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Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Aynne Patrícia

Cindy Regô

Elivelton Oliveira

Maria Helena

Marcia Larissa

Matheus Felipe

Ramon Almeida

Suzana Cordeiro

Tainara Lobo

Tereza Letícia Monteiro

Trabalho sobre “Exercícios Oromiofaciais”


apresentado a profª Cynthia Lynch,
disciplina Disfagia, no quarto período do
curso de Fonoaudiologia.

Belém, 01 de novembro de 2016.


INTRODUÇÃO
Os exercícios oromiofaciais são indicados quando ocorrem alguns dos achados
clínicos como: vedamento labial incompleto, sialorréia, assimetria facial, estética facial,
dificuldades na mastigação, “pocketing” de alimento (o alimento fica à nível de sulco –
esconder, engolir); resíduo alimentar; alteração de sensibilidade intra oral e/ou achados
radiológicos como: escape de líquido e semisólidos, “pocketing” de alimento em sulco
anterior e “pocketing” unilateral de alimento. Alguns exercícios possuem objetivos mais
específicos e são utilizados como aliados na terapia fonoaudiológica, já que o fortalecimento
da musculatura oral, por exemplo, é imprescindível para uma vedação labial adequada,
favorecendo a pega do alimento, além de manter o alimento na cavidade oral durante a
mastigação.
Padovan (1976) escreveu que há outros fatores que intervém na forma da arcada
dentária além do padrão esquelético e estes devem ser avaliados, como: conformação dos
tecidos moles das bochechas, lábios e língua, a relação da base dentária apical para o osso
basal e o tamanho e forma dos dentes. Além destes, as funções de deglutição, respiração,
sucção, fala e mastigação devem ser avaliadas a fundo. Os lábios devem ser avaliados quanto
a sua postura habitual, simetria, mobilidade, coordenação e rapidez de movimentos; do palato
duro observa-se a forma, a altura e a largura; do palato mole observa-se a sua mobilidade; da
língua sua postura no repouso, tamanho, mobilidade e controle de movimentos rápidos e
coordenados; da mandíbula deve se observar desvios durante os movimentos e durante a fala;
a musculatura facial e a mímica expressiva devem ser observadas quanto à presença de
sincinesias e “tiques”; tantos os frênulos labiais quanto o lingual devem ser avaliados quanto
sua extensão; os dentes e arcadas dentárias devem ser avaliados por um profissional da área.

Também deve ser realizada a avaliação miofuncional orofacial, no qual Felício (1999)
propôs que as estruturas devem ser avaliadas de acordo com suas características morfológicas.
O papel que desempenham em diferentes situações e o relacionamento com os diferentes
componentes do sistema, tomando-se como parâmetro os padrões de normalidade e
considerando-se as suas variações. Devem ser avaliados os lábios quanto a sua hipo ou
hiperfuncionalidade e se estes se encontram interpostos aos arcos dentários; a língua deve ser
avaliada quanto aos aspectos volume, frênulo, tensão e posição; as bochechas quanto a
funcionalidade e aspecto; a mastigação quanto os dentes utilizados, ao tipo e se esta é
anteriorizada; e a respiração quanto ao tipo. A dinâmica funcional da oclusão deve focalizar a
abertura e fechamento bucal, a linha média, a protrusão mandibular, a lateralidade direita e
esquerda. Deve ainda ser realizada a palpação da musculatura elevadora e abaixadora da
mandíbula, os músculos cervicais e a palpação das ATMs. A autora alerta que a avaliação não
deve ser realizada apenas para que se acumulem dados, mas, ao finalizá-la, é preciso
investigar as relações entre os mais diferentes aspectos para que, a partir de algumas
conclusões, seja possível estabelecer as metas terapêuticas.

Os órgãos do sistema estomatognático (SE) devem funcionar de forma a compor


movimentos precisos necessários a perfeita produção dos sons da fala e a alimentação de
modo eficiente, dentre suas outras funções. Qualquer alteração, por mínima que seja, em um
desses órgãos, vai trazer consequências para uma ou mais funções do SE. Estes exercícios
visam prevenir e/ou estimular o fortalecimento das estruturas envolvidas.

EXERCÍCIOS OROMIOFACIAIS

 Encher as bochechas de ar.

Encha as bochechas com ar, e movimente o ar dentro da boca, de um lado para o


outro, e assim vai alongando os músculos e a pele. Mantenha esta posição durante 10
segundos em cada bochecha. Repita 10 a 20 vezes. Faça este exercício pelo menos duas vezes
por dia.

Esse exercício tem como alvo os músculos em torno de seus lábios (orbicular da boca)
e de suas maçãs do rosto (bucinador), movendo-os, gradualmente, diluindo-os para baixo. Ele
alonga os músculos faciais e aperta-os.

Pode demorar um pouco para você se sentir confortável com esse exercício, mas
quando realizado regularmente, é uma das maneiras mais eficazes de eliminar a gordura
facial.

 Exercício “bico-sorriso”.

Esse exercício é realizado com o objetivo de fortalecer e tonificar a musculatura que


circunda os lábios, favorecendo a mobilidade e a sensibilidade labial. Quando o paciente
manda o beijo, faz o bico, ele contrai o músculo orbicular da boca, que circunda os lábios e é
responsável pela força exercida na pega alimentar ou mesmo no vedamento labial. Nesse
momento os lábios estão protraídos e unidos. Em seguida o paciente sorri, com os lábios
afastados e os dentes a mostra, reduz então a contração do orbicular da boca e o músculo
risório é contraído com mais intensidade. Ao fazer isso repetidamente, o paciente melhora
mais especificamente a tonicidade e a força do orbicular da boca, aumenta a mobilidade labial
e favorece a sensibilidade. Na deglutição esse exercício favorece o vedamento labial
adequado, para que não haja escape de alimento e pouca força no ato de ingerir, por exemplo,
na mobilidade dos lábios durante a mastigação, e na sensibilidade dessa região, além de
favorecer a articulação e fluência na fala.

