Você está na página 1de 61

Índice:

• Sobre o Prof. Rodrigo Moreira................................................................................................3


• Mini currículo do Professor – Objetivos do Curso – Roteiro – Uma reflexão..........................4
• Referências Bibliográficas e Outras Sugestões........................................................................5
• Aula 1..........................................................................................................................................6
1.1. Dinâmica de Apresentação.......................................................................................................
1.2. A comunicação: sua forma e conteúdo....................................................................................
1.2.1. Voz .....................................................................................................................
1.2.2. Fala/Dicção.........................................................................................................
1.2.3. Comunicação Corporal.......................................................................................
1.3 Pesquisa da Universidade da Califórnia - Impacto inicial da comunicação.................................
1.4 Princípios da Oratória.................................................................................................................
1.5 As quatro grandes técnicas de oratória......................................................................................
1.6 Os cinco tipos de público............................................................................................................
1.7 Fases do Aprendizado.................................................................................................................
1.8 Nervosismo ao falar em públco..................................................................................................
1.8.1 Causas do Nervosismo...........................................................................................
1.9 Gráfico do Nervosismo x Apresentação.....................................................................................
1.10. Pense de forma positiva..........................................................................................................
1.11. Exercícios de fixação do conteúdo..........................................................................................
• Aula 2.......................................................................................................................................17
2.1 Como organizar uma apresentação...........................................................................................
2.1.1 Pré fala...................................................................................................................
2.1.2 Introdução – Preparação – Assunto Central – Conclusão......................................
2.1.3 Pós fala...................................................................................................................
2.2 Formas de Apresentação...........................................................................................................
2.2.1 Fala espontânea planejada....................................................................................
2.2.2 Fala memorizada....................................................................................................
2.2.3 Fala improvisada....................................................................................................
2.2.4 Leitura profissional................................................................................................
2.3 Dinâmica da Leitura Profissional............. ..................................................................................
2.4 Interação entre as formas de apresentação..............................................................................
2.5 Exercícios de fixação do conteúdo.............................................................................................
• Aula 3.......................................................................................................................................33
3.1 Recursos audiovisuais................................................................................................................
3.1.1 Projetor.................................................................................................................
3.1.2 Quadro Branco......................................................................................................
3.1.3 Flip Chart...............................................................................................................
3.1.4 Microfones............................................................................................................
3.2. Dinâmica Final...........................................................................................................................
3.3. Exercícios de fixação do conteúdo............................................................................................
• Anexos: Reunião de Mesa e Comunicação Virtual..............................................................36
• Teste: “Como anda seu poder de comunicação?” .............................................................41
• Publicações do Prof. Rodrigo Moreira.................................................................................45
• Artigo complementar – Ética na Linguagem.......................................................................59
• Opções de temas para desenvolvimento da fala................................................................61

Curso de Oratória Página 2


Sobre o Professor Rodrigo Moreira

Comecei minha vida de orador em 1991 quando estava no


ensino médio. Era destemido para falar – apresentava todos os
trabalhos e não tinha medo de levantar da cadeira e falar em
público. Só que falava na raça, na boa vontade e na disposição de
ajudar o grupo do qual fazia parte. Eu me formei em
Fonoaudiologia no final de 1996. Iniciei minha carreira clínica
como parte de uma equipe de médicos otorrinolaringologistas.
Recebia desses médicos pacientes para tratamento de voz e fala,
realizava o tratamento necessário e me limitava a isso. Ainda não
tinha o conhecimento do que caracteriza uma excelente oratória.
Certa vez recebi para tratamento um professor rouco. Ensinei a ele exercícios vocais,
visando a melhorar sua voz. Felizmente o tratamento foi um sucesso, ou seja, a voz do
professor voltou ao normal, mas sua aula, não! Ele precisava falar melhor e me pediu ajuda.
Foi aí que resolvi me especializar por conta própria em oratória. Comprei todos os livros
disponíveis sobre o assunto e fui estudar, para ajudar aquele professor a falar melhor.
Foram noites e noites estudando e refletindo sobre a melhor forma de ajudá-lo a ter uma
performance melhor em sua comunicação interpessoal.
Após viver essa experiência como fonoaudiólogo, percebi que não só os professores
precisam falar melhor, mas também os executivos, os estudantes universitários, os
advogados, os empreendedores e todos os profissionais que lutam por aprimorar suas
habilidades comportamentais, a fim de conseguirem uma melhor colocação no mercado
de trabalho. Surgiu, assim, o fonoaudiólogo e professor de oratória Rodrigo Moreira.
Hoje em dia tenho a satisfação de dizer que já treinei mais de 5 mil alunos das mais
diversas profissões, dentre elas, advogados, palestrantes, executivos, políticos e todos
aqueles que acreditam no poder do bom uso da palavra para atingir seus objetivos. Atuo
como professor de Curso de Extensão no IBMEC-MG, Cursos de Pós Graduação presenciais
e online, em Empresas Juniores e diversas outras empresas espalhadas pelo Brasil, além de
ser formador de fonoaudiólogos para ensinar oratória. Recentemente criei o IBRO -
Instituto Brasileiro de Oratória -, que estimula as ideias de que a oratória deve ser oferecida
o quanto antes na educação brasileira e de que o profissional habilitado para ensinar
oratória é o fonoaudiólogo, pois além de ensinar as técnicas de oratória e capaz de fazer
um diagnóstico e tratamento dos distúrbios de voz e da fala.

Seja bem-vindo ao mundo da oratória!!!

Curso de Oratória Página 3


Objetivos do Curso:

1 – Ensinar as técnicas de oratória para o comunicador transmitir sua mensagem falando em público, com uma
boa performance e um raciocínio bem organizado;
2 – Oferecer ao aluno a oportunidade de praticar o ‘falar em público’ através de dinâmicas filmadas e analisadas
pelo professor. Dessa forma o aluno conseguirá identificar e eliminar suas dificuldades de oratória, realizando
apresentações eficazes.

Roteiro do Curso:

Para atingir os objetivos propostos, o roteiro deste curso está organizado nas seguintes aulas, didaticamente
distribuídas da seguinte forma:

• Aula 01 – A comunicação: sua forma e conteúdo – Princípios da Oratória - As quatro grandes técnicas de
oratória: Variação de Voz e Fala, Contato Visual, Gesticulação, Movimento/Postura – Dinâmica 1: apresentação
pessoal com tentativa de aplicação das técnicas de oratória;

• Aula 02 – Dinâmica 2: repetição superada da apresentação pessoal com aplicação das técnicas de oratória;
Nervosismo ao falar em público; Como organizar uma apresentação – Formas de Apresentação – Dinâmica 3:
Leitura Profissional - Interação entre as Formas de Apresentação

• Aula 03 – Recursos Audiovisuais - Dinâmica 4: apresentação de mini palestra com fala espontânea planejada

Para refletir...

Hoje em dia, com o mercado de trabalho tão competitivo e com os processos seletivos cada vez mais rigorosos para
se ingressar nesse mercado, se faz necessária a diferenciação dos profissionais pelos detalhes e o desenvolvimento
de habilidades cada vez mais específicas, como a da comunicação interpessoal, que se apresenta como um pré-
requisito essencial de um líder de sucesso, pois transmite segurança e credibilidade a todos os que interagem com
ele. O desenvolvimento da habilidade da comunicação profissional e oratória é algo que ocorre com o aprendizado
de técnicas. Portanto, falar bem é treino! Mesmo uma pessoa extrovertida, que a princípio diríamos possuir o dom
da palavra, pode errar no uso da comunicação e oratória se não souber controlar sua fala e colocar nela as técnicas
que caracterizam um bom comunicador.

Curso de Oratória Página 4


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

POLITO, Reinaldo e Raquel Polito. 29 minutos para falar bem em público e conversar com
desenvoltura. São Paulo: Editora Sextante, 2016.

POLITO, Reinaldo. Assim é que se fala - como organizar a fala e transmitir ideias. 28. ed. São Paulo: Saraiva,
2006.

POLITO, Reinaldo. Como falar de improviso e outras técnicas de apresentação. 11. ed. São Paulo: Saraiva,
2006.

GALLO, Carmine. Faça como Steve Jobs – e realize apresentações incríveis em qualquer situação. Lua de
Papel.

Artigos anexos do Prof. Rodrigo Moreira

POLITO, Reinaldo. Um jeito bom de falar bem. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

SHINYASHIKI, Roberto. Os segredos das Apresentações Poderosas. Editora Gente.

STEPHEN, Lucas. A arte de falar em público. 11ª Ed. – Editora Bookman – 2014 –
www.grupoa.com.br

WEISS, Alan. O palestrante de ouro. – Editora Bookman – 2014 – www.grupoa.com.br

Leny Kyrillos & Milton Jung. Comunicar para liderar – Editora Contexto – 2016

Eunice Mendes, Lena Almeida, Marco Polo Henriques. Falar bem é fácil – Editora AGWM

Cialdini, Robert B. Armas da Persuasão – Editora Sextante – 2013 – 2ª Edição

Robbins, Tony – Poder sem limites – Editora BestSeller – 2017 – 27ª Edição

Curso de Oratória Página 5


AULA 01
A comunicação: sua forma e conteúdo - Princípios da Oratória - As quatro grandes técnicas de
oratória: Variação de Voz e Fala, Contato Visual, Gesticulação, Movimento/Postura – Dinâmica de
Apresentação

1.1 A comunicação: sua forma e conteúdo

A comunicação humana requer a análise dos seguintes aspectos:

VOZ
FALA / DICÇÃO
COMUNICAÇÃO CORPORAL

VOZ + FALA + COMUNICAÇÃO CORPORAL = FORMA

CONHECIMENTO = CONTEÚDO

FORMA + CONTEÚDO (P) = COMUNICADOR!!!

Curso de Oratória Página 6


1.2.1 Voz

O ideal de um comunicador é ter uma voz forte e alta para falar em público. Apesar disso, o volume da
voz deve ser adaptado ao tamanho da sala onde se está falando. Em alguns casos deve-se utilizar o
microfone, pois ele amplifica a voz proporcionando ao ouvinte um conforto para receber a mensagem.
Variar a voz, ou seja, falar alto e baixo no decorrer da apresentação, torna a transmissão da mensagem
menos monótona e mais vibrante, passando ao ouvinte a sensação de segurança do comunicador ao
abordar o tema e agregando, assim, credibilidade a nossa comunicação.

1.2.2 Fala/Dicção

O que caracteriza a comunicação na atualidade é a velocidade com que a informação é transmitida. Sendo
assim, prefira na maior parte do tempo falar com uma velocidade mais para rápida, porém, logicamente,
de forma que todos possam entender as palavras que estão sendo pronunciadas. Apesar disso, existem
momentos em que se podem fazer pausas na nossa fala – existem silêncios que dão ao público a
oportunidade de refletir sobre o que falamos, e isso tem um valor na nossa comunicação. Produza sua
fala com precisão, ou seja, realizando movimentos precisos dos lábios e língua ao emitir as palavras, isto
significará uma boa dicção e facilitará ao interlocutor a captação da informação que se quer transmitir.

1.2.3 Comunicação corporal

A maior parte dos nossos ouvintes em uma plateia não é cega. Isso mesmo! Todos estão nos vendo
falando. Daí a importância de sabermos controlar nosso corpo para que este reforce nossas palavras e
não distraia ou incomode nossos espectadores.

VOZ + FALA + COMUNICAÇÃO CORPORAL = FORMA


CONHECIMENTO = CONTEÚDO
FORMA + CONTEÚDO (P)* = COMUNICADOR!!!

O bom comunicador apresenta uma forma eficaz e um conteúdo amadurecido ao se expressar em público.
Em relação à forma e conteúdo, podem ocorrer as seguintes situações. Primeira: a pessoa que fala bem,
mas possui um conteúdo fraco, pode ser bem avaliada no final da apresentação caso o público não tenha
um bom nível intelectual para julgar esse mesmo conteúdo. Segunda: a pessoa que sabe muito de um
assunto, tendo assim um excelente conteúdo, porém não se expressa bem, pode ser tachada como um
comunicador chato e não empolgar a plateia com suas ideias. O fator (P)* – ‘Público’ – é essencial na
avaliação da nossa performance como comunicador, então devemos falar pensando e analisando essa
importante variável da comunicação.

Curso de Oratória Página 7


1.3 Pesquisa da Universidade da Califórnia (“MODIFICADA”)

Impacto INICIAL da Comunicação

Expressão Corporal - 55 %

Tom de Voz - 38%

Conteúdo da fala - 07%

1.4 Princípios da Oratória


A oratória possui 3 princípios aos quais o bom comunicador deve se submeter se quiser que sua
mensagem seja captada com clareza pelo ouvinte:
I. Na oratória, os detalhes fazem a diferença;
II. De vez em quando, tudo pode. Desde que não seja um erro grosseiro;
III. Tudo que se repete incomoda e/ou distrai o ouvinte.

1.5 As quatro grandes técnicas de oratória

1ª técnica: Variação de voz e fala

O que caracteriza a comunicação na atualidade é a velocidade com que a informação é transmitida. Sendo
assim, prefira na maior parte do tempo falar numa velocidade mais rápida, porém, logicamente, de forma
que todos possam entender as palavras pronunciadas. Apesar disso, existem momentos em que se podem
fazer pausas na nossa fala – existem silêncios que dão ao público a oportunidade de refletir sobre o que
falamos, e isso tem um valor na nossa comunicação. Produza sua fala com precisão, ou seja, realizando
movimentos precisos dos lábios e língua ao emitir as palavras, isto significará uma boa dicção e facilitará
ao interlocutor a captação da informação que se quer transmitir.

Curso de Oratória Página 8


2ª técnica: Contato visual

O contato visual é muito importante porque prende a atenção do espectador. Procure ter as seguintes
atitudes em relação a essa técnica:
• Enquanto estiver falando, distribua o olhar pelo público;
• Segure o olhar por 2 segundos em cada região da sala;
• Fique atento às extremidades da sala;
• Evite o olhar rápido, de forma a ter o olho perdido;
• Aos ouvintes mais próximos, olhe no olho; aos mais distantes, olhe em qualquer ponto do rosto, assim
todos em volta também se sentirão olhados;
• Não fixe o olhar em apenas um ouvinte ou região da sala, principalmente quando estiver emitindo um
julgamento;
• Quando alguém da plateia fizer uma pergunta, inicie a resposta olhando para ele, depois distribua o
olhar um pouco e finalize a resposta em quem perguntou;
• O ouvinte ideal é aquele que olha para quem fala, dando feedback verbal e/ou com a cabeça.

