c a n c e l a m e n t o d o s c a m p o s in-adiados.

TÉCNICA 9 - E v i t a r a Intermodulação d e S i n a i s
Procedimento: A intermodulação d e u m s i n a l (geralmente analógico), p o d e s e r
ocasionado p e l o e f e i t o d a pré-oxidação ( r u s t y - b o l t ) , o u ainda por uma solda fria,
provocando a geração d e s i n a i s indesejáveis, i n e r e n t e s às características d e não
l i n e a r i d a d e d o s e m i c o n d u t o r f o r m a d o (díodo). U m a m a n e i r a d e e v i t a r a intermodulação é
v e r i f i c a r s e m p r e a s conexões, c o m p o n e n t e s e s o l d a , f a z e n d o a s correções q u a n d o f o r
necessário.

TÉCNICA 1 0 - D i s c e r n i m e n t o e Critério
P r o c e d i m e n t o : N a prática, não há u m a r e g r a a b s o l u t a , p e r f e i t a e i d e a l p a r a a eliminação
d a E M I . C a d a técnica a q u i c i t a d a , p o d e s e r u t i l i z a d a e m p a r t e o u e m c o n j u n t o . A
utilização d e m a i s d e u m a técnica d e f o r m a simultânea, e m m o m e n t o n e n h u m terá caráter
r e d u n d a n t e . N o s c a s o s m a i s críticos é i m p o r t a n t e o u v i r a opinião d e u m p r o f i s s i o n a l
e s p e c i a l i z a d o e m E M C , já q u e c a d a c a s o , t e m s u a s características e soluções próprias;
q u e d e u m a f o r m a c r i t e r i o s a poderão s e r r e s o l v i d o s a c o n t e n t o .

16 - HARMÓNICAS

1 6 . 1 - INTRODUÇÃO

A proliferação d a s c a r g a s q u e d i s t o r c e m a s f o r m a s d a o n d a d e tensão e c x ) r r e n t e ( c a r g a s
não-lineares) v e m c a u s a n d o p r o b l e m a s q u e a f e t a m t a n t o a s concessionária q u a n t o a o s
consumidores.

117
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Poulisto

E q u i p a m e n t o s c o m o c o n v e r s o r e s , i n v e r s o r e s d e frequência, f o m o s a a r c o , lâmpadas d e
d e s c a r g a , r e t i f i c a d o r e s d e potência, e t c , sâo c a d a v e z m a i s p r e s e n t e s n o s i s t e m a eléfrico.
O uso d edispositivos à semicondutores cresce a taxas elevadas, principalmente devido
a o avanço d a eietrônica d e potência.
A instalação d e e q u i p a m e n t o s c o m características não-lineares, d e n o m i n a d o s "cargas
elétricas e s p e c i a i s ' ( C E E ) , p r o v o c a m distorções n a s f o r m a s d e o n d a d e tensão e c o r r e n t e
d o s i s t e m a a l i m e n t a d o r , s u r g i n d o o q u e c h a m a m o s d e harmónicas (frequências múltiplas
d a f u n d a m e n t a l ) . A s c o m p o n e n t e s harmónicas p r o v o c a d a s p e l a s c a r g a s não-lineares
p r o p a g a m - s e afravés d a r e d e eléfrica, c a u s a n d o e f e i t o s maléficos a e q u i p a m e n t o s e à
operação d o s s i s t e m a s . E n t r e e s s e s d a n o s , p o d e - s e c i t a r
- Operação i n c o r r e t a d e e q u i p a m e n t o s d e c o n t r o l e , proteção e m e d i d o r e s ;
- A u m e n t o d a s perdas e m e q u i p a m e n t o s c o m o transformadores, m o t o r e s , cabos, etc;
- O s bancos d ecapacitores podem ser danificados rapidamente, dependendo somente
d a configuração e d o s níveis d e harmónicas;
- Interferência e m s i s t e m a s d e comunicação;
- P r o b l e m a s d e ressonância, sobretensões o u s o b r e c a r g a s .

1 6 . 2 - C A R G A S U N H A R E S E S U A S CARACTERÍSTICAS

U m a c a r g a l i n e a r não a l t e r a s e u v a l o r e m função d a tensão q u e l h e é a p l i c a d a o u d a


q u a n t i d a d e d e c o r r e n t e q u e p o r e l a flui. E s t e t i p o d e c a r g a p o d e s e r m o d e l a d o p o r m e i o
d e u m s i m p l e s gráfico d e tensão v e r s u s c o i r e n t e , c o n f o r m e m o s t r a a figura 6 5 . P a r a u m
r e s i s t o r , c o m o e i x o X s e n d o a e s c a l a d e tensão e o e i x o Y a e s c a l a d e c o r r e n t e , o v a l o r
ôhmico, q u e r e p r e s e n t a a resistência fixa d a scargas lineares, é obtido pela linha
d i a g o n a l a 4 5 " . N e s s e gráfico, p o d e - s e f a c i l m e n t e o b s e r v a r q u e a relação e n t r e tensão e
corrente é linear e, portanto, proporcional.

118
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

E
Corrente (1 = —)
R

F I G U R A 65

A frequência d a tensão a p l i c a d a t e m m u i t o p o u c o o u n e n h u m e f e i t o s o b r e a m a g n i t u d e d a
c o r r e n t e q u e irá c i r c u l a r p e l o c i r c u i t o . A c o r r e n t e d e 6 0 H z "vê" o r e s i s t o r c o m o t e n d o o
m e s m o v a l o r ôhmico q u e t e r i a e m 4 0 0 H z , e a s s i m p o r d i a n t e .

1 6 . 3 - C A R G A S NÃO-UNEARES E S U A S CARACTERÍSTICAS

N u m a c a r g a não-linear é m u i t o d i f e r e n t e d a l i n e a r n o q u e d i z r e s p e i t o à c u r v a d e tensão
versus corrente, conforme mostra a figura 66.

