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PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE_1001743-58.2017.5.02.

0064

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO


ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 03/10/2017


Valor da causa: R$ 56.700,00

Partes:
RECLAMANTE: CASSIO MOTA ROCHA - CPF: 389.089.358-94
ADVOGADO: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - OAB: SP253192-D
RECLAMADO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
- CNPJ: 34.028.316/0001-03
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF

AUTUAÇÃO: [ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR, CASSIO MOTA ROCHA] x [EMPRESA BRASILEIRA DE
C O R R E I O S E T E L E G R A F O S ]

PETICIONANTE: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR

Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.

3 de Outubro de 2017

ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 11ce5d2
ID. 11ce5d2
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313504753100000083583588
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA __ª VARA DO

TRABALHO DO FÓRUM DA BARRA FUNDA - SÃO PAULO/SP – TRT / 2.ª REGIÃO

CÁSSIO MOTA ROCHA, brasileiro,

casado, empregado de empresa pública, filho de Hildeza de Oliveira Mota Rocha, nascido em 9 de

novembro de 1989, portador da Cédula de Identidade/RG n. º 49.267.045 - SSP/SP, regularmente

inscrito no CPF/MF sob o n.º 389.089.358-94, de CTPS n.º 72757 – Série 00343-SP, e de PASEP n.º

203.90427, residente e domiciliado na R. Miguel Ângelo Lupi, n.º 123/Fundos – Vila Roque, CEP:

02474-110 – São Paulo/SP, vem, “mui” respeitosamente, por intermédio de seu Patrono legalmente

constituído (doc. anexo), e que esta subscreve, à honrosa presença de Vossa Excelência, promover a

presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Com fulcro no artigo 4º da Consolidação das Leis

do Trabalho, em face da EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELÉGRAFOS, empresa pública, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 34.028.316/0031-29, com sede
situada à Rua Mergenthaler, n.º 592, Bloco II – Vila Leopoldina, CEP: 05311-900 – Paulo/SP , em

virtude dos motivos fáticos e consubstanciado no direito a seguir exposto:

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
CAUSA DE PEDIR REMOTA

CÁSSIO foi admitido pela RECLAMADA na data de

4 de fevereiro de 2013, com registro em carteira (doc. anexo), para exercer as atividades de Agente de

Correios – Operador de Triagem e Transbordo, tendo como primeiro salário mensal a quantia de

1.004,03 (um mil, quatro reais e três centavos – doc’s anexos).

Desde sua admissão, CÁSSIO labora no

complexo-sede da RECLAMADA e, dadas as dimensões da construção, em suas dependências, houve

a presença maciça de geradores de energia que eram alimentados por combustível oriundo de 3 (três)

tanques – todos localizados no 2.º subsolo do mesmo prédio onde o OBREIRO se ativa -, sendo eles:

• 2 (dois) tanques acoplados a geradores, cada um deles com com capacidade para 900 L

(novecentos litros) de óleo diesel, sem bacia de contenção;

• 1 (um) tanque com capacidade para 10.000 L (dez mil litros) de óleo diesel (desativado em 17

de março de 2015, e substituído por outro com capacidade para 2.000 L – dois mil litros), sem

bacia de contenção.

Deve ser destacado ainda que, no mesmo piso

onde se encontram os tanques, e próximo deles, situa-se o estacionamento da RECLAMADA, em

que eventual sinistro nos tanques pode ocasionar verdadeira reação em cadeia.

Ainda que o labor sob as situações perigosas seja

evidente e ainda persista, a RECLAMADA jamais pagou a CÁSSIO o adicional correspondente.

A periculosidade no meio-ambiente do trabalho

disponibilizado pela RECLAMADA aos seus obreiros é de tal forma pública e notória que,
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inclusive, não só já foi reconhecida em perícia realizada em reclamações trabalhistas diversas da

presente (que serão pormenorizadas oportunamente), como também constou da Notificação

Recomendatória já referida (como fruto do Inquérito Civil n.º 003052.2011.02.000/3):

“Providenciar proteção ao tanque de armazenagem de óleo diesel, que

abastece o grupo motogerador, na Unidade Vila Leopoldina, com

observância ao disposto na NR 20 do Ministério do Trabalho, no Decreto

Estadual n.º 56.819/2011 (Regulamento de Segurança contra Incêndio das

Edificações e Áreas de Risco do Estado de São Paulo) e sua Instrução

Técnica n.º 25/11 (Segurança contra incêndio para Líquidos e Combustíveis

Inflamáveis).

(...)

No prazo de até 90 (noventa) dias:

(...)

Adotar as correções necessárias para adequar-se às normas da NR 23 e

legislação estadual e municipal e normas técnicas que tratam da proteção

contra incêndios. Atenção: quanto à proteção do tanque de armazenagem de

óleo diesel que abastece o grupo motogerador na Unidade Vila Leopoldina,

o atendimento é imediato, conforme o n.º 9 do item anterior.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Como já afirmado, o referido tanque somente fora

removido na data de 17 de março de 2015. Até lá, os OBREIROS do complexo edifício-sede da

RECLAMADA se ativavam sobre uma bomba municiada com 10.000 L (dez mil litros) de óleo diesel.

Tanto que há outras diversas reclamações

trabalhistas propostas em face da RECLAMADA, também postulando sua condenação ao pagamento

do adicional de periculosidade. Como prova emprestada, CÁSSIO junta o laudo pericial produzido

no feito de n.º 0000238-63.2014.5.02.0061, em trâmite perante a 61.ª Vara do Trabalho do Fórum da

Barra Funda – São Paulo/SP. Nesse feito, o perito concluiu pela periculosidade no grau máximo a um

empregado que laborava no 14.º andar do Bloco II do edifício-sede dos CORREIOS:

“Dos inflamáveis constatados:

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
Óleo diesel: líquido com Ponto de Fulgor abaixo de 70º C. – Enquadra-se,

para efeito da NR-16, como INFLAMÁVEL.

- 3 Grupos Moto Geradores de 335 kva, com tanque de 10.000 litros de

inflamáveis armazenados no subsolo da edificação.

- 2 Grupos Motor Geradores de 488 kva, com tanque de 900 litros de

inflamáveis cada.

Totalizando temos 11.800 litros de inflamáveis (óleo diesel)

Enquadra-se para efeito da NR-16 como INFLAMÁVEIS.

Portanto, o RECLAMANTE exerceu suas atividades nas condições

apontadas anteriormente, estandoo mesmo nas áreas consideradas como de

risco e em condições de periculosidade encontradas na edificação.” (doc.

anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Ora, a RECLAMADA mantinha tanque de

combustível com vultosa capacidade junto às colunas de sustentação de todo o complexo onde se

encontra sediada. “Data máxima venia”, não se exige uma intelecção muito aguda para que se tenha

noção do que pode ocorrer com todos os empregados dos CORREIOS caso esses obsoletos tanques

que não atendem às NR’s já referidas passem por sinistro...

Diante dessas circunstâncias, outra não poderia ser

a conclusão no laudo pericial em comento:

“Tendo em vista a Perícia realizada e no exposto no presente Laudo Técnico,

baseado na NR 16 e Anexos da Portaria 3214/78 do TEM, caracterizamos de

PERICULOSIDADE as atividades da RECLAMANTE, durante o período

que a mesma prestou atividades à RECLAMADA.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Essa circunstância perigosa, inclusive, é reiterada

em outros 2 (dois) laudos produzidos em feitos que também tramitam perante este Colendo Regional.

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No primeiro deles (Proc.: 0002647-98.2013.5.02.0076, da 76.ª Vara do Trabalho da Barra Funda – São

Paulo/SP), o ilustre Perito constatou como local do trabalho do reclamante daquele feito (que,

inclusive, é o mesmo em que CÁSSIO labora):

“O local de trabalho do Reclamante situava-se junto ao Bloco 3, no 1.º

andar, CTC Jaguaré, Centro de Triagem de Cartas, onde desenvolvia as

atividades de Agente de Correios.

Obs.: no Bloco 2, junto ao subsolo, foi observada a existência de um tanque

com capacidade de armazenagem de 10.000 litros de óleo diesel, para

abastecimento de 3 grupos de moto geradores, ainda foi observada a

existência de 2 grupos de moto geradores Caterpillar com tanques internos

com capacidade de 900 litros de óleo diesel cada.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

A conclusão do laudo pericial em destaque vem ao

encontro da presente tese (ressalte-se mais uma vez:

“Trabalhava o Autor realizando tarefas de Agente de Correio, sendo que no

Bloco 2, junto ao subsolo, foi observada a existência de um tanque com

capacidade de armazenagem de 10.000 litros de óleo diesel, para

abastecimento de 3 grupos de moto geradores, ainda foi observada a

existência de 2 grupos moto geradores Caterpillar com tanques internos com

capacidade de 900 litros de óleo diesel cada, sendo dessa forma considerados

periculosos os ambientes, conforme a Legislação vigente, Portaria n.º

3.214/78, NR 16 e Anexos.

PORTANTO, NO ENTENDER DESTE PERITO, O RECLAMANTE

EXERCEU SUAS ATIVIDADES NAS CONDIÇÕES DOS ITENS

ANTERIORES ESTANDO O MESMO NAS ÁREAS CONSIDERADAS

COMO DE RISCO. ISTO POSTO, TAIS ATIVIDADES DEVEM SER

ENQUADRADAS COMO SENDO EM CONDIÇÕES DE

PERICULOSIDADE.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

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Outro laudo pericial em reclamação trabalhista

proposta por outro colega do RECLAMANTE (Proc.: 0002219-06.2014.5.02.0069) conclui pela óbvia

periculosidade, e também decreta que esta é devida mesmo com a substituição do tanque. E constata

que o novel tanque está vazando óleo diesel:

“CONCLUSÃO:

De acordo com as características do local assim como com as

condições de trabalho conclui-se que:

- Periculosidade: Com base na vistoria realizada, assim como nas

informações obtidas pelos participantes da perícia, constatou-se que o

reclamante não desenvolve atividades ou operações perigosas, porém,

permanece em área considerada de risco, pois verificou-se que os

tanques de superfície com inflamáveis só poderiam ser instalados no

interior de edifícios, caso restasse comprovada a impossibilidade de

instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do edifício, o que

não é o caso em tela, pois visualizou-se na ocasião da perícia área

aberta nas instalações da reclamada, onde poderiam ser instalados os

reservatórios, alimentando os geradores por gravidade.

Ademais, o volume de combustível encontrado no tanque da sala dos 3

geradores era de 10.000 litros, até 17/03/2015, volume superior ao

estabelecido na alínea “d” do item 20.17.2.1 da NR-20, que é de 3.000

litros, sendo que atualmente foi instalado no lugar deste tanque um com

capacidade de 2.000 litros, além dos reservatórios de 900 litros da sala dos

2 geradores não possuírem paredes de alvenaria resistentes ao fogo

entre eles.

Não se pode deixar de mencionar, que anteriormente à entrada em

vigor da nova redação da NR-20, o item 20.2.7 determinava que ‘os tanques

de armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser

instalados no interior de edifícios sob a forma de tanques enterrados’.

Além do mais, essa norma também determinava em seu item 20.2.13 que o

‘armazenamento de líquidos inflamáveis dentro do edifício só poderá

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ser feito com recipientes cuja capacidade máxima seja de 250

(duzentos e cinquenta) litros por recipiente’.

No caso das instalações da reclamada verificou-se não se tratar de

tanques enterrados, bem como possuem capacidade superior ao estabelecido

na norma vigente naquele período.

Vale lembrar que de acordo com a alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16,

toda a área interna do recinto é considerada como área de risco no

armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou

vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado.

Nesse entendimento, cabe mencionar a Orientação Jurisprudencial n. 385 do

TST:

‘OJ 385 – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO.

ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO.

CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DeJT 09/06/2010). É devido o pagamento

do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas

atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual

ou distinto daquele onde estão instalados tanques para armazenamento

de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal,

considerando-se como área de risco toda a área interna da construção

vertical.’

Logo, a capacidade máxima dos tanques deveria ser de 3.000 litros segundo

os termos da NR-20 da Portaria SIT n.º 308, de 29 de fevereiro de 2012,

sendo que somente em 17/03/2015 foi substituído tanque de 10.000 litros

por tanque de 2.000 litros, bem como a capacidade de cada tanque de

armazenamento de óleo Diesel deveria ser de no máximo 250 litros pela NR-

20 da portaria 3.214/78.

Ademais, mesmo com a substituição do referido tanque, não foi

instalado sob a forma de tanque enterrado, pois não é permitida a existência

de tanques aéreos ou de superfície no interior de edifícios, para o caso em

tela, em que se visualizou a possibilidade de instalação em área aberta fora

da projeção vertical da edificação da reclamada.

Portanto conclui-se que os tanques de armazenamento de combustível

Diesel existentes na edificação da reclamada não estão adequados ao

disposto na NR-20, com redações vigentes em cada período. Dessa forma,

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entende-se que o reclamante faz jus ao direito do recebimento do adicional

de periculosidade (30%), conforme alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16.

Não se pode deixar de mencionar que na sala dos 3 geradores situados no 2º

subsolo, especificamente no 3º gerador, constatou-se grande vazamento de

combustível Diesel, fora da bacia de contenção do gerador, observando-se

ainda um recipiente para coletar o combustível vazando.

Cabe mencionar que o vazamento faz com que o óleo Diesel escorra por

cima da resistência de aquecimento do sistema de arrefecimento do motor,

podendo haver princípio de incêndio no local.

Portanto, conclui-se que o reclamante faz jus ao direito do recebimento do

adicional de periculosidade.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Esse laudo pericial elaborado com inigualável

fundamentação dá a exata medida do quão insalubre é o meio-ambiente do trabalho que os

CORREIOS colocam à disposição dos empregados que se ativam sob seus auspícios. De tão

degradado e perigoso, um dos tanques de óleo diesel está atualmente vazando, o combustível está

escoando por sobre as resistências do maquinário, e um incêndio pode ocorrer a qualquer momento.

Por derradeiro, há o laudo produzido no bojo do

feito de n.º 0002720-50.2013.5.02.0018, em trâmite perante a 18.ª Vara do Trabalho do Fórum da Barra

Funda - São Paulo/SP. Com tenacidade ímpar, o nobre Perito daquele feito sintetiza de forma

exemplar as razões que justificam o caráter perigoso de qualquer atividade laboral executada em

qualquer ponto do complexo onde a RECLAMADA é sediada:

“Do exposto, constatou-se que a Reclamante adentra e permanece no

interior da edificação, onde há áreas de risco, devido ao armazenamento

irregular de óleo diesel, em desacordo com a legislação.

A projeção horizontal do Bloco I onde labora a Reclamada está inserida no

terreno em cujo 2.º subsolo está instalado o tanque de óleo diesel, portanto,

está edificado sobre uma área de risco. Por sua vez, os três blocos se

interligam entre si, através de corredores de circulação de pessoas,

localizado no 2.º subsolo, não sendo, portanto, independentes.

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Assim, todo o 2.º subsolo da Reclamada é considerado área de risco e,

portanto, não importa se o tanque está instalado sob a prumada da

edificação.

A caracterização pericial da periculosidade dispensa medições ambientais,

sendo baseada na análise das atividades envolvidas pelo trabalhador e seu

enquadramento nas áreas de risco, considerando os critérios técnicos e

legais vigentes.

Constatou-se que os critérios técnicos e legais vigentes para

armazenamento de líquidos inflamáveis, conforme estabelecidos pela NR-20

e Portaria 3214/78 não foram obedecidos.

Sendo assim, são considerados periculosos todos os ambientes de trabalho

localizados nos 3 blocos, tanto em pavimento igual quanto distinto daquele

onde está instalado o tanque de líquido inflamável, de acordo com a NR-16,

Anexo 2, da Portaria 3214/78 e art. 193 da CLT.

Desta forma, resta caracterizada a periculosidade por inflamáveis nas

atividades da Reclamante, no período imprescrito da prestação de

serviços.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Juntando-se como paradigmas tais laudos

periciais, cada um deles oriundo de análise de periculosidade da ótica de cada um dos 3 (três) blocos

que compõem o complexo onde a RECLAMADA mantém sua sede. Ora, sendo concluída pela

periculosidade em todos eles, sustentar que a periculosidade é inexistente soa no mínimo temerário.

Expostas as conclusões de todos os laudos acima

enumeradas, retornamos ao rol de recomendações enumeradas pelo Ministério Público do Trabalho

da Segunda Região à RECLAMADA é composto de 29 (vinte e nove) itens cujo atendimento deveria

ter sido imediato (dentre eles a proteção dos tanques de óleo diesel vetores da periculosidade aqui

pleiteada), e outros 32 (trinta e dois) itens que deveriam ser regularizados em até 90 (noventa) dias.

A conclusão pela periculosidade ganha ainda mais

força quando deitamos vistas sobre a Notificação já referida. Com o respeito e o acatamento que lhe

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são devidos, ilustre Magistrado(a), fosse a RECLAMADA local com locais mínimos de segurança, não

teria de cumprir tantas recomendações do “Parquet” juslaboral...

Caso, mesmo com a clareza dos laudos trazidos no

bojo da presente este MM.º Juízo chegue a estado de perplexidade no momento do julgamento,

pedimos a devida vênia para deixar consignada regra de interpretação típica dessa Justiça OBREIRO:

“in dubio pro operario”.

Sobretudo porque o posto de trabalho do

RECLAMANTE situa-se a menos de 15 (quinze) metros do local onde os tanques já referidos estão

situados.

Um outro empregado da RECLAMADA, e colega

de CÁSSIO - de nome CÁSSIO -, propôs reclamação trabalhista com a mesma causa de pedir

remota em face daquela. Versando também acerca do local de trabalho do obreiro, o notável Perito

daquele feito esmiúça alguns aspectos:

“ - A edificação vistoriada possui 3 blocos, sendo que o bloco 1 possui 3

andares + 2 subsolos, bloco 2 com 24 andares + 2 subsolos e bloco 3 com 5

andares, 5 mezaninos e 2 subsolos.

Foi constatado na ocasião da perícia que o ambiente de trabalho do

reclamante é no 2º andar do bloco 3, bem como no 2º subsolo.

- Vale lembrar que o 2º subsolo interliga todos os blocos do local

vistoriado, onde também foi constatada a existência de duas salas de

geradores, sendo que na primeira existem 3 (três) moto-geradores movidos à

óleo Diesel e na segunda existem 2 (dois) moto-geradores, também movidos

à óleo Diesel, conforme pode-se observar nas fotos do item

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO do presente laudo técnico pericial.

- Não se pode deixar de mencionar, que conforme relatado pelas partes, em

17/03/2015, houve a substituição de um dos tanques de armazenamento de

combustível da primeira sala de geradores situada no 2º subsolo do local

vistoriado, onde se retirou um tanque com capacidade de armazenamento de

10.000 litros, aéreo ou de superfície, fabricado em chapas de aço, e foi

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instalado em seu lugar um tanque com as mesmas características, porém

com capacidade máxima para 2.000 litros de combustível.

- No item RELATÓRIO FOTOGRÁFICO do presente laudo técnico

pericial é possível se ver foto com o antigo tanque instalado, obtida por este

perito em perícias anteriores realizadas no local, em 08/01/2015,

referente aos processos 0001117-87.2014.5.02.0023 e 0001152-

98.2014.5.02.0006.

Segundo os participantes da perícia, o reclamante transita diariamente no

bloco 2, pois o acesso de entrada e de saída de trabalhadores se dá pelo

bloco 2, além de que neste bloco se encontram bancos, restaurante,

fumódromo, entre outros.

As características do local podem ser observadas nas fotos do item

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO do presente laudo técnico pericial.” (doc.

anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Observemos que o labor pericial apresentado no

feito proposto pelo colega de CÁSSIO, CÁSSIO, não só fez referência à NR “supra”, como – descendo

a minúcias – retratou de forma dramática a periculosidade à qual todos os obreiros que se ativam no

edifício-sede da RECLAMADA estão expostos:

“De acordo com a nova redação da NR 20 (redação dada pela Portaria SIT

n.º 308, de 29 de fevereiro de 2012), tem-se que os tanques de armazenamento

de combustível não se encontram adequados ao disposto na norma,

conforme o disposto no item 20.17 e subitens da norma mencionada:

20.17 Tanque de líquidos inflamáveis no interior de edifícios

20.17.1 Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente

poderão ser instalados no interior dos edifícios sob a forma de tanque

enterrado e destinados somente a óleo Diesel. (GRIFEI)

20.17.2 Excetuam-se da aplicação do item 20.17.1 os tanques de superfície

que armazenem óleo Diesel destinados à alimentação de motores utilizados

para a geração de energia elétrica em situações de emergência ou para o

funcionamento das bombas de pressurização da rede de água para combate

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a incêndios, nos casos em que seja comprovada a impossibilidade de

instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do edifício.

20.17.2.1 A instalação do tanque no interior do edifício deve ser precedida de

Projeto e de Análise Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR), ambos

elaborados por profissional habilitado, contemplando os aspectos de

segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras,

normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas

internacionais, bem como nas demais regulamentações pertinentes, e deve

obedecer aos seguintes critérios:

a) localizar-se no pavimento térreo, subsolo ou pilotis, em área

exclusivamente destinada para tal fim;

b) deve dispor de sistema de contenção de vazamentos:

c) deve conter até 3 tanques separados entre si e do restante da edificação

por paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2 horas e porta do tipo corta-

fogo;

d) possuir volume total de armazenagem de no máximo 3.000 litros, em cada

tanque;

e) possuir aprovação pela autoridade competente;

f) os tanques devem ser metálicos;

g) possuir sistemas automáticos de detecção e combate a incêndios, bem

como saídas de emergência dimensionadas conforme normas técnicas;

h) os tanques devem estar localizados de forma a não bloquear, em caso de

emergência, o acesso às saídas de emergência e aos sistemas de segurança

contra incêndio;

i) os tanques devem ser protegidos contra vibração, danos físicos e da

proximidade de equipamentos ou dutos geradores de calor;

j) a estrutura da edificação deve ser protegida para suportar um eventual

incêndio originado nos locais que abrigam os tanques;

k) devem ser adotadas as medidas necessárias para garantir a ventilação

dos tanques para alívio de pressão, bem como para a operação segura de

abastecimento e destinação dos gases produzidos pelos motores à

combustão.

No item 20.17.2, verifica-se que os tanques de superfície com inflamáveis só

poderiam ser instalados no interior de edifícios, caso restasse comprovada a

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impossibilidade de instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do

edifício, o que não é o caso em tela, pois visualizou-se na ocasião da perícia

área aberta nas instalações da reclamada, onde poderiam ser instalados os

reservatórios, alimentando os geradores por gravidade.

Ademais, o volume de combustível encontrado no tanque da sala dos 3

geradores era de 10.000 litros, até 17/03/2015, volume superior ao

estabelecido na alínea ‘d’ do item 20.17.2.1 da NR-20, que é de 3.000

litros, sendo que atualmente foi instalado no lugar deste tanque um com

capacidade de 2.000 litros, além dos reservatórios de 900 litros da sala dos 2

geradores não possuírem paredes de alvenaria resistentes ao fogo entre eles.

Não se pode deixar de mencionar, que anteriormente à entrada em vigor da

nova redação da NR-20, o item 20.2.7 determinava que ‘os tanques de

armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser instalados no

interior de edifícios sob a forma de tanques enterrados.

Além do mais, essa norma também determinava em seu item 20.2.13 que o

‘armazenamento de líquidos inflamáveis dentro do edifício só poderá ser

feito com recipientes cuja capacidade máxima seja de 250 (duzentos e

cinquenta) litros por recipiente’.

No caso das instalações da reclamada verificou-se não se tratar de tanques

enterrados, bem como possuem capacidade superior ao estabelecido na

norma vigente naquele período.

Vale lembrar que de acordo com a alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16,

toda a área interna do recinto é considerada como área de risco no

armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou

vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado.

Nesse entendimento, cabe mencionar a Orientação Jurisprudencial n.385 do

TST:

‘OJ 385. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO.

ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO.

CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DeJT 09/06/2010). É devido o pagamento do

adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades

em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto

daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido

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inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como

área de risco toda a área interna da construção vertical.’

Logo, a capacidade máxima dos tanques deveria ser de 3.000 litros segundo

os termos da NR-20 da Portaria SIT n.º 308, de 29 de fevereiro de 2012, sendo

que somente em 17/03/2015 foi substituído tanque de 10.000 litros por

tanque de 2.000 litros, bem como a capacidade de cada tanque de

armazenamento de óleo Diesel deveria ser de no máximo 250 litros pela NR-

20 da portaria 3.214/78.

Ademais, mesmo com a substituição do referido tanque, não foi instalado

sob a forma de tanque enterrado, pois não é permitida a existência de

tanques aéreos ou de superfície no interior de edifícios, para o caso em tela,

em que se visualizou a possibilidade de instalação em área aberta fora da

projeção vertical da edificação da reclamada.

Portanto conclui-se que os tanques de armazenamento de combustível

Diesel existentes na edificação da reclamada não estão adequados ao

disposto na NR-20, com redações vigentes em cada período. Dessa forma,

entende-se que o reclamante faz jus ao direito do recebimento do adicional

de periculosidade (30%), conforme alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16.

Não se pode deixar de mencionar que na sala dos 3 geradores situados no 2º

subsolo, especificamente no 3º gerador, constatou-se grande vazamento de

combustível Diesel, fora da bacia de contenção do gerador, observando-se

ainda um recipiente para coletar o combustível vazando.

Cabe mencionar que o vazamento faz com que o óleo Diesel escorra por

cima da resistência de aquecimento do sistema de arrefecimento do motor,

podendo haver princípio de incêndio no local.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Denota-se a gravidade da situação: são

aproximadamente 8.000 – oito mil – empregados vinculados diretamente à RECLAMADA laborando

sobre um tanque de óleo diesel em total desacordo com as normas pertinentes por longo período de

tempo, ignorando o risco que corriam.

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Laudo pericial diverso, produzido em reclamação

trabalhista proposta por outro colega de CÁSSIO (de nome Jairo, proc.: 00022190620145020069, da 69ª

Vara do Trabalho da Barra Funda), constata a tese aqui desenvolvida:

“4 - LOCAL DE TRABALHO

O Reclamante possui como local de trabalho, as instalações da Reclamada,

no setor CTC – Abertura do AO (carga simples). Atua no 2° andar do Bloco

III do prédio acima citado, construído em estrutura de concreto armado,

distribuído em 24 (vinte e quatro) andares e 02 (dois) subsolos, com

paredes em alvenaria e divisórias, pé direito de 3 metros, área

aproximada de 600 metros quadrados, piso tipo paviflex e cobertura em

laje de concreto. A iluminação é natural e artificial, por meio de

lâmpadas fluorescentes. A ventilação é artificial, por meio de sistema de ar

condicionado.

A Reclamada é dividida em 03 (três) blocos com subsolos interligados. No 2º

subsolo do Bloco II, apuramos a existência de 05 (cinco) geradores de

energia alocados em 02 (duas) salas diferentes: em uma delas, há 03 (três)

geradores de 355 KVA, abastecidos diretamente por um tanque aéreo de

2.000 litros de óleo diesel. Em outra sala, há 02 (dois) geradores de 438

KVA, cada qual com 01 (um) tanque de 900 litros embutido.

Importante ressaltar que em 17/03/2015, o tanque de 2.000 litros passou a

substituir o tanque de 10.000 litros existente no mesmo local.

No 1º subsolo do Bloco I, há uma tubulação que abastece o tanque de 2.000

litros (antes de março/2015 havia um tanque de 10.000 litros) e no piso

térreo do Bloco III pudemos observar 02 (dois) dutos de escapamentos

responsáveis por conduzir os gases provenientes da combustão do óleo

diesel para fora do edifício.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Especificamente acerca da análise da

periculosidade presente nas atividades laborais executadas pelo RECLAMANTE, logo em suas

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primeiras linhas o nobre “Expert” retrata a inequívoca condição de perigo do labor de forma

dramática:

“6.2 - ANÁLISE DAS ATIVIDADES / ÁREA DE RISCO

O Reclamante exerce a função de Operador de Triagem e Transbordo na

Reclamada, prestando serviços no Setor CTC – Abertura do AO (carga

simples);

No 2º subsolo do Anexo do Bloco II, apuramos a existência de 05 (cinco)

geradores de energia alocados em 02 (duas) salas diferentes: em uma delas,

há 03 (três) geradores de 355 KVA, abastecidos diretamente por 01 (um)

tanque aéreo de 2.000 litros de óleo diesel.

Em outra sala, há 02 (dois) geradores de 438 KVA, cada qual com 01 (um)

tanque de 900 litros embutido, abastecido também pelo tanque de 2.000

litros.

Em 17/03/2015, o tanque de 2.000 litros passou a substituir o tanque de

10.000 litros, até então existente.” (Fls. do laudo pericial)

(GRIFOS NOSSOS)

E o brilhante Perito prossegue:

“ No 1º subsolo do Bloco I, há uma tubulação por onde passa o óleo diesel

que abastece o tanque de 2.000 litros;

No piso térreo do Bloco III pudemos observar 02 (dois) dutos de

escapamentos responsáveis por conduzir os gases provenientes da

combustão do óleo diesel para fora do edifício;

O óleo diesel é considerado líquido inflamável, por possuir ponto de

fulgor abaixo de 50° C (cinqüenta graus centígrados);

A NR-20 define líquido inflamável, como todo aquele que possua ponto de

fulgor inferior a 60° C (sessenta graus centígrados);

Por fim, ressalta-se que o Reclamante executa atividades em áreas de

risco de armazenamento de inflamáveis líquidos em edificação, em

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condições de periculosidade, de acordo com o Anexo 2 da NR–16 da Portaria

3.214/78.

Desta forma, resta CARACTERIZADA a periculosidade nas atividades do

Reclamante na Reclamada.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Observe, douto(a) Magistrado(a), que o ilustre

Perito responsável pelo trabalho acima destacado retrata com clareza tal a natureza perigosa

inerente ao meio-ambiente que a RECLAMADA coloca à disposição de seus obreiros. E após todas

as constatações já referidas, a conclusão do brilhante labor daquele “Expert” não poderia ser outra:

“7-CONCLUSÃO

Vistoriadas as instalações da Reclamada, analisado o local de trabalho do

Reclamante, bem como a sua função e baseado nos resultados obtidos

da Apuração Técnica, concluímos que:

- o reclamante EXERCE atividades em áreas de risco de armazenamento de

inflamáveis líquidos (óleo diesel) em edificação, em condições de

periculosidade, consoante o Anexo 2 da NR-16 da Portaria 3.214/78.

Diante de todo o acima exposto, concluímos que o Reclamante faz jus ao

adicional de periculosidade pleiteado na inicial.” (fls. do laudo pericial)

(GRIFOS NOSSOS)

O ilustre Perito daquele feito tomado como

paradigma confirma a existência de condições perigosas de trabalho no prédio onde Jairo (o

reclamante do feito) e CÁSSIO laboram. E após concluir pela periculosidade, nas respostas aos

quesitos formulados pela própria RECLAMADA, o profissional técnico ainda esmiúça pontos

relevantes que autorizam a procedência da demanda, nos exatos termos do pedido:

“3–Queira o Sr Perito informar se a atividade do reclamante era periculosa;

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R – A periculosidade foi caracterizada no presente caso, devido ao

armazenamento de líquido inflamável (óleo diesel) no edifício onde o

Reclamante labora, conforme Legislação vigente.

4–Em caso afirmativo, com relação à periculosidade no quesito anterior (3º),

roga-se ao Sr Perito informar se o reclamante estava exposto a esses riscos

de forma permanente e habitual durante toda a sua jornada de trabalho;

R – Sim. A periculosidade foi caracterizada no presente caso, devido ao

armazenamento de líquido inflamável (óleo diesel) no edifício onde o

Reclamante labora, conforme Legislação vigente.

5–Queira o Sr. Perito informar se a atividade laborada pelo reclamante está

classificada na NR 16, da Portaria 3214/78 do MTE, como Atividades e

Operações Perigosas;

R – Sim. A periculosidade foi caracterizada no presente caso, devido ao

armazenamento de líquido inflamável (óleo diesel) no edifício onde o

Reclamante labora, conforme Legislação vigente.

6–Em caso afirmativo do quesito anterior, queira o Sr. Perito referenciar,

explicitamente em sua descrição na NR 16, o enquadramento em que se

encontra essa periculosidade;

R –Armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos em

recinto fechado.

7–Queira o Sr. Perito informar, caso periculosa seja a atividade do

Reclamante, o tempo de exposição diária e de qual o período desde a

admissão do reclamante, a que este estaria exposto à referida

periculosidade;

R – A exposição ocorria de maneira habitual e permanente.

8–Queira o Sr. Perito informar qual é a distância do posto de trabalho do

reclamante até o tanque de combustível gerador da suposta periculosidade;

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R – O Reclamante atua no 2º andar do Bloco III que é interligado aos

demais blocos que armazenam líquido inflamável (óleo diesel).” (fls. do

laudo)

(GRIFOS NOSSOS)

Inclusive, a reclamação proposta por Jairo já foi até

sentenciada, com a consequente condenação da RECLAMADA ao pagamento do adicional de

periculosidade. Constou da fundamentação da sentença:

“2. Adicional de periculosidade.

Realizada perícia técnica, conforme laudo das fls. 173-182, o perito

reconhece a existência de periculosidade nas atividades desempenhadas pelo

reclamante, em razão do labor hábitual e permanente em área de risco,

caracterizada pelo armazenamento de inflamáveis nos termos do anexo 2 da

Norma Regulamentadora 16 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho

e Emprego. Diante das impugnações e quesitos apresentados pelo

reclamante e pelo reclamado, respectivamente, às fls. 184-190 e 195-196, é

determinado o retorno dos autos ao perito, que apresenta esclarecimentos

às fls. 200-203, mantendo as conclusões anteriormente apresentadas.

A previsão do Anexo 2, item 1, ‘b’, da NR-16, interpretada em conjunto com

o item 2, III, ‘b’ e item 3, ‘s’, do referido Anexo, permitem concluir que o

reclamante laborava na área de armazenagem de inflamável líquido. Neste

sentido, também, o perito engenheiro constatou, à fl. 175-verso, que no bloco

III, local em que o autor exerce suas atividades, há dois dutos de

escapamentos responsáveis por conduzir os gases provenientes da

combustão do óleo diesel para fora do edifício. Além disso, como referido

pelo perito técnico no laudo complementar às fls. 200-verso e 201, o prédio

no qual o reclamante labora, considerado como um todo, armazena

quantidade considerável de líquido inflamável, caracterizando a existência

de periculosidade.

Ademais, o contrato de trabalho do reclamante iniciou em 12-09-1996,

portanto, antes da vigência da Portaria 308, de 29-02-2012, da Secretaria de

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Inspeção do Trabalho. Em decorrência, no caso, antes da vigência da

referida Portaria, exigia-se que os tanques de armazenamento do óleo diesel

fossem necessariamente enterrados, considerando o disposto no item 20.17.1

da NR-20 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego,

cautela que não era observada pelo reclamado, conforme demonstra o laudo

pericial.

Além disso, conforme exame pericial, observo que a armazenagem era feita

de forma irregular pelo reclamado até março de 2015, considerando que a

empresa possuía um tanque de armazenagem de 10.000 litros de óleo diesel.

A NR-20, item 20.17.2.1, ‘d’, determina que cada tanque possua

armazenagem de no máximo 3.000 litros, portanto, em volume inferior

àquele existente até março de 2015 na edificação na qual o reclamante

desempenha suas atividades. Sobre o tema, em relação ao referido período,

recordo, ainda, o disposto na Orientação Jurisprudencial 385 da SDI-I do

TST.

Pelo exposto, diante das conclusões do perito e considerando a ausência de

prova apta a afastá-las, concluo que o reclamante faz jus ao adicional em

questão.

Assim, acolho as conclusões do expert sobre a existência de periculosidade

nas atividades desempenhadas pelo autor, e defiro ao reclamante o

pagamento de adicional de periculosidade de 30%, a ser calculado nos

termos da Súmula nº 191 do TST.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Mesmo local de trabalho, periculosidade

constatada em laudo pericial, procedência da ação.

Aqui, mais uma vez evidencia-se o desrespeito

por parte da RECLAMADA ao disposto na NR 20 do MTE, com relação às dimensões e instalação

dos tanques de óleo diesel nas dependências desta.

Tanto é verdade, que o Egrégio Tribunal do

Trabalho da 2.ª Região já vem ratificando as condenações em Primeira Instância que a RECLAMADA

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suportou. Aqui, colacionamos duas delas, quando deitam vistas sobre as lamúrias infundadas que

permeiam a tese recursal da RECLAMADA:

PROCESSO: 00000229620155020084; RECURSO ORDINÁRIO; PROC. ORIGEM : 0022/2015; 84ª VT de São Paulo; RECORRENTE: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; Advogado: MAURY

IZIDORO; RECORRIDO: BenCÁSSIO Giaretta; Advogado: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR; 11.ª Turma; 09/09/2016 PUBLICADO O EDITAL 0004286/2016, DO ACÓRDÃO Nº 20160654194; por

vu, NÃO CONHECER do apelo ex-officio; POR VU NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DO RECORRENTE

Outra decisão desta Egrégia Corte Regional

também autoriza a presente tese:

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PROCESSO: 00022190620145020069; RECURSO ORDINÁRIO; PROC. ORIGEM: 2219/2014; 69ª VT de São Paulo; RECORRENTE: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; Advogado: MAURY
IZIDORO; RECORRIDO: CÁSSIO Alcides de Menezes Rocha; Advogado: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR; 19/08/2016; PUBLICADO O EDITAL 0003892/2016, DO ACÓRDÃO Nº 20160585419;

16/08/2016 POR VU, NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DO RECORRENTE

Este segundo dos casos, inclusive, já transitou em

julgado:

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
Até porque, há colegas do setor em que CÁSSIO

labora, que propuseram reclamações trabalhistas como a presente, e já percebem o adicional de

periculosidade. Observemos o hollerith do paradigma CÁSSIO dos Santos. Este empregado da

RECLAMADA (que, repetimos, ativa-se no mesmo local de trabalho que o RECLAMANTE) obteve

procedência da ação em primeira instância, onde constou do dispositivo da sentença:

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
Após oferecimento do recurso por parte da

RECLAMADA, suas lamúrias não fizeram eco:

O feito em tela já transitara em julgado. E, como

consequência, CÁSSIO – frise-se mais uma vez, empregado que se ativa no mesmo setor de

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
trabalho do RECLAMANTE – já percebe em folha o adicional deferido em processo que tramitou

perante esta Justiça Obreira:

Ora, “data máxima venia”, indeferir o adicional ora

postulado implicaria, por vias transversas, conferir um tratamento diferenciado para pessoas

exercentes de uma mesma função.

Em síntese: havendo comprovação de que

CÁSSIO (dentre outros empregados da RECLAMADA, e colegas de setor de CÁSSIO), estão

percebendo o adicional perseguido pelo RECLAMANTE, o indeferimento do mesmo nos presentes

autos ofende frontalmente o princípio da não discriminação, insculpido no art. 5º, “caput” e inciso

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
I, e art. 7º, incisos XXX e XXXII, todos da Carta Magna, e 5º da Consolidação das Leis do Trabalho,

na exata medida que tratou de forma distinta os empregados que estavam em idênticas condições.

CÁSSIO não cessou a prestação de serviços, mas

recorre à esta Justiça Especializada, para obter a procedência nos pedidos aqui cumulados, tendo

como última remuneração a quantia de R$ 2.159,33 (dois mil, cento e cinquenta e nove reais e trinta

e três centavos).

Eis as razões para se propor a presente Reclamação

Trabalhista.

CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA

1 - PRELIMINARMENTE

a) Da Justiça Gratuita

O RECLAMANTE é pobre na acepção jurídica do

termo e, por esta razão, não possui condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem

prejuízo de seu sustento e de sua família (doc. anexo).

Desta forma, requer os benefícios da justiça

gratuita, preceituados no artigo 5.º, LXXIV da Carta Magna, no artigo 98 e seguintes, todos do Código

de Processo Civil e, nesta Justiça Obreira, no § 3.º do artigo 790 da Consolidação das Leis do Trabalho

(cuja aplicabilidade, neste Colendo Regional, é regida pela Súmula n.º 5).

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
b) Da abdicação da faculdade pré-processual prevista no artigo 625-A e seguintes da Consolidação

das Leis do Trabalho

Os artigos mencionados no epíteto tratam de mera

faculdade processual, conforme já firmara entendimento e pacificara a celeuma o Egrégio Tribunal

Regional do Trabalho da 2ª Região:

“EMENTA: COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. SUBMISSÃO DO

FEITO. FACULDADE DA PARTE. O comparecimento perante a Comissão

de Conciliação Prévia é faculdade assegurada ao trabalhador, não

constituindo condição da ação, nem tampouco pressuposto processual da

reclamatória, sob pena de violação do comando insculpido no art. 5º, XXXV

da Constituição Federal. Inteligência da Súmula n.º 2 deste Regional. Recurso

Ordinário provido.” (TIPO: RECURSO ORDINÁRIO; JULGAMENTO:

17/12/2008; REL.: DAVI FURTADO MEIRELLES; REV.: DELVIO

BUFFULIN; ACÓRDÃO Nº: 20081123340; PROC. Nº: 00887-2008-028-02-00-

6; ANO: 2008; TURMA: 12ª; PUBLICAÇÃO:16/01/2009; PARTES:

RECORRENTE(S): Sonia Angelina Costa Brito; RECORRIDO(S): Shd

Comercio de Roupas LTDA.)

(GRIFOS NOSSOS)

No mesmo sentido:

“EMENTA: COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. ART. 625-E DA CLT.