MANTER O OLHAR DE 2 A 3 SEGUNDOS EM CADA BLOCO DO AUDITÓRIO

Curso de Oratória Página 9


1.5.1 Os 5 tipos de público

Existem três tipos de público: o interessado, o hostil e o indiferente. O melhor deles para falarmos é, sem
dúvida, o interessado. Neste caso, queremos falar e o público quer ouvir. O ouvinte amistoso aquele
que olha para quem fala, pensa enquanto ouve e dá feedback verbal e/ou com a cabeça caso concorde
com a fala do orador. Eventualmente pede para falar levantando a mão e colaborando com a transmissão
da mensagem do comunicador através de uma pergunta ou um comentário oportuno.

O público hostil é aquele que apesar de não gostar de você, do que você está falando ou de ambas as
coisas, fica atento à sua fala para discordar do que está ouvindo. Para enfrentar esse tipo de público,
prepare bem seus argumentos e mantenha a calma no momento da discussão.

O público indiferente é o tipo de público mais difícil. Os ouvintes estão ali, sentados à frente do
orador, sem prestar atenção e com vontade de ir embora ou fazer outra coisa. Neste caso, o comunicador
deve valorizar os benefícios e vantagens de ser ouvido. O público assim deixará de ser indiferente para se
tornar interessado!

Não raramente ao falar em público observamos algumas pessoas dormindo, outras com uma fisionomia
fechada, além de ouvintes que não interagem conosco, apresentando uma expressão facial que lembra
verdadeiros bonecos de cera. As conversas paralelas entre ouvintes também podem acontecer. Sendo
assim, prepare-se para ver e ouvir de tudo e continuar falando. Não perca a concentração e julgue sua
performance ao falar pela reação da maioria dos ouvintes que compõem o auditório.

O público pode ser também desconfiado, pois não conhece o palestrante e imagina que perderá
tempo ouvindo a palestra e que ela pode ou não ter um conteúdo dominado. Cabe ao palestrante,
professor ou apresentador, mudar essa imagem pré concebida por esse tipo de ouvinte.

Por fim, normalmente o comunicador costuma ter sua frente um público misto, ou seja, haverá um
conjunto de pessoas interessada, outro grupo hostil, aqueles indiferentes e alguns desconfiados. Mas,
lembre-se, dependendo da qualidade do comunicador todos ao fim da palestra podem se tornar
amistosos à sua ideia.

Curso de Oratória Página 10


3ª técnica: Gesticulação

Outra técnica da oratória é a gesticulação, que consiste em expressar-se por meio de gestos
representativos, ou seja, gestos que combinem com o conteúdo da fala. Sendo assim, fique atento aos
seguintes aspectos:

• Forme um ângulo de 90 graus entre o braço e o antebraço;


• De vez em quando relaxe, quebrando os 90 graus;
• Realize gestos representativos, que combinem com o conteúdo da fala;
• Inicie a fala com os braços relaxados e aos poucos levante-os;
• Apoie as mãos no centro do corpo, na altura da barriga;
• Apoie discretamente as mãos (evite rodar anel, mexer no relógio, estalar ou apertar dedos, esfregar as
mãos);
• O apoio ideal é abraçar uma mão na outra e variar esse abraço das mãos ou simplesmente encostar
uma na outra;
• Tenha cuidado com a caneta;
• Abaixe o polegar, vulgo “dedão”;
• Cuide para não quebrar a munheca quando gesticular;
• Deixe as mãos à disposição dos gestos, livres;
• Não prenda as mãos, nem os braços;
• Não coloque as mãos no bolso;
• Movimente as duas mãos, isso confere simetria aos gestos;
• Tenha cuidado com gestos obscenos;
• Imagine-se dentro de um tubo enorme de PVC, gesticule no espaço livre dentro do tubo, ou seja, realize
gestos próximos do corpo;
• Tenha em mente que a maior parte dos nossos gestos representativos não são planejados.

4ª técnica: Movimento/Postura
O corpo fala! Sendo assim, cuidado com sua postura ao falar, mantenha a elegância e fique atento
também às seguintes orientações:
• Fale parado e às vezes saia do lugar enquanto fala;
• Movimentar-se muito incomoda o ouvinte;
• Os movimentos podem ser para frente, para trás, laterais e/ou diagonais;
• Evite falar do fundo da sala;
• Não se apoie em uma perna só nem balance/dance enquanto fala.

Curso de Oratória Página 11


1.6 Dinâmica 01: Apresentação

QUEM É VOCÊ?
NOME
FAMÍLIA
HOBBY
TRAJETÓRIA ACADÊMICA E PROFISSIONAL
VIVÊNCIA DE FALAR EM PÚBLICO
EXPECTATIVA COM O CURSO DE ORATÓRIA

1.7 Fases do Aprendizado

• Falar bem é dom ou treino?

Se uma pessoa tem o dom para falar em público e treina as técnicas de oratória acaba por atingir a
excelência ao se comunicar e pode até virar um showman ao transmitir uma mensagem. Agora, se um
comunicador não tem o dom para falar e treina as técnicas de oratória, acaba por atingir uma boa
performance, sem grandes falhas ao desenvolver a fala. Ter o dom e não saber ou treinar as técnicas de
oratória fará com que o comunicador seja bom, sem saber o porquê disso.

• Errar sem saber o que fazer para acertar é natural

Falar melhor é treino e aprendizado! Sendo assim é importante perceber que existem fases nesse
aprendizado. Quando alguém não sabe falar em público e erra ao realizar essa atividade, essa pessoa está
na fase do aprendizado que podemos chamar INCONSCIENTEMENTE INCOMPETENTE, ou seja, erra ao
falar, mas também não sabe o que fazer para falar bem. Aguarde as próximas fases do aprendizado nas
SUPERDICAS que virão.

• Tentando acertar

Quando uma pessoa procura treinamento para falar melhor em público terá acesso à teoria do que fazer
para falar com técnica. Porém, ao tentar colocar em prática a teoria ainda não conseguirá ser perfeito ao
falar. Podemos chamar essa fase do aprendizado de CONSCIENTEMENTE INCOMPETENTE. Ou seja, apesar
de ter consciência do que fazer para falar bem ainda não consegue executar essa teoria com excelência.
Com a persistência no treinamento logo se avança para uma outra fase do aprendizado. Aguarde!

Curso de Oratória Página 12


• Acerte de propósito!

Depois que teoricamente somos informados sobre o que fazer para falar bem em público começamos a
treinar. Aos poucos vamos acertando de forma proposital a aplicação das técnicas de oratória em nossa
performance diante do público entrando assim no estado CONSCIENTEMENTE COMPETENTE como
comunicador.

• O sonho do comunicador profissional: ser natural com técnica

Após anos de prática e treinamento das técnicas de oratória quem fala vai incorporando no seu jeito de
transmitir as mensagens orais, as técnicas de oratória, tornando-se assim AUTOMATICAMENTE ou
NATURALMENTE COMPETENTE como comunicador. Esta é a fase 4 do aprendizado, a que faz com que o
orador esteja apto para desenvolver sua fala com uma qualidade realmente profissional.

• Acertar sem querer não é o ideal

Existem comunicadores que falam bem mas não sabem nada sobre oratória, ou seja, são
INCONSCIENTEMENTE COMPETENTES. Esse estado da performance não é o ideal, pois o orador não
garante que acertará sempre e se quiser um dia ensinar outros a falar melhor não conseguirá, pois não
tem consciência do que está fazendo. Um curso de oratória fará com que essa pessoa acerte de propósito
as técnicas de oratória, que de forma inconsciente, já estão sendo praticadas nas suas apresentações.

• O valor do treinamento para o aprendizado

Algumas pessoas que falam frequentemente em público nunca fizeram um curso de comunicação
interpessoal e com o passar do tempo podem ou não aprender as técnicas de oratória e se tornando
EMPIRICAMENTE COMPETENTES para falar em público, ou seja, melhoram sua performance com a
própria experiência do ato de falar. Um treinamento de comunicação profissional e oratória ensinaria a
esses comunicadores as técnicas para que possam falar melhor, adiantando resultados, evitando
sofrimentos e tornando sua performance comunicativa conscientemente competente.

Curso de Oratória Página 13


1.8 Exercícios de fixação do conteúdo

1) Tendo em vista a teoria ministrada nesta aula, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as
falsas:
( ) Se o único problema de um comunicador é possuir uma voz fraca ou uma dicção ruim, isso pode
ser tolerado pelo público e, ao final, esse comunicador ter uma boa avaliação de performance.
( ) O comunicador profissional deve se preocupar mais com seu conteúdo do que com a sua forma
de falar.
( ) Uma mesma palestra/apresentação pode ser desenvolvida repetidas vezes, independentemente
do público.
( ) Existem profissionais que possuem um excelente currículo, mas que não sabem se comunicar,
necessitando com urgência de um treinamento de oratória.
( ) O profissional que fala bem tem mais oportunidades no mercado de trabalho do que seus
concorrentes que não se expressam com profissionalismo.

2) Todas as alternativas são verdadeiras, exceto:


a) O comunicador profissional deve preferir falar rápido e com voz firme, variando esse padrão de
comunicação durante o desenvolvimento do tema.
b) Se quem fala tem a voz baixa, deve solicitar um microfone e aprender a utilizá-lo com
profissionalismo.
c) Para resolver problemas na articulação dos sons, procure um fonoaudiólogo.
d) Nos minutos iniciais, o conteúdo exposto pelo orador supera eventuais problemas no seu tom
de voz e na sua velocidade de fala.
e) Antes de uma apresentação, o comunicador deve estudar o perfil dos seus ouvintes, adaptando
a mensagem transmitida aos interesses e capacidade de entendimento do público.

3) Todas as alternativas são verdadeiras, exceto:


a) O ideal em um comunicador é ter uma boa forma de falar e um conteúdo amadurecido.
b) Existem pessoas que falam bem, mas têm um conteúdo maldoso, aplicando assim golpes e
correndo o risco de serem presas pela polícia.
c) Alguns comunicadores não possuem uma formação acadêmica excepcional, mas têm um boa
forma de falar, o que os torna bons apresentadores.
d) Falar bem sem saber as técnicas de oratória garante ao comunicador acertar sempre nas suas
apresentações.
e) O segredo para falar bem é o comunicador se ver falando para aperfeiçoar o que está sendo visto
e analisado como ponto a ser superado.

Curso de Oratória Página 14


4) Sobre a ‘variação de voz e fala’ na oratória, marque V para a afirmações verdadeiras e F para as falsas:
( ) O comunicador deve variar seu tom de voz e sua velocidade de fala durante a apresentação
para evitar a monotonia e o sono do seu público.
( ) O movimento da boca, articulando bem as palavras, é um fator importante para melhorar a
qualidade da comunicação.
( ) O tom de voz anasalado ou infantilizado impede o comunicador de ter uma boa performance no
uso da oratória.
( ) Uma comunicação com boa variação no tom de voz e na velocidade da fala mantém o público
atento à apresentação.
( ) Nossa voz deve ser sempre a mesma, independentemente da situação de fala.

5) Sobre o ‘contato visual’ na oratória, todas as alternativas são corretas, exceto:


a) Elaborar o raciocínio distribuindo o olhar pelo público.
b) Segurar o olhar de 2 a 3 segundos em cada região da sala.
c) Aos ouvintes mais próximos deve-se olhar nos olhos.
d) Aos ouvintes mais distantes, basta olhar na cabeça de alguém, que todos ao redor se sentirão
olhados.
e) Olhar mais para os ouvintes que se encontram na frente do comunicador.

6) Sobre a ‘gesticulação’ na oratória, todas as alternativas são corretas, exceto:


a) As mãos devem ser deixadas livres, à disposição dos gestos.
b) O braço e antebraço devem formar um ângulo de 90 graus, ou seja, os gestos serão na linha da
cintura.
c) Os gestos devem reforçar o que falamos, sendo, portanto, representativos.
d) Para facilitar a aproximação das mãos, devemos levar uma caneta para segurá-la.
e) Os gestos devem ser simétricos, ou seja, as duas mãos devem participar da fala.

7) Sobre o ‘movimento/postura’ na oratória, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:

Curso de Oratória Página 15


( ) O certo é falar sempre andando para evitar que o público fique quieto olhando para um só
ponto.
( ) Quando parar de andar, quem fala deve se apoiar em uma perna só para mostrar que está à
vontade.
( ) Manter a elegância: esse é o segredo para acertar na postura frente ao público.
( ) Deve-se apoiar nas duas pernas quando parar de andar e movimentar-se pouco, tanto no lugar
como trocando de lado.
( ) Atenção aos balanços e tiques corporais para não incomodar ou distrair os ouvintes.

8) Fazem parte dos princípios da ORATÓRIA, exceto:


a) O comunicador não pode errar na aplicação das técnicas de oratória.
b) O que diferencia um bom comunicador de um comunicador excelente são os detalhes.
c) Quem fala deve evitar ser repetitivo nas suas expressões e movimentos.
d) Incomodar e distrair os ouvintes são sinônimos.
e) Deve-se evitar erros graves e repetitivos ao falar em público.

Respostas:
• Pergunta 01: V-F-F-V-V
• Pergunta 02: letra ‘d’. Nos minutos iniciais, e às vezes por toda a apresentação, o público forma o
conceito do comunicador devido ao seu tom de voz, velocidade de fala e desenvolvimento das
técnicas de oratória.
• Pergunta 03: letra ‘d’
• Pergunta 04: V-V-F-V-F
• Pergunta 05: letra ‘e’. Mesmo que o ouvinte fique na extremidade do auditório ou logo abaixo de
nós, devemos olhar para ele para não o excluirmos do conjunto.
• Pergunta 06: ‘letra d’. A aproximação correta das mãos é abraçar uma na outra e variar esse abraço.
Não devemos falar segurando objetos que não estamos utilizando.
• Pergunta 07: F-F-V-V-V
• Pergunta 08: letra ‘a’. Um dos princípios da oratória afirma que de vez em quando o comunicador
pode errar, desde que o erro não seja grosseiro e aconteça pouco.

AULA 02

Curso de Oratória Página 16


Nervosismo ao falar em público - Como organizar uma apresentação – Formas de Apresentação –
Leitura Profissional – Dinâmica 02: Leitura Profissional - Interação entre as Formas de Apresentação

2. Nervosismo ao falar em público

Muitos se queixam, com razão, do nervosismo, como sendo um fator dificultador para o controle da
performance ao falar em público. Porém percebemos que a maior parte das causas que geram o
nervosismo são controláveis, ou seja, podemos dominar o nervosismo e não deixar que ele nos domine a
ponto de impedir que expressemos nossas ideias em público.

