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Introdução à Volumetria

Profa. Lilian Lúcia Rocha e Silva


INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
TITULAÇÃO
●Processo no qual uma solução padrão ou solução de referência é
adicionada a uma solução que contém um soluto (que se deseja analisar),
até que complete a reação.
VOLUMETRIA
●É um método baseado na determinação do volume de uma solução de
concentração conhecida (titulante), necessário para reagir
quantitativamente com um soluto (titulado).

TITULANTE

TITULADO
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
REQUISITOS PARA UMA REAÇÃO QUÍMICA SER USADA COMO BASE DE
UM MÉTODO VOLUMÉTRICO

a) Deve ocorrer uma reação simples, que possa ser expressa


por uma equação química.

A substância a ser determinada deverá reagir completamente


com o reagente adicionado em proporções estequiométricas.

b) Deve ser praticamente instantânea ou proceder com grande


velocidade.

Equilíbrio seja imediatamente estabelecido a cada adição do


titulante.
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA

c) Deve haver a alteração de alguma propriedade física ou


química (pH, temperatura, condutividade) da solução no ponto de
equivalência.

d) Deve haver um indicador que provoque mudanças de


propriedades físicas (cor ou formação de precipitado).

Defina nitidamente o ponto final da titulação.


INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
SOLUÇÃO PADRÃO

●Solução cuja a concentração é conhecida com exatidão e que


estará sendo usada para comparação das concentrações.

 Deve ser suficientemente estável de modo a ser necessário


apenas determinar sua concentração uma única vez.

 Reage rapidamente com o analito de modo a minimizar o


tempo requerido entre as adições de reagente.

 Reage completamente com o analito de modo a ter um ponto


final satisfatório.
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
SOLUÇÃO PADRÃO

● É aquela cuja concentração é conhecida com grande exatidão.

A exatidão da solução padrão limita a exatidão do método


analítico.

● Uma solução padrão pode ser obtida de duas maneiras:

a)pelo uso de um padrão primário como soluto;

b) Pela padronização de uma solução de concentração


aproximadamente conhecida (padrão secundário).
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
PADRÃO PRIMÁRIO
● São reagentes que preenchem todos os requisitos dos reagentes
analíticos

Além de conter uma quantidade conhecida, aproximadamente 100%,


da substância principal

● São frequentemente preparados e purificados por métodos especiais.

● Um bom padrão primário deve preencher as seguintes condições:


a)Ser puro;
b) Não ser higroscópico, não perder água de hidratação, não absorver
oxigênio, nem gás carbônico;
c)Ser estável às temperaturas de secagem (exceto quando o padrão é
um hidrato);
d)Ter boa solubilidade no meio da titulação;
e) Ter massa molar elevada, de modo que o erro relativo associado à
pesagem seja minimizado.
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
●As soluções de padrões primários devem ser preparadas pela dissolução
de uma massa exatamente pesada (balança analítica) do soluto em um volume
definido (balão volumétrico).

Concentração exatamente calculada!

Ex: Oxalato de sódio (99,95 %), Biftalato de potássio (99,99 %), Dicromato de
potásssio (99,98 %)

● O número de padrões primários é muito restrito e, frequentemente, tem que


se recorrer aos padrões secundários.

A concentração exata dessas soluções é determinada por comparação com


soluções de padrões primários via titulação.

PADRONIZAÇÃO
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA

PADRÃO SECUNDÁRIO

● São substâncias que tem sua concentração determinada por


análise química e também são utilizadas como referência em
análises volumétricas.

Ex: NaOH, EDTA, AgNO3


INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA

Ponto de equivalência

●O ponto estequiométrico, de equivalência ou final teórico de uma


titulação é aquele calculado com base na estequiometria da reação envolvida
na titulação (volume exato em que a substância a ser determinada vai ser
titulada). Não pode ser determinado experimentalmente.

Quantidade de matéria do titulante = Quantidade de matéria do titulado


ntitulante = n titulado

●O ponto final de uma titulação é determinado experimentalmente através de


indicadores visuais (ácido-base) ou por métodos instrumentais (potenciometria,
condutometria, etc).
Erro da titulação

●A diferença entre os volumes do ponto de equivalência (VPE) e do ponto final


(VPF) é o ERRO DA TITULAÇÃO.

Erro da titulação = VPF – VPE/VPE


INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA

Determinação do ponto final

● Indicadores Visuais
Causam mudança de cor próximo ao ponto de equivalência.

● Métodos Instrumentais
Respondem a certas propriedades da solução que muda de
características durante a titulação. Ex: Medida de pH,
condutividade, potencial, corrente, temperatura, etc.
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
● Os métodos volumétricos podem ser classificados em diretos ou
indiretos:

Método direto ou Titulação direta

A espécie a ser determinada reage diretamente com a solução padrão.

Método Indireto ou Titulação Indireta ou Titulação de retorno ou


Contratitulação

Consiste em adicionar um excesso, exatamente conhecido, da solução padrão


ao analito e depois determinar a parte desse excesso que não reagiu com
uma outra solução padrão.