119
FIGURA 66

A q u i , a l i n h a é u m a c u r v a e nâo u m a r e t a ( l i n e a r ) , c o m o n o c a s o d o r e s i s t o r . O g r a u
d e s s a c u r v a t u r a é m u i t o variável e t e m u m f o r m a t o único p a r a c a d a c a r g a não-linear.
C o m u m a l i n h a d e c a r g a c u r v a , é fácil s e v e r i f i c a r q u e não e x i s t e relação p r o p o r c i o n a l
e n t r e a tensão a p l i c a d a e a c o r r e n t e q u e f l u i através d a c a r g a não-linear. A l e i d e O H M ,
o n d e E=I.Z, ainda s e aplica, m a s agora s o m e n t e n a b a s e d e cada instante de tempo, o u
p a r a c a d a p o i i t o p i o t a d o n o gráfico. N e s s e c a s o p a r a c a d a p o n t o t e m - s e u m v a l o r o h m i c o
e a frequência específica d e s s e p o n t o . P o r t a n t o , p o d e - s e t e r o v a l o r o h m i c o d e 1 0 0 n
para 6 0 H z e 1 0 Q e m 600Hz, e assim por diante.

1 6 . 4 - F U N D A M E N T O BÁSICO D A S HARMÓNICAS

Q u a n d o s e a p l i c a u m a tensão s e n o i d a l a u m a c a r g a linear, t o d a corrente flui n a


frequência f u n d a m e n t a l d o r e s p e c t i v o s i s t e m a d e f o r n e c i m e n t o A C . D e s s e m o d o , u m
s i s t e m a e m 6 0 H z s o m e n t e produzirá c o r r e n t e e m 6 0 H z e m u m a c a r g a l i n e a r , s e a f o r m a
d e o n d a d a tensão f o r 6 0 H z p u r a .

120
Companhio de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

Porém, e s s a situação s e m o d i f i c a r a d i c a l m e n t e q u a n d o s e t r a t a d e c a r g a não-linear.


S u a l i n h a d e c a r g a c u r v a f a z c o m q u e a aplicação d a tensão d e 6 0 H z g e r e u m a c o r r e n t e
c o m m a i s d e u m a frequência, s e n d o e s s a s frequências múltiplas i n t e i r a d a frequência
fundamental do sistema A C {60Hz).
P o r e x e m p l o , e m u m a d a d a c a r g a não-linear, p o d e h a v e r s i m u l t a n e a m e n t e c o r r e n t e r e a i s
e m 6 0 H z , 1 8 0 H z , 3 0 0 H z e o u t r a s , até d i v e r s a s c e n t e n a s d e múltiplos ímpares d e 6 0 H z .
U m f l u x o d e c o r r e n t e e m múltiplos p a r e s d e 6 0 H z t a i s c o m o 1 2 0 H z , 3 6 0 H z , e t c , também
pode ser observado nesses casos.
Essas correntes são chamadas d e correntes harmónicas, u m a v e z q u e são
h a r m o n i c a m e n t e r e l a c i o n a d a s à frequência f u n d a m e n t a l d e 6 0 H z d a tensão A c a p l i c a d a .
E l a s são a ' m a r c a " d a c a r g a não-linear.
C a d a múltiplo i n t e i r o d a frequência f u n d a m e n t a l é diamado d e ordem. Assim, as
harmónicas d e t e r c e i r a o r d e m t e m u m a frequência d e três v e z e s a f u n d a m e n t a l , e a s s i m
p o r d i a n t e . A frequência f u n d a m e n t a l também é c o n h e c i d a c o m o a frequência d e p r i m e i r a
onlem.
E m g e r a l , e n o s s i s t e m a s d e potência e m A C típicos, q u a n t o m e n o r a o r d e m d a c o r r e n t e
harmónica q u e está sencío s o m a d a a l g e b r i c a m e n t e à c o r r e n t e f u n d a m e n t a l e m 6 0 H z ,
m a i o r é a distorção p r o v o c a d a n a f o r m a d e o n d a ( m e n o s e l a ficará p a r e c i d a c o m uma
senóide). D a m e s m a m a n e i r a , q u a n t o m a i o r a o r d e m cJa c o r r e n t e harmónica, m e n o r a
distorção n a f o r m a d e o n d a .
A maiona d a s c o n r e n t e s harmónicas e n c o n f r a d a s n o s s i s t e m a s d e potência e m A C serão
d e o r d e m ímpar ( 3 , 5 , 7 , 9 , e t c ) . I s t o ocorrerá q u a n d o a c a r g a não-linear s o l i c i t a r c o r r e n t e
i g u a l m e n t e d o s d o i s m e i o s - c i c l o s d a o n d a d e tensão a p l i c a d a .
A s i m e t r i a d e c o r r e n t e e m c a d a m e i o - c i c l o é o q u e p r o d u z a s harmónicas ímpares. A s
harmónicas d e o r d e m p a r são d e s e n v o l v i d a s o n d e a c o r r e n t e não é siméfrica e m c a d a
m e i o - c i c l o . U m a v e z q u e , n a prática, a m a i o r i a d a s aplicações é simétrica, a s harmónicas
ímpares são a s p r e d o m i n a n t e m e n t e e n c o n t r a d a s n o s s i s t e m a s . A m a i o r exceção a e s s a
r e g r a , c o n f o r m e s e p o d e i m a g i n a r , s e r i a u m retíficador d e m e i a o n d a .
U m a v e z q u e a série c i e F o u r i e r m o s f r a c o m o a s o m a algébrica d e f o r m a s d e o n d a
h a r m o n i c a m e n t e r e l a c i o n a d a s p r o d u z e m a f o r m a f i n a l c o m p o s t a , é razoável a s s u m i r q u e ,
e m a l g u n s c a s o s , a s f o r m a s d e o n d a tamfc>ém p o s s a m s e r subtraídas a l g e b r i c a m e n t e .

121
il Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrico
Paulista

E s t e p r o c e s s o , d e n o m i n a d o c a n c e l a m e n t o d a s Iiarmõnicas, e x p l i c a p o r q u e a s c o r r e n t e s
harmónicas t o t a i s d e d u a s o u m a i s c a r g a s não-lineares a l i m e n t a d a s p e l a m e s m a f o n t e
A C podem ser menores que as de cada carga considerada individualmente.
E m r e s u m o , s e d u a s f o r m a s d e o n d a estão e m f a s e , e l a s s e s o m a m c o m p l e t a m e n t e .
Porém, s e e s t i v e r e m d e f a s a d a s d e 180°, e l a s s e s u b t r a e m , p o d e n d o m e s m o s e a n u l a r
m u t u a m e n t e . E , f i n a l m e n t e , a s f o r m a s d e o n d a d e f a s a d a s d e u m ângulo q u a l q u e r , t a n t o
p o d e m s esomar quanto se subtrair algebricamente e m qualquer ponto, dependendo d a
polaridade de cada ponto dado.