Então vamos às causas do nervosismo!

2.1 Causas do Nervosismo


Uma ou mais das seguintes causas podem gerar o nervosismo que acomete o orador:
• Falta do domínio do assunto – a sensatez diz que só devemos aceitar falar sobre assuntos que
dominamos. Ser convocado para falar de improviso sobre temas que não dominamos certamente nos
deixará em apuros e o nervosismo pode ser tanto a ponto de não conseguirmos sequer pronunciar
uma frase;
• Impacto do olhar alheio – quando estamos falando em público somos o ‘centro das atenções’ e
devemos estar preparados para receber o olhar de muitos ouvintes ao mesmo tempo e saber que nem
todos apresentarão um comportamento de ‘ouvinte ideal’, ou seja, olhando para nós com uma
fisionomia amistosa e concordando com o que estamos falando;
• Público/Local – falar em locais pomposos, chiques e para pessoas com bom nível socioeducacional, ou
com cargos hierárquicos maiores que o nosso nos deixa mais nervosos e preocupados. Apesar disso,
devemos valorizar o preparo que fizemos para desenvolver o assunto e ir em frente na nossa tarefa de
comunicador;
• Problemas com a autoimagem – culturalmente existe um padrão de beleza; o não enquadramento da
nossa imagem corporal nesse padrão pode atrapalhar nossa exposição em público. Então devemos sim
nos preocupar em melhorar nossa imagem. O que não der para melhorar, devemos aceitar e mesmo
assim conseguir ser o ‘centro das atenções’;
• Experiência prévia de falar em público – Quem já esteve na frente do público falando em trabalhos
voluntários ou no mundo corporativo, mesmo sem ter um curso de oratória no currículo, acaba tendo
mais facilidade de lidar com o nervosismo;
• Falta de domínio da infraestrutura – é fundamental chegarmos antes ao local da apresentação para
testarmos todo o equipamento que vamos utilizar. Se pudermos utilizar o nosso microfone, o nosso
computador, enfim, os nossos equipamentos, teremos mais controle do seu uso;
• Falta de domínio na aplicação das técnicas de oratória – saber o que fazer com o corpo e estar treinado
para falar em público certamente diminui o grau de nervosismo;

• Falta de domínio do tempo da apresentação – não treinar o tempo de desenvolvimento da fala e ser
surpreendido pelo pouco ou muito tempo que falta para terminar a exposição pode desconcertar o
comunicador e alterar o grau de nervosismo que o envolve;
Curso de Oratória Página 17
Atenção a essa fórmula:
1 página de word + Fonte Arial + Tamanho 12 + Margens de 1 cm + Espaço em linhas simples = 5
minutos de fala

• Herança familiar/estudantil/cultural – existem pessoas que foram criadas em famílias problemáticas


no que se refere ao trato com a comunicação ou que viveram experiências traumáticas no âmbito
educacional, sendo vítimas de chacota em público. Tudo isso gera um bloqueio emocional que
demandará muito treino de oratória e reflexão para ser superado.
• Herança Individual – para algumas pessoas os problemas são um verdadeiro catalisador para o sucesso!
Sendo assim, o nervosismo de falar em público e os possíveis ‘traumas’ herdados do passado são vistos
como um desafio a ser superados. Ou seja, a força que vem de dentro do ser e o move à superação é
maior que a força que vem de fora, fruto da herança familiar/estudantil/cultural.

2.2 O gráfico ‘Nervosismo x Apresentação’ apresenta como o nervosismo influi na apresentação de um


orador:

5%
Nervosismo 10%

85%

Concentração

Apresentação

Explicação do gráfico

Na minha experiência, 85% dos comunicadores começam uma apresentação nervosos e esse nervosismo
se inicia muitas vezes antes de começar a falar, no momento em que se aceita o convite para fazer a
apresentação, intensificando-se nos minutos que antecedem o uso da palavra. Acontece que, pelo fato
do comunicador estar treinado e saber o assunto, esse nervosismo vai diminuindo e termina-se a
apresentação bem mais à vontade. Em alguns casos (10%), o nervosismo é uma constante em toda a
apresentação; em outros raros casos (5%) o nervosismo aumenta e normalmente o comunicador
interrompe sua fala, abandonando o público durante o desenvolvimento inicial da fala. O grande segredo
é fazer com que a concentração para executar o planejado seja uma constante durante a apresentação e
supere o nervosismo, gerando assim a segurança necessária para o comunicador transmitir seu
conhecimento. Sobre o nervosismo para falar em público, lembre-se:

• É natural, prepare-se para ele;

Curso de Oratória Página 18


• Ele passa, na maioria das vezes (85% dos casos) ocorre no início;
• Transforme-o em concentração e preocupação com a sua performance ao falar;
• Em público, não assuma verbalmente seu nervosismo e controle seu corpo para não denunciá-lo;
• A nossa percepção de nervosismo é sempre maior que a do público.

2.3. Pense de forma positiva

No livro “A arte de falar em público”, Stephen E. Lucas ensina que: “A confiança é o poder mais
conhecido do pensamento positivo. Se você pensar que consegue, normalmente conseguirá.
Entretanto, se ficar pensando que haverá um contratempo e que algo fatídico acontecerá, quase
sempre será isso o que ocorrerá. Isso é bastante verdadeiro para o ato de falar em público. Os oradores
que pensam negativamente sobre si mesmos e a experiência de falar em público tendem mais a ser
dominados pelo medo do que aqueles que pensam positivamente. Veja algumas maneiras de
transformar pensamentos negativos em positivos durante a elaboração de suas apresentações:

Pensamento negativo Pensamento positivo


Gostaria de não precisar fazer essa palestra. Essa palestra é uma oportunidade para
compartilhar minhas ideias e ganhar
experiência como orador.
Não sou um ótimo orador.
Ninguém é perfeito, mas ficarei cada vez
melhor a cada exposição que fizer.
Sempre fico nervoso quando falo em
público. Todo mundo fica nervoso. Se outras pessoas
conseguem controlar esse nervosismo, eu
também consigo.
Ninguém terá interesse pelo que tenho a
dizer. Tenho um bom tema e estou plenamente
preparado. É obvio que eles ficarão
interessados.

Esse procedimento não eliminará totalmente seu nervosismo, mas o ajudará a ter controle sobre ele
para que se concentre em transmitir suas ideias, em vez de ficar se remoendo sobre seus medos e
ansiedades.”.

2.4 Como organizar uma apresentação

Curso de Oratória Página 19


Neste item apresentaremos os momentos em que uma apresentação costuma ser dividida. São eles:

2.4.1 Pré fala

Existe um momento inicial, denominado ‘pré fala’, ao qual se deve estar atento. O comunicador transmite
uma impressão para o público antes mesmo de começar a falar, por isso, além de testar os equipamentos
e preparar tudo para a apresentação, ele deve ficar atento ao próprio comportamento e à própria
linguagem corporal, transmitindo uma impressão segura a quem o observa.
Antes de iniciarmos a montagem dos slides que vão nos acompanhar na apresentação, devemos pensar
no que queremos falar. Fazer um mapa mental, enumerar os argumentos que serão expostos e organizar
a ordem de aparecimento deles é fundamental para o palestrante chegar na frente do público com tudo
organizado e executar o que já está planejado.

2.4.2 Introdução – Preparação – Assunto Central – Conclusão

A introdução da fala ocorre com um cumprimento adequado ao ambiente e ao público. Logo após
agradecer ao organizador do evento a oportunidade de falar, devemos traduzir implicitamente em nossas
palavras as vantagens que obterão os ouvintes com nossa apresentação. Em seguida, expor os
argumentos que justificam o tema da apresentação, gerenciar as perguntas que podem ou não aparecer
durante a apresentação, desenvolver os argumentos planejados e concluir pedindo ação e/ou fazendo
uma reflexão interessante interessante. Também é necessário saber se comportar quando ocorrerem
aplausos: receba-os interagindo visualmente com o público, com um sorriso no rosto e dizendo
“obrigado(a), obrigado(a)”. Não abandone o público durante os aplausos!!!
Essa sequência treinada, ensaiada, vista e revista por nós mesmos e por outras pessoas que podem nos
ajudar com sua opinião, fará com que nossa fala seja mais assertiva e permitirá um bom entendimento
pelo público que irá nos ouvir. Além disso, certamente esse preparo refletirá o nosso domínio no uso da
palavra e exercerá uma influência positiva nos nossos ouvintes.
Aconselhamos organizar a apresentação de forma que logo no início ocorra um combinado entre o orador
e o público, determinando que as perguntas sejam realizadas em um tempo reservado, no final da
exposição. Assim o orador garante sua fala, sem desvios que podem ser provocados por perguntas
indesejadas.
Devemos saber com qual ouvido estamos sendo ouvidos e para qual público vamos falar. O comunicador
é especialista no tema tratado, então possivelmente saberá responder a maior parte das perguntas,
mesmo aquelas vindas de públicos difíceis. Mesmo assim, se uma pergunta for bem elaborada e exigir
uma pesquisa para sua resposta, seja humilde e prometa responder após a apresentação, por e-mail, por
exemplo.
2.4.3 Pós fala

Curso de Oratória Página 20


Depois de concluir sua fala, prepare-se para os aplausos. Receba-os com um sorriso no rosto e distribua
o olhar pelo público. Não bata palmas para si mesmo! O tempo de aplauso pode ser rápido ou demorado,
tudo depende da performance do comunicador.
Aproveite o tempo após sua apresentação para continuar interagindo com o público, exercitando e
ampliando assim o seu network. Algumas perguntas também podem ser respondidas neste momento.
Reserve um horário para o ‘pós fala’. Não tenha pressa de ir embora; bons negócios podem surgir nesse
momento. Ah! Não se esqueça dos seus cartões - eles são essenciais essa hora!

Opção de sequência de slides para uma palestra:

Curso de Oratória Página 21


Expressando-se com confiança
SIM NÃO
Estou entusiasmado com o tema da minha apresentação?
Desenvolvi minuciosamente o conteúdo da apresentação?
Tentei melhorar ao máximo a introdução para que entre com o pé direito?
Tentei melhorar ao máximo a conclusão para que termine bem minha apresentação?
Ensaiei oralmente até me sentir confiante com relação à minha maneira de expressar?
Tentei transformar meus pensamentos negativos em pensamentos positivos?
Estou consciente de que o nervosismo é normal mesmo para os oradores experientes?
Estou convicto de que grande parte do nervosismo não é visível para o público?
Estou preocupado em me comunicar com o público, e não com meu nervosismo?
Consegui me visualizar fazendo uma apresentação com confiança e obtendo uma
reação positiva do público?

2.5 Formas de apresentação

Há várias formas de se estabelecer uma comunicação em público. Neste capítulo trataremos da fala
espontânea planejada, da fala memorizada e da fala improvisada, deixando para o próximo capítulo a
leitura profissional.

2.5.1 Fala espontânea planejada

Entender bem do assunto sobre o qual se quer falar e explicá-lo ao público com um ordenamento didático
coerente: isso caracteriza a fala espontânea planejada, que é a melhor forma de apresentação e a que
mais respeita o estilo próprio de cada comunicador. Pode-se, em alguns casos, ordenar em um papel os
tópicos que se quer falar e levar esse papel, que é uma espécie de ‘cola’ para nos acompanhar na
apresentação. Mas falar sem a ‘cola’ transmite mais credibilidade ao comunicador. Então, se for utilizar o
papel no desenvolvimento da fala espontânea planejada, faça de forma rápida e com moderação.

2.5.2 Fala memorizada

Curso de Oratória Página 22


Esse tipo de fala exige de nós, além de uma memória bastante confiável, uma interpretação que faça o
público ter a impressão de estamos fazendo uma fala espontânea planejada. Se isso não ocorrer, nossa
fala memorizada ficará muito visível e poderemos parecer um robô falando, prejudicando assim nossa
interação com o público. Outro problema para quem fala de forma memorizada são os imprevistos, que
exigem uma interrupção do que estamos falando. Nesse caso o comunicador pode ter dificuldade para
retomar, do ponto em que parou, o desenvolvimento da fala memorizada e assim ter toda a sua
apresentação comprometida.

Algumas vezes, de tanto falarmos de forma espontânea sobre um mesmo assunto, acabamos por
memorizar alguns trechos da nossa apresentação e utilizar a fala memorizada. Se isso ocorrer, pode valer
a pena memorizar alguns trechos que tenham um bom impacto no desenvolvimento do nosso raciocínio
para falarmos na hora certa e provocar nos ouvintes um bom efeito. Pense: a fala memorizada é a fala
dos artistas. Então se você tiver uma boa capacidade de interpretação e memorização, vá em frente e
arrisque fazer a apresentação com esse tipo de fala!

2.5.3 Fala Improvisada

A FALA IMPROVISADA é uma forma de apresentação muito requisitada no ambiente profissional e


pessoal. Muitas vezes costuma ocorrer de uma pessoa nos cutucar dizendo ‘vai lá na frente e fala!’ e, não
tendo como negar, encaramos o público sem um preparo prévio. Neste caso, ao começar a falar,
cumprimente o público, fale o que todos esperam ouvir, agradeça e se despeça. Não complique sua fala
e seja breve!

Durante uma apresentação podem ocorrer imprevistos que exigem de nós uma FALA IMPROVISADA.
Neste momento demonstre muita calma, não apele com o imprevisto, utilize o humor e resolva o
problema com um comportamento que não assuste a plateia. Apesar de todo o preparo e testes
realizados antes da apresentação, existem problemas que podem ocorrer durante nossa fala. O público
sabe disso e muitas vezes entende nossa situação e até colabora conosco na solução do problema.

Se em uma atividade social você tem uma colocação profissional de liderança, representa um órgão de
classe ou uma instituição, ou se em um evento sua presença merece destaque, como, por exemplo, no
casamento de um familiar querido, prepare-se para falar, mesmo que sua fala não tenha sido
encomendada com antecipação. Transforme assim o que seria uma FALA IMPROVISADA em uma FALA
ESPONTÂNEA PLANEJADA ou em uma FALA MEMORIZADA.

Tabela de Conteúdo de Fala

Curso de Oratória Página 23


(Se você unir qualquer fala da coluna A, com qualquer fala da coluna B, C e D, terá uma expressão de
impacto. Tente!)

