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1 – Ensinar as técnicas de oratória para o comunicador transmitir sua mensagem falando em público, com uma
boa performance e um raciocínio bem organizado;
2 – Oferecer ao aluno a oportunidade de praticar o ‘falar em público’ através de dinâmicas filmadas e analisadas
pelo professor. Dessa forma o aluno conseguirá identificar e eliminar suas dificuldades de oratória, realizando
apresentações eficazes.
Roteiro do Curso:
Para atingir os objetivos propostos, o roteiro deste curso está organizado nas seguintes aulas, didaticamente
distribuídas da seguinte forma:
• Aula 01 – A comunicação: sua forma e conteúdo – Princípios da Oratória - As quatro grandes técnicas de
oratória: Variação de Voz e Fala, Contato Visual, Gesticulação, Movimento/Postura – Dinâmica 1: apresentação
pessoal com tentativa de aplicação das técnicas de oratória;
• Aula 02 – Dinâmica 2: repetição superada da apresentação pessoal com aplicação das técnicas de oratória;
Nervosismo ao falar em público; Como organizar uma apresentação – Formas de Apresentação – Dinâmica 3:
Leitura Profissional - Interação entre as Formas de Apresentação
• Aula 03 – Recursos Audiovisuais - Dinâmica 4: apresentação de mini palestra com fala espontânea planejada
Para refletir...
Hoje em dia, com o mercado de trabalho tão competitivo e com os processos seletivos cada vez mais rigorosos para
se ingressar nesse mercado, se faz necessária a diferenciação dos profissionais pelos detalhes e o desenvolvimento
de habilidades cada vez mais específicas, como a da comunicação interpessoal, que se apresenta como um pré-
requisito essencial de um líder de sucesso, pois transmite segurança e credibilidade a todos os que interagem com
ele. O desenvolvimento da habilidade da comunicação profissional e oratória é algo que ocorre com o aprendizado
de técnicas. Portanto, falar bem é treino! Mesmo uma pessoa extrovertida, que a princípio diríamos possuir o dom
da palavra, pode errar no uso da comunicação e oratória se não souber controlar sua fala e colocar nela as técnicas
que caracterizam um bom comunicador.
POLITO, Reinaldo e Raquel Polito. 29 minutos para falar bem em público e conversar com
desenvoltura. São Paulo: Editora Sextante, 2016.
POLITO, Reinaldo. Assim é que se fala - como organizar a fala e transmitir ideias. 28. ed. São Paulo: Saraiva,
2006.
POLITO, Reinaldo. Como falar de improviso e outras técnicas de apresentação. 11. ed. São Paulo: Saraiva,
2006.
GALLO, Carmine. Faça como Steve Jobs – e realize apresentações incríveis em qualquer situação. Lua de
Papel.
POLITO, Reinaldo. Um jeito bom de falar bem. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
STEPHEN, Lucas. A arte de falar em público. 11ª Ed. – Editora Bookman – 2014 –
www.grupoa.com.br
Leny Kyrillos & Milton Jung. Comunicar para liderar – Editora Contexto – 2016
Eunice Mendes, Lena Almeida, Marco Polo Henriques. Falar bem é fácil – Editora AGWM
Robbins, Tony – Poder sem limites – Editora BestSeller – 2017 – 27ª Edição
VOZ
FALA / DICÇÃO
COMUNICAÇÃO CORPORAL
CONHECIMENTO = CONTEÚDO
O ideal de um comunicador é ter uma voz forte e alta para falar em público. Apesar disso, o volume da
voz deve ser adaptado ao tamanho da sala onde se está falando. Em alguns casos deve-se utilizar o
microfone, pois ele amplifica a voz proporcionando ao ouvinte um conforto para receber a mensagem.
Variar a voz, ou seja, falar alto e baixo no decorrer da apresentação, torna a transmissão da mensagem
menos monótona e mais vibrante, passando ao ouvinte a sensação de segurança do comunicador ao
abordar o tema e agregando, assim, credibilidade a nossa comunicação.
1.2.2 Fala/Dicção
O que caracteriza a comunicação na atualidade é a velocidade com que a informação é transmitida. Sendo
assim, prefira na maior parte do tempo falar com uma velocidade mais para rápida, porém, logicamente,
de forma que todos possam entender as palavras que estão sendo pronunciadas. Apesar disso, existem
momentos em que se podem fazer pausas na nossa fala – existem silêncios que dão ao público a
oportunidade de refletir sobre o que falamos, e isso tem um valor na nossa comunicação. Produza sua
fala com precisão, ou seja, realizando movimentos precisos dos lábios e língua ao emitir as palavras, isto
significará uma boa dicção e facilitará ao interlocutor a captação da informação que se quer transmitir.
A maior parte dos nossos ouvintes em uma plateia não é cega. Isso mesmo! Todos estão nos vendo
falando. Daí a importância de sabermos controlar nosso corpo para que este reforce nossas palavras e
não distraia ou incomode nossos espectadores.
O bom comunicador apresenta uma forma eficaz e um conteúdo amadurecido ao se expressar em público.
Em relação à forma e conteúdo, podem ocorrer as seguintes situações. Primeira: a pessoa que fala bem,
mas possui um conteúdo fraco, pode ser bem avaliada no final da apresentação caso o público não tenha
um bom nível intelectual para julgar esse mesmo conteúdo. Segunda: a pessoa que sabe muito de um
assunto, tendo assim um excelente conteúdo, porém não se expressa bem, pode ser tachada como um
comunicador chato e não empolgar a plateia com suas ideias. O fator (P)* – ‘Público’ – é essencial na
avaliação da nossa performance como comunicador, então devemos falar pensando e analisando essa
importante variável da comunicação.
Expressão Corporal - 55 %
O que caracteriza a comunicação na atualidade é a velocidade com que a informação é transmitida. Sendo
assim, prefira na maior parte do tempo falar numa velocidade mais rápida, porém, logicamente, de forma
que todos possam entender as palavras pronunciadas. Apesar disso, existem momentos em que se podem
fazer pausas na nossa fala – existem silêncios que dão ao público a oportunidade de refletir sobre o que
falamos, e isso tem um valor na nossa comunicação. Produza sua fala com precisão, ou seja, realizando
movimentos precisos dos lábios e língua ao emitir as palavras, isto significará uma boa dicção e facilitará
ao interlocutor a captação da informação que se quer transmitir.
O contato visual é muito importante porque prende a atenção do espectador. Procure ter as seguintes
atitudes em relação a essa técnica:
• Enquanto estiver falando, distribua o olhar pelo público;
• Segure o olhar por 2 segundos em cada região da sala;
• Fique atento às extremidades da sala;
• Evite o olhar rápido, de forma a ter o olho perdido;
• Aos ouvintes mais próximos, olhe no olho; aos mais distantes, olhe em qualquer ponto do rosto, assim
todos em volta também se sentirão olhados;
• Não fixe o olhar em apenas um ouvinte ou região da sala, principalmente quando estiver emitindo um
julgamento;
• Quando alguém da plateia fizer uma pergunta, inicie a resposta olhando para ele, depois distribua o
olhar um pouco e finalize a resposta em quem perguntou;
• O ouvinte ideal é aquele que olha para quem fala, dando feedback verbal e/ou com a cabeça.
Existem três tipos de público: o interessado, o hostil e o indiferente. O melhor deles para falarmos é, sem
dúvida, o interessado. Neste caso, queremos falar e o público quer ouvir. O ouvinte amistoso aquele
que olha para quem fala, pensa enquanto ouve e dá feedback verbal e/ou com a cabeça caso concorde
com a fala do orador. Eventualmente pede para falar levantando a mão e colaborando com a transmissão
da mensagem do comunicador através de uma pergunta ou um comentário oportuno.
