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SEMIOLOGIA DOS NERVOS CRANIANOS 2

Dr. Takatani

 VII par de nervos cranianos  FACIAL


“Lembrem que o 1º par (olfatório) apresenta apenas função sensorial, o 2º (óptico)
apenas função sensorial, o 4º e 6º apenas função motora, o 3º principalmente motora
intrínseca do olho. O trigêmeo apresenta função mista, motora e sensorial. O facial
também é um nervo misto.”

TRIGÊMIO X FACIAL:
Enquanto o trigêmeo é responsável pela sensibilidade, o facial é responsável pela
inervação da musculatura para a realização da mímica facial/ careteamento.

FUNÇÕES: 1.Inervação motora dos músculos da face.


2. Sensação do gosto dos 2/3 anteriores da língua
(enquanto que o Trigêmeo responsável pela sensibilidade dolorosa dos 2/3
anteriores da língua. Já a gustação, ocorre pelo facial)

EXAMES:
Para o exame físico do nervo Facial pede-se que o paciente:
 Enrugar a fronte  Assobiar
 Franzir supercílios  inflar a boca
 Fechar pálpebras  contração do platisma
 Mostar os dentes

 O NERVO FACIAL
além de sua função
motora é responsável
também pelas
glândulas. Exemplo:
ao comer um
alimento azedo
ocorre uma salivação
em maior quantidade
a partir das glândulas
submandibulares
 Facial é o responsável
pela inervação dos 2/3
anteriores da língua,
permitindo a sensação
do gosto 
GUSTAÇÃO

 “Em caso de pacientes


com paralisia do nervo
facial não é raro o
paciente se queixar de
não sentir o gosto da
comida” Nessa paralisia
do nervo facial, houve
também paralisação e
acometimento dos
ramos que vão para a
língua e são
responsáveis pela
gustação.
 Não são todos os
pacientes que
apresentam alteração
gustativa!

Lembrar dos locais de percepção dos sabores:


1. Doce na ponta da língua
2. Salgado nas laterais anteriores
3. Azedo nas laterais mais posteriores
4. Amargo no fundo da língua
Em caso de paralisia do nervo facial que
acometa ramos que vão para a língua,
ocorrerá um comprometimento da gustação
para doce, salgado e azedo no lado acometido.

MOTRICIDADE DA FACE (mímica facial)

“As paralisias faciais geralmente são unilaterais podendo perceber algumas


alterações na mímica facial. Porém podem ocorrer situações em que ocorre a paralisia
é bilateral, a chamada diplegia ou diparesia facial, manifestando-se sem desvios. A
boca permanece simétrica diferente do que ocorre na paralisia unilateral. Não há
nervos prevalecendo, não há nenhum nervo puxando!”
MOTRICIDADE DA FACE:
Pede-se ao paciente:
Fechar os olhos
Assobiar
Franzir a testa
Sorrir
Insulflar a boca

 São dois tipos de paralisia facial Paralisia facial central e paralisia facial
periférica

Paralisia Facial periférica (PFP)


 A face é dividida em direita e esquerda, superior e inferior dando origem a
quadrantes.

“Na paralisia facial periférica a lesão é mais na porção periférica e ocorre tanto no
andar superior como no andar inferior.”

 Lesão do nervo facial ou também do núcleo do facial


 Hemiface homolateral a lesão –superior e inferior
 Lagoftalmia (olho aberto)
 Sinal de Bell  não consegue fechar completamente os olhos, apenas a esclera
esta visível
 Não consegue franzir a testa no lado afetado
 Epiífora (lacrimejamento)
 Desvio da boca para o lado normal

 Essa é uma paralisia facial direita tanto do quadrante superior


como o inferior.
 Não consegue franzir a testa, não consegue fechar os olhos, sulco
nasolabial flácido.
 Boca desvia para lado normal por prevalência de força.
 Ser não consegue fechar completamente os olhos SINAL DE
BELL
“O repuxamento, o desvio de algumas estruturas ocorre porque as mesmas fibras
musculares presentes do lado esquerdo estão também presentes do lado direito.
Quando ocorre paralisação das fibras de um dos lados, faz com que as fibras normais,
sem paralisação, tornem-se prevalentes e causem um desvio para o lado saudável,
porque o lado paralisado não esta funcionando para que ocorra um balanço, um
equilíbrio.”