NÃO OBRIGATORIEDADE. O legislador atribuiu ao trabalhador, a

faculdade de comparecer perante a Comissão de Conciliação Prévia, sem

cominar sanção pela ausência de submissão da controvérsia, à referida

comissão, não havendo se falar em condição da ação. Art. 5º, XXXV, da

Constituição Federal. Súmula nº 02 deste E. Tribunal. RECURSO

ORDINÁRIO PROVIDO.” (TIPO: RECURSO ORDINÁRIO; JULGAMENTO:

17/12/2008 REL.: DAVI FURTADO MEIRELLES; REV.: DELVIO BUFFULIN;

ACÓRDÃO Nº: 20081123315; PROC. Nº: 00795-2008-028-02-00-6; ANO:

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
2008; TURMA: 12ª; PUBLICAÇÃO: 16/01/2009; PARTES: RECORRENTE:

Joel Basílio; RECORRIDO: Mileide Salustiano Gonzales Me)

(GRIFOS NOSSOS)

Com efeito, a submissão do interesse à Comissão

de Conciliação Prévia é mera faculdade dada pelo legislador ao obreiro de ver seu interesse tutelado.

Sobretudo porque, não sendo o feito submetido a já referida Comissão, ou sendo e a conciliação

restando infrutífera, há ainda a possibilidade de conciliação judicial.

Com efeito, o instituto trazido pela Lei 9.958/00

não se trata de pressuposto cujo preenchimento é imperioso para a constituição e desenvolvimento

válido e regular do processo, e sim mera faculdade colocada à sua disposição para buscar a satisfação

dos créditos trabalhistas a ele devidos, motivo pelo qual CÁSSIO dela abdica.

2 - NO MÉRITO

a. Do adicional de periculosidade e da não discriminação

Diante do exposto na causa de pedir remota, o

agente vetor de periculosidade no labor de CÁSSIO restou bem evidenciada a sua ativação, no posto

de trabalho, localizado em edifício com tanques de óleo diesel acima dos 500 L de capacidade sem

aterramento (real capacidade do tanque: 10.000 L - dez mil litros - até o dia 17 de março de 2015, e

2000 L - dois mil litros - a partir de então, associado a outros 2 – dois – tanques acoplados a

geradores, com capacidade de 900 L – novecentos litros – cada um deles, e perfazendo o total de

3.800 L – três mil e oitocentos litros), que não respeitam as diretrizes traçadas pelas NR’s 16 e 20,

ambas do Ministério do Trabalho e Emprego (doc’s. anexos).

Recentemente, um ilustre Perito retratou de forma

dramática as razões pelas quais a atividade executada pelo RECLAMANTE são consideradas

perigosas:

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
A exposição do OBREIRO a agentes inflamáveis

(como é o caso dos autos) está previsto no art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho. Garante-se

ao trabalhador um adicional de 30% (trinta por cento) do valor de seu salário. Nas palavras do ilustre

doutrinador Sérgio Pinto Martins

“A periculosidade não importa fator contínuo de exposição do trabalhador,

mas apenas um risco, que não age biologicamente contra seu organismo,

mas que, na configuração do sinistro, pode ceifar a vida do trabalhador ou

mutilá-lo.” (Direito do Trabalho, 2006, Atlas, p. 637)

(GRIFOS NOSSOS)

É inimaginável o estrago a ser feito, caso houvesse

uma explosão no local de trabalho do RECLAMANTE! E, como prova emprestada, CÁSSIO junta

laudo pericial produzido nos autos da reclamação trabalhista n.º 0000238-63.2014.5.02.0061, em trâmite

perante a 61.ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP. Nesse labor técnico, restou consignado como

conclusão:

“Dos Inflamáveis constatados:

Óleo diesel: líquido com Ponto de Fulgor abaixo de 70ºC. – Enquadra-se

para efeito da NR-16 como INFLAMÁVEL.

- 3 Grupos Motor Geradores de 355 KVA. com tanque de 10.000 litros de

inflamáveis armazenados no Subsolo da edificação.

- 2 Grupos Motor Geradores de 488 KVA com tanque de 900 litros de

inflamáveis cada.

Totalizando temos 11.800 litros de inflamáveis (óleo diesel)

Enquadra-se para efeito da NR-16 como INFLAMÁVEIS.

Portanto o Reclamante exerceu suas atividades nas condições apontadas

anteriormente, estando o mesmo nas áreas consideradas como de risco e em

condições de Periculosidade encontrada na edificação.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
A periculosidade no meio-ambiente do trabalho

da RECLAMADA é tão explícita, que o Ministério Público do Trabalho emitiu a Notificação

Recomendatória n.º 54521, produto do Inquérito Civil n.º 003052.2011.02.00/3, em trâmite perante à

ilustre Procuradoria Regional do Trabalho da 2.ª Região. Nela, o notável órgão do “Parquet”

juslaboral recomenda a adoção de providencias imediatas para a proteção de armazenagem do

tanque de óleo diesel já referido (providencias imediatas, item 9/em 90 dias, item 28 – doc.anexo)

A jurisprudência já decidiu:

“PERICULOSIDADE. ATIVIDADES EM ÁREA DE RISCO. NÃO-

EVENTUALIDADE. PAGAMENTO DEVIDO DO ADICIONAL. A

permanência do empregado em área considerada de risco, ainda que em

parte da jornada de trabalho, caracteriza a exposição permanente de que

trata o art. 193 da CLT, diante da iminência do infortúnio que não autoriza

mensuração do perigo, sendo devido o pagamento do adicional de

periculosidade de que trata o § 1º do mesmo Diploma Legal.” (TRT da 12º

Região, recurso ordinário voluntário nº 08309-2004-036-12-00-4, julgado em

24.10.2006)

(GRIFOS NOSSOS)

Mesmo que fosse constatada a intermitência na

exposição à periculosidade – o que não é o caso dos autos -, ainda assim a RECLAMADA sofreria a

condenação aqui postulada. Esse entendimento já se encontra solidificado:

“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL,

PERMANENTE E INTERMITENTE.

Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto

permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de

risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim

considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo

extremamente reduzido.”

(GRIFOS NOSSOS)

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
E não se pode ignorar o teor de Orientação

Jurisprudencial emitida pela Seção de Dissídios Individuais – 1 do Egrégio Tribunal Superior do

Trabalho:

“385. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO.

ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO.

CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)

É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que

desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em

pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para

armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal,

considerando-se como área de risco toda a área interna da construção

vertical.”

(GRIFOS NOSSOS)

Apesar de toda a exposição de CÁSSIO ao risco de

trabalhar em local considerado pela legislação vigente perigoso, a RECLAMADA jamais efetuou

qualquer pagamento do adicional previsto no art. 193, § 1º, da CLT, conforme fazem prova os recibos

de salário em anexo.

Alguns dos colegas de trabalho do

RECLAMANTE já submeteram a presente situação ao crivo da mais alta Corte deste Egrégio

Regional. E os v. Acórdãos resultantes dos julgamentos, trazidos no bojo da exordial, prestigiaram a

presente tese.

Observemos o hollerith do paradigma CÁSSIO

dos Santos. Este empregado da RECLAMADA (que, repetimos, ativa-se no mesmo local de trabalho

que o RECLAMANTE) obteve procedência da ação em primeira instância, onde constou do

dispositivo da sentença:

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
Após oferecimento do recurso por parte da

RECLAMADA, suas lamúrias não fizeram eco:

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
O feito em tela já transitara em julgado. E, como

consequência, CÁSSIO – frise-se mais uma vez, empregado que se ativa no mesmo setor de

trabalho do RECLAMANTE – já percebe em folha o adicional deferido em processo que tramitou

perante esta Justiça Obreira:

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
Ora, “data máxima venia”, indeferir o adicional ora

postulado implicaria, por vias transversas, conferir um tratamento diferenciado para pessoas

exercentes de uma mesma função.

Em síntese: havendo comprovação de que

CÁSSIO (dentre outros empregados da RECLAMADA, e colegas de setor de CÁSSIO), estão

percebendo o adicional perseguido pelo RECLAMANTE, o indeferimento do mesmo nos presentes

autos ofende frontalmente o princípio da não discriminação, insculpido no art. 5º, “caput” e inciso

I, e art. 7º, incisos XXX e XXXII, todos da Carta Magna, e 5º da Consolidação das Leis do Trabalho,

na exata medida que tratou de forma distinta os empregados que estavam em idênticas condições.

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
Diante disso, para a confecção de laudo pericial,

requer a indicação do competente “Expert” por este MM.º Juízo, para que este realize trabalho

técnico para comprovação do iminente estado de perigo e sua continuidade, nos termos do artigo

195 do mesmo diploma laboral.

Como consequência, o OBREIRO requer o se

digne Vossa Excelência em declarar, por sentença, o lapso em que se deu a existência de condições

perigosas no meio-ambiente do trabalho da RECLAMADA, com sua conseqüente condenação à

quantia de R$ 42.300,00 (quarenta e dois mil e trezentos reais) a título de adicional de

periculosidade, em percentual a ser fixado por Vossa Excelência, sobre o total das parcelas de

natureza salarial por todo o período contratual, nos termos do art. 193 da Consolidação das Leis do

Trabalho.

Por fim, caso seja constatada a contunuidade do

estado de perito no labor da RECLAMANTE, requer se digne Vosa Excelência a condenar a

RECLAMADA ao pagamento do respectivo adicional, em periodicidade mensal e no percentual

arbitrado por Vossa Excelência, a partir do trânsito em julgado da presente decisão, nos termos do §

1.º do artigo 193 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Requer a OBREIRO, ainda, para fins de

aposentadoria, se digne Vossa Excelência em declarar, por sentença, o período total em que ele se

ativou em regime de periculosidade.

b. Dos reflexos do adicional de periculosidade sobre o 13º salário, férias, FGTS e o INSS

Apesar de anteriormente discutido, hoje é pacífico

na jurisprudência que a natureza do adicional de periculosidade é de verba salarial. São, portanto,

devidos os seus reflexos sobre as demais verbas trabalhistas, conforme se verifica:

“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. REFLEXOS. A natureza jurídica de

salário-condição do adicional de periculosidade impõe a sua incidência

sobre as demais parcelas que integram a remuneração do empregado, como o

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repouso semanal remunerado, as férias, a gratificação natalina e o FGTS.

(Inteligência da OJ nº 172 da SDI-1 do colendo TST)” (Recurso ordinário RO

02224-2006-035-12-00-8, j. em 12.07.2007, Juíza relatora Ione Ramos)

(GRIFOS NOSSOS)

Por isso, CÁSSIO pleiteia a condenação da

RECLAMADA ao pagamento R$ 14.400,00 (quatorze mil e quatrocentos reais) a título de reflexos

incidentes sobre o adicional de periculosidade, quais sejam 13º salário, férias, FGTS e INSS, cujos

valores deverão ser estabelecidos na fase de liquidação de sentença.

c. Da incidência do INSS sobre as verbas pleiteadas

O RECLAMANTE recolheu pelo teto

previdenciário, nos últimos 60 (sessenta) meses. Por essa razão, requer a isenção do INSS–Parte

Segurado, a fim de evitar “bis in idem”.

d. Da atualização/correção monetária: não utilização da TR – índice que não mantém o poder

de compra das parcelas pleiteadas

O artigo 39 da Lei nº. 8.177/91 elegeu a Taxa

Referencial Diária (TRD) para atualização das dívidas trabalhistas ao lado do pagamento de juros

moratórios de 1% a.m. (art. 39, §1º do mesmo diploma). Posteriormente, a TRD foi substituída pela

Taxa Referencial (TR), consoante os arts. 1º e 2º da Lei nº. 8.660/93.

Da leitura da Lei nº. 8.177/91 se infere claramente

que o objetivo da TR (antes TRD) é de preservar o poder de compra das verbas trabalhistas

inadimplidas. Não restam dúvidas de que seu comando, em que pede mencionar o termo juros de

mora, se refere na realidade à atualização monetária das verbas em questão.

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Ocorre que desde 1999 a TR passou a se distanciar

dos índices oficiais de inflação, deixando de refletir a inflação do período e, consequentemente, de

repor as perdas inflacionárias sofridas pelos valores das verbas trabalhistas inadimplidas, que

deixaram de ser atualizadas corretamente. Veja-se:

Ano de apuração TR3 IPCA4

1999 5,72 8,94

2000 2,09 5,97

2001 2,28 7,67

2002 2,80 12,53

2003 4,64 9,30

2004 1,81 7,60

2005 2,83 5,69

2006 2,03 3,14

2007 1,44 4,46

2008 1,63 5,90

2009 0,70 4,31

2010 0,68 5,91

2011 1,20 6,50

2012 0,28 5,84

2013 (até novembro) 0,19 5,77


Informação obtida no sítio eletrônico http://www.portalbrasil.net/tr_mensal.htm

4 Informação obtida no sítio eletrônico http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultseri

esHist.shtm

Da análise da tabela acima, se infere claramente

que (por não acompanhar a inflação do período), a TR deixou de corrigir/atualizar adequadamente

os valores das verbas trabalhistas inadimplidas.

Aliás, em setembro, outubro e novembro/2009,

janeiro e fevereiro/2010, fevereiro e junho/2012 e a partir de setembro/2012 até os dias atuais a TR

mediu atualização de 0% (zero por cento), de maneira que nos períodos em questão não houve

correção alguma das verbas trabalhistas inadimplidas.

40

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ID. b51d76f
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
Ora, se o poder de compra da moeda é preservado

através de atualização dos valores a partir da inflação calculada no período, tem-se que a TR é

inservível para o fim de atualizar monetariamente e preservar o poder aquisitivo das verbas

trabalhistas inadimplidas pela RECLAMADA.

Isso porque ao se atualizar as verbas trabalhistas

por índice que não reflete a inflação, no momento em que estas forem pagas ao RECLAMANTE, este

não receberá sequer o valor nominal que lhe é devido. Ao revés disto, receberá valor que, de

defasado, é ainda menor do que este.

Deste modo, a condenação trabalhista

proporcionará ao RECLAMANTE apenas “meia justiça”. O poder de compra dos valores devidos ao

trabalhador será cada vez menor com o passar do tempo, acaso estes não sejam atualizados de modo

a acompanhar a inflação.

A propósito, impende salientar que o fato de a TR

não manter o poder aquisitivo da moeda foi o fundamento principal pelo qual o Pretório STF, nos

autos da ADI 4.357/DF, determinou que esse índice não mais fosse utilizado para a atualização dos

valores inscritos em precatórios. Veja-se:

“Ao menos no plano dos fins a que visa a Constituição, na matéria, ninguém

enriquece e ninguém empobrece por efeito de correção monetária, porque a

dívida que tem o seu valor nominal atualizado ainda é a mesma dívida.

Sendo assim, impõe-se a compreensão de que, com a correção monetária, a

Constituição manda que as coisas mudem..., para que nada mude; quero

dizer: o objetivo constitucional é mudar o valor nominal de uma dada

obrigação de pagamento em dinheiro, para que essa mesma obrigação de

pagamento em dinheiro não mude quanto ao seu valor real.

É ainda inferir: a correção monetária é instrumento de preservação do valor

real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redutível a

pecúnia. Valor real a preservar que é sinônimo de poder de compra ou “poder

aquisitivo”, tal como se vê na redação do inciso IV do art. 7º da C.F.,

atinente ao instituto do salário mínimo.

(...)

41

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ID. b51d76f
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17100314015193500000083585787 - Pág. 41
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
Convém insistir no raciocínio. Se há um direito subjetivo à correção

monetária de determinado crédito, direito que, como visto, não difere do

crédito originário, fica evidente que o reajuste há de corresponder ao preciso

índice de desvalorização da moeda, ao cabo de um certo período; quer dizer,

conhecido que seja o índice de depreciação do valor real da moeda – a cada

período legalmente estabelecido para a respectiva medição –, é ele que por

inteiro vai recair sobre a expressão financeira do instituto jurídico

protegido com a cláusula de permanente atualização monetária. É o mesmo

que dizer: medido que seja o tamanho da inflação num dado período, tem-se,

naturalmente, o percentual de defasagem ou de efetiva perda de poder

aquisitivo da moeda que vai servir de critério matemático para a

necessária preservação do valor real do bem ou direito constitucionalmente

protegido.

O que determinou, no entanto, a Emenda Constituciona nº 62/2009?

Que a atualização monetária dos valores inscritos em precatório, após sua

expedição e até o efetivo pagamento, se dará pelo ‘índice oficial de

remuneração básica da caderneta de poupança’. Índice que, segundo já

assentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, não reflete a perda de

poder aquisitivo da moeda. (...)

Ora, se a correção monetária dos valores inscritos em precatório deixa de

corresponder à perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido

por sentença judicial transitada em julgado será satisfeito de forma

excessiva ou, de revés, deficitária. Em ambas as hipóteses, com

enriquecimento ilícito de uma das partes da relação jurídica. E não é difícil

constatar que a parte prejudicada, no caso, será, quase que invariavelmente,

o credor da Fazenda Pública. Basta ver que, nos últimos quinze anos (1996 a

2010), enquanto a TR (taxa de remuneração da poupança) foi de 55,77%, a

inflação foi de 97,85%, de acordo com o IPCA.

Não há como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da

norma atacada, na medida em que a fixação da remuneração básica da

caderneta de poupança como índice de correção monetária dos valores

inscritos em precatório implica indevida e intolerável constrição à eficácia

da atividade jurisdicional. Uma afronta à garantia da coisa julgada e, por

reverberação, ao protoprincípio da separação dos Poderes.“

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ID. b51d76f
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
(GRIFOS NOSSOS)

Da argumentação expendida pelo Exmo. Ministro

em seu voto, de trecho acima transcrito, se infere claramente que qualquer índice de

atualização/correção monetária deve acompanhar a inflação do período, a fim de manter o poder

aquisitivo da moeda. Isso, contudo, não vem ocorrendo relativamente à TR. Por essa razão, foi

afastada a aplicação do referido índice para a correção dos valores dos precatórios.

Nem se diga, nesse particular, que o entendimento

acima se restringiria ao específico caso dos precatórios. Por não manter o poder aquisitivo da moeda, a

TR é inconstitucional e absolutamente inaplicável como índice de correção de quaisquer valores que

devam ter resguardado seu poder de compra. Nesse sentido a recentíssima decisão da M.M.2ª Vara do

Trabalho de Macapá nos autos da RT 0000948-80.2014.5.08.0202 e a OJ nº. 49 do TRT DA 4ª REGIÃO:

“ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 49 - ATUALIZAÇÃO

MONETÁRIA DOS DÉBITOS TRABALHISTAS. A partir de 14 de março de

2013, o índice a ser utilizado para atualização monetária dos débitos

trabalhistas deve ser o INPC, diante da declaração de inconstitucionalidade

pelo Supremo Tribunal Federal, na ADI 4357, do uso da TR como fator de

atualização monetária. RESOLUÇÃO Nº 06/2014 Disponibilizada no DEJT

dias 5, 6 e 9.06.2014, considerada publicada nos dias 6, 9 e 10.06.2014.”

(GRIFOS NOSSOS)

Por todo o exposto, requer-se seja declarada

incidenter tantum a inconstitucionalidade da parte final do caput do artigo 39 da Lei nº. 8.177/91 c/c

arts. 1º e 2º da Lei nº. 8.660/93, que instituiu a TR como índice de correção das verbas trabalhistas

inadimplidas, por violação aos arts. 7º, IV e VI da Constituição Republicana.

Ademais, requer-se que o referido índice seja

substituído pelo INPC ou por outro de eleição por este D. Juízo que preserve o poder aquisitivo dos

valores devidos, até que sobrevenha mudança legislativa que substitua o indexador das verbas

43

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ID. b51d76f
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Número do documento: 17100314015193500000083585787
trabalhistas inadimplidas por outro índice que esteja em conformidade com o arcabouço

constitucional.

DO PEDIDO

Ante o exposto, CÁSSIO requer:

a) a concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos contornos previstos no artigo


5°, inciso LXXIV da Constituição Federal, no artigo 98 e seguintes, todos do Código de Processo Civil,

e no § 3.º do artigo 790 da Consolidação das Leis do Trabalho;

b) a citação da RECLAMADA para, querendo, apresentar defesa, sem a qual se reputarão


os fatos alegados verdadeiros;

c) a total procedência da ação, nos seguintes termos:

1. A nomeação de perito para a avaliação do estado periculoso na relação de emprego, como

determina o artigo 195 da Consolidação das Leis do Trabalho;

2. a declaração, por sentença, do eventual lapso temporal em que foi constatado o estado

periculoso do trabalho, para fins previdenciários;

3. a condenação da RECLAMADA ao pagamento de:

1) R$ 42.300,00 (quarenta e dois mil e trezentos reais) a título de adicional de

periculosidade, em percentual do do último salário recebido a ser arbitrado por Vossa

Excelência, acrescido de correção monetária e dos juros da mora, além dos demais

consectários legais, por todo o período de labor em condições perigosas sem que o mesmo

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Número do documento: 17100314015193500000083585787
lhe fosse pago, até o trânsito em julgado da decisão terminativa de mérito a ser proferida no

presente feito, conforme determina a redação do artigo 193 da Consolidação das Leis do

Trabalho, e cujo alcance e vigência é determinado pela v. Súmula 364, do Egrégio Tribunal

Superior do Trabalho;

2) em havendo procedência no pedido anterior, a condenação ao pagamento da quantia de

R$ 14.400,00 (quatorze mil e quatrocentos reais) a título dos reflexos sobre 13º salário, férias,

FGTS, multa de 40% sobre o FGTS e INSS, acrescidos de correção monetária e dos juros da

mora, além dos demais consectários legais, conforme determina a aplicação conjugada dos

artigos 389, 404 e 927, todos do Código Civil;

3) em sendo constatada a continuidade do estado periculoso na prestação de trabalho (pela

existência de reservatórios de óleo diesel com capacidade para 3800 L – três mil e oitocentos

litros – em desacordo com a legislação aplicável à espécie), a condenação da RECLAMADA

ao pagamento do respectivo adicional de periculosidade, em periodicidade mensal, em

percentual a ser assinalado por Vossa Excelência, a partir do trânsito em julgado da

presente decisão, nos termos do § 1.º do artigo 193 da Consolidação das Leis do Trabalho,

cominando-se multa diária por descumprimento;

4. Isentar o RECLAMANTE do pagamento do INSS – Segurado, que tenha recolhido pelo teto

previdenciário nos últimos 60 (sessenta) meses;

5. Declarar “incidenter tantum” a inconstitucionalidade da parte final do “caput” do artigo 39

da Lei nº. 8.177/91 c/c arts. 1º e 2º da Lei nº. 8.660/93, que instituiu a TR como índice de

correção das verbas trabalhistas inadimplidas, por violação aos arts. 7º, IV e VI da

Constituição Republicana, determinando-se que o referido índice seja substituído pelo

INPC ou por outro de eleição por este D. Juízo que preserve o poder de compra dos valores

devidos, à luz da fundamentação desta exordial;

d) o deferimento do cálculo das verbas ilíquidas somente no oportuno

momento da liquidação da r. sentença a ser proferida nos presentes

autos;

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
e) por ocasião da execução, toda e qualquer guia de retirada seja

expedida em nome do Patrono subscritor da presente;

g) a expedição de ofícios ao Instituto Nacional de Seguridade Social, à Delegacia Regional do


Trabalho, ao Ministério Público do Trabalho e à Caixa Econômica Federal, de modo a denunciar as

irregularidades aqui apontadas, para que sejam aplicadas as sanções administrativas cabíveis,

conforme determina a aplicação conjugada dos artigos 653, alínea ‘f’, 680, alínea ‘g’ e 765, ambos do

Estatuto Obreiro;

f) provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, e

moralmente lícitos.

Dá-se o valor da causa de R$ 56.700,00 (cinquenta e

seis mil e setecentos reais), apenas para efeitos de alçada.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Barueri, 3 de outubro de 2017.

ANTONIO CLARET VALENTE Jr.

OAB nº 253.192/SP

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100314015193500000083585787
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313531644900000083583797
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - d4828bd
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17100313532222600000083583831 ID. d4828bd - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313532222600000083583831
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 0e38bdb
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17100313532936700000083583856 ID. 0e38bdb - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313532936700000083583856
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 616733c
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17100313533262500000083583873 ID. 616733c - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313533262500000083583873
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 7d704a6
ID. 7d704a6
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17100313533590100000083583880 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313533590100000083583880
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CURRÍCULO

Dados Pessoais

Pessoa: CASSIO MOTA ROCHA


Matricula: 89327446
Data de Admissão: 04/02/2013
Cargo: AGENTE DE CORREIOS - CBO:415210 Grau Instrução: Superior
- OPERADOR DE TRIAG. E completo
TRANSBORDO
Função: Inexistente
Lotação: TECA JAGUARE/GTURN1 Nome DR: SUP ESTADUAL
DE OPERACOES SPM
Endereço: MIGUEL ANGELO LUPI, 123 Complemento: JD Bairro: VILA
NSA SRA ROQUE
CONSOLATA
Nome Cidade: SAO PAULO CEP: 2474110 UF: SP
Telefone 39858780
Residencial:
Data de 09/11/1989
Nascimento:
Nome Estado Solteiro(a)
Civil:

Formação

Escolaridade

Formação: Curso: Data Fim:

Graduação Administração de Empresas 28/06/0013

Histórico Profissional

Histórico de Cargo

Cargo: Ano/Mês Início do Motivo Evolução:


Cargo:

AGENTE DE CORREIOS 02/2013 a 12/9999 ADMISSAO

Histórico de Função

Função: Data Início Funcionário: Titular: Interina ou Substituição:

http://rh24horas.correiosnet.int/populis/rh24h/rh24h-curriculum-ect-form-submit.do 27/09/2017
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 80b5a9a
ID. 80b5a9a
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313534220900000083583901
CURRÍCULO Página 2 de 8

Cumulativa:

COORDENADOR/UO 20/07/2016 a 29/07/2016 Não Não Sim


COORDENADOR/UO 10/02/2016 a 29/02/2016 Não Não Sim
COORDENADOR/UO 09/12/2015 a 20/12/2015 Não Não Sim
COORDENADOR/UO 13/07/2015 a 01/08/2015 Não Não Sim

Histórico de Lotação

Nome DR: Lotação: Data Início Empregado:

SE/SPM TECA JAGUARE/GTURN1 04/02/2013 a 30/12/9999

Experiência Profissional fora de empresa

Nome Empresa: Pepsico do Brasil


Nome Cargo: Assistente Administrativo
Mês inicio: 1/2012 a 2/2013
Comentário: Toda Rotina Administrativa, Contas a Pagar e a Receber contato direto com
fornecedores e Clientes e era responsável por um canal de vendas de pronta entrega.

Consultorias Realizadas

Tipo Consultoria: Grupo Tipo Data de Início: Grupo Local Nome Grupo Local Consultoria:
Consultoria: Consultoria:

Cursos Realizados

Nome Grupo Curso Curso: Instituição: Carga Completo ?: Término (mês/ano):


Externo: Horária:

Informática e Informatica Futura Informatica 88 Sim 12/2005


Técnologia Intermediario

Treinamentos Realizados

Ação de Educação: Início: Fim: Carga Horária: * Nome da


Instituição:

TLT - ETICA NOS 18/07/2017 18/07/2017 1 ECT


CORREIOS
TLT - 13/06/2017 13/06/2017 1 ECT

http://rh24horas.correiosnet.int/populis/rh24h/rh24h-curriculum-ect-form-submit.do 27/09/2017
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 80b5a9a
ID. 80b5a9a
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313534220900000083583901
CURRÍCULO Página 3 de 8

METODOLOGIA
ORCAMENTO BASE
ZERO - OBZ
TLT - REDE DA 11/04/2017 11/04/2017 1 ECT
MUDANCA
TLT - ACORDO DE 10/04/2017 10/04/2017 1 ECT
NIVEL DE SERVICO
NOS CORREIOS
TLT - EPI - 10/04/2017 10/04/2017 1 ECT
TRATAMENTO E
DISTRIBUICAO
TLT - MOBILIARIO 10/04/2017 10/04/2017 1 ECT
ERGONOMICO -
OTT
TLT - ESOCIAL 29/11/2016 29/11/2016 1 ECT
EXCEL AVANCADO 13/10/2016 14/10/2016 16 SPM
- 16h
EXCEL 03/10/2016 04/10/2016 16 SPM
INTERMEDIARIO -
16h
TLT - ASSEDIO 15/08/2016 15/08/2016 1 ECT
MORAL E ASSEDIO
SEXUAL
INTERPRETACAO 29/06/2016 30/06/2016 16 SPM
DOS CRITERIOS DE
EXCELENCIA -
MEG
TLT - COMO 30/03/2016 30/03/2016 1 ECT
PROCEDER EM
ACIDENTE DO
TRABALHO
TLT - 28/03/2016 28/03/2016 1 ECT
MANUTENCAO DE
CARGA DE
BATERIA DE
TRANSPALETEIRA
TLT - PREVENCAO 29/02/2016 29/02/2016 1 ECT
AO MOSQUITO
AEDES AEGYPTI
TLT - CIPA 29/02/2016 29/02/2016 1 ECT
TLT - MEG - RUMO 03/11/2015 03/11/2015 1 ECT
A CLASSE
MUNDIAL
TLT - EPI - 15/09/2015 15/09/2015 1 ECT
TRATAMENTO E
DISTRIBUICAO
TLT - SEGURANCA 15/09/2015 15/09/2015 1 ECT
NA
MOVIMENTACAO
DE EMPILHADEIRA
TLT - 07/08/2015 07/08/2015 1 ECT
ABSENTEISMO
TLT - 29/07/2015 29/07/2015 1 ECT
ORIENTACOES
POSTURAIS
TLT - CLIMA 08/07/2015 08/07/2015 1 ECT
ORGANIZACIONAL -

http://rh24horas.correiosnet.int/populis/rh24h/rh24h-curriculum-ect-form-submit.do 27/09/2017
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 80b5a9a
ID. 80b5a9a
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313534220900000083583901
CURRÍCULO Página 4 de 8

APLICACAO DA
PESQUISA
NACIONAL
EAD - SEGURANCA 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
DA INFORMACAO UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - TRABALHO 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
EM EQUIPE UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - PREVENCAO 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
AO HIV/AIDS UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - ETIQUETA 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
EMPRESARIAL UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - ESTUDO E 15/05/2015 16/06/2015 8 UNICORREIOS -
APRENDIZADO A UNIVERSIDADE
DISTANCIA CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - APURACAO 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
TECNICA DE UNIVERSIDADE
ACIDENTES DE CORPORATIVA
TRANSITO DOS CORREIOS
EAD - 15/05/2015 16/06/2015 16 UNICORREIOS -
APRENDENDO UNIVERSIDADE
LIBRAS SEGUNDA CORPORATIVA
LINGUA BASICO DOS CORREIOS
EAD - ANALISE 15/05/2015 16/06/2015 6 UNICORREIOS -
INFORMACOES UNIVERSIDADE
GERENCIAIS CORPORATIVA
SIGMA DOS CORREIOS
EAD - ANALISE DE 15/05/2015 16/06/2015 6 UNICORREIOS -
INFORMACOES UNIVERSIDADE
GERENCIAIS-AR CORPORATIVA
DIGITAL DOS CORREIOS
EAD - AGENTES DE 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
COMUNICACAO UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - ACORDO 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
ORTOGRAFICO DA UNIVERSIDADE
LINGUA CORPORATIVA
PORTUGUESA DOS CORREIOS
EAD - 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
ABSENTEISMO UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - ERP GESTAO 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
DA FROTA - UNIVERSIDADE
ATESTO DE CORPORATIVA
ABASTECIMENTO DOS CORREIOS
EAD - ERGONOMIA 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
NOVO MOBILIARIO UNIVERSIDADE
ATEND. COMER CORPORATIVA
DOS CORREIOS

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Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 80b5a9a
ID. 80b5a9a
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313534220900000083583901
CURRÍCULO Página 5 de 8

EAD - 15/05/2015 16/06/2015 6 UNICORREIOS -


GERENCIAMENTO UNIVERSIDADE
DESEMP OPERAC CORPORATIVA
VISAO SISTEMICA DOS CORREIOS
EAD - FEEDBACK - 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
AUTOCONSCIENCIA UNIVERSIDADE
COM A AJUDA DO CORPORATIVA
OUTRO DOS CORREIOS
EAD - 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
RASTREAMENTO UNIVERSIDADE
DE OBJETOS - CORPORATIVA
VISAO SISTEMICA DOS CORREIOS
EAD - NOVAS 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
CEDULAS DO UNIVERSIDADE
REAL CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - MOZILLA 15/05/2015 16/06/2015 6 UNICORREIOS -
THUNDERBIRD UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - MONOPOLIO 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
POSTAL UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - GPAC 15/05/2015 16/06/2015 16 UNICORREIOS -
ADMINISTRATIVO UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - CODIGO 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
ENDERECAMENTO UNIVERSIDADE
POSTAL- VISAO CORPORATIVA
GERAL DOS CORREIOS
EAD - BROFFICE 15/05/2015 16/06/2015 40 UNICORREIOS -
ORG 3.1 UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - CORREIO 15/05/2015 16/06/2015 3 UNICORREIOS -
ELETRONICO UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - 15/05/2015 16/06/2015 13 UNICORREIOS -
CAPACITACAO UNIVERSIDADE
CONTROLE DE CORPORATIVA
BENS MOVEIS DOS CORREIOS
EAD - CONCEITOS 15/05/2015 16/06/2015 6 UNICORREIOS -
DO GCR WEB UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - JORNADA DE 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
TRABALHO E UNIVERSIDADE
FREQUENCIA CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - PLANO DE 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
CONTINUIDADE UNIVERSIDADE
PROCESSO CORPORATIVA
PRODUTIVO- DOS CORREIOS
DISTRIBUICAO
EAD - PLANO DE 15/05/2015 16/06/2015 3 UNICORREIOS -
CONTINUIDADE UNIVERSIDADE
PROCESSO CORPORATIVA

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Número do documento: 17100313534220900000083583901
CURRÍCULO Página 6 de 8

PRODUTIVO- DOS CORREIOS


TRATAMENTO
EAD - GCRWEB 15/05/2015 16/06/2015 4 UNICORREIOS -
TUTORIAL - AC UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - ERP GESTAO 15/05/2015 16/06/2015 2 UNICORREIOS -
DE LINHAS UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
EAD - ASP - 15/05/2015 16/06/2015 12 ENAP - ESCOLA
MATEMATICA NACIONAL DE
FINANCEIRA - ADMINISTRACAO
ENAP PUBLICA
EAD - MODELO DE 15/05/2015 16/06/2015 3 UNICORREIOS -
GESTAO DO UNIVERSIDADE
PRECO DE CORPORATIVA
TRANSFERENCIA DOS CORREIOS
EAD - REDACAO 15/05/2015 06/06/2015 16 UNICORREIOS -
TECNICA UNIVERSIDADE
CORPORATIVA
DOS CORREIOS
TLT - PESQUISA DE 27/05/2015 27/05/2015 1 ECT
SATISFACAO E
IMAGEM
INSTITUCIONAL
CORREIOS
TLT - CONSUMO 27/05/2015 27/05/2015 1 ECT
CONSCIENTE DA
AGUA E ENERGIA
ELETRICA
TLT - 10/02/2015 10/02/2015 1 ECT
ESTRATEGIAS DA
DR/SPM
TLT - 26/12/2014 26/12/2014 1 ECT
APONTAMENTO DE
PARTIDA DE
LINHAS DE
SUPERFICIE - LTN
TLT - 06/10/2014 06/10/2014 1 ECT
ORIENTACOES
POSTURAIS
TLT - 07/08/2014 07/08/2014 1 ECT
ABSENTEISMO
TLT - REDUCAO DE 21/06/2013 21/06/2013 1 ECT
DESPESAS NA ECT
– PRATICAS DE
ECONOMIA
TLT - ERGONOMIA 22/04/2013 22/04/2013 1 ECT
NO DIA A DIA
TLT - PESQUISA DE 02/04/2013 02/04/2013 1 ECT
IMAGEM E
SATISFACAO COM
OS CORREIOS
TLT - A 13/03/2013 13/03/2013 1 ECT
IMPORTANCIA DO
CEP
PROCESSO 08/02/2013 15/02/2013 22 COORDENACAO

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CURRÍCULO Página 7 de 8

PRODUTIVO - OTT ESTADUAL - COUNI


SPM
INFORMACOES 08/02/2013 08/02/2013 5 DR/SPM
BASICAS - OTT
RECOMENDACOES 07/02/2013 07/02/2013 4 DR/SPM
DE SEGURANCA E
ERGONOMIA - OTT
ATITUDE 06/02/2013 07/02/2013 8 DR/SPM
PROFISSIONAL -
AGENTE DE
CORREIOS
FLUXO POSTAL - 07/02/2013 07/02/2013 1 DR/SPM
ESTRUTURA E
FLUXO
OPERACIONAL -
OTT
PERFIL 06/02/2013 06/02/2013 4 DR/SPM
PROFISSIONAL DO
CARGO - AGENTE
DE CORREIOS
CONHECENDO OS 04/02/2013 05/02/2013 16 COORDENACAO
CORREIOS - ESTADUAL - COUNI
AGENTE DE SPM
CORREIOS

Palestras Externas Proferidas

Mês/ano: Evento: Tema:

Idiomas

Idioma: Item: SubItem:

Outras Informações

1) Resultado Avaliação Desempenho

Período Início: Grau/Meta: Grau de Código Desempenho:


Competência:

01/01/2016 a 31/12/2016 115125 0006 - Altamente Qualificado


01/01/2015 a 31/12/2015 100114 0007 - Altamente Qualificado
01/01/2014 a 31/12/2014 90100 0005 - Desempenho Qualificado
01/01/2013 a 31/12/2013 90100 0005 - Desempenho Qualificado

2) Participação em Grupos de Trabalho

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CURRÍCULO Página 8 de 8

Comissão: Data de Início: Portaria: Descrição:

3) Elogios

Elogio: Início: Portaria: Descrição:

Informações Adicionais

Observações

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Número do documento: 17100313534220900000083583901
Demonstrativo de Pagamento Página 1 de 2

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS


COMPROVANTE / RECIBO DE PAGAMENTO
CGC: 034028316/0001-03

Nome Funcionário CPF Matricula

CASSIO MOTA ROCHA 389.089.358-94 8.932.744-6

Ref.
Ocupação CBO Cargo
Salarial

OPERADOR DE TRIAG. E 415210 AGENTE DE CORREIOS NM - 03


TRANSBORDO

Remuneração Data de
Função Dt. Anuênio
Singular Admissão

Inexistente 0,00 04/02/2013 04/02/2013

Código Código Numero da Conta Qtde.Dep.IR Qtde.Dep.Sf. Referência Folha

1 35696 0000137758 0 0 AGOSTO/2017 1


Data Disponível

31/08/2017

Código
Nome Verba Qtd. % Valor R$
Verba

051001 Salário 30,00 1656,10 +


051002 Anuênio 4,00 66,24 +
051095 Trabalho Fins Semana 15,00 248,42 +
051103 Diferencial de Mercado 0,00 40,00 +
051170 AAT - Adic. de Ativ. de Tratamento 30,00 148,57 +
054003 INSS 9,00 194,34 -
054019 VR - Vale Refeição 9,00 1,61 -
054064 VA - Vale Alimentação 21,00 3,76 -
054078 Vale Alimentação II 1,00 1,12 -
054254 Arco Promoção 0,00 2,50 -
054268 Arco Mensal/SPM 2,00 33,12 -
054611 PostalPrev-Contr.Básica 0,00 86,37 -
054615 PostalPrev-Contr.Específica 0,00 26,76 -
054887 Compart. Vale Cultura 1,00 3,00 -

Beneficios/Encargos

1.BENEFÍCIOS

Despesas Médicas 0,00 0,00


30,00 1.071,63
Vale Alimentação / Refeição 1,00 223,55
Vale Alimentação 2
Reeb. Creche / Aux. Nec. Especiais 0,00 0,00
0,00 0,00
Vale Transporte
1.295,18
Total de Benefícios
966,06
2.Encargos (INSS + POSTALIS + FGTS)
2.261,24
Total (BENEFÍCIOS + ENCARGOS)

BRUTO DESCONTOS LÍQUIDO

2.159,33 352,58 1.806,75

Conta
Recolhimento Saldo p/ Fins Margem
Código Código do
no mês Rescisórios Consignável
FGTS

FGTS 104 00078 - 172,74 0,00 591,62

PLANO POSTALPREV PLANO BD SALDADO


Saldo conta Saldo conta Valor de Valor Valor de
Contrib.Participante Contrib.Patrocionadora Resgate Benef.Saldado Resgate

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Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 13b1882
ID. 13b1882
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313534885500000083583925
Demonstrativo de Pagamento Página 2 de 2

5.292,54 5.292,54 5.292,54 0,00 0,00

Texto Padrão

http://rh24horas.correiosnet.int/populis/rh24h/rh24h-demonstrativo-form-submit.do?a... 27/09/2017
Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 03/10/2017 14:13 - 13b1882
ID. 13b1882
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 17100313534885500000083583925
Documento assinado pelo Shodo

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E


TELÉGRAFOS
Gerência Jurídica 3-SP/DEJUR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM. 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP.

PROCESSO nº 1001743-58.2017.5.02.0064.