O público hostil é aquele que apesar de não gostar de você, do que você está falando ou de ambas as
coisas, fica atento à sua fala para discordar do que está ouvindo. Para enfrentar esse tipo de público,
prepare bem seus argumentos e mantenha a calma no momento da discussão.
O público indiferente é o tipo de público mais difícil. Os ouvintes estão ali, sentados à frente do
orador, sem prestar atenção e com vontade de ir embora ou fazer outra coisa. Neste caso, o comunicador
deve valorizar os benefícios e vantagens de ser ouvido. O público assim deixará de ser indiferente para se
tornar interessado!
Não raramente ao falar em público observamos algumas pessoas dormindo, outras com uma fisionomia
fechada, além de ouvintes que não interagem conosco, apresentando uma expressão facial que lembra
verdadeiros bonecos de cera. As conversas paralelas entre ouvintes também podem acontecer. Sendo
assim, prepare-se para ver e ouvir de tudo e continuar falando. Não perca a concentração e julgue sua
performance ao falar pela reação da maioria dos ouvintes que compõem o auditório.
O público pode ser também desconfiado, pois não conhece o palestrante e imagina que perderá
tempo ouvindo a palestra e que ela pode ou não ter um conteúdo dominado. Cabe ao palestrante,
professor ou apresentador, mudar essa imagem pré concebida por esse tipo de ouvinte.
Por fim, normalmente o comunicador costuma ter sua frente um público misto, ou seja, haverá um
conjunto de pessoas interessada, outro grupo hostil, aqueles indiferentes e alguns desconfiados. Mas,
lembre-se, dependendo da qualidade do comunicador todos ao fim da palestra podem se tornar
amistosos à sua ideia.
Outra técnica da oratória é a gesticulação, que consiste em expressar-se por meio de gestos
representativos, ou seja, gestos que combinem com o conteúdo da fala. Sendo assim, fique atento aos
seguintes aspectos:
4ª técnica: Movimento/Postura
O corpo fala! Sendo assim, cuidado com sua postura ao falar, mantenha a elegância e fique atento
também às seguintes orientações:
• Fale parado e às vezes saia do lugar enquanto fala;
• Movimentar-se muito incomoda o ouvinte;
• Os movimentos podem ser para frente, para trás, laterais e/ou diagonais;
• Evite falar do fundo da sala;
• Não se apoie em uma perna só nem balance/dance enquanto fala.
QUEM É VOCÊ?
NOME
FAMÍLIA
HOBBY
TRAJETÓRIA ACADÊMICA E PROFISSIONAL
VIVÊNCIA DE FALAR EM PÚBLICO
EXPECTATIVA COM O CURSO DE ORATÓRIA
Se uma pessoa tem o dom para falar em público e treina as técnicas de oratória acaba por atingir a
excelência ao se comunicar e pode até virar um showman ao transmitir uma mensagem. Agora, se um
comunicador não tem o dom para falar e treina as técnicas de oratória, acaba por atingir uma boa
performance, sem grandes falhas ao desenvolver a fala. Ter o dom e não saber ou treinar as técnicas de
oratória fará com que o comunicador seja bom, sem saber o porquê disso.
Falar melhor é treino e aprendizado! Sendo assim é importante perceber que existem fases nesse
aprendizado. Quando alguém não sabe falar em público e erra ao realizar essa atividade, essa pessoa está
na fase do aprendizado que podemos chamar INCONSCIENTEMENTE INCOMPETENTE, ou seja, erra ao
falar, mas também não sabe o que fazer para falar bem. Aguarde as próximas fases do aprendizado nas
SUPERDICAS que virão.
• Tentando acertar
Quando uma pessoa procura treinamento para falar melhor em público terá acesso à teoria do que fazer
para falar com técnica. Porém, ao tentar colocar em prática a teoria ainda não conseguirá ser perfeito ao
falar. Podemos chamar essa fase do aprendizado de CONSCIENTEMENTE INCOMPETENTE. Ou seja, apesar
de ter consciência do que fazer para falar bem ainda não consegue executar essa teoria com excelência.
Com a persistência no treinamento logo se avança para uma outra fase do aprendizado. Aguarde!
Depois que teoricamente somos informados sobre o que fazer para falar bem em público começamos a
treinar. Aos poucos vamos acertando de forma proposital a aplicação das técnicas de oratória em nossa
performance diante do público entrando assim no estado CONSCIENTEMENTE COMPETENTE como
comunicador.
Após anos de prática e treinamento das técnicas de oratória quem fala vai incorporando no seu jeito de
transmitir as mensagens orais, as técnicas de oratória, tornando-se assim AUTOMATICAMENTE ou
NATURALMENTE COMPETENTE como comunicador. Esta é a fase 4 do aprendizado, a que faz com que o
orador esteja apto para desenvolver sua fala com uma qualidade realmente profissional.
Existem comunicadores que falam bem mas não sabem nada sobre oratória, ou seja, são
INCONSCIENTEMENTE COMPETENTES. Esse estado da performance não é o ideal, pois o orador não
garante que acertará sempre e se quiser um dia ensinar outros a falar melhor não conseguirá, pois não
tem consciência do que está fazendo. Um curso de oratória fará com que essa pessoa acerte de propósito
as técnicas de oratória, que de forma inconsciente, já estão sendo praticadas nas suas apresentações.
Algumas pessoas que falam frequentemente em público nunca fizeram um curso de comunicação
interpessoal e com o passar do tempo podem ou não aprender as técnicas de oratória e se tornando
EMPIRICAMENTE COMPETENTES para falar em público, ou seja, melhoram sua performance com a
própria experiência do ato de falar. Um treinamento de comunicação profissional e oratória ensinaria a
esses comunicadores as técnicas para que possam falar melhor, adiantando resultados, evitando
sofrimentos e tornando sua performance comunicativa conscientemente competente.
1) Tendo em vista a teoria ministrada nesta aula, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as
falsas:
( ) Se o único problema de um comunicador é possuir uma voz fraca ou uma dicção ruim, isso pode
ser tolerado pelo público e, ao final, esse comunicador ter uma boa avaliação de performance.
( ) O comunicador profissional deve se preocupar mais com seu conteúdo do que com a sua forma
de falar.
( ) Uma mesma palestra/apresentação pode ser desenvolvida repetidas vezes, independentemente
do público.
( ) Existem profissionais que possuem um excelente currículo, mas que não sabem se comunicar,
necessitando com urgência de um treinamento de oratória.
( ) O profissional que fala bem tem mais oportunidades no mercado de trabalho do que seus
concorrentes que não se expressam com profissionalismo.
Respostas:
• Pergunta 01: V-F-F-V-V
• Pergunta 02: letra ‘d’. Nos minutos iniciais, e às vezes por toda a apresentação, o público forma o
conceito do comunicador devido ao seu tom de voz, velocidade de fala e desenvolvimento das
técnicas de oratória.
• Pergunta 03: letra ‘d’
• Pergunta 04: V-V-F-V-F
• Pergunta 05: letra ‘e’. Mesmo que o ouvinte fique na extremidade do auditório ou logo abaixo de
nós, devemos olhar para ele para não o excluirmos do conjunto.
• Pergunta 06: ‘letra d’. A aproximação correta das mãos é abraçar uma na outra e variar esse abraço.
Não devemos falar segurando objetos que não estamos utilizando.
• Pergunta 07: F-F-V-V-V
• Pergunta 08: letra ‘a’. Um dos princípios da oratória afirma que de vez em quando o comunicador
pode errar, desde que o erro não seja grosseiro e aconteça pouco.
