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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA – DELEGAÇÃO DE MASSINGA

UNIDADE I: MATEMÁTICA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

A matemática é a ciência dos números e dos cálculos. Desde a antiguidade, o homem


utiliza a matemática para facilitar a vida e organizar a sociedade. A matemática foi
usada pelos egípcios nas construção de pirâmides, diques, canais de irrigação e
estudos de astronomia. Os gregos antigos também desenvolveram vários conceitos
matemáticos. Atualmente, esta ciência está presente em várias áreas da sociedade
como, por exemplo, arquitetura, informática, medicina, física, química etc. Podemos
dizer, que em tudo que olhamos, existe a matemática.
Histórico da evolução histórica da matemática:
4000 a.C. - Na Mesopotâmia, os sumérios desenvolvem um dos primeiros sistemas
numéricos, composto de 60 símbolos.
Os textos matemáticos (em escrita cuneiforme) mais antigos foram encontrados
na Mesopotâmia. Na China, é inventado o ábaco, primeiro instrumento mecânico para
calcular. São criadas as tabuadas e o cálculo de área é desenvolvido. Estas coisas
aconteceram entre 3000 e 2500 a.C.

Aproximadamente em 1600 a.C., é escrito o papiro de Rhind, principal texto


matemático dos egípcios; este contém regras para o cálculo de adições e subtrações
de frações, equações simples de 1º grau, diversos problemas de aritmética, medições
de superfícies e volumes.

De 550 até 450 a.C., é estabelecida a era pitagórica, caracterizada por grandes
conhecimentos na geometria elementar, como o teorema de Pitágoras. Os pitagóricos
foram os primeiros a analisar a noção de número e estabelecer as relações de
correspondência entre a aritmética e a geometria. Definiram os números primos,
algumas progressões e a teoria das proporções.

520 a.C. - O matemático grego Eudoxo de Cnido define e explica os números


irracionais.
300 a.C. - Euclídes desenvolve teoremas e sintetiza diversos conhecimentos sobre
geometria. É o início da Geometria Euclidiana.
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O matemático grego Erastótenes idealizou um método com o qual pôde medir a


circunferência da Terra, entre os anos de 276 e 194 a.C.
250 - Diofante estuda e desenvolve diversos conceitos sobre álgebra.
300 à 600 o povo hindu cria o sistema numérico decimal que usamos hoje.
500 - Surte na Índia um símbolo para especificar o algarismo zero.
1100 - Omar Khayyam desenvolve um método para desenhar um segmento cuja
longitude fosse a raiz real positiva de um polinômio cúbico dado.
1202 - Na Itália, o matemático Leonardo Fibonacci começa a utilizar os algarismos
arábicos.
1525 - o matemático alemão emprega o atual símbolo da raiz quadrada.
1545 - Gerolamo Cardano publica o método geral para a resolução de equações do 3º
grau.
1550 - Ferrari torna público o método de resolver equações do 4º grau.
1551 - Aparece o estudo da trigonometria, facilitando em
pleno Renascimento Científico, o estudo dos astros.
1591 - O francês François Viète começa a representar as equações matemáticas,
utilizando letras do alfabeto.
1614 - O escocês John Napier publica a primeira tábua de algoritmos.
1614 à 1637 - O filósofo, físico e matemático francês René Descartes desenvolve uma
nova disciplina matemática: a geometria analítica, com a mistura de álgebra e
geometria.
1642 - Blaise Pascal constrói a primeira máquina de calcular, com a qual podia-se
somar ou subtrair com números de até seis dígitos
1654 - Os matemáticos franceses Pierre de Fermat e Blaise Pascal desenvolvem
estudos sobre o cálculo de probabilidade.
1669 - O físico e matemático inglês Isaac Newton desenvolve o cálculo diferencial e
integral.
1684 - É criado, ao mesmo tempo, por Newton e Leibniz o cálculo infinitesimal.
1685 - O inglês John Wallis cria os números imaginários.
1744 - O suíço Leonard Euler desenvolve estudos sobre os números transcendentais.
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1746 - D’Alembert enuncia e demonstra parcialmente que qualquer polinômio de grau n


