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Redutor Com Engrenagens Helicoidais-Dimensionamento
Redutor Com Engrenagens Helicoidais-Dimensionamento
Sabendo que, na prática, os fabricantes de redutores admitem a redução máxima de 1:45 para redutor de 2 estágios,
vamos selecionar um motofreio de 6 polos no catálogo da WEG
3 𝑃
𝑚𝑎 = 520 ( √ )
𝜆 ∗ 𝑍1 ∗ 𝑛1 ∗ 𝜎𝑓
𝑃 = potência em kW
𝑛1 = rotações por minuto do pinhão
λ = relação entre largura do dente (b) e módulo (m)
- projeto e execução de baixa qualidade = 6
- qualidade comercial =14
- alta precisão = 20
𝑏
𝜆= = 14
𝑚
𝑍1 = número de dentes do pinhão do primeiro estágio.
mínimo 15 dentes para engrenagens de qualidade com ângulo de pressão 20°
mínimo 24 dentes para engrenagens de baixa qualidade.
Módulos normalizados de acordo com a norma DIN 780 – 1:1977 e ISO 54:1966
Número de dentes aproximado da coroa. O ideal é que os números de dentes do pinhão e da coroa sejam primos
entre si
𝑛1 1160
𝑍2 = 𝑍1 ∗ = 15 ∗ = 88,8 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑛2 196
- número de dentes arbitrado: 89 dentes
Correção de perfil
Mini curso de engrenagens ZF
É uma modificação que pode ser feita no perfil do dente na fase do projeto ou remoção de material durante a
usinagem dos dentes.
Formato do dente em função do coeficiente de deslocamento do perfil (x)
Ângulo de pressão 20°; adendo = 𝟏 ∗ 𝒎; dedendo = 𝟏, 𝟐𝟓 ∗ 𝒎; raio = 0, 𝟐𝟓 ∗ 𝒎
Se forem feitas correções positivas nos dentes do pinhão e da coroa, a distância entre centros terá que ser
aumentada no valor da soma dos deslocamentos para não haver folga excessiva no engrenamento.
Os coeficientes de deslocamento da ferramenta de corte para o pinhão e a coroa, será determinado pela fórmula
𝐶𝑎 − 𝐶 89 − 88,34
𝑥1 = 𝑥2 = = = 0,22𝑚𝑚
2 ∗ 𝑚𝑛 2 ∗ 1,5
𝐶𝑎 = distância entre centros arbitrada para número inteiro maior e mais próximo
𝑥1 = coeficiente de deslocamento da ferramenta de corte no pinhão
𝑥2 = coeficiente de deslocamento da ferramenta de corte na coroa
Cálculo do valor do deslocamento positivo da ferramenta de corte para ajuste da distância entre centros
𝐶 ′ − 𝐶 89𝑚𝑚 − 88,34𝑚𝑚
𝑣𝑝 = = = 0,33𝑚𝑚
2 2
Ângulo de pressão