AULA 02
Muitos se queixam, com razão, do nervosismo, como sendo um fator dificultador para o controle da
performance ao falar em público. Porém percebemos que a maior parte das causas que geram o
nervosismo são controláveis, ou seja, podemos dominar o nervosismo e não deixar que ele nos domine a
ponto de impedir que expressemos nossas ideias em público.
• Falta de domínio do tempo da apresentação – não treinar o tempo de desenvolvimento da fala e ser
surpreendido pelo pouco ou muito tempo que falta para terminar a exposição pode desconcertar o
comunicador e alterar o grau de nervosismo que o envolve;
Curso de Oratória Página 17
Atenção a essa fórmula:
1 página de word + Fonte Arial + Tamanho 12 + Margens de 1 cm + Espaço em linhas simples = 5
minutos de fala
5%
Nervosismo 10%
85%
Concentração
Apresentação
Explicação do gráfico
Na minha experiência, 85% dos comunicadores começam uma apresentação nervosos e esse nervosismo
se inicia muitas vezes antes de começar a falar, no momento em que se aceita o convite para fazer a
apresentação, intensificando-se nos minutos que antecedem o uso da palavra. Acontece que, pelo fato
do comunicador estar treinado e saber o assunto, esse nervosismo vai diminuindo e termina-se a
apresentação bem mais à vontade. Em alguns casos (10%), o nervosismo é uma constante em toda a
apresentação; em outros raros casos (5%) o nervosismo aumenta e normalmente o comunicador
interrompe sua fala, abandonando o público durante o desenvolvimento inicial da fala. O grande segredo
é fazer com que a concentração para executar o planejado seja uma constante durante a apresentação e
supere o nervosismo, gerando assim a segurança necessária para o comunicador transmitir seu
conhecimento. Sobre o nervosismo para falar em público, lembre-se:
No livro “A arte de falar em público”, Stephen E. Lucas ensina que: “A confiança é o poder mais
conhecido do pensamento positivo. Se você pensar que consegue, normalmente conseguirá.
Entretanto, se ficar pensando que haverá um contratempo e que algo fatídico acontecerá, quase
sempre será isso o que ocorrerá. Isso é bastante verdadeiro para o ato de falar em público. Os oradores
que pensam negativamente sobre si mesmos e a experiência de falar em público tendem mais a ser
dominados pelo medo do que aqueles que pensam positivamente. Veja algumas maneiras de
transformar pensamentos negativos em positivos durante a elaboração de suas apresentações:
Esse procedimento não eliminará totalmente seu nervosismo, mas o ajudará a ter controle sobre ele
para que se concentre em transmitir suas ideias, em vez de ficar se remoendo sobre seus medos e
ansiedades.”.
Existe um momento inicial, denominado ‘pré fala’, ao qual se deve estar atento. O comunicador transmite
uma impressão para o público antes mesmo de começar a falar, por isso, além de testar os equipamentos
e preparar tudo para a apresentação, ele deve ficar atento ao próprio comportamento e à própria
linguagem corporal, transmitindo uma impressão segura a quem o observa.
Antes de iniciarmos a montagem dos slides que vão nos acompanhar na apresentação, devemos pensar
no que queremos falar. Fazer um mapa mental, enumerar os argumentos que serão expostos e organizar
a ordem de aparecimento deles é fundamental para o palestrante chegar na frente do público com tudo
organizado e executar o que já está planejado.
A introdução da fala ocorre com um cumprimento adequado ao ambiente e ao público. Logo após
agradecer ao organizador do evento a oportunidade de falar, devemos traduzir implicitamente em nossas
palavras as vantagens que obterão os ouvintes com nossa apresentação. Em seguida, expor os
argumentos que justificam o tema da apresentação, gerenciar as perguntas que podem ou não aparecer
durante a apresentação, desenvolver os argumentos planejados e concluir pedindo ação e/ou fazendo
uma reflexão interessante interessante. Também é necessário saber se comportar quando ocorrerem
aplausos: receba-os interagindo visualmente com o público, com um sorriso no rosto e dizendo
“obrigado(a), obrigado(a)”. Não abandone o público durante os aplausos!!!
Essa sequência treinada, ensaiada, vista e revista por nós mesmos e por outras pessoas que podem nos
ajudar com sua opinião, fará com que nossa fala seja mais assertiva e permitirá um bom entendimento
pelo público que irá nos ouvir. Além disso, certamente esse preparo refletirá o nosso domínio no uso da
palavra e exercerá uma influência positiva nos nossos ouvintes.
Aconselhamos organizar a apresentação de forma que logo no início ocorra um combinado entre o orador
e o público, determinando que as perguntas sejam realizadas em um tempo reservado, no final da
exposição. Assim o orador garante sua fala, sem desvios que podem ser provocados por perguntas
indesejadas.
Devemos saber com qual ouvido estamos sendo ouvidos e para qual público vamos falar. O comunicador
é especialista no tema tratado, então possivelmente saberá responder a maior parte das perguntas,
mesmo aquelas vindas de públicos difíceis. Mesmo assim, se uma pergunta for bem elaborada e exigir
uma pesquisa para sua resposta, seja humilde e prometa responder após a apresentação, por e-mail, por
exemplo.
2.4.3 Pós fala
Há várias formas de se estabelecer uma comunicação em público. Neste capítulo trataremos da fala
espontânea planejada, da fala memorizada e da fala improvisada, deixando para o próximo capítulo a
leitura profissional.
Entender bem do assunto sobre o qual se quer falar e explicá-lo ao público com um ordenamento didático
coerente: isso caracteriza a fala espontânea planejada, que é a melhor forma de apresentação e a que
mais respeita o estilo próprio de cada comunicador. Pode-se, em alguns casos, ordenar em um papel os
tópicos que se quer falar e levar esse papel, que é uma espécie de ‘cola’ para nos acompanhar na
apresentação. Mas falar sem a ‘cola’ transmite mais credibilidade ao comunicador. Então, se for utilizar o
papel no desenvolvimento da fala espontânea planejada, faça de forma rápida e com moderação.
Algumas vezes, de tanto falarmos de forma espontânea sobre um mesmo assunto, acabamos por
memorizar alguns trechos da nossa apresentação e utilizar a fala memorizada. Se isso ocorrer, pode valer
a pena memorizar alguns trechos que tenham um bom impacto no desenvolvimento do nosso raciocínio
para falarmos na hora certa e provocar nos ouvintes um bom efeito. Pense: a fala memorizada é a fala
dos artistas. Então se você tiver uma boa capacidade de interpretação e memorização, vá em frente e
arrisque fazer a apresentação com esse tipo de fala!
Durante uma apresentação podem ocorrer imprevistos que exigem de nós uma FALA IMPROVISADA.
Neste momento demonstre muita calma, não apele com o imprevisto, utilize o humor e resolva o
problema com um comportamento que não assuste a plateia. Apesar de todo o preparo e testes
realizados antes da apresentação, existem problemas que podem ocorrer durante nossa fala. O público
sabe disso e muitas vezes entende nossa situação e até colabora conosco na solução do problema.
Se em uma atividade social você tem uma colocação profissional de liderança, representa um órgão de
classe ou uma instituição, ou se em um evento sua presença merece destaque, como, por exemplo, no
casamento de um familiar querido, prepare-se para falar, mesmo que sua fala não tenha sido
encomendada com antecipação. Transforme assim o que seria uma FALA IMPROVISADA em uma FALA
ESPONTÂNEA PLANEJADA ou em uma FALA MEMORIZADA.
A B C D
dos conceitos de
Assim mesmo, aqui na a expansão de nossa exige precisão e
10 participação
empresa atividade definição
geral.
A primeira técnica para o desenvolvimento de uma LEITURA PROFISSIONAL é conhecer bem o texto que
será lido. Para isso leia o texto várias vezes em voz alta. Prepare o texto: imprima-o em uma folha mais
grossa, faça parágrafos curtos, utilize letras grandes e maiúsculas, espaço entrelinhas 1,5 e numere as
folhas sem grampeá-las. Tudo isso facilitará a aplicação das demais técnicas.