É usado, principalmente, quando a velocidade da reação direta não é


compatível com a titulação ou quando a amostra não é solúvel em água,
mas é solúvel no reagente da titulação direta ou ainda quando não se tem
indicador adequado à titulação.
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
Cálculos em Volumetria

● Os cálculos são feitos a partir da estequiometria da reação envolvida.

aA + bB produtos

Exemplo: Padronização de uma solução de NaOH aproximadamente 0,1mol/L


-
COOH COO
- +
+ OH H2 O

- -
COO COO
Quantidade de matéria de biftalato de potássio = Quantidade de matéria de NaOH

m (g) = C (mol/L) x V (L)


MM (g/mol)
0,1022g C x 5,0 x 10-3
L CNaOH = 0,1001mol/L
= NaOH
204,23g/mol
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
Curvas de Titulação
● É a representação gráfica do processo de titulação, que mostra
a variação logarítmica de uma determinada propriedade,
geralmente concentração, em função do volume do titulante
adicionado.
INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA
Classificação das reações empregadas em titulação
Neutralização:
H3O+ + OH- 2H2O
 Formação de complexos:
Y4- + Ca2+ CaY2-
(EDTA)

 Precipitação:
Ag+ + Cl- AgCl(s)
 Oxidação-redução:
Fe2+ + Ce4+ Fe3+ + Ce3+
TIPOS DE ERROS
Erros determinados ou sistemáticos: possuem um valor definido e,
pelo menos em princípio, podem ser medidos e computados no
resultado final.

Exemplos incluem balança mal calibrada, deficiência de funcionamento,


erros de operação, erros de método, erros devidos a instrumentos e
reagentes etc.
Erros indeterminados: não possuem valor definido, não são
mensuráveis e flutuam de um modo aleatório.

Mesmo na ausência de erros determinados, se uma mesma pessoa faz


uma mesma análise, haverá pequenas variações nos resultados.

Estes erros podem ser submetidos a um tratamento estatístico que


permite saber qual o valor mais provável e também a precisão de uma
série de medidas.
TIPOS DE ERROS

●Se um experimento é repetido várias vezes, e os erros são


puramente aleatórios, então os resultados tendem a se agrupar
simetricamente em torno de um valor médio.

●Quanto mais vezes o experimento é repetido, mais os resultados


se aproximam de uma curva idealmente suave, chamada
distribuição gaussiana.

Seguem a lei da distribuição normal (distribuição de Gauss)


TIPOS DE ERROS
Observando essa curva pode-
se notar que:

a)O valor mais provável é a


média aritmética de todos os
valores.

b)Desvios positivos e negativos


são igualmente prováveis.

c)Desvios pequenos são mais


prováveis que desvios grandes.

Figura 2 – Representação gráfica da lei de distribuição normal (distribuição de Gauss)


TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE ERROS ALEATÓRIOS
Podemos utilizar métodos estatísticos para avaliar os erros aleatórios.

Baseamos as análises estatísticas na premissa de que os erros aleatórios


contidos em resultados analíticos seguem uma distribuição GAUSSIANA ou
NORMAL.

Tipicamente, em estudos científicos, inferimos informações sobre uma


população ou universo

A partir de observações feitas em um subconjunto, ou amostra.

A população é a coleção de medidas de interesse e precisa ser


cuidadosamente definida pelo analista.

Considere uma unidade de produção de tabletes de multi-vitaminas que


gera centenas de milhares de tabletes.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE ERROS ALEATÓRIOS

As leis da estatística têm sido desenvolvidas para as populações.

Muitas vezes essas leis precisam ser substancialmente


modificadas quando aplicadas a pequenas amostras, uma
vez que poucos dados não representam uma população
inteira
MÉDIA E DESVIO- PADRÃO
Média: é a soma dos valores medidos dividida por n, o número
de medidas.

Desvio-padrão: Mede como os dados estão agrupados em torno


da média.
TIPOS DE ERROS

Erro absoluto: diferença entre o valor medido e o valor


verdadeiro de uma dada grandeza:

Erro absoluto: E  xi  xverdadeiro

O erro de uma análise é geralmente expresso em termos


relativos:

xi  xverdadeiro
Erro relativo: E 100%
xverdadeiro
Área sob uma Curva Gaussiana
No contexto da estatística, é importante que sejamos capazes
de determinar a área sob uma curva gaussiana entre limites
definidos.

Fornece a probabilidade de o valor medido ocorrer entre os
dois limites

Como determinamos a área sob a curva?

Uma vez que não há uma solução definida a integral precisa


ser avaliada numericamente.
Área sob uma Curva Gaussiana
Área sob uma Curva Gaussiana
Área sob uma Curva Gaussiana
Área sob uma Curva Gaussiana
LIMITE DE CONFIANÇA DA MÉDIA

Intervalo de confiança: Intervalo ao redor da média determinada


experimentalmente, no qual se espera que a média da população µ esteja
contida com um certo grau de probabilidade.

Geralmente, em um trabalho analítico, somente um pequeno número de


determinações é feito (duplicatas, triplicatas, etc.)

Nestes casos, os valores conhecidos são X e s, que são estimativas de 


e

É de interesse saber qual o intervalo em que deve estar a média da


população, , conhecendo-se a média das determinações, X.

O problema consiste então na determinação do intervalo em que  deve estar,


com certa probabilidade, conhecendo-se X, s e N, geralmente para N pequeno.
LIMITE DE CONFIANÇA DA MÉDIA
Quando  é conhecido, esse intervalo é dado pela equação:

N = número de determinações a partir das quais foi obtida a


média X.
LIMITE DE CONFIANÇA DA MÉDIA

O problema consiste então na determinação do intervalo em


que  deve estar, com certa probabilidade, conhecendo-se X,
s e N, geralmente para N pequeno.

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