CAUSAS:
1.Paralisia de Bell (“FRIGORE”)
2.Neoplasias comprimindo essa região
3.AVC localizado na ponte
4. Infecções
5.Cirurgias do ouvido médio
6.Traumatismo

Supra-nuclear

Nuclear
Tronco Cerebral – Ponte

Infra-nuclear

 São três porções:


NUCLEAR: onde origina o nervo facial
INFRANUCLEAR: localização abaixo do núcleo
SUPRANUCLEAR: Localização acima do núcleo

ANGELO MACHADO:
O nervo facial origina-se no núcleo do facial, situado na ponte. Lesões do nervo, em
qualquer parte de seu trajeto, geram paralisia total dos músculos da expressão facial
na metade lesada.
Os tipos de paralisia variam de acordo com o local da lesão. A paralisia facial periférica
é aquela em que ocorre lesão à nível de neurônio motor inferior, ou seja é uma lesão
infranuclear. Já a paralisia facial central é aquela também chamada de supranuclear,
por lesão do neurônio motor superior.
PARALISIAS PERIFÉRICAS: São homolaterais  ocorrem do mesmo lado da lesão.
Acometem toda metade da face
PARALISIAS CENTRAIS: São contralaterais  ocorrem do lado oposto.
Acometem apenas os músculos da metade inferior da face, poupando os músculos da
metade superior como os orbiculares (por isso fechamento dos olhos são simétricos) e
isso se explica da seguinte maneira:
As fibras cortico-nucleares , que vão para os neurônios motores do núcleo do facial
que inervam os músculos da metade superior da face, serem homo ou heterolaterais,
ou seja, terminam no núcleo do próprio lado e no do lado oposto. Já as fibras que
controlam os neurônios motores para a metade inferior da face são todos
heterolaterais.
Ex: LESÃO NO TRATO CÓRTICO-NUCLEAR DE UM LADO HÁ PARALISAÇÃO COMPLETA
NA MUSCULATURA MÍMICA DA METADE INFERIOR DA FACE DO LADO OPOSTO
(mantido movimentos na metade superior pelas fibras homolaterais que permanecem
intactas).

 A paralisia facial periférica ela pode ser Nuclear ou infranuclear


COMO ISSO OCORRE?
Lesões a nível nuclear ocorrem lesões de nervos que se direcionam para porção
superior e para aqueles que se direcionam para a porção inferior, afetando toda a face
direita ou esquerda dependendo dos nervos afetados.

PARALISIA FACIAL CENTRAL X PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA

Uma das formas de diferenciar se a lesão esta causando uma paralisia central ou
periférica é pedindo para que o paciente feche os olhos:
 se o fechamento for simétrico, indica que o paciente apresenta uma Paralisia Facial
Central
 se o fechamento for assimétrico, ou seja, um dos olhos não se fecha, apresenta-se
nesse caso uma Paralisia Facial Periférica  a lesão ocorre no nervo Facial, raramente
será no núcleo.
Paralisia Facial Central:

 Afeta somente quadrante inferior contralateral


 Lesão supranuclear
 Lesão da via cortiço- nuclear (neurônio motor superior, supra-nuclear)
Lesão na via que vai do córtex ate o núcleo; lesão também chamada de lesão do
neurônio motor superior ou supranuclear.