𝛼𝑡′ =ângulo de pressão corrigido em função do deslocamento da ferramenta de corte
𝐶 ∗ cos (𝛼𝑡 ) 88,34 ∗ cos (22,4)
𝛼𝑡′ = 𝑐𝑜𝑠 −1 [ ′ ] = 𝑐𝑜𝑠 −1 [ ] = 23,4°
𝐶 89
−1
𝑍1 ∗ cos (𝛼𝑡 ) ∗ cos (𝛼𝑡′ )
𝑃𝑖𝑛ℎã𝑜: 𝑎𝑎1 = 𝑐𝑜𝑠 [ ]
(𝑍1 + 𝑍2 ) ∗ 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑡 ) − 𝑍2 ∗ 𝑐𝑜𝑠 (𝛼𝑡′ ) + 2 ∗ (1 − 𝑥2 ) ∗ 𝑐𝑜 𝑠(𝛼𝑡′ ) ∗ cos (β)
15 ∗ cos (22,4) ∗ cos (23,4)
𝑎𝑎1 = 𝑐𝑜𝑠 −1 [ ] = 36°
(15 + 89) ∗ 𝑐𝑜𝑠(22,4) − 89 ∗ 𝑐𝑜𝑠(23,4) + 2 ∗ (1 − 0,22) ∗ 𝑐𝑜𝑠(23,4) ∗ cos (28°)
𝑍2 ∗ 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑡 ) ∗ 𝑐𝑜𝑠 (𝛼𝑡′ )
𝐶𝑜𝑟𝑜𝑎: 𝑎𝑎2 = 𝑐𝑜𝑠 −1 [ ]
(𝑍1 + 𝑍2 ) ∗ 𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑡 ) − 𝑍1 ∗ 𝑐𝑜𝑠 (𝛼𝑡′ ) + 2 ∗ (1 − 𝑥1 ) ∗ 𝑐𝑜 𝑠(𝛼𝑡′ ) ∗ cos (β)
49 ∗ cos (22,4) ∗ cos (23,4)
𝑎𝑎2 = 𝑐𝑜𝑠 −1 [ ] = 25,5°
(30 + 105) ∗ 𝑐𝑜𝑠(22,4) − 30 ∗ 𝑐𝑜𝑠(23,4) + 2 ∗ (1 − 0,22) ∗ 𝑐𝑜 𝑠(23,4) ∗ cos (28°)
Número médio de dentes em contato
𝑍1 𝑍2
𝜀𝑡 = ∗ (𝑡𝑎𝑛𝛼𝑎1 − 𝑡𝑎𝑛𝛼𝑡′ ) + ∗ (𝑡𝑎𝑛𝛼𝑎2 − 𝑡𝑎𝑛𝛼𝑡′ ) =
2∗𝜋 2∗𝜋
15 89
𝜀𝑡 = ∗ (𝑡𝑎𝑛36 − 𝑡𝑎𝑛23,4) + ∗ (𝑡𝑎𝑛25,5 − 𝑡𝑎𝑛23,4) = 1,32
2∗𝜋 2∗𝜋
Engrenagens 1º estágio
Fator de engrenamento 𝐾𝜀
0,75 0,75
𝐾𝜀 = 0,25 + = 0,25 + = 0,74
𝜀𝑡 1,52
Fator de serviço 𝐾𝑠
𝜎𝑓 210𝑀𝑃𝑎
𝜎< → 71,6𝑀𝑃𝑎 <
𝑆𝑓 2,9
𝑆𝑓 = coeficiente de segurança à flexão
𝑀𝑃𝑎 = 𝑁/𝑚𝑚²
Fatores de correção
CG = coeficiente relativo ao tamanho do dente. Quanto maior, mais sujeito à quebra por fadiga
1 para módulos menores ou iguais a 5mm
0,85 para módulos maiores
CG (módulo 1,5) = 1
𝐶𝑠 = 𝐴 ∗ 𝜎𝑟𝑏
𝐶𝑠 = 4,51 ∗ 560−0,265 = 0,84
Concluindo
280𝑁
𝑆𝑛 = 𝑆𝑛′ ∗ 𝐶𝐺 ∗ 𝐶𝑆 ∗ 𝐾𝑟 ∗ 𝐾𝑡 = ∗ 1,0 ∗ 0,84 ∗ 0,89 ∗ 1,0 = 209,3𝑁/𝑚𝑚²
𝑚𝑚2
OK. Tensão atuante no pé do dente menor do que resistência à fadiga corrigida do material
𝜎 < 𝑆𝑛 = 71,6𝑀𝑃𝑎 < 209,3𝑀𝑃𝑎
Fator de segurança
𝑆𝑛 209,3
= = 2,9
𝜎 71,6
1
𝐹𝑡 ∗ 𝐾𝑣 ∗ 𝐾𝑠 ∗ 𝐾𝛽 2 𝜎𝐻
𝜎𝑐 = 𝑍𝐸 ∗ ( ) <
𝐷1 ∗ 𝑏 ∗ 𝐼 𝑛𝐻
𝜎𝑐 = Tensão de contato
1 1
𝑍𝐸 = = = 186,5
√ (1 − 𝜈 2 ) (1 − 𝜈 2 ) √ (1 − 0,29²) (1 − 0,29²)
𝜋∗ {[ 𝐸 1 ] + [ 𝐸 2 ]} 𝜋 ∗ {[
200000 ] +[
200000 ]}
1 2
1 1
𝐹𝑡 ∗ 𝐾𝑣 ∗ 𝐾𝑠 ∗ 𝐾𝛽 2 969,21 ∗ 1,19 ∗ 1,25 ∗ 0,77 2
𝜎𝑐 = 𝑍𝐸 ∗ ( ) = 186,5 ( ) = 539𝑁/𝑚𝑚²
𝐷1 ∗ 𝑏 ∗ 𝐼 25,48 ∗ 30 ∗ 0,17
Rotação no eixo pinhão do segundo estágio (a mesma da coroa do primeiro estágio) =196 rpm
Torque no eixo
9550 ∗ 𝑃 9550 ∗ 1,5𝑘𝑊
𝑇𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜 2 = = = 73𝑁𝑚