1 6 . 5 - E Q U I P A M E N T O S Q U E P R O V O C A M HARMÓNICAS

E q u i p a m e n t o s a a m o c o n v e r s o r e s , i n v e r s o r e s d e frequência, f o m o s a a r c o , lâmpadas d e
d e s c a r g a , r e t i f i c a d o r e s d e potência, m o t o r e s , a q u e c e d o r e s , e n f i m q u a l q u e r c a r g a não-
l i n e a r o u q u e s e c o m p o r t e c o m o t a l , p r o v o c a harmónicas n a r e d e elétrica. C o m o e x e m p l o
estudaremos a p e n a s dois equipamentos largamente utilizados n o n o s s o dia-a-dia, o u
s e j a , e q u i p a m e n t o s d e C P D e s i s t e m a d e iluminação não-incandescente.

16.5.1 - E q u i p a m e n t o s d e C P D

O s e q u i p a m e n t o s típicos d e C P D ' s , c o m o c o m p u t a d o r e s , i m p r e s s o r a s , e s t a b i l i z a d o r e s d e
tensão e s i s t e m a d e e n e r g i a i n i n t e r r u p t a ( U P S ) . N a s figuras 6 7 e 6 8 , estão i n d i c a d a s a s
f o r m a s d e o n d a d a c o r r e n t e e s e u e s p e c t r o d e harmónicas d e u m c o m p u t a d o r típic». Já
nas figuras 6 9 e 7 0 m o s t r a m a s f o r m a s d e o n d a d a cxsrrente e s e u e s p e c t r o d e
hannònicas d e u m C P D .

122
Componhio de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

FIGURA 67

• ^ - ^- - " — — .
i

......

,1

FIGURA 68

123
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

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FIGURA 69

• • • •

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•i 7 !! V. U Í5 17 1 * Zt 73 ÍS S T S 3'.

FIGURA 70

124
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
^ Paulista

A s distorções d e c o r r e n t e e tensão c a u s a d a s p o r e q u i p a m e n t o s c o m o U P S , q u e são


c o m p o s t o s p o r r e t i f i c a d o r e s ( c a r g a s não-lineares), d e g r a d a m não a p e n a s o s i s t e m a d e
instalação, c o m o também a f e t a m o d e s e m p e n h o d o s pnáprios U P S e d o s computadores
p o r e l e s a l i m e n t a d o s . P r o b l e m a s c o m o interferência e m m o n i t o r e s d e vídeo, inibição d e
p r o g r a m a s e e r r o s n o s d i s c o s rígidos são c o m u n s e m c o m p u t a d o r e s e ) ^ o s t o s a distorção
d a tensão d e alimentação.

1 6 . 5 . 2 - S i s t e m a d e Huminação não-incandescente

S i s t e m a s d e iluminação não-incandescentes, t a i s c o m o lâmpadas d e d e s c a r g a operando


em c o n j u n t o c o m r e a t o r e s , são c a r g a s não-lineares q u e m e r e c e m atenção. A l g u m a s
medições e m r e a t o r e s eletromagnéticos e eletrònicos a p r e s e n t a m índices e l e v a d o s d e
distorção t o t a l ( D H T ) , s e n d o o b t i d o u m v a l o r médio e m t o r n o d e 2 3 % ( r e s s a l t a - s e q u e
cerca de 2 0 % dos reatores analisados ultrapassam os 4 2 % ) .
A t a b e l a 2 5 a p r e s e n t a u m a p e s q u i s a d e medição d e harmónicas p a r a o s vários t i p o s d e
lâmpadas, e m q u e s e p o d e v e r i f i c a r o i m p a c t o , p o r e x e m p l o , d a s f l u o r e s c e n t e c o m p a c t a s
o u d a s halógenas a l i m e n t a d a s p o r c o n v e r s o r eletrônico, e n t r e o u t r a s .

Identificação D T H % 2?% 3»% 4«% 5"% 7»% 11»% 13"%

R L F B U 9 W (A) 12 1,8 12 0,6 2.0 1.5 0,6 0,5


Halógena d e 5 0 W 75 1.7 65 1,9 22 18 11 9,5
(dimmer)
Halógena d e 5 0 W 12 0,3 5,5 0,2 7.5 5.5 3,2 2,1
(C.E.T.)
LLM 250W 20 0,4 17 0,3 9,5 2,7 1,2 0.9
RLVMAP 125W 20 1.2 9.0 0,5 2,1 1.1 0,3 0,2
RLSAP 70W 7,0 0,1 6,5 0.1 2,9 1,0 0,4 2.5
R L F B U - R e a t o r e u m a lâmpada f l u o r e s c e n t e d e b a s e única
L L M ' Lâmpada d e l u z m i s t a
R L V M A P - R e a t o r e u m a lâmpada a v a p o r d e mercúrio a a l t a pressão(sem c a p a c i t o r )
R L S A P - R e a t o r e u m a lâmpada a v a p o r d e sódio a a l t a pressão

Tabela 25

125
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Poulisto

A s figuras 7 1 e 7 2 m o s t r a m a s fomnas d a o n d a d e con^ente, c o m s e u respectivo e s p e < ^ o .