Quando for fazer a LEITURA PROFISSIONAL em público, coloque na variação de voz e fala a mesma emoção
de como se estivesse lendo pela primeira vez o texto. Segure a folha na parte superior do tórax, relaxe os
braços, faça as unhas, evite gesticular ou sair do lugar, capriche na expressão facial - que também
transmitirá a emoção da leitura - e, por fim, mantenha uma postura elegante.
“De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem
as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras
etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem
pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.”
Quando for fazer uma LEITURA PROFISSIONAL em público, memorize o que está logo antes dos pontos
finais do texto e fale isso olhando para o público, de forma que o olhar dure 2 segundos em cada região
da sala e todos se sintam olhados. Na leitura da última frase do texto, além de olhar para o público, abaixe
o papel com sua frente voltada para o seu corpo e emende essa última frase com o ‘muito obrigado e boa
noite’ para o público, e todos se sentirão olhados.
1) Sobre a forma de lidar com a ‘pré-fala’, todas as alternativas são verdadeiras, exceto:
a) A ‘pré-fala’ se inicia no momento em que o comunicador aceita o desafio de falar em público.
b) O estudo do tema a ser abordado por parte do comunicador é uma etapa decisiva para o êxito
do processo de uma apresentação.
c) Elaborar no papel um eixo central para o desenvolvimento do assunto é uma das primeiras
providências que um comunicador profissional deve tomar.
d) Não nos preocuparmos muito na ‘préfala’ com o que vamos falar nos tornará mais espontâneos
diante da plateia.
e) Através do comportamento corporal, quem vai falar já se comunica antes mesmo de emitir a
primeira palavra.
7) No que se refere à FALA MEMORIZADA, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:
( ) O comunicador deve possuir uma memória privilegiada para executar essa forma de
apresentação.
( ) Essa forma de apresentação exige que o comunicador tenha capacidade de interpretar o que
fala, como os atores de teatro e TV.
( ) É uma forma de apresentação que exige pouca concentração.
( ) A fala memorizada torna a apresentação muito previsível e pouco interessante de ser ouvida
mais de uma vez.
( ) A fala memorizada não deve ser utilizada durante o desenvolvimento das outras formas de
apresentação.
10) Sobre o nervosismo ao falar em público, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:
11) Todas as alternativas são causas do nervosismo para falar em público, exceto:
a) Não dominar o assunto a ser apresentado.
b) Possuir uma autoimagem negativa.
c) Não estar acostumado a ser o centro das atenções e receber assim os olhares de um conjunto
de pessoas.
d) Ter ‘traumas de comunicação’ advindos do ambiente familiar e/ou estudantil.
e) Saber as técnicas de oratória e estar treinado para executá-las.
12) Sobre a relação entre a apresentação e o nervosismo, marque V para as afirmações verdadeiras e F
para as falsas:
( ) Em 85% das pessoas que falam em público o nervosismo é mais intenso no início da
apresentação.
( ) Em 15% dos falantes, por falta de treinamento, o nervosismo aumenta ou se mantém durante
todo o tempo da apresentação.
( ) O nervosismo aparece apenas no início da apresentação, imediatamente antes de o
comunicador começar a falar.
( ) O aprendizado das técnicas da oratória e o treino permitem que o comunicador saiba o que tem
que fazer ao falar em público e se concentre nisso.
( ) O comunicador profissional não deve se preocupar em controlar seu corpo, pois isso pode
deixá-lo mais à vontade.
Respostas:
3. Recursos audiovisuais
Hoje em dia, com o avanço tecnológico, o comunicador tem como parceiro equipamentos cada vez mais
sofisticados, além de outros mais tradicionais, como o flip chart e o quadro branco. É importante saber
que o recurso audiovisual não deve atrapalhar - nem anular - a presença humana do comunicador. Daí a
necessidade de aprender a utilizá-los como colaboradores e não como protagonistas de nossas
apresentações. Vamos ver então como utilizar bem os principais recursos audiovisuais!
3.1.1 Projetor
• Um dos recursos mais utilizado atualmente, projeta o que está no nosso computador e não apenas
arquivos do Power Point®;
• Permite realizar links com filmes e inserir fotos: isso exigirá do comunicador estar atento para gerenciar
a iluminação do auditório ou sala onde estiver falando. Prefira sempre apagar o mínimo de luzes
possível;
• Local do equipamento na sala: se não estiver fixo no teto, verifique a melhor posição do projetor para
que ele não atrapalhe a movimentação de quem fala e ao mesmo tempo seja visível para todos os
ouvintes;
• O que é projetado funciona como um roteiro para o desenvolvimento da fala espontânea planejada.
Sendo assim, o comunicador deve projetar tópicos e imagens para nortear seu raciocínio;
• O excesso de texto no slide faz com que o comunicador prenda muito seu contato visual na projeção;
assim ele acabará lendo o slide em vez de explicá-lo;
• Treine o sincronismo entre sua fala e o que está projetado. Um slide com poucas informações visuais
colaborará didaticamente com sua apresentação: os ouvintes prestarão atenção exclusivamente no
que você diz e não terão que ler e ouvir ao mesmo tempo;
• Projetou, tem que falar! O que está projetado é para ser comentado pelo comunicador e visto pelos
ouvintes. Sendo assim, fique atento ao tamanho e formato das letras e também ao contraste de cores
utilizado;
• Determinados tamanho e cor de letra facilmente visíveis ao criador da apresentação em sua tela de
computador não causam o mesmo impacto quando projetados em grandes ambientes. Faça um teste
prévio no local da apresentação;
• Tenha e aprenda a utilizar um controle remoto para passar os slides durante a apresentação. Quando
for passá-los, não é necessário apontar o controle para a tela, como se estivesse dando um tiro na
projeção. Mantenha os braços na altura da cintura, passe o slide e vá em frente na sua apresentação;
• Quando for utilizar a luz do ‘laser’ para apontar alguma informação projetada, faça isso movimentando
o ponto luminoso, pois dessa forma você não deixará evidente tremores que podem denunciar seu
possível nervosismo. A utilização do ‘laser’ serve para evitar que fiquemos na frente da luz do projetor.
Seja preciso na pontaria, rodando o ponto luminoso do ‘laser’ apenas sobre a informação que se quer
destacar, evitando assim que a essa luz fique perdida e descontrolada sobre o slide e o auditório;
• Atalhos no teclado:
✓ Ponto final: escurece a tela do computador e da projeção;
✓ Vírgula: a tela do computador e da projeção ficam brancas;
✓ F5: costuma abrir o primeiro slide;
✓ Shift + F5: abre o slide que está selecionado.
• Cuidado com a armadilha das versões 2003 – 2007 – 2010 - 2013 do Office;
• Aprenda a utilizar o FREEZE ou CONGELAMENTO do controle remoto do projetor para não projetar
textos ou imagens desnecessárias e/ou manter a privacidade dos seus documentos.
3.1.4 Microfones
• Se possível, tente utilizar os microfones de lapela ou aqueles que ficam acoplados em um arco na
cabeça. Eles liberam as mãos e o comunicador não precisa ficar regulando a altura do microfone em
relação à boca para a captação da voz;
• Se for utilizar o microfone sem fio de mão, posicione-o em frente ao queixo, sem encostar nele. Isso
permitirá que os ouvintes confirmem o que ouvem através dos movimentos dos seus lábios;
• Utilize pilhas e baterias novas ou bem carregadas no microfone, isso faz toda a diferença e evita
problemas técnicos durante sua apresentação;
• Se o microfone estiver em um pedestal, aprenda a movimentá-lo, pois antes de começar a falar, você
deve regulá-lo para a sua altura;
• Os microfones fixos em tribunas devem ser regulados para ficarem na altura do queixo do
comunicador;
• Não gesticule com a mão que segura o microfone;
( ) É um bom e prático recurso visual e pode ser utilizado com êxito, independentemente do
tamanho do auditório.