A B C D

das nossas opções de


a execução deste
1 Caros colegas, nos obriga à análise desenvolvimento
projeto
futuro.

a complexidade dos cumpre um papel das nossas metas


2 Por outro lado, estudos essencial na financeiras e
efetuados formulação administrativas.

auxilia a preparação das atitudes e das


Não podemos esquecer a atual estrutura de
3 ea atribuições da
que organização
estruturação diretoria.

o novo modelo contribui para a


4 Do mesmo modo, estrutural aqui correta das novas proposições.
preconizado determinação

o desenvolvimento de assume importantes das opções básicas


5 A prática mostra que formas distintas posições na para o sucesso
de atuação definição do programa.

a constante divulgação do nosso sistema de


Nunca é demais insistir
6 das facilita a definição formação de
que
informações quadros.

prejudica a das condições


a consolidação das percepção apropriadas
7 A experiência mostra que
estruturas da para os
importância negócios.

oferece uma boa


É fundamental ressaltar a análise dos diversos oportunidade
8 dos índices pretendidos.
que resultados de
verificação

O incentivo ao avanço o início do programa de acarreta um


9 tecnológico, assim formação de processo de das formas de ação.
como atitudes reformulação

dos conceitos de
Assim mesmo, aqui na a expansão de nossa exige precisão e
10 participação
empresa atividade definição
geral.

2.5.4 Leitura Profissional

Curso de Oratória Página 24


A realização de uma LEITURA PROFISSIONAL agradável aos olhos e ouvidos de um público exige o
aprendizado de muitas técnicas. Aprendemos a ler para nós mesmos, em silêncio. Sendo assim, para
lermos bem em público, devemos passar por um novo processo de aprendizado.

A primeira técnica para o desenvolvimento de uma LEITURA PROFISSIONAL é conhecer bem o texto que
será lido. Para isso leia o texto várias vezes em voz alta. Prepare o texto: imprima-o em uma folha mais
grossa, faça parágrafos curtos, utilize letras grandes e maiúsculas, espaço entrelinhas 1,5 e numere as
folhas sem grampeá-las. Tudo isso facilitará a aplicação das demais técnicas.

Quando for fazer a LEITURA PROFISSIONAL em público, coloque na variação de voz e fala a mesma emoção
de como se estivesse lendo pela primeira vez o texto. Segure a folha na parte superior do tórax, relaxe os
braços, faça as unhas, evite gesticular ou sair do lugar, capriche na expressão facial - que também
transmitirá a emoção da leitura - e, por fim, mantenha uma postura elegante.

Ao realizarmos uma LEITURA PROFISSIONAL, pode acontecer de trocarmos, omitirmos e/ou


acrescentarmos palavras ao texto e isso prejudicar ou não o sentido da mensagem que queremos
transmitir. Leia o texto a seguir e observe a provável causa desta ocorrência:

“De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem
as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras
etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem
pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.”

Quando for fazer uma LEITURA PROFISSIONAL em público, memorize o que está logo antes dos pontos
finais do texto e fale isso olhando para o público, de forma que o olhar dure 2 segundos em cada região
da sala e todos se sintam olhados. Na leitura da última frase do texto, além de olhar para o público, abaixe
o papel com sua frente voltada para o seu corpo e emende essa última frase com o ‘muito obrigado e boa
noite’ para o público, e todos se sentirão olhados.

2.6 Dinâmica 03: Leitura profissional

Curso de Oratória Página 25


ESCOLHA BEM O ASSUNTO

VALE A PENA GASTAR UM POUCO A MASSA CINZENTA PARA


ESCOLHER BEM O ASSUNTO A SER APRESENTADO.

O BOM RESULTADO DE TODOS OS DEMAIS REQUISITOS PARA QUE


VOCÊ SE DESEMPENHE BEM DEPENDERÁ

DESSE PROCESSO CRIATIVO.

SE VOCÊ NÃO DETERMINAR DE MANEIRA CORRETA QUAL ASSUNTO


IRÁ APRESENTAR E O OBJETIVO QUE PRETENDE CONSEGUIR,
PROVAVELMENTE TAMBÉM NÃO SERÁ

BEM SUCEDIDO DIANTE DA PLATEIA.

TALVEZ NÃO EXISTA NADA MAIS GRATIFICANTE QUE SENTIR O


PODER DA PALAVRA ATUANDO A FAVOR DE UMA CAUSA QUE

VALE A PENA SER DEFENDIDA.

AQUI VOCÊ TEM UM CAMINHO, QUE TALVEZ SEJA APENAS UMA


SIMPLES CENTELHA DE TUDO O QUE PODERÁ BUSCAR PARA O SEU
APRIMORAMENTO COMO ORADOR.

2.7 Interação entre as formas de apresentação

Curso de Oratória Página 26


As quatro formas de apresentação: fala espontânea planejada, fala memorizada, improviso e leitura
profissional podem se alternar durante uma apresentação em público. O orador pode iniciar uma
apresentação lendo, por ser um momento mais nervoso da apresentação. Depois, quando se acalmar,
falar de forma espontânea planejada e ter flexibilidade para lidar com imprevistos utilizando a fala de
improviso. Ao terminar a apresentação, pode utilizar uma fala memorizada.

2.8 Exercícios de fixação do conteúdo

1) Sobre a forma de lidar com a ‘pré-fala’, todas as alternativas são verdadeiras, exceto:
a) A ‘pré-fala’ se inicia no momento em que o comunicador aceita o desafio de falar em público.
b) O estudo do tema a ser abordado por parte do comunicador é uma etapa decisiva para o êxito
do processo de uma apresentação.
c) Elaborar no papel um eixo central para o desenvolvimento do assunto é uma das primeiras
providências que um comunicador profissional deve tomar.
d) Não nos preocuparmos muito na ‘préfala’ com o que vamos falar nos tornará mais espontâneos
diante da plateia.
e) Através do comportamento corporal, quem vai falar já se comunica antes mesmo de emitir a
primeira palavra.

2) No que se refere à etapa da INTRODUÇÃO e PREPARAÇÃO da fala, marque V para as afirmações


verdadeiras e F para as falsas:
( ) As primeiras palavras que comunicador diz ao público são o cumprimento.
( ) O cumprimento do comunicador pode ser único e servir para qualquer público.
( ) Se oportuno, após o cumprimento, o comunicador pode agradecer a uma autoridade máxima
presente a oportunidade de falar.
( ) Nesta fase da apresentação, o comunicador não precisa se preocupar em organizar como serão
as perguntas e comentários do público.
( ) Dizer ao público as vantagens e benefícios do tema a ser abordado é uma estratégia para atrair
sua atenção no início de uma apresentação.

Curso de Oratória Página 27


3) No que se refere à etapa do ASSUNTO CENTRAL da fala, todas as alternativas são verdadeiras,
exceto:
a) O assunto central de uma apresentação é decidido durante a etapa ‘pré-fala’.
b) Durante a apresentação do assunto central, o comunicador expõe os argumentos que justificam
o motivo da apresentação.
c) O tempo destinado ao desenvolvimento do assunto central é o mais curto em uma apresentação.
d) Evitar desenvolver os argumentos utilizando expressões como ‘eu acho’, ‘vou falar um
pouquinho disso’ transmite mais credibilidade ao ouvinte.
e) Rápidas intervenções do público respondendo perguntas do comunicador são bem-vindas
durante o desenvolvimento do assunto central.

4) No que se refere ao GERENCIAMENTO DAS PERGUNTAS E COMENTÁRIOS do público, todas as


alternativas são verdadeiras, exceto:
a) Organize a apresentação de forma que logo no início ocorra um combinado entre o orador e o
público para que as perguntas sejam realizadas em um tempo reservado no final da exposição.
b) Se ninguém perguntar nada, aproveite para terminar a apresentação rapidamente.
c) O orador deve garantir sua fala, sem desvios que possam ser provocados por perguntas
indesejadas.
d) O comunicador é especialista no tema tratado, então possivelmente saberá responder à maior
parte das perguntas, mesmo aquelas vindas de públicos hostis.
e) Se uma pergunta for bem elaborada e exigir uma pesquisa para sua resposta, seja humilde e
comprometa-se responder após a apresentação, por e-mail, por exemplo.

5) No que se refere à CONCLUSÃO e à PÓS-FALA, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as


falsas:
( ) Na conclusão da fala devemos colocar uma mensagem forte que represente bem a mensagem
que transmitimos durante a apresentação.
( ) Após falar a conclusão, basta ficar em silêncio e aguardar a retirada do público da sala ou
auditório.
( ) Ao receber os aplausos, devemos agradecer de forma discreta distribuindo o contato visual para
o público e demostrar com a fisionomia a satisfação do dever cumprido.
( ) Após o término da apresentação, não resta mais nada a fazer, continue assim cumprindo sua
agenda e vá embora o mais rápido possível.
( ) Após dizer a conclusão, agradeça e se despeça do público dizendo: ‘Muito obrigado(a) e boa
noite!’

6) Em relação à FALA ESPONTÂNEA PLANEJADA, todas as alternativas são verdadeiras, exceto:


a) É a melhor forma de apresentação, a que tende a agradar mais ao público.

Curso de Oratória Página 28


b) O comunicador pode utilizar um roteiro/cola nas mãos enquanto fala para consultar, isso
transmite profissionalismo e segurança.
c) Nesta forma de apresentação o comunicador deve ficar atento para não apresentar vícios de
linguagem, como ‘né’, ‘tá’, ‘ok’ e/ou ‘entendeu’.
d) Na fala espontânea planejada pode-se utilizar um ‘slide’ para sequenciar o raciocínio.
e) A sequência do que se vai falar pode estar memorizada na mente do comunicador, que a segue
enquanto fala.

7) No que se refere à FALA MEMORIZADA, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:
( ) O comunicador deve possuir uma memória privilegiada para executar essa forma de
apresentação.
( ) Essa forma de apresentação exige que o comunicador tenha capacidade de interpretar o que
fala, como os atores de teatro e TV.
( ) É uma forma de apresentação que exige pouca concentração.
( ) A fala memorizada torna a apresentação muito previsível e pouco interessante de ser ouvida
mais de uma vez.
( ) A fala memorizada não deve ser utilizada durante o desenvolvimento das outras formas de
apresentação.

8) No que se refere à FALA DE IMPROVISO, todas as alternativas são verdadeiras, exceto:


a) O IMPROVISO é uma forma de apresentação muito requisitada no ambiente profissional e
pessoal.
b) Para se sair bem de situações que exigem IMPROVISO na fala, cumprimente o público, fale o
que todos esperam ouvir, agradeça e se despeça.
c) Não complique sua fala e seja breve!
d) Durante uma apresentação podem ocorrer imprevistos que exigem de nós uma FALA
IMPROVISADA.
e) Não é possível transformar uma FALA DE IMPROVISO em uma FALA ESPONTÂNEA PLANEJADA.

9) No que se refere à LEITURA PROFISSIONAL, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as


falsas:
( ) É o tipo mais simples de apresentação e o que mais agrada ao público.
( ) Para uma boa leitura deve-se utilizar a memória e a capacidade de interpretação, fazendo uma
teatralização do texto lido.
( ) A letra deve ser pequena e os parágrafos bem unidos para diminuir o volume de folhas que
levamos à frente.
( ) Ao terminar a leitura, memorize a última frase e se despeça do público distribuindo o contato
visual e abaixando a folha.
( ) Não omita, acrescente ou modifique palavras durante a leitura.

10) Sobre o nervosismo ao falar em público, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:

Curso de Oratória Página 29


( ) Nervosismo, ansiedade, medo, tensão: essas são sensações naturais da falta de preparo para
fazer algo para o qual não se está preparado.
( ) A preocupação com a performance ao falar em público gera no comunicador uma expectativa
natural de quem tem senso de responsabilidade.
( ) O comunicador deve assumir o nervosismo para o público assim que começar a falar, pois dessa
forma diminuirá sua ansiedade.
( ) A percepção que o comunicador tem do próprio nervosismo é a mesma que o público tem ao
assistir à apresentação.
( ) Transformar o nervosismo em concentração e preocupação com a performance previamente
treinada, eis aí o segredo!

11) Todas as alternativas são causas do nervosismo para falar em público, exceto:
a) Não dominar o assunto a ser apresentado.
b) Possuir uma autoimagem negativa.
c) Não estar acostumado a ser o centro das atenções e receber assim os olhares de um conjunto
de pessoas.
d) Ter ‘traumas de comunicação’ advindos do ambiente familiar e/ou estudantil.
e) Saber as técnicas de oratória e estar treinado para executá-las.

12) Sobre a relação entre a apresentação e o nervosismo, marque V para as afirmações verdadeiras e F
para as falsas:
( ) Em 85% das pessoas que falam em público o nervosismo é mais intenso no início da
apresentação.
( ) Em 15% dos falantes, por falta de treinamento, o nervosismo aumenta ou se mantém durante
todo o tempo da apresentação.
( ) O nervosismo aparece apenas no início da apresentação, imediatamente antes de o
comunicador começar a falar.
( ) O aprendizado das técnicas da oratória e o treino permitem que o comunicador saiba o que tem
que fazer ao falar em público e se concentre nisso.
( ) O comunicador profissional não deve se preocupar em controlar seu corpo, pois isso pode
deixá-lo mais à vontade.

Respostas:

Curso de Oratória Página 30


• Pergunta 01 : ‘letra d’ – Preocupar-se com o que se vai falar e organizar essa fala é estar bem
preparado para desenvolver o tema e um sinal evidente de apurado senso de responsabilidade.
• Pergunta 02: V-F-V-F-V
• Pergunta 03: ‘letra c’
• Pergunta 04: ‘letra b’ – Se ninguém perguntar nada, não desista de retirar uma pergunta do auditório,
incite o público a perguntar. Outra forma é fazer uma pergunta para si mesmo e respondê-la. Logo
virá a primeira pergunta e depois outra e outra.
• Pergunta 05: V-F-V-F-V
• Pergunta 06: ‘letra b’ – Se somos especialistas em um assunto, devemos falar sem utilizar o roteiro
/cola de mão; isso transmitirá mais credibilidade e segurança para o público, mostrando que
realmente dominamos o assunto.
• Pergunta 07: V-V-F-V-F
• Pergunta 08: ‘letra e’ – Se você possui função de destaque na atividade de exerce, prepare-se para
falar, mesmo que sua fala não tenha sido encomendada com antecipação. Transforme assim o que
seria uma FALA IMPROVISADA em uma FALA ESPONTÂNEA PLANEJADA ou em uma FALA
MEMORIZADA.
• Pergunta 09: F-V-F-V-V
• Pergunta 10: V-V-F-F-V
• Pergunta 11: letra ‘e’. Conhecer as técnicas da oratória e treiná-las até adquirir uma boa
performance é o caminho para para um comunicador profissional combater grande parte das
causas do nervosismo ao falar em público.
• Pergunta 12: V-V-F-V-F

Curso de Oratória Página 31


AULA 03
Recursos Audiovisuais - Dinâmica Final: Mini palestra com fala espontânea planejada

3. Recursos audiovisuais

Hoje em dia, com o avanço tecnológico, o comunicador tem como parceiro equipamentos cada vez mais
sofisticados, além de outros mais tradicionais, como o flip chart e o quadro branco. É importante saber
que o recurso audiovisual não deve atrapalhar - nem anular - a presença humana do comunicador. Daí a
necessidade de aprender a utilizá-los como colaboradores e não como protagonistas de nossas
apresentações. Vamos ver então como utilizar bem os principais recursos audiovisuais!

