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SISTEMA ESTOMATOGNATICO

Sistema Estomatognático

O conhecimento da base anatômica de cabeça e pescoço é fundamental para o entendimento das


bases fisiológicas das funções estomatognáticas. Os músculos são as peças chaves para a dinâmica
dos movimentos e para a execução das funções estomatognáticas, eles ficam inseridos nas estruturas
da cabeça (osso, cartilagem). As funções estomatognáticas são atividades fisiológicas imprescindíveis
e estão estreitamente ligadas entre si, pois utilizam muitas das mesmas estruturas. Esta ligação é tão
direta que o mau funcionamento de qualquer uma delas reflete no funcionamento das demais. Um
equilíbrio saudável entre essas diversas funções, é fundamental, para que haja a integridade da saúde
física e psicológica do indivíduo.

O sistema estomatognático, “identifica um conjunto de estruturas bucais que desenvolvem funções co-
muns, tendo como característica constante a participação da mandíbula”, por isso o nome grego gna-
tos, que significa mandíbula. Mesmo tendo suas características próprias, depende do funcionamento
dos outros sistemas do corpo humano (sistema nervoso, o circulatório, endócrino, etc.), “porque não
constitui uma unidade separada do resto do organismo, mas se integra estritamente a ele”. Desde a
sua formação, o sistema estomatognático durante o desenvolvimento da pessoa passa por várias adap-
tações, e é dinâmico, podendo apresentar alterações morfológicas durante todo o processo de cresci-
mento/desenvolvimento, ou seja, durante toda a vida.

O sistema estomatognático é composto de estruturas estáticas ou passivas e de estruturas dinâmicas


ou ativas que são equilibradas e controladas pelo sistema nervoso central. Estas estruturas são res-
ponsáveis pelo funcionamento das funções.

Fazem parte das estruturas estáticas ou passivas os arcos osteodentários, a maxila e a mandíbula, que
estão relacionados entre si pela articulação temporomandibular (ATM), ainda fazem parte das estrutu-
ras passivas, outros ossos cranianos e o osso hioide e a coluna vertebral cervical. A unidade neuro-
muscular representa as estruturas dinâmicas ou ativas, e são responsáveis em mobilizar as estruturas
estáticas.

Essas estruturas estão interligadas formando um sistema com características próprias, “que tem uma
unidade morfofuncional localizada centralmente na cavidade oral” e desenvolve funções em comum,
ou seja, as funções estomatognáticas. Estas funções são divididas no grupo das funções adaptadas –
o beijo, sorriso, mordida, bocejo, etc.; e das funções clássicas, que estão ligadas a alimentação e a
respiração – mastigação, sucção, deglutição, respiração e fonoarticulação.

Funcionalmente o sistema estomatognático está constituído por quatro elementos básicos: articulação
temporomandibular, componente neuromuscular, superfícies e pressões oclusais e periodonto.

• Articulação temporomandibular (ATM) – a mandíbula fica articulada ao cérebro através de uma arti-
culação dupla bilateral, que se move por meio de movimentos amplos e sincronizados entre as duas
articulações. A ATM não suporta forças, e tende a manter em posição a mandíbula, que está pendurada
na articulação. A ATM tem os movimentos de translação lateral, translação anteroposterior, movimen-
tos de rotação e circunvalares.

• Componente neuromuscular – é o “conjunto de musculoesqueléticos, cuja função depende direta-


mente da ação motora do SNC”. Os músculos principais são os mandibulares, principalmente os levan-
tadores.

• Superfície e pressões oclusais – é a parte da área oclusal dentária que intervém na função oclusal,
como ocorre na mastigação, por exemplo, em que constitui superfície triturante ou cortante. A pressão
oclusal é a pressão exercida sobre os dentes e é determinada pela relação entre força sobre área
oclusal. A superfície oclusal é maior nos molares, enquanto nos caninos e incisivos é inexpressiva, já
a pressão oclusal é muito alta no incisivo e menor no molar, no “pré-molar apresenta pressão relativa-
mente elevada, e superfície oclusal relativamente grande, sendo o dente ideal para a trituração”.