M
-

Í: >
\ 1 ;

j \
/ -i

- i

FIGURA 71

126
C o m p o n h i o de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

16.6 - ANÁUSE D A S HARMÓNICAS

R e a l i z a r u m a análise l o c a l p a r a d e t e r m i n a r a s c a u s a s d e u m p r o b l e m a d e q u a l i d a d e d e
energia pode ser u m a tarefa desanimadora se for realizada s e m planejamento. D e fato,
p o d e - s e a c a b a r d e s c o b r i n d o a c a u s a s o m e n t e após d e s p e n d e r m u i t o t e m p o , esforço e
d i n f i e i r o , e n q u a n t o r e s u l t a d o s m e l h o r e s e m a i s rápidos p o d e r i a m s e r o b t i d o s s e f o s s e m
adotadas medidas m e n o s custosas e mais simples.
A c o i s a m a i s i m p o r t a n t e p a r a a s s e g u r a r o s u c e s s o d a análise d e u m p r o b l e m a d e
qualidade d e energia é utilizar o tipo correto d e e q u i p a m e n t o d eteste para c a d a caso,
b e m c o m o c e r t i f i c a r - s e d e q u e e l e é d e b o a q u a l i d a d e . Além d i s s o , a segurança n a
utilização d o e q u i p a m e n t o é d e m a i o r importância, p a r t i c u l a r m e n t e n o s m o m e n t o s d e
colocação e d e remoção d a s conexões d e t e s t e .
A s e g u i r dar-se-á o s p a s s o s p r e l i m i n a r e s , s i m p l e s e práticos q u e são d e v i t a l importância
p a r a a realização d e u m a análise m i n u c i o s a e e f i c i e n t e :

P a s s o 1 - F a z e r u m a Inspeção V i s u a l
Percorrer o local e observar e m detalhes a totalidade d o s sistemas eletricos e
e q u i p a m e n t o s d e distribuição. T o m a r n o t a d o s e q u i p a m e n t o s d e utilização e s e u s
r e s p e c t i v o s c i r c u i t o s d e alimentação.
Observar qualquer condutor de dados, sinal o u controle que possa estar relacionado c o m
e q u i p a m e n t o s eletrònicos, m o t o r e s , lâmpada d e d e s c a r g a s , e t c .

P a s s o 2 - Analisar o D i a g r a m a Unifilar

O b t e r a última revisão disponível e a s s e g u r a r - s e d e q u e e l a c o r r e s p o n d a o mais


p r e c i s a m e n t e possível à fiação q u e irá s e r e x a m i n a d a .

P a s s o 3 - I d e n t i f i c a r o s S e t o r e s d o S i s t e m a d e Distribuição
U t i l i z a r o d i a g r a m a u n i f i l a r p a r a i d e n t i f i c a r a s p a r t e s d o s i s t e m a elétrico q u e serão
e x a m i n a d a s , e s p e c i a l m e n t e a q u e l a s q u e terão e q u i p a m e n t o s d e t e s t e s i n s t a l a d o s .

P a s s o 4 - Identificar a s F o n t e s e a s C a r g a s q u e elas Alimentam


Identificar cada u m a das fontes A C q u e a l i m e n t a m a s cargas suspeitas de e s t a r e m s e n d o
afetadas por problemas de qualidade de energia.

127
il
D e t e r m i n a r s e a s f o n t e s s e r v e m múltiplas c a r g a s o u a p e n a s u m a d e l a s . N o c a s o d e
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

múltiplas c a r g a s , s e f o r necessário desconectá-las d u r a n t e o s testes para evitar


r e s u l t a d o s erróneos.

P a s s o 5 - F a z e r a s Medições
Certificar-se d e que o s equipamentos d e testes foram conectados d a maneira mais
s e g u r a possível. Não s e j a o responsável p o r p r o b l e m a s d e segurança d u r a n t e o t e s t e .
U t i l i z a r i n s t r u m e n t o s d e medição d e v a l o r e f i c a z v e r d a d e i r o ( T r u e R M S ) , p o i s d a d o que
a s c a r g a s não-lineares p r o d u z e m tensão e c o r r e n t e c o m f o r m a s d e o n d a s d i s t o r c i d a s n o s
c i r c u i t o s d e potência A C , s o m e n t e e s s e m e d i d o r d e v a l o r e f i c a z v e r d a d e i r o fornecerá
medições p r e d s a s n e s s e c a s o .

P a s s o 6 - O q u e Medir?
M e d i r a tensão e a c o r r e n t e d e l i n h a d a alimentação A C d o e q u i p a m e n t o ( c o m e l e l i g a d o
e d e s l i g a d o ) . C a l c u l a r a regulação d e tensão m d r c u i t o e m questão;
M e d i r a s tensões d e n e u t r o à t e r r a d o e q u i p a m e n t o ;
V e r i f i c a r a f o r m a d e o n d a d a tensão e c o r r e n t e através d e u m a n a l i s a d o r d e harmónicas;
V e r i f i c a r e a n a l i s a r e v e n t o s transitórios, através d e r e g i s t r a d o r e s o u osciloscópios c o m
t r i g g e r automático e m a n u a l .

1 6 . 7 - C O M O S O L U C I O N A R O P R O B L E M A D A S HARMÓNICAS

16.7.1 - N o r m a s

A norma IEEE 5 1 9- 1992 t e mcomo base a limitação d e harmónicas p a r a o s


c o n s u m i d o r e s d o s s i s t e m a s d e distribuição q u e está m o s t r a d a n a t a t j e l a 2 6 .

128
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

L i m i t e s d e tensão harmónicas n o p o n t o d e e n t r e g a
Tensão n o b a r r a m e n t o (kV) C o m p o n e n t e tiarmônica i n d i v i d u a i máxima (%) D H T máxima (%)
A b a i x o d e 69 3,0 5.0
D e 69 a 138 1.5 2,5
A c i m a d e 138 1.0 1.5

T A B E L A 26

A n o r m a E N 5 0 1 6 0 d e 2 5 / 0 7 / 9 5 , d e f i n e a s p r i n c i p a i s características d a e n e r g i a elétrica
n o p o n t o d e ligação d o c o n s u m i d o r a u m a r e d e pública d e b a i x a tensão. E m p a r t i c u l a r , a
n o r m a s e r e f e r e a o s níveis d e tensão harmónica (níveis c l a s s e 2 , n a t a b e l a 2 7 ) . E s s e s
são o s níveis d e c o m p a t i b i l i d a d e e l e t r o m a g n e t i c a .