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS —


DIRETORIA REGIONAL DE SÃO PAULO METROPOLITANA, Empresa Pública Federal, criada pelo
Decreto-Lei nº 509, de 20 de março de 1969, com sede nesta Capital à Rua Mergenthaler, 592 — Bloco II
— 21º andar, Vila Leopoldina — São Paulo, CEP. 05311-030, (local para onde deverão ser enviadas as
notificações relativas à lide), por seus advogados e procuradores que esta subscrevem, vem, pela
presente, apresentar

CONTESTAÇÃO

aos termos da Reclamação Trabalhista ajuizada por CASSIO MOTA ROCHA aduzindo, para tanto, as
razões de fato e de direito a seguir expostas:

A presente Ação é inteiramente improcedente, e como tal deverá ser


julgada, pois se ressente de condições fáticas e de direito para um desenvolvimento válido e regular, o
que restará amplamente demonstrado.

Primeiramente, em observância ao disposto no § 1º do artigo 29 da


Resolução CJDT nº 136, de 25 de abril de 2014 e aos princípios do equilíbrio processual e da lealdade
processual, a Reclamada informa que apresentou sua defesa e documentos sob sigilo, de maneira a não
permitir que a parte contrária tenha acesso a estes antes do prazo a que se refere o artigo 847 da CLT, o
que poderia acarretar a desistência da ação, ou até mesmo, data venia, a possibilidade de “orientação
e/ou preparação” da parte contrária e ou de suas testemunhas quanto aos termos da peça defensiva,
sendo esta, pois, sua JUSTIFICATIVA para o procedimento adotado.

1. - PREJUDICIAL DE MÉRITO

1.1 - DA PRESCRIÇÃO

De acordo com o artigo 7º, XXIX da Constituição Federal, os créditos


trabalhistas prescrevem em cinco anos, contado da data limite de dois anos após o término de contrato
de trabalho.

1 de 27
RUA MERGENTHALER, N.º 592, BL. II, 21º ANDAR, VILA LEOPOLDINA, CEP 05311-900, SÃO PAULO
CONTENCIOSO TRABALHISTA – TEL. 43138137 - FAX 43138113.

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 01/03/2018 13:51 - 37f65ab
ID. 37f65ab
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030113412292800000097014685 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18030113412292800000097014685
Documento assinado pelo Shodo

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E


TELÉGRAFOS
Gerência Jurídica 3-SP/DEJUR

O reclamante ingressou com a presente Reclamação Trabalhista em


03/10/2017, portanto, estão prescritos quaisquer eventuais créditos que porventura pudessem existir em
favor da parte autora, anteriores a 03/10/2012.

1.2 - DA INEPCIA DA INICIAL

O Reclamante não descreve suas atividades e entende a ECT que


o pagamento do adicional de periculosidade esta intrinsicamente ligado às referidas atividades.

No tocante ao pagamento do adicional de periculosidade observa-se


que o pedido é formulado de forma genérica, uma vez que a inicial não apontou as datas em que o
reclamante laborou na condição que supostamente lhe renderia o recebimento do referido adicional.

Também pretende o reclamante fundamentar seu pedido na mera


alegação de que referida verba foi deferida a outros colegas de trabalho, o que desafiaria o Princípio da
Isonomia.

Para fundamentar o alegado junta e faz menção à diversos laudos,


sentenças e demais documentos que se referem a processos diversos.

Diante do disposto impugna a ECT a utilização de prova


emprestada ou juntada de documentação estranha ao processo, opondo-se à qualquer referência
às mesmas na análise da presente demanda, eis que requerida realização de perícia específica
nos autos.

Assim, requer a ECT a declaração de inépcia da inicial.

2. – DOS FATOS

O Reclamante alega que foi admitido ao serviço da Reclamada em


04/02/2013, ocupa o cargo de agente de correios – operador de triagem e transbordo e que recebeu
como primeiro salário a quantia de R$ 1004,03 (mil e quatro reais).

Impugnam-se tais alegações, posto que, conforme se observa de


sua ficha cadastral o reclamante foi contratado em 04/02/2013. Diante de eventuais divergências
requer a reclamada observância das fichas cadastral e financeira ora anexadas.

Por fim, e resumidamente, alega que as instalações estão em


desacordo com a NR 16 e NR 20 por ocasião da instalação de um tanque de óleo diesel de 10.000 litros
no local aonde ela habitualmente presta seus serviços, sou seja, na rua mergenthaler 952, Bloco 2 –
Bairro Jaguaré/SP.

Com base na Orientação Jurisprudencial 385 requer o pagamento de


adicional de 30% de periculosidade, com reflexos em previdência privada, anuênios, férias + 1/3, FGTS,
gratificação de 70% de férias, horas extras, IGQP e 13º salário.

Também pretende a aplicação de juros e correção monetária e a


concessão dos benefícios relativos à gratuidade de justiça, além de exibição dos seguintes documentos:
APP/APR, certificado de aprovação das instalações do prédio (AVCB), mapa de riscos ambientais e
PPRA, sem qualquer justificativa plausível.

É o que se infere da inicial.

3. - DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
2 de 27
RUA MERGENTHALER, N.º 592, BL. II, 21º ANDAR, VILA LEOPOLDINA, CEP 05311-900, SÃO PAULO
CONTENCIOSO TRABALHISTA – TEL. 43138137 - FAX 43138113.

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 01/03/2018 13:51 - 37f65ab
ID. 37f65ab
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030113412292800000097014685 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18030113412292800000097014685
Documento assinado pelo Shodo

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E


TELÉGRAFOS
Gerência Jurídica 3-SP/DEJUR

Conforme acima exposto, o Reclamante entende que por trabalhar em


um prédio “cujas condições de armazenamento de inflamáveis estão em desacordo com as normas de
segurança do trabalho”, faz jus adicional de periculosidade, sendo, portanto, devido na proporção de 30%
sobre o salário e reflexos nas verbas salariais, conforme relatado na exordial.

A regulamentação se dá pela Portaria nº 3.214/78 do MTb, em sua


Norma Regulamentadora NR-16 (Atividades e Operações Perigosas) e seus Anexos, além do Decreto
nº 93.412, de 14.10.86, que regulamenta a Lei nº 7.369, de 20.09.85, bem como pela NR-20.

Não obstante o Reclamante, propositalmente, não esclarecer a


respeito de seu local de trabalho e atividades exercidas é importante destacar que ela não exerce
qualquer atividade no 2º subsolo, local aonde se localiza o referido tanque, não tendo qualquer contato
com o referido tanque, que a propósito foi desativado em 17/03/2015 e retirado do edifício da
reclamada, tendo sido substituído por outro tanque de 2.000 litros, apesar de não constatada a
periculosidade conforme demonstra documento emitido pela Gerência de Engenharia (doc. anexo
- Relatório Técnico nº 2161/2015-SCOP/SUENG/GEREN/DR/SP).

Mencionado tanque encontrava-se instalado em conformidade com


as normas de segurança e medicina do trabalho, não havendo que se falar em área de risco e a
consequente percepção do respectivo adicional.

Ademais, sem razão a alegação de irregularidade da instalação do


tanque de óleo diesel no interior de edifícios, se observada a exceção prevista no item 20.17.2 da NR -20
– Segurança e Saúde no Trabalho com inflamáveis e combustíveis, vejamos:
“20.17.2 Excetuam-se da aplicação do item 20.17.1 os tanques de superfície que
armazenem óleo diesel destinados à alimentação de motores utilizados para a
geração de energia elétrica em situações de emergência ou para o funcionamento das
bombas de pressurização da rede de água para combate a incêndios, nos casos em
que seja comprovada a impossibilidade de instalá-lo enterrado ou fora da projeção
horizontal do edifício.

Por oportuno, vale transcrever o item 20.17.1 da NR-20:

“Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser


instalados no interior do edifícios, sob a forma de tanque enterrado e destinados
somente a óleo diesel”.

Ressalte-se que o tanque localizado no 2º Subsolo estava instalado


desde a década de 70, quando da inauguração do Edifício Sede, em consonância com as normas
vigentes à época (NB-98/1966- Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis).

A norma acima citada, em seu item 4.10 – Instalação de tanques no


interior de edifícios, prescreve as condições técnicas a que os tanques deverão estar sujeitos,
diferenciando, inclusive, as características para armazenagem de inflamáveis de classe I e classe II
(o óleo diesel está classificado como classe II), não fazendo qualquer restrição ao uso de tanques de
superfície.

É de se ressaltar ainda que as instalações encontram-se em


consonância com a NR-20, sendo inverídicas as alegações de que inexistem hastes de aterramento para
descargas das cargas eletrostáticas, de sistema de exaustão/ventilação, bem como calha de contenção.

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Sobreleva mencionar que o tanque de óleo mencionado encontrava-se


em área isolada, com acesso permitido apenas aos empregados, devidamente equipados (EPI's), que
cuidam da manutenção.

Destaque-se que existe uma bacia de contenção e não existe


qualquer problema de ventilação no local!

Assim, considerando que o reclamante não laborou no segundo


subsolo, não exerceu atividades periculosas, nem tampouco labora próximo ao gerador
mencionado, fica elidida, de maneira expressa, qualquer pretensão acerca deste título, e por via de
consequência deve ser julgado improcedente o pedido formulado pelo reclamante na presente
Reclamação Trabalhista, não havendo que se falar na condenação da reclamada no pagamento de
adicional de periculosidade no montante de 30% do salário, além dos reflexos pleiteados, e ainda na
condenação em obrigação de fazer, restando referidos pedidos expressamente impugnados.

Oportuno consignar ainda que o prédio da ECT NÃO constitui um


construção única, conforme se observa da planta novamente colacionada, bem como das fotos e
demais informações necessárias:

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Foto da fachada externa acima das instalações, local de


abastecimento e respiro:

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Repise-se que o tanque de óleo mencionado encontra-se em área


isolada, fora da projeção horizontal dos demais blocos, com acesso permitido apenas aos
empregados que cuidam da manutenção, e devidamente equipados (EPI's), não sendo o caso do
reclamante.

No entanto, apenas a título de argumentação, no caso de eventual


condenação, o que caso não se espera, requer que seja observada a Súmula 191 do C. TST,
salientando-se que o referido adicional incide somente sobre o salário base e não sobre este
acrescido de outros adicionais, conforme postula o reclamante na peça vestibular. Para tanto consigne-se
o último SALÁRIO BASE, descrito pela rubrica 051001, e os demais pormenorizadamente revelados
pela ficha financeira ora anexada.

Requer, ainda, que o adicional postulado seja calculado


proporcionalmente de acordo com o tempo de exposição que deverá ser comprovado pelo obreiro.

3.1. DA INEXISTÊNCIA DE RISCO

Observa-se uma enxurrada de ações judicias objetivando o


recebimento do referido adicional, sem qualquer preocupação de fato com a segurança do local,
revelando um caráter meramente econômico e oportunista.

Para traçar um paralelo importante rememorar o caso que deu


ensejo à elaboração da Orientação Jurisprudencial nº 04 da C. SBDI-1 que pacificou o
entendimento no sentido de declarar a impossibilidade de exigência de adicional de insalubridade
quando da utilização de produtos que contenham “álcalis cáusticos” - água sanitária.

Não obstante o Anexo 14 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78 do


Ministério do Trabalho declarar que referido adicional era devido quando da manipulação da
composição química “álcalis cáusticos” - água sanitária, restou comprovado em perícia que
somente a exposição à substância em sua forma bruta poderia apresentar risco.

O mesmo ocorre no presente caso, posto que, não obstante a


existência de uma norma técnica que aparentemente atinge a situação, ela não deve ser aplicável
em face da inexistência do risco por ela combatido!
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ADEMAIS, TANTO A NR 16 QUANTO A NR 20 NÃO SÃO NORMAS


PASSÍVEIS DE FIXAÇÃO DA NECESSIDADE DE PAGAMENTO DE ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE!

A aplicação da norma de forma genérica, sem considerar as


peculiaridades relativas ao caso concreto terminam por gerar uma situação injusta, que prevê o
pagamento de adicional de periculosidade, mesmo diante da inexistência de um risco ou qualquer
outra justificativa para tanto!

Para tornar a análise ainda mais robusta, no caso da presente


demanda, observe-se que não houve qualquer preocupação com medidas de segurança ou adoção
de equipamento de proteção para o caso levantado, atribuindo-lhe caráter meramente econômico
sem qualquer interesse na segurança dos empregados, exatamente por NÃO EXISTIR RISCO!

A ECT vem realizando mudanças constantes para tentar adequar


as instalações às normas, e tomam precauções indiretas (alarmes, brigada de incêndio, dentre
outros) que garantem a segurança de seus empregados, o que pode ser verificado pelo fato de
NÃO EXISTIR ABSOLUTAMENTE NENHUMA OCORRÊNCIA RELATIVA AO ASSUNTO. Porém, as
normas afetas à matéria mudam constantemente e impedem uma solução do impasse com base na
boa-fé.

Hora se exige a instalação de uma bacia de contenção, hora se


exige a diminuição da capacidade do tanque, mas aparentemente não há uma preocupação com a
segurança propriamente dita, posto que em momento algum se cogitou a mudança do local de
trabalho dos empregados ou esvaziamento da unidade.

O adicional de periculosidade deve ser determinado em face do


risco ao qual o empregado é submetido por ocasião do trabalho por ele executado. No caso de
instalações inseguras a medida a ser adotada seria de lacre da área e não pagamento de adicional.
Tal situação nunca ocorreu, uma vez inexistente o perigo!

O tema já é de conhecimento público, porém o judiciário, ainda


adotando uma postura paternalista, analisa a questão de forma supérflua, enquadrando a situação em
uma norma inadequada e gerando benefícios e expectativas sem qualquer fundamentação legal.

Sobre o tema, oportuno colacionar o seguinte texto, publicado no site


http://www.viaseg.com.br/artigos/artigo_vendrame_152.htm (acessado em 02/03/2016) por um
expert sobre o assunto, cuja transcrição segue com destaques inseridos em amarelo:

“O reiterado erro que pode se tornar jurisprudência


Antonio Carlos Vendrame

A periculosidade por inflamáveis é devida àqueles que ingressam


em área de risco por inflamáveis líquidos ou gasosos de forma
permanente e em condições de risco acentuado, nos estritos termos do
art. 193 da CLT. A Norma Regulamentadora nº 16 (NR-16) da Portaria
nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho, regulamenta o tema com maior
profundidade, definindo quais os trabalhadores que fazem jus ao dito
adicional, bem como elenca quais as áreas de risco.

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Grande parte dos prédios comerciais possui um conjunto de


motogeradores alimentados por óleo diesel, destinados a suprir o
consumo de energia elétrica em eventuais panes ou quedas da rede. O
combustível que supre tais geradores, normalmente, é oriundo de
pequenos tanques aéreos instalados junto a eles, ou em sala própria no
interior da edificação.

Estão se tornando um modismo, na Justiça do Trabalho, os pedidos


de periculosidade por empregados que laboraram em tais edifícios,
ainda que estes jamais tenham ingressado nestas áreas de risco. O
julgamento técnico distorcido de alguns profissionais tem caracterizado
a periculosidade por inflamáveis a todos os trabalhadores de um prédio,
independentemente do pavimento onde laborem, pelo simples fato da
existência de geradores ou tanques em seu pavimento térreo ou subsolo.

Seria até razoável caracterizar a periculosidade por inflamáveis


para aqueles trabalhadores que tenham ingressado no recinto onde se
encontram os ditos tanques, ainda que a legislação estabeleça como área
de risco somente a bacia de segurança do tanque. Ocorre que os
profissionais têm justificado seu pretenso enquadramento com base na
letra “s” do item 3 do anexo 2 da NR-16, que trata especificamente de
vasilhames e não tanques. Tanques são equipamentos estacionários, ao
contrário de vasilhames que podem ser movimentados, daí a legislação
estabelecer enquadramentos distintos para ambos. Uma vez que o
tanque é estacionário, a área de risco está restrita à bacia de segurança;
no caso dos vasilhames, como são movimentáveis, a área de risco
propaga-se por todo o recinto interno. Aliás, compreenda-se como
recinto interno o espaço delimitado por paredes, piso e teto.

Os enquadramentos realizados consideram os edifícios como um


único recinto, de forma a validar a periculosidade em todos os seus
andares, independentemente dos tanques estarem no térreo ou subsolo
e o trabalhador prestar seu labor, por exemplo, no 20º andar! Na
realidade, é um desatino considerar um edifício, em sua totalidade,
como único recinto fechado; pior, ainda, é utilizar a justificativa de que
o edifício está interligado internamente através de escadas, elevadores,
corredores e portas. Ora, será que existe algum prédio cujos andares
não sejam interligados por escadas, elevadores, corredores e portas?
Tal modelo de prédio é surreal, pois todos os andares seriam totalmente
fechados (uma vez que não possuiria escadas, elevadores, corredores ou
portas), impedindo, inclusive, o acesso de pessoas...

Outro erro é utilizar-se de critérios não previstos na legislação


aplicável, a exemplo da NR-20, para justificar a periculosidade. É fato
que a NR-20, através do item 20.2.7. veda a disposição de tanques de
inflamáveis aéreos no interior de edifícios, exceto sob a forma
enterrada, assim como o item 20.2.13. Preceitua que somente podem ser
armazenados, dentro de um edifício, vasilhames com capacidade
máxima de 250 litros; porém, tais proibições já são apenadas por
multas específicas, inexistindo qualquer menção legal de que tais

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descumprimentos, por si só, sejam requisitos para a caracterização da


periculosidade por inflamáveis.

É temerário falarmos nas conseqüências de incêndio ou explosão


originada no subsolo de um prédio com relação aos demais andares. O
opinamento técnico toma rumo de palpite quando, sem qualquer base
técnico-científica, argumenta-se sobre as conseqüências de eventual
incêndio ou explosão para ratificar um enquadramento. Há estudos
específicos, na área de gerência de riscos, que estimam quais os
impactos de um incêndio ou explosão.

A análise do perigo ou a demonstração da cadeia de relação causa e


efeito entre o exercício do trabalho e o acidente é requisito exigido na
análise da periculosidade por força da Portaria nº 3.311, de 29-11-89 do
Ministério do Trabalho, em sua Instrução para elaboração de laudo de
insalubridade e periculosidade, subitem 6.1.

Normalmente, os laudos periciais apresentados restringem-se à


simples inspeção visual no local de trabalho, somente para constatar a
existência do inflamável, que passou a ser o único requisito para
enquadramento da periculosidade.

Adicionalmente, os trabalhos periciais têm se distanciado do art.


193 da CLT. Remontando aos primórdios da instituição do adicional de
periculosidade por inflamáveis, a intenção do legislador, ao criá-lo, foi a
de remunerar os empregados da Petrobrás pelo perigo a que se
expunham nas plataformas, refinarias e outros correlatos. Atualmente,
presenciamos o enquadramento da periculosidade para instalações de
comércio, bancos e até mesmo prestação de serviços.

Por outro lado, são desprezados os diversos equipamentos de


proteção coletiva existentes nos prédios, tais como:
• luminárias à prova de explosão;
• sistemas de ventilação forçada;
• detetores de fumaça;
• alarmes de incêndio;
• portas corta-fogo;
• bacias de segurança;
• sinalização visual;
• iluminação de emergência;
• extintores, sprinklers e hidrantes;
• brigada treinada e bombeiros profissionais.

Infelizmente, não se distingue o risco do perigo, entendendo ambos


os conceitos como sinônimos, o que se constitui em erro crasso. Riscos
são inerentes ao nosso cotidiano, todos estamos sujeitos a diversos
riscos; no entanto, estes podem ser tecnicamente administrados de

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forma a não se constituir perigo. Perigo é o risco fora de controle, para


o qual não há medidas capazes de reduzir seu potencial catastrófico.

É razoável acreditar que na eventualidade de um princípio de


incêndio, haveria vários fatores agindo simultaneamente na prevenção e
controle do risco, quais sejam:
• imediata atuação da Brigada de Incêndios, composta por
empregados treinados;
• imediata atuação dos bombeiros profissionais existentes no
quadro de empregados;
• alarme sonoro indicativo de princípio de incêndio, interligado
à central de segurança;
• abandono do prédio pelos empregados, que periodicamente
são treinados em exercícios simulados;
• detetor de fumaça indicativo de princípio de incêndio,
interligado à central de segurança;
• utilização de extintores portáteis para combate ao princípio
de incêndio;
• utilização de hidrantes no combate ao incêndio;
• acionamento automático dos sprinklers, que também agiriam
no combate ao incêndio;
• finalmente, acionamento do Corpo de Bombeiros.

Analogias como as que têm sido realizadas, fatalmente levariam à


enganosa conclusão de que qualquer prédio se constituiria em área de
risco, uma vez que todo prédio comercial possui sistema de geradores
auxiliares para suprir eventuais panes de energia elétrica e tais
geradores, fatalmente, são alimentados por algum tipo de combustível.

No mundo moderno, o homem constantemente ingressa em áreas


de risco, seja quando abastece seu veículo ou viaja de avião, seja
quando se encontra em sua residência, onde sempre há uma dispensa
com vários litros de inflamáveis, tais como álcool, querosene, cera etc.
Estes enquadramentos distorcidos, pelas reiteradas ocorrências,
têm inclinado a própria justiça a reconhecer como legal uma condição
temerária sob o ponto de vista técnico. Em várias situações anteriores,
já vimos a justiça transformando aberrações técnicas em
jurisprudência, pelo uso continuado de opiniões tecnicamente
discutíveis.
Antonio Carlos Vendrame
Engenheiro Químico e Engenheiro de Segurança do Trabalho. Professor dos
Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho,
Medicina do Trabalho e Enfermagem do Trabalho. Perito da Justiça do
Trabalho, Justiça Cível e Justiça Federal com mais de 600 trabalhos
realizados. Colunista e articulista de várias revistas especializadas em

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Segurança e Direito do Trabalho. Diretor da Vendrame Consultores


Associados. e-mail:perito@vendrame.com.br

Livros publicados:
"Curso de Introdução à Perícia Judicial", "Aposentadoria Especial - com
enfoque em segurança e medicina do trabalho" e "Acidentes Domésticos -
Manual de Prevenção", pela Editora LTr.”

Resta patente, pois, o caráter meramente econômico que foi


atribuído à causa, de grande impacto aos cofres da União.

A questão torna-se ainda mais grave quando se presume da


documentação exigida, que existem pretensões relativas à contagem de tempo especial e
consequente aposentadoria especial sem sequer a exposição mínima a agentes nocivos.

3.2. DA IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO EXTENSIVA DA OJ Nº 385 DA SDI-I

Conforme bem analisado pelo r. Juízo da 62ª Vara do Trabalho de São


Paulo nos autos do processo nº 000968-37.2015.502.0062, pela interpretação literal da NR 16 do
Ministério do Trabalho, trabalham em condições perigosas SOMENTE aqueles que atuam próximos aos
tanques (que são fixos) e vasilhames (que podem ser transportados em todo o recinto).

Todavia, nos autos ERR 212800-75.2000.5.15.0053 (DJ 29/06/2007),


em decisão unânime, a SDI1 do TST passou a dar interpretação extensiva à norma regulamentadora em
questão, para definir a área de risco como toda a área interna da construção vertical, ainda que o
empregado esteja em um dos andares acima do local de armazenamento.

Isso porque, em eventual explosão, não se pode garantir que não


haveria comprometimento da estrutura da construção vertical, atingindo todas as pessoas que estão no
prédio. Os precedentes se consolidaram, assim, até que foi editada a OJ n. 385 da SDI1 do TST.

Vê-se, assim, que, em sua maioria, os laudos negativos se respaldam


na interpretação literal da NR 16 do Ministério do Trabalho, enquanto os laudos positivos estão
fundamentados na OJ n. 385 da SDI1 do TST.

No caso concreto, até 17/03/2015, havia no 2º subsolo do bloco 2 um


tanque com capacidade de armazenamento de 10.000,00, o qual foi substituído por outro com
capacidade de 2.000, bem como 2 geradores com tanques internos com capacidade de 900 litros cada.

Resta cabalmente demonstrado, inclusive pela Sentença ora juntada,


relativa ao processo nº 0000020-28.2015.502.0052, que não havia construção vertical acima do tanque,
mas apenas um jardim. A tese da parte autora é a de que havia interligação pelo subsolo e, assim, se
houvesse algum problema de explosão, todos os prédios que estavam interligados estariam
comprometidos.

Contudo, não se pode dar interpretação extensiva àquilo que já


recebeu interpretação extensiva. Com efeito, ainda que se aplique a OJ n. 385 da SDI1 do TST, o
reclamante não trabalhou na projeção vertical de onde ficam os tanques. O deferimento do
adicional de periculosidade partiria do pressuposto de que alguma explosão no tanque atingiria a
estrutura do prédio apenas porque são interligados pelo 2º subsolo.

Trata-se apenas de uma suposição, que não pode ensejar o


reconhecimento de condição perigosa de trabalho.

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Dessa forma, observa-se o caso não se enquadra na interpretação


literal da NR 16 do Ministério do Trabalho e também não estava a parte autora na área de risco
definida pela interpretação extensiva da OJ n. 385 da SDI1 do TST.

Em suma, não há como fundamentar o deferimento do pedido.

3.3. - DA PROVA EMPRESTADA

Pretende o reclamante aparentemente a utilização de prova


emprestada, contudo junta ao processo uma infinidade de documentos que apenas tumultua a análise do
caso e , ao fim, requer a realização de perícia específica.

Fato é que a questão já foi abordada diversas vezes e, por isso,


existem inúmeros Laudos Técnicos favoráveis e desfavoráveis à periculosidade no edifício sede da ECT.
Contudo, entende a ECT que o processo não deve ser avaliado numericamente, restando vencedor da
demanda aquele que juntar mais pareceres.

A ECT também dispõe de inúmeros Laudos que lhe foram favoráveis,


a exemplo dos emitidos nos processos:

0000968-37.2015.5.02.0062
1000560-20.2016.5.02.0086
0001526-39.2015.5.02.0052
0001212-93.2015.5.02.0052
0000593-75.2015.5.02.0049
0000148-11.2015.502.0032
0002639-68.2014.5.02.0050
0001639-37.2014.502.0081
0000968-37.2015.5.02.0062
0002109-67.2015.502.0070
0000805-34.2014.502.0081
0002727-72.2013.502.0008
0001403-72.2014.502.0053
0000102-89.2015.502.0042
0000805-34.2014.502.0081
0000254-59.2015.502.0068
0001148-22.5014.502.0019
1000377-15.2016.5.02.0065

Também é possível mencionar os Acórdão favoráveis relativos aos


processos:
0001007-61.2015.5.02.0053
0000873-94.2015.5.02.0033
0002109-67.2015.5.02.0070
0002807-45.2013.5.02.0005
0002070-63.2014.5.02.0019
0000722-57.2015.5.02.0089
0002807-45.2013.5.02.0005

Em suma, as decisões que tem deferido o pagamento de


periculosidade a empregados da ECT que laboram no edifício sede, o tem feito com base em
regramento não passível de gerar tal obrigação ao empregador, afinal, as NR 16 e 20 não podem
ser utilizadas para fundamentar o pagamento de adicional de periculosidade.

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
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Não é o maior número de laudos anexados ao processo ou sentenças


favoráveis que irão justificar o pagamento de adicional de periculosidade nos moldes pretendidos.

Em razão do exposto a ECT se opõe à utilização das provas


emprestadas juntadas pelo reclamante, sejam elas laudos ou sentenças.

A fim de evitar gasto excessivo requer a ECT a dispensa da realização


de perícia mediante do aproveitamento do Laudo Pericial ora anexado, que se encontra em consonância
com os recentes posicionamentos sobre o tema, que, inclusive, tem sido revistos para declarar a
inexistência de fatores que justifiquem o pagamento de adicional de periculosidade (v. laudos e
esclarecimentos em anexo):

Processo N.°: 1000377-15.2016.5.02.0065


Reclamante: Paulo Celso Valadão
Reclamada: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT
Perito: Osmar Pupim Scudeller, Engenheiro Especializado em
Segurança e Higiene do Trabalho, com registro no C.R.E.A. N.°
06015555723.
Laudo datado de 14/03/2017

O laudo em referência esclarece que (Laudo relativo ao processo


nº 1000377-15.2016.5.02.0065):

“As Salas de Geradores existentes no 2º subsolo do complexo de


edificações, estão localizadas do lado externo do Bloco II e fora
da área de projeção desta edificação, o acesso a estas salas se dá
através de corredor com 3,30 metros de largura e aproximadamente
32,00 metros de comprimento que inicia na divisa do Bloco II e Bloco
I.
A ligação entre as Salas de geradores e o Bloco III, onde trabalha o
Autor, se faz através de circulação, passando ao lado das rampas de
acesso de veículos existentes na divisa dos Blocos I e II, caminhando
para o lado oposto das Salas de Geradores, e a distância livre
aproximada a percorrer é de aproximadamente 100,00 metros para se
chegar na divisa dos Blocos II e III, conforme ilustrado no Croqui – 02
abaixo.
(...)
Nota-se ainda que entre as Salas de Geradores e o Bloco III, onde
trabalha o Autor, existem salas para diversos usos, bem como Hall de
Elevadores, que formam uma barreira física que faz a vedação
entre o corredor de acesso as Salas de Geradores e o Bloco III.
As Salas de Geradores implantadas no 2º Subsolo, posicionadas fora
da área de projeção do Bloco II, estão localizadas ao lado das
rampas de acesso de veículos e estas rampas conformam grande
abertura para o exterior da edificação por onde se faz a
ventilação desta região.
A Sala de Geradores, onde está instalado o tanque de óleo diesel com
capacidade de 2.000 litros, tem suas alvenarias de fechamento
executadas em blocos de concreto estrutural e nas faces de divisa
com o Bloco II e corredor de acesso são dotadas em sua parte
superior, com aproximadamente 1,00 metro de largura, de
ventilação natural através de furos existentes na alvenaria,
conforme evidenciado na foto 5.

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(...)
Conforme ilustrado nas fotos 2 e 3, o posto de trabalho do Autor, no
2º Subsolo, está a aproximadamente 4,00m distante em relação à
face externa do BLOCO III, face esta oposta a posição de implantação
das Salas de Geradores no BLOCO II, e a aproximadamente 30,00m
da divisa entre os Blocos II e III, região onde estão instalados os
elevadores que servem de acesso para o Autor acessar o seu posto
de trabalho.
(...)
No 2º Subsolo do complexo que compreende os 03 Blocos de
edifícios, estão implantadas duas salas separadas entre si,
próximas ao Bloco II e fora da área de projeção deste edifício,
que abrigam os 05 geradores destinados a suprir com energia os
sistemas básicos das instalações de emergência do edifício
quando da falta de fornecimento de energia pela concessionária.
(...)
Os tanques de combustível instalados dentro de bacia de
contensão com capacidade suficiente para suportar o volume ali
armazenado, possuem sistema de respiro com tubulação que
drena os vapores inflamáveis oriundos destes tanques para a
atmosfera no lado externo do edifício de forma que estes gases
não criem, dentro da sala de geradores, uma mistura de gazes em
proporções tais que tornem possível a explosão desta mistura,
provocando assim um incêndio no ambiente.
As alvenarias com ventilação em sua em sua parte superior,
posicionadas próximo às grandes aberturas para o exterior
existentes nas rampas de acesso de veículos, ajudam a eliminar
possíveis vapores inflamáveis minimizando risco de formação de
mistura destes gases em proporção entre 2% e 6% necessária
para que haja ignição destes gazes. Misturas com proporções
diferente destes percentuais ou óleo diesel em estado líquido não
entram em combustão.
O abastecimento do tanque de diesel é realizado através
tubulação que liga este tanque ao ponto de abastecimento
localizado na área externa do empreendimento. Esta operação de
abastecimento é realizada sempre que necessário repor o
combustível consumido pelo sistema de geração e encontra-se
afastado linearmente a uma distância aproximada de 10 metros
da projeção horizontal da edificação do bloco II.
A iluminação na sala de geradores onde está também instalado o
tanque de óleo diesel, é feita com luminárias à prova de explosão,
isto é blindada, reduzindo assim a possibilidade de um curto
circuito na mesma ser motivo de ignição de vapores inflamáveis,
caso estes vapores estejam em proporção de mistura entre 2% e 6%,
condição necessária para que haja a ignição.
A sala de geradores é fechada com porta corta fogo, que atendem
a legislação onde previnem a propagação de possível incêndio
que venha ocorrer em seu interior e é mantido informações
visuais de segurança pertinentes para a área.
Na sala 2 estão instalados os dois geradores que alimenta o Centro
de Processamento de Dados (CPD) em caso de acontecer a
interrupção do fornecimento de energia pela concessionária, estes
geradores, com arquitetura que engloba o conjunto moto gerador e
tanque de combustível, tudo isso num mesmo bloco.

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O tanque de combustível destes dois geradores, com capacidade de


900 litros de diesel cada um, são abastecidos pelo mesmo tanque de
2.000 litros, que alimenta os outros 3 geradores da sala 1, este
abastecimento se dá através de tubulação e o combustível escoa por
gravidade.
A iluminação na sala de geradores que tem o tanque de combustível
acoplado ao chassi do conjunto moto-gerador, é feita com luminárias à
prova de explosão, isto é blindada, reduzindo assim a possibilidade de
um curto circuito na mesma ser motivo de ignição de vapores
inflamáveis, caso estes vapores estejam em proporção de mistura
entre 2% e 6%, condição necessária para que haja a ignição.
A porta de acesso a esta sala, tem o fechamento executado com tela
metálica, portanto tem ventilação permanente em toda sua área
ajudando a ventilar a sala eliminando possíveis vapores inflamáveis
minimizando risco de ignição destes gazes.
Os tanques de combustível existente na base dos geradores
possuem sistema de ventilação para exaurir os gases que
poderão se formar dentro do tanque caso a temperatura interna
chegue a atingir o ponto de fulgor do óleo diesel que é de 38 º C,
reduzindo o risco para formação de atmosfera com mistura de
gazes inflamáveis com concentração de 2% a ¨6% necessária
para que ocorra a ignição, sem esta condição não existe a
possibilidade de ocorrer explosão ou incêndio. Lembrando que o
óleo diesel e estado liquido não pega fogo e sim a mistura com
concentração de vapores inflamáveis em proporção entre 2% e
6% que se formam em temperatura acima de 38ºC que é o ponto
de fulgor deste combustível, óleo diesel.
O edifício é provido de sistema de Prevenção e Combate a
Incêndio que contempla redes de Sprinkler, sistema de Hidrantes,
extintores de Incêndio, sistemas de alarme de incêndio com
botoeiras para acionamento, sistema com detector de calor,
sistema com detector de fumaça, equipe de Brigada de Incêndio
treinada, Equipe de Bombeiros Civis em operação, escadas de
emergência equipadas providas de antecâmara e portas corta
fogo, e documentação legal de inspeção do Corpo de Bombeiros
com AVCB atualizado.
(...)
A NR 16 – Atividades e Operações Perigosas - do Ministério do
Trabalho não estabelece o limite de líquidos inflamáveis para o
deferimento do adicional de periculosidade quando se trata de
armazenamento, somente impondo limite consignados no Quadro I,
de 250 litros no caso de transporte.
Conforme informado anteriormente no item 3.2.1. deste Laudo,
haviam tanques de superfície com capacidade de 2.000 litros ,
instalados no 2º subsolo do edifício em estudo, próximo ao BLOCO II,
porém fora da projeção do edifício, como constatado em dia de perícia
e também pelo Auto de Inspeção Judicial constante no processo para
o abastecimento dos 05 gerador com óleo diesel.
A NR -20 – até sua alteração, em 06/03/2013, determinava que os
armazenamentos de líquidos inflamáveis dentro de edifícios
respeitassem o volume máximo de 250 litros por tanque e que fossem
instalados sob a forma de tanques enterrados para que não houvesse
a caracterização de periculosidade.
Assim, conforme informado no dia da perícia, até a data de alteração
da NR 20, não estava atendida estas condições de segurança.

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Após a entrada em vigor, em 06/03/2013, as alterações pertinentes ao


caso em estudo, o volume de óleo diesel estocado no interior do
edifício, para abastecimento de geradores de energia para sistemas
essenciais, passou a ser de 2.000 litros por tanque, onde
anteriormente possuía o taque de 10.000 litros, se enquadrando nos
limites legais quanto ao volume.
A NR 20, de fato, estabelece o limite de até 03 tanques de
combustível diesel para tanques de superfície, com capacidade de até
3.000 litros cada, para o caso em que são instalados no interior do
edifício, diante a impossibilidade de serem enterrados ou de serem
instalados fora da projeção horizontal da construção, onde ocorre no
caso em questão.
Não é o armazenamento de combustível no interior de um edifício
que o torna, em seu todo, local de risco, é o seu armazenamento
desprovido de cuidados específicos que atraem a periculosidade,
portanto o volume, mesmo que superior, alegado pelo
reclamante, estava armazenado dentro de bacia de contensão,
em local separado, compartimentado com portas corta fogo, sob
vigilância de um amplo sistema de proteção contra incêndio que,
mesmo em caso de algum incêndio dentro da sala de geradores,
este sistema implantado no edifício minimiza os riscos de dano a
saúde ou vida a limites não considerado acentuado, e esta
condição sem risco acentuado é considerada pelo Corpo de
Bombeiros para a emissão do AVCB permitindo a operação da
edificação, atendendo assim a orientação do item 194 da CLT
determinando que eliminação do risco cesse o direito a
periculosidade.
Devido à proximidade das Salas de Geradores com as rampas de
acesso de veículos, que formam uma grande abertura para o exterior,
e as aberturas de ventilação existente nestas salas que
minimizam o risco de formação de mistura de gases inflamáveis
em proporção entre 2% e 6%, condição necessária para que haja
ignição desde que haja chama ou faísca elétrica, no caso de possível
incêndio ocorrido no interior do ambiente onde estão instalados os
geradores e o tanque de diesel as fumaças oriundas deste incidente
seriam drenadas para o exterior do edifício através da abertura das
rampas e não atingiriam, em quantidade e/ou tempo que colocam em
risco acentuado os ocupantes do Bloco III, distante aproximadamente
100,00 metros do foco do incidente.
Esta proximidade das Salas de Geradores com as ventilações
existentes, reduzem as possibilidades de formação de atmosfera com
concentração de gazes inflamáveis em quantidade suficiente para
que, num caso de incêndio, provoque explosão em proporções tais
que afetem a estabilidade da robusta estrutura de concreto que
sustenta a edificação em estudo, de forma que uma ocorrência com
estas características não se caracteriza risco acentuado para os
ocupantes do Bloco III, distante aproximadamente 100,00 metros
do foco de possível ocorrência, local onde trabalha o Autor.
Não é raro a imprensa divulgar incêndios ocorridos por todo o
pais, provocados em veículos de transporte coletivo, que utilizam
óleo diesel como combustível, incidentes estes em que os
veículos são totalmente queimados, sem que haja a explosão do
tanque. Isto não é por acaso, este combustível é indicado para
este tipo de utilização bem como para abastecer moto-geradores
no interior de edifícios, devido as suas características que

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promovem baixo risco de acidentes de explosão e incêndios,


evidenciando assim, no caso estudado neste trabalho, que, para
as condições de trabalho do Autor, não se caracteriza exposição
com Risco Acentuado e portando não há enquadramento nas
condições previstas no Art. 193 da CLT para caracterização de
percepção de adicional salarial por periculosidade.
(...)
Mesmo o Reclamante não trabalhando próxima a Área de Risco, pois
com os geradores instalados no 2ºsub solo próximo ao Bloco II, com
tanques de superfície no interior do edifício com combustível acima do
limite previsto na NR 16 e NR 20.2.13 para caracterização de
periculosidade NÃO apresenta o RISCO ACENTUADO PARA O
AUTOR decorrente das instalações das salas de geradores, suas
atividades são aqui consideradas NÃO PERICULOSAS quanto a área
de risco para percepção de adicional salarial.
(...)
Para efeitos conclusivos, são considerados todos os fatores, sendo
eles: existência ou não do risco, a análise dos valores obtidos em
medições quantitativas (quando aplicável), a inspeção realizada e a
avaliação qualitativa do perito, tempo de exposição, existência ou não
de formas de proteção, características da atividade, local de trabalho,
relatos das partes e do paradigma e legislação vigente.
Conforme análises dos riscos acima descritos, as atividades do
Reclamante não são consideradas como perigosas, mesmo no
período anterior a alteração da NR em 06/03/2013, pois a condição
de risco acentuado previstas no item 193 da CLT para
caracterizar a periculosidade, sempre foi eliminada com a adoção
dos sistemas de prevenção e combate a incêndio implantados no
edifício em estudo e/ou descaracterizada devido a distância e
barreiras existentes entre o ponto onde é armazenado o
combustível e o local de trabalho do Autor, portanto sua
condição de exposição a riscos é considerada NÃO
PERICULOSA, não fazendo jus assim a percepção de adicional
salarial de Periculosidade.”

Também é oportuna a utilização das manifestações produzidas nos


processos 0001083-23.2014.5.02.0085 e 10000967-63.2016.5.02.0009 (documentos em anexo), que
consistem em revisões de posicionamento por parte de peritos, o que fica desde já requerido.

Após aprofundamento nos estudos e investimento em qualificação


técnica a periculosidade tem sido revista por referidos profissionais conforme se verifica em tais
documentos, todos de 2017.

É válido registar importante observação que o Sr. Perito destacou por


meio da formulação de um desenho didático, para demonstrar que a periculosidade se restringe a área da
bacia de contenção, conforme se verifica do laudo produzido nos autos do Processo nº 1001671-
242017502.0015, movido por Sérgio Soares da Silva, em trâmite perante a 15ª VT/SP:

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Ainda em tempo, requer a ECT a utilização da prova emprestada


consistente no Auto de Inspeção realizada pelo r. Juízo da 52ª VT/SP em 09/06/2016, e respectiva
sentença, posto que consiste em uma visita pessoal de um dos magistrados às instalações da
ECT, com a seguinte conclusão:

“As salas onde se encontram os geradores e os tanques


referidos se encontram sob um jardim ao lado do bloco 2 e estão
situados de forma paralela ao prédio, tendo sido constatado,
durante a diligência, que as instalações não avançam para baixo
da prumada.” (destacado)

Diferentemente do reclamante, que colacionou inúmeros trechos de


documentos sem qualquer menção específica à fundamentação técnica, a ECT apresentou laudos e
autos de inspeção específicos, o que justifica sua utilização e desconsideração dos laudos juntados pelo
reclamante.