( ) Aproveite a quantidade de folhas disponíveis e fique muito tempo escrevendo no flip chart.
( ) Capriche no tamanho e forma das letras para que possam ser visíveis e de fácil entendimento.
( ) Se ocorrerem erros na escrita, possivelmente o comunicador terá que passar a folha e escrever
novamente.
( ) Teste os pincéis antes de usar, pois em alguns a tinta costuma secar quando não são muito
utilizados.
Respostas:
• Pergunta 01 – letra ‘e’
• Pergunta 02 - V-V-V-F-F
• Pergunta 03 - letra ‘c’
• Pergunta 04 - F-F-V-V-V
• Pergunta 05 – letra ‘e’
Em uma grande e organizada mesa de reunião, seja essa mesa oval ou retangular, existem três tipos de
pessoas que são observadas: o coordenador, o redator da ata e os participantes. O coordenador deve se
sentar na ponta da mesa, pois isso facilitará a visualização de todos os participantes. Já o redator da ata
costuma se sentar próximo ao coordenador da reunião e os demais participantes ocuparão os lugares
restantes da mesa.
O coordenador da reunião
Para que uma reunião seja organizada e produtiva, ela deve ser preparada com antecedência e isso requer
que todos os participantes recebam, também com antecedência, a AGENDA DA REUNIÃO, contendo:
local, horário de início e término, quem coordenará, os nomes dos participantes (fixos e flutuantes) e a
pauta com os horários destinados a cada assunto. Essa agenda é elaborada pelo coordenador!
As ‘regras’ do jogo comunicativo que se iniciará devem ser apresentadas pelo coordenador, são elas:
• os assuntos da pauta serão comentados pelo coordenador e quem quiser expor sua opinião deverá
solicitar a palavra;
• quem quiser falar deverá se esforçar para ser objetivo, claro e sintético devolvendo a palavra para o
coordenador, que a passará para o próximo que a solicitou;
• Assuntos alheios à pauta da reunião serão discutidos em outra oportunidade, ficando assim em um
tópico que pode se chamar ‘ESTACIONAMENTO’ para serem contemplados em outra reunião;
• todos são responsáveis por fazer com que a reunião termine no horário estipulado na ‘agenda da
reunião’ e isso requer falas rápidas e objetivas.
Pauta da reunião:
ESTACIONAMENTO
Outra sugestão:
Pauta da reunião:
• De 14h as 14:10h – Leitura, aprovação e assinatura da ata da última reunião
• De 14:10h as 14:20h – Comunicado de decisões pontuais
• De 14:20h as 15h – Assunto 01
• De 15:00h as 15:40h – Assunto 02
Intervalo de 15:40h as 16h
• De 16h as 16:40h – Assunto 03
• De 16:40h as 17:20h – Assunto 04
• De 17:20h as 18h – Assunto 05
A primeira forma de redigir a ata é menos trabalhosa, pois o redator irá escutar a discussão acerca de
cada tópico da pauta e, após a decisão final do conjunto, é que a registrará. Já na ‘ata de falas’, o redator
terá que registrar a fala de cada um dos participantes e tentar ser o mais fiel possível nesse registro. A
‘ata mista’ conterá, além das decisões, algumas falas que o coordenador julgar importante constar em
ata.
Antes do término oficial da reunião, a ata deve ser lida, impressa e assinada por todos os presentes. Os
ausentes serão também mencionados no cabeçalho da ata com suas respectivas justificativas, caso
ocorram.
Ata da Reunião
Decisões da reunião:
1. Assunto 1:
2. Assunto 2:
3. Assunto 3:
4. Assunto 4:
5. Assunto 5:
Assuntos ESTACIONADOS:
1. Assunto 1:
2. Assunto 2:
_________________
Coordenador
_________________
Redator da Ata/Secretário
_________________
Cicrano
_________________
Beltrano
O participante da reunião
Uma vez recebida a agenda convocando para a reunião, convém confirmar esse recebimento e a presença
ou não na reunião. Caso não for comparecer, justifique neste momento sua ausência mencionando o
motivo com discrição e tato. Durante a reunião fique atento ao seu comportamento: olhe para quem fala,
deixe seus contatos virtuais e relatórios para depois. Se quiser falar, peça a palavra levantando o indicador
e aguarde a autorização do coordenador da reunião para iniciar sua exposição. Para não esquecer o que
se quer falar, um recurso é anotar em tópicos o que planejou desenvolver e ir consultando essas
anotações no decorrer do uso da palavra. Aprenda a concluir sua fala olhando para o coordenador da
reunião, devolvendo-lhe a palavra. Seja objetivo e sintético, os ouvintes agradecem!
• Evite ficar balançando, batendo ou tremendo as pernas embaixo da mesa. Esse comportamento tira
a atenção dos ouvintes e dá a impressão de que estamos ansiosos ou com pressa para que a reunião
acabe logo;
• Se for se sentar em uma cadeira giratória, não fique balançando de um lado para o outro. Colabore
com a concentração de todos durante a reunião;
• Esses ‘tiques’ corporais podem ter relação com o fato de estarmos concentrados na atividade de que
estamos participando, porém eles tiram a concentração dos demais, então convém evitá-los.
A fim de facilitar e conferir qualidade à comunicação entre os interlocutores nesse meio, siga as seguintes
orientações:
• Dê preferência para se comunicar com as pessoas reais que estão na sua frente, de forma presencial;
• Se estiver reunido com alguém e precisar atender um telefonema urgente, peça licença, atenda e seja
breve;
• Mantenha seu telefone no modo silencioso e sem o vibracall ativado, principalmente se ele ficar em
cima da mesa, pois o atrito do telefone com a mesa atrapalhará a reunião com a mesma intensidade
de um toque sonoro;
• Se não puder atender uma ligação, dê retorno o mais breve possível para quem tentou falar com
você;
• Se, ao retornar uma ligação, você não foi atendido, grave um recado de voz ou envie uma mensagem
deixando registrado que você fez a sua parte. Agora é a vez de o seu interlocutor virtual ligar!;
• Em uma reunião, seja você coordenador, redator da ata ou participante, abstenha-se de fazer coisas
não relacionadas com a reunião que está sendo realizada. Evite ficar entrando e saindo da sala para
atender telefonemas. Respeite o momento e concentre-se na reunião;
• Quando fizer uma ligação telefônica de cunho profissional, identifique-se sempre após o
cumprimento;
• Responda seus e-mails o mais breve possível e assuma eventuais dificuldades quando demorar muito
para respondê-los, pedindo desculpas;
• Evite as abreviações e a linguagem de telegrama nos e-mails. Escreva parágrafos curtos e dê espaços
entre um parágrafo e outro. Cumprimente e se despeça do seu interlocutor virtual;
• Se for responder e-mails do seu telefone, escreva no final que isso está acontecendo pois a mensagem
costuma ser mais curta e às vezes abreviada. Para isso sugiro incluir na assinatura da mensagem os
dizeres: ‘Enviado do meu e-phone’.
7) Seu chefe solicitou que você preparasse uma apresentação na convenção anual da empresa.
Como a estruturaria?
a) De modo intuitivo. Como não domino nenhuma técnica e não conheço nenhum método de
apresentação, ficaria em dúvida sobre o planejamento, preparação e condução da palestra.
b) Por ter algum conhecimento sobre organização e planejamento, eu estruturaria a apresentação
com começo, meio e fim, subdividindo-a em partes. Mas sinto que ainda sou fraco nisso.
c) Planejo, preparo, administro o tempo, uso adequadamente recursos audiovisuais, sei técnicas
para iniciar, desenvolver e encerrar uma apresentação.