𝑛 196𝑟𝑝𝑚
Rotação na engrenagem do segundo estágio = rotação de saída do redutor = 33,9 rpm
Redução
196𝑟𝑝𝑚
𝑖= = 5,8
33,9𝑟𝑝𝑚
Cálculo aproximado do módulo (mm)
3 𝑃 3 1,5𝑘𝑊
𝑚𝑎 = 520 ( √ ) = 520 ∗ ( √ ) = 2,73𝑚𝑚
𝜆 ∗ 𝑍1 ∗ 𝑛1 ∗ 𝜎𝑓 14 ∗ 18 ∗ 196𝑟𝑝𝑚 ∗ 210𝑁/𝑚𝑚²
Módulos normalizados de acordo com a norma DIN 780 – 1:1977 e ISO 54:1966
Módulo selecionado = 2,75mm
𝛽 = ângulo de hélice arbitrado = 28°
𝛼𝑛 = ângulo de pressão normal selecionado = 20°
Como as fórmulas dos cálculos são as mesmas do primeiro estágio, vamos usar o programa do Excel para obter os
resultados.
Pré projeto do redutor
Engrenagens 2º estágio
DIMENSIONAMENTO DOS EIXOS
Cálculo do diâmetro mínimo do eixo pinhão conforme critério da ASME
Conforme vídeo-aulas do prof. Dr. William Maluf
0,5 𝐾𝐹𝐹 = fator de concentração de tensão
332 ∗ 𝑠 𝐾𝐹𝐹 ∗ 𝑀 2 3 𝐾𝑇𝑇 ∗ 𝑇 2
𝑑𝑎𝑠𝑚𝑒 = √ ∗ [( ) + ∗( ) ]
𝜋 𝑆𝑛 4 𝜎𝑒 𝐾𝑇𝑇 = 1 para metal
Coeficiente de carga 𝐶𝑐𝑎𝑟 = 1 para engrenagens Coeficiente de confiança. O mesmo 𝐾𝑟 = 𝐶𝑐𝑜𝑛𝑓 = 0,89
Concluindo
𝑆𝑛 = 𝑆𝑛𝑐𝑝 ∗ 𝐶𝑐𝑎𝑟 ∗ 𝐶𝑐𝑜𝑛𝑓 ∗ 𝐶𝑠𝑢𝑝 ∗ 𝑐𝑡𝑎𝑚 ∗ 𝐶𝑡𝑒𝑚𝑝 ∗ 𝐶𝑑𝑖𝑣
A componente dessas forças irá incidir sobre os eixos desse par de engrenagens e seus rolamentos de apoio
diagrama do momento
fletor
𝐹𝑛 ∗ 𝐴 ∗ 𝐵 1168,3𝑁 ∗ 35 ∗ 101
𝑀= = = 30367𝑁𝑚𝑚
𝐿 136
𝐾𝐹𝐹 = Fator de concentração de tensões. Para denteado no próprio eixo, use o gráfico para chavetas e diâmetro pré
calculado na página anterior. d = 17,3 → 𝐾𝐹𝐹 = 1,6
Limite corrigido de resistência à fadiga do material. Mesmo método de cálculo. Alguns coeficientes tem outro valor
Coeficiente relativo ao tamanho. 𝑐𝑡𝑎𝑚
𝐶𝑡𝑎𝑚 = 1,189 ∗ 𝑑 −0,097
O diâmetro calculado deve ter valor menor do que o menor diâmetro do pinhão
0,5
3
32 ∗ 1,7 1,82 ∗ 86752 2 3 1 ∗ 73086,7 2
𝑑𝑎𝑠𝑚𝑒 =√ ∗ [( ) + ∗( ) ] = 27,2𝑚𝑚
𝜋 120,6 4 310
Limite corrigido de resistência à fadiga do material. Mesmo método de cálculo. Alguns coeficientes mudam o valor
As forças que atuam nos dentes da coroa são as mesmas transmitidas pelo pinhão do eixo intermediário
Força tangencial - 𝐹𝑡 = 3128,7𝑁
Força radial - 𝐹𝑟 = 1289,7𝑁
Força axial - 𝐹𝑎 = 1663,6𝑁
A componente dessas forças irá incidir sobre o eixo e seus rolamentos de apoio
Momento fletor
Diagrama do momento