Por sua vez, impugna a ECT a utilização das recomendações


emitidas pelo Ministério Público nos autos do Inquérito Civil nº 003052.2011.02.000/3, uma vez que
já houve propositura de ação judicial (DC 0027307-16.2014.500.0000) extinta sem julgamento do
mérito.

Ademais, referida recomendação é datada de 2013 e não se adequa à


presente demanda, além de não contribuir em nada para o deslinde do caso. A petição inicial sequer
justificou sua utilização!

Opõe-se, pois, a ECT pela utilização de referidos documentos.

Oportuno consignar que nos autos do ERR 212800-75.2000.5.15.0053


(DJ 29/06/2007), em decisão unânime, a SDI1 do TST passou a dar interpretação extensiva à norma
regulamentadora em questão, para definir a área de risco como toda a área interna da construção vertical,
ainda que o empregado esteja em um dos andares acima do local de armazenamento.

Isso porque, em eventual explosão, não se pode garantir que não


haveria comprometimento da estrutura da construção vertical, atingindo todas as pessoas que estão no
prédio. Os precedentes se consolidaram, assim, até que foi editada a OJ nº 385 da SDI1 do TST.

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Ocorre que resta incontroverso pelos laudos juntados que não existe
construção vertical acima do tanque, mas apenas um jardim. A tese da parte autora é a de que havia
interligação pelo subsolo e, assim, se houvesse algum problema de explosão, todos os prédios que
estavam interligados estariam comprometidos.

Todavia, não se pode dar interpretação extensiva àquilo que já


recebeu interpretação extensiva. Com efeito, ainda que se aplique a OJ n. 385 da SDI1 do TST, o
reclamante não trabalhou na projeção vertical de onde ficam os tanques. O deferimento do adicional de
periculosidade partiria do pressuposto de que alguma explosão no tanque atingiria a estrutura do prédio
apenas porque são interligados pelo 2º subsolo.

Trata-se apenas de uma suposição, que não pode ensejar o


reconhecimento de condição perigosa de trabalho.

Disso decorre que eventual decisão que acate a tese do reclamante


violará a legislação trabalhista ao contrariar a Súmula nº 364 do TST, bem como a OJ nº 385 do SDI I do
C. TST.

Excelência, em que pese todas as assertivas, argumentações e provas


documentais apresentadas nesta contestação, em especial, àquela que aborda a localização da sala em
que o tanque de combustível está instalado, vemos a necessidade, ante o entendimento equivocado de
alguns Peritos Judiciais, de esclarecer a diferença existente e devidamente disposta nas NR´s 16 e 20
quanto a “vasilhame” e “tanque”.

Temos que o reclamante requer o pagamento de adicional de


periculosidade fundamentado na existência de “tanque” de combustível no prédio da reclamada, contudo,
em que pese toda a regularidade e local da instalação, é primordial que se define e diferencie o meio que
contém o combustível, se por “vasilhame”, e portanto, permitirá o transporte, ou se em “tanque”
estacionário.

Pela própria regulamentação técnica do armazenamento de


inflamáveis, não se pode equiparar o assim denominado vasilhame, disposto no alínea "s" do item 3, do
Anexo 2, da NR-16, ao tanque não enterrado de inflamáveis líquidos, disposto no alínea "d" do item 3, do
Anexo 2, da NR-16.

Primeiro porque os recipientes de armazenamento do óleo diesel não


são simples vasilhames, mas sim tanques, o que já restringe a área de risco apenas à bacia de
segurança, conforme definição da citada alínea “d”, do item 3, do Anexo 2, da NR-16.

Note-se que mesmo para o armazenamento de vasilhames, a área de


risco corresponde somente à área interna do recinto, ou seja, o local específico de armazenamento, e não
todo o edifício.

Ainda, os tanques, por terem caráter de permanência e imobilidade


oferecem risco menor que os vasilhames, razão pela qual, nos termos do item 3, "d" do Anexo 2 da NR-
16, é considerada área de risco, nos locais em que há tanques de inflamáveis líquidos, apenas a bacia de
segurança.

Aliás, a situação do reclamante é, praticamente, idêntica a de todo


trabalhador de escritório, pois a manutenção de geradores de energia e tanques de óleo diesel é comum
nos prédios comerciais, inclusive em órgãos públicos.

Isto posto, declarar o adicional de periculosidade, neste caso,


corresponderia a generalizar o risco da maneira diversa que trata a legislação.

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No caso de eventual deferimento de realização de perícia, requer a


ECT que os argumentos técnicos ora suscitados sejam esclarecidos pelo Perito de confiança do Juízo.

3.4. - DA JURISPRUDÊNCIA

Oportuno consignar ainda a forma como a Jurisprudência tem se


delineado a respeito do assunto.

Para tanto colacionam-se os seguintes Acórdão e Sentença:


“PROCESSO TRT/SP Nº 0002647-98.2013.5.02.0076
RECURSO ORDINÁRIO.
ORIGEM: 76ª VARA DO TRABALHO/SP
1º RECORRENTE: CÍCERO PINTO DOS SANTOS
2º RECORRENTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
RECORRIDO: OS MESMOS

Inconformados com a r. sentença de fls. 133, complementada às fls. 139, que julgou
procedente em parte a reclamatória, recorrem ordinariamente os litigantes: o
reclamante, às fls. 141/143, alegando que o adicional de periculosidade deve refletir
em anuênios, IGQP, diferencial de mercado, adicional de tratamento (ATT) e adicional
noturno.

A reclamada, por sua vez e às fls. 146/152, alega que o autor não faz jus ao adicional
de periculosidade, e a verba honorária pericial foi arbitrada em valor excessivo.
Tempestividade observada.

Contrarrazões da reclamada às fls. 155/156; do reclamante às fls. 157/169.

Parecer da d. Procuradoria Regional do Trabalho (fls. 178/179), pelo prosseguimento.

Relatados.

V O T O:

Conheço de ambos os recursos, eis que observados os requisitos de admissibilidade.

RECURSO DA RECLAMADA.

Do adicional de periculosidade.

Dou provimento.

De fato, o perito de juízo, às fls. 105/112, concluiu pela existência de periculosidade


em decorrência do armazenamento de inflamáveis. Narrou o perito a existência de um
tanque com capacidade de armazenagem de 10.000 litros de óleo diesel, assim como
tanques internos com capacidade de 900 litros, também de óleo diesel. Isto no
subsolo do Bloco 2. E findou por inserir a hipótese no quanto contido na NR 16 da
Portaria nº 3.214/78.

Ocorre que o autor laborava no Bloco 3. Foi o que constatou o perito (fls. 106vº).
Trabalhava, portanto, em prédio vertical distinto do local onde havia o armazenamento
de inflamáveis, presumindo-se que os blocos sejam independentes física e
estruturalmente, de sorte que ainda que o Bloco 2 viesse a sofrer colapso estrutural
em eventual explosão dos tanques de inflamáveis, tal não atingiria o Bloco 3, local de
prestação de serviços do autor.

Neste contexto, não há mesmo que se falar em adicional de periculosidade, de sorte


que dou provimento ao recurso para excluir tal parcela da condenação e julgar
improcedente a reclamatória, com custas em reversão, na forma da lei, delas ficando
isento o reclamante, eis que beneficiário da justiça gratuita, ante a declaração de fls.
24.

Honorários periciais em reversão, a cargo do reclamante, por sucumbente na


pretensão objeto da perícia, rearbitrados em R$ 1.000,00, a serem satisfeitos de

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acordo com o artigo 141 do Provimento GP/CR nº 13/2006 (Consolidação das Normas
da Corregedoria), com a redação dada pelo Provimento GP/CR nº 05/2014, de 17 de
julho de 2014 e Súmula nº 457 do C. TST.

Recurso do reclamante:

Das integrações do adicional de periculosidade:

Prejudicada a análise do recurso do reclamante, ante o quanto decidido no recurso da


reclamada.

Pelo exposto,

ACORDAM os Magistrados da 16ª Turma do Tribunal Regional doTrabalho da 2ª


Região em: DAR PROVIMENTO ao recurso da reclamada para excluir da
condenação o pagamento de adicional de periculosidade e reflexos e julgar
improcedente a reclamatória, com custas em reversão, a cargo do reclamante, das
quais fica isento, por beneficiário da Justiça Gratuita. Prejudicado o recurso do
reclamante.

Honorários periciais a cargo do reclamante, por sucumbente no objeto da perícia,


rearbitrados em R$ 1.000,00 (um mil reais), a serem satisfeitos de acordo com o
artigo 141 do Provimento GP/CR Nº 13/2006 (Consolidação das Normas da
Corregedoria), com a redação dada pelo Provimento GP/CR nº 05/2014 e Súmula nº
475 do C. TST.
Daniel de Paulo Guimarães
Juiz Relator”

“SENTENÇA

Processo: 0001059-13.2014.5.02.0079

ADVALDO CARDOSO DOS SANTOS reclama em face de EMPRESA BRASILEIRA


DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. Postula adicional de periculosidade e reflexos com
base nos fatos descritos na inicial e documentos juntados. Deu valor à causa. Defesa
da reclamada, com documentos. Manifestação do autor. Realizada prova técnica, com
manifestação das partes. Sem outras provas. Encerrada a instrução processual.
Inconciliados. Razões finais. É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO.

Prescritas as parcelas com exigibilidade anterior a cinco anos da propositura desta


ação, nos termos do artigo 7º, inciso XXIX, da CF e Súmula 308, I do TST.

Incontroverso o contrato com início em 28.11.1995, no cargo atual de agente de


correios. O autor postula adicional de periculosidade.

O laudo oficial (fls. 140/147) e esclarecimentos de fls. (167/169) confirma a ausência


de exposição a periculosidade. O autor impugna o laudo, pontuando a existência de
tanque de combustível de 10.000.00 litros, no subsolo dos prédios interligados entre
si, que caracterizaria área de risco.

A matéria sobre as condições de instalação de tanques de combustível no interior do


edifício é regulada pelas NR-16 e NR-20.

As provas produzidas evidenciam que o reclamante laborava no bloco III e o tanque


situava-se no 2º subsolo, espaço comum aos três prédios interligados (blocos I, II, III).
O laudo oficial constata que o armazenamento de óleo diesel dentro dos limites legais
em tanque de superfície, instalado fora da projeção horizontal do bloco II, o que está
em conformidade com disposto na NR-20, 20.17.2. Por se tratar de tanque e não de
vasilhame, a área de risco limita-se a toda a bacia de segurança (NR-16, Anexo II, 3,
‘d’) e não a todo o interior das construções. O autor trabalha no bloco III e não
trabalha habitualmente no 2º subsolo e bacia de segurança, conforme se evidencia
dos esclarecimentos do perito às fls.168. A não apresentação pela reclamada de

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projeto técnico do local, por si só, não afasta as conclusões do laudo, pois nenhuma
falha técnica foi apontada nos laudos apresentados.

Considero, portanto, não caracterizado o trabalho em exposição a risco ou condição


de periculosidade. Os laudos juntados pelo autor não lhe favorecem, pois a questão
refere-se a regras relativas a armazenamento em tanque e não em vasilhame como
considerado nos laudos referidos. Indefiro o pedido e reflexos.

Defiro os benefícios da justiça gratuita ao autor, pelo artigo 790, §3º da CLT. Ausentes
os requisitos que autorizam o pagamento de honorários advocatícios nesta
especializada a qualquer título (artigos 14 e 16 da Lei nº 5.584/70 e nas Súmulas 219
e 329 do C. TST).

Sucumbente o autor no objeto da perícia, arbitro os honorários periciais em


R$1.000,00, a cargo do Tribunal, após o trânsito em julgado desta decisão, nos
termos da resolução que regula a matéria.

CONCLUSÃO.

Pelo exposto, acolhida a prescrição, julgo IMPROCEDENTES os pedidos de


ADVALDO CARDOSO DOS SANTOS em face de EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS, nos termos da fundamentação:

Honorários periciais em R$1.000,00, a cargo do Tribunal, após o trânsito em julgado


desta decisão, nos termos da resolução que regula a matéria.

Custas pelo reclamante, no valor de R$ 600,00, com base na condenação, ora


arbitrada em R$ 30.000,00, isento.

Intimem-se as partes.

ANNA KARENINA MENDES GÓES.


Juíza do Trabalho”

A ECT encaminha em anexo, Sentença relativa ao processo


nº 000145811201550200078, que tramitou perante a 78ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP e revela
entendimento prudente a respeito do assunto.

No mesmo sentido encontram-se os laudos produzidos nos autos dos


processos 0000968-37.2015.5.02.0062; 1000560-20.2016.5.02.0086; 0001526-39.2015.5.02.0052;
0001212-93.2015.5.02.0052; 0000593-75.2015.5.02.0049; 0000148-11.2015.502.0032; 0002639-
68.2014.5.02.0050; 0001639-37.2014.502.0081; 0000968-37.2015.5.02.0062; 0002109-
67.2015.502.0070; 0000805-34.2014.502.0081; 0002727-72.2013.502.0008; 0001403-72.2014.502.0053;
0000102-89.2015.502.0042; 0000805-34.2014.502.0081; 0000254-59.2015.502.0068; 0001148-
22.5014.502.0019; 1000377-15.2016.5.02.0065 e os Acórdãos relativos aos processos 0001007-
61.2015.5.02.0053; 0000873-94.2015.5.02.0033; 0002109-67.2015.5.02.0070; 0002807-
45.2013.5.02.0005; 0002070-63.2014.5.02.0019; 0000722-57.2015.5.02.0089; 0002807-
45.2013.5.02.0005, dentre outros, que fulminam por completo a tese suscitada pelo reclamante.

3.5. - DA BASE DE CÁLCULO

Por oportuno, ressalte-se que a base de cálculo do adicional de


periculosidade, conforme entendimento pacificado na Súmula 191 do C. TST incide apenas sobre o
salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais.

Para fundamentar eventuais cálculos deverão ser considerados os


valores que constam da ficha financeira juntada aos autos pela ECT e não daqueles declinados na inicial.

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Por todo o exposto, conclui-se que o Reclamante não exerce


atividades periculosas, tampouco labora próximo ao gerador mencionado, ficando elidida, de
maneira expressa, qualquer pretensão acerca deste título, e por via de consequência, sendo
improcedente o principal, seguem-lhe o mesmo destino os acessórios, ou seja o recebimento do adicional
de periculosidade de 30% com base nas parcelas pleiteadas e reflexos em 13º, férias +1/3 e FGTS.

Sobre o FGTS consigne-se a aplicação da prescrição quinquenal, que


consiste em matéria pacificada!

Ad Cautelam, na remota hipótese de ser deferido o pleito de adicional


de periculosidade, o que se admite por amor ao argumento, este deverá ser calculado sobre o salário
base do Reclamante, proporcional ao tempo de exposição, pelos fatos e fundamentos já
apresentados.

A questão suscitada não comporta debate, uma vez que a matéria já


foi pacificada pelo Tribunal Superior do Trabalho quando da edição da Súmula 191, a seguir transcrita e
com destaques inseridos:

“Súmula nº 191 do TST


ADICIONAL. PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA (nova redação) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e
não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos
eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado
sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.”

E não há que se falar em integração de tais parcelas ao salário, posto


que tais parcelas sofrem correções específicas e foram instituídas em diferentes momentos e por
diferentes instrumentos (à exemplo de acordos coletivos e regramentos internos).

Sua concessão sem prévia análise pode ensejar, inclusive, no


pagamento em duplicidade!

3.6. – DOS REFLEXOS PRETENDIDOS

Pretende o reclamante o reflexo do adicional em diversas parcelas.


Ocorre que, referido adicional incide apenas sobre o salário base é nem todas as parcelas perseguidas
pelo reclamante são compostas pelo salário base.

Impugna-se especificamente a pretensão relativa à multa de 40% do


FGTS, posto que sem fundamento legal.

3.7. – DO LOCAL DE TRABALHO E ATIVIDADES EXERCIDAS

É inadmissível pleitear o pagamento de adicional de periculosidade


sem descrever as atividades executadas e local de prestação do serviço. Diante da ausência de
informações por parte do reclamante, requer a ECT a verificação das atividades desempenhadas e
respectiva demonstração de sua periculosidade.

4. DAS PRERROGATIVAS DE FAZENDA PÚBLICA

A Reclamada diante da declaração pelo Supremo Tribunal Federal de


constitucionalidade do Decreto-Lei n.º 509/69, ato criador e instituidor da ECT, foi alçada, por força do
art. 12 deste norma as prerrogativas inerentes à Fazenda Pública.

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Citadas prerrogativas são disciplinadas em disposições esparsas em


nossa legislação. Dispõe o artigo 188 do Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária na esfera
justrabalhista por força do artigo 769 da CLT, que:
“Art. 188 - O Ministério Público, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios,
bem como suas autarquias e fundações, gozarão do prazo:
I - em dobro para recorrer e ajuizar ação rescisória; e
II - em quádruplo para contestar”.

Na mesma linha de raciocínio preceitua o artigo 511, § 1.º do Código


de Processo Civil ao conceder a isenção do preparo:
“Art. 511 – No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando
exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e
de retorno, sob pena de deserção.

§ 1º - São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público,


pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam
de isenção legal.”

Da mesma forma, deve ser observado o artigo 790 – A, da CLT,


prevendo a desnecessidade do recolhimento de custas por parte de referidas entidades.

Quanto a execução, como já amplamente exposto, caso tenha seu


pleito julgado procedente, requer que eventual execução em face da segunda RECLAMADA seja feita
através de PRECATÓRIO, na forma dos artigos 730 e 731 do CPC, 100 da Constituição Federal e 12 do
Decreto-Lei nº 509/69.

Vale ressaltar que o E. Supremo Tribunal Federal pacificou o


entendimento no sentido de que os bens da ECT são impenhoráveis e, por consequência, que a
execução contra ela deve ser procedida mediante precatório.

É o que se verifica no voto da lavra do Ministro Maurício Corrêa,


julgando o RE-220.906-DF, na sessão plenária realizada no dia 16.11.2000.

Esse entendimento foi posteriormente ratificado em outros julgados,


todos submetidos ao Plenário da excelsa Corte, entre os quais citam-se os seguintes precedentes:
225.011-MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ Ac. Min. Maurício Corrêa; 229.696-PE, 230.051-SP,
230.072-RS, Rel. orig. Min. Ilmar Galvão, red. p/ Ac. Min. Maurício Corrêa, 16.11.2000.

Por fim, para espancar definitivamente qualquer argumento contrário,


a SDI 1 do C. TST decidiu que a execução contra a ECT deve ser feita por intermédio de precatório, de
acordo com decisão já adotada pelo Supremo Tribunal Federal.

Importante salientar ainda que a nova redação da Orientação


Jurisprudencial n.º 87 da SDI, excluiu expressamente o nome da E.C.T do rol das empresas
sujeitas à execução direta.

Feitas tais considerações e atentos à decisão do Supremo Tribunal


Federal e do Tribunal Superior do Trabalho, tem-se que a execução contra a contestante só poderá ser
efetivada por precatório, na forma dos artigos 730 e seguintes do CPC, em consonância com o artigo 100
da Constituição Federal, que estabelece a observância da ordem cronológica de apresentação dos
precatórios judiciários e a conta dos respectivos créditos.

Os juros de mora aplicáveis nas condenações da Fazenda Pública


são de 0,5 % (meio por cento) ao mês, conforme determinação da MP n.º 2.180-35, de 24.08.01, a qual
acresceu o artigo 1.º F à Lei nº 9.494/97.
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Por fim, temos o Enunciado 303 do TST, repetindo entendimento


consubstanciado no artigo 475 do CPC, ao definir o que doutrinariamente se chamou de recurso oficial ou
reexame necessário, como requisito de eficácia da sentença e somente poderá ser executada se
confirmada pelo órgão superior.

Desta forma, a preocupação do legislador processual foi a de impedir


a execução provisória contra a Fazenda Pública enquanto uma decisão desfavorável não tiver sido
afirmada e reafirmada pelo Judiciário, como indubitável forma de garantia do interesse público.

Assim, o artigo 12 do Decreto-lei nº 509/69, ao equiparar a ECT à


Fazenda Pública para fins de impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, foro, prazos e custas
processuais foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, sendo plenamente aplicável na seara
trabalhista.

Assim, corroborado com o posicionamento da jurisprudência atual do


STF, faz jus a ECT às prerrogativas da Fazenda Pública acima elencadas, ou seja, prazo em dobro para
recorrer e quádruplo para contestar, dispensa do preparo para interposição de recursos e aplicação do
reexame necessário para decisões desfavoráveis.

5. DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E IMPOSTO DE RENDA

O Imposto de Renda incidente sobre eventuais valores devidos ao


Reclamante deverá ser retido na fonte, em cumprimento às disposições contidas no PROVIMENTO 01/96,
da CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO, pois a retenção ocorre no momento em que
os rendimentos se tornam disponíveis.

Quanto aos recolhimentos previdenciários, o PROVIMENTO 01/96


igualmente prevê que a empresa executada deve RETER os valores relativos à contribuição
previdenciária devida pelo trabalhador executante, nos termos e percentuais previstos no artigo 198 da Lei
nº 8.212/91.

Sendo assim, admitindo-se a longínqua possibilidade de procedência


da presente Ação e a manutenção da segunda reclamada no pólo passivo, requer seja autorizada a
retenção dos valores devidos pelo reclamante a título de imposto de renda e contribuições
previdenciárias, em observância às disposições supra transcritas.

6. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Incabível a aplicação de juros e correção monetária, pois, uma vez


indevido o principal, melhor sorte não assiste aos acessórios.

Ad cautelam, tendo a Contestante, com supedâneo na legislação e na


jurisprudência pátria, esclarecido gozar em juízo das prerrogativas afeitas à Fazenda Pública, requer se
digne este MM. Juízo aplicar aos cálculos de atualização do quantum debeatur, os juros de mora
aplicáveis nas condenações da Fazenda Pública, previstos no artigo 1º-F da Lei Federal nº 9.494/97, com
a redação dada pela Lei 11.960, de 29 de junho de 2009, bem como §12 do artigo 100 da Constituição
Federal, vejamos:
“Art. 5º O art. 1º -F da Lei 9494, de 10 de setembro de 1997, introduzido pelo art. 4º
da Medida provisória nº 2180-35, de 24 de agosto de 2001, passa a vigorar com a
seguinte redação dada pela Lei 11.960, a partir de 29 de junho de 2009

“Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independente de sua


natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
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compensação de mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento,
dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de
poupança. “(NR).

Saliente-se que a partir da vigência da Lei nº 11.960, de 29 de junho


de 2009, que alterou o art. 1º F da Lei nº 9494/97, o cômputo dos juros em face do ente público se fará
nos moldes previstos para a caderneta de poupança, porque ampliado o âmbito de incidência às
condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza.

Desta feita os juros de mora aplicáveis nas condenações da Fazenda


Pública são os previstos no artigo 1.º F à Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960 de
29/06/2009.

Se há regra específica prevista em lei que estabelece um percentual


menor que o previsto pela Lei nº 8.177/91, ela deve prevalecer.

Não bastassem os textos infraconstitucionais que tratam dos


juros diferenciados à Fazenda Pública, com a Emenda Constitucional nº 62/2009 houve inclusão do
§ 12 no artigo 100 da Constituição Federal, dispositivo que regulamentou a questão dos juros de
mora e seu índice de remuneração, vejamos:
“§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de
valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação
da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes
sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios.”

Ainda, para afastar qualquer entendimento contrário o Colendo


Tribunal Superior do Trabalho, em recentíssima alteração Jurisprudencial alterou o mérito da OJ 7
do Tribunal Pleno, de modo a esclarecer e asseverar que toda condenação imposta à Fazenda
Pública deve observar o percentual diferenciado de juros de mora, vejamos:
“OJ-TP-7 JUROS DE MORA. CONDENAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA. (nova
redação) – Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I - Nas condenações impostas à Fazenda Pública, incidem juros de mora
segundo os seguintes critérios:
a) 1% (um por cento) ao mês, até agosto de 2001, nos termos do § 1º do art.
39 da Lei n.º 8.177, de 1.03.1991;
b) 0,5% (meio por cento) ao mês, de setembro de 2001 a junho de 2009,
conforme determina o art. 1º - F da Lei nº 9.494, de 10.09.1997, introduzido
pela Medida Provisória nº 2.180-35, de 24.08.2001;
II - A partir de 30 de junho de 2009, atualizam-se os débitos trabalhistas da
Fazenda Pública, mediante a incidência dos índices oficiais de remuneração
básica e juros aplicados à caderneta de poupança, por força do art. 5º da Lei
n.º 11.960, de 29.06.2009.
III - A adequação do montante da condenação deve observar essa limitação
legal, ainda que em sede de precatório”.

Assim sendo, em caso de eventual condenação deve ser


aplicado à ECT os juros previstos na regra especifica para a Fazenda Pública.

7. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O Reclamante não faz jus aos benefícios da Assistência Judiciária


Gratuita, tendo em vista que não cumpre todos os requisitos legais para tal benefício estipulados nas Leis
nº 1.060/50 e nº 5.584/70, que são cumulativos.

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Com efeito, conforme preceitua o parágrafo 1º do artigo 14 da Lei


nº 5.584/70, a Assistência Judiciária na Justiça do Trabalho será prestada “a todo aquele que perceber
salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal e uma vez provado que sua situação econômica não lhe
permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família”.

O reclamante não preenche tais requisitos, vez que percebe


remuneração superior ao mínimo legalmente exigido para o beneplácito da Lei, conforme se
depreende das fichas financeiras ora juntadas. Ademais, não se encontra representada pelo sindicato da
categoria.

Desta forma, o pedido deve ser julgado improcedente.

8. DO PEDIDO

Por questão de ordem, considerando o tumulto processual resultante


pela juntada desordenada de documentos imprestáveis ao fim colimado, requer a ECT que seja
oportunizado às partes a escolha de um número determinado e razoável de laudos a serem
utilizados como prova emprestada, ou que seja determinada a realização de perícia específica.

No mais, requer a Reclamada a total IMPROCEDÊNCIA da ação,


condenando o Reclamante em litigância de má-fé na forma postulada, além do pagamento das custas
processuais e demais cominações legais.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


permitidas, inclusive depoimento do reclamante e realização de perícia.

Por derradeiro, em cumprimento ao disposto art. 774 da CLT, requer a


Reclamada que todas e quaisquer notificações, intimações e publicações decorrentes do feito sejam
exclusivamente em nome de seu patrono DR. MAURY IZIDORO, OAB/SP-135.372, sob pena de
nulidade, e remetidas para o endereço profissional à Rua Mergenthaler, nº 592, Bloco II - 21º andar,
CEP.: 05390-900, Vila Leopoldina - SP.

Nestes termos,
Pede deferimento.

São Paulo/SP, 28 de fevereiro de 2018.

Karina Mara Vieira Bueno


OAB/SP 343156

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ATA DE AUDIÊNCIA

PROCESSO: 1001743-58.2017.5.02.0064
RECLAMANTE: CASSIO MOTA ROCHA
RECLAMADOS: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS

Em 07 de março de 2018, na sala de sessões da 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO


PAULO/SP, sob a direção da Exmo(a). Juíza ELISA MARIA DE BARROS PENA, realizou-se audiência
relativa ao processo identificado em epígrafe.

Às 15h03min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juíza do Trabalho, apregoadas


as partes.

Presente o(a) reclamante, acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). ANTONIO CLARET


VALENTE JUNIOR, OAB nº 253192D/SP.

Presente o preposto do(a) reclamado(s), Sr(a). Antonio Ferraz, desacompanhado(a) de advogado.

INCONCILIADOS

Juntada defesa pelo sistema PJE. Concede-se ao reclamante o prazo de 05 dias para
manifestação.

Determina-se a realização de perícia, para apuração de periculosidade, nomeando como perito


do Juízo, o sr. LUÍS HENRIQUE MORAES DE SOUZA (Tel: 4335-9869, 98458-5385, e-mail:
perito.luis@uol.com.br), que deverá apresentar o laudo até o dia 11.04.2018. Intime-se.

Neste ato, o(a) patrono(a) do(a) reclamante e do(a) reclamado(a) informam os seguintes emails
para contato do sr. perito: antoniovalentejr@adv.oabsp.org.br (reclamante) e
artra.pericias@correios.com.br (reclamada).

Local de realização da perícia técnica : RUA MERGENTHALER, 592, VILA


LEOPOLDINA/SP

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 07/03/2018 16:52 - 7e28368
ID. 7e28368
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18030715405488000000097757469
Documento assinado pelo Shodo

Quesitos e assistentes técnicos pelas partes no prazo comum de 05 dias.

Assistentes técnicos e partes, querendo, entrar em contato diretamente com o(a) perito(a), sob
pena de preclusão (Os assistentes técnicos indicados deverão observar a Lei 5584/70, art. 3º, § único).

Faculta-se ao reclamante, querendo, acompanhar a diligência a ser realizada pelo Sr.vistor,


devendo, para tanto, contactar o sr. Perito no telefone supra.

Documentos: o perito fica autorizado a requisitar às partes a apresentação de eventuais


documentos que subsidiem o exame/vistoria.

Fica designada audiência de INSTRUÇÃO para o dia 13/06/2018, às 13:30 horas, quando as
partes deverão comparecer para depoimentos pessoais, sob pena de confissão.

As partes declaram que suas testemunhas comparecerão à próxima audiência,


independentemente de providências judiciais, sobpena de preclusão da prova.

Cientes.

Nada mais.

Ata assinada eletronicamente nos termos da Lei n.º 11.419/2006, art. 8º, parágrafo único.

ELISA MARIA DE BARROS PENA

Juíza do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 07/03/2018 16:52 - 7e28368
ID. 7e28368
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18030715405488000000097757469
Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO


PAULO/SP

PROCESSO Nº 1001743-58.2017.5.02.0064.

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT, já


devidamente qualificada nos autos da reclamação trabalhista que lhe move CASSIO MOTA ROCHA,
vem, por sua advogada que esta subscreve, à presença de Vossa Excelência, em observância à
determinação estabelecida na audiência realizada em 07/03/2018, apresentar seu rol de quesitos, abaixo
discriminado, a serem encaminhados ao Sr. Perito, bem como indicar assistente técnico e o contato da
Reclamada para receber informações sobre a perícia.

QUESITOS

1º Queira o Sr. Perito descrever minuciosamente o(s) posto(s) de trabalho do(a)


reclamante, esclarecendo o período em que ele laborou no edifício periciado e
em qual andar;
2º Queira o Sr. Perito descrever minuciosamente as atividades exercidas pelo(a)
reclamante, isto é, para cada atividade descrita o tempo de duração desta;
3º Queira o Sr. Perito informar se a atividade do(a) reclamante era periculosa;
4º Em caso afirmativo, com relação à periculosidade no quesito anterior, roga-se
ao Sr. Perito informar se o(a) reclamante estava exposto(a) a esses riscos de forma
permanente e habitual durante toda a sua jornada de trabalho;
5º Queira o Sr. Perito informar se a atividade laborada pelo(a) reclamante está
classificada na NR 16, da Portaria 3214/78 do MTE, como Atividades e
Operações Perigosas;
6º Em caso afirmativo do quesito anterior, queira o Sr. Perito referenciar,
explicitamente em sua descrição na NR 16, o enquadramento em que se encontra
essa periculosidade;

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 08/03/2018 09:02 - bc02c8c
ID. bc02c8c
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030809020388700000097834590 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18030809020388700000097834590
Documento assinado pelo Shodo

7º Queira o Sr. Perito informar, caso periculosa seja a atividade do(a) reclamante,
o tempo de exposição diária e de qual o período desde a admissão do(a)
reclamante, a que este estaria exposto à referida periculosidade;
8º Queira o Sr. Perito informar qual é a distância do posto de trabalho do(a)
reclamante até o tanque de combustível gerador da suposta periculosidade.
9º Queira o Sr. Perito informar se o(a) Reclamante adentrava na sala de geradores;
10º Em caso afirmativo do quesito anterior, roga-se informar o motivo pelo qual
entrava nessa sala e precisamente quantas vezes;
11º Com relação à localização das salas de geradores, solicita-se informar se as
mesmas encontram-se fora da projeção horizontal dos três blocos que
compõem o edifício sede da Reclamada;
12º Caso a resposta do item 11 seja negativa, solicita-se informar qual a técnica da
engenharia utilizada para tal negativação;
13º Quais são as medidas preventivas de projeto e/ou de combate/propagação de
incêndio existentes nas salas de geradores de energia.
14 Esclarecer a respeito da diferença entre tanque e vasilhame.

A Reclamada reitera seu e-mail para contato artra.pericias@correios.com.br


e indica como Assistentes Técnicos os senhores: João Pedro Lauricella; Fernanda Cristina Mazzo;
Décio Bueno Furlan e Cristiano Ribeiro Faria de Araújo.

A ECT esclarece acerca da impossibilidade de indicação de apenas um


assistente técnico, considerando o volume de trabalho suportado por seus empregados, bem como a
necessidade de realização de trabalho externo e observância de período de férias e eventuais ausências
legais, o que impossibilita o direcionamento de todas as demandas a apenas um empregado.

Cumpre a esta Reclamada requerer sejam as partes intimadas sobre


local, data e hora da perícia através de publicação na imprensa oficial, nos termos da legislação de
regência aplicável ao processo trabalhista.

Nestes termos,

Pede deferimento.

São Paulo/SP, 8 de março de 2018.

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 08/03/2018 09:02 - bc02c8c
ID. bc02c8c
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030809020388700000097834590 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18030809020388700000097834590
Documento assinado pelo Shodo

Karina Mara Vieira Bueno

OAB/SP 343156

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 08/03/2018 09:02 - bc02c8c
ID. bc02c8c
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030809020388700000097834590 - Pág. 3
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18030809020388700000097834590
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA 64.ª VARA DO
TRABALHO DO FÓRUM DA BARRA FUNDA - SÃO PAULO/SP

Proc.:1001743-58.2017.5.02.0064

CÁSSIO MOTA ROCHA, já devidamente qualificado

nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, movida em face da EMPRESA BRASILEIRA DE


CORREIOS E TELÉGRAFOS, da mesma forma já devidamente qualificada, vem, "mui" respeitosamente, por
intermédio de seu Patrono legalmente constituído, e que esta subscreve, à honrosa presença de Vossa Excelência, em resposta à
r. decisão proferida em audiência, ofertar seus

QUESITOS - PROVA PERICIAL / PERICULOSIDADE

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 14/03/2018 00:42 - 794f9b2
ID. 794f9b2
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031400424424900000098506147 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18031400424424900000098506147
Nos seguintes termos:

1. O douto Perito poderia descrever o local e o método de trabalho do RECLAMANTE? Poderia detalhar o complexo onde
a RECLAMADA mantém sua sede, especificando quantos andares cada uma das edificações possui? São interligadas entre si?
Uma hipotética explosão no subsolo de um deles afetaria os demais? Em que escala?

2. O complexo-sede da RECLAMADA possui Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros? De quando é datado?

3. Cada um dos blocos da RECLAMADA pode ser considerada uma edificação isolada, do ponto de vista da
periculosidade? Por que?

4. Essas instalações estão em conformidade com as Normas Regulamentadoras que atualmente norteiam a matéria? Caso
seja negativa a resposta, quais são as irregularidades constatadas/existentes?

5. Em que consiste a função do RECLAMANTE? Poder-se-ia detalhar minuciosamente as condições, o local e o ambiente
de trabalho?

6. O douto Perito pode esclarecer se o RECLAMANTE labora em local próximo a produtos inflamáveis, explosivos e
materiais elétricos de alta tensão?

7. O douto Perito pode esclarecer o teor do Anexo 2 da NR 16, item 3, letra 's' e NR 20, item 20.17.1, NR 10 , da portaria
3214/78 e Decreto n.º 93.412/86?

8. O douto Perito pode esclarecer se, no complexo onde a RECLAMADA mantém sua sede (e onde o RECLAMANTE
exerce suas atividades laborais) existiu ou existe um tanque metálico para armazenamento de óleo diesel, utilizado na
alimentação do grupo moto gerador, com capacidade volumétrica para 10.000 L de óleo diesel (conforme prova emprestada
juntada na manifestação sobre a defesa)? Se existiu, qual foi sua data de desativação?

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 14/03/2018 00:42 - 794f9b2
ID. 794f9b2
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031400424424900000098506147 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18031400424424900000098506147
9. O douto Perito pode esclarecer se tal reservatório está ou estava instalado de acordo com a NR 20 do MTE?

10. O douto Perito pode esclarecer se, no subsolo do prédio onde o RECLAMANTE exerce suas atividades habituais,
existem 3 (três) geradores de energia elétrica com capacidade para 335 (trezentos e trinta e cinco) kwa, onde cada gerador
alimenta um dos blocos do edifício-sede da RECLAMADA?

11. O douto Perito pode esclarecer se, no prédio em que o RECLAMANTE exerce suas atividades habituais, existe
aterramento, suspiro para o lado externo e bacia de contenção? Pode precisar a data de construção dessa bacia de contenção, se
anterior ou posterior à troca do tanque?

12. O conjunto arquitetônico do complexo-sede da RECLAMADA é construído sobre subsolo único? O douto Perito pode
aferir a distância do tanque de combustível para as colunas do conjunto arquitetônico?

13. O douto Perito pode esclarecer se, em caso de vazamento, há grade no piso para conduzí-lo à caixa pluvial?

14. O douto Perito pode esclarecer se há, nas dependências da RECLAMADA onde o OBREIRO se ativa, alarme contra
incêndio? Há detectores de fumaça em perfeito estado de funcionamento?

15. O douto Perito pode esclarecer quais as consequências do exercício de suas atividades em edifício onde estão instalados
tanques para armazenamento de líquido inflamável sem aterramento em quantidade acima do limite de tolerância (250 L)?

16. Em caso de sinistro/combustão na região do tanque de óleo diesel com capacidade de 10.000L já referido, qual é/era a
área total de risco? E o tanque que o substituiu, com capacidade para 3.800 L (três mil e oitocentos litros)?

17. Ao tempo em que o tanque de 10.000 L (dez mil litros) de óleo diesel esteve em operação, qual era o tempo de exposição
do RECLAMANTE ao risco? A exposição foi permanente, e durou toda a jornada de trabalho?

18. Frente às circunstâncias apuradas e a função exercida, conclui o Sr. Perito que o RECLAMANTE trabalhava em
condições caracterizadoras de PERICULOSIDADE?

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 14/03/2018 00:42 - 794f9b2
ID. 794f9b2
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031400424424900000098506147 - Pág. 3
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18031400424424900000098506147
19. A RECLAMADA fornece ao RECLAMANTE equipamento de proteção individual adequado? Se positiva a resposta,
poderia o nobre Perito especificá-los, em caso afirmativo, indicar se eram hábeis a neutralizar os efeitos da pretensa
periculosidade? A RECLAMADA comprovou a entrega de algum EPI ao RECLAMANTE?

20. Poderia o Sr. Perito informar se há necessidade dos EPI's serem certificados pelo MTE?

21. O douto Perito pode afirmar que, pela subsunção do fato à norma, faz o RECLAMANTE jus ao adicional de
periculosidade?

22. O douto Perito poderia referir o período total em que o RECLAMANTE laborou, às expensas da RECLAMADA, e sob
condições perigosas?

23. Poderia o nobre Perito informar se a RECLAMADA cumpriu o item 9 das providências urgentes e, no prazo de 90
(noventa) dias, o item 29 da Notificação Recomendatória n.º 54521, emitida pela Procuradoria Regional do Trabalho da 2.ª
Região, no bojo do Inquérito Civil n.º 003052.2011.02.00/3 (encartado em inteiro teor na exordial)? Se positiva a resposta,
respeitou os prazos assinalados? Em qual prazo houve o cumprimento?

24. Poderia o ilustre Perito atestar se de fato houve a substituição do tanque de 10.000 L de óleo diesel, que se situava no 2.º
subsolo do Bloco 2 da RECLAMADA? Se positiva a resposta, poderia precisar essa data? Quais as dimensões do novo tanque
de óleo diesel lá eventualmente alocado?

25. Em sendo confirmada a substituição do tanque, poderia o ilustre Perito atestar que a periculosidade ainda assim persiste?
Por que razão?

26. A RECLAMADA apresenta estudo de viabilidade técnica dos tanques instalados em suas dependências? Há alguma área
dentro do complexo sede distinta daquela onde eles se encontram, em que poderiam ter sido instalados?

26. Poderia o Sr. Perito prestar esclarecimentos adicionais e necessários à solução da controvérsia instaurada entre as partes?

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 14/03/2018 00:42 - 794f9b2
ID. 794f9b2
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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18031400424424900000098506147
Nestes termos,

Respeitosamente pede deferimento.

Barueri, 20 de janeiro de 2018.

ANTONIO CLARET VALENTE Jr.

OAB nº 253.192/SP

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 14/03/2018 00:42 - 794f9b2
ID. 794f9b2
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18031400424424900000098506147 - Pág. 5
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18031400424424900000098506147
Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM. 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO


PAULO/SP.

PROCESSO Nº 1001743-58.2017.5.02.0064.