MOREIRA, Rodrigo. Oratória e trabalho. Jornal Estado de Minas, Belo Horizonte, 28-10-2009.
MOREIRA, Rodrigo. Comunicação profissional e oratória. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 22-03-2010.
A comunicação humana é extremamente rica em detalhes que fazem a diferença entre um bom e um
mau comunicador.
Existem técnicas para uma comunicação eficaz, seja em pé, durante uma apresentação para um público,
seja sentado, em uma reunião de mesa mais formal. Com o aprendizado dessas técnicas, o profissional
terá a oportunidade de exercitar uma fala que transmita mais credibilidade e segurança. Filmar as
apresentações e logo em seguida analisar a gravação com o conhecimento do que é certo ou errado na
comunicação é o grande segredo para nos capacitarmos na arte de falar melhor. Afinal, só melhoramos o
que vemos e conhecemos. O fato de o comunicador se ver falando e tentando aplicar as técnicas para
uma comunicação profissional enriquece muito o aprendizado.
Hoje em dia existe o trabalho de coaching em comunicação humana, no qual o comunicador vai se
corrigindo e sendo ensinado a falar melhor. Muitas vezes uma pessoa não fala bem porque não tem o
hábito de falar em público e, para complicar, desconhece as técnicas que devem ser utilizadas nessa
atividade. Se essa pessoa tem a oportunidade de aprender essas técnicas e de utilizá-las falando mais
vezes, certamente sua performance será melhor ao comunicar uma mensagem.
Aprender a se expressar bem é fundamental, e isso implica corrigir as falhas que aparecem na expressão
verbal e que todos os ouvintes percebem. O único que não as vê é quem está falando. Esse é o drama do
comunicador que não sabe utilizar as 04 técnicas para uma comunicação profissional eficaz e uma
excelente oratória.
E quais são essas técnicas? São elas: contato visual com os interlocutores, gesticulação, movimentação do
corpo e variação da voz e fala.
Devemos aprender a ‘passear’ o olhar lentamente pelo auditório enquanto desenvolvemos o nosso
raciocínio - ficar olhando para o chão ou para o teto não transmite credibilidade; olhar rápido demais para
cada um dos ouvintes também não é conveniente. O ideal é fixarmos o olhar pelo menos uns dois
segundos em cada região do auditório.
É fundamental aprendermos a utilizar significativamente as mãos enquanto falamos – devemos nos
lembrar de que o corpo também fala, e é interessante sabermos usar essa fala a nosso favor na
transmissão de mensagens.
Se falamos em pé por mais de cinco minutos e temos espaço disponível, devemos sair do lugar algumas
vezes enquanto falamos – falamos, olhamos para o público e gesticulamos, tudo ao mesmo tempo.
Por fim, se não queremos ver alguém dormindo na nossa frente durante a apresentação, é melhor variar
o tom de voz e a velocidade de fala algumas vezes.
Sugiro a todos que pretendam se comunicar bem que pratiquem essas técnicas, gravem a performance e
a analisem em seguida. Aqueles que fizerem isso devem se preparar para uma ótima surpresa!
MOREIRA, Rodrigo. O uso da tecnologia nas reuniões. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 17-05-2010.
Você já participou de alguma reunião e levou seu laptop, ligando-o em cima da mesa? Certamente sim,
ou em breve fará isso.
Pois é, hoje em dia, com o avanço tecnológico, está cada vez mais comum o ouvinte ter que dividir sua
atenção com quem está coordenando uma reunião e os e-mails a serem lidos e que não param de chegar,
os relatórios, as planilhas, as ofertas de lojas, as redes sociais, dentre tantos outros atrativos que um
computador tem a oferecer.
Mas, se você é uma dessas pessoas cujos ouvintes se vêem obrigados a dividir sua atenção com pessoas
reais e virtuais ao mesmo tempo, cuidado, pois você pode não está sabendo fazer a tecnologia trabalhar
a favor do seu marketing pessoal.
Em reuniões, o ideal é demonstrarmos respeito por quem fala. Se alguém está expondo seu pensamento,
devemos manter o máximo de contato visual com essa pessoa, comunicar-nos com ela através da nossa
fisionomia. Às vezes podemos, sim, nos voltar para o computador para digitar algum aspecto ou reflexão
que nos veio à mente como consequência da reunião.
Caso você seja o coordenador da reunião, meu conselho é falar distribuindo o contato visual por todos os
presentes, mesmo que não estejam olhando para você. Uma atitude interessante, para deixar claro o
interesse pela reunião, é abaixar um pouco a tampa do laptop enquanto fala ou ouve e levantá-la somente
quando for consultar suas anotações ou digitar algo. Essa orientação é útil também para todos os
participantes da reunião. Se quem está falando tem baixa estatura, esse abaixamento da tela do
computador é imprescindível; caso contrário ninguém conseguirá enxergar direito sua fisionomia, e seus
lábios não serão lidos pelos ouvintes, pois o rosto estará escondido atrás do laptop. Já participei de muitas
reuniões de mesa em que se usava o projetor multimídia. Nesse caso, deixa uma boa impressão o
coordenador da reunião falar em pé.
Outra dica: se for se atrasar ou faltar a uma reunião, use a tecnologia e justifique-se ao coordenador do
encontro ou à pessoa que o espera. Se a situação que o fez se atrasar for relevante, não hesite em ser
explícito - é melhor esclarecer o motivo do atraso do que deixar que fiquem imaginando coisas ruins sobre
você. Agora, se for faltar à reunião, comunique o fato o quanto antes, para que a pessoa que o aguarda
possa reorganizar sua agenda.
Use a tecnologia a favor do seu marketing pessoal; organize seu tempo para estar por inteiro nas reuniões;
deixe outros afazeres para depois; e lembre-se de que existe um ser humano interagindo com você e que
merece seu respeito, seu olhar e sua atenção.
MOREIRA, Rodrigo. Falar melhor: os detalhes fazem a diferença. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 14-06-2010.
É impressionante como o público é sensível para se incomodar com os detalhes (quase sempre negativos)
de quem fala! Ao observar alguém falando, todos percebem o olhar fixo ou perdido do comunicador, sua
falta de habilidade para gesticular, seu movimento constante de um lado para o outro e sua monotonia
de voz e fala, que dá sono em qualquer um.
Essas características chamam a atenção de quem ouve e desviam a concentração do público, que está ali
para prestar atenção ao assunto tratado, e não à forma como esse conteúdo é ministrado.
Acontece que, por falta de treinamento e de conhecimento sobre o que fazer com o corpo no momento
em que se fala em público, a maioria das pessoas erra na forma de se expressar, e esse despreparo gera
no público uma distração que o faz desistir de acompanhar o raciocínio de quem está falando. E o pior: o
único que não se sente incomodado com a fala ruim é o orador, envolvido que está em um misto de
nervosismo e concentração.
O fato é que, assim como para dirigir um carro, necessitamos de treinamento para dirigir nosso corpo na
frente de um público. Devemos aprender a distribuir nosso contato visual enquanto falamos, a realizar
gestos que combinem com nossa fala e, quando não os fizermos, devemos aprender a apoiar uma mão
na outra diante do corpo. Além disso, não devemos falar de apenas um local do auditório. Às vezes - veja
o que escrevi: às vezes, podemos e devemos nos movimentar de um lado para outro e também para
frente e para trás enquanto falamos. Digo ÀS VEZES, porque observo a tendência de muitos
comunicadores ficarem andando de um lado para outro sem parar, e isso incomoda o ouvinte. E por fim,
devemos aprender a produzir uma fala vibrante, com variações de ritmo e tom - isso desperta o ouvinte
e o impede de cochilar enquanto falamos.