Relação d e tensões harmónicas aceitáveis ( c o m p a t i b i l i d a d e )


Classe 1 Classe 2 Classe 3
O r d e m harmónica (sistemas e ( r e d e s públicas e ( p a r a conexão d e g r a n d e s
d i s p o s i t i v o s sensíveis) industriais) c a r g a s não-lineares)
2 2 2 3
3 3 5 6
4 1 1 1.5
5 3 6 8
6 0.5 0.5 1
7 3 5 7
8 0,5 0,5 1
9 1.5 1.5 2,5
10 0,5 0,5 1
11 3 3,5 5
12 0.2 0,2 1
13 3 3 4,5
DHT 5% 8% 10%

TABELA 27

129
H
Companhio de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
^ Poulisto

A n o r m a l E C 5 5 5 - 2 e s t a b e l e c e a s exigências s o b r e harmónicas e m c o m p u t a d o r e s e
eletrodomésticos ( t e l e v i s o r e s , g e l a d e i r a s , l i q u i d i f i c a d o r e s , e t c ) q u e d e v e m s e r a t e n d i d a s
por todos esses equipamentos (desde q u e c o n s u m a m m e n o s d e 16A por fase e m redes
de220Va415V).
A tabela 2 8 mostra o s limites que todos o s equipamento c o m mais d e 5 0 W devem
c u m p r i r . P^aixo d e s s a potência, não há l i m i t e a l g u m . A n o r m a e s t a b e l e c e o s l i m i t e s c o m
b a s e n o s v a l o r e s e f i c a z e s ( R M S ) d e c a d a harmónica.

Hamiônica Umite (mA/W) L i m i t e (A)

3 3.4 2.30
5 1,9 1,14
7 1,0 0,77
9 0,5 0,40
11 0,35 0,33
13 o u m a i o r 3,85/n 0,15-15/n

TABELA 28

O s limites especificados n a tabela 2 8 q u a n d o aplicado, por exemplo, a o c o n s u m o d e u m


c o m p u t a d o r p e s s o a l q u e p o s s u i u m a f o n t e d e potência d e 2 0 0 W , c o m r e n d i m e n t o d e
7 5 % , r e s u l t a e m u m a potência a b s o r v i d a d a r e d e d e 2 0 0 ^ , 7 5 = 2 6 7 W e está m o s t r a d o n a
tabela 29. Nonnalmente o s computadores provocam distorções n a r e d e com u m a
c o n - e n t e harmónica q u e é l i g e i r a m e n t e s u p e r i o r à a d m i t i d a p e l a n o r m a . U m a solução p a r a
o p r o b l e m a p o d e c o n s i s t i r , d e n t r e o u t r a s , e m i n s t a l a r u m a indutância ( d a o r d e m d e l O m H )
e m série c o m a f o n t e . C o m i s s o , o s v a l o r e s s e m o d i f i c a m e p r a t i c a m e n t e c u m p r e m c o m o
exigido.
E m t o d o s o s c a s o s , a n o r m a p e r m i t e i n j e t a r até 7 5 % d e harmónica d e 3 " o r d e m , s e n d o
e s s a u m a situação a s e c o n s i d e r a r n o s p r o j e t o s d o s c i r c u i t o s d e alimentação d o s
equipamentos.

130
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

Harmónica L i m i t e (A r m s ) C o r r e n t e real (A r m s )
1 - 1,201
3 0,908 0,977*
5 0,508 0,620 *
7 0,266 0,264
9 0,133 0,068
11 0,094 0,114*
13 0,079 0,089 *
15 0,069 0,029
17 0,061 0,042
19 0,054 0.044
21 0,049 0,019
23 0.045 0,020
(*) - V a l o r d e n o r m a e x c e d i d o

T A B E L A 29

16.7.2 - R I t r o s

U m a solução p a r a e l i m i n a r a s hannònicas p r o d u z i d a s p e l o s e q u i p a m e n t o s eletrònicos d e


potência, t a i s c o m o , r e t i f i c a d o r e s , i n v e r s o r e s , c o n v e r s o r e s , e t c , é a instalação d e f i l t r o s
passivos n a s u a saída ( l a d o d e a l t a d o t r a n s f o r m a d o r ) . Três t i p o s d e filtros são
geralmente utilizados:

a) Filtro s i n t o n i z a d o
E s s e t i p o d e filtro e l i m i n a u m a hamiônica e m p a r t i c u l a r , t a i s c o m o a s d e 3 ' , 5° , 7®, e t c
ordem.
Na figura 74tem-se como exemplo filtros p a r a a s harmónicas d e 5 ^ e 7 * o r d e m .

131
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E n e r g i a Elétrico
Paulista

J2=Z-

C=470^F C=240^iF

L=600^iH L=600nF

Carga

FIGURA 74

b) Filtro a m o r t e c i d o
E s s e t i p o d e f i l t r o e l i m i n a a s tiarmônicas d e o r d e m s u p e r i o r e s ( h > 1 1 ) . N a f i g u r a 7 5 t e m - s e
c o m o e x e m p l o o f i l t r o p a r a a s harmónicas d e o r d e m m a i o r e s q u e 1 1 .

h>11

- r C=47^lF

"TL
L=1,24mH carga
J

FIGURA 75

c) Filtros a t i v o s
E s s e tipo d e dispositivo é c h a m a d o d e c o n d i c i o n a d o r harmónico a t i v o e t e m p o r
f i n a l i d a d e c o m p e n s a r a s harmónicas e x i s t e n t e s n o s i s t e m a elétrico e m questão através
d e c o n v e r s o r e s estáticos q u e g e r a m c o r r e n t e s o u tensões q u e s e opõem às harmónicas
c a r i a d a s p e l a s c a r g a s não-lineares.
A f i g u r a 7 6 m o s t r a d i s p o s i t i v o s d e c o n d i c i o n a d o r e s harmónicos (série e p a r a l e l o ) .

132
H
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Poulisto

R f i d A Plétrina C. H A carga RfíflR fíláfrina


-Séòâ.

C. H. A

F I G U R A 76

1 6 . 7 . 3 - O u t r o s Métodos

E x i s t e m vários o u t r o s métodos d e e l i m i n a r a s harmónicas ( s e n d o q u e c a d a método c i t a d o


t e m as s u a s vantagens e desvantagens), tais como:
- Reatores de alisamento;
- T r a n s f o n n a d o r e s com primário l i g a d o e m e s t r e l a ( s e m n e u t r o ) c o m secundário e m
zigue-zague;
- Associação d e f i l t r o s a t i v o s e p a s s i v o s ( s i s t e m a híbrido);
- O u s o d a t e c n o l o g i a d e c o m a n d o d o t i p o modulação p o r l a r g u r a d e p u l s o ( P W M ) p a r a
os inversores e conversores.