 Exercício para a língua.


Ponha a língua de fora o máximo que conseguir, em seguida tente tocar a
ponta da língua no nariz e no queixo.

Toque com a ponta da língua nos dentes de cima e nos dentes de baixo.

Toque com a ponta da língua nos cantos do lábio, ora no direito, ora no
esquerdo.

Empurre as bochechas com a ponta da língua, ora o lado direito, ora o


lado esquerdo.

 Combater o bruxismo.
 Controle oral do bolo.

Deverão ser trabalhados os lábios e a língua, melhorando sua mobilidade e força. Para
tanto, utilizamos alimento envolto por gaze (amarrado com fio dental) e este deve ser
manipulado pelo paciente de forma precisa quando solicitado pelo terapeuta.

 Manobra de Shaker: melhorar elevação da laringe.

A musculatura extrínseca da laringe deve ser trabalhada para melhora de força e elevação
com a manobra de Shaker. Nesta manobra o paciente deitado sem travesseiro deve levantar a
cabeça e olhar os próprios pés sem tirar os ombros da cama (aumentando a eficiência dos
mecanismos de proteção das vias aéreas).

 Exercícios com a mandíbula.

Movimentar devagar a mandíbula para a direita e para a esquerda, para a frente e para trás;
o mesmo exercício anterior, com movimentos rápidos.

Abrir e fechar a boca lentamente; abrir e fechar a boca rapidamente.

Comer lentamente biscoitos, pão, maçã, etc, com a boca fechada.

 Exercitador labial.

O exercitador labial pró-frontal foi proposto para a reeducação miofuncional perioral, seu
uso é indicado para os pacientes respiradores orais, portadores de hábitos viciosos, deglutição
atípica ou adaptada, mordida aberta anterior e outros. Sua ação é particularmente observada
no equilíbrio dos músculos orbiculares orais, principalmente na região central, bem como a
minimização da ação compensatória do musculo mentual, que habitualmente se hiperativa
quando os orbiculares faltam.

Seu treino favorece o selamento labial no repouso, contribui com a alta ortodôntica,
minimizando as recidivas frequentes e colaborando na automatização da respiração nasal.

 Exercício de percepção gustativa.

O sistema gustativo atua em sintonia com o sistema olfativo para responder aos diferentes
estímulos da aceitação dos alimentos. No cérebro, as informações que vem das papilas
gustativas combinam com informações sensoriais olfativas para a percepção do sabor. Já a
percepção do gosto, envolve apenas o sentido do paladar, por estímulo dos receptores
sensoriais conhecidos por células gustativas ou células do gosto. Dessa forma, a percepção
gustativa é responsável por algumas escolhas alimentares e pode ajudar na definição do que
irá ou não ser consumido. Isso pode ser bastante útil para evitar o consumo de alimentos
estragados ou estimular a salivação para receber alimento.

O gosto amargo é geralmente expresso por substâncias nocivas ao ser humano, enquanto o
doce é estimulado por carboidratos que transmitem sensação agradável. O salgado é
proporcionado principalmente pelo sódio e o azedo por ácidos orgânicos. Já o umami é
percebido quando aminoácidos e nucleotídeos dos alimentos interagem com as células
gustativas.

Esse exercício visa estimular a percepção e sensibilidade gustativa, utilizando alimentos


variados: amargo, doce, salgado e azedo.

 Fonoaudiologia estética.

A fonoaudiologia estética propõe o reequilíbrio das funções estomatognáticas, visando a


organização miofuncional e a minimização de movimentos desnecessários, trazendo de volta
uma face harmoniosa, com suavização de rugas e marcas de expressão. Sem cortes, sem
intervenções cirúrgicas e sem traumas. Com um período de três meses realizando
sistematicamente os exercícios, é possível notar melhora.
REFERÊNCIAS

BALIEIRO, Juliane. Exercícios e manobras facilitadoras no tratamento de disfagias. 1998.

TORRACO, Tatiana. A importância do eixo corporal na síndrome do deglutidor atípico.


2004.

FOLHA, G. A. Ampliação das escalas numéricas do Protocolo de Avaliação Miofuncional


Orofacial (AMIOFE), validação e confiabilidade. Medicina USP, São Paulo. Disponível em:
<http://roo.fmrp.usp.br/teses/2010/gislaine_aparecida_folha.pdf>. Acesso em: 26 de outubro
de 2016.

VIDA SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL. Quatro exercícios para combater o


bruxismo. Disponível em: <https://saudavelesustentavelcom.wordpress.com/tag/bruxismo/>.
Acesso em: 27 de outubro de 2016.

SITTA, Erica. Terapia em deglutição II – Manobras utilizadas na reabilitação. São Paulo.


Disponível em: <https://ericasitta.wordpress.com/2012/06/08/terapia-em-degluticao-ii-
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SITTA, Erica. Exercícios oromiofaciais em fonoaudiologia estética. São Paulo. Disponível


em: <https://ericasitta.wordpress.com/2016/02/22/exercicios-oromiofaciais-em-
fonoudiologia-estetica/>. Acesso em: 27 de outubro de 2016.

LIPE, Selene. Exercícios para fortalecimento da musculatura oral. Disponível em:


<http://geracaosaudeousadia.blogspot.com.br/2009/10/exercicios-para-fortalecimento-
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JARDINI, Renata. Exercitador labial. Método das Boquinhas, São Paulo. Disponível em:
<http://www.metododasboquinhas.com.br/ExercitadorLabial.aspx>. Acesso em: 28 de outubro de
2016.

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