Costumo dizer a meus clientes: tudo que se repete enquanto falamos incomoda o ouvinte. Sendo assim,
cuidado com as repetições corporais e verbais na sua comunicação. Pense: quantas vezes não nos
sentimos incomodados com o palestrante que não parava de rodar a aliança enquanto falava?, ou com
aquele professor que não parava de falar ‘né’, ‘tá’, ‘ok’, fazendo-nos contar quantas vezes isso se repetia?
Sobre o que mesmo esse professor falava? Nem me lembro..., costuma afirmar o aluno.
Normalmente quem fala não consegue perceber o que acontece com seu corpo enquanto desenvolve sua
comunicação. Por isso, fica aqui um conselho: filme sua fala e depois, sabedor dessas técnicas para uma
boa comunicação, analise sua performance e lembre-se de que, para falar melhor, os detalhes fazem a
diferença!
MOREIRA, Rodrigo. De frente para a plateia... e nervoso!. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 23-07-2010.
Já ouvi de alguns clientes: “Eu não levo jeito para falar em público; fico muito nervoso quando tenho que
enfrentar uma platéia!”.
Até aí, nada de anormal. Mesmo palestrantes experientes, com o domínio da oratória, ficam nervosos
antes de falar e nos minutos iniciais da apresentação. Normalmente esse nervosismo desaparece após
alguns minutos e, na maioria das vezes, ele não é percebido pelo público com a mesma intensidade com
que ocorre na psicologia do palestrante.
Nas minhas aulas, peço ao aluno que acabou de falar em público para dar uma nota de 1 a 10 para o seu
nervosismo no inicio da apresentação, sendo 10 a nota que corresponde ao grau de maior nervosismo.
Depois solicito a um ouvinte que dê uma nota para a percepção do nervosismo do palestrante. A nota do
ouvinte sempre é menor! Concluímos, então, que, se o corpo de quem fala não denunciar o seu
nervosismo, possivelmente nenhum ouvinte irá notá-lo.
Esse estado não é percebido pelo ouvinte só porque as mãos de quem fala estão transpirando ou
tremendo, ou porque o seu coração está batendo mais rápido, mas sim, caso o olhar fique rápido ou
perdido, porque ocorre um balanço do corpo, um esfregar ou apertar contínuo das mãos, ou até mesmo
uma crise de choro ou de riso. Uma dica: para saber se o seu corpo denuncia o seu nervosismo, filme sua
fala e a analise, ou peça a opinião sincera de um amigo que ouviu sua apresentação.
Existe todo um preparo a ser feito antes de se pronunciar as primeiras palavras para uma platéia. Além
de ser importantíssimo o conteúdo da apresentação estar bem amadurecido, alguns palestrantes, para se
sentirem mais seguros, gostam de ouvir uma música que lhes traga recordações de momentos de
superação na vida; outros preferem se imaginar falando com sucesso; e existem aqueles que elegem o
silêncio da meditação para se concentrarem no assunto a ser tratado.
Observo, salvo exceções, uma cronologia na mente de quem fala: no início da apresentação prevalece o
nervosismo; depois, à medida que sua fala se desenvolve, o comunicador vai se sentido à vontade; e, no
final, se esquece de acabar. Quantas vezes já fomos surpreendidos com palestras intermináveis e de que
até estávamos gostando no início, mas terminamos insatisfeitos, pois o orador, que se esqueceu de olhar
o relógio, fica falando além do tempo previsto para o término da palestra?
Deixo aqui registrados alguns conselhos para você que quer ser um bom comunicador: aprenda as
técnicas e os detalhes para falar melhor. Para isso, faça um curso de oratória ou procure um coaching em
comunicação. Encare sua imagem e se veja falando, para superação do que não lhe agradou. E no mais,
prepare-se para demorados aplausos após suas palestras!
MOREIRA, Rodrigo. Saber ouvir. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 13-08-2010.
Inicialmente se faz necessário diferenciar o ouvir do escutar. Ouvir exige apenas que tenhamos um ouvido
funcionando bem, para que o som seja captado no ambiente e transmitido até o cérebro. Escutar exige
mais: que o ouvinte preste atenção, concentre-se no que está sendo dito e espere seu interlocutor
terminar de falar para depois emitir sua opinião, continuando assim o diálogo.
O ouvir é a primeira habilidade comunicativa do ser humano. Ouvimos antes de falar e falamos antes de
ler e escrever. Na escola, aprendemos a ler e a escrever; podemos fazer cursos ou treinamentos para falar
melhor. Porém, para ouvir, não recebemos treinamento, e o que aprendemos empiricamente muitas
vezes não faz de nós um bom ouvinte.
O bom ouvinte olha para o falante enquanto ouve, costuma fazer movimentos afirmativos com a cabeça,
caso concorde com o que está sendo dito e, oportunamente, oferece retornos verbais para mostrar que
está atento e acompanhando o raciocínio de quem fala. Esses retornos verbais são o ‘hum, hum’, ‘certo’,
‘sei’, ‘é’, sendo que em conversas telefônicas esses sons de apoio ao diálogo são fundamentais, pois
mantêm uma ponte comunicativa entre o falante e o ouvinte, que não se vêem.
Outro detalhe essencial: o ouvinte não existe sem a presença do falante. Sendo assim, a pessoa que fala
bem atrai no seu interlocutor as características de um bom ouvinte. Quem não olha e presta atenção ao
palestrante, pelo fato dele dizer coisas interessantes, com entusiasmo e técnica?
Porém, assim como existem bons falantes, existem também pessoas inconvenientes, aquelas que falam
demais, aquelas que dizem a mesma coisa várias vezes. Essas situações fazem tanto o ouvinte quanto o
falante perderem tempo, e tempo é vida!
Não raramente, o ouvinte se depara também com comunicadores que não conseguem prender a atenção
da platéia, porque não falam bem, porque desconhecem ou não conseguem praticar técnicas eficazes
para uma boa comunicação profissional e oratória.
Para ser ouvido de forma eficiente, quem fala deve adaptar sua linguagem ao nível de compreensão de
quem ouve. Não adianta utilizarmos um vocabulário rebuscado para um público sem estudo ou com um
grau de escolaridade baixo. Entretanto, para um público culto, é conveniente usar palavras que reflitam
a cultura e o conhecimento de quem fala. Enfim, é importante saber para quem se está falando. Fica aqui
então uma reflexão: conheça seu público e aprenda a falar melhor para ser bem ouvido e aprenda
também a ouvir para respeitar quem está falando.
MOREIRA, Rodrigo. A apresentação e o drama do orador. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 23-09-2011,
Classificados, p. 2.
Uma coisa é certa: antes de falarmos em público e nos minutos iniciais de nossa fala, ficamos muito
nervosos e, muitas vezes, nosso corpo denuncia esse nervosismo para as pessoas que estão à nossa frente.
Aí começa o drama do orador. Todos observam essas manifestações corporais de nervosismo, menos
quem fala, menos o orador, que vive esse drama de não saber o que acontece com seu corpo no momento
em que expõe suas idéias.
E como esse nervosismo pode se manifestar em meu corpo enquanto eu falo? – você, leitor, pode estar
se perguntando. Vamos à resposta. O olhar rápido e perdido para cada um dos ouvintes; o esfregar, o
apertar ou o movimentar das mãos sem sentido; o balanço constante das pernas e do corpo; o tremor da
voz – tudo isso é percebido pelo ouvinte, sentado confortavelmente na frente de quem fala. E mais:
normalmente, ele se sente incomodado com o que vê e, consequentemente, tem dificuldade de prestar
atenção ao que está sendo dito.