1 7 - C O M P A T I B I L I D A D E ELETROMAGNÉTICA X E F E I T O S BIOLÓGICOS

E m t o d a s a s considerações s o b r e a p o s s i b i l i d a d e d a radiação e l e t r o m a g n e t i c a a f e t a r
n o s s a saúde a d v e r s a m e n t e , d e v e - s e l e m b r a r q u e t o d o s o s n o s s o s órgãos s e n s o r i a i s e o s
s i s t e m a s regulatórios o p e r a m u s a n d o p e q u e n a s c o r r e n t e s elétricas e tensões. Elas
p o d e m s e r m e d i d a s , p o r e x e m p l o , q u a n d o a s o n d a s d o n o s s o cérebro são r e g i s t r a d a s
n u m eletroencefalograma (EEG).

133
C a m p o s eletromagnéticos i n d u z i d o s a r t i f i c i a l m e n t e p r o d u z e m
IS
fi"equentemente
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E n e r g i a Elétrica
Paulista

n o nosso
c o r p o c o n ^ e n t e s e tensões m u i t o m a i s a l t a s d o q u e a s n a t u r a l m e n t e p r e s e n t e s . E m t s o r a
n o s s o s c o r p o s p o s s a m c o m p e n s a r u m a g r a n d e v a r i e d a d e d e c o i s a s , a i n d a não é b e m
c o n h e c i d o o e f e i t o d o s c a m p o s eletromagnéticos n o n o s s o o r g a n i s m o . M a i s p e s q u i s a s
são necessárias p a r a s e s a b e r d o s e f e i t o s .
D e m o d o g e r a l , o s e f e i t o s d o s c a m p o s eletromagnéticos e m s e r e s h u m a n o s dependem
d a i n t e n s i d a d e e d a frequência d e s s e s c a m p o s .

1 7 . 1 - O S E F E I T O S D O S C A M P O S D E B A I X A FREQUÊNCIA

C a m p o s eletromagnéticos d e b a i x a frequência p o d e m i n d u z i r c o r r e n t e s elétricas n o


n o s s o c o r p o e g e r a r e f e i t o s n a superfície, c o m o eriçar n o s s o c a b e l o . E l e s p o d e m também
a f e t a r m a r c a p a s s o s cardíacos e o u t r o s i m p l a n t e s metálicos.
C h o q u e s eletricos causados pelo contato c o m objetos eletricamente carregados são
outros efeitos.
A n t e s d e m a i s n a d a , o s c a m p o s d e b a i x a frequência c a u s a m irritação d a s células
sensoriais, nervosas e musculares.
Q u a n t o maior a intensidade d o campo, mais forte o efeito. O organismo h u m a n o pode
compensar frequentemente interações f r a c a s . C a m p o s d e i n t e n s i d a d e m a i s a l t a s c a u s a m
e s t r e s s e s q u e p o d e m c o n d u z i r a d a n o s irreversíveis à saúde, s o b c e r t a s circunstâncias.
O s e f e i t o s dé c o r r e n t e s elétricas i n d u z i d a s p o r c a m p o s elefromagnéticos n o c o r p o
humano é mostrado na tabela 30.

134
H
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Poulisto

D e n s i d a d e d e c o r r e n t e (niA/m^) Efeitos

1.000 o u m a i s a l t a D e l e v e s a s e v e r a s disfunções canjíacas, ríscx) a g u d o s d e


saúde.
100 a 1.000 A excitabilidade d o s i ^ e m a n e r v o s o central m u d a . N e s s a
f a i x a , é o b s e r v a d a irritação d o t e c i d o m u s c u l a r .
10 a 100 Efeitos claramente demonstrados, como mudanças n a s
síntese d e proteínas e D N A e n a a t i v i d a d e enzimática,
e f e i t o s v i s u a i s e v i d e n t e s e possíveis e f e i t o s n e r v o s o s . O
p r o c e s s o d e recuperação d o s o s s o s f r a t u r a d o s p o d e s e r
a c e l e r a d o , m a s p o d e tamt>ém f i c a r estacionário.
1 a 10 E f e i t o s b i o l ( ^ i c o s sutís, c o m o mudanças n o m e t a t w l i s m o d o
cálcio o u supressão d a produção d e m e l a t o n i n a ( c o n t r o l a o
ritmo dia/noite). A s d e n s i d a d e s d e corrente naturais d o
coração e d o cérebro estão n e . s . s a f a i x a .
abaixo de 1 N e n h u m efeito conhecido. A d e n s i d a d e d e corrente natural
d e m u i t o s órgãos d o c o r p o está n e s s a f a i x a .

T A B E L A 30

1 6 . 2 - O S E F E I T O S D O S C A M P O S D E A L T A FREQUÊNCIA

O c o r p o l i u m a n o é p a r t i c u l a r m e n t e sensível a c a m p o s d e a l t a frequência. E l e a b s o r v e a
e n e r g i a i r r a d i a d a e o s e f e i t o s d e a q u e c i m e n t o são o s m a i s i m p o r t a n t e s a q u i . U m a g r a n d e
d i v e r s i d a d e d e p e s q u i s a s e investigações têm s i d o c o n d u z i d a s e m relação a o u t r o s
e f e i t o s , c o m o a irritação d o s i s t e m a n e r v o s o e consequências a l o g o p r a z o . E n t r e t a n t o , a
importância d e s s e s e f e i t o s n a saúde e n a segurança a i n d a não estão bem e s t a b e l e c i d o s
e é possível q u e n o v a s p e s q u i s a s c o n d u z a m à redução d o s l i m i t e s .
C a m p o s d e a l t a frequência g e r a m c a l o r , t a n t o l o c a l m e n t e c o m o n o c o r p o t o d o . U m a v e z
q u e o c a l o r é g e r a d o i n t e r n a m e n t e e l e não é n o t a d o o u é n o t a d o m u i t o t a r d i a m e n t e
porque o calor é basicamente sentido pela n o s s a pele. Eventualmente, o s m e c a n i s m o s
de controle d etemperatura d o corpo podem ser afetados. Estes efeitos dependem e m
g r a n d e p a r t e d e frequência.