fletor
𝐹𝑛 ∗ 𝐴 ∗ 𝐵 3770,9 ∗ 88 ∗ 48
𝑀= = = 117119,2𝑁𝑚𝑚
𝐿 136
Diâmetro mínimo do eixo
0,5
32 ∗ 𝑠
3 𝐾𝐹𝐹 ∗ 𝑀 2 3 𝐾𝑇𝑇 ∗ 𝑇 2
𝑑𝑎𝑠𝑚𝑒 =√ ∗ [( ) + ∗( ) ]
𝜋 𝑆𝑛 4 𝜎𝑒
𝐾𝐹𝐹 = Fator de concentração de tensões. Eixo chavetado diâmetro pré calculado. d = 41,7mm → 𝐾𝐹𝐹 = 1,83
0,5
3
32 ∗ 1,7 1,83 ∗ 117119,2 2 3 1 ∗ 421323,5 2
𝑑𝑎𝑠𝑚𝑒 =√ ∗ [( ) + ∗( ) ] = 32,1𝑚𝑚
𝜋 116,4 4 310
Cálculo da força de tração no cabo de cada tambor. O moitão com uma polia divide o peso por 2
1000𝑘𝑔 ∗ 9,8 9800𝑁
𝐹= = = 2450𝑁
2∗2 4
Reação no rolamento devido à força vertical exercida pela carga considerando sua menor distância do redutor
𝐹 ∗ 232 2450𝑁 ∗ 232
𝑅2𝑐 = = = 314𝑁
(232 + 1580) (232 + 1580)
𝑅2 ∗ 𝑓ℎ 2754𝑁 ∗ 2,75
𝐶= = = 7574𝑁
𝑓𝑟 1
Dimensões SKF 6207 Dados do encosto Dados de cálculo
Cálculo da força de tração no cabo de cada tambor. O moitão com uma polia divide o peso por 2
1000𝑘𝑔 ∗ 9,8 9800𝑁
𝐹= = = 2450𝑁
2∗2 4
Arbitrando por eixo tubular diâmetro externo 60,33mm, diâmetro interno 49,25mm e comprimento 1500mm.
Peso por metro = 7,5kg. Peso de cada eixo = 7,5 x 9,8m/s² x 1,5m = 110N.
Verificando o ângulo de torção que deve ser limitado a 0,35 graus por metro.
Ângulo de pressão
A seleção de maior ângulo de pressão favorece a resistência do pé do dente, mas há limites.
CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS MATERIAIS
Resistência do aço SAE 4340 temperado e revenido conforme catálogo da Villares (abaixo)
Nota no catálogo: Os limites de fadiga são determinados em ensaios em que se submetem os corpos de prova a um
número muito elevado de ciclos de carga de intensidade variada, até atingir-se uma tensão que o material suporta
indefinidamente. Na falta desses dados, usam-se, para os aços, fórmulas empíricas que relacionam os limites de
fadiga com o limite de resistência. A experiência tem mostrado que esses valores se aproximam dentro de
aproximadamente 20% dos limites de fadiga determinados em ensaios dinâmicos. Entretanto, a aplicação dessas
fórmulas pressupõe superfície polida, beneficiamento perfeito, estrutura metalográfica uniforme em toda a seção,
ausência de corrosão, etc.
Constituintes estruturais de equilíbrio dos aços
José Luiz Fevereiro
Outubro 2021