3.1.1 Projetor
• Um dos recursos mais utilizado atualmente, projeta o que está no nosso computador e não apenas
arquivos do Power Point®;
• Permite realizar links com filmes e inserir fotos: isso exigirá do comunicador estar atento para gerenciar
a iluminação do auditório ou sala onde estiver falando. Prefira sempre apagar o mínimo de luzes
possível;
• Local do equipamento na sala: se não estiver fixo no teto, verifique a melhor posição do projetor para
que ele não atrapalhe a movimentação de quem fala e ao mesmo tempo seja visível para todos os
ouvintes;
• O que é projetado funciona como um roteiro para o desenvolvimento da fala espontânea planejada.
Sendo assim, o comunicador deve projetar tópicos e imagens para nortear seu raciocínio;
• O excesso de texto no slide faz com que o comunicador prenda muito seu contato visual na projeção;
assim ele acabará lendo o slide em vez de explicá-lo;
• Treine o sincronismo entre sua fala e o que está projetado. Um slide com poucas informações visuais
colaborará didaticamente com sua apresentação: os ouvintes prestarão atenção exclusivamente no
que você diz e não terão que ler e ouvir ao mesmo tempo;
• Projetou, tem que falar! O que está projetado é para ser comentado pelo comunicador e visto pelos
ouvintes. Sendo assim, fique atento ao tamanho e formato das letras e também ao contraste de cores
utilizado;
• Determinados tamanho e cor de letra facilmente visíveis ao criador da apresentação em sua tela de
computador não causam o mesmo impacto quando projetados em grandes ambientes. Faça um teste
prévio no local da apresentação;
• Tenha e aprenda a utilizar um controle remoto para passar os slides durante a apresentação. Quando
for passá-los, não é necessário apontar o controle para a tela, como se estivesse dando um tiro na
projeção. Mantenha os braços na altura da cintura, passe o slide e vá em frente na sua apresentação;
• Quando for utilizar a luz do ‘laser’ para apontar alguma informação projetada, faça isso movimentando
o ponto luminoso, pois dessa forma você não deixará evidente tremores que podem denunciar seu
possível nervosismo. A utilização do ‘laser’ serve para evitar que fiquemos na frente da luz do projetor.
Seja preciso na pontaria, rodando o ponto luminoso do ‘laser’ apenas sobre a informação que se quer
destacar, evitando assim que a essa luz fique perdida e descontrolada sobre o slide e o auditório;

Curso de Oratória Página 32


• Uma dica final: uma opção para apresentar os tópicos de um slide é utilizar a ‘técnica da revelação’, ou
seja, revele e comente os tópicos de forma que eles apareçam um por vez;

• Atalhos no teclado:
✓ Ponto final: escurece a tela do computador e da projeção;
✓ Vírgula: a tela do computador e da projeção ficam brancas;
✓ F5: costuma abrir o primeiro slide;
✓ Shift + F5: abre o slide que está selecionado.
• Cuidado com a armadilha das versões 2003 – 2007 – 2010 - 2013 do Office;
• Aprenda a utilizar o FREEZE ou CONGELAMENTO do controle remoto do projetor para não projetar
textos ou imagens desnecessárias e/ou manter a privacidade dos seus documentos.

3.1.2 Quadro branco


• É um bom e prático recurso visual, porém limitado a pequenos auditórios;
• Evite ficar muito tempo escrevendo no quadro, para não prejudicar sua interação com o público;
• Capriche no tamanho e forma da letra para que possam ser visíveis e de fácil entendimento. Alguns
quadros são quadriculados, isso favorece a escrita de forma mais retilínea;
• Teste os pincéis e o apagador antes de usar, pois em alguns a tinta costuma secar quando não são
muito utilizados.

3.1.3 Flip chart


• Também é um bom e prático recurso visual, porém limitado a auditórios ainda menores;
• Evite ficar muito tempo escrevendo na folha do flip chart, para não prejudicar sua interação com o
público;
• Capriche no tamanho e forma da letra para que possam ser visíveis e de fácil entendimento;
• Se ocorrerem erros na escrita, possivelmente o comunicador terá que passar a folha e escrever
novamente, pois apagar o que se escreveu errado não é viável;
• Teste os pincéis antes de usar, pois em alguns a tinta costuma secar quando não são muito utilizados.

3.1.4 Microfones
• Se possível, tente utilizar os microfones de lapela ou aqueles que ficam acoplados em um arco na
cabeça. Eles liberam as mãos e o comunicador não precisa ficar regulando a altura do microfone em
relação à boca para a captação da voz;
• Se for utilizar o microfone sem fio de mão, posicione-o em frente ao queixo, sem encostar nele. Isso
permitirá que os ouvintes confirmem o que ouvem através dos movimentos dos seus lábios;
• Utilize pilhas e baterias novas ou bem carregadas no microfone, isso faz toda a diferença e evita
problemas técnicos durante sua apresentação;
• Se o microfone estiver em um pedestal, aprenda a movimentá-lo, pois antes de começar a falar, você
deve regulá-lo para a sua altura;
• Os microfones fixos em tribunas devem ser regulados para ficarem na altura do queixo do
comunicador;
• Não gesticule com a mão que segura o microfone;

Curso de Oratória Página 33


• Atenção para não tossir ou espirrar com o microfone próximo da boca, pois certamente você assustará
seus ouvintes;
• Cuidado com os comentários inoportunos quando o microfone estiver ligado, todos ouvirão!;
• E, por fim, faça como os cantores e artistas profissionais: chegue antes ao local da apresentação e
‘passe o som’.

3.2 Dinâmica Final: Mini palestra com fala espontânea planejada

3.3 Exercícios de fixação do conteúdo

1) Sobre o uso do PROJETOR, é correto dizer:

a) É um dos recursos audiovisuais mais utilizados atualmente.


b) Projeta o que está no nosso computador e não apenas arquivos do Power Point®.
c) O comunicador deve estar atento para gerenciar a iluminação do auditório ou sala que estiver
falando preferindo sempre apagar o mínimo de luzes possível.
d) Se ele não estivar fixo no teto, verificar a melhor posição do projetor para que ele não atrapalhe
a movimentação de quem fala e ao mesmo tempo seja visível para todos os ouvintes.
e) Todas as alternativas anteriores são verdadeiras.

2) Sobre os SLIDES, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:

( ) O que é projetado funciona como um roteiro para o desenvolvimento da fala espontânea


planejada.
( ) Trabalhar com tópicos e imagens no slide faz com que, ao ver o que está escrito, o comunicador
se recorde de toda uma sequência de fala previamente planejada.
( ) O excesso de texto no slide fará com que o comunicador prenda muito seu contato visual na
projeção e assim acabará lendo o slide ao invés de explicá-lo.
( ) O comunicador não precisa treinar o sincronismo entre o que vai falar e que está projetado.
( ) Podemos projetar e não falar grande parte das informações visualizadas pelo público, pois este
já está lendo tudo na tela.

3) Sobre o uso do QUADRO BRANCO, todas as alternativas são verdadeiras, exceto:

a) É um bom e prático recurso visual, porém limitado a pequenos auditórios.


b) Evite ficar muito tempo escrevendo no quadro, para não prejudicar sua interação com o público.
c) Não se preocupe com o tamanho e a forma da letra, pois os ouvintes traduzem o que foi escrito
através do contexto da comunicação.
d) Alguns quadros são quadriculados, isso favorece a escrita de forma mais retilínea.
e) Teste os pincéis e o apagador antes de usar, pois em alguns a tinta costuma secar quando não
são muito utilizados.

Curso de Oratória Página 34


4) Sobre os FLIP CHART, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas:

( ) É um bom e prático recurso visual e pode ser utilizado com êxito, independentemente do
tamanho do auditório.
( ) Aproveite a quantidade de folhas disponíveis e fique muito tempo escrevendo no flip chart.
( ) Capriche no tamanho e forma das letras para que possam ser visíveis e de fácil entendimento.
( ) Se ocorrerem erros na escrita, possivelmente o comunicador terá que passar a folha e escrever
novamente.
( ) Teste os pincéis antes de usar, pois em alguns a tinta costuma secar quando não são muito
utilizados.

5) Sobre o uso do MICROFONE, todas as alternativas são verdadeiras, exceto:

a) Se possível, utilize os microfones de lapela ou os que ficam acoplados em um arco na cabeça.


Eles liberam as mãos do comunicador para gesticular.
b) Se for utilizar o microfone sem fio de mão, o comunicador deve posicioná-lo em frente ao
queixo.
c) Utilize pilhas e baterias novas ou bem carregadas no microfone.
d) Cuidado com os comentários inoportunos quando o microfone estiver ligado, porque todos
ouvirão!
e) Não é necessário testar o microfone antes de falar, pois existem responsáveis por isso no
auditório.

Respostas:
• Pergunta 01 – letra ‘e’
• Pergunta 02 - V-V-V-F-F
• Pergunta 03 - letra ‘c’
• Pergunta 04 - F-F-V-V-V
• Pergunta 05 – letra ‘e’

Curso de Oratória Página 35


ANEXOS
Comunicação em reunião de mesa
A comunicação em reunião de mesa geralmente envolve uma participação maior do público frente à
exposição ou direção de um coordenador. Portanto não somente este deve se preparar para sua
apresentação, mas também todos os participantes da reunião.

Em uma grande e organizada mesa de reunião, seja essa mesa oval ou retangular, existem três tipos de
pessoas que são observadas: o coordenador, o redator da ata e os participantes. O coordenador deve se
sentar na ponta da mesa, pois isso facilitará a visualização de todos os participantes. Já o redator da ata
costuma se sentar próximo ao coordenador da reunião e os demais participantes ocuparão os lugares
restantes da mesa.

O coordenador da reunião

Para que uma reunião seja organizada e produtiva, ela deve ser preparada com antecedência e isso requer
que todos os participantes recebam, também com antecedência, a AGENDA DA REUNIÃO, contendo:
local, horário de início e término, quem coordenará, os nomes dos participantes (fixos e flutuantes) e a
pauta com os horários destinados a cada assunto. Essa agenda é elaborada pelo coordenador!

As ‘regras’ do jogo comunicativo que se iniciará devem ser apresentadas pelo coordenador, são elas:
• os assuntos da pauta serão comentados pelo coordenador e quem quiser expor sua opinião deverá
solicitar a palavra;
• quem quiser falar deverá se esforçar para ser objetivo, claro e sintético devolvendo a palavra para o
coordenador, que a passará para o próximo que a solicitou;
• Assuntos alheios à pauta da reunião serão discutidos em outra oportunidade, ficando assim em um
tópico que pode se chamar ‘ESTACIONAMENTO’ para serem contemplados em outra reunião;
• todos são responsáveis por fazer com que a reunião termine no horário estipulado na ‘agenda da
reunião’ e isso requer falas rápidas e objetivas.

Curso de Oratória Página 36


Agenda ou Planejamento da Reunião

Data: Horário: das 14h às 18h Sala:


Coordenador:
Convocados:

Pauta da reunião:

• De 14h as 14:10h – Comunicado de decisões pontuais


• De 14:10h as 14:50h – Assunto 01
• De 14:50h as 15:30h – Assunto 02
Intervalo de 15:30h as 15:50h
• De 15:50h as 16:30h – Assunto 03
• De 16:30h as 17:10h – Assunto 04
• De 17:10h as 17:50h – Assunto 05
• De 17:50h as 18h – Leitura, impressão e assinatura da ata

ESTACIONAMENTO

Outra sugestão:

Agenda ou Planejamento da Reunião

Data: Horário: de 14h as 18h Sala:


Coordenador:
Convocados:

Pauta da reunião:
• De 14h as 14:10h – Leitura, aprovação e assinatura da ata da última reunião
• De 14:10h as 14:20h – Comunicado de decisões pontuais
• De 14:20h as 15h – Assunto 01
• De 15:00h as 15:40h – Assunto 02
Intervalo de 15:40h as 16h
• De 16h as 16:40h – Assunto 03
• De 16:40h as 17:20h – Assunto 04
• De 17:20h as 18h – Assunto 05

Curso de Oratória Página 37


O redator da ata

A ata da reunião pode ser escrita em três formatos:


• Contendo as decisões surgidas de cada assunto da pauta;
• Baseada na fala de cada um dos presentes; ou
• Mista.

A primeira forma de redigir a ata é menos trabalhosa, pois o redator irá escutar a discussão acerca de
cada tópico da pauta e, após a decisão final do conjunto, é que a registrará. Já na ‘ata de falas’, o redator
terá que registrar a fala de cada um dos participantes e tentar ser o mais fiel possível nesse registro. A
‘ata mista’ conterá, além das decisões, algumas falas que o coordenador julgar importante constar em
ata.

Antes do término oficial da reunião, a ata deve ser lida, impressa e assinada por todos os presentes. Os
ausentes serão também mencionados no cabeçalho da ata com suas respectivas justificativas, caso
ocorram.

Ata da Reunião

Data: Horário: 14h às 18h Sala:


Coordenador:
Redator da Ata/Secretário:
Convocados:
Presentes: Cicrano, Beltrano (A3*);
* A3: Atrasado 3 minutos
Ausências notificadas:
Ausências justificadas: Fulano de Tal (motivo da ausência);
Ausentes:

Decisões da reunião:

1. Assunto 1:
2. Assunto 2:
3. Assunto 3:
4. Assunto 4:
5. Assunto 5:

Assuntos ESTACIONADOS:
1. Assunto 1:
2. Assunto 2:

Curso de Oratória Página 38


Local, data

_________________
Coordenador

_________________
Redator da Ata/Secretário

_________________
Cicrano

_________________
Beltrano

O participante da reunião

Uma vez recebida a agenda convocando para a reunião, convém confirmar esse recebimento e a presença
ou não na reunião. Caso não for comparecer, justifique neste momento sua ausência mencionando o
motivo com discrição e tato. Durante a reunião fique atento ao seu comportamento: olhe para quem fala,
deixe seus contatos virtuais e relatórios para depois. Se quiser falar, peça a palavra levantando o indicador
e aguarde a autorização do coordenador da reunião para iniciar sua exposição. Para não esquecer o que
se quer falar, um recurso é anotar em tópicos o que planejou desenvolver e ir consultando essas
anotações no decorrer do uso da palavra. Aprenda a concluir sua fala olhando para o coordenador da
reunião, devolvendo-lhe a palavra. Seja objetivo e sintético, os ouvintes agradecem!