tem n raízes reais.
1822 - A criação da geometria projetiva é desenvolvida pelo francês Jean Victor
Poncelet.
1824 - O norueguês Niels Henrik Abel conclui que é impossível resolver as equações
de quinto grau.
1826 - O matemático russo Nicolai Ivanovich Lobachevsky desenvolve a geometria
não euclidiana.
1931 - Kurt Gödel, matemático alemão, comprova que em sistemas matemáticos
existem teoremas que não podem ser provados nem desmentidos.
1977 - O matemático norte-americano Robert Stetson Shaw faz estudos e desenvolve
conhecimentos sobre A Teoria do Caos.
1993 - O matemático inglês Andrew Wiles consegue provar através de pesquisas e
estudos o último teorema de Fermat.1

1
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UNIDADE II: História da Multiplicação e divisão

Neste espaço, falaremos das formas como procediam as operações de multiplicação e


divisão pelos povos de Egipto, India, China, Rússia e Grécia. Onde para além de
aprenderemos como eram feitas, também devemos refletir sobre o que está por detrás
das operações comparativamente as atuais em estudo.

2. Multiplicação e divisão no Egipto

Uma das fontes históricas mais antigas da matemática, é o papiro de Rhind (ou
Ahmés), datado de cerca de 1650 a.C, descreve, entre outras coisas, os métodos de
multiplicação e divida dos egípcios, assim como muitas aplicações da matemática a
problemas práticos.

Iniciaremos a falar da multiplicação. Como procedia-se?

2.1. Multiplicação no Egipto.

Este usavam uma técnica bem simples baseada na duplicação de números naturais
(achar o dobro). O método funcionava da seguinte forma:

1. Escrevemos duas colunas de números sendo que a primeira começa por 1 e a


segunda por um dos factores da multiplicação desejada.
2. Vamos duplicar os números dessas duas colunas, até que a soma dos números
da coluna começada pelo 1 dê um resultado maior ou igual ao outro factor;
3. Escolhemos, na coluna começada pelo 1, os valores que somandos dêem
resultado igual ao outro factor;
4. Somamos os números da outra coluna, correspondentes aos valores que foram
escolhidos na etapa anterior.

Exemplo:

1. 21 × 43

 Primeiro comecemos por colocar duas colunas. A primeira com o número 1 e a


segunda com um dos factores. Escolheremos o 21.
1 21
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 Agora vamos dobrar os valores dessas duas colunas, até que a soma dos
valores da primeira coluna seja igual ou maior a 43.
1 21 Agora vamos escolher, na primeira coluna, valores que somando dao
2 42 exactamente 43, que é o outro factor dessa multiplicação.
4 84
32 + 8 + 2 + 1 = 43
8 168
16 336 Finalmente, basta somarmos os números da outra coluna,

32 672 correspondentes aos que foram destacados anteriormente.

Logo, 21 × 43 = (21 + 42 + 168 + 672) = 903

Exemplo 2: 12 × 51

 Primeiro vamos começar as duas colunas. A primeira com o número 1 e a


segunda com o factor 12.
1 12
 Vamos dobrar os valores dessas colunas, até que a soma dos valores da
primeira coluna seja igual ou maior a 51
1 12 Agora vamos escolher, na primeira coluna, valores que somando
2 24 dão exactamente 51.
32+16+2+1=51
4 48 Somamos os números de outra coluna, correspondentes aos que
8 96 foram destacados anteriormente.
16 192 Logo, 12 × 51 = (12 + 24 + 192 + 384) = 612
32 384

Justificação do método

A justificativa desse método é muito simples e está baseada em duas propriedades: na


decomposição de um número natural em uma soma de potências de base dois
(propriedades do sistema binário) e na propriedade distributiva da multiplicação em
relação à adição.

No exemplo anterior, 12 × 51, o que fizemos foi descobrir quais as potências de 2 que
somadas geravam o número 51. No caso, obtivemos os números 32, 16, 2 e 1.
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No passo seguinte, o que fizemos foi substituir o número 51 por essa soma de
potencias de 2, ou seja, a multiplicação foi transformada em:

12 × 51 = 12 × (32 + 16 + 2 + 1)

Aplicando agora a propriedade distributiva da multiplicação, em relação à adição,


teremos:

12 × 51 = 12 × 32 + 12 × 16 + 12 × 2 + 12 × 1 = 384 + 192 + 24 + 12, que são


exatamente os números selecionados na segunda coluna do método.