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS,


por sua advogada que esta subscreve, nos autos da Reclamação Trabalhista ajuizada por CASSIO MOTA
ROCHA, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar impugnação ao laudo apresentado
na forma do Parecer Técnico em anexo, que revela a necessidade de esclarecimentos nos termos
pormenorizados pelo referido documento.

Reitera-se o pedido já formulado de que as publicações através da Imprensa


Oficial, com força de intimação sejam feitas com a consignação expressa do nome do procurador da
Reclamada Dr. Jorge Alves Dias, OAB/SP-127.814, bem que todas as notificações sejam remetidas à
Rua Mergenthaler, nº. 592, Bloco II, 21º andar, Vila Leopoldina, São Paulo, CEP 05390-900.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo/SP, 25 de abril de 2018.

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 25/04/2018 16:48 - 83592ac
ID. 83592ac
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042516444584400000103217699 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18042516444584400000103217699
Documento assinado pelo Shodo

Karina Mara Vieira Bueno

OAB/SP 343.156

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 25/04/2018 16:48 - 83592ac
ID. 83592ac
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042516444584400000103217699 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18042516444584400000103217699
Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA M.M. 64ª VARA DO


TRABALHO DE SÃO PAULO - SP

PROCESSO N.º 1001743-58.2017.5.02.0064


CASSIO MOTA ROCHA

DÉCIO BUENO FURLAN, engenheiro de segurança do


trabalho, inscrito no CREA sob n.º 260521957-7, com escritório na Rua
Mergenthaler, 592, São Paulo – SP, assistente técnico da reclamada, vem
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, manifestar sobre os
esclarecimentos do Sr Perito Luís Henrique M. de Souza contido no Laudo
Técnico Pericial apresentado ao M.M. Juiz datado de 10 de abril de 2018 ,
tecendo os seguintes questionamentos:

1) Com referencia ao ítem V – PERICULOSIDADE........

b - no transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e


de vasilhames vazios não desgaseificados ou decantados.

todos os trabalhadores da área de operação.

Questiona-se e solicita-se esclarecimentos quanto ao enquadramento de


periculosidade, no que se refere à NR 16 da Portaria 3214/78 do MTE, pois que o
anexo 2, item 1, letra "b" se refere à uma área de operação em que o autor não
atua, isto é, o autor não adentra na sala de geradores de energia e, também, não
faz parte de suas atividades adentrar em tal recinto como restou comprovado no
laudo pericial.

2) Com referencia ao ítem V – PERICULOSIDADE......

s - armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios


não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado.

toda a área interna do recinto

Questiona-se e solicita-se esclarecimentos o enquadramento de periculosidade,


no que se refere à NR 16 da Portaria 3214/78 do MTE, pois que o anexo 2, item
3, letra "s" se refere a uma área de operação que se restringe a "toda a área
interna do recinto", isto é, somente estariam expostas à periculosidade as
pessoas que laboram em salas de armazenamento de inflamáveis em recipientes
transportáveis (vasilhames – tambores, latas, etc). É sabido, e foi constatado na
perícia, que inexiste tal recinto na reclamada. Portanto solicita-se
esclarecimentos quanto ao enquadramento.

Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 1/4

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 25/04/2018 16:48 - 508b805
ID. 508b805
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042516472490800000103218169 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18042516472490800000103218169
Documento assinado pelo Shodo

Outrossim temos a informar que existe diferença entre tanque estacionário e


vasilhames.
Temos que o reclamante requer o pagamento de adicional de periculosidade
fundamentado na existência de “tanque” de combustível no prédio da ECT,
contudo, em que pese toda a regularidade e local da instalação, é primordial que
se define e diferencie o meio que contém o combustível, se por “vasilhame”, e
portanto, permitirá o transporte, ou se em “tanque” estacionário.
Pela própria regulamentação técnica do armazenamento de inflamáveis, não se
pode equiparar o assim denominado vasilhame, disposto no alínea "s" do item 3,
do Anexo 2, da NR-16, ao tanque não enterrado de inflamáveis líquidos, disposto
no alínea "d" do item 3, do Anexo 2, da NR-16.
Primeiro porque os recipientes de armazenamento do óleo diesel não são simples
vasilhames, mas sim tanques, o que já restringe a área de risco apenas à bacia
de segurança, conforme definição da citada alínea “d”, do item 3, do Anexo 2, da
NR-16.
Note-se que mesmo para o armazenamento de vasilhames, a área de risco
corresponde somente à área interna do recinto, ou seja, o local específico de
armazenamento, e não todo o edifício.
Ainda, os tanques, por terem caráter de permanência e imobilidade oferecem
risco menor que os vasilhames, razão pela qual, nos termos do item 3, "d" do
Anexo 2 da NR-16, é considerada área de risco, nos locais em que há tanques de
inflamáveis líquidos, apenas a bacia de segurança.
Aliás, a situação do reclamante é, praticamente, idêntica a de todo trabalhador de
escritório, pois a manutenção de geradores de energia e tanques de óleo diesel é
comum nos prédios comerciais, inclusive em órgãos públicos.
Isto posto, declarar o adicional de periculosidade, neste caso, corresponderia a
generalizar o risco da maneira diversa que trata a legislação.
Portanto solicita-se esclarecimentos quanto ao enquadramento

3) Com referencia ao ítem V – PERICULOSIDADE......


NR - 20 - LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

20.1 Introdução
20.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos mínimos para a
gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes
provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

Questiona-se e solicita-se esclarecimentos a citação da NR 20 da Portaria


3214/78 do MTE, pois esta trata de inconformidades de instalações sujeitas a
notificações e autuações, se for o caso, e não de periculosidade, objeto da
presente perícia. Assim sendo, solicita-se esclarecimentos do objetivo da menção
da NR 20 da Portaria 3214/78 do MTE em um laudo de periculosidade, o qual
deve se ater a um enquadramento explícito à NR 16 da Portaria 3214/78 do MTE

Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 2/4

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 25/04/2018 16:48 - 508b805
ID. 508b805
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042516472490800000103218169 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18042516472490800000103218169
Documento assinado pelo Shodo

4) Com referencia ao ítem VI- QUESITOS• RECLAMADA

12º Caso a resposta do item 11 seja negativa, solicita-se informar qual a técnica
de engenharia utilizada para tal negativação.

R.: o grupo gerador se localiza no subsolo do prédio aonde o Reclamante


laborava, portanto, em sua projeção horizontal. Tendo quem vista que:
PROJEÇÃO HORIZONTAL é a Planta Baixa de um corte horizontal do edifício,
definido pelas paredes de seu limite externo.

Resposta deste Assistente Técnico:

O Sr Perito equivoca-se pois projeção horizontal é toda área sob a prumada da


edificação o que não é o caso do conjunto de edificações da ECT onde a sala de
geradores encontra-se sob o jardim estando a 3,1 m do bloco 2, sendo isolada
por paredes de alvenaria e seu corredor entre o bloco 2 compartimenta a área .
Outrossim a sala dispõe de dique de contenção, detector de fumaça, alarme de
incêndio, extintores, hidrantes, telefone e brigada de incêndio, portanto solicita-se
correção da informação.

Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 3/4

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 25/04/2018 16:48 - 508b805
ID. 508b805
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042516472490800000103218169 - Pág. 3
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18042516472490800000103218169
Documento assinado pelo Shodo

5) Com referencia VII – CONCLUSÃO

Após análise criteriosa dos autos do processo, local das instalações, das
condições de trabalho e dos resultados obtidos durante a vistoria realizada nas
dependências da Reclamada, e segundo o entendimento deste Perito, concluímos
que:

As atividades e operações exercidas pelo Reclamante no exercício de suas


funções, são consideradas geradoras do Adicional de Periculosidade
durante o período imprescrito, em desconformidade com o quadro 1 no subitem
4.1 do item 4 do anexo 2 da NR - 16 e em desacordo com o subitem 20.17.2 da
NR-20, na forma do Art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho relativas à
Segurança e Medicina do Trabalho.

O Sr Perito menciona somente “Anexo 2 da NR-16”, portanto sem especificidade


no enquadramento ou seja qual é a alínea, item e letra dos quadros relativos ao
anexo 2 da NR 16 da portaria 3214/78 do MTE em que esta se encontra. Esta
informação ou afirmação é importante neste item do laudo, pois que a conclusão
de um laudo deve ser EXPLÍCITA e conter uma síntese de todo o laudo para não
restar dúvidas, com as devidas justificativas de ENQUADRAMENTO LEGAL.

CONCLUSÃO:
Analisado o R. Laudo Pericial e todas as disposições nele
constantes vêm este Assistente Técnico manifestar pela impropriedade do mesmo.
Diante das assertivas acima, solicita-se ao I. Perito que refaça seu laudo objetivando
corrigir tais distorções e responder os esclarecimentos/questionamentos suscitados.
Nestes termos, no estrito cumprimento das atribuições encerro o
trabalho opondo e manifestando quanto ao trabalho realizado.

Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 4/4

Assinado eletronicamente por: KARINA MARA VIEIRA BUENO - 25/04/2018 16:48 - 508b805
ID. 508b805
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18042516472490800000103218169 - Pág. 4
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18042516472490800000103218169
Documento assinado pelo Shodo

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS


Gerência Jurídica 3-SP/DEJUR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM. 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP.

PROCESSO Nº 1001743-58.2017.5.02.0064

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS, por sua


advogada que esta subscreve, nos autos da Reclamação Trabalhista ajuizada por CASSIO MOTA
ROCHA, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, tempestivamente apresentar manifestação
relativa aos esclarecimentos do Sr. Perito, destacando a pendência de respostas necessárias ao deslinde
da questão nos termos da manifestação técnica ora anexada.

Infelizmente o laudo não apresentou resposta às questões formuladas


pela ECT, deixando dúvidas a respeito das atividades desenvolvidas pela reclamante, da diferença entre
tanque e vasilhame e da localização dos geradores.

Por oportuno, reitera-se o pedido já formulado de que as publicações


através da Imprensa Oficial, com força de intimação sejam feitas com a consignação expressa do nome
do procurador da Reclamada Dr. Jorge Alves Dias, OAB/SP-127.814, bem que todas as notificações
sejam remetidas à Rua Mergenthaler, nº. 592, Bloco II, 21º andar, Vila Leopoldina, São Paulo, CEP 05390-
900.

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo/SP, 08 de ajunho de 2018.

André Rampazzo de Freitas


OAB/SP 292.912

1 de 1
RUA MERGENTHALER, N.º 592, BL. II, 21º ANDAR, VILA LEOPOLDINA, CEP 05311-900, SÃO PAULO
CONTENCIOSO TRABALHISTA – TEL. 43138137 - FAX 43138113.

Assinado eletronicamente por: ANDRE RAMPAZZO DE FREITAS - 08/06/2018 11:55 - ba42595


ID. ba42595
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060811533224600000107606770 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18060811533224600000107606770
Documento assinado pelo Shodo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA M.M. 64ª VARA DO


TRABALHO DE SÃO PAULO - SP

PROCESSO N.º 1001743-58.2017.5.02.0064


CASSIO MOTA ROCHA

DÉCIO BUENO FURLAN, engenheiro de segurança do


trabalho, inscrito no CREA sob n.º 260521957-7, com escritório na Rua
Mergenthaler, 592, São Paulo – SP, assistente técnico da reclamada, vem
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, manifestar sobre os
esclarecimentos do Sr Perito Luís Henrique M. de Souza contido no Laudo
Técnico Pericial ESCLARECIMENTOS apresentado ao M.M. Juiz datado de 30
de maio de 2018 , tecendo os seguintes questionamentos:

1) Com referencia ao ítem V – PERICULOSIDADE........

b - no transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e


de vasilhames vazios não desgaseificados ou decantados.

todos os trabalhadores da área de operação.

Questiona-se e solicita-se esclarecimentos quanto ao enquadramento de


periculosidade, no que se refere à NR 16 da Portaria 3214/78 do MTE, pois que o
anexo 2, item 1, letra "b" se refere à uma área de operação em que o autor não
atua, isto é, o autor não adentra na sala de geradores de energia e, também, não
faz parte de suas atividades adentrar em tal recinto como restou comprovado no
laudo pericial.

Esclarecimento do Sr Perito:

Não houve enquadramento de periculosidade quanto a letra “b” do item 1


do anexo 2 da NR 16;

2) Com referencia ao ítem V – PERICULOSIDADE......

s - armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios


não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado.

toda a área interna do recinto

Questiona-se e solicita-se esclarecimentos o enquadramento de periculosidade,


no que se refere à NR 16 da Portaria 3214/78 do MTE, pois que o anexo 2, item
3, letra "s" se refere a uma área de operação que se restringe a "toda a área
interna do recinto", isto é, somente estariam expostas à periculosidade as
pessoas que laboram em salas de armazenamento de inflamáveis em recipientes
Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 1/4

Assinado eletronicamente por: ANDRE RAMPAZZO DE FREITAS - 08/06/2018 11:55 - 7af5c14


ID. 7af5c14
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060811545269100000107607088 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18060811545269100000107607088
Documento assinado pelo Shodo

transportáveis (vasilhames – tambores, latas, etc). É sabido, e foi constatado na


perícia, que inexiste tal recinto na reclamada. Portanto solicita-se
esclarecimentos quanto ao enquadramento.

Outrossim temos a informar que existe diferença entre tanque estacionário e


vasilhames.
Temos que o reclamante requer o pagamento de adicional de periculosidade
fundamentado na existência de “tanque” de combustível no prédio da ECT,
contudo, em que pese toda a regularidade e local da instalação, é primordial que
se define e diferencie o meio que contém o combustível, se por “vasilhame”, e
portanto, permitirá o transporte, ou se em “tanque” estacionário.
Pela própria regulamentação técnica do armazenamento de inflamáveis, não se
pode equiparar o assim denominado vasilhame, disposto no alínea "s" do item 3,
do Anexo 2, da NR-16, ao tanque não enterrado de inflamáveis líquidos, disposto
no alínea "d" do item 3, do Anexo 2, da NR-16.
Primeiro porque os recipientes de armazenamento do óleo diesel não são simples
vasilhames, mas sim tanques, o que já restringe a área de risco apenas à bacia
de segurança, conforme definição da citada alínea “d”, do item 3, do Anexo 2, da
NR-16.
Note-se que mesmo para o armazenamento de vasilhames, a área de risco
corresponde somente à área interna do recinto, ou seja, o local específico de
armazenamento, e não todo o edifício.
Ainda, os tanques, por terem caráter de permanência e imobilidade oferecem
risco menor que os vasilhames, razão pela qual, nos termos do item 3, "d" do
Anexo 2 da NR-16, é considerada área de risco, nos locais em que há tanques de
inflamáveis líquidos, apenas a bacia de segurança.
Aliás, a situação do reclamante é, praticamente, idêntica a de todo trabalhador de
escritório, pois a manutenção de geradores de energia e tanques de óleo diesel é
comum nos prédios comerciais, inclusive em órgãos públicos.
Isto posto, declarar o adicional de periculosidade, neste caso, corresponderia a
generalizar o risco da maneira diversa que trata a legislação.
Portanto solicita-se esclarecimentos quanto ao enquadramento

Esclarecimento do Sr Perito:

Não houve esclarecimentos e para tanto reitera-se o questionamento

Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 2/4

Assinado eletronicamente por: ANDRE RAMPAZZO DE FREITAS - 08/06/2018 11:55 - 7af5c14


ID. 7af5c14
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060811545269100000107607088 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18060811545269100000107607088
Documento assinado pelo Shodo

3) Com referencia ao ítem V – PERICULOSIDADE......


NR - 20 - LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

20.1 Introdução
20.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos mínimos para a
gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes
provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

Questiona-se e solicita-se esclarecimentos a citação da NR 20 da Portaria


3214/78 do MTE, pois esta trata de inconformidades de instalações sujeitas a
notificações e autuações, se for o caso, e não de periculosidade, objeto da
presente perícia. Assim sendo, solicita-se esclarecimentos do objetivo da menção
da NR 20 da Portaria 3214/78 do MTE em um laudo de periculosidade, o qual
deve se ater a um enquadramento explícito à NR 16 da Portaria 3214/78 do TEM

Esclarecimento do Sr Perito:

Não houve esclarecimentos e para tanto reitera-se o questionamento

4) Com referencia ao ítem VI- QUESITOS• RECLAMADA

12º Caso a resposta do item 11 seja negativa, solicita-se informar qual a técnica
de engenharia utilizada para tal negativação.

R.: o grupo gerador se localiza no subsolo do prédio aonde o Reclamante


laborava, portanto, em sua projeção horizontal. Tendo quem vista que:
PROJEÇÃO HORIZONTAL é a Planta Baixa de um corte horizontal do edifício,
definido pelas paredes de seu limite externo.

Resposta deste Assistente Técnico:

O Sr Perito equivoca-se pois projeção horizontal é toda área sob a prumada da


edificação o que não é o caso do conjunto de edificações da ECT onde a sala de
geradores encontra-se sob o jardim estando a 3,1 m do bloco 2, sendo isolada
por paredes de alvenaria e seu corredor entre o bloco 2 compartimenta a área .
Outrossim a sala dispõe de dique de contenção, detector de fumaça, alarme de
incêndio, extintores, hidrantes, telefone e brigada de incêndio, portanto solicita-se
correção da informação.

Esclarecimento do Sr Perito:

“Conforme o próprio patrono do Reclamante demostra em sua impugnação, a sala


onde se localizam os geradores e o armazenamento de inflamáveis localiza-se no
2º subsolo pertencente a construção do prédio “bloco 2”, onde a proponente
laborou no 18º andar.”

Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 3/4

Assinado eletronicamente por: ANDRE RAMPAZZO DE FREITAS - 08/06/2018 11:55 - 7af5c14


ID. 7af5c14
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060811545269100000107607088 - Pág. 3
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18060811545269100000107607088
Documento assinado pelo Shodo

Resposta deste Assistente Técnico:

Reitera-se a consideração apresentada na manifestação ou seja as salas dos


geradores não estão embaixo do bloco 2 , isto é “não estar embaixo” é estar
fora da projeção horizontal.

5) Com referencia VII – CONCLUSÃO

Após análise criteriosa dos autos do processo, local das instalações, das
condições de trabalho e dos resultados obtidos durante a vistoria realizada nas
dependências da Reclamada, e segundo o entendimento deste Perito, concluímos
que:

As atividades e operações exercidas pelo Reclamante no exercício de suas


funções, são consideradas geradoras do Adicional de Periculosidade
durante o período imprescrito, em desconformidade com o quadro 1 no subitem
4.1 do item 4 do anexo 2 da NR - 16 e em desacordo com o subitem 20.17.2 da
NR-20, na forma do Art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho relativas à
Segurança e Medicina do Trabalho.

O Sr Perito menciona somente “Anexo 2 da NR-16”, portanto sem especificidade


no enquadramento ou seja qual é a alínea, item e letra dos quadros relativos ao
anexo 2 da NR 16 da portaria 3214/78 do MTE em que esta se encontra. Esta
informação ou afirmação é importante neste item do laudo, pois que a conclusão
de um laudo deve ser EXPLÍCITA e conter uma síntese de todo o laudo para não
restar dúvidas, com as devidas justificativas de ENQUADRAMENTO LEGAL.

Esclarecimento do Sr Perito:

Não houve esclarecimentos e para tanto reitera-se o questionamento

CONCLUSÃO:
Analisado o R. Laudo Pericial e todas as disposições nele
constantes vêm este Assistente Técnico manifestar pela impropriedade do mesmo.
Diante das assertivas acima, solicita-se ao I. Perito que refaça seu laudo objetivando
corrigir tais distorções e responder os esclarecimentos/questionamentos suscitados.
Nestes termos, no estrito cumprimento das atribuições encerro o
trabalho opondo e manifestando quanto ao trabalho realizado.

Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina CEP 05311-900 São Paulo/SP Fone 4313-7183 4/4

Assinado eletronicamente por: ANDRE RAMPAZZO DE FREITAS - 08/06/2018 11:55 - 7af5c14


ID. 7af5c14
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060811545269100000107607088 - Pág. 4
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18060811545269100000107607088
Documento assinado pelo Shodo

ATA DE AUDIÊNCIA

PROCESSO: 1001743-58.2017.5.02.0064
RECLAMANTE: CASSIO MOTA ROCHA
RECLAMADO(A)(S): EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS

Em 13 de junho de 2018, na sala de sessões da 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP,


sob a direção da Exma. Juíza ELISA MARIA DE BARROS PENA, realizou-se audiência relativa ao
processo identificado em epígrafe.

Às 14h18min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exma. Juíza do Trabalho, apregoadas as


partes.

Presente o(a) reclamante, acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). ANTONIO CLARET


VALENTE JUNIOR, OAB nº 253192D/SP.

Presente o(a) preposto(a) do(a) reclamado(a), Sr(a). JOSE MARCIO DOS SANTOS,
desacompanhado(a) de advogado.

INCONCILIADOS

As partes declaram não ter provas de audiência a produzir.

Encerrada a instrução processual.

Razões finais remissivas.

Conciliação final rejeitada.

Designa-se para julgamento audiência do dia 13/06/2018, às 17h41min, de cujo resultado as


partes serão intimadas.

CIENTES AS PARTES.

Nada mais.

Ata assinada eletronicamente nos termos da Lei n.º 11.419/2006, art. 8º, parágrafo único.

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 13/06/2018 17:00 - 34baa0c
ID. 34baa0c
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18061314593929200000108141854 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18061314593929200000108141854
Documento assinado pelo Shodo

ELISA MARIA DE BARROS PENA

Juíza do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 13/06/2018 17:00 - 34baa0c
ID. 34baa0c
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18061314593929200000108141854 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18061314593929200000108141854
Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO ||| JUSTIÇA DO TRABALHO


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
64ª Vara do Trabalho de São Paulo ||| RTOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
RECLAMANTE: CASSIO MOTA ROCHA
RECLAMADO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO TRT/SP Nº 1001743-58.2017.5.02.0064

Submetido o processo a julgamento, pela MM.Juíza do Trabalho Titular da 64ª Vara do Trabalho de São
Paulo, Dra. ELISA MARIA DE BARROS PENA, foi proferida a seguinte SENTENÇA:

CÁSSIO MOTA ROCHA, qualificado na exordial, ajuizou a presente RECLAMAÇÃO


TRABALHISTA em face de EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS,
alegando que foi admitido em 04.02.2013, para exercer a função de "agente de Correios - operador de
triagem e Transbordo", vigente o contrato de emprego, tendo por última remuneração a importância
mensal de R$1.004,03. Afirma laborar em condições periculosas, em razão do armazenamento de
inflamáveis, sem receber o adicional correspondente, e demais alegações constantes da prefacial.
Formulou os pedidos de fls.46/48. do PDF Atribuiu à causa o valor de R$56.700,00. Juntou procuração e
documentos.

Contesta a reclamada argüindo inépcia da exordial, prescrição, afirmando que o reclamante não faz jus
aos direitos requeridos, pelas razões que elenca (Id 37f65ab). Requereu a improcedência da ação. Juntou
procuração e documentos. Laudo pericial juntado no Id b969e4e e esclarecimentos no Id 7f72373. Em
audiência, infrutíferas as tentativas de conciliação, e sem outras provas foi encerrada a instrução
processual (Id 34baa0c). Razões finais remissivas. É o relatório.

Rejeita-se a preliminar de inépcia da prefacial posto que presentes os requisitos do parágrafo 1º do art.840
da Consolidação das Leis do Trabalho.

Encontram-se irremediavelmente prescritos quaisquer direitos anteriores ao qüinqüênio que antecedeu à


propositura da presente ação, nos termos do art.7º, XXIX da Constituição Federal.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O bem fundamentado laudo pericial apresentado, pelas razões que elenca, conclui pela existência de
condições periculosas de trabalho nas funções exercidas pelo reclamante, em razão do armazenamento
irregular de inflamáveis. Desassiste razão à reclamada em sua impugnação, posto que nenhuma prova
produziu a elidir a conclusão do expert. Insuficiente a esse fim parecer de assistente técnico
fundamentado em fatos não provados na presente demanda. Nesse sentido a conclusão do Sr.Perito
Judicial:

"VII - CONCLUSÃO

Após análise criteriosa dos autos do processo, local das instalações, das condições de trabalho e dos
resultados obtidos durante a vistoria realizada nas dependências da Reclamada, e segundo o
entendimento deste Perito, concluímos que:As atividades e operações exercidas peloReclamante no
exercício de suas funções, são consideradas geradoras do Adicional de Periculosidade durante o período
imprescrito, em desconformidade com o quadro 1 no subitem 4.1 do item 4 do anexo 2 da NR -16 e em

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 18/06/2018 15:34 - b45dcdf
ID. b45dcdf
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18061317495059000000108189343 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18061317495059000000108189343
Documento assinado pelo Shodo

desacordo com o subitem 20.17.2 da NR-20, na forma do Art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho
relativas à Segurança e Medicina do Trabalho."

A conclusão decorreu da apuração, in loco, da existência de armazenamento de inflamáveis no prédio


horizontal localizado na Rua Mergenthaler, nº 592,Vila Leopoldina, no qual o autor sempre laborou e
permanece trabalhando, no bloco 3 e no 1º subsolo desse bloco, tendo o Sr.Perito Judicial constatado que
a sala dos geradores e armazenamento de óleo diesel encontra-se ao lado do local de labor do Reclamante,
conforme fotografias juntadas, sendo que, no 2º subsolo que se encontra no mesmo nível e interligado ao
1º subsolo do bloco C do prédio da Reclamada, existem cinco grupos motos geradores instalados em duas
salas, sendo: A primeira sala contém três geradores MWM de 350kVA cada um, alimentados por um
tanque metálico aéreo com a capacidade de 2.000 litros de óleo diesel. Este mesmo tanque abastece por
vasos comunicantes e gravidade os dois tanques instalados na outra sala. A segunda sala contém dois
geradores Caterpillar de 438kVA cada um, alimentados por dois tanques metálicos acoplados no skid com
capacidade de 900 litros de óleo diesel cada um.

Quanto às circunstâncias fáticas da prestação de serviços, relativamente ao mesmo prédio em questão,


assim já se manifestou o D.Representante do MPT, conforme se verifica do documento juntado no Id
9012bc5 (processo 1000160-44.2017.5.02.0062), Parecer que descreve entendimento do qual comungo, e
adoto como razões de decidir:

"O caso vertente envolve a questão da periculosidade em razão do armazenamento de líquido inflamável
em prédio de construção vertical, tendo como norma aplicável a NR-16 e a NR-20. O subitem I do item 2
do anexo 2 da NR-16 descreve que "São consideradas atividades ou operações perigosas, conferindo aos
trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações,

bem como aqueles que operam na área de risco,adicional de 30 (trinta) por cento, (...)".

O laudo pericial indica que no subsolo do edifício havia, até 03.2015, tanque de óleo diesel com
capacidade de 10.000; que o referido tanque (fora dos padrões estabelecidospela norma
regulamentadora) foi substituído por um tanque de 2.000 litros; que na sala 1, no 2º subsolo, há 3
geradores de energia elétrica com capacidade de 355kva cada, alimentados por 1 tanque de 2.000 litros.
Há ainda uma sala adjacente com 2 geradores de energia elétrica de 438 kva cada, com tanquepróprio
de 700 litros cada, alimentados pelo tanque de 2.000 litros. Todos localizados no subsolo do edifício da
reclamada.

Os três blocos do edifício são interligados pelo 2º subsolo. De acordo com o item 20.2.7 da NR-20, com a
redação estabelecida na Portaria 3217/78 os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis somente
poderão serinstalados no interior de edifícios sob a forma de tanques enterrados, e com o item 20.2.13, o
armazenamento de líquidosinflamáveis dentro do edifício só poderá ser feito com recipientes cuja
capacidade máxima seja de 250 litros por recipiente.

Com a entrada em vigor da Portaria nº 308/2012,que alterou a NR 20, foi fixada exceção quanto ao
enterramento dos tanques, nos seguintes termos:

20.17 - Tanque de líquidos inflamáveis no interior de edifícios.

20.17.1 - Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser instalados no
interior dos edifícios sob a forma de tanque enterrado e destinados somente a óleo diesel.

20.17.2 - Excetuam-se da aplicação do item

20.17.1 os tanques de superfície que armazenem óleo diesel destinados à alimentação de motores
utilizados para a geração de energia elétrica em situações de emergência ou para o funcionamento das
bombas de pressurização da rede de água para combate a incêndios, nos casos em que seja comprovada
a impossibilidade de instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do edifício.

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 18/06/2018 15:34 - b45dcdf
ID. b45dcdf
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18061317495059000000108189343 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18061317495059000000108189343
Documento assinado pelo Shodo

20.17.2.1 - A instalação do tanque no interior do edifício deve ser precedida de Projeto e de Análise
Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR), ambos elaborados por profissional habilitado, contemplando
os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, normas
técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais, bem como nas demais
regulamentações pertinentes, e deve obedecer aos seguintes critérios: a) localizar-se no pavimento
térreo, subsolo ou pilotis, em área exclusivamente destinada para tal fim; b) devedispor de sistema de
contenção de vazamentos: c) deve conter até 3 tanques separados entre si e do restante da edificação por
paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2 horas e porta do tipo corta-fogo; d)possuir volume total de
armazenagem de no máximo 3.000 litros, em cada tanque; e) possuir aprovação pela autoridade
competente; f) os tanques devem ser metálicos; g) possuir sistemas automáticos de detecção e combate a
incêndios, bem como saídas de emergência dimensionadas conforme normas técnicas; h) os tanques
devem estar localizados de forma a não bloquear, em caso de emergência, o acesso às saídas de
emergência e aos sistemas de segurança contra incêndio; i) os tanques devem ser protegidos contra
vibração, danos físicos e da proximidade de equipamentos ou dutos geradores de calor; j) a estrutura da
edificação deve ser protegida para suportar um eventual incêndio originado nos locais que abrigam os
tanques; k) devem ser adotadas as medidas necessárias para garantir a ventilação dos tanques para
alívio de pressão, bem como para a operação segura de abastecimento e destinação dos gases
produzidos pelos motores à combustão.

Ressalta-se, inclusive, que o perito concluiu que o reclamante trabalha em condições perigosas (id
f4b435f).

A permissão dada pela norma para a instalação de tanque no interior do edifício, independentemente da
quantidade armazenada ou da localização do tanque, está claramente condicionada ao cumprimento de
uma série de requisi

tos ou providências que não se observa tenham sido tomadas pela reclamada.

Veja-se que, nestes autos, não há provas da impossibilidade de enterramento dos tanques ou da
instalação deles fora da projeção horizontal do edifício (considerando para projeção horizontal todos os
blocos como um único edifício, já que são interligados, e não somente o bloco II oucada bloco
isoladamente) e, ainda, não há nos autos evidências de que a reclamada tenha procedido a elaboração
de Projeto e de Análise Preliminar de Perigos/Riscos conforme estabelece o item 20.17.2.1.

A prova da impossibilidade de enterramento dos tanques ou da adoção das medidas indicadas no item
20.17.2.1 deve ser feita pela reclamada, mormente porque se trata de fatoimpeditivo do direito postulado
pela autora. Todavia, dessaobrigação não se desincumbiu a reclamada.

De todo modo, até março de 2015 o tanque de 10.000 litros existente no subsolo (e que foi, nesta data,
substituído pelo de 2.000 litros) estava fora dos padrões estabelecidos nos itens 20.2.7 e 20.2.13 da
NR-20, na redação dada pela Portaria 3217/78, que subsistiu até a alteração ocorrida em 2012.

Ainda assim, mesmo após a alteração da NR-20, in casu, não há provas de que a reclamada tenha
procedido conforme as exigências da norma, razão pela qual subsiste o riscoprevisto no subitem I do
item 2 do anexo 2 da NR-16.

Remanescendo a condição de periculosidade, remanesce o direito ao adicional nos exatos termos da OJ


nº 385, da SDI-1, do C. TST, in verbis:

385. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO


INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DEJT divulgado em 09, 10 e 1.06.2010). É
devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suasatividades em
edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques
para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como
área de risco toda a área interna da construção vertical. A orientação jurisprudencial em questão
considera como área de risco toda a área interna da construção"".

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 18/06/2018 15:34 - b45dcdf
ID. b45dcdf
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18061317495059000000108189343 - Pág. 3
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18061317495059000000108189343
Documento assinado pelo Shodo

Procedente, pois o pedido de pagamento de adicional de periculosidade por todo o período imprescrito do
contrato de trabalho, como se apurar em regular liquidação de sentença, no valor correspondente a 30%
do salário do obreiro, bem como reflexos em férias, 13º salários e depósitos fundiários (a serem
depositados na conta fundiária do autor, por vigente a relação de emprego).

DEMAIS MATÉRIAS

Permanecendo o reclamante a laborar no prédio referido e nas condições apuradas, a ré deverá, no prazo
de 30 dias a contar do trânsito em julgado da presente, proceder à inclusão em folha de pagamento do
adicional deferido, sob pena de multa diária correspondente a 1/30 do salário mínimo nacional vigente,
em favor do autor.

Por sucumbente no objeto da perícia, deverá a reclamada arcar com os honorários do Sr.Perito Judicial,
ora arbitrados em R$3.200,00 (três mil e duzentos reais), sem prejuízo de juros e atualização monetária
até o efetivo pagamento, nos termos da legislação aplicável à espécie.

Aplicáveis à reclamada as prerrogativas do Decreto-lei 779/69 e do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97.

A reclamada deverá recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre as verbas deferidas nesta
decisão, autorizado o desconto do crédito do autor da alíquota que compete ao empregado, observado o
teor da Súmula 368 do C.TST. Recolhimentos fiscais em conformidade com a instrução Normativa
1127/2011 da RFB, não considerados na base de cálculo os juros (OJ 400 do C.TST).

DIREITO INTERTEMPORAL - INAPLICABILIDADE DA LEI 13.467/2017

Cumpre consignar que, os processos distribuídos antes da vigência da Lei no 13.467/2017, denominada
"Reforma Trabalhista", serão processados segundo as normas vigentes quando do ajuizamento do
processo, de forma a resguardar o direito da parte autora de avaliar os riscos e comprometimentos
patrimoniais de sua ação à data de sua distribuição. Dessa forma, as regras relativas à concessão da
Justiça Gratuita, sucumbência/sucumbência recíproca, custas processuais e despesas processuais por
pericias técnicas estabelecidas na Lei no 13.467/2017, não serão aplicadas aos processos em curso, como
na hipótese sub judice, ajuizados até 10.11.2017, em respeito ao principio constitucional da segurança
jurídica (Constituição Federal, art.5o, XXXVI). As demais normas processuais, desde que em
consonância com a Constituição Federal, serão aplicadas imediatamente a partir da vigência da nova lei.

EMBARGOS DECLARATÓRIOS PROTELATÓRIOS

Resta consignar que a interposição de Embargos Declaratórios pelas partes, com o objetivo de mero
reexame da prova e fatos já considerados pelo Juízo, bem como para revisão do mérito da decisão,
ensejará o reconhecimento de seu caráter protelatório, com a aplicação da multa de 1% sobre o valor
atualizado da causa, na forma do art. 1.026, § 2º do NCPC, sendo que "na reiteração de embargos de
declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até 10% sobre o valor atualizado da
causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa" (art.
1.026, § 3º do NCPC).

Pelo exposto, extingue-se com apreciação do mérito os pedidos relativos ao período anterior ao
quinquênio que antecedeu à propositura da presente ação, com fundamento no art.487, II do Código de
Processo Civil e, no mérito, julgo PROCEDENTE EM PARTE a presente reclamatória ajuizada por CÁ
SSIO MOTA ROCHA, para condenar a reclamada EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E
TELÉGRAFOSa pagar ao reclamante: adicional de periculosidade e reflexos, devendo proceder à
inserção do título em folha de pagamento sob pena de multa diária; na forma e nos limites da
fundamentação, que faz parte integrante do presente. Os valores serão apurados em regular liquidação de
sentença, observando-se os recolhimentos previdenciários e de imposto de renda mencionados na
fundamentação. Juros e correção monetária na forma da lei, considerado como termo inicial o mês
subseqüente ao fato gerador, nos termos da Súmula 381 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 18/06/2018 15:34 - b45dcdf
ID. b45dcdf
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18061317495059000000108189343 - Pág. 4
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18061317495059000000108189343
Documento assinado pelo Shodo

Por sucumbente no objeto da perícia, deverá a reclamada arcar com os honorários do Sr.Perito Judicial,
ora arbitrados em R$3.200,00 (três mil e duzentos reais), sem prejuízo de juros e atualização monetária
até o efetivo pagamento, nos termos da legislação aplicável à espécie.

Deferidos os benefícios da assistência judiciária ao reclamante, nos termos da Orientação Jurisprudencial


nº 331 da SDI-1, do C. TST e Súmula 5 deste Regional. Custas pela reclamada sobre o valor da
condenação ora arbitrado em R$50.000,00, no importe de R$1.000,00, das quais fica isenta na forma da
lei. Honorários advocatícios são indevidos, pois não foram atendidos os requisitos do art.14 da Lei
5584/70 (Súmulas 219 e 329 do C.TST). Reconhecida a natureza indenizatória das verbas contempladas
na presente decisão elencadas no artigo 28, § 9º, da Lei 8212/91. Registre-se. Intimem-se as partes.
Decorrido o prazo legal, ao E.TRT da 2ª Região, para reexame. Transitada em julgado, CUMPRA-SE.
Sentença assinada eletronicamente, nos termos da Lei n.º 11.419/2006, art. 8º, parágrafo único. Nada
mais.

SAO PAULO,18 de Junho de 2018


ELISA MARIA DE BARROS PENA
Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ELISA MARIA DE BARROS PENA - 18/06/2018 15:34 - b45dcdf
ID. b45dcdf
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18061317495059000000108189343 - Pág. 5
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18061317495059000000108189343
Documento assinado pelo Shodo

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS


Gerência Jurídica 3-SP/DEJUR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM. 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO


PAULO/SP.

PROCESSO Nº 1001743-58.2017.5.02.0064

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS, por


seu advogado que esta subscreve, nos autos da Reclamação Trabalhista ajuizada por CASSIO
MOTA ROCHA, inconformada com a r. sentença de fls., vem interpor, tempestivamente

RECURSO ORDINÁRIO

com fulcro no artigo 895 da Consolidação das Leis do Trabalho, ao Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da Segunda Região, a fim de merecer o reestudo da matéria e reforma da decisão que
lhe foi desfavorável.

DO DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS

Informa a recorrente que deixa de realizar o depósito recursal e


recolhimento de custas processuais, nos termos da r. decisão de fls., e, tendo em vista que o
Decreto-Lei nº 509/69 foi recepcionado pela atual Carta Magna, e, por consequência, a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos goza das prerrogativas concedidas à Fazenda Pública,
inclusive no tocante ao prazo em dobro para recorrer.

Ademais, considerando que o presente Recurso Ordinário está


sendo interposto no prazo estabelecido no artigo 895, “a” da CLT, verifica que se encontram
preenchidos todos os requisitos de admissibilidade do recurso, motivo pelo qual requer seja o
presente recebido também no efeito suspensivo, e seja determinado o regular processamento
com posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região.
1 de 40
RUA MERGENTHALER, N.º 592, BL. II, 21º ANDAR, VILA LEOPOLDINA, CEP 05311-900, SÃO PAULO
CONTENCIOSO TRABALHISTA – TEL. 43138137 - FAX 43138113.

Assinado eletronicamente por: ANDRE RAMPAZZO DE FREITAS - 03/07/2018 09:51 - 7b43111


ID. 7b43111
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18070309510393100000110028312 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18070309510393100000110028312
Documento assinado pelo Shodo

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS


Gerência Jurídica 3-SP/DEJUR

Nestes termos,
Pede deferimento.

São Paulo/SP, 03 de julho de 2018.

André Rampazzo de Freitas


OAB/SP 292.912

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS


RECORRIDO: CASSIO MOTA ROCHA
PROCESSO Nº 1001743-58.2017.5.02.0064

EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES

A presente ação foi julgada procedente em parte para condenar


a ora Recorrente a pagar ao Reclamante adicional de periculosidade de 30% com reflexos e
honorários periciais e advocatícios, além de condenada no recolhimento de custas e aplicação
de juros.

Não obstante o brilhantismo da MM. Vara em suas várias


decisões, causa surpresa a ora prolatada nos presentes autos, devendo data vênia, ser
reformada, senão vejamos:

2 de 40
RUA MERGENTHALER, N.º 592, BL. II, 21º ANDAR, VILA LEOPOLDINA, CEP 05311-900, SÃO PAULO
CONTENCIOSO TRABALHISTA – TEL. 43138137 - FAX 43138113.

Assinado eletronicamente por: ANDRE RAMPAZZO DE FREITAS - 03/07/2018 09:51 - 7b43111


ID. 7b43111
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18070309510393100000110028312 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18070309510393100000110028312
Documento assinado pelo Shodo

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS


Gerência Jurídica 3-SP/DEJUR

Ao contrário do esposado na r. sentença de 1º Grau, não há


provas nos autos que o Recorrido tenha laborado em atividade periculosa, muito pelo
contrário, Exas., consta no Laudo Pericial carreado aos autos que o Reclamante trabalhava
distante da área onde se encontra a sala com os tanques e o motogerador.

Portanto, doutos Desembargadores, o Reclamante NUNCA


EXERCEU NEM EXERCE ATIVIDADES NO 2º SUBSOLO DO REFERIDO PRÉDIO, MUITO
MENOS RELACIONADAS À MANUTENÇÃO DOS TANQUES. A parte Autora conforme consta
do próprio laudo pericial, TRABALHOU em local totalmente diverso e distante do local onde
se encontra o tanque mencionado pelo expert.