Dramaticamente, o orador, nervoso, pouco confortável, focando sua atenção no desenvolvimento do seu
raciocínio, nem sequer sabe o que acontece com seu corpo. Aliás, o conhecimento guia a observação. O
fato de o palestrante não saber o que observar em seu corpo enquanto fala impede-o de observar o que
acontece com ele e, assim, melhorar sua apresentação corporal para o público.
Tenho o hábito de filmar meus clientes falando para que depois eles mesmos se analisem. Logicamente,
só analisam o vídeo produzido após eu ensinar as técnicas esperadas de um bom comunicador. Essa
dinâmica docente oferece a quem aprende a oportunidade de identificar suas tendências negativas e
positivas ao se expressar e, não raras vezes, fica surpreso com o que vê: ora devido a comportamentos
jamais percebidos e que se repetem, ora ao observar que o nervosismo que sentia enquanto falava não
transparece para os ouvintes com a mesma intensidade com que é percebido por ele, palestrante, que
estava falando.
Todos, como seres humanos que somos, ficaremos nervosos antes de falar em público e com mais
intensidade ainda ao falarmos para um público novo, em um local desconhecido, em um evento
importante e sobre um tema que, às vezes, não temos um domínio absoluto. Mas, para finalizarmos essa
dramática estória dando a ela um final feliz, saiba esperar pelo nervosismo, aprenda a dominar seu corpo
ao se expressar e saiba que o início é sempre mais difícil – como em tudo na vida. Nada é feito só de início.
Teremos também o meio e o fim de nossa fala, nos quais estaremos mais à vontade, confiantes e com
maiores possibilidades de conquistar nosso público. Então comece agora mesmo a encarar o desafio de
controlar o nervosismo e vá à frente falar melhor!
Um dos elementos que o homem utiliza com mais frequência, tanto para se fazer entender como para
estabelecer um relacionamento harmônico com seus semelhantes, é a palavra. Como foi expressado
noutras oportunidades, ela é a condutora do pensamento individual e a que contribui em muito para a
formação do próprio conceito.
A importância que ela encerra, ou melhor, que ela assume na vida, evidencia-se de múltiplas formas, e é
sabido que, quanto mais respeitável é a posição de quem fala, tanto maior a confiança que sua palavra
inspira. Essa palavra, se não sofrer nenhuma modificação, será mantida como elemento de juízo para
prestigiar o conceito de quem a emite.
Quando a palavra é pronunciada para manifestar uma convicção, definir uma atividade ou uma situação,
ou expressar um sentimento, e leva em si o sadio propósito de oferecer aos semelhantes a oportunidade
de conhecer o pensamento que a anima, tende sempre a superar o conceito de quem a emite. Muito
diferente é o que acontece com aquela que é pronunciada com o propósito de enganar, ou que surge
sem reflexão, num impulso fugaz, porquanto costuma afetar ou ferir aqueles que a ouvem, mesmo quando
nada tenham a ver com ela. Isso porque o simples fato de escutá-la causa uma má impressão,
contribuindo, por outro lado, para que se elabore um juízo desfavorável a respeito de quem a expressou.
As palavras devem conter o que o próprio homem contém. Se ele for nobre, sua palavra será nobre e,
nunca jamais, deverá baixar até a deslealdade ou a falsidade; se for honrado, todas elas terão que ser
honradas; se for culto, por sua vez elas serão cultas. Identifica-se a palavra, assim, à qualidade moral de
quem a pronuncia.
Quando se desconhece o valor das palavras, elas são usadas sem controle algum. Neste caso estão,
geralmente, aqueles que não revelam nenhuma responsabilidade, ou que carecem de educação e cultura.
E, aqui, a sentença “Cuida de tuas palavras para que elas não firam a ti mesmo” assume um nobre
significado, porquanto, na maioria dos casos, as palavras ditas sem reflexão são causa de grandes
contrariedades e infortúnios. Uma palavra ofensiva, por exemplo, expressada por sugestão de um
momento de violência, na maioria das vezes acaba por causar maior dano àquele que a disse do que
àquele que a escutou.
Quem pensa bem se esforça para falar melhor. Muito benéfico é, então, aprender a sincronizar os
movimentos da mente com a expressão oral, de modo que a palavra seja a fiel condutora do pensamento.
Disso resultará que a palavra se revestirá de interesse, contrariamente ao que acontece quando se fala
sem pensar no que se diz, pois neste caso a palavra costuma parecer vazia ou sem sentido.
Se quiséssemos apresentar uma imagem que refletisse com mais vivo colorido o mecanismo da palavra,
teríamos de representá-la como um pequeno vagão que, à medida que passa pelo conduto vocal, é
preenchido com o pensamento que formará seu conteúdo. Quando não se preparou previamente o
trabalho mental que haverá de cumprir essa função, o vagão (ou seja, a palavra) sai vazio. Ao contrário,
Ocorre, contudo, o caso de muitos que pretendem haver estendido esses trilhos de entendimento até
seus semelhantes, mas, no momento de proferirem suas palavras, elas se chocam entre si, produzindo
a confusão e o desconcerto.
Os que conhecem o valor da palavra e cuidam dela levam muito em conta as que eles pronunciam,
mantendo-as em constante recordação, por saberem que também devem defendê-las da deturpação ou
desnaturalização.
Na identificação das próprias palavras, é muito importante não esquecer a circunstância em que foram
ditas, quem as escutou e o pensamento que lhes deu vida. Quem é capaz de reconhecê-las não só
demonstra ser seu verdadeiro dono, mas também inspira aos demais uma absoluta confiança. Ninguém
confia naquele que as nega, seja por esquecimento, por malícia, seja porque, sabendo que foram
equivocadas, não lhe convém sustentá-las.
A ética na linguagem se define pelo caráter simples e ao mesmo tempo elevado dos termos que são
empregados como expressão, bem como pela modalidade de quem os usa, que deve estar em
consonância com a elevação dessa ética. Disso se conclui quão facilmente se pode chegar a conhecer o
grau de cultura das pessoas. É óbvio dizer que, quanto maior riqueza houver na linguagem, ou mais
acurado for o exame dos pensamentos que sejam expostos, tanto maior será a eficiência no trabalho
construtivo da palavra e mais amplo o conceito que será dispensado a quem a expresse.
A palavra serve ao ser para atacar ou defender-se. Quando ela está a serviço do bem, em todos os casos
cumpre sua verdadeira missão; quando é usada para o mal, a natureza dessa função fica desvirtuada.
Grande foi o empenho do homem para conseguir que seus semelhantes tivessem fé em sua palavra, mas
tal empenho teve de converter-se numa luta constante, devido ao fato de que sempre atuaram as
contradições, em prejuízo do ansiado objetivo. Sempre foi maior o número das palavras que não
traduziam a fiel expressão de seu pensamento; portanto, a confiança que com elas puderam inspirar foi
relativa e, por vezes, numa escala muito baixa.
É depois de muito caminhar que o homem, com o espírito já serenado pelas mil contingências pelas quais
teve de passar, se dispõe seriamente a cuidar de suas palavras como cuida de sua própria vida. Mas isso
não é o suficiente; elas requerem, para terem valor e força, o apoio de obras, fatos e exemplos que
demonstrem a natureza delas. Só então começa a aumentar o crédito de suas palavras entre os seus
semelhantes.
Em síntese, a palavra é um dos elementos com que o homem costuma lavrar sua felicidade ou sua
desventura, segundo sejam as manifestações de seu próprio espírito.”
(Escrito por Carlos Bernardo González Pecotche em Fevereiro de 1946 – González Pecotche foi
um Pensador e Humanista Argentino criador da ciência Logosofia –www.logosofia.org.br)