135
H
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E x i s t e m c r e s c e n t e s evidências d e q u e a radiação p u l s a d a ( c o m o radar) t e m u m e f e i t o


m a i o r e m b i o - s i s t e m a d o q u e s i n a i s nâo p u l s a d o s . E f e i t o s n a m e m b r a n a c e l u l a r também
são o b s e r v a d o s .
O corpo humano absorve u m a grande quantidade d e energia da radiação
e l e t r o m a g n e t i c a cie c e r t o s c o m p r i m e n t o s d e o n d a , u m a v e z q u e o c o r p o h u m a n o f u n c i o n a
como u m a antena. Isso ocorre quando o tamanho do corpo for a metade do comprimento
d e o n d a d a radiação. A frequência d e s s a o n d a é d i t a s e r a frequência d e ressonância. O
corpo humano pode absorver grandes quantidades d e energia d o campo c o m
frequências e n t r e 3 0 e 3 0 0 M H z , d e v i d o à ressonância. A frequência d e ressonância p a r a
crianças é m a i o r d o q u e a q u e l a p a r a a d u l t o s .
Na tabela 3 1 tem-se o s efeitos provocados n o corpo humano por campos
eletromagnéticos d e a l t a frequência

Cérebro Absorção média


Cristalino Absorção a l t a
Pulmão Absorção b a i x a
Coração Atisorção b a i x a
Pele Absorção b a i x a
Órgãos i n t e m o s Absorção b a i x a
Patela Atísorção a l t a
I m p l a n t e s metálicos Absorção a l t a
OBSERVAÇÃO
1 - Exposição ã c a m p o homogéneo, s i n a l não m o d u l a d o ;
2- O g r a u c o m q u e d i f e r e n t e s p a r t e s d o c o r p o a b s o r v e m c a l o r d e c a m p o s d e a l t a f r e q u & i c a
d e p e n d e d a circulação sanguín«i e d a c a p a c i d a d e d e condução térmica. O c r i s t a l i n o d o o l h o e a
p a t e l a são a s p a r t e s m a i s suscetíveis. O coração, o s p u l n w e s e a p e l e , p o r o u t r o l a d o , são
r e l a t i v a m e n t e insensíveis, d e v i d o a a l t a circulação sanguínra. S e o c a m p o f o r m o d u l a d o p o d e
o c o r r e r a irritação d a s célutes, além d o s e f e i t o s térmict».

T A B E L A 31

136
Componhio de
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1 6 . 3 - O S L I M I T E S E S T A B E L E C I D O S P O R VÁRIOS PADRÕES

N o r m a s n a c i o n a i s e i n t e r n a c i o n a i s d e f i n e m l i m i t e s q u e s e r v e m c o m o u m a proteção.
E s s e s l i m i t e s são f r e q u e n t e m e n t e a b a i x a d o s c o m o r e s u l t a d o d e avanço n a s p e s q u i s a s .
O s e f e i t o s biológicos o b s e r v a d o s f o r a m u s a d o s p a r a o e s t a b e l e c i m e n t o d e l i m i t e s básicos
d e proteção. N a região d e b a i x a frequência, a g r a n d e z a u s a d a p a r a o e s t a b e l e c i m e n t o
d o s l i m i t e s é a d e n s i d a d e d e c o r r e n t e n o c o r p o , e n a d e a l t a fireqijência, é a S A R ( t a x a d e
absorção específica) e e x p r e s s a a potência d e radiação c o n v e r t i d a e m c a l o r e m função
da m a s s a corporal.

N a s f i g u r a s 7 7 e 7 8 t e m - s e u m gráfico p a r a b a i x a e a l t a frequência r e s p e c t i v a m e n t e ,
mostrando o s limites fixados por u m organismo E u r o p e u ( C E N E L E C ) .

Fraqúincia

FIGURA 77

137
H
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E n e r g i a Elétrico
Paulista

R G U R A 78

A densidade d e con^ente n o corpo d e v e ser inferior a l O m A / m É sugerido que para

exposição p o r l o n g o s períodos e l a não d e v a e x c e d e r a 2 m A / m ^ , p a r a o público e m g e r a l

o u 4 m A / m ' ^ e m l o c a i s d e t r a b a l h o . A t a x a d e absorção específica, m e d i d a e m w a t t s p o r

q u i l o g r a m a , d e v e s e r i n f e r i o r a O . O B W / k g p a r a o público e m g e r a l , d e a c o r d o c o m a I R P A .

E n t r e t a n t o , e s s e s l i m i t e s básicos não p o d e m s e r m e d i d o s d i r e t a m e n t e . U s a n d o m o d e l o s

do corpo humano, foram estabelecidos o s limites derivados para as grandezas

mensuráveis c o m o a i n t e n s i d a d e d o c a m p o ( e m V / m , A / m , T e W / m ^ ) .

A s s i m c o m o e x i s t e m o s l i m i t e s p a r a exposição d i r e t a n o l o c a l d e t r a b a l h o o u e m áreas

públicas, e x i s t e m l i m i t e s p a r a exposição i n d i r e t a , p a r a p o r t a d o r e s d e marca-passo

cardíaco, t r a n s m i s s o r e s d e b a i x a potência, exposição p a r c i a l d o c o r p o , exposição p o r

c u r t o s períodos, radiação p u l s a d a , e a s s i m p o r d i a n t e .

138
H
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E n e r g i a Elétrica
Poulisto

N a t a b e l a 3 2 , p o d e - s e c o m p a r a r três d i f e r e n t e s t i p o s d e rádio-transmissores. N a p r i m e i r a
c o l u n a , t e m - s e u m t e l e f o n e c e l u l a r analógico c o m o s e u s i n a l m e d i d o a p a r t i r d e 5 c m a
3 m p a r a u m a potência i r r a d i a d a d e 6 0 0 m W . N a s e g u n d a c o l u n a t e m - s e u m rádio H a n d i e
T a l k i e ( H T ) , u t i l i z a d o p a r a serviços d e segurança, p o l i c i a m e n t o , e t c , c o m a potência
irradiada a p r o x i m a d a d e 5 W . N a terceira c o l u n a t e m - s e o telefone celular digital (micro
celular) c o m I m W e utilizando a tecnologia C D M A .