O trabalho da parte autora não apresenta absolutamente


nenhuma característica que o enquadre como perigoso, todavia, as atividades por ela
executadas foram enquadradas no seguinte dispositivo da respectiva norma regulamentadora
(NR 16):

“2-Para os efeitos dessa Norma Regulamentadora (NR)


entende-se como:
(...)
III-Armazenagem de inflamáveis líquidos em tanques ou
vasilhames:
(...)
b) arrumação de tambores ou latas ou QUAISQUER OUTRA
ATIVIDADES EXECUTADAS DENTRO DO PRÉDIO DE
ARMAZENAMENTO DE INFLMÁVEIS ou em recintos abertos e
com vasilhames cheios de inflamáveis ou não desgaseificados
ou decantados.”

Observa-se que o reclamante NUNCA se aproxima da sala ou


arredores dos tanques e motogeradores, todavia recebe como aquele que trabalha em uma
plataforma de petróleo que, de fato, se expõe a risco!

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O TRABALHO DA PARTE AUTORA NÃO ERA DE


MANUSEAR OU FAZER QUALQUER MANUTENÇÃO OU ATIVIDADES NO 2.º SUBSOLO
JUNTO DOS REFERIDOS TANQUES OU GERADORES, e, por isso não gera direito a
adicional de periculosidade.

Restou claro, portanto, inclusive pelo que consta do Laudo


pericial, que o Recorrido não realizava atividades com o manuseio de explosíveis e não
permanecia em área de risco proveniente de material explosivo, não havendo a
caracterização da periculosidade.

D. Julgadores, segundo o quadro de atividade e área de risco da


norma Regulamentadora nº 16 em seu anexo nº 2, item 3, são consideradas áreas de risco:

“(...)
a Poços de petróleo em produção de gás - círculo com raio de
30 metros, no mínimo, com centro na boca do poço.

b Unidade de processamento das refinarias - Faixa de 30


metros de largura, no mínimo, contornando a área de operação.

C Outros locais de refinaria onde se realizam operações com


inflamáveis em estado de volatilização ou possibilidade de
volatilização decorrente de falha ou defeito dos sistemas de
segurança e fechamento das válvulas - Faixa de 15 metros de
largura, no mínimo, contornando a área de operação;

d Tanques de inflamáveis líquidos - Toda a bacia de segurança;

e Tanques elevados de inflamáveis gasosos - Círculo com raio


de 3 metros com centro nos pontos de vazamento eventual
(válvula registros, dispositivos de medição por escapamento,
gaxetas).

F Carga e descarga de inflamáveis líquidos contidos em navios,


chatas e batelões - Afastamento de 15 metros da beira do cais,
durante a operação, com extensão correspondente ao
comprimento da embarcação.

g Abastecimento de aeronaves - Toda a área de operação.

H Enchimento de vagões –tanques e caminhões –tanques com


inflamáveis líquidos. Círculo com raio de 15 metros com centro
nas bocas de enchimento dos tanques.

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I Enchimento de vagões-tanques e caminhões-tanques


inflamáveis gasosos liquefeitos - Círculo com 7,5 metros centro
nos pontos de vazamento eventual (válvula e registros).”
(...)

Todavia, dispõe o item “S” da norma:

“S - Armazenamento de vasilhames que contenham


inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados, ou
decantados, em recinto fechado - Toda a área interna do
recinto. ...”(sic)

Assim, Nobres Julgadores, os geradores ficam instalados em


locais diferentes em que laborava a parte autora, não havendo a caracterização da
periculosidade, pois a condição de área de risco durante a realização das atividades do
Recorrido, inexiste, não havendo a formação de área interna do recinto.

Note-se, que o RECORRIDO PARA O DESEMPENHO DE


SUAS ATIVIDADES LABORAIS NÃO ADENTRAVA NO LOCAL ONDE SE ENCONTRA O
TANQUE, NÃO EXECUTANDO QUALQUER ATIVIDADE NO REFERIDO RECINTO.

Do exposto, o Recorrido não ficava exposta a agentes


perigosos, não havendo a condição de periculosidade na forma do Decreto Nº 93.412/86 e
aos agentes especificados na NR-16.

É válido registar importante observação que o Sr. Perito


destacou por meio da formulação de um desenho didático, para demonstrar que a periculosidade
se restringe a área da bacia de contenção, conforme se verifica do laudo produzido nos autos do
Processo nº 1001671-242017502.0015, movido por Sérgio Soares da Silva, em trâmite perante a
15ª VT/SP:

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Ora, somente o local onde está o tanque pode ser considerado


periculoso, não concordando a Recorrente com a condenação ao pagamento do adicional de
periculosidade e reflexos. Nesse sentido, inclusive, o entendimento que vem prevalecendo em
nossos Tribunais, vejamos:

“Periculosidade. Inflamável. Armazenamento. Recinto.


Prédio com vários pavimentos. Se as atribuições do
empregado não têm qualquer relação com a "atividade" de
armazenamento de inflamáveis, se não trabalhava na área
interna do recinto de armazenamento, mas noutro pavimento,
NÃO ESTÁ CARACTERIZADA, TECNICAMENTE, A
PERICULOSIDADE. O prédio não pode ser considerado, todo
ele, como "recinto" do armazenamento. Recinto é local fechado
e delimitado, é área compreendida dentro de limites
determinados. O recinto do armazenamento, portanto, é só
aquela área em que está armazenado o produto inflamável.
Periculosidade não configurada. (TRT 2ª R. RO nº
001150001520055020027 – 11ª T. Rel. Eduardo de Azevedo
Silva. Pub.20.04.2010). (grifo nosso)

De todo o exposto, com base na NR 16, resta claro que o Recor-


rido não realizava atividades com o manuseio de explosíveis e não permanecia em área de risco
proveniente de material explosivo, não havendo a caracterização da periculosidade.

Oportuno consignar a seguinte manifestação do E. TRT de


Minas Gerais, “ipsis litteris”:

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“Processo: RO/6310/90
Relator/revisor: Juiz Antônio Fernando Guimarães
Data alteração: 31/03/95
Ementa: adicional de periculosidade – o contato eventual ou
até mesmo o intermitente, com inflamáveis, não gera direito
ao adicional de periculosidade, em face do que dispõe o art.
193 da CLT que só considera perigoso o contato
permanente.” (grifos nossos).

Com a devida vênia, transcrevemos a Lei:

“Art. 193 – São consideradas atividades ou operações perigosas,


na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
Trabalho, aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho,
impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos
em condições de risco acentuado.”

O Mestre Valentin Carrion in Comentários à CLT (pág. 177),


quando leciona sobre o artigo supra, assim se manifesta sobre a incidência do adicional em
atividade que não tem contato permanente: “... inexiste se a exposição for eventual...”

Finalmente, pedimos vênia para transcrever interpretação do


Tribunal Regional do Trabalho da 03ª Região em julgamento que envolve a mesma situação,
restando claro que o Reclamante não faz jus ao adicional, “in verbis”:

“Ementa – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – PERÍCIA


A perícia que é alheia à previsão regulamentada é mera opinião
do perito, lastreando sua errônea conclusão de se estar diante
de periculosidade. Este Egrégio Regional reiteradamente aponta
que o enquadramento equivocado do expert, que fica ao largo
da previsão normada, é inválido, sendo ineficaz porque a
atribuição de regulação é do legislador, sem alcançar a
competência do perito, enquanto este tem de limitar-se à sua
atividade que, como auxiliar do Juízo, apura a matéria e tem de
enquadrá-la como previsto pelo legislador, já que
descredenciado dessa tarefa” (RO 4649/01 – Rel. Juíza Emília
Facchini – julg. 22/05/2001 – Eduardo Antônio do Nascimento X
Magnecon Telecomunicações e Empreendimentos Ltda.) –
(grifos nossos).

Nos termos do artigo 436 do Código de Processo Civil, aplicado


subsidiariamente no processo do trabalho, observa-se que o juiz não está obrigado a decidir com

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base no laudo pericial, podendo formar seu convencimento com outros elementos ou provas
constantes nos autos.

No presente caso verifica-se uma avalanche de ações com o


mesmo intuito, já que o edifício abriga um número considerável de empregados, bem como a
emissão de diversos Pareceres Técnicos, produzidos inclusive por Peritos Judiciais, que atestam
que inexiste unidade de edificação, conforme erroneamente levou a crer a presente demanda.

Destaca-se: A SALA DO TANQUE DE COMBUSTÍVEL E DOS


GERADORES ESTÁ FORA DA PROJEÇÃO DOS EDIFÍCIOS, OU SEJA, A SALA NÃO ESTÁ
ABAIXO DA EDIFICAÇÃO NA QUAL O RECORRIDO TRABALHOU.

Não obstante o laudo tenho concluído de forma diversa foi apre-


sentado Auto de inspeção realizada pelo R. Juízo da 52ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP nas
dependências da ECT, que fundamentou a Sentença de improcedência de pedido de adicional
de periculosidade formulado nos autos do processo nº 0000202820155020052, nos moldes tra-
dos na presente demanda, após constatação de que o referido tanque se encontra de fato fora
da projeção dos demais blocos.

Mesmo que assim não o fosse, a pretensão obreira encontra


óbice nos termos da Súmula 364 do C. Tribunal Superior do Trabalho, uma vez que não há
ingresso do recorrido no subsolo onde estavam instalados os tanques.

Sobre tema é oportuno rememorar que a sala em que os tan-


ques de combustível estão instalados está em recinto totalmente diverso do qual trabalhava o
Recorrido, bem como, fora da projeção dos blocos. A constatação é possível através da imagem
que segue, trazendo o lay out do edifício:

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Foto da fachada externa acima das instalações, local de abaste-


cimento e respiro:

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Reitera-se que o tanque de óleo mencionado encontra-se em


área isolada, com acesso permitido apenas aos empregados que cuidam da manutenção, e de-
vidamente equipados (EPI's), não sendo o caso do recorrido.

Tal situação gera uma insegurança jurídica e deve ser anali-


sada com cautela, evitando uma onerosidade indevida para União!

DA INEXISTÊNCIA DE RISCO

A ECT vem realizando mudanças constantes para tentar


adequar as instalações às normas, porém elas mudam constantemente e impedem uma
solução do impasse com base na boa-fé.

Hora se exige a instalação de uma bacia de contenção,


hora se exige a diminuição da capacidade do tanque, mas aparentemente não há uma
preocupação com a segurança propriamente dita!

O adicional de periculosidade deve ser determinado em


face do risco ao qual o empregado é submetido por ocasião do trabalho por ele executado.
No caso de instalações inseguras a medida a ser adotada seria de lacre da área e não
pagamento de adicional. Tal situação não ocorreu, uma vez inexistente o perigo!

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O tema já é de conhecimento público, porém o judiciário,


adotando uma postura paternalista, analisa a questão de forma supérflua, enquadrando a
situação em uma norma inadequada e gerando benefícios e expectativas sem qualquer
fundamentação legal.

Sobre o tema, oportuno colacionar o seguinte texto, publicado


no site http://www.viaseg.com.br/artigos/artigo_vendrame_152.htm (acessado em 02/03/2016)
por um expert sobre o assunto:

“O reiterado erro que pode se tornar jurisprudência


Antonio Carlos Vendrame

A periculosidade por inflamáveis é devida àqueles que ingressam


em área de risco por inflamáveis líquidos ou gasosos de forma permanente e
em condições de risco acentuado, nos estritos termos do art. 193 da CLT. A
Norma Regulamentadora nº 16 (NR-16) da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do
Trabalho, regulamenta o tema com maior profundidade, definindo quais os
trabalhadores que fazem jus ao dito adicional, bem como elenca quais as
áreas de risco.

Grande parte dos prédios comerciais possui um conjunto de


motogeradores alimentados por óleo diesel, destinados a suprir o consumo
de energia elétrica em eventuais panes ou quedas da rede. O combustível que
supre tais geradores, normalmente, é oriundo de pequenos tanques aéreos
instalados junto a eles, ou em sala própria no interior da edificação.

Estão se tornando um modismo, na Justiça do Trabalho, os pedidos de


periculosidade por empregados que laboraram em tais edifícios, ainda que
estes jamais tenham ingressado nestas áreas de risco. O julgamento técnico
distorcido de alguns profissionais tem caracterizado a periculosidade por
inflamáveis a todos os trabalhadores de um prédio, independentemente do
pavimento onde laborem, pelo simples fato da existência de geradores ou
tanques em seu pavimento térreo ou subsolo.

Seria até razoável caracterizar a periculosidade por inflamáveis para


aqueles trabalhadores que tenham ingressado no recinto onde se encontram
os ditos tanques, ainda que a legislação estabeleça como área de risco
somente a bacia de segurança do tanque. Ocorre que os profissionais têm
justificado seu pretenso enquadramento com base na letra “s” do item 3 do
anexo 2 da NR-16, que trata especificamente de vasilhames e não tanques.
Tanques são equipamentos estacionários, ao contrário de vasilhames que
podem ser movimentados, daí a legislação estabelecer enquadramentos
distintos para ambos. Uma vez que o tanque é estacionário, a área de risco
está restrita à bacia de segurança; no caso dos vasilhames, como são
movimentáveis, a área de risco propaga-se por todo o recinto interno. Aliás,
compreenda-se como recinto interno o espaço delimitado por paredes, piso e
teto.

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Os enquadramentos realizados consideram os edifícios como um único


recinto, de forma a validar a periculosidade em todos os seus andares,
independentemente dos tanques estarem no térreo ou subsolo e o
trabalhador prestar seu labor, por exemplo, no 20º andar! Na realidade, é um
desatino considerar um edifício, em sua totalidade, como único recinto
fechado; pior, ainda, é utilizar a justificativa de que o edifício está interligado
internamente através de escadas, elevadores, corredores e portas. Ora, será
que existe algum prédio cujos andares não sejam interligados por escadas,
elevadores, corredores e portas? Tal modelo de prédio é surreal, pois todos
os andares seriam totalmente fechados (uma vez que não possuiria escadas,
elevadores, corredores ou portas), impedindo, inclusive, o acesso de
pessoas...

Outro erro é utilizar-se de critérios não previstos na legislação aplicável,


a exemplo da NR-20, para justificar a periculosidade. É fato que a NR-20,
através do item 20.2.7. veda a disposição de tanques de inflamáveis aéreos no
interior de edifícios, exceto sob a forma enterrada, assim como o item 20.2.13.
Preceitua que somente podem ser armazenados, dentro de um edifício,
vasilhames com capacidade máxima de 250 litros; porém, tais proibições já
são apenadas por multas específicas, inexistindo qualquer menção legal de
que tais descumprimentos, por si só, sejam requisitos para a caracterização
da periculosidade por inflamáveis.

É temerário falarmos nas conseqüências de incêndio ou explosão


originada no subsolo de um prédio com relação aos demais andares. O
opinamento técnico toma rumo de palpite quando, sem qualquer base
técnico-científica, argumenta-se sobre as conseqüências de eventual incêndio
ou explosão para ratificar um enquadramento. Há estudos específicos, na
área de gerência de riscos, que estimam quais os impactos de um incêndio ou
explosão.

A análise do perigo ou a demonstração da cadeia de relação causa e


efeito entre o exercício do trabalho e o acidente é requisito exigido na análise
da periculosidade por força da Portaria nº 3.311, de 29-11-89 do Ministério do
Trabalho, em sua Instrução para elaboração de laudo de insalubridade e
periculosidade, subitem 6.1.

Normalmente, os laudos periciais apresentados restringem-se à simples


inspeção visual no local de trabalho, somente para constatar a existência do
inflamável, que passou a ser o único requisito para enquadramento da
periculosidade.

Adicionalmente, os trabalhos periciais têm se distanciado do art. 193 da


CLT. Remontando aos primórdios da instituição do adicional de
periculosidade por inflamáveis, a intenção do legislador, ao criá-lo, foi a de
remunerar os empregados da Petrobrás pelo perigo a que se expunham nas
plataformas, refinarias e outros correlatos. Atualmente, presenciamos o
enquadramento da periculosidade para instalações de comércio, bancos e até
mesmo prestação de serviços.

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Por outro lado, são desprezados os diversos equipamentos de proteção


coletiva existentes nos prédios, tais como:
• luminárias à prova de explosão;
• sistemas de ventilação forçada;
• detetores de fumaça;
• alarmes de incêndio;
• portas corta-fogo;
• bacias de segurança;
• sinalização visual;
• iluminação de emergência;
• extintores, sprinklers e hidrantes;
• brigada treinada e bombeiros profissionais.

Infelizmente, não se distingue o risco do perigo, entendendo ambos os


conceitos como sinônimos, o que se constitui em erro crasso. Riscos são
inerentes ao nosso cotidiano, todos estamos sujeitos a diversos riscos; no
entanto, estes podem ser tecnicamente administrados de forma a não se
constituir perigo. Perigo é o risco fora de controle, para o qual não há
medidas capazes de reduzir seu potencial catastrófico.

É razoável acreditar que na eventualidade de um princípio de incêndio,


haveria vários fatores agindo simultaneamente na prevenção e controle do
risco, quais sejam:
• imediata atuação da Brigada de Incêndios,
composta por empregados treinados;
• imediata atuação dos bombeiros profissionais
existentes no quadro de empregados;
• alarme sonoro indicativo de princípio de
incêndio, interligado à central de segurança;
• abandono do prédio pelos empregados, que
periodicamente são treinados em exercícios simulados;
• detetor de fumaça indicativo de princípio de
incêndio, interligado à central de segurança;
• utilização de extintores portáteis para combate
ao princípio de incêndio;
• utilização de hidrantes no combate ao
incêndio;
• acionamento automático dos sprinklers, que
também agiriam no combate ao incêndio;
• finalmente, acionamento do Corpo de
Bombeiros.

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Analogias como as que têm sido realizadas, fatalmente levariam à


enganosa conclusão de que qualquer prédio se constituiria em área de risco,
uma vez que todo prédio comercial possui sistema de geradores auxiliares
para suprir eventuais panes de energia elétrica e tais geradores, fatalmente,
são alimentados por algum tipo de combustível.

No mundo moderno, o homem constantemente ingressa em áreas de


risco, seja quando abastece seu veículo ou viaja de avião, seja quando se
encontra em sua residência, onde sempre há uma dispensa com vários litros
de inflamáveis, tais como álcool, querosene, cera etc.
Estes enquadramentos distorcidos, pelas reiteradas ocorrências, têm
inclinado a própria justiça a reconhecer como legal uma condição temerária
sob o ponto de vista técnico. Em várias situações anteriores, já vimos a
justiça transformando aberrações técnicas em jurisprudência, pelo uso
continuado de opiniões tecnicamente discutíveis.
Antonio Carlos Vendrame
Engenheiro Químico e Engenheiro de Segurança do Trabalho. Professor dos
Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Medici-
na do Trabalho e Enfermagem do Trabalho. Perito da Justiça do Trabalho,
Justiça Cível e Justiça Federal com mais de 600 trabalhos realizados. Colunis-
ta e articulista de várias revistas especializadas em Segurança e Direito do
Trabalho. Diretor da Vendrame Consultores Associados. e-
mail:perito@vendrame.com.br
Livros publicados:
"Curso de Introdução à Perícia Judicial", "Aposentadoria Especial - com enfo-
que em segurança e medicina do trabalho" e "Acidentes Domésticos - Ma-
nual de Prevenção", pela Editora LTr.”

Resta patente, pois, o caráter meramente econômico que


foi atribuído à causa, de grande impacto aos cofres da União.

Ainda com relação ao tema, há que ser considerada a


estrutura diferenciada do prédio da ECT, posto que construído com rigorosas
especificações técnicas vigentes à época, apresenta resistência diferenciada e acima
daquelas encontradas em construções mais modernas, o que justificaria a aplicação de
normas diferenciadas.

Essa questão específica que fundamentou a decisão


proferida, quando o R. Juízo admitiu a possibilidade de danos a edificação por inteiro,
NÃO ESTÁ AMPARADA EM DADOS TÉCNICOS, mas em mera opinião e, por isso URGE
POR REVISÃO!

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Em face do exposto, resta evidente a necessidade de


revisão da decisão proferida!

DA SUBSTITUIÇÃO DO TANQUE DE 10.000 LITROS PELO TANQUE DE 2.000 LITROS DE


ACORDO COM A NR-16

Diante dos argumentos anteriormente dispostos a necessidade de revisão


já se encontra devidamente fundamentada, todavia, por mera formalidade e em face da
devolução da matéria impende repisar os fatos descritos em Contestação.

Não bastassem os argumentos esposados pelo Reclamante, mais um


motivo para que a r. sentença que equivocadamente reconheceu a periculosidade seja
reformada está no fato de que a Reclamada, ora Recorrente teve substituído o tanque
anteriormente existente (10.000 litros) por um novo tanque atualmente com capacidade de
2.000 litros (conforme doc. “Relatório Técnico nº 2161/2015-SCOP/SUENG/GEREN/DR/SPM”,
datado de 27/03/2015), emitido pela Gerência de Engenharia da Reclamada, portanto, à bem da
justiça esta Recorrente não pode admitir que haja condenação para o pagamento de adicional de
periculosidade, uma vez que, conforme esposado não esta caracterizada a situação de perigo
em razão da falta das condições e fatores necessários para tanto.

Não bastasse essa primeira razão, a substituição do tanque de 10.000


litros confirma a regularidade da situação.

Entretanto, caso não seja esse o entendimento de V.Exas., em que pese


possa ser a Reclamada condenada ao pagamento do referido adicional em razão das parcelas
vencidas, não poderá ser condenada a pagar pelas parcelas vincendas, vez que, de acordo
com o Anexo 2 da NR-16, o limite aceito para tanques de combustíveis é de até 3.000 litros
e houve a substituição do tanque por outro, atual, de 2.000 litros, ou seja, dentro do limite
autorizado pela referida NR.

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Portanto, tais razões justificam e fundamentam a reforma da decisão do


MM. Juízo “a quo”, para considerar IMPROCEDENTE A PRESENTE RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA, ou que a reforma da condenação de modo que se seja excluída do pagamento o
adicional de periculosidade para as parcelas vincendas, devendo permanecer tão somente para
as parcelas vencidas até, enquanto existiu o tanque de 10.000 litros, ou seja, até 07/03/2015.

Oportunamente convém transcrever trecho da r. decisão proferida pelo


MM. Juízo da 46.ª VT/SP, nos autos do Processo nº 003142-38.2013.5.02.0046, no qual concluiu
que não estão presente as condições para deferimento do Adicional pleiteado, conforme seus
esclarecimentos e fundamentos. Vejamos:

“(...)
No caso em julgamento, consoante artigo 193 da CLT, não se
pode deferir o pagamento de adicional de periculosidade sem
que o Ministério do Trabalho enquadre a área como de risco e a
atual redação da R-20 assim estabelece acerca dos tanques de
líquidos inflamáveis:
20.17 Tanque de líquidos inflamáveis no interior de edifícios
20.17.1 Os tanques para armazenamento de líquidos inflamá-
veis somente poderão ser instalados no interior dos edifícios sob
a forma de tanque enterrado e destinados somente a óleo die-
sel.
20.17.2 Excetuam-se da aplicação do item 20.17.1 os tanques
de superfície que armazenem óleo diesel destinados à alimenta-
ção de motores utilizados para a geração de energia elétrica em
situações de emergência ou para o funcionamento das bombas
de pressurização da rede de água para combate a incêndios,
nos casos em que seja comprovada a impossibilidade de insta-
lá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do edifício.

Logo, diversamente do que concluiu o perito em seu laudo, não


se pode equiparar a presente situação a dos vasilhames exis-
tentes em recinto fechado, por existir expressa previsão acerca
da licitude do armazenamento de óleo diesel destinado à ali-
mentação de motores em tanques não enterrados, ainda que
com volume de 250 (duzentos e cinquenta) litros cada.

Reformulando entendimento anterior, entendo que pela própria


regulamentação técnica do armazenamento de inflamáveis, não
se pode equiparar o assim denominado vasilhame (item s
da NR-16) ao tanque não enterrado de inflamáveis líquidos
(item d da NR-16), sendo que inexiste na atualidade qual-
quer limitação de no máximo 250 (duzentos e cinqüenta) li-
tros para armazenamento em cada tanque não enterrado,
mas apenas o limite máximo de 3.000 litros por tanque (item

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20.17.2.1 “d” da NR-16), o qual era devidamente observado


na Unidade em questão.
Evidente assim que se não há o armazenamento acima do limite
legal, não há como se falar em área de risco em toda a área in-
terna da construção vertical, nos termos do anexo 2 da NR-16,
mas apenas na assim denominada bacia de segurança, local em
que a Autora não se ativava.

Do contrário, se o mero armazenamento de inflamáveis líquidos


em recinto fechado fosse suficiente para o enquadramento da
condição de risco acentuado na forma do art. 193 da CLT, inde-
pendentemente da quantidade e da observância dos limites le-
gais, toda e qualquer atividade desempenhada em residências,
por exemplo, seria considerada perigosa, o que sequer pode ser
considerado razoável.

Ademais, a própria NR-16 é clara ao estabelecer que , por


exemplo, as operações de transporte de pequenas quantidades
de líquidos inflamáveis, ou seja, até o máximo de 200 (duzentos)
litros sequer são consideradas em condições de periculosidade
(item 16.6), o que se constitui em mais um relevante indício de
que também não é razoável que a mera existência de tanques
no subsolo com o total de 250 (duzentos e cinquenta) litros ca-
da, nos exatos limites estabelecidos pela NR-20, seja suficiente
para enquadrar a área de trabalho da Autora em um dos anda-
res do prédio comercial como de risco acentuado na forma do
art. 193 da CLT.
Posto isso, rejeito o pedido formulado na petição inicial.(...)” (gri-
fo nosso)

Nota-se que se o limite estabelecido pelo NR-16 é de até 3.000


litros para o tanque, e comprovada a existência de um tanque de 2.000 litros no local, no
mínimo não há que se falar em periculosidade a partir da referida substituição, conforme noticiou
a Reclamada.

Assim, reitera a Recorrente que nem o local onde o Reclamante


trabalha nem suas atividades se caracterizam como “perigosas”, entretanto, considerando a
atual situação da edifício da Reclamada, a qual providenciou a substituição por um tanque de
2.000 litros, menor que o limite permitido pela referida NR-16, justifica a reforma da r. decisão de
1.º grau de forma que a ação seja julgada totalmente improcedente.

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Caso não seja esse o entendimento dos Doutos Desembargadores,


requer seja limitada a existência da periculosidade considerando o período imprescrito e como
termo final, a data em que o tanque de 10.000 litros foi substituído.

Dessa forma, deverá a r. sentença ser reformada para absolver a


Recorrente do pagamento de adicional de periculosidade e reflexos, ou alternativamente, seja
excluída da condenação o adicional para as parcelas vincendas.

Essa é inclusive a jurisprudência uníssona deste E. TRT 2ª região, da


qual cumprimos transcrever trecho do v. acórdão lavrado pela 11ª Turma:

“2 - DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
E DOS HONORÁRIOS PERICIAIS
A recorrente alega que tem direito ao adici-
onal de periculosidade. Argumenta que o segundo
subsolo do bloco II, local onde ficam armazenados
os tanques de líquido inflamável, é comum aos blo-
cos I, II e III, devendo ser considerada como área de
risco todos os pavimentos de todos os blocos. Aduz
que o armazenamento do material inflamável não
observou as prescrições estabelecidas pelas NRs 16
e 20.
Em que pesem os argumentos da obreira, não lhe
assiste razão.
A perícia elaborada pelo auxiliar do juízo demonstra
que a reclamante, no exercício do cargo de operado-
ra de teleatendimento, trabalhava no bloco I, térreo,
situado na Rua Mergenthaler, 592. Esclareceu o pe-
rito que competia à autora “...realizar o aten-
dimento telefônico dos clientes da
reclamada (área de atendimento de manifestações),
bem como ouvir e registrar reclamações no siste-
ma...” (fl.117).
No complexo onde a reclamante trabalhava existem
três blocos independentes, porém interligados no
segundo subsolo. Informou o perito que “...No 2º
subsolo da edificação (Bloco 2) foi possível observar
a existência de 3 geradores de 355 KVA e um tan-
que de 10.000 litros de óleo diesel, líquido inflamá-
vel. O tanque está instalado no interior de dique de
contenção, aterrado, com respiro voltado para a
área externa e em ambiente com iluminação
blindada. (...) Na sala ao lado existem outros dois
geradores de 438 KVA, sendo que cada um deles

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possui um tanque acoplado com capacidade para


900 litros de óleo diesel....” (fl.116).

Analisado o local de trabalho e as atividades exerci-


das pela obreira, bem como consideradas as infor-
mações prestadas pela representante da ré presente
no momento da vistoria, concluiu o perito que:
“...A reclamante não desenvolve atividade de risco,
segundo a NR-16 da Portaria 3.214/78 do MTE. A
reclamante atua no Bloco 1 do complexo e nesse lo-
cal não ocorre o armazenamento de explosivos ou
líquidos inflamáveis. Este profissional classifica co-
mo área de risco o bloco 2 (local do armazenamento
do líquido inflamável), mas a reclamante não desen-
volveu atividades nesse local...” (fl.117)

Com efeito, como se depreende do laudo,


havia armazenamento de inflamáveis acima do limite
de tolerância permitida na NR 20. A resposta ao
quesito 7 do autor, fl.118v, ratifica que o tanque de
óleo diesel não está instalado de acordo com nor-
mas de segurança.

Porém, tal fato não permite reconhecer como área


de risco todo o complexo formado pelas três
edificações verticais. As condições perigosas
capazes de autorizar o deferimento do adicional de
periculosidade estão limitadas à área interna do edi-
fício vertical onde estão localizados os
tanques de armazenamento que não observam
os limites impostos pelas normas de segurança. É
presumível, de forma objetiva, o risco de colapso do
edifício vertical em caso de eventual incêndio, explo-
são ou sinistro decorrente da irregularidade no
acondicionamento do material inflamável. Todavia,
tal presunção é mitigada de forma significativa
quando se trata de prédio anexo ou próximo àquele
onde ocorre o armazenamento dos produtos infla-
máveis.
Vale dizer, caso o armazenamento do produ-
to inflamável ocorra fora da projeção vertical do edi-
fício, não há como se reconhecer a periculosidade.
Nesse sentido, o entendimento consubstanciado na
OJ n.385, SDI-1, C.TST, abaixo transcrita:
385. Adicional de periculosidade. Devido. Armaze-
namento de líquido inflamável no prédio. Construção
vertical. (DeJT 09/06/2010)

É devido o pagamento do adicional de periculosida-


de ao empregado que desenvolve suas atividades

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em edifício (construção vertical), seja em pavimento


igual ou distinto daquele onde estão instalados tan-
ques para armazenamento de líquido inflamá-
vel, em quantidade acima do limite legal, conside-
rando-se como área de risco toda a área interna da
construção vertical.
Esse também é o posicionamento do C.TST, no que
se refere ao armazenamento de inflamáveis fora dos
limites estabelecidos nas normas de segurança e em
prédio anexo, próximo ou interligado ao da presta-
ção de serviços do trabalhador, como se nota das
ementas abaixo:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO
DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO ANTES
DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. NULI-
DADE. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDI-
CIONAL. O Regional enfrentou e analisou os pon-
tos da matéria debatida com fundamentação jurídica
suficiente a embasar o entendimento adotado,
restando incólume o art. 93, IX, da Constitui-
ção Federal a merecer enfrentamento nos
termos da Orientação Jurisprudencial nº 115 da
SBDI-1/TST.
(...)
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
Na hipótese dos autos, conforme esclarecido pelo
Regional, a sala do "grupo motogerador", bem
como o "tanque de óleo diesel", não estão
localizados na construção vertical (edifício principal),
onde o autor efetivamente desenvolvia suas ativida-
des, mas em área externa, anexa, próxima. O
órgão uniformizador de jurisprudência interna
corporis desta Casa - a SBDI - já firmou entendimen-
to no sentido de que a sua Orientação Jurispruden-
cial nº 385 não abrange hipótese em que o tanque
de combustível esteja situado em prédio anexo, em-
bora com subsolo comum ao prédio em que
se ati empregado. Precedentes.
(...)
"RECURSO DE EMBARGOS. ADICIONAL DE PE-
RICULOSIDADE - ARMAZENAMENTO DE INFLA-
MÁVEIS EM PRÉDIO ANEXO AO QUE SE ATI-
VAVA O RECLAMANTE - APLICAÇÃO DA
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 385 DA
SBDI-1 - IMPOSSIBILIDADE. O entendimento
contido na Orientação Jurisprudencial nº 385 da
SBDI-1 se refere a construção vertical, e, portanto,
não abrange hipótese em que o tanque de combus-
tível está situado em prédio anexo, embora com
subsolo comum ao prédio em que se ativava o re-

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clamante. Recurso de embargos conhecido e provi-


do. (E-ED-RR - 312-67.2010.5.04.0008 , Rela-
tor Ministro: Renato de Lacerda Paiva, Data
de Julgamento: 10/04/2014, Subseção I Espe-
cializada em Dissídios Individuais, Data de
Publicação: DEJT 02/05/2014).
No mais, o fato de a portaria principal, por onde a
autora adentrava ao serviço, estar localizada no blo-
co II não permite reconhecer o direito ao adicional de
periculosidade. A autora não permanecia no local,
mas somente transitava por ele por alguns minutos
no início e fim do expediente.
Da mesma forma, eventual localização do refeitório
no bloco II,
não autoriza o deferimento do adicional de periculo-
sidade. Na hipótese, a
reclamante cumpria jornada de seis horas, com 20
minutos de intervalo. Ainda que o refeitório fosse
comum a todos os prédios e se localizasse no bloco
II, o tempo de permanência da reclamante no refeitó-
rio era extremamente reduzido.
Reitero que a obreira trabalhava em outro andar e
em outro bloco. Portanto, considerando um tempo
médio de deslocamento de ida e volta de 10 min
utos, eventual permanência da obreira no refeitório
ocorria por tempo extremamente reduzido, afastando
o direito ao adicional de periculosidade.

Nesse sentido, o direcionamento contido na Súmula


n.364, C.TST:

364 - Adicional de periculosidade. Exposição even-


tual, permanente e intermitente. (Conversão das
Orientações Jurisprudenciais nºs 5, 258 e 280 da
SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005. Cancelado o
item II e dada nova redação ao item I - Res.
174/2011 - DeJT 27/05/2011)
Tem direito ao adicional de periculosidade o empre-
gado exposto permanentemente ou que, de forma
intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevi-
do, apenas, quando o contato dá-se de forma even-
tual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo
habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
(ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 -
e 280 - DJ 11.08.2003. Nova redação - Res.
174/2011 - DeJT 27/05/2011)

Ante o exposto, verificando-se as condições de tra-


balho, necessário concluir que a reclamante não

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
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exercia suas atividades em condições de risco acen-


tuado, sendo devido o adicional de periculosidade de
30%.
Assim, mantenho a sentença que ratificou a conclu-
são do laudo pericial no particular. Indevido o paga-
mento do adicional de periculosidade e reflexos.
Mantenho”

No momento, faz-se oportuno transcrever o inteiro teor do acórdão


relativo ao processo nº 0002807-45.2013.5.02.0005, que delineia a jurisprudência acerca do
tema, conforme segue:

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Também é oportuno registrar as decisões proferidas pelos acórdãos


nº 20160415092 e nº 20160429808, nos julgamentos dos Recursos Ordinários interpostos nas
reclamações trabalhistas nº 0001091-02.2014.5.02.0052 e nº 0002070-63.2014.5.02.0019, cujas

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publicações foram realizadas, ambas, no DOE de 28/06/2016. Pedimos vênia para transcrever
trechos das decisões:

Acórdão nº 20160415092:
“(...)
O tanque de combustível existente na ré tem como finalidade a geração de
energia elétrica, como reconhecido pelo I. Perito em seu laudo (fl. 275, ver-
so), razão pela qual, caso comprovada a hipótese de impossibilidade de ser
enterrado, não faria jus a obreira ao adicional pretendido.
Logo, ante a novel redação da Norma Regulamentadora, revi o posiciona-
mento anteriormente adotado no que tange a tais casos.
Entretanto, entendo que a prova da impossibilidade de enterramento do tan-
que deve ser feita pela reclamada, eis que se trata de fato impeditivo do direi-
to vindicado pela parte autora, mas desse mister ela não se desvencilhou.
Inobstante isso, a reclamada comprovou que a sala de armazenamento
do tanque e dos geradores não fazia parte da projeção vertical na qual o
autor trabalhava, pois se situava no subsolo de área sem qualquer
construção no térreo.
Deste modo, considerando-se que o I. perito afirmou que a área de risco
é a projeção vertical sobre a sala na qual se localiza o tanque e, estando
referida sala destacada de qualquer outra construção que compõe o ter-
reno da reclamada, não há falar em direito à percepção do adicional de
periculosidade.
Destarte, provejo o apelo da reclamada para excluir da condenação o paga-
mento de adicional de periculosidade e reflexos.
Vale destacar que o Juízo não está adstrito às conclusões do laudo pericial,
nos termos do art. 436 do CPC/73, atual art. 479 do NCPC.
(...)” (grifamos e negritamos)

Acórdão nº 20160429808:

“(...)
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A reclamante afirmou, na petição inicial, que labora no Bloco I, do Edifício
Sede da reclamada, situado no Município de São Paulo, alegando que have-
ria no subsolo do prédio um tanque de armazenagem de óleo diesel, com ca-
pacidade de 10.000 litros (fls. 04/05). Pediu a condenação da reclamada ao
pagamento de adicional de periculosidade, por entender que estaria exposta
a risco.
A recorrente, em sua defesa, alegou que somente o local onde está o tanque
se caracteriza como perigoso, e a ele a reclamante não tinha acesso, reve-
lando a planta do complexo que a sala de geradores de energia está fora da
projeção horizontal dos três blocos.
Após realização de vistoria no local de trabalho da reclamante, o d. perito
concluiu o seguinte (fl. 252, sic):
“As atividades desenvolvidas pelo Reclamante Silvana Aparecida Chiareli de
Barros nas instalações da Reclamada como Operador de Teleatendimento II

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(Agente de Correios) no período imprescrito trabalhado, não constatado


tanque aéreo de óleo diesel alimentando gerador de emergência na pro-
jeção horizontal dos Blocos I, II ou II, não são periculosas, pela Portaria nº
3.214, de 08 de junho de 1978, do TEM NR – 16 e NR – 20”.
Deve-se registrar, ainda, que o d. perito esclareceu, em réplica, que as
salas de GMC (motogeradores) encontravam-se fora da projeção hori-
zontal do Bloco I e do Bloco II (fl. 420), localizados no segundo subsolo,
conforme indicam os croquis à fl. 419 – verso.
A reclamante trabalhava, portanto, em prédio vertical distinto do local onde
havia o armazenamento de inflamáveis, presumindo-se que os blocos sejam
independentes física e estruturalmente...
(...)” (grifamos e negritamos)

Neste sentido, o Colendo Tribunal Superior do Trabalho proferiu


decisão que afastou o adicional de periculosidade. Citada decisão aborda situação fática IGUAL
a ora discutida nos autos, vejamos:

"RECURSO DE EMBARGOS. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE -


ARMAZENAMENTO DE INFLAMÁVEIS EM PRÉDIO ANEXO AO QUE SE
ATIVAVA O RECLAMANTE - APLICAÇÃO DA ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL Nº 385 DA SBDI-1 - IMPOSSIBILIDADE. O
entendimento contido na Orientação Jurisprudencial nº 385 da SBDI-1 se
refere a construção vertical, e, portanto, não abrange hipótese em que o
tanque de combustível está situado em prédio anexo, embora com subsolo
comum ao prédio em que se ativava o reclamante. Recurso de embargos
conhecido e provido.
(EED-RR - 312-67.2010.5.04.0008 , Relator Ministro: Renato de Lacerda
Paiva, Data de Julgamento: 10/04/2014, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 02/05/2014).

Transcreve-se ainda trecho do v. acórdão, posto que a Colenda Turma


do Tribunal Regional do Trabalho da 04ª Região aplicou o entendimento consolidado na OJ 385
da SDI-1 ao caso concreto, no mais estrito cumprimento do Direito e da Justiça:

“(...)
2. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
Discorda a 1ª demandada da condenação ao pagamento de adicional de
periculosidade, entendendo que o autor não realizava atividades que o
deixavam exposto a agentes periculosos. Aponta que a decisão contraria as
conclusões periciais, as quais estabeleceram que não há previsão de
periculosidade para o exercício desenvolvido em prédios com tanques de
inflamáveis para consumo de geradores. Salienta que o local onde está
localizado o tanque apresenta cobertura móvel não configurando
tecnicamente área interna do prédio, sendo acesso daquele pelo subsolo
deste. Diferencia tanque de armazenamento de tanque de consumo,

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asseverando que a NR 20 é específica para tanques de armazenamento.