Outros detalhes que colaboram com a reunião:

• Evite ficar balançando, batendo ou tremendo as pernas embaixo da mesa. Esse comportamento tira
a atenção dos ouvintes e dá a impressão de que estamos ansiosos ou com pressa para que a reunião
acabe logo;
• Se for se sentar em uma cadeira giratória, não fique balançando de um lado para o outro. Colabore
com a concentração de todos durante a reunião;
• Esses ‘tiques’ corporais podem ter relação com o fato de estarmos concentrados na atividade de que
estamos participando, porém eles tiram a concentração dos demais, então convém evitá-los.

Curso de Oratória Página 39


Comunicação virtual

A comunicação virtual se estabelece entre um ou mais comunicadores em ambiente telemático, ou seja,


no qual os seres não se encontram próximos fisicamente, mas mantêm contato através de telefone ou
internet.

A fim de facilitar e conferir qualidade à comunicação entre os interlocutores nesse meio, siga as seguintes
orientações:
• Dê preferência para se comunicar com as pessoas reais que estão na sua frente, de forma presencial;
• Se estiver reunido com alguém e precisar atender um telefonema urgente, peça licença, atenda e seja
breve;
• Mantenha seu telefone no modo silencioso e sem o vibracall ativado, principalmente se ele ficar em
cima da mesa, pois o atrito do telefone com a mesa atrapalhará a reunião com a mesma intensidade
de um toque sonoro;
• Se não puder atender uma ligação, dê retorno o mais breve possível para quem tentou falar com
você;
• Se, ao retornar uma ligação, você não foi atendido, grave um recado de voz ou envie uma mensagem
deixando registrado que você fez a sua parte. Agora é a vez de o seu interlocutor virtual ligar!;
• Em uma reunião, seja você coordenador, redator da ata ou participante, abstenha-se de fazer coisas
não relacionadas com a reunião que está sendo realizada. Evite ficar entrando e saindo da sala para
atender telefonemas. Respeite o momento e concentre-se na reunião;
• Quando fizer uma ligação telefônica de cunho profissional, identifique-se sempre após o
cumprimento;
• Responda seus e-mails o mais breve possível e assuma eventuais dificuldades quando demorar muito
para respondê-los, pedindo desculpas;
• Evite as abreviações e a linguagem de telegrama nos e-mails. Escreva parágrafos curtos e dê espaços
entre um parágrafo e outro. Cumprimente e se despeça do seu interlocutor virtual;
• Se for responder e-mails do seu telefone, escreva no final que isso está acontecendo pois a mensagem
costuma ser mais curta e às vezes abreviada. Para isso sugiro incluir na assinatura da mensagem os
dizeres: ‘Enviado do meu e-phone’.

Curso de Oratória Página 40


TESTE: COMO ANDA SEU PODER DE COMUNICAÇÃO?

1) O que você pensa quando ouve sua voz gravada?


a) Parece estranha, é horrível, não gosto.
b) Gosto, mas acho que tem muitos defeitos.
c) É maravilhosa, com bom timbre, musicalidade, boa dicção. Parece voz de locutor.

2) No que diz respeito ao olhar, qual é a sua atitude?


a) Não costumo olhar nos olhos das pessoas quando falo com elas; tenho vergonha, até tento, mas
não consigo. Fico inibido.
b) Olho às vezes, mas logo disfarço olhando para cima, para os lados ou para baixo.
c) Olho com firmeza e segurança, sem constranger a outra pessoa.

3) Sobre seus gestos, como você costuma se comportar?


a) Seguro minhas mãos, enfio-as nos bolsos, cruzo os braços ou preciso ficar segurando algo.
b) Solto as mãos, faço alguns gestos e alguns movimentos e sei que os gestos reforçam a expressão
corporal.
c) Faço gestos e sei que eles são adequados ao conteúdo e ao processo da fala, formando um
conjunto harmonioso em relação à expressão corporal.

4) Como você definiria seu estilo?


a) Sou do meu jeito, minhas roupas e a aparência são diferentes da maioria das pessoas, e isso as
assusta um pouco, mas não me importo. Sou espontâneo e sincero, e quem gostar de mim deve
me aceitar do jeito que eu sou.
b) Visto-me razoavelmente, mas sei que sou conservador e que preciso me atualizar, cuidar melhor
do corpo e da aparência.
c) Sou atualizado, sem seguir muito os modismos. Geralmente causo boa impressão devido ao modo
elegante de me vestir, asseio e apresentação pessoal.

5) Em eventos sociais, como você se apresenta?


a) Cometo muitas gafes em apresentações, cumprimentos, cortesias, comportamento à mesa. Sei
muito pouco a respeito disso.
b) Enfrento as situações. Sei que domino alguns conhecimentos, pois já li algo a respeito disso, mas
não me aventuro a participar ativamente de eventos sociais muito formais.
c) Trafego com facilidade em qualquer tipo de evento social. Saio-me bem quando me apresento e
me exponho a diversas situações, formais ou informais.

Curso de Oratória Página 41


6) Você foi convidado para falar em público. O que normalmente acontece?
a) Tenho dificuldade para encontrar palavras que expressem meus pensamentos. É comum eu
perder o raciocínio.
b) Falo razoavelmente, embaraço-me às vezes e percebo que sinto alguma dificuldade para
encontrar as palavras exatas.
c) Falo bem, com propriedade, naturalidade e domino as palavras. Leio muito, tenho um vocabulário
rico para expressar minhas ideias.

7) Seu chefe solicitou que você preparasse uma apresentação na convenção anual da empresa.
Como a estruturaria?
a) De modo intuitivo. Como não domino nenhuma técnica e não conheço nenhum método de
apresentação, ficaria em dúvida sobre o planejamento, preparação e condução da palestra.
b) Por ter algum conhecimento sobre organização e planejamento, eu estruturaria a apresentação
com começo, meio e fim, subdividindo-a em partes. Mas sinto que ainda sou fraco nisso.
c) Planejo, preparo, administro o tempo, uso adequadamente recursos audiovisuais, sei técnicas
para iniciar, desenvolver e encerrar uma apresentação.

8) Você se acha tímido?


a) Sim, normalmente fujo de situações em que tenha que me expor diante de um público.
b) Sim e tenho consciência da minha timidez. Esforço-me para superá-la, mas é sempre um
sofrimento quando preciso falar em público.
c) Não. Domino meus medos e temores, conheço e uso técnicas de relaxamento, administro minhas
preocupações e tensões.

9) Sobre o uso de recursos audiovisuais:


a) Não recorro a nenhum, pois a fala é suficiente para que todos possam me entender. O importante
é o conteúdo.
b) Por ser organizado e perceber a importância de tais recursos, procuro usá-los, mas geralmente
faltam qualidade e técnicas para obter melhores resultados.
c) Conheço e utilizo adequadamente todos os tipos de recurso audiovisual. Escolho com cuidado
imagens, conteúdo, cores, figuras, gráficos e recorro a sistemas computadorizados.

10) Como você se comporta nas relações interpessoais?


a) Por ser de natureza introvertida, normalmente fico quieto, evito conversar, e as pessoas não me
procuram.
b) Converso, tomo algumas iniciativas, mas só quando necessário. Exponho pouco minhas ideias.
c) Sou espontâneo, carismático, simpático e normalmente benquisto. Tenho muitos amigos e sou
popular. Muitas pessoas param para me ouvir.

Curso de Oratória Página 42


11) Qual é a velocidade de sua fala?
a) Depressa ou devagar demais. Quando falo, provoco impaciência ou nervosismo nas pessoas.
b) Falo em velocidade normal, mas não arrisco variações. Sei que ainda falta algo para gerar mais
impacto em minha fala.
c) Administro bem a velocidade da minha fala. Faço variações, expresso corretamente minhas
emoções, propiciando um impacto positivo e despertando a atenção das pessoas.

12) Como é sua dicção?


a) Ruim, pois falo com a boca semifechada. Tenho dificuldade com língua presa ou excessiva
nasalação.
b) Mediana. Percebo que alguns sons de sílabas ou palavras não são claros. Posso melhorar.
c) Excelente. Falo com clareza e boa entonação, não tenho afetações exageradas de sotaque nem
uso estrangeirismos. Normalmente sou elogiado pela clareza de minha pronúncia.

13) Como você costuma se comportar em reuniões?


a) Não falo nada; entro quieto e saio calado. Só me expresso quando questionado sobre algo.
b) Participo, mas sou lacônico, não me exponho nem corro riscos. Falo o básico e o necessário.
c) Não só participo como dirijo reuniões. Sou entusiasta, motivado, apresento, estimulo a
participação dos outros. Consideram-me um líder.

14) Qual é seu desempenho em vendas?


a) Não vendo nada, nem a mim mesmo, e, quando vendo, tenho vergonha de cobrar.
b) Vendo porque tenho que vender, por exemplo, minhas habilidades em uma entrevista de emprego
ou em um processo seletivo.
c) Sou um vendedor nato. Conheço técnicas, tenho sensibilidade para me adequar a qualquer perfil
de pessoa, desenvolvo boa argumentação e fecho negócios. Vendo qualquer coisa que quiser.

15) Como você se comporta em festas e eventos sociais?


a) Normalmente fico só, converso pouco e sinto-me envergonhado de puxar um assunto ou me
aproximar de alguém.
b) Divirto-me, falo com as pessoas, em geral conhecidas. Sinto que poderia ser mais ousado, mas
algo me prende.
c) Sou alegre, extrovertido, falo com qualquer pessoa. Sei que tenho jeito para puxar uma conversa
e me saio bem nesse tipo de situação.

16) Qual é a sua atitude na comunicação com outras pessoas?


a) Não me importo com elas. Tenho meu estilo e minha personalidade. A responsabilidade de entender o que
falo é do outro.
b) Normalmente consigo me fazer entender, mas sou resistente a mudanças. Reconheço que preciso me
flexibilizar mais.
c) Tenho empatia, ou seja, sei me colocar no lugar do outro. Sei que a responsabilidade de uma boa
comunicação depende muito de mim e da minha capacidade de flexibilização para me fazer entender.

Curso de Oratória Página 43


17) Como anda sua autoestima?
a) Não gosto de mim. Geralmente vejo-me cheio de defeitos e problemas.
b) Gosto um pouco de algumas habilidades e capacidades que reconheço em mim. Sinto que posso
e preciso gostar mais de mim mesmo.
c) Valorizo-me e por isso sei que sou valorizado. Conheço minhas falhas, e isso me ajuda a não me
ver como um ser humano maravilhoso, repleto de virtudes e capacidades físicas, mentais,
emocionais e espirituais.
18) Como você avalia sua comunicação?
a) Sou como sou, tenho um estilo definido, uma personalidade forte e penso que não preciso
aprimorar minha comunicação. Que me aceitem como sou.
b) Percebo que a comunicação é importante para mostrar ao mundo meu potencial, mas não faço
nada a respeito disso. Acredito que com o tempo desenvolverei naturalmente essa habilidade.
c) Reconheço que, se não me comunico, não sou nada, não sou ninguém.

CONTAGEM DOS PONTOS:


Some 1 ponto para cada resposta A, 2 pontos para cada resposta B e 3 pontos para cada resposta C. Some os pontos
e confira o resultado abaixo:
Até 27 pontos: FRACO
Você dá pouca importância à comunicação e à própria imagem, não se importa com o que pensam e sentem a seu
respeito. Normalmente foge de situações em que é convidado ou convocado para se expor, sofrendo por medo ou
ansiedade. Você tem, também, dificuldade para se relacionar em contextos de vendas, negociações ou em eventos
sociais. Se deseja obter maior sucesso em sua vida pessoal e profissional, precisa romper as barreiras que o
impedem de se expor e desenvolver a habilidade da comunicação.
De 28 a 36 pontos: REGULAR
Você já fez algo e aproveita as oportunidades em que é necessária a habilidade de comunicação. Tem algumas
habilidades desenvolvidas, tais como voz bem utilizada, facilidade de organizar ideias e extroversão, mas ainda é
limitado na aplicação das competências da comunicação. Como você, a maioria das pessoas situa-se nessa faixa.
Elas têm consciência da importância da comunicação, mas não a desenvolveram.
De 37 a 45 pontos: BOM
É bom comunicador, relaciona-se bem com as pessoas, tem consciência de que através da comunicação mostra seu
potencial individual. Tem habilidade para vender e negociar e, eventualmente, fala em público, mas apenas quando
a situação é inevitável. Possui uma percepção desenvolvida das outras pessoas, domina técnicas de comunicação,
estudou e estuda o assunto. Reconhece que ainda há pontos a serem aprimorados e sabe que isso só depende de
esforço e boa vontade.
De 46 a 54 pontos: ÓTIMO
Fala bem, com desenvoltura, fluidez e naturalidade em todas as situações. Exerce papéis de liderança e influência
sobre outras pessoas, tendo facilidade para vendas e negociações. É pessoa simpática, irradia energia de
entusiasmo e vitalidade, é ousado e corajoso. Domina seus medos e tem prazer em utilizar a comunicação quando
precisa ou deseja falar em público.

Curso de Oratória Página 44


PUBLICAÇÕES DO PROFESSOR RODRIGO MOREIRA

Artigo: Oratória e o trabalho

MOREIRA, Rodrigo. Oratória e trabalho. Jornal Estado de Minas, Belo Horizonte, 28-10-2009.