Telefone celular Walkie Talkie Micro celular


analógico
Potência d e saída 600mw 5W ImW

Ganho da antena 1.6 1.6 1.6

ERP 0.96W B.OW 1.6mW

D i s t a n c i a (cm) Emissão I r r a d i a d a (V/m)


300 1.8 5.2 0.07
200 2.7 7.7 0.11
100 5.4 15 0.22
75 7.2 21 0.29
50 11 31 0.49
30 18 52 0.73
20 27 77 1.1
10 54 155 2.2
5 107 310 4.4

T A B E L A 32

É i m p o r t a n t e o b s e r v a r q u e o risco a u m e n t a c o m :
a ) O t e m p o d e exposição (duração);
b ) A distância d o e m i s s o r o u t r a n s m i s s o r i r r a d i a n t e ;
c ) C o m o a u m e n t o d a frequência;

d ) C o m o nível d e potência i r r a d i a d a .

139
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrico
Paulista

A s e g u i r , d a r e m o s a l g u m a sugestões n o s e n t i d o d e m i n i m i z a r o s e f e i t o s p r o v o c a d o s por
radiações não i o n i z a n t e s e m s e r e s v i v o s .

SUGESTÃO 1 - E m v i a t u r a s d e e m p r e s a s e q u i p a d a s c o m rádio V H F , U H F e o u t r o s
s i s t e m a s d e comunicação, r e s g u a r d a r u m a distância mínima d e 3 m e t r o s d a a n t e n a d a
v i a t u r a q u a n d o o usuário e s t i v e r e m transmissão;

SUGESTÃO 2 - E m c a s a , q u a n d o f o r o p e r a r o f o r n o d e m i c r o o n d a s , íniciali2ar a operação


e a f a s t a r - s e i m e d i a t a m e n t e , p o i s a válvula m a g n e t r o n está o p e r a n d o n a f a i x a d e 2 , 4 5
G H z e c o m a l t a potência;

SUGESTÃO 3 - E m a e r o p o r t o s , q u a n d o e s s e f o r d e s p r o v i d o d e p l a t a f o r m a d e e m b a r q u e
( f i n g e r s ) , e v i t e p a s s a r próximo a o n a r i z d a s a e r o n a v e s , p o i s o r a d a r p o d e t e r f i c a d o l i g a d o
por esquecimento.

SUGESTÃO 4 - N o s t e l e f o n e s c e l u l a r e s e v i t e f a l a r c o m a a n t e n a r e c o l h i d a e d e n t r o d e
veículos ( p r o v i d e n a a r a n t e n a e x t e r n a ) . O c e l u l a r d i g i t a l , d e v i d o a potência r e d u z i d a nâo
se encaixa necessariamente nessa regra.

SUGESTÃO 5 - E v i t e a l u g a r o u c o n s t a i i r residência próxima às estações p o d e r o s a s d e


rádio, T V , b e m c o m o a e r o p o r t o s e q u i p a d o s c o m r a d a r d e s o l o .

SUGESTÃO 6 - E m clínicas ortopédicas, q u a n d o f o r r e c e i t a d o a f i s i o t e r a p i a , e v i t e o


a p a r e l h o d e a q u e c i m e n t o p o r d i a t e r m i a , dê preferência a b o l s a d e água q u e n t e , cera
quente, etc. E m gestantes n e m pensar.

SUGETÃO 7 - E v i t e a s s i s t i r televisão a m e n o s d e 1 , 8 0 m dessa, p o i s a emissão


secundária d e raío-x e m d o s e s c o n t i n u a d a s e a c u m u l a d a s p o d e s e r p e r i g o s a .
P a r a f i n a l i z a r , v a l e u m a f r a s e : "ninguém g o s t a m a i s d e s u a saúde d o q u e você
mesmo".

140
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

A c o m p a t i b i l i d a d e e l e t r o m a g n e t i c a c o m relação a o s s e r e s v i v o s d e v e s e r t r a t a d a com
s e n s o crítico, b o m s e n s o e t r a n q u i l i d a d e . D e n e n h u m a f o r m a d e v e - s e a d o t a r situações
e x t r e m a d a s . N a dúvida, p r e v a l e c e o b o m s e n s o .

17 - B I B L I O G R A F I A

1 - N o i s e Reduction T e c h n i q u e s in Electronic S y s t e m s - H e n r y W . Ott


2 - S i s t e m a s d e Comunicação - B . P . L a t h i
3 - Sistemas de Radiovisibilidade - Gilberto Silva e O. B a n a d a s
4 - C o n t r o l e d e Interferência E l e t r o m a g n e t i c a e m C o m p u t a d o r e s e
Sistemas Digitais - Unidade I - apostila (Gregory Kyriazis)
5 - N e w D i m e n s i o n s in S h i e l d i n g - I E E E - p a p e r ( R o b e r t B. C o w d e l l )
6 - E M ! S h i e l g i n g D e s i g n G u i d e - catálogo ( T e c k n i t )
7 - F u n d a m e n t o s d e C o m p a t i b i l i d a d e ELetromagnética - a p o s t i l a ( R a m o n
T . Y a g u e e Horácio D . P . P e d r o )
8 - M a n u a l d e Interferências E l e t r o m a g n e t i c a s e m Subestações
apostila (Cemig)
9 - Proteção C o n t r a Interferências - Configurações d e Interligação e
A t e r r a m e n t o D e n t r o d e u m a Edificação d e Telecomunicações
C C I T T - recomendação k . 2 7
10 - Radio Interference Characteristics of Overhead P o w e r Lines and
H i g h - V o l t a g e E q u i p a m e n t - C I S P R - publicação 1 8 - 1
1 1 - Interferência E l e t r o m a g n e t i c a P r o v o c a d a p o r S i s t e m a s d e Potência
apostila - (J. J. dos S a n t o s Oliveira, Carlos M. Rezende, Luis A.
Campos e Hadime Yokota)
1 2 - F u n d a m e n t o s G e r a i s s o b r e Proteção Elétrica e C o m p a t i b i l i d a d e
E l e t r o m a g n e t i c a p a r a a R e d e n a c i o n a l d e Telecomunicações
TELEBRÁS - prática R N T

141
H
Companhia de
Transmissão d e
E n e r g i a Elétrica
Paulista

13 - Projetos c o m Amplificadores Operacionais - Howard M. Berlin


1 4 - Antenna/Eletrònica P o p u l a r v o l 1 1 2 - n ^ l - revista
15-Eletricidade M o d e r n a n * ^ 8 9 e 2 9 0 - revista.

142
p I qvo m\í ( ío CO

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