Assim, dessa forma bastante criativa e interessante, os antigos Egípcios


transformavam uma multiplicação de números naturais em cálculos de dobros (que é
simples mentalmente) e em adições.

2.2. Divisão no Egipto

Da mesma forma que as multiplicações, as divisões eram efetuadas por uma sucessão
de duplicações. Para dividir, por exemplo, 184 por 8, começamos por:
 Dobrar sucessivamente o divisor 8 até um passo antes que o número de
duplicações exceda o dividendo 184;
1 8  Escolhemos, na coluna da direita, os termos que,
2 16 somados, dão o resultado 184;
4 32 184 = 128 + 32 + 16 + 8
8 64  Tomamos os valores correspondentes na coluna da
16 128 esquerda e somamos: 1 + 2 + 4 + 16 = 23

Logo, o resultado da divisão de 184 por 8 é 23

2.3. Multiplicação na India (Método Hindu – Árabe)

Historicamente se considera indiscutível a procedência hindu para o sistema de


numeração decimal e alguns algoritmos para operações.

Genericamente, em contraste com o severo racionalismo grego, a matemática hindu


era considerada intuitiva e prática.
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Os matemáticos hindus eram interessados em questões numéricas relacionadas a


equações determinadas e indeterminadas.

Os matemáticos hindus desenvolveram um método de multiplicação através de tabuas


quadriculadas. Mais tarde os árabes o levaram para a Europa e ficou conhecido como
Método da Gelosia.

Exemplo 1: Multiplicar 6538 por 547

 Inicialmente eles construíam uma tabela com 4 colunas e 3 linhas, por conta da
quantidade de algarismos dos números envolvidos na operação;
 Tracemos as diagonais desses quadradinhos. Assim como ilustra a figura
abaixo;

6538 × 547 =

6 5 3 8
5

 Dentro de cada quadradinho colocamos os resultados das multiplicações dos


algarismos correspondentes da coluna e da linha. Se o resultado for de apenas
um dígito deve ser procedido de zero

6 5 3 8
3 2 1 4 5
0 5 5 0
2 2 1 3 4
4 0 2 2
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4 3 2 5 7
2 5 1 6

 Em seguida somamos os algarismos que estão nas mesmas diagonais. Usando


a mesma técnica do “vai um” que usamos no algoritmo tradicional.

6 5 3 8
3

3 2 1 4 5
0 5 5 0
2 2 1 3 4
5

4 0 2 2
4 3 2 5 7
2 5 1 6
7

6 2 8 6

Podemos concluir que o resultado da multiplicação proposta é:

6538 × 547 = 3576286

Exemplo 2: Multiplicar 537 por 24 pelo método da Gelosia

 Inicialmente eles construíam uma tabela com 3 colunas e 2 linhas, por conta da
quantidade de algarismos dos números envolvidos na operação;
 Tracemos as diagonais desses quadradinhos. Assim como ilustra a figura
abaixo;
 Dentro de cada quadradinho colocamos os resultados das multiplicações dos
algarismos correspondentes da coluna e da linha. Se o resultado for de apenas
um dígito deve ser procedido de zero
 Em seguida somamos os algarismos que estão nas mesmas diagonais. Usando
a mesma técnica do “vai um” que usamos no algoritmo tradicional.

𝟓𝟑𝟕 × 𝟐𝟒
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5 3 7
1 0 1 2
1

0 6 4
2 1 2 4
2

0 2 8

8 8 8

Logo: 𝟓𝟑𝟕 × 𝟐𝟒 = 𝟏𝟐𝟖𝟖𝟖

Justificativa

Para justificarmos o método, devemos lembrar que, na multiplicação 537 × 24, temos
na realidade (500 + 30 + 7) × (20 + 4). Se aplicarmos a propriedade distributiva,
teremos:

500 × 20 = 10000
30 × 20 = 600
7 × 20 = 140
500 × 4 = 2000
30 × 4 = 120
7×4= 28
12888

Verifique que as somas realizadas em cada coluna, são iguais as somas realizadas nas
diagonais do método da Gelosia. Isso nos indica que os hindus já conheciam o valor
posicional dos algarismos no sistema de numeração decimal.

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