• Periodonto – são as estruturas responsáveis pela fixação e sustentação dos dentes, formadas pelo
osso alveolar, a gengiva marginal, cemento e as fibras periodontais. (que ligam o dente ao osso alveo-
lar). A parte do periodonto que participa na dinâmica estomatognática é o ligamento periodontal ou as
fibras periodontais.

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SISTEMA ESTOMATOGNATICO

Como todo o corpo, o sistema estomatognático sofre mudanças, e, a primeira modificação importante
ocorre no primeiro ano de vida, mas precisamente, após o 6ª mês de vida. Observa-se alongamento
da faringe, mudanças importantes no esqueleto facial, início da erupção dentária. O amadurecimento
do sistema estomatognático modifica o funcionamento da musculatura facial.

O sistema estomatognático tem as funções adaptativas e as funções clássicas. Dentro das funções
clássicas a deglutição e a sucção surgem na vida intrauterina; a respiração acontece no nascimento; e
a mastigação e a fala são aprendidas durante o crescimento e desenvolvimento. Neste módulo falare-
mos sobre as funções clássicas, começando com a sucção.

Aleitamento Natural x Aleitamento Artificial

O ideal é que o bebê seja amamentado, exclusivamente, no peito por pelo menos 6 meses, pois desta
forma haverá:

- Trabalho dos músculos dos lábios, língua e face, facilitando a elevação da língua e o vedamento dos
lábios.

- Preparação da musculatura para futura mastigação.

- Reforço da respiração nasal.

- Preparação dos músculos para boa mobilidade na produção dos sons da fala.

- Desenvolvimento do terço inferior da face e da maxila, para bom posicionamento dos dentes.

- Crescimento da mandíbula,entre outros benefícios.

Estamos falando do que é ideal, mas nem sempre o ideal é possível. Nem sempre a realidade da vida
das mulheres permite que isso aconteça; então, muitas vezes entra em campo a tão famosa mama-
deira. Que nem de longe se compara ao seio materno, tanto em forma como em função. Algumas até
que tentam se aproximar, mas não é possível criar forma, consistência e matéria prima tão perfeita
quanto o peito da mãe, não é ?

Para saber um pouco mais sobre estas diferenças, a seguir vamos traçar paralelos entre estas duas
formas de alimentação.

Mamadeira X Peito

Uma das principais diferenças entre a mamadeira e o peito é a proctabilidade, ou capacidade de dis-
tensão, de elasticidade, de um e outro. Os bicos de borracha (fig. 1) são significamente menos elásticos
que o bico natural (fig. 2), portanto não se amoldam à boca da criança como deveriam, impedindo o
bom posicionamento e trabalho da língua.

Fig. 1 - amamentação na mamadeira

( "SOS Respirador Bucal", Gabriela Dorothy de Carvalho, pág. 226, fig. 13.12 )

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A - Posição da língua no bico fisiológico B - posição da língua no bico Ortodôntico

Nos dois casos (A e B ) observar a posição da língua e comparar com a fig 2.

Fig. 2 - amamentação no peito

("SOS Respirador Bucal", Gabriela Dorothy de Carvalho, pág. 235, fig. 13.14 )

Fig. 3 e 4 - Retrognatismo Fisiológico (queixo para trás)

A,B,C,D e E sequência de posicionamento da língua na ordenha, mostrando apassagem da onda pe-


ristáltica que conduz o leite por toda a extensão do mamilo.

Outra diferença é como a criança abocanha o bico, chamamos isso de "pega". Na "pega" avaliamos
como os lábios são utilizados para promover o vedamento entre lábios e bico, para que a amamentação
possa ocorrer. No aleitamento natural os maiores responsáveis por uma boa "pega" são o lábio superior
e a abertura adequada da boca, que faz com que todos os músculos da boca funcionem em equilíbrio.
Já no aleitamento artificial é o lábio inferior que atua mais intensamente e a abertura de boca não
acontece na amplitude necessária causando desequilíbrio dos músculos e, portanto, desequilíbrio da
função sucção.