Refere que a utilização de tanques não pode ser comparada ao manuseio de
vasilhames. Diz que a área de risco para o tanque de consumo é toda a
bacia de segurança. Alega não ser o caso da OJ nº 385 da SDI-1 do TST,
porque acima da rampa de acesso não há construção vertical. Distingue risco
e perigo, argumentando que onde está o tanque não é área de risco passível
de mistura inflamável. Cita decisões.
Ao exame.
Cumpre fazer algumas considerações iniciais.
Nos moldes do art. 436 do CPC, de aplicação subsidiária, o julgador não está
adstrito ao laudo pericial, podendo firmar seu convencimento contrário ao
laudo pelos demais elementos de prova produzido nos autos. Por outro lado,
tem-se que a NR 20 regulamenta o armazenamento, manuseio e transporte
de líquidos combustíveis e inflamáveis, sem distinguir tanque de
armazenamento de tanque de consumo, sendo aplicável para ambas as
hipóteses. E, ainda, registre-se que o tanque em questão continha óleo diesel
com capacidade para 5.000L estando
situado na sala do grupo motor gerador (fl. 296).
De toda sorte, o perito técnico, nos laudos das fls. 293/299 e 341/342,
concluiu que o autor não desempenhou atividades com condições
classificadas como periculosas (fl. 298), esclarecendo que “A NR-16, em seu
Anexo 2, enumera as atividades e operações consideradas perigosas
por exposição a produtos inflamáveis, juntamente com a expressa
designação dos empregados que estão sujeitos à periculosidade, e
determinada as áreas consideradas de risco. [...] para exercer atividades
periculosas, no caso em questão, é necessário ingressar no recinto no
qual ocorre o armazenamento de líquido inflamável. Portanto, como o autor
não ingressava na Sala do Grupo Motor Gerador, entende este perito que as
suas atividades não eram periculosas” (fl. 297) (sublinhamos).
No laudo complementar, acrescenta que “apesar da instalação do tanque não
atender à NR-20, não podem as atividades do autor serem classificadas
como periculosas, visto não haver enquadramento na NR-16” (fl. 342).
O expert salienta ainda que “Diariamente, o reclamante circulava na laje que
serve de piso de circulação e embaixo da qual está situada a sala do grupo
motor gerador. Ele circulava também, 01 vez por semana, na loja da Brasil
Telecom, sendo que abaixo do piso desta loja situa-se a área do tanque de
Óleo Diesel” (fl. 296) (sublinhamos).
Conforme o item 3, d, do Anexo 2 da NR 16 da Portaria nº 3.214/78, a área
de risco para atividades relativas a tanques de inflamáveis líquidos é a bacia
de segurança.
Assim fundamentou a julgadora de origem a sua decisão, ao deferir ao
reclamante o pagamento do adicional de periculosidade:
“Ademais, tratando-se de edifício em construção vertical, não se sabe
se a laje de separação de andares é suficiente para isolar os efeitos de
virtual explosão.
Na eventualidade de incêndio ou explosão, o risco é acentuado para
todos os que trabalham em edificação vertical, se não atendidas as
normas de segurança. Sob esse prisma, pouco importa se o andar em
que trabalha o empregado fica próximo ou distante do tanque de
armazenamento.

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In casu, o tanque não enterrado - suspenso, instalado em subsolo de


edificação vertical, com armazenamento em quantidade superior à
permitida pelas normas de segurança, dá direito ao reclamante à
percepção do adicional de periculosidade” (fl. 385-verso).
No caso em análise, pode-se inferir, pelas fotos e manifestação do perito
assistente à fl. 306, que a sala do “grupo motor gerador”, bem como o
“tanque de óleo diesel”, não estão localizados na construção vertical (edifício
principal), onde o autor efetivamente desenvolvia suas atividades,
mas em área externa, com rampa de acesso para veículos, sendo que a
comunicação ao prédio principal se dá através do subsolo, tratando-se,
portanto, de construções distintas.
Afora isso, em resposta aos quesitos complementares formulados pelo autor,
assim manifestou-se o “expert”, à fl. 342:
“Este perito entende que, apesar da instalação do tanque não atender
à NR-20, não podem as atividades do autor4 serem classificadas como
periculosas, visto não haver enquadramento na NR-16 e também
porque, se verdadeira a tese da parte reclamante, toda e qualquer
pessoa que circule, em decorrência da relação de trabalho, no prédio
da Brasil Telecom (são milhares de pessoas por dia), desenvolve
atividade periculosa, o que torna injusto se compararmos as atividades
efetivamente desempenhadas por estas pessoas com as de um
trabalhador que labora no mesmo ambiente em que está instalado um
tanque de combustível (risco muito mais acentuado)”.
Por essa razão, não é aplicável à espécie a disposição contida na Orientação
Jurisprudencial nº 385, da SDI-1, do TST.
Desta forma, ao contrário do decidido na origem, são acolhidas as
conclusões periciais, sendo indevido o adicional postulado.
Nesse sentido, Ementas de Acórdãos de julgamentos proferidos desta Corte:
“EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INAPLICABILIDADE
DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 385 DA SDI-1 DO TST.
Caso em que restou comprovado que a sala do gerador, onde há um
tanque contendo óleo diesel, está localizada na área externa de um
dos prédios da reclamada, não se tratando, portanto, de construção
vertical. Inaplicável a Orientação Jurisprudencial nº 385 da SDI-1 do
TST. Provimento negado” (Processo RO 0000349-58.2010.5.04.0020 –
Relator: Exmo. Des. Marçal Henri dos Santos Figueiredo – 7ª Turma –
julgado em 13/09/2011).
“EMENTA: CERCEAMENTO DE DEFESA. Não configura cerceamento
de defesa o indeferimento de prova testemunhal, quando a solução do
litígio, pelo que demonstrado na prova já coligida aos autos, dela
prescinde. Interpretação do disposto no art. 400, I, do CPC.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. AUSÊNCIA DE PROVA DE
TRABALHO OU INGRESSO EM ÁREA CONSIDERADA DE RISCO.
INDEVIDO. Não havendo prova de que o empregado, no exercício das
suas funções, prestava trabalho em condições perigosas ou
ingressava na área de risco, é indevido o adicional de periculosidade
pleiteado” (Processo RO 0000345-57.2010.5.04.0008 – Relator: Exmo.
Des. Milton Varela Dutra – 10ª Turma – julgado em 12/05/2011).
Diante dos fundamentos supra, não tendo o autor infirmado as conclusões
periciais por outro meio de prova, dá-se provimento ao recurso interposto

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pela primeira reclamada, para absolvê-la da condenação ao pagamento do


adicional de periculosidade e reflexos.
(...)”

Reconhecer que a edificação é único com base na existência de


comunicação interna das garagens consiste em erro grosseiro, conforme atestado em inspeção
realizada pelo juízo da 52ª VT/SP.

É importante considerar as normas (NR 16 e NR 20)


conjuntamente com a Lei nº 6.514/77 e Portaria nº3.214/78, uma vez que a não
observância de uma Norma Técnica não garanta o pagamento de adicional de
periculosidade sem aparo legal.

A manutenção da decisão viola a legislação trabalhista e contraria a


Súmula nº 364 do TST, bem como a OJ nº 385 do SDI I do C. TST, ao passo que não observa
exposição eventual, nem tampouco a inexistência de tanque sob a projeção horizontal da
construção na qual o reclamante laborava.

Não se pode dar interpretação extensiva àquilo que já recebeu


interpretação extensiva. Com efeito, ainda que se aplique a OJ n. 385 da SDI1 do TST, o
reclamante não trabalhou na projeção vertical de onde ficam os tanques. O deferimento do
adicional de periculosidade partiria do pressuposto de que alguma explosão no tanque
atingiria a estrutura do prédio apenas porque são interligados pelo 2º subsolo.

Trata-se apenas de uma suposição, que não pode ensejar o


reconhecimento de condição perigosa de trabalho.

Dessa forma, observa-se o caso não se enquadra na interpretação


literal da NR 16 do Ministério do Trabalho e também não estava a parte autora na área de
risco definida pela interpretação extensiva da OJ n. 385 da SDI1 do TST.

Em suma, DIANTE DO CONJUNTO PROBATÓRIO QUE CONSTA


DOS AUTOS, REQUER A ECT A DESCONSIDERAÇÃO DO LAUDO PRODUZIDO E
PROLAÇÃO DE DECISÃO COM BASE NOS DEMAIS DOCUMENTOS APRESENTADOS.

Acerca do referido tema, dada sua importância, requer a ECT


manifestação expressa a respeito da referida OJ, uma vez que o tanque se encontra FORA
DA PROJEÇÃO HORIZONTAL DA EDIFICAÇÃO.

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Por fim questiona-se a imposição de multa para cumprimento da


decisão, eis que existe garantia de pagamento de eventual valor devido com juros e correção, de
forma que inexiste justificativa para imposição de multa nos moldes adotados pelo r. Juízo de
primeira instância.

DA GRATIFICAÇÃO DE FÉRIAS

Amparado pelo Princípio da Eventualidade, caso mantida a decisão


faz-se necessária alteração do deferido a título de gratificação de férias de 70%, uma vez que
tais reflexos não podem ser cumulados pela seguinte razão:

Pautado no mesmo entendimento da referida Súm. 191/TST, não há se


falar em reflexo sobre a gratificação de férias do “Terço Constitucional” cumulado com a
gratificação de férias complementar de 70%.

A gratificação de férias complementar (70%), prevista na Cláusula 59


do Acordo Coletivo de Trabalho, por ser mais benéfica ao trabalhador, substituiu a gratificação
referente ao “Terço Constitucional”, não havendo que se falar em cumulação, sob pena de
incorrer no enriquecimento ilícito do Reclamante.

Diante do disposto tal decisão não pode ser mantida.

DOS JUROS

Ad cautelam, tendo a Contestante, com supedâneo na legislação e na


jurisprudência pátria, esclarecido gozar em juízo das prerrogativas afeitas à Fazenda Pública,
requer, caso mantida a decisão, a revisão dos juros aplicados na forma estabelecida pelo artigo
1º-F da Lei Federal nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei 11.960, de 29 de junho de 2009,
bem como §12 do artigo 100 da Constituição Federal:

“Art. 5º O art. 1º -F da Lei 9494, de 10 de setembro de 1997,


introduzido pelo art. 4º da Medida provisória nº 2180-35, de 24
de agosto de 2001, passa a vigorar com a seguinte redação
dada pela Lei 11.960, a partir de 29 de junho de 2009

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“Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública,


independente de sua natureza e para fins de atualização
monetária, remuneração do capital e compensação de mora,
haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos
índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança. “(NR).

Saliente-se que a partir da vigência da Lei nº 11.960, de 29 de junho


de 2009, que alterou o art. 1º F da Lei nº 9494/97, o cômputo dos juros em face do ente público
se fará nos moldes previstos para a caderneta de poupança, porque ampliado o âmbito de
incidência às condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza.

Desta feita os juros de mora aplicáveis nas condenações da Fazenda


Pública são os previstos no artigo 1º F à Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960
de 29/06/2009.

Se há regra específica prevista em lei que estabelece um percentual


menor que o previsto pela Lei nº 8.177/91, ela deve prevalecer.

Não bastassem os textos infraconstitucionais que tratam dos juros


diferenciados à Fazenda Pública, com a Emenda Constitucional nº 62/2009 houve inclusão do
§ 12 no artigo 100 da Constituição Federal, dispositivo que regulamentou a questão dos juros de
mora e seu índice de remuneração, vejamos:

“§ 12. A partir da promulgação desta Emenda


Constitucional, a atualização de valores de requisitórios,
após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança,
e, para fins de compensação da mora, incidirão juros
simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a
caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de
juros compensatórios.”

Ainda, para afastar qualquer entendimento contrário o Colendo


Tribunal Superior do Trabalho, em recentíssima alteração Jurisprudencial alterou o mérito da OJ
7 do Tribunal Pleno, de modo a esclarecer e asseverar que toda condenação imposta à Fazenda
Pública deve observar o percentual diferenciado de juros de mora, vejamos:

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“OJ-TP-7 JUROS DE MORA. CONDENAÇÃO DA


FAZENDA PÚBLICA. (nova redação) – Res. 175/2011,
DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
I - Nas condenações impostas à Fazenda Pública, incidem
juros de mora segundo os seguintes critérios:
a) 1% (um por cento) ao mês, até agosto de 2001, nos
termos do § 1º do art. 39 da Lei n.º 8.177, de 1.03.1991;
b) 0,5% (meio por cento) ao mês, de setembro de 2001 a
junho de 2009, conforme determina o art. 1º - F da Lei nº
9.494, de 10.09.1997, introduzido pela Medida Provisória
nº 2.180-35, de 24.08.2001;
II - A partir de 30 de junho de 2009, atualizam-se os débitos
trabalhistas da Fazenda Pública, mediante a incidência dos
índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança, por força do art. 5º da Lei n.º
11.960, de 29.06.2009.
III - A adequação do montante da condenação deve
observar essa limitação legal, ainda que em sede de
precatório”.

Assim sendo, em caso de eventual manutenção da condenação os


juros devem ser revistos, de forma a garantir à ECT os juros previstos na regra especifica
aplicável à Fazenda Pública.

DO PEDIDO

“Ex Positis”, ratificando todos os atos já praticados, bem como as


manifestações já lançadas nos autos, que passam a ser parte integrante do presente recurso,
como se aqui estivessem literalmente transcritas, requer a Recorrente a desconsideração do
laudo emitido e a análise do conjunto probatório existente nos autos para que presente
RECURSO ORDINÁRIO seja conhecido e provido para reformar a sentença e julgar
improcedente a ação.

Por oportuno, requer ainda o deferimento da juntada da procuração e


substabelecimento em anexo, reiterando o pedido já formulado de que as publicações através da
Imprensa Oficial, com força de intimação sejam feitas com a consignação expressa do nome do
procurador da Reclamada Dr. Jorge Alves Dias, OAB/SP-127.814, bem que todas as
notificações sejam remetidas à Rua Mergenthaler, nº. 592, Bloco II, 21º andar, Vila Leopoldina,
São Paulo, CEP 05390-900.

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Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo/SP, 03 de julho de 2018.

André Rampazzo de Freitas


OAB/SP 292.912

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA 64.ª

VARA DO TRABALHO DO FÓRUM DA BARRA FUNDA - SÃO PAULO/SP

Proc. : 1001743-58.2017.5.02.0064

CÁSSIO MOTA ROCHA, já

devidamente qualificado nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, que move em face da

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS, da mesma forma


já devidamente qualificada, vem, “mui” respeitosamente, à honrosa presença de Vossa Excelência, por

intermédio de seu Patrono legalmente constituído, e que esta subscreve, tempestivamente, ofertar as

presentes

CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

nos termos da lei.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Barueri, 4 de julho de 2018.

ANTONIO CLARET VALENTE Jr.

OAB n.º 253.192/SP

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CONTRA-RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

64.ª Vara do Trabalho da Barra Funda – São Paulo/SP

Proc.: 1001743-58.2017.5.02.0064

RECORRENTE:

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RECORRIDO:

CÁSSIO MOTA ROCHA

Meritíssimos(as) Julgadores(as):

"Data maxima venia ", as razões elencadas na peça

de razões como fato-base do interesse recursal do RECORRENTE não podem prosperar. A r. sentença

de fls. revela-se irretorquível nos pontos abordados, conforme se revelará a seguir.

I - MÉRITO RECURSAL

Em que pese o hercúleo esforço da nobre Patrona

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“ex adverso”, nenhum ponto das razões recursais da RECORRENTE é idôneo para desconstituir a r.

sentença de fls.

A relação de emprego discutida nos presentes

autos sempre deu-se no Bloco 3 do complexo Edifício-sede da RECORRENTE, desde a admissão do

RECORRIDA. Dadas as dimensões da construção, em suas dependências, sempre houve a presença

maciça de geradores de energia que são alimentados por combustível oriundo de 3 (três) tanques –

todos localizados no 2.º subsolo do mesmo prédio onde CÁSSIO se ativa -, sendo eles:

• 2 (dois) tanques com capacidade para 900 L (novecentos litros) cada, de óleo diesel;

• 1 (um) tanque com capacidade para 10.000 L (dez mil litros) de óleo diesel (desativado em 17

de março de 2015, e substituído por outro com capacidade para 2.000 L – dois mil litros).

A periculosidade no meio-ambiente do trabalho

disponibilizado pela RECORRENTE aos seus obreiros é de tal forma pública e notória que,

inclusive, não só já foi reconhecida em perícia realizada em reclamações trabalhistas diversas da

presente (que serão pormenorizadas oportunamente), como também a Procuradoria Regional do

Trabalho da 2.ª Região emitiu a Notificação Recomendatória n.º 54251, como fruto do Inquérito

Civil n.º 003052.2011.02.000/3:

“De imediato:

(...)

Providenciar proteção ao tanque de armazenagem de óleo diesel, que

abastece o grupo motogerador, na Unidade Vila Leopoldina, com

observância ao disposto na NR 20 do Ministério do Trabalho, no Decreto

Estadual n.º 56.819/2011 (Regulamento de Segurança contra Incêndio das

Edificações e Áreas de Risco do Estado de São Paulo) e sua Instrução

Técnica n.º 25/11 (Segurança contra incêndio para Líquidos e Combustíveis

Inflamáveis).

(...)

No prazo de até 90 (noventa) dias:

(...)

Adotar as correções necessárias para adequar-se às normas da NR 23 e

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legislação estadual e municipal e normas técnicas que tratam da proteção

contra incêndios. Atenção: quanto à proteção do tanque de armazenagem de

óleo diesel que abastece o grupo motogerador na Unidade Vila Leopoldina, o

atendimento é imediato, conforme o n.º 9 do item anterior.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

O inteiro teor dessa Notificação consta dos autos,

e a RECORRENTE nada falou a seu respeito.

E, “data máxima venia”, se não houvesse a

periculosidade pleiteada nos presentes autos, o insigne Órgão do “Parquet” juslaboral não tinha feito

constar dessa notificação que a RECORRENTE deveria “... providenciar proteção ao tanque de

armazenagem de óleo diesel, que abastece o grupo motogerador, na Unidade Vila Leopoldina, com

observância ao disposto na NR 20 do Ministério do Trabalho, no Decreto Estadual n.º 56.819/2011

(Regulamento de Segurança contra Incêndio das Edificações e Áreas de Risco do Estado de São Paulo)

e sua Instrução Técnica n.º 25/11 (Segurança contra incêndio para Líquidos e Combustíveis

Inflamáveis” (GRIFOS NOSSOS)

O referido tanque de óleo diesel somente fora

removido na data de 17 de março de 2015. Até lá, não só CÁSSIO, mas todos os obreiros do complexo

edifício-sede da RECORRENTE se ativavam sobre uma bomba municiada com 10.000 L (dez mil

litros) de combustível altamente inflamável.

Tanto que há outras diversas reclamações

trabalhistas propostas em face da RECORRENTE, também postulando sua condenação ao pagamento

do adicional de periculosidade. Como prova emprestada, CÁSSIO juntou o laudo pericial produzido

no feito de n.º 0000238-63.2014.5.02.0061, em trâmite perante a 61.ª Vara do Trabalho do Fórum da

Barra Funda – São Paulo/SP. Nesse feito, o perito concluiu pela periculosidade no grau máximo a um

empregado que laborava no 14.º andar do Bloco II do edifício-sede dos CORREIOS:

“Dos inflamáveis constatados:

Óleo diesel: líquido com Ponto de Fulgor abaixo de 70º C. – Enquadra-se,

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para efeito da NR-16, como INFLAMÁVEL.

- 3 Grupos Moto Geradores de 335 kva, com tanque de 10.000 litros de

inflamáveis armazenados no subsolo da edificação.

- 2 Grupos Motor Geradores de 488 kva, com tanque de 900 litros de

inflamáveis cada.

Totalizando temos 11.800 litros de inflamáveis (óleo diesel)

Enquadra-se para efeito da NR-16 como INFLAMÁVEIS.

Portanto, o RECLAMANTE exerceu suas atividades nas condições

apontadas anteriormente, estando o mesmo nas áreas consideradas como de

risco e em condições de periculosidade encontradas na edificação.” (doc.

anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Ora, a RECORRENTE mantinha tanque de

combustível com vultosa capacidade junto às colunas de sustentação de todo o complexo onde se

encontra sediada. “Data máxima venia”, não se exige uma intelecção muito aguda para que se tenha

noção do que pode ocorrer com todos os empregados dos CORREIOS caso esses obsoletos tanques

que não atendem às NR’s já referidas explodam... E diante dessas circunstâncias, outra não poderia ser

a conclusão no laudo pericial em comento:

“Tendo em vista a Perícia realizada e no exposto no presente Laudo Técnico,

baseado na NR 16 e Anexos da Portaria 3214/78 do MTE, caracterizamos de

PERICULOSIDADE as atividades da RECLAMANTE, durante o período

que a mesma prestou atividades à RECLAMADA.”

(GRIFOS NOSSOS)

Essa circunstância perigosa, inclusive, é reiterada

em outros laudos produzidos em feitos que também tramitam perante este Colendo Regional. No

primeiro deles (Proc.: 0002647-98.2013.5.02.0076, da 76.ª Vara do Trabalho da Barra Funda – São

Paulo/SP), o ilustre Perito constatou como local do trabalho do reclamante daquele feito:

“O local de trabalho do Reclamante situava-se junto ao Bloco 3, no 1.º

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andar, CTC Jaguaré, Centro de Triagem de Cartas, onde desenvolvia as

atividades de Agente de Correios.

Obs.: no Bloco 2, junto ao subsolo, foi observada a existência de um tanque

com capacidade de armazenagem de 10.000 litros de óleo diesel, para

abastecimento de 3 grupos de moto geradores, ainda foi observada a

existência de 2 grupos de moto geradores Caterpillar com tanques internos

com capacidade de 900 litros de óleo diesel cada.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

A conclusão do laudo pericial em destaque vem ao

encontro da presente tese:

“Trabalhava o Autor realizando tarefas de Agente de Correio, sendo que no

Bloco 2, junto ao subsolo, foi observada a existência de um tanque com

capacidade de armazenagem de 10.000 litros de óleo diesel, para

abastecimento de 3 grupos de moto geradores, ainda foi observada a

existência de 2 grupos moto geradores Caterpillar com tanques internos com

capacidade de 900 litros de óleo diesel cada, sendo dessa forma considerados

periculosos os ambientes, conforme a Legislação vigente, Portaria n.º

3.214/78, NR 16 e Anexos.

PORTANTO, NO ENTENDER DESTE PERITO, O RECLAMANTE

EXERCEU SUAS ATIVIDADES NAS CONDIÇÕES DOS ITENS

ANTERIORES ESTANDO O MESMO NAS ÁREAS CONSIDERADAS

COMO DE RISCO. ISTO POSTO, TAIS ATIVIDADES DEVEM SER

ENQUADRADAS COMO SENDO EM CONDIÇÕES DE

PERICULOSIDADE.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Há também o laudo produzido no bojo do feito de

n.º 0002720-50.2013.5.02.0018, em trâmite perante a 18.ª Vara do Trabalho do Fórum da Barra Funda -

São Paulo/SP. Com tenacidade ímpar, o nobre Perito daquele feito sintetiza de forma exemplar as

razões que justificam o caráter perigoso de qualquer atividade laboral executada em qualquer ponto

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do complexo onde a RECORRENTE é sediada:

“Do exposto, constatou-se que a Reclamante adentra e permanece no

interior da edificação, onde há áreas de risco, devido ao armazenamento

irregular de óleo diesel, em desacordo com a legislação.

A projeção horizontal do Bloco I onde labora a Reclamante está inserida no

terreno em cujo 2.º subsolo está instalado o tanque de óleo diesel, portanto,

está edificado sobre uma área de risco. Por sua vez, os três blocos se

interligam entre si, através de corredores de circulação de pessoas,

localizado no 2.º subsolo, não sendo, portanto, independentes.

Assim, todo o 2.º subsolo da Reclamada é considerado área de risco e,

portanto, não importa se o tanque está instalado sob a prumada da

edificação.

A caracterização pericial da periculosidade dispensa medições ambientais,

sendo baseada na análise das atividades envolvidas pelo trabalhador e seu

enquadramento nas áreas de risco, considerando os critérios técnicos e

legais vigentes.

Constatou-se que os critérios técnicos e legais vigentes para

armazenamento de líquidos inflamáveis, conforme estabelecidos pela NR-20

e Portaria 3214/78 não foram obedecidos.

Sendo assim, são considerados periculosos todos os ambientes de trabalho

localizados nos 3 blocos, tanto em pavimento igual quanto distinto daquele

onde está instalado o tanque de líquido inflamável, de acordo com a NR-16,

Anexo 2, da Portaria 3214/78 e art. 193 da CLT.

Desta forma, resta caracterizada a periculosidade por inflamáveis nas

atividades da Reclamante, no período imprescrito da prestação de

serviços.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Não assiste razão à RECORRENTE quando alega

que a periculosidade está restrita somente à sala onde os tanques se localizam, ou somente ao Bloco 2

do complexo. Os três blocos de sua sede interligam-se entre si, através de corredores de circulação

de pessoas, localizado no 2.º subsolo. Não são, portanto, independentes. Irrelevante se o tanque está

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Número do documento: 18070423191320900000110333236
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instalado sob a prumada da edificação.

Notem ilustres Desembargadores(as), que o

brilhante Perito do feito de n.º 0002219-06.2014.5.02.0069, em trâmite perante a 69.ª Vara do Trabalho

da Barra Funda – São Paulo/SP, exibe de forma dramática o desmazelo com que os CORREIOS tratam

a situação e, consequentemente, o evidente estado de perigo a que submete seus empregados. A

imagem do reservatório de óleo diesel vazando fala por si só:

Essa foto é recente, e fora tirada em data posterior

à troca do tanque de 10000 L (dez mil litros) pelo de 2000 L (dois mil litros).

“Data máxima venia”, como pode a RECORRENTE

sustentar que não houve a periculosidade ora pleiteada, se sequer é capaz de manter o combustível

donde provém o estado de perigo dentro do novo recipiente, e este vaza ininiterruptamente, sendo

aparado por verdadeira ”gambiarra” feita com uma garrafa “pet” de 2 L (dois litros) cortada ao
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meio?

Diante da óbvia periculosidade, o nobre Perito

responsável pelo labor técnico decreta que esta é devida mesmo com a substituição do tanque.:

“CONCLUSÃO:

De acordo com as características do local assim como com as

condições de trabalho conclui-se que:

- Periculosidade: Com base na vistoria realizada, assim como nas

informações obtidas pelos participantes da perícia, constatou-se que o

reclamante não desenvolve atividades ou operações perigosas, porém,

permanece em área considerada de risco, pois verificou-se que os tanques de

superfície com inflamáveis só poderiam ser instalados no interior de

edifícios, caso restasse comprovada a impossibilidade de instalá-lo

enterrado ou fora da projeção horizontal do edifício, o que não é o

caso em tela, pois visualizou-se na ocasião da perícia área aberta nas

instalações da reclamada, onde poderiam ser instalados os reservatórios,

alimentando os geradores por gravidade.

Ademais, o volume de combustível encontrado no tanque da sala dos 3

geradores era de 10.000 litros, até 17/03/2015, volume superior ao

estabelecido na alínea “d” do item 20.17.2.1 da NR-20, que é de 3.000

litros, sendo que atualmente foi instalado no lugar deste tanque um com

capacidade de 2.000 litros, além dos reservatórios de 900 litros da sala dos

2 geradores não possuírem paredes de alvenaria resistentes ao fogo

entre eles.

Não se pode deixar de mencionar, que anteriormente à entrada em

vigor da nova redação da NR-20, o item 20.2.7 determinava que ‘os tanques

de armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser

instalados no interior de edifícios sob a forma de tanques enterrados’.

Além do mais, essa norma também determinava em seu item 20.2.13

que o ‘armazenamento de líquidos inflamáveis dentro do edifício só

poderá ser feito com recipientes cuja capacidade máxima seja de 250

(duzentos e cinquenta) litros por recipiente’.

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No caso das instalações da reclamada verificou-se não se tratar

de tanques enterrados, bem como possuem capacidade superior ao

estabelecido na norma vigente naquele período.

Vale lembrar que de acordo com a alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16,

toda a área interna do recinto é considerada como área de risco no

armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou

vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado.

Nesse entendimento, cabe mencionar a Orientação Jurisprudencial n.

385 do TST:

‘OJ 385. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO.

ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO

PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DeJT 09/06/2010). É devido o

pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que

desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em

pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para

armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite

legal, considerando-se como área de risco toda a área interna da

construção vertical.’ Logo, a capacidade máxima dos tanques deveria ser de

3.000 litros segundo os termos da NR-20 da Portaria SIT n.º 308, de 29 de

fevereiro de 2012, sendo que somente em 17/03/2015 foi substituído

tanque de 10.000 litros por tanque de 2.000 litros, bem como a capacidade

de cada tanque de armazenamento de óleo Diesel deveria ser de no máximo

250 litros pela NR-20 da portaria 3.214/78. Ademais, mesmo com a

substituição do referido tanque, não foi instalado sob a forma de tanque

enterrado, pois não é permitida a existência de tanques aéreos ou de

superfície no interior de edifícios, para o caso em tela, em que se

visualizou a possibilidade de instalação em área aberta fora da projeção

vertical da edificação da reclamada. Portanto conclui-se que os tanques de

armazenamento de combustível Diesel existentes na edificação da

reclamada não estão adequados ao disposto na NR-20, com redações

vigentes em cada período. Dessa forma, entende-se que o reclamante faz jus

ao direito do recebimento do adicional de periculosidade (30%), conforme

alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16. Não se pode deixar de mencionar

que na sala dos 3 geradores situados no 2º subsolo, especificamente no 3º

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gerador, constatou-se grande vazamento de combustível Diesel, fora da

bacia de contenção do gerador, observando-se ainda um recipiente para

coletar o combustível vazando. Cabe mencionar que o vazamento faz com

que o óleo Diesel escorra por cima da resistência de aquecimento do sistema

de arrefecimento do motor, podendo haver princípio de incêndio no local.

Portanto, conclui-se que o reclamante faz jus ao direito do recebimento do

adicional de periculosidade.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Esse laudo pericial elaborado com inigualável

fundamentação dá a exata medida do quão insalubre é o meio-ambiente do trabalho que os

CORREIOS colocam à disposição dos empregados que se ativam sob seus auspícios. De tão

degradado e perigoso, um dos tanques de óleo diesel está atualmente vazando, o combustível está

escoando por sobre as resistências do maquinário, e um incêndio pode ocorrer a qualquer momento.

Doutro prisma, não se pode ignorar a descrição da

edificação da RECORRENTE:

“ - A edificação vistoriada possui 3 blocos, sendo que o bloco 1 possui 3 andares +

2 subsolos, bloco 2 com 24 andares + 2 subsolos e bloco 3 com 5 andares, 5

mezaninos e 2 subsolos.

Foi constatado na ocasião da perícia que o ambiente de trabalho do reclamante é

no 2º andar do bloco 3, bem como no 2º subsolo.

- Vale lembrar que o 2º subsolo interliga todos os blocos do local vistoriado, onde

também foi constatada a existência de duas salas de geradores, sendo que na

primeira existem 3 (três) moto-geradores movidos à óleo Diesel e na segunda

existem 2 (dois) moto-geradores, também movidos à óleo Diesel, conforme pode-

se observar nas fotos do item RELATÓRIO FOTOGRÁFICO do presente laudo

técnico pericial.

- Não se pode deixar de mencionar, que conforme relatado pelas partes, em

17/03/2015, houve a substituição de um dos tanques de armazenamento de

combustível da primeira sala de geradores situada no 2º subsolo do local

vistoriado, onde se retirou um tanque com capacidade de armazenamento de

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10.000 litros, aéreo ou de superfície, fabricado em chapas de aço, e foi instalado

em seu lugar um tanque com as mesmas características, porém com capacidade

máxima para 2.000 litros de combustível.

- No item RELATÓRIO FOTOGRÁFICO do presente laudo técnico pericial é

possível se ver foto com o antigo tanque instalado, obtida por este perito em

perícias anteriores realizadas no local, em 08/01/2015, referente aos processos

0001117-87.2014.5.02.0023 e 0001152-98.2014.5.02.0006.”

(GRIFOS NOSSOS)

O complexo onde a RECORRENTE estabelece sua

sede é, sim, composto de 3 (três) blocos. Mas não são independentes; como bem dito por vários e

ilustres “Experts” que emprestam sua oficiosidade a este Egrégio Tribunal, os três blocos são

interligados entre si justamente pelo subsolo, local onde se localizam os malfadados tanques de óleo

diesel. Como bem retratado acima, é uma construção única, de modo que o risco de sinistro dos

tanques de óleo diesel é o suficiente para transformar todo o complexo-sede da RECORRENTE em

óbvia área de risco. O mesmo perito explicita as razões que fazem com que os 3 (três) blocos tenham

essa característica:

“De acordo com a nova redação da NR 20 (redação dada pela Portaria SIT

n.º 308, de 29 de fevereiro de 2012), tem-se que os tanques de armazenamento

de combustível não se encontram adequados ao disposto na norma,

conforme o disposto no item 20.17 e subitens da norma mencionada:

20.17 Tanque de líquidos inflamáveis no interior de edifícios

20.17.1 Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente

poderão ser instalados no interior dos edifícios sob a forma de tanque

enterrado e destinados somente a óleo Diesel. (GRIFEI)

20.17.2 Excetuam-se da aplicação do item 20.17.1 os tanques de superfície

que armazenem óleo Diesel destinados à alimentação de motores utilizados

para a geração de energia elétrica em situações de emergência ou para o

funcionamento das bombas de pressurização da rede de água para combate

a incêndios, nos casos em que seja comprovada a impossibilidade de

instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do edifício.

20.17.2.1 A instalação do tanque no interior do edifício deve ser precedida de

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Projeto e de Análise Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR), ambos

elaborados por profissional habilitado, contemplando os aspectos de

segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras,

normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas

internacionais, bem como nas demais regulamentações pertinentes, e deve

obedecer aos seguintes critérios:

a) localizar-se no pavimento térreo, subsolo ou pilotis, em área

exclusivamente destinada para tal fim;

b) deve dispor de sistema de contenção de vazamentos:

c) deve conter até 3 tanques separados entre si e do restante da edificação

por paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2 horas e porta do tipo corta-

fogo;

d) possuir volume total de armazenagem de no máximo 3.000 litros, em cada

tanque;

e) possuir aprovação pela autoridade competente;

f) os tanques devem ser metálicos;

g) possuir sistemas automáticos de detecção e combate a incêndios, bem

como saídas de emergência dimensionadas conforme normas técnicas;

h) os tanques devem estar localizados de forma a não bloquear, em caso de

emergência, o acesso às saídas de emergência e aos sistemas de segurança

contra incêndio;

i) os tanques devem ser protegidos contra vibração, danos físicos e da

proximidade de equipamentos ou dutos geradores de calor;

j) a estrutura da edificação deve ser protegida para suportar um eventual

incêndio originado nos locais que abrigam os tanques;

k) devem ser adotadas as medidas necessárias para garantir a ventilação

dos tanques para alívio de pressão, bem como para a operação segura de

abastecimento e destinação dos gases produzidos pelos motores à

combustão.

No item 20.17.2, verifica-se que os tanques de superfície com inflamáveis só

poderiam ser instalados no interior de edifícios, caso restasse comprovada a

impossibilidade de instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do

edifício, o que não é o caso em tela, pois visualizou-se na ocasião da perícia

área aberta nas instalações da reclamada, onde poderiam ser instalados os

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reservatórios, alimentando os geradores por gravidade.

Ademais, o volume de combustível encontrado no tanque da sala dos 3

geradores era de 10.000 litros, até 17/03/2015, volume superior ao

estabelecido na alínea ‘d’ do item 20.17.2.1 da NR-20, que é de 3.000 litros,

sendo que atualmente foi instalado no lugar deste tanque um com

capacidade de 2.000 litros, além dos reservatórios de 900 litros da sala dos 2

geradores não possuírem paredes de alvenaria resistentes ao fogo entre eles.

Não se pode deixar de mencionar, que anteriormente à entrada em vigor da

nova redação da NR-20, o item 20.2.7 determinava que ‘os tanques de

armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser instalados no

interior de edifícios sob a forma de tanques enterrados.

Além do mais, essa norma também determinava em seu item 20.2.13 que o

‘armazenamento de líquidos inflamáveis dentro do edifício só poderá ser

feito com recipientes cuja capacidade máxima seja de 250 (duzentos e

cinquenta) litros por recipiente’.

No caso das instalações da reclamada verificou-se não se tratar de tanques

enterrados, bem como possuem capacidade superior ao estabelecido na

norma vigente naquele período.

Vale lembrar que de acordo com a alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16,

toda a área interna do recinto é considerada como área de risco no

armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou

vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado.

Nesse entendimento, cabe mencionar a Orientação Jurisprudencial n.385 do

TST:

‘OJ 385. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO.

ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO.

CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DeJT 09/06/2010). É devido o pagamento do

adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades

em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto

daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido

inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como

área de risco toda a área interna da construção vertical.’

Logo, a capacidade máxima dos tanques deveria ser de 3.000 litros segundo

os termos da NR-20 da Portaria SIT n.º 308, de 29 de fevereiro de 2012, sendo

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que somente em 17/03/2015 foi substituído tanque de 10.000 litros por tanque

de 2.000 litros, bem como a capacidade de cada tanque de armazenamento

de óleo Diesel deveria ser de no máximo 250 litros pela NR-20 da portaria

3.214/78.

Ademais, mesmo com a substituição do referido tanque, não foi instalado

sob a forma de tanque enterrado, pois não é permitida a existência de

tanques aéreos ou de superfície no interior de edifícios, para o caso em tela,

em que se visualizou a possibilidade de instalação em área aberta fora da

projeção vertical da edificação da reclamada.

Portanto conclui-se que os tanques de armazenamento de combustível

Diesel existentes na edificação da reclamada não estão adequados ao

disposto na NR-20, com redações vigentes em cada período. Dessa forma,

entende-se que o reclamante faz jus ao direito do recebimento do adicional

de periculosidade (30%), conforme alínea ‘s’ do item 3 do anexo 2 da NR-16.

Não se pode deixar de mencionar que na sala dos 3 geradores situados no 2º

subsolo, especificamente no 3º gerador, constatou-se grande vazamento de

combustível Diesel, fora da bacia de contenção do gerador, observando-se

ainda um recipiente para coletar o combustível vazando.

Cabe mencionar que o vazamento faz com que o óleo Diesel escorra por

cima da resistência de aquecimento do sistema de arrefecimento do motor,

podendo haver princípio de incêndio no local.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

O brilhante Perito em destaque tem o cuidado de

colacionar o conteúdo da Orientação Jurisprudencial 285 do SDI-1, do Egrégio Tribunal Superior do

Trabalho, explicitando o que a mais alta corte obreira entende em casos como o dos autos.

Orientação Jurisprudencial essa que a tese

recursal da RECORRENTE passa ao largo...

Assim, evidencia-se a gravidade da situação: são

aproximadamente 8.000 – oito mil – empregados vinculados diretamente à RECORRENTE laborando

sobre um tanque de óleo diesel em total desacordo com as normas pertinentes por longo período de

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tempo, ignorando o risco que corriam.

Outro laudo pericial diverso, e também

colacionado aos autos como prova emprestada (proc.: 00022190620145020069, da 69ª Vara do Trabalho

da Barra Funda – São Paulo/SP), constata a tese aqui desenvolvida:

“4 - LOCAL DE TRABALHO

O Reclamante possui como local de trabalho, as instalações da Reclamada,

no setor CTC – Abertura do AO (carga simples). Atua no 2° andar do Bloco

III do prédio acima citado, construído em estrutura de concreto armado,

distribuído em 24 (vinte e quatro) andares e 02 (dois) subsolos, com

paredes em alvenaria e divisórias, pé direito de 3 metros, área

aproximada de 600 metros quadrados, piso tipo paviflex e cobertura em

laje de concreto. A iluminação é natural e artificial, por meio de

lâmpadas fluorescentes. A ventilação é artificial, por meio de sistema de ar

condicionado.

A Reclamada é dividida em 03 (três) blocos com subsolos interligados. No 2º

subsolo do Bloco II, apuramos a existência de 05 (cinco) geradores de

energia alocados em 02 (duas) salas diferentes: em uma delas, há 03 (três)

geradores de 355 KVA, abastecidos diretamente por um tanque aéreo de

2.000 litros de óleo diesel. Em outra sala, há 02 (dois) geradores de 438

KVA, cada qual com 01 (um) tanque de 900 litros embutido.

Importante ressaltar que em 17/03/2015, o tanque de 2.000 litros passou a

substituir o tanque de 10.000 litros existente no mesmo local.

No 1º subsolo do Bloco I, há uma tubulação que abastece o tanque de 2.000

litros (antes de março/2015 havia um tanque de 10.000 litros) e no piso

térreo do Bloco III pudemos observar 02 (dois) dutos de escapamentos

responsáveis por conduzir os gases provenientes da combustão do óleo

diesel para fora do edifício.”

(GRIFOS NOSSOS)

O nobre “Expert” retrata a inequívoca condição de

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perigo do labor de forma dramática:

“6.2 - ANÁLISE DAS ATIVIDADES / ÁREA DE RISCO

O Reclamante exerce a função de Operador de Triagem e Transbordo na

Reclamada, prestando serviços no Setor CTC – Abertura do AO (carga

simples);

No 2º subsolo do Anexo do Bloco II, apuramos a existência de 05 (cinco)

geradores de energia alocados em 02 (duas) salas diferentes: em uma delas,

há 03 (três) geradores de 355 KVA, abastecidos diretamente por 01 (um)

tanque aéreo de 2.000 litros de óleo diesel.

Em outra sala, há 02 (dois) geradores de 438 KVA, cada qual com 01 (um)

tanque de 900 litros embutido, abastecido também pelo tanque de 2.000

litros.

Em 17/03/2015, o tanque de 2.000 litros passou a substituir o tanque de

10.000 litros, até então existente.” (Fls. do laudo pericial)

(GRIFOS NOSSOS)

E o brilhante Perito prossegue:

“ No 1º subsolo do Bloco I, há uma tubulação por onde passa o óleo diesel

que abastece o tanque de 2.000 litros;

No piso térreo do Bloco III pudemos observar 02 (dois) dutos de

escapamentos responsáveis por conduzir os gases provenientes da

combustão do óleo diesel para fora do edifício;

O óleo diesel é considerado líquido inflamável, por possuir ponto de

fulgor abaixo de 50° C (cinqüenta graus centígrados);

A NR-20 define líquido inflamável, como todo aquele que possua ponto de

fulgor inferior a 60° C (sessenta graus centígrados);

Por fim, ressalta-se que o Reclamante executa atividades em áreas de

risco de armazenamento de inflamáveis líquidos em edificação, em

condições de periculosidade, de acordo com o Anexo 2 da NR–16 da Portaria

3.214/78.