Curso de Oratória Página 45


Artigo: Oratória e o trabalho
Existem dois aspectos importantes a serem analisados em um profissional: o primeiro é seu conteúdo,
seu conhecimento do assunto e o outro aspecto é a forma como esse profissional é capaz de expressar o
que sabe, principalmente se essa pessoa pretende ocupar um cargo que exija liderança, no qual a
comunicação clara e objetiva é essencial. São muitos os profissionais que tem currículos espetaculares,
porém tem dificuldade de avançar em processos seletivos de grandes empresas, pois não desenvolveram
uma boa forma de se expressar.
É preciso saber que existem 4 técnicas para falar melhor: o contato visual com o ouvinte, a gesticulação,
o movimento e a variação de voz e de fala. Quando falamos devemos aprender a observar nossa
gesticulação, se a mesma tem sincronismo com o que falamos, se é representativa e treiná-la. Nosso
contato visual com os ouvintes é essencial para transmitirmos credibilidade enquanto falamos,
poderemos também aprender a treinar a variação da voz e da fala e ainda sair do lugar enquanto falamos,
principalmente ao nos dirigirmos para um público. Oriento a todos os profissionais que necessitam falar
em público ou tem a comunicação em reuniões de mesa como atividades constantes na profissão que
aprendam a se analisar falando, a gravar a própria fala e a própria imagem enquanto fala e buscar assim
o aperfeiçoamento da comunicação, pois só melhoramos o que conhecemos. Falar melhor é treino e
temos que nos valer de todos os recursos possíveis para nos capacitarmos nesse sentido.
O planejamento é essencial para um bom comunicador. Muitas vezes quem vai falar não consegue tempo
para planejar a fala ou não faz esse planejamento com a técnica necessária. Quando ainda não estamos
na frente de um público que nos exige uma boa performance, certamente teremos a oportunidade de
estarmos em nossa mesa de estudo ou de trabalho e neste momento estaremos mais tranquilos para
planejar o que queremos falar. Oriento meus alunos a anotar os tópicos que pretendem desenvolver
durante a fala e asseguro que o ouvinte aceitará com naturalidade que você consulte rapidamente sua
anotação enquanto fala. Senão, prepare-se para o temível e desagradável 'branco' na fala.
A dificuldade de se expressar nem sempre ocorre pelo fato da pessoa ser tímida. Muitas vezes tal
dificuldade existe por não termos técnica para falar, não dominarmos o assunto ou não termos
experiência de encarar o público. Não saber para onde olhar, onde colocar as mãos, onde se posicionar e
que voz utilizar gera ansiedade e tudo que não se domina, tende-se a evitar.
Leia e converse bastante. A leitura aumenta nosso vocabulário e nos permite ter mais palavras disponíveis
para construir nosso pensamento e falá-lo. As conversas cotidianas com amigos e familiares nos dão a
oportunidade de treinarmos as 04 técnicas que mencionei para falarmos melhor. Durante diálogos com
amigos podemos observar nossa gesticulação, nosso contato visual e nossas variações de voz e fala e
desta forma aproveitar nossos acertos para praticá-los em situações mais formais do mercado de trabalho
e também teremos, logicamente, a oportunidade de começar a superar o que observarmos de negativo
em nossa comunicação. Comece agora mesmo a treinar e sucesso!

Curso de Oratória Página 46


Artigo: Comunicação profissional e oratória

MOREIRA, Rodrigo. Comunicação profissional e oratória. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 22-03-2010.

Curso de Oratória Página 47


Artigo: Comunicação profissional e oratória

A comunicação humana é extremamente rica em detalhes que fazem a diferença entre um bom e um
mau comunicador.
Existem técnicas para uma comunicação eficaz, seja em pé, durante uma apresentação para um público,
seja sentado, em uma reunião de mesa mais formal. Com o aprendizado dessas técnicas, o profissional
terá a oportunidade de exercitar uma fala que transmita mais credibilidade e segurança. Filmar as
apresentações e logo em seguida analisar a gravação com o conhecimento do que é certo ou errado na
comunicação é o grande segredo para nos capacitarmos na arte de falar melhor. Afinal, só melhoramos o
que vemos e conhecemos. O fato de o comunicador se ver falando e tentando aplicar as técnicas para
uma comunicação profissional enriquece muito o aprendizado.
Hoje em dia existe o trabalho de coaching em comunicação humana, no qual o comunicador vai se
corrigindo e sendo ensinado a falar melhor. Muitas vezes uma pessoa não fala bem porque não tem o
hábito de falar em público e, para complicar, desconhece as técnicas que devem ser utilizadas nessa
atividade. Se essa pessoa tem a oportunidade de aprender essas técnicas e de utilizá-las falando mais
vezes, certamente sua performance será melhor ao comunicar uma mensagem.
Aprender a se expressar bem é fundamental, e isso implica corrigir as falhas que aparecem na expressão
verbal e que todos os ouvintes percebem. O único que não as vê é quem está falando. Esse é o drama do
comunicador que não sabe utilizar as 04 técnicas para uma comunicação profissional eficaz e uma
excelente oratória.
E quais são essas técnicas? São elas: contato visual com os interlocutores, gesticulação, movimentação do
corpo e variação da voz e fala.
Devemos aprender a ‘passear’ o olhar lentamente pelo auditório enquanto desenvolvemos o nosso
raciocínio - ficar olhando para o chão ou para o teto não transmite credibilidade; olhar rápido demais para
cada um dos ouvintes também não é conveniente. O ideal é fixarmos o olhar pelo menos uns dois
segundos em cada região do auditório.
É fundamental aprendermos a utilizar significativamente as mãos enquanto falamos – devemos nos
lembrar de que o corpo também fala, e é interessante sabermos usar essa fala a nosso favor na
transmissão de mensagens.
Se falamos em pé por mais de cinco minutos e temos espaço disponível, devemos sair do lugar algumas
vezes enquanto falamos – falamos, olhamos para o público e gesticulamos, tudo ao mesmo tempo.
Por fim, se não queremos ver alguém dormindo na nossa frente durante a apresentação, é melhor variar
o tom de voz e a velocidade de fala algumas vezes.
Sugiro a todos que pretendam se comunicar bem que pratiquem essas técnicas, gravem a performance e
a analisem em seguida. Aqueles que fizerem isso devem se preparar para uma ótima surpresa!

Curso de Oratória Página 48


Artigo: O uso da tecnologia nas reuniões

MOREIRA, Rodrigo. O uso da tecnologia nas reuniões. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 17-05-2010.

Curso de Oratória Página 49


Artigo: O uso da tecnologia nas reuniões

Você já participou de alguma reunião e levou seu laptop, ligando-o em cima da mesa? Certamente sim,
ou em breve fará isso.
Pois é, hoje em dia, com o avanço tecnológico, está cada vez mais comum o ouvinte ter que dividir sua
atenção com quem está coordenando uma reunião e os e-mails a serem lidos e que não param de chegar,
os relatórios, as planilhas, as ofertas de lojas, as redes sociais, dentre tantos outros atrativos que um
computador tem a oferecer.
Mas, se você é uma dessas pessoas cujos ouvintes se vêem obrigados a dividir sua atenção com pessoas
reais e virtuais ao mesmo tempo, cuidado, pois você pode não está sabendo fazer a tecnologia trabalhar
a favor do seu marketing pessoal.
Em reuniões, o ideal é demonstrarmos respeito por quem fala. Se alguém está expondo seu pensamento,
devemos manter o máximo de contato visual com essa pessoa, comunicar-nos com ela através da nossa
fisionomia. Às vezes podemos, sim, nos voltar para o computador para digitar algum aspecto ou reflexão
que nos veio à mente como consequência da reunião.
Caso você seja o coordenador da reunião, meu conselho é falar distribuindo o contato visual por todos os
presentes, mesmo que não estejam olhando para você. Uma atitude interessante, para deixar claro o
interesse pela reunião, é abaixar um pouco a tampa do laptop enquanto fala ou ouve e levantá-la somente
quando for consultar suas anotações ou digitar algo. Essa orientação é útil também para todos os
participantes da reunião. Se quem está falando tem baixa estatura, esse abaixamento da tela do
computador é imprescindível; caso contrário ninguém conseguirá enxergar direito sua fisionomia, e seus
lábios não serão lidos pelos ouvintes, pois o rosto estará escondido atrás do laptop. Já participei de muitas
reuniões de mesa em que se usava o projetor multimídia. Nesse caso, deixa uma boa impressão o
coordenador da reunião falar em pé.
Outra dica: se for se atrasar ou faltar a uma reunião, use a tecnologia e justifique-se ao coordenador do
encontro ou à pessoa que o espera. Se a situação que o fez se atrasar for relevante, não hesite em ser
explícito - é melhor esclarecer o motivo do atraso do que deixar que fiquem imaginando coisas ruins sobre
você. Agora, se for faltar à reunião, comunique o fato o quanto antes, para que a pessoa que o aguarda
possa reorganizar sua agenda.
Use a tecnologia a favor do seu marketing pessoal; organize seu tempo para estar por inteiro nas reuniões;
deixe outros afazeres para depois; e lembre-se de que existe um ser humano interagindo com você e que
merece seu respeito, seu olhar e sua atenção.

Curso de Oratória Página 50


Artigo - Falar melhor: os detalhes fazem a diferença

MOREIRA, Rodrigo. Falar melhor: os detalhes fazem a diferença. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 14-06-2010.

Curso de Oratória Página 51


Artigo: Falar melhor: os detalhes fazem a diferença

É impressionante como o público é sensível para se incomodar com os detalhes (quase sempre negativos)
de quem fala! Ao observar alguém falando, todos percebem o olhar fixo ou perdido do comunicador, sua
falta de habilidade para gesticular, seu movimento constante de um lado para o outro e sua monotonia
de voz e fala, que dá sono em qualquer um.
Essas características chamam a atenção de quem ouve e desviam a concentração do público, que está ali
para prestar atenção ao assunto tratado, e não à forma como esse conteúdo é ministrado.
Acontece que, por falta de treinamento e de conhecimento sobre o que fazer com o corpo no momento
em que se fala em público, a maioria das pessoas erra na forma de se expressar, e esse despreparo gera
no público uma distração que o faz desistir de acompanhar o raciocínio de quem está falando. E o pior: o
único que não se sente incomodado com a fala ruim é o orador, envolvido que está em um misto de
nervosismo e concentração.
O fato é que, assim como para dirigir um carro, necessitamos de treinamento para dirigir nosso corpo na
frente de um público. Devemos aprender a distribuir nosso contato visual enquanto falamos, a realizar
gestos que combinem com nossa fala e, quando não os fizermos, devemos aprender a apoiar uma mão
na outra diante do corpo. Além disso, não devemos falar de apenas um local do auditório. Às vezes - veja
o que escrevi: às vezes, podemos e devemos nos movimentar de um lado para outro e também para
frente e para trás enquanto falamos. Digo ÀS VEZES, porque observo a tendência de muitos
comunicadores ficarem andando de um lado para outro sem parar, e isso incomoda o ouvinte. E por fim,
devemos aprender a produzir uma fala vibrante, com variações de ritmo e tom - isso desperta o ouvinte
e o impede de cochilar enquanto falamos.
Costumo dizer a meus clientes: tudo que se repete enquanto falamos incomoda o ouvinte. Sendo assim,
cuidado com as repetições corporais e verbais na sua comunicação. Pense: quantas vezes não nos
sentimos incomodados com o palestrante que não parava de rodar a aliança enquanto falava?, ou com
aquele professor que não parava de falar ‘né’, ‘tá’, ‘ok’, fazendo-nos contar quantas vezes isso se repetia?
Sobre o que mesmo esse professor falava? Nem me lembro..., costuma afirmar o aluno.
Normalmente quem fala não consegue perceber o que acontece com seu corpo enquanto desenvolve sua
comunicação. Por isso, fica aqui um conselho: filme sua fala e depois, sabedor dessas técnicas para uma
boa comunicação, analise sua performance e lembre-se de que, para falar melhor, os detalhes fazem a
diferença!

Curso de Oratória Página 52


Artigo: De frente para a plateia... e nervoso!

MOREIRA, Rodrigo. De frente para a plateia... e nervoso!. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 23-07-2010.

Curso de Oratória Página 53


Artigo: De frente para a plateia... e nervoso!

Já ouvi de alguns clientes: “Eu não levo jeito para falar em público; fico muito nervoso quando tenho que
enfrentar uma platéia!”.
Até aí, nada de anormal. Mesmo palestrantes experientes, com o domínio da oratória, ficam nervosos
antes de falar e nos minutos iniciais da apresentação. Normalmente esse nervosismo desaparece após
alguns minutos e, na maioria das vezes, ele não é percebido pelo público com a mesma intensidade com
que ocorre na psicologia do palestrante.
Nas minhas aulas, peço ao aluno que acabou de falar em público para dar uma nota de 1 a 10 para o seu
nervosismo no inicio da apresentação, sendo 10 a nota que corresponde ao grau de maior nervosismo.
Depois solicito a um ouvinte que dê uma nota para a percepção do nervosismo do palestrante. A nota do
ouvinte sempre é menor! Concluímos, então, que, se o corpo de quem fala não denunciar o seu
nervosismo, possivelmente nenhum ouvinte irá notá-lo.
Esse estado não é percebido pelo ouvinte só porque as mãos de quem fala estão transpirando ou
tremendo, ou porque o seu coração está batendo mais rápido, mas sim, caso o olhar fique rápido ou
perdido, porque ocorre um balanço do corpo, um esfregar ou apertar contínuo das mãos, ou até mesmo
uma crise de choro ou de riso. Uma dica: para saber se o seu corpo denuncia o seu nervosismo, filme sua
fala e a analise, ou peça a opinião sincera de um amigo que ouviu sua apresentação.
Existe todo um preparo a ser feito antes de se pronunciar as primeiras palavras para uma platéia. Além
de ser importantíssimo o conteúdo da apresentação estar bem amadurecido, alguns palestrantes, para se
sentirem mais seguros, gostam de ouvir uma música que lhes traga recordações de momentos de
superação na vida; outros preferem se imaginar falando com sucesso; e existem aqueles que elegem o
silêncio da meditação para se concentrarem no assunto a ser tratado.
Observo, salvo exceções, uma cronologia na mente de quem fala: no início da apresentação prevalece o
nervosismo; depois, à medida que sua fala se desenvolve, o comunicador vai se sentido à vontade; e, no
final, se esquece de acabar. Quantas vezes já fomos surpreendidos com palestras intermináveis e de que
até estávamos gostando no início, mas terminamos insatisfeitos, pois o orador, que se esqueceu de olhar
o relógio, fica falando além do tempo previsto para o término da palestra?
Deixo aqui registrados alguns conselhos para você que quer ser um bom comunicador: aprenda as
técnicas e os detalhes para falar melhor. Para isso, faça um curso de oratória ou procure um coaching em
comunicação. Encare sua imagem e se veja falando, para superação do que não lhe agradou. E no mais,
prepare-se para demorados aplausos após suas palestras!

Curso de Oratória Página 54


Artigo: Saber ouvir

MOREIRA, Rodrigo. Saber ouvir. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 13-08-2010.