Durante a "pega" do mamilo, ocorre um alongamento adequado do mesmo e ele toma a forma da
cavidade bucal do bebê, fazendo com que haja correto posicionamento e funcionamento da língua (fig.2
A - E). Já na "pega" do bico da mamadeira, a boca se adapta a ele, pois é feito de material (silicone ou
látex) rígido e não pode ser alterado. Nesse caso, a língua não terá condições de posicionar-se e tra-
balhar corretamente e, como consequência, teremos uma língua flácida, sem tonicidade suficiente para
manter-se dentro da boca.

Uma outra diferença é a maneira como a criança extrai o leite do bico. No aleitamento natural o leite é
extraído por meio de movimentos anteroposteriores da mandíbula, realizados por determinados grupos
musculares.

Esses movimentos são os responsáveis por produzir o crescimento e desenvolvimento da mandíbula,


preparando os músculos para que no futuro a criança possa mastigar alimentos com todos os graus de
consistência. Na amamentação artificial estes mesmos grupos musculares são praticamente ignorados,
não realizando nem 30% do seu potencial. Consequentemente, não existe estímulo de crescimento e
desenvolvimento mandibular e, com isso, a criança manterá o retrognatismo fisiológico (queixo para
trás, fig. 3 e 4), além do que a musculatura responsável pela futura mastigação não será tonificada,
portanto sem o preparo adequado.

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O processo da deglutição (ato de engolir), na mamadeira distingue-se completamente da deglutição no


peito. No peito a coordenação dos movimentos da língua, seu correto posicionamento enquanto des-
cansa e enquanto trabalha, o local onde o leite é depositado farão com que a deglutição ocorra normal-
mente. Ao contrário, na mamadeira onde os grupos musculares utilizados não são os que deveriam
ser, a língua não é bem posicionada e o leite extraído sendo depositado em local que favorece engas-
gos, favorece o processo alterado da deglutição.

A criança amamentada no peito precisa em média de 10 a 20 minutos em cada um deles para se


satisfazer por completo. Desta forma, ela estará alimentada, terá sua musculatura exercitada e terá
suas necessidades afetivas e neurológicas supridas. Uma criança amamentada na mamadeira precisa
em média de 5 a 7 minutos para ingerir o leite (aproximadamente 180 ml), tempo suficiente para satis-
fazer suas necessidades nutricionais, mas tempo insuficiente para satisfazer as necessidades anteri-
ormente referidas.

Uma última diferença é que o tempo maior no peito permite que o estômago digira com mais facilidade
o leite, pois apresenta pré-digestão intrabucal. O leite ingerido em pequenas quantidades também é
digerido por partes, não apresentando, portanto, grande distensão estomacal. A ingestão rápida na
mamadeira promove distensão rápida das paredes do estômago, podendo provocar diarreias e cólicas.

Está claro que amamentar o bebê no peito só traz vantagens, não é?

Na realidade, esta é a melhor opção, mas caso isso não possa ocorrer, existem orientações da melhor
forma de alimentar seu bebê através da mamadeira, causando o mínimo de danos possíveis.

Bases Fisiológicas do Sistema Estomatognático

O conhecimento da base anatômica de cabeça e pescoço é fundamental para o entendimento das


bases fisiológicas das funções estomatognáticas. Os músculos são as peças chaves para a dinâmica
dos movimentos e para a execução das funções estomatognáticas, eles ficam inseridos nas estruturas
da cabeça (osso, cartilagem). As funções estomatognáticas são atividades fisiológicas imprescindíveis
e estão estreitamente ligadas entre si, pois utilizam muitas das mesmas estruturas.

Esta ligação é tão direta que o mau funcionamento de qualquer uma delas reflete no funcionamento
das demais. Um equilíbrio saudável entre essas diversas funções, é fundamental, para que haja a
integridade da saúde física e psicológica do indivíduo.