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Desta forma, resta CARACTERIZADA a periculosidade nas atividades do

Reclamante na Reclamada.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Comprovada a natureza perigosa inerente ao

meio-ambiente que a RECORRENTE coloca à disposição de seus obreiros. E após todas as

constatações já referidas, a conclusão do brilhante labor daquele “Expert” não poderia ser outra:

“7-CONCLUSÃO

Vistoriadas as instalações da Reclamada, CÁSSIOlisado o local de trabalho

do Reclamante, bem como a sua função e baseado nos resultados

obtidos da Apuração Técnica, concluímos que:

- o reclamante EXERCE atividades em áreas de risco de armazenamento de

inflamáveis líquidos (óleo diesel) em edificação, em condições de

periculosidade, consoante o Anexo 2 da NR-16 da Portaria 3.214/78.

Diante de todo o acima exposto, concluímos que o Reclamante faz jus ao

adicional de periculosidade pleiteado na inicial.” (fls. do laudo pericial)

(GRIFOS NOSSOS)

Inclusive, já há outras reclamações trabalhistas

propostas que foram sentenciadas, com a consequente condenação da RECORRENTE ao pagamento

do adicional de periculosidade. Constou da fundamentação de uma dessas sentenças, também juntada

aos autos como prova emprestada:

“2. Adicional de periculosidade.

Realizada perícia técnica, conforme laudo das fls. 173-182, o perito

reconhece a existência de periculosidade nas atividades desempenhadas pelo

reclamante, em razão do labor hábitual e permanente em área de risco,

caracterizada pelo armazenamento de inflamáveis nos termos do anexo 2 da

Norma Regulamentadora 16 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho

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e Emprego. Diante das impugnações e quesitos apresentados pelo

reclamante e pelo reclamado, respectivamente, às fls. 184-190 e 195-196, é

determinado o retorno dos autos ao perito, que apresenta esclarecimentos

às fls. 200-203, mantendo as conclusões anteriormente apresentadas.

A previsão do Anexo 2, item 1, ‘b’, da NR-16, interpretada em conjunto com

o item 2, III, ‘b’ e item 3, ‘s’, do referido Anexo, permitem concluir que o

reclamante laborava na área de armazenagem de inflamável líquido. Neste

sentido, também, o perito engenheiro constatou, à fl. 175-verso, que no bloco

III, local em que o autor exerce suas atividades, há dois dutos de

escapamentos responsáveis por conduzir os gases provenientes da

combustão do óleo diesel para fora do edifício. Além disso, como referido

pelo perito técnico no laudo complementar às fls. 200-verso e 201, o prédio

no qual o reclamante labora, considerado como um todo, armazena

quantidade considerável de líquido inflamável, caracterizando a existência

de periculosidade.

Ademais, o contrato de trabalho do reclamante iniciou em 12-09-1996,

portanto, antes da vigência da Portaria 308, de 29-02-2012, da Secretaria de

Inspeção do Trabalho. Em decorrência, no caso, antes da vigência da

referida Portaria, exigia-se que os tanques de armazenamento do óleo diesel

fossem necessariamente enterrados, considerando o disposto no item 20.17.1

da NR-20 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego,

cautela que não era observada pelo reclamado, conforme demonstra o laudo

pericial.

Além disso, conforme exame pericial, observo que a armazenagem era feita

de forma irregular pelo reclamado até março de 2015, considerando que a

empresa possuía um tanque de armazenagem de 10.000 litros de óleo diesel.

A NR-20, item 20.17.2.1, ‘d’, determina que cada tanque possua

armazenagem de no máximo 3.000 litros, portanto, em volume inferior

àquele existente até março de 2015 na edificação na qual o reclamante

desempenha suas atividades. Sobre o tema, em relação ao referido período,

recordo, ainda, o disposto na Orientação Jurisprudencial 385 da SDI-I do

TST.

Pelo exposto, diante das conclusões do perito e considerando a ausência de

prova apta a afastá-las, concluo que o reclamante faz jus ao adicional em

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questão.

Assim, acolho as conclusões do expert sobre a existência de periculosidade

nas atividades desempenhadas pelo autor, e defiro ao reclamante o

pagamento de adicional de periculosidade de 30%, a ser calculado nos

termos da Súmula nº 191 do TST.” (doc. anexo)

(GRIFOS NOSSOS)

Mesmo local de trabalho, periculosidade

constatada em laudo pericial, procedência da ação.

Aqui, mais uma vez evidencia-se o desrespeito

por parte da RECORRENTE ao disposto na NR 20 do MTE, com relação às dimensões e instalação

dos tanques de óleo diesel nas dependências desta.

Os laudos já referidos são oriundos da análise de

periculosidade da ótica de cada um dos 3 (três) blocos que compõem o complexo onde a

RECORRENTE mantém sua sede. Com o respeito e o acatamento que lhes são devidos, ilustres

Julgadores(as), a periculosidade em todos eles resta comprovada. E, com profundo respeito, decidir

que a periculosidade é inexistente soa no mínimo temerário.

Expostas as conclusões de todos os laudos acima

enumeradas, retornamos ao rol de recomendações enumeradas pelo Ministério Público do Trabalho

da Segunda Região à RECORRENTE é composto de 29 (vinte e nove) itens cujo atendimento deveria

ter sido imediato (dentre eles a proteção dos tanques de óleo diesel vetores da periculosidade aqui

pleiteada), e outros 32 (trinta e dois) itens que deveriam ser regularizados em até 90 (noventa) dias.

A conclusão pela periculosidade ganha ainda mais

força quando deitamos vistas sobre a Notificação já referida. Com o respeito e o acatamento que lhe

são devidos, ilustre Magistrado(a), fosse a RECORRENTE local com condições mínimas de segurança

como tenta fazer crer, não teria de cumprir tantas recomendações do “Parquet” juslaboral...

Caso, mesmo com a clareza dos laudos trazidos no

bojo da presente este MM.º Juízo chegue a estado de perplexidade no momento do julgamento,

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pedimos a devida vênia para deixar consignada regra de interpretação típica dessa Justiça Obreira: “in

dubio pro operario”.

Até porque, o estado de perigo dos obreiros que se

ativam sob os auspícios da RECORRIDA é evidente:

“10.2.6 - Considerações sobre a Periculosidade por Inflamáveis.

Após vistoria no local onde estão instalados os tanques e as análises

efetuadas da CLT no seu artigo 193 e Portaria 3214/78, Norma

Regulamentadora 16 no seu anexo 2 (Atividades e operações perigosas com

inflamáveis), podemos fazer os seguintes comentários:

A instalação do tanque de 10.000 litros, bem como os dois (2) tanques de

abastecimentos dos geradores com capacidade de 900 litros cada e o tanque

de 100 litros do motor da bomba de combate a incêndio, todos no 2º Subsolo

e instalados no interior do prédio, sendo que os subsolos são interligados e

com acesso através das rampas e escadas.

A Reclamada mantém o volume de 11.900 litros de Óleo Diesel – produto

inflamável - estocado no interior do seu Prédio.

O Reclamante trabalhava no 1ª Subsolo do Bloco III interligado como 2º

Subsolo do Bloco II onde se encontram os tanques.

É importante ressaltar que os subsolos fazem parte da estrutura única da

edificação, significando, portanto que os Blocos do prédio e os subsolos se

comportam como um único conjunto.

O que é determinante para caracterizar a periculosidade por inflamável em

ambiente fechado de acordo com a NR 16 é somente a existência do produto

inflamável, independentemente do volume que a embalagem ou reservatório

ou tambor esteja sem lacre.

O Reclamante atuava em caráter habitual e permanente na Área de Risco

por forças das suas atividades.

Em virtude do que foi registrado no local de trabalho do Reclamante, bem

como as suas atividades, fica caracterizada a Periculosidade, levando em

conta que o Reclamante atuava em caráter habitual e permanente na Área

de Risco, por Inflamáveis Líquidos de acordo com a NR16 por forças das

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suas atividades.

(GRIFOS NOSSOS)

Fato é que, à luz da prova pericial produzida nos

presentes autos, o agente vetor de periculosidade no labor de CÁSSIO restou bem evidenciado. Este

se ativava, em posto de trabalho cujas atividades pertinentes inclusive se desenvolviam no 2.º

subsolo do edifício-sede, onde localizavam-se tanques de óleo diesel acima dos 500 L (quinhentos

litros) de capacidade sem aterramento (real capacidade do tanque: 10.000 L – dez mil litros - até o

dia 17 de março de 2015, e 2000 L – dois mil litros - a partir de então), que não respeitam as

diretrizes traçadas pelas NR’s 16 e 20, ambas do Ministério do Trabalho e Emprego.

Por toda essa fundamentação, o nobre Perito

nomeado nos presentes autos concluiu pela inequívoca periculosidade.

A exposição da RECORRIDA a agentes

inflamáveis (como é o caso dos autos) está previsto no art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Garante-se ao trabalhador um adicional. Nas palavras do ilustre doutrinador Sérgio Pinto Martins

“A periculosidade não importa fator contínuo de exposição do trabalhador,

mas apenas um risco, que não age biologicamente contra seu organismo,

mas que, na configuração do sinistro, pode ceifar a vida do trabalhador ou

mutilá-lo.” (Direito do Trabalho, 2006, Atlas, p. 637)

(GRIFOS NOSSOS)

A jurisprudência já decidiu:

“PERICULOSIDADE. ATIVIDADES EM ÁREA DE RISCO. NÃO-

EVENTUALIDADE. PAGAMENTO DEVIDO DO ADICIONAL. A

permanência do empregado em área considerada de risco, ainda que em

parte da jornada de trabalho, caracteriza a exposição permanente de que

trata o art. 193 da CLT, diante da iminência do infortúnio que não autoriza

mensuração do perigo, sendo devido o pagamento do adicional de

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periculosidade de que trata o § 1º do mesmo Diploma Legal.” (TRT da 12º

Região, recurso ordinário voluntário nº 08309-2004-036-12-00-4, julgado em

24.10.2006)

(GRIFOS NOSSOS)

Mesmo que fosse constatada a intermitência na

exposição à periculosidade – o que não é o caso dos autos -, ainda assim a RECORRENTE sofreria a

condenação aqui postulada. Esse entendimento já se encontra solidificado:

“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL,

PERMANENTE E INTERMITENTE

Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto

permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de

risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim

considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo

extremamente reduzido.”

(GRIFOS NOSSOS)

E não se pode ignorar o teor de Orientação

Jurisprudencial emitida pela Seção de Dissídios Individuais – 1 do Egrégio Tribunal Superior do

Trabalho, que deve ser aplicada ao presente caso concreto:

“385. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO.

ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO.

CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)

É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que

desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em

pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para

armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal,

considerando-se como área de risco toda a área interna da construção

vertical.”

(GRIFOS NOSSOS)

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Apesar de toda a exposição de CÁSSIO ao risco de

trabalhar em local considerado pela legislação vigente perigoso, a RECORRENTE jamais efetuou

qualquer pagamento do adicional previsto no art. 193, § 1º, da CLT, conforme fizeram prova os recibos

de salário já colacionados.

Ou seja: não há nos autos elemento algum que

autorize a irresignação da RECORRENTE. Seu inconformismo é mera falácia sem fundamento, e sem

provas. Tanto que não criou óbice ao encerramento da fase instrutória, conforme consta da ata da

audiência realizada:

“As partes não têm outras provas a produzir. Encerrada a instrução

Processual.” (Fls. )

(GRIFOS NOSSOS)

As “provas” produzidas pela RECORRENTE no

desesperado intento de infirmar o laudo pericial produzido nos presentes autos são deveras frágeis

(seu laudo de assistente técnico é subscrito por empregado seu que, em hipótese alguma chegaria a

conclusão que não atendesse aos seus interesses processuais). E, por outro lado, se a RECORRENTE

não possui mais provas a produzir – como declarou na audiência una -, seu inconformismo é

insubsistente é meramente retórico.

Justamente por essa razão, o Magistrado de plano

julgou a presente ação parcialmente procedente. Assim, agiu com acerto o ilustre Juízo “a quo”. Até

porque hoje é tranquilo na jurisprudência que a natureza do adicional de

insalubridade/periculosidade é de verba salarial, sendo devidos os seus reflexos sobre as demais

verbas trabalhistas, conforme se verifica:

“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. REFLEXOS. A natureza jurídica de

salário-condição do adicional de periculosidade impõe a sua incidência

sobre as demais parcelas que integram a remuneração do empregado, como o

repouso semCÁSSIOl remunerado, as férias, a gratificação natalina e o

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FGTS. (Inteligência da OJ nº 172 da SDI-1 do colendo TST)” (Recurso

ordinário RO 02224-2006-035-12-00-8, j. em 12.07.2007, Juíza relatora Ione

Ramos)

(GRIFOS NOSSOS)

Do fundamento que autoriza a condenação da RECORRENTE à periculosidade na forma pleiteada

Os ditames previstos na aplicação conjugada das

NR’s 16 e 20, ambas do Ministério do Trabalho e Emprego, com o respeito e o acatamento, não podem

ser ignorados. Constou do laudo pericial haurido nos presentes autos:

E dos esclarecimentos periciais:

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Tais esclarecimentos vão no mesmo sentido da

prova emprestada, em que os esclarecimentos prestados pelo perito nomeado no feito de n.º 1000160-

44.2017.5.02.0062 não passaram ao crivo do ilustre Julgador de plano. Essa é a comprovação dramática

das razões pelas quais as atividades executadas pela RECORRIDA são consideradas perigosas:

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A RECLAMADA NÃO SÓ NÃO


SOMENTE NO CASO DO COMPROVOU A IMPOSSIBILIDADE
PREENCHIMENTO SIMULTÂNEO DAS DE INSTALAR OS TANQUES DE
CONDIÇÕES PREVISTAS NO ITEM EM FORMA ENTERRADA, COMO
DESTAQUE, É QUE A RECLAMADA TAMBÉM RESTOU EVIDENCIADO
PODERIA INSTALAR OS TANQUES NÃO POSSUIR O AUTO DE
COMO INSTALOU. E, COMO SABEMOS, VISTORIA DO CORPO EISDEAQUI A
ISTO NÃO OCORREU. BOMBEIROS, NORMA
FAZ QUE
CONFORME CONFERE
PROVA O INQUÉRITO CIVIL
NATUREZA
PERIGOSA A
TRAZIDO AOS AUTOS, TODOE O
IGNORADO PELO JUÍZO COMPLEXO
DA
SEDE DA
ORIGEM. RECLAMADA, E
QUE FOI
O PRÓPRIO LOCAL APONTADO IGNORADA
PELO JUJÍZO DA
PELO JULGADOR DA ORIGEM ORIGEM.
COMO “PROJEÇÃO VERTICAL”
DO TANQUE (NO ANDAR TÉRREO)
PODERIA SER O LOCAL PARA O
TANQUE SER INSTALADO. MAS
ESSA POSSIBILIDADE TAMBÉM
NÃO FORA LEVADA EM
CONSIDERAÇÃO PELO BRILHANTE
JUÍZO DA ORIGEM
A PROVA EMPRESTADA
TAMBÉM APONTA ESSA
OCORRÊNCIA. MAS O
JUÍZO DA ORIGEM A
IGNOROU

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O entendimento exposto nos esclarecimentos

periciais acima referidos (e que constam dos presentes autos) é lançado no mesmo sentido do parecer

exarado pelo ilustre órgão do Ministério Público do Trabalho da 2.ª Região, mais especificamente no

processo de n.º 1000160-44.2017.5.02.0062, em reclamação trabalhista também julgada em primeira

instância contra a prova dos autos:

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Além disso, o RECORRIDO também executa suas

atividades laborais no 2.º subsolo do complexo sede, o mesmo onde os indigitados tanques estão

instalados. Logo, labora na bacia de contenção desses tanques. Caso haja algum vazamento desse

líquido altamente inflamável, fatalmente sofrerá as consequências desse sinistro.

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Das reiteradas decisões proferidas neste Egrégio Tribunal condenando a RECORRENTE ao

pagamento da periculosidade como pleiteada

“Permissa máxima venia”, não tem fundamento

jurídico, portanto, o inconformismo da RECORRENTE face à sua condenação ao pagamento dos

reflexos no adicional de periculosidade jamais pago.

Tanto é verdade, que o Egrégio Tribunal do

Trabalho da 2.ª Região já vem ratificando as condenações em Primeira Instância que a RECORRIDA

suportou. Aqui, colacionamos duas delas, quando deitam vistas sobre as lamúrias infundadas que

permeiam a tese recursal dos CORREIOS:

PROCESSO: 00000229620155020084; RECURSO ORDINÁRIO; PROC. ORIGEM : 0022/2015; 84ª VT de São Paulo; RECORRENTE: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; Advogado: MAURY
IZIDORO; RECORRIDO: Benedito Giaretta; Advogado: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR; 11.ª Turma; 09/09/2016 PUBLICADO O EDITAL 0004286/2016, DO ACÓRDÃO Nº 20160654194; por vu,

NÃO CONHECER do apelo ex-officio; POR VU NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DO RECORRENTE

Outra decisão desta Egrégia Corte Regional

também autoriza a presente tese:

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PROCESSO: 00022190620145020069; RECURSO ORDINÁRIO; PROC. ORIGEM: 2219/2014; 69ª VT de São Paulo; RECORRENTE: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; Advogado: MAURY

IZIDORO; RECORRIDO: CÁSSIO Alcides de Menezes Rocha; Advogado: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR; 19/08/2016; PUBLICADO O EDITAL 0003892/2016, DO ACÓRDÃO Nº 20160585419;

16/08/2016 POR VU, NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO DO RECORRENTE

Este segundo dos casos, inclusive, já transitou em

julgado:

Até porque, há colegas do setor em que CÁSSIO

labora, que propuseram reclamações trabalhistas como a presente, e já percebem o adicional de

periculosidade. Observemos o hollerith do paradigma Roberto dos Santos. Este empregado da

RECORRENTE (que, repetimos, ativa-se no mesmo local de trabalho que a RECORRIDA) obteve

procedência da ação em primeira instância, onde constou do dispositivo da sentença:

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Após oferecimento do recurso por parte da

RECORRENTE, suas lamúrias não fizeram eco:

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Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18070423191320900000110333236
Documento assinado pelo Shodo

O feito em tela já transitara em julgado. E, como

consequência, Roberto – frise-se mais uma vez, empregado que se ativa no mesmo setor de trabalho

da RECORRIDA – já percebe em folha o adicional deferido em processo que tramitou perante esta

Justiça Obreira:

34

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 04/07/2018 23:20 - dc2ac67
ID. dc2ac67
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18070423191320900000110333236 - Pág. 34
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18070423191320900000110333236
Documento assinado pelo Shodo

Ora, “data máxima venia”, indeferir o adicional ora

postulado implicaria, por vias transversas, num tratamento diferenciado para pessoas exercentes de

uma mesma função.

Em síntese: havendo comprovação de que

Roberto (dentre outros empregados da RECORRENTE, e colegas de setor de CÁSSIO), estão

percebendo o adicional perseguido por ele, o indeferimento do mesmo nos presentes autos ofende

frontalmente o princípio da não discriminação, insculpido no art. 5º, “caput” e inciso I, e art. 7º,

incisos XXX e XXXII, todos da Carta Magna, e 5º da Consolidação das Leis do Trabalho, na exata

medida que tratou de forma distinta os empregados que estavam em idênticas condições.

“Ex positis et data máxima venia”, CÁSSIO suplica

35

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 04/07/2018 23:20 - dc2ac67
ID. dc2ac67
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18070423191320900000110333236 - Pág. 35
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18070423191320900000110333236
Documento assinado pelo Shodo

para que Vossas Excelências ratifiquem a procedência dos os pedidos que tocam à periculosidade

no presente feito, nos exatos termos da peça vestibular, inclusive no que concerne à expedição de

ofícios às autoridades fiscalizadoras, pela constatada inexistência de PRRA (Programa de Prevenção

de Riscos Ambientais), nos termos da NR 9 do Ministério do Trabalho e Emprego, para que se

apliquem as penalidades previstas na NR 28 do mesmo MTE.

II – DO PEDIDO

Com efeito, CÁSSIO requer seja negado

provimento ao recurso ordinário interposto pela RECORRENTE, nos exatos termos da presente

peça de contra-razões.

Caso Vossas Excelências entendam ter agido o

RECORRENTE com espirito emulativo e má-fé ou atentado contra o exercício da jurisdição, requer

se dignem em aplicar multa de até 20% (vinte por cento) do valor da condenação.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Barueri, 4 de julho de 2018.

ANTONIO CLARET VALENTE Jr.

OAB n.º 253.192/SP

36

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 04/07/2018 23:20 - dc2ac67
ID. dc2ac67
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18070423191320900000110333236 - Pág. 36
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18070423191320900000110333236
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
16ª Turma - Cadeira 4
RO 1001743-58.2017.5.02.0064
RECORRENTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
RECORRIDO: CASSIO MOTA ROCHA

CONCLUSÃO

Nesta data, faço os presentes autos conclusos ao Exmo. Desembargador NELSON BUENO
DO PRADO, informando que não há manifestação do Ministério Público do Trabalho no
processo em epígrafe.

São Paulo, 13 de agosto de 2018.

Ana Paula Terlizzi - Chefe de Gabinete

DESPACHO

Vistos, etc.

Encaminhem-se os autos à D. Procuradoria Regional do Trabalho para, querendo, emitir


parecer.

SAO PAULO, 13 de Agosto de 2018

NELSON BUENO DO PRADO


Desembargador(a) do Trabalho

Assinado eletronicamente por: NELSON BUENO DO PRADO - 13/08/2018 16:32 - 9022e7b


ID. 9022e7b
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18081313230082900000153006402 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 18081313230082900000153006402
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO PJE TRT/SP Nº 1001743-58.2017.5.02.0064 - 16ª TURMA


RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
RECORRIDO: CASSIO MOTA ROCHA
ORIGEM: 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

Inconformado com a r. sentença (fls. 813/817), cujo relatório adoto, que


julgou parcialmente procedentes os pedidos da exordial, recorre ordinariamente a reclamada (fls.
820/859), pugnando pela reforma do r. julgado no tocante ao adicional de periculosidade, gratificação de
férias, e juros de mora. Pede provimento.

Procuração outorgada pelo recorrente ao signatário nos exatos termos do


art. 654 do Código Civil e do disposto na Súmula nº 456, do C. TST (fl. 497; substabelecimento, fl. 498).

O reclamante apresentou contrarrazões (fls. 862/897), e juntou procuração


outorgada ao signatário nos exatos termos do art. 654 do Código Civil (fl. 49).

Manifestação do Ministério Público do Trabalho (fls. 901/902)

É o relatório.

VOTO

CONHECIMENTO

Presentes os pressupostos recursais objetivos e subjetivos, conheço.

MÉRITO

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Assinado eletronicamente por: NELSON BUENO DO PRADO - 19/08/2019 12:35 - 69f2b26


ID. 69f2b26
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19070211570686700000153006389 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19070211570686700000153006389
O autor foi contratado em 04/02/2013 para exercer a função de "Agente de
Correios- Operador de Triagem e Transbordo", laborando no bloco "II" do Edifício sede da reclamada,
sito à rua Mergenthaler, nº 592, Vila Leopoldina, capital (CTPS, fl. 55). Aduziu que, dadas as dimensões
da construção, em suas dependências, houve a presença maciça de geradores de energia que eram
alimentados por combustível oriundo de 3 (três) tanques - todos localizados no 2.º subsolo do mesmo
prédio onde se ativa.

Determinada a vistoria técnica (fls. 691/692), por intermédio do laudo


pericial de fls. 770/784 (com esclarecimentos, às fls. 796/799), o expert ao fazer a vistoria da edificação,
juntou, inclusive fotos, esclarecendo os seguintes fatos: "(...) Durante a diligência constatamos que a
sala dos geradores e armazenamento de óleo diesel encontra-se ao lado do local de labor do
Reclamante (...)"; que a "...passagem de acesso para o estacionamento no 2º subsolo do bloco 2 se faz
por uma passagem ao lado da área de labor do Reclamante localizada no piso do 1º subsolo do bloco 3
(...)", e na "...sala de bombas ao lado das salas de gerador e de armazenamento de óleo diesel podemos
observar o vão entre as paredes no qual enxergamos a área do 1º subsolo do bloco 3 onde o
Reclamante laborava (...)".

E, ainda, esclarecendo com fotos, o "Expert", afirmou que no "...2º


subsolo que se encontra no mesmo nível e interligado ao 1º subsolo do bloco C do prédio da
Reclamada, existem cinco grupos motos geradores instalados em duas salas, sendo: A primeira sala
contém três geradores MWM de 350kVA cada um, alimentados por um tanque metálico aéreo com a
capacidade de 2.000 litros de óleo diesel. Este mesmo tanque abastece por vasos comunicantes e
gravidade os dois tanques instalados na outra sala (...) A segunda sala contém dois geradores
Caterpillar de 438kVA cada um, alimentados por dois tanques metálicos acoplados no skid com
capacidade de 900 litros de óleo diesel cada um...".

A conclusão do perito foi no sentido de que o autor esteve exposto a


agentes perigosos, de acordo com a NR-16 que estabelece as atividades e operações perigosas e as áreas
de risco envolvendo explosivos e inflamáveis, bem como na NR - 20 (Norma Regulamentadora 20), que
define líquidos combustíveis e inflamáveis, ambas aprovadas pela Portaria 3.214/78, a primeira retificada
pela última portaria 05/15 e a segunda pelas portarias 308/12 e 1.079/ 14. Assim sendo, de acordo com
avaliação realizada ficou constatado que o Reclamante não desenvolvia suas atividades em contato com
inflamáveis, não operando de modo habitual e permanente durante todo o seu pacto laboral. Durante o
tempo imprescrito, laborou internamente em área de risco, portanto, desenvolvia suas atividades em
condições de periculosidade durante o período imprescrito.

Assinado eletronicamente por: NELSON BUENO DO PRADO - 19/08/2019 12:35 - 69f2b26


ID. 69f2b26
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19070211570686700000153006389 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19070211570686700000153006389
Como se vê, a condenação "a quo" decorreu do que restou apurado pelo
trabalho investigativo de fls. 770/784.

O combate travado pelo recorrente também encontra óbice na


jurisprudência trabalhista, não cabendo o argumento de que o contato não era permanente com o agente
periculoso como exigido pelo artigo193, da CLT, posto que comprovado o contrário. Exegese da Súmula
nº 364, do C. TST, que pacificou a seguinte tese, "verbis":

"ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE


E INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e
03.06.2016 - I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco (...)".

Desprovejo.

GRATIFICAÇÃO DE FÉRIAS

O tema em epígrafe não foi abordado na sentença pelo d. Juízo de origem.


Dessa forma, inviável a análise, sob pena de supressão de instância, por configurar nítida inovação
recursal.

De qualquer ângulo que se analise, o pleito não comporta provimento.

JUROS DE MORA

Requer a recorrente, caso mantida a decisão, a revisão dos juros aplicados


na forma estabelecida pelo artigo 1º-F da Lei Federal nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei 11.960, de
29 de junho de 2009, bem como §12 do artigo 100 da Constituição Federal.

Nada a deferir quanto ao pedido, ante a decisão "a quo", conforme segue:

"Aplicáveis à reclamada as prerrogativas do Decreto-lei 779/69 e do art. 1º-F da Lei nº


9.494/97".

Nego provimento.

É o voto.

Assinado eletronicamente por: NELSON BUENO DO PRADO - 19/08/2019 12:35 - 69f2b26


ID. 69f2b26
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19070211570686700000153006389 - Pág. 3
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19070211570686700000153006389
CONCLUSÃO

Presidiu o julgamento a Exma. Desembargadora Regina Duarte.

Tomaram parte no julgamento os Exmos. Desembargadores Nelson Bueno


do Prado (relator), Dâmia Avoli (revisora) e Fernanda Oliva Cobra
Valdívia.

Sustentação oral realizada pelo(a) Dr(a).

Isto posto, ACORDAM os Magistrados da 16ª. Turma do Tribunal


Regional do Trabalho da 2ª. Região em: por unanimidade de votos, conhecer e negar provimento ao
Recurso Ordinário, nos termos da fundamentação.

NELSON BUENO DO PRADO


Relator

NBP-4

Assinado eletronicamente por: NELSON BUENO DO PRADO - 19/08/2019 12:35 - 69f2b26


ID. 69f2b26
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19070211570686700000153006389 - Pág. 4
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19070211570686700000153006389
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO PJE TRT/SP Nº 1001743-58.2017.5.02.0064 - 16ª TURMA


RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
RECORRIDO: CASSIO MOTA ROCHA
ORIGEM: 64ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

Inconformado com a r. sentença (fls. 813/817), cujo relatório adoto, que


julgou parcialmente procedentes os pedidos da exordial, recorre ordinariamente a reclamada (fls.
820/859), pugnando pela reforma do r. julgado no tocante ao adicional de periculosidade, gratificação de
férias, e juros de mora. Pede provimento.

Procuração outorgada pelo recorrente ao signatário nos exatos termos do


art. 654 do Código Civil e do disposto na Súmula nº 456, do C. TST (fl. 497; substabelecimento, fl. 498).

O reclamante apresentou contrarrazões (fls. 862/897), e juntou procuração


outorgada ao signatário nos exatos termos do art. 654 do Código Civil (fl. 49).

Manifestação do Ministério Público do Trabalho (fls. 901/902)

É o relatório.

VOTO

CONHECIMENTO

Assinado eletronicamente por: JOSE AUGUSTO MOURA BONIFACIO DA SILVA - 19/08/2019 16:56 - ccf0297
ID. ccf0297
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19081916561495000000153006386 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19081916561495000000153006386
Presentes os pressupostos recursais objetivos e subjetivos, conheço.

MÉRITO

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O autor foi contratado em 04/02/2013 para exercer a função de "Agente de


Correios- Operador de Triagem e Transbordo", laborando no bloco "II" do Edifício sede da reclamada,
sito à rua Mergenthaler, nº 592, Vila Leopoldina, capital (CTPS, fl. 55). Aduziu que, dadas as dimensões
da construção, em suas dependências, houve a presença maciça de geradores de energia que eram
alimentados por combustível oriundo de 3 (três) tanques - todos localizados no 2.º subsolo do mesmo
prédio onde se ativa.

Determinada a vistoria técnica (fls. 691/692), por intermédio do laudo


pericial de fls. 770/784 (com esclarecimentos, às fls. 796/799), o expert ao fazer a vistoria da edificação,
juntou, inclusive fotos, esclarecendo os seguintes fatos: "(...) Durante a diligência constatamos que a
sala dos geradores e armazenamento de óleo diesel encontra-se ao lado do local de labor do
Reclamante (...)"; que a "...passagem de acesso para o estacionamento no 2º subsolo do bloco 2 se faz
por uma passagem ao lado da área de labor do Reclamante localizada no piso do 1º subsolo do bloco 3
(...)", e na "...sala de bombas ao lado das salas de gerador e de armazenamento de óleo diesel podemos
observar o vão entre as paredes no qual enxergamos a área do 1º subsolo do bloco 3 onde o
Reclamante laborava (...)".

E, ainda, esclarecendo com fotos, o "Expert", afirmou que no "...2º


subsolo que se encontra no mesmo nível e interligado ao 1º subsolo do bloco C do prédio da
Reclamada, existem cinco grupos motos geradores instalados em duas salas, sendo: A primeira sala
contém três geradores MWM de 350kVA cada um, alimentados por um tanque metálico aéreo com a
capacidade de 2.000 litros de óleo diesel. Este mesmo tanque abastece por vasos comunicantes e
gravidade os dois tanques instalados na outra sala (...) A segunda sala contém dois geradores
Caterpillar de 438kVA cada um, alimentados por dois tanques metálicos acoplados no skid com
capacidade de 900 litros de óleo diesel cada um...".

A conclusão do perito foi no sentido de que o autor esteve exposto a


agentes perigosos, de acordo com a NR-16 que estabelece as atividades e operações perigosas e as áreas
de risco envolvendo explosivos e inflamáveis, bem como na NR - 20 (Norma Regulamentadora 20), que
define líquidos combustíveis e inflamáveis, ambas aprovadas pela Portaria 3.214/78, a primeira retificada
pela última portaria 05/15 e a segunda pelas portarias 308/12 e 1.079/ 14. Assim sendo, de acordo com
avaliação realizada ficou constatado que o Reclamante não desenvolvia suas atividades em contato com

Assinado eletronicamente por: JOSE AUGUSTO MOURA BONIFACIO DA SILVA - 19/08/2019 16:56 - ccf0297
ID. ccf0297
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19081916561495000000153006386 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19081916561495000000153006386
inflamáveis, não operando de modo habitual e permanente durante todo o seu pacto laboral. Durante o
tempo imprescrito, laborou internamente em área de risco, portanto, desenvolvia suas atividades em
condições de periculosidade durante o período imprescrito.

Como se vê, a condenação "a quo" decorreu do que restou apurado pelo
trabalho investigativo de fls. 770/784.

O combate travado pelo recorrente também encontra óbice na


jurisprudência trabalhista, não cabendo o argumento de que o contato não era permanente com o agente
periculoso como exigido pelo artigo193, da CLT, posto que comprovado o contrário. Exegese da Súmula
nº 364, do C. TST, que pacificou a seguinte tese, "verbis":

"ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE


E INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e
03.06.2016 - I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco (...)".

Desprovejo.

GRATIFICAÇÃO DE FÉRIAS

O tema em epígrafe não foi abordado na sentença pelo d. Juízo de origem.


Dessa forma, inviável a análise, sob pena de supressão de instância, por configurar nítida inovação
recursal.

De qualquer ângulo que se analise, o pleito não comporta provimento.

JUROS DE MORA

Requer a recorrente, caso mantida a decisão, a revisão dos juros aplicados


na forma estabelecida pelo artigo 1º-F da Lei Federal nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei 11.960, de
29 de junho de 2009, bem como §12 do artigo 100 da Constituição Federal.

Nada a deferir quanto ao pedido, ante a decisão "a quo", conforme segue:

"Aplicáveis à reclamada as prerrogativas do Decreto-lei 779/69 e do art. 1º-F da Lei nº


9.494/97".

Nego provimento.

É o voto.

Assinado eletronicamente por: JOSE AUGUSTO MOURA BONIFACIO DA SILVA - 19/08/2019 16:56 - ccf0297
ID. ccf0297
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19081916561495000000153006386 - Pág. 3
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19081916561495000000153006386
CONCLUSÃO

Presidiu o julgamento a Exma. Desembargadora Regina Duarte.

Tomaram parte no julgamento os Exmos. Desembargadores Nelson Bueno


do Prado (relator), Dâmia Avoli (revisora) e Fernanda Oliva Cobra
Valdívia.

Sustentação oral realizada pelo(a) Dr(a).

Isto posto, ACORDAM os Magistrados da 16ª. Turma do Tribunal


Regional do Trabalho da 2ª. Região em: por unanimidade de votos, conhecer e negar provimento ao
Recurso Ordinário, nos termos da fundamentação.

NELSON BUENO DO PRADO


Relator

NBP-4

Assinado eletronicamente por: JOSE AUGUSTO MOURA BONIFACIO DA SILVA - 19/08/2019 16:56 - ccf0297
ID. ccf0297
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19081916561495000000153006386 - Pág. 4
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19081916561495000000153006386
Assinado eletronicamente por: JOSE AUGUSTO MOURA BONIFACIO DA SILVA - 19/08/2019 16:56 - ccf0297
ID. ccf0297
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19081916561495000000153006386 - Pág. 5
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19081916561495000000153006386
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A)
DESEMBARGADOR(A)-RELATOR(A) DA 16ª
TURMA/CADEIRA 4 DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL
DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

Proc.:1001743-58.2017.5.02.0064

CÁSSIO MOTA ROCHA, já devidamente qualificada

nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, movida em face de EMPRESA BRASILEIRA DE


CORREIOS E TELÉGRAFOS, da mesma forma já devidamente qualificada, vem, "mui" respeitosamente, por
intermédio de seu Patrono legalmente constituído, e que esta subscreve, à honrosa presença de Vossa Excelência, e ante à
inércia da RECLAMADA em exercer seu interesse recursal (deixou transcorrer "in albis" o prazo para o manejo do
competente recurso de revista), suplicar pela imediata remessa dos autos à vara de origem, para prosseguimento do
feito em sua fase de cumprimento de sentença.

Nestes termos,

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 24/09/2019 00:14 - 358e187
ID. 358e187
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19092400114701900000153006372 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19092400114701900000153006372
Pede deferimento.

Carapicuíba, 24 de setembro de 2019.

ANTONIO CLARET VALENTE Jr.

OAB nº 253.192/SP

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CLARET VALENTE JUNIOR - 24/09/2019 00:14 - 358e187
ID. 358e187
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19092400114701900000153006372 - Pág. 2
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19092400114701900000153006372
Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO ||| JUSTIÇA DO TRABALHO


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
64ª Vara do Trabalho de São Paulo ||| ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
RECLAMANTE: CASSIO MOTA ROCHA
RECLAMADO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS

CONCLUSÃO

Nesta data, faço o feito concluso ao(a) MM(a) Juiz(a) da 64ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP.

SAO PAULO, data abaixo.

GABRIELLA ALMEIDA LEAL

DESPACHO

Vistos

Deverá a ré promove a inclusão em folha de pagamento do adicional deferido em sentença,


na forma e sob as penas lá arbitradas.

SAO PAULO, 25 de Setembro de 2019

PATRICIA OLIVEIRA CIPRIANO DE CARVALHO


Juiz(a) do Trabalho Substituto(a)

Assinado eletronicamente por: PATRICIA OLIVEIRA CIPRIANO DE CARVALHO - 25/09/2019 10:40 - b4a9e74
ID. b4a9e74
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19092508032698200000153091333 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19092508032698200000153091333
Documento assinado pelo Shodo

PODER JUDICIÁRIO ||| JUSTIÇA DO TRABALHO


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
64ª Vara do Trabalho de São Paulo ||| ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
RECLAMANTE: CASSIO MOTA ROCHA
RECLAMADO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS

CONCLUSÃO

Nesta data, faço o feito concluso ao(a) MM(a) Juiz(a) da 64ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP.

SAO PAULO, data abaixo.

GABRIELLA ALMEIDA LEAL

DESPACHO

Vistos

Deverá a ré promove a inclusão em folha de pagamento do adicional deferido em sentença,


na forma e sob as penas lá arbitradas.

SAO PAULO, 25 de Setembro de 2019

PATRICIA OLIVEIRA CIPRIANO DE CARVALHO


Juiz(a) do Trabalho Substituto(a)

Assinado eletronicamente por: LARA SIVIERO - 25/09/2019 11:38 - 7d7bbd3


ID. 7d7bbd3
https://pje.trtsp.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19092511380057600000153142735 - Pág. 1
Número do processo: ATOrd 1001743-58.2017.5.02.0064
Número do documento: 19092511380057600000153142735
SUMÁRIO

Documentos
Id. Data de Documento Tipo
Juntada
11ce5d2 03/10/2017 Petição em PDF Petição em PDF
14:13
b51d76f 03/10/2017 petição inicial - reclamação trabalhista - cassio Petição Inicial
14:13
824f596 03/10/2017 3CNH Documento Diverso
14:13
d4828bd 03/10/2017 5PIS Documento Diverso
14:13
0e38bdb 03/10/2017 6CTPS (foto) CTPS
14:13
616733c 03/10/2017 7CTPS (qualificação civil) CTPS
14:13
7d704a6 03/10/2017 8Registro CTPS
14:13
80b5a9a 03/10/2017 9Curriculo RH Documento Diverso
14:13
13b1882 03/10/2017 10Holerite Contracheque / Hollerith
14:13
37f65ab 01/03/2018 Contestação ECT Contestação
13:51
7e28368 07/03/2018 Ata da Audiência Ata da Audiência
16:52
bc02c8c 08/03/2018 Quesitos ECT Apresentação de Quesitos
09:02
794f9b2 14/03/2018 QUESITOS PERICULOSIDADE Apresentação de Quesitos
00:42
83592ac 25/04/2018 Impugnação ao laudo ECT Manifestação
16:48
508b805 25/04/2018 Parecer Técnico Documento Diverso
16:48
ba42595 08/06/2018 esclarecimentos do perito Manifestação
11:55
7af5c14 08/06/2018 Parecer Técnico ou Documento Eludicativo Parecer Técnico ou Documento
11:55 Eludicativo
34baa0c 13/06/2018 Ata da Audiência Ata da Audiência
17:00
b45dcdf 18/06/2018 Sentença Sentença
15:34
7b43111 03/07/2018 Recurso Ordinário Recurso Ordinário
09:51
dc2ac67 04/07/2018 Contrarrazões em RO Contrarrazões
23:20
9022e7b 13/08/2018 Despacho Despacho
16:32
69f2b26 19/08/2019 Acórdão Acórdão
12:35
ccf0297 19/08/2019 Intimação Intimação
16:56
358e187 24/09/2019 PEDIDO DE REMESSA À VARA DE ORIGEM EM Manifestação
00:14 RAZÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO
b4a9e74 25/09/2019 Despacho Despacho
10:40
7d7bbd3 25/09/2019 Intimação Intimação
11:38

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