Curso de Oratória Página 55


Artigo: Saber ouvir

Inicialmente se faz necessário diferenciar o ouvir do escutar. Ouvir exige apenas que tenhamos um ouvido
funcionando bem, para que o som seja captado no ambiente e transmitido até o cérebro. Escutar exige
mais: que o ouvinte preste atenção, concentre-se no que está sendo dito e espere seu interlocutor
terminar de falar para depois emitir sua opinião, continuando assim o diálogo.
O ouvir é a primeira habilidade comunicativa do ser humano. Ouvimos antes de falar e falamos antes de
ler e escrever. Na escola, aprendemos a ler e a escrever; podemos fazer cursos ou treinamentos para falar
melhor. Porém, para ouvir, não recebemos treinamento, e o que aprendemos empiricamente muitas
vezes não faz de nós um bom ouvinte.
O bom ouvinte olha para o falante enquanto ouve, costuma fazer movimentos afirmativos com a cabeça,
caso concorde com o que está sendo dito e, oportunamente, oferece retornos verbais para mostrar que
está atento e acompanhando o raciocínio de quem fala. Esses retornos verbais são o ‘hum, hum’, ‘certo’,
‘sei’, ‘é’, sendo que em conversas telefônicas esses sons de apoio ao diálogo são fundamentais, pois
mantêm uma ponte comunicativa entre o falante e o ouvinte, que não se vêem.
Outro detalhe essencial: o ouvinte não existe sem a presença do falante. Sendo assim, a pessoa que fala
bem atrai no seu interlocutor as características de um bom ouvinte. Quem não olha e presta atenção ao
palestrante, pelo fato dele dizer coisas interessantes, com entusiasmo e técnica?
Porém, assim como existem bons falantes, existem também pessoas inconvenientes, aquelas que falam
demais, aquelas que dizem a mesma coisa várias vezes. Essas situações fazem tanto o ouvinte quanto o
falante perderem tempo, e tempo é vida!
Não raramente, o ouvinte se depara também com comunicadores que não conseguem prender a atenção
da platéia, porque não falam bem, porque desconhecem ou não conseguem praticar técnicas eficazes
para uma boa comunicação profissional e oratória.
Para ser ouvido de forma eficiente, quem fala deve adaptar sua linguagem ao nível de compreensão de
quem ouve. Não adianta utilizarmos um vocabulário rebuscado para um público sem estudo ou com um
grau de escolaridade baixo. Entretanto, para um público culto, é conveniente usar palavras que reflitam
a cultura e o conhecimento de quem fala. Enfim, é importante saber para quem se está falando. Fica aqui
então uma reflexão: conheça seu público e aprenda a falar melhor para ser bem ouvido e aprenda
também a ouvir para respeitar quem está falando.

Curso de Oratória Página 56


Artigo: A apresentação e o drama do orador

MOREIRA, Rodrigo. A apresentação e o drama do orador. Jornal Hoje em Dia, Belo Horizonte, 23-09-2011,
Classificados, p. 2.

Curso de Oratória Página 57


Artigo: A apresentação e o drama do orador

Uma coisa é certa: antes de falarmos em público e nos minutos iniciais de nossa fala, ficamos muito
nervosos e, muitas vezes, nosso corpo denuncia esse nervosismo para as pessoas que estão à nossa frente.
Aí começa o drama do orador. Todos observam essas manifestações corporais de nervosismo, menos
quem fala, menos o orador, que vive esse drama de não saber o que acontece com seu corpo no momento
em que expõe suas idéias.
E como esse nervosismo pode se manifestar em meu corpo enquanto eu falo? – você, leitor, pode estar
se perguntando. Vamos à resposta. O olhar rápido e perdido para cada um dos ouvintes; o esfregar, o
apertar ou o movimentar das mãos sem sentido; o balanço constante das pernas e do corpo; o tremor da
voz – tudo isso é percebido pelo ouvinte, sentado confortavelmente na frente de quem fala. E mais:
normalmente, ele se sente incomodado com o que vê e, consequentemente, tem dificuldade de prestar
atenção ao que está sendo dito.
Dramaticamente, o orador, nervoso, pouco confortável, focando sua atenção no desenvolvimento do seu
raciocínio, nem sequer sabe o que acontece com seu corpo. Aliás, o conhecimento guia a observação. O
fato de o palestrante não saber o que observar em seu corpo enquanto fala impede-o de observar o que
acontece com ele e, assim, melhorar sua apresentação corporal para o público.
Tenho o hábito de filmar meus clientes falando para que depois eles mesmos se analisem. Logicamente,
só analisam o vídeo produzido após eu ensinar as técnicas esperadas de um bom comunicador. Essa
dinâmica docente oferece a quem aprende a oportunidade de identificar suas tendências negativas e
positivas ao se expressar e, não raras vezes, fica surpreso com o que vê: ora devido a comportamentos
jamais percebidos e que se repetem, ora ao observar que o nervosismo que sentia enquanto falava não
transparece para os ouvintes com a mesma intensidade com que é percebido por ele, palestrante, que
estava falando.
Todos, como seres humanos que somos, ficaremos nervosos antes de falar em público e com mais
intensidade ainda ao falarmos para um público novo, em um local desconhecido, em um evento
importante e sobre um tema que, às vezes, não temos um domínio absoluto. Mas, para finalizarmos essa
dramática estória dando a ela um final feliz, saiba esperar pelo nervosismo, aprenda a dominar seu corpo
ao se expressar e saiba que o início é sempre mais difícil – como em tudo na vida. Nada é feito só de início.
Teremos também o meio e o fim de nossa fala, nos quais estaremos mais à vontade, confiantes e com
maiores possibilidades de conquistar nosso público. Então comece agora mesmo a encarar o desafio de
controlar o nervosismo e vá à frente falar melhor!

Curso de Oratória Página 58


ARTIGO COMPLEMENTAR
Ética na linguagem

Um dos elementos que o homem utiliza com mais frequência, tanto para se fazer entender como para
estabelecer um relacionamento harmônico com seus semelhantes, é a palavra. Como foi expressado
noutras oportunidades, ela é a condutora do pensamento individual e a que contribui em muito para a
formação do próprio conceito.

A importância que ela encerra, ou melhor, que ela assume na vida, evidencia-se de múltiplas formas, e é
sabido que, quanto mais respeitável é a posição de quem fala, tanto maior a confiança que sua palavra
inspira. Essa palavra, se não sofrer nenhuma modificação, será mantida como elemento de juízo para
prestigiar o conceito de quem a emite.

Quando a palavra é pronunciada para manifestar uma convicção, definir uma atividade ou uma situação,
ou expressar um sentimento, e leva em si o sadio propósito de oferecer aos semelhantes a oportunidade
de conhecer o pensamento que a anima, tende sempre a superar o conceito de quem a emite. Muito
diferente é o que acontece com aquela que é pronunciada com o propósito de enganar, ou que surge
sem reflexão, num impulso fugaz, porquanto costuma afetar ou ferir aqueles que a ouvem, mesmo quando
nada tenham a ver com ela. Isso porque o simples fato de escutá-la causa uma má impressão,
contribuindo, por outro lado, para que se elabore um juízo desfavorável a respeito de quem a expressou.

As palavras devem conter o que o próprio homem contém. Se ele for nobre, sua palavra será nobre e,
nunca jamais, deverá baixar até a deslealdade ou a falsidade; se for honrado, todas elas terão que ser
honradas; se for culto, por sua vez elas serão cultas. Identifica-se a palavra, assim, à qualidade moral de
quem a pronuncia.

As pessoas inspiradas no bem utilizam, indubitavelmente, palavras de bondade, construtivas,


estimulantes. As pessoas que estejam inspiradas no mal o fazem respondendo a essa inspiração. As que
atuam com irreflexão, com debilidade, etc., que comumente se deixam arrastar por pensamentos dessa
natureza, emitem, em consequência, palavras que contêm elementos contrários às normas de bem.

Quando se desconhece o valor das palavras, elas são usadas sem controle algum. Neste caso estão,
geralmente, aqueles que não revelam nenhuma responsabilidade, ou que carecem de educação e cultura.
E, aqui, a sentença “Cuida de tuas palavras para que elas não firam a ti mesmo” assume um nobre
significado, porquanto, na maioria dos casos, as palavras ditas sem reflexão são causa de grandes
contrariedades e infortúnios. Uma palavra ofensiva, por exemplo, expressada por sugestão de um
momento de violência, na maioria das vezes acaba por causar maior dano àquele que a disse do que
àquele que a escutou.

Quem pensa bem se esforça para falar melhor. Muito benéfico é, então, aprender a sincronizar os
movimentos da mente com a expressão oral, de modo que a palavra seja a fiel condutora do pensamento.
Disso resultará que a palavra se revestirá de interesse, contrariamente ao que acontece quando se fala
sem pensar no que se diz, pois neste caso a palavra costuma parecer vazia ou sem sentido.

Se quiséssemos apresentar uma imagem que refletisse com mais vivo colorido o mecanismo da palavra,
teríamos de representá-la como um pequeno vagão que, à medida que passa pelo conduto vocal, é
preenchido com o pensamento que formará seu conteúdo. Quando não se preparou previamente o
trabalho mental que haverá de cumprir essa função, o vagão (ou seja, a palavra) sai vazio. Ao contrário,

Curso de Oratória Página 59


quando essa função foi cumprida, o pensamento é conduzido na palavra que se emite, podendo ao
mesmo tempo ser estendidos os trilhos, a fim de que o vagão, com o conteúdo que lhe corresponde,
cumpra sem inconvenientes seu destino. Isso acontece com os que ensinam, com os que falam e
estabelecem a afinidade de pensamentos com aqueles que os escutam e, acima de todos eles, com os
que, por sua elevada posição de estadistas, cientistas, etc., dirigem suas palavras à humanidade, que
está, como eles sabem, à espera delas.

Ocorre, contudo, o caso de muitos que pretendem haver estendido esses trilhos de entendimento até
seus semelhantes, mas, no momento de proferirem suas palavras, elas se chocam entre si, produzindo
a confusão e o desconcerto.

Os que conhecem o valor da palavra e cuidam dela levam muito em conta as que eles pronunciam,
mantendo-as em constante recordação, por saberem que também devem defendê-las da deturpação ou
desnaturalização.

Na identificação das próprias palavras, é muito importante não esquecer a circunstância em que foram
ditas, quem as escutou e o pensamento que lhes deu vida. Quem é capaz de reconhecê-las não só
demonstra ser seu verdadeiro dono, mas também inspira aos demais uma absoluta confiança. Ninguém
confia naquele que as nega, seja por esquecimento, por malícia, seja porque, sabendo que foram
equivocadas, não lhe convém sustentá-las.

A ética na linguagem se define pelo caráter simples e ao mesmo tempo elevado dos termos que são
empregados como expressão, bem como pela modalidade de quem os usa, que deve estar em
consonância com a elevação dessa ética. Disso se conclui quão facilmente se pode chegar a conhecer o
grau de cultura das pessoas. É óbvio dizer que, quanto maior riqueza houver na linguagem, ou mais
acurado for o exame dos pensamentos que sejam expostos, tanto maior será a eficiência no trabalho
construtivo da palavra e mais amplo o conceito que será dispensado a quem a expresse.

A palavra serve ao ser para atacar ou defender-se. Quando ela está a serviço do bem, em todos os casos
cumpre sua verdadeira missão; quando é usada para o mal, a natureza dessa função fica desvirtuada.

Grande foi o empenho do homem para conseguir que seus semelhantes tivessem fé em sua palavra, mas
tal empenho teve de converter-se numa luta constante, devido ao fato de que sempre atuaram as
contradições, em prejuízo do ansiado objetivo. Sempre foi maior o número das palavras que não
traduziam a fiel expressão de seu pensamento; portanto, a confiança que com elas puderam inspirar foi
relativa e, por vezes, numa escala muito baixa.

É depois de muito caminhar que o homem, com o espírito já serenado pelas mil contingências pelas quais
teve de passar, se dispõe seriamente a cuidar de suas palavras como cuida de sua própria vida. Mas isso
não é o suficiente; elas requerem, para terem valor e força, o apoio de obras, fatos e exemplos que
demonstrem a natureza delas. Só então começa a aumentar o crédito de suas palavras entre os seus
semelhantes.

Em síntese, a palavra é um dos elementos com que o homem costuma lavrar sua felicidade ou sua
desventura, segundo sejam as manifestações de seu próprio espírito.”

(Escrito por Carlos Bernardo González Pecotche em Fevereiro de 1946 – González Pecotche foi
um Pensador e Humanista Argentino criador da ciência Logosofia –www.logosofia.org.br)

Curso de Oratória Página 60


Opções de temas para desenvolvimento da fala
ASSUNTOS POLÊMICOS E INSTIGANTES

• Censura • A onda atual de ateísmo


• Indígenas versus agricultores • A televisão e a responsabilidade dos
• O desafio dos black blocs pais
• Testes científicos com animais • O mundo da criança de hoje
• Maioridade penal • Ideologia de Gênero
• Legalização da maconha • A obesidade infantil
• Programa Mais Médicos • A propaganda de bebidas alcoólicas
• Cotas raciais • A violência nos filmes e nos games
• A política atual no Brasil • Adoção
• A democracia praticada no Brasil • Alimentos transgênicos
• Voto obrigatório • Cotas em universidades
• Sistema prisional brasileiro • Cremado ou enterrado ao morrer?
• Solução para as drogas • Diminuição da idade penal
• A violência no mundo • Doação de orgãos
• A decadência moral na juventude • Esterilização de população carente
• Evolucionismo versus criacionismo • Eutanásia/Ortotanásia
• Torcidas organizadas • Legalização da união de pessoas do
• Nosso próximo presidente mesmo sexo
• Polícia versus vândalos • Legalização das drogas
• Os Sem-Terra • Lei Seca: teor de álcool no sangue
• Passeatas nas metrópoles brasileiras reflete a incapacidade de dirigir?
• Racismo no Brasil • Pedofilia
• A apologia de Cuba por brasileiros • Pena de morte
• A mola-mestra da corrupção no • Pesquisa com células embrionárias –
Brasil Onde começa a vida?
• A insegurança do cidadão brasileiro • Porte de arma
• A aplicação do dinheiro público • Religião
entre nós • RPG/Jogos ou filmes violentos – Até
• O bloqueio de estradas e ruas por onde vai a fantasia?!
manifestantes • Transfusão de sangue em
• Homossexualidade no Brasil e no testemunha de Jeová
mundo • Sistemas de Governo
• A comercialização de Deus

Curso de Oratória Página 61

Você também pode gostar