O sistema estomatognático, “identifica um conjunto de estruturas bucais que desenvolvem funções co-
muns, tendo como característica constante a participação da mandíbula”, por isso o nome grego gna-
tos, que significa mandíbula. Mesmo tendo suas características próprias, depende do funcionamento
dos outros sistemas do corpo humano (sistema nervoso, o circulatório, endócrino, etc.), “porque não
constitui uma unidade separada do resto do organismo, mas se integra estritamente a ele”. Desde a
sua formação, o sistema estomatognático durante o desenvolvimento da pessoa passa por várias adap-
tações, e é dinâmico, podendo apresentar alterações morfológicas durante todo o processo de cresci-
mento/desenvolvimento, ou seja, durante toda a vida.

O sistema estomatognático é composto de estruturas estáticas ou passivas e de estruturas dinâmicas


ou ativas que são equilibradas e controladas pelo sistema nervoso central. Estas estruturas são res-
ponsáveis pelo funcionamento das funções.

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SISTEMA ESTOMATOGNATICO

Fazem parte das estruturas estáticas ou passivas os arcos osteodentários, a maxila e a mandíbula, que
estão relacionados entre si pela articulação temporomandibular (ATM), ainda fazem parte das estrutu-
ras passivas, outros ossos cranianos e o osso hioide e a coluna vertebral cervical. A unidade neuro-
muscular representa as estruturas dinâmicas ou ativas, e são responsáveis em mobilizar as estruturas
estáticas.

Essas estruturas estão interligadas formando um sistema com características próprias, “que tem uma
unidade morfofuncional localizada centralmente na cavidade oral” e desenvolve funções em comum,
ou seja, as funções estomatognáticas. Estas funções são divididas no grupo das funções adaptadas –
o beijo, sorriso, mordida, bocejo, etc.; e das funções clássicas, que estão ligadas a alimentação e a
respiração – mastigação, sucção, deglutição, respiração e fonoarticulação.

Funcionalmente o sistema estomatognático está constituído por quatro elementos básicos: articulação
temporomandibular, componente neuromuscular, superfícies e pressões oclusais e periodonto.

• Articulação temporomandibular (ATM) – a mandíbula fica articulada ao cérebro através de uma arti-
culação dupla bilateral, que se move por meio de movimentos amplos e sincronizados entre as duas
articulações. A ATM não suporta forças, e tende a manter em posição a mandíbula, que está pendurada
na articulação. A ATM tem os movimentos de translação lateral, translação anteroposterior, movimen-
tos de rotação e circunvalares.

• Componente neuromuscular – é o “conjunto de musculoesqueléticos, cuja função depende direta-


mente da ação motora do SNC”. Os músculos principais são os mandibulares, principalmente os levan-
tadores.

• Superfície e pressões oclusais – é a parte da área oclusal dentária que intervém na função oclusal,
como ocorre na mastigação, por exemplo, em que constitui superfície triturante ou cortante. A pressão
oclusal é a pressão exercida sobre os dentes e é determinada pela relação entre força sobre área
oclusal. A superfície oclusal é maior nos molares, enquanto nos caninos e incisivos é inexpressiva, já
a pressão oclusal é muito alta no incisivo e menor no molar, no “pré-molar apresenta pressão relativa-
mente elevada, e superfície oclusal relativamente grande, sendo o dente ideal para a trituração”.

• Periodonto – são as estruturas responsáveis pela fixação e sustentação dos dentes, formadas pelo
osso alveolar, a gengiva marginal, cemento e as fibras periodontais. (que ligam o dente ao osso alveo-
lar). A parte do periodonto que participa na dinâmica estomatognática é o ligamento periodontal ou as
fibras periodontais.

Como todo o corpo, o sistema estomatognático sofre mudanças, e, a primeira modificação importante
ocorre no primeiro ano de vida, mas precisamente, após o 6ª mês de vida. Observa-se alongamento
da faringe, mudanças importantes no esqueleto facial, início da erupção dentária. O amadurecimento
do sistema estomatognático modifica o funcionamento da musculatura facial.

O sistema estomatognático tem as funções adaptativas e as funções clássicas. Dentro das funções
clássicas a deglutição e a sucção surgem na vida intrauterina; a respiração acontece no nascimento; e
a mastigação e a fala são aprendidas durante o crescimento e desenvolvimento. Neste módulo falare-
mos sobre as funções clássicas, começando com a sucção.

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