 Contra lateral a lesão – na metade inferior da face


 Desvio da boca para o lado normal
 Consegue fechar ambos os olhos (andar superior não esta acometido)
 Consegue franzir a testa

CAUSAS: 1. PFC das hemiplegias no AVC


2. tumores e abscessos cerebrais
Paralisia Facial Periférica:

 Afeta hemiface ipsilateral


 Lesão infranuclear ou nuclear (diferente da central)

Lado esquerdo esta paralisado comprovado a partir do desvio da boca para a direita,
fechamento do olho direito eficaz, enquanto que lado esquerdo esta com a paralisia
impedindo fechamento do olho e preservação da simetria da boca.

Paralisia Facial Periferia à esquerda:

 Nesse caso da esquerda, pede-se ao paciente


que realize o ato de franzir a testa e fechar os
olhos ocorre como resposta uma
assimetria na a testa, que só franze do lado
direito e uma fechamento completo apenas
do lado direito. Ou seja, tem-se uma
Paralisia facial periférica do lado esquerdo
(não franze testa e não fecha olho)
 No caso da direita paciente apresenta franzir
da testa apenas no lado direito e desvio da
boa para lado direito e ao ato de sorrir ocorre
apenas deslocamento da boca no lado
direito. Ou seja, tem-se uma paralisia facial
periférica do lado esquerdo
“É periférica porque olhos não se fecham
simetricamente”
PARALISIA FACIAL

1. Paciente consegue franzir a testa 1. Franzir da testa apenas em lado


2. Paciente é capaz de fechar ambos os saudável- esquerdo
olhos com simetria 2. Boca desviada para lado normal
3. Boca sofre desvio para lado saudável- 3. Ao fechar os olhos ocorre assimetria
esquerdo sinal de Bell lado esquerdo
4. Sulco nasolabial do lado afetado
apagado

 VIII par de nervos cranianos  VESTÍBULOCOCLEAR


(esteato-acústico)

ORIGEM CRANIANA: penetra o crânio pelo meato acústico interno

ORIGEM ENCEFÁLICA: sulco bulbo-pontino

PORÇÃO VESTIBULAR: equilíbrio

PORÇÃO COCLEAR: audição

1. Coclear :
 Audição (audiometria)
 Lesão: rubéola
Neurinoma
Fratura do rochedo
Intoxicação

2. Vestibula: equilíbrio
 Equilibrio
 Exame: Desvio lateral na marcha
Desvio postural
Sinal de romberg

Exemplo: SINDROME DE MENIÈRE


 crises de zumbido
 vertigem
 desequilíbrio
 náuseas
 vômitos
 hipoacusia

VIII- Vestibulococlear:

PROVA DE WEBER

 HIPOACUSIA DE PERCEPÇÃO (neurosensorial)


Som é lateralizado para ouvido bom

Ex:
1. Lesão a nível coclear
2. Surdez por drogas
3. Exposição a ruídos excessivos
4. Idade avançada
5. Lesão pos infecção (parotidite)

 HIPOACUSIA DE CONDUÇÃO

Som é lateralizado para ouvido lesado

Ex:
1. Doença do meato externo, Ouvido médio e tuba de Eustáquio
2. Obstrução do ouvido médio, otites, perfuração de tímpano, otoesclerose
funcional
3. Tumores

PROVA DE RINNE
 Rinne POSITIVO/ NORMAL: exame normal

 HIPOACUSIA DE CONDUÇÃO: condução óssea > área

 HIPOACUSIA DE PERCEPÇÃO: neurosensorial


Condução área > óssea

 IX, X par de nervos cranianos  GLOSSOFARÍNGEO E


VAGO

 Lesão do X: disfonia

 Lesão do IX, X:
1. Desvio do céu palatino para o lado normal
2. Disfagia
3. Regurgitação líquido pelo nariz
4. Abolição do reflexo do vômito

 XI par de nervos cranianos  ACESSÓRIO

FUNÇÃO : inervação motora dos músculos (trapézio e esternocleidomastóideo)

 XII par de nervos cranianos  HIPOGLOSSO

FUNÇÃO: Motricidade da língua


Motricidade

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