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Departamento de Ciências Exacta do Instituto Superior de

Ciências de Educação do Uíge (ISCED)


Secção de Ensino de Química

O uso das novas tecnologias no ensino de Química em Angola: um


estudo de caso sobre as potencialidades do software de Simulação.
Afonso António Panzo Teca, Licenciado em Ciências de Educação no instituto superior de
ciências de educação (ISCED) do Uíge, na opção de Ensino de Química.

Email: bioquimicolover@gmail.com Ou professorarayame91@hotmail.com

Facebook: https://www.facebook.com/afonso.bioquimico

RESUMO
O trabalho desenvolvido tem como objectivo geral, Aplicar um software de Simulação de
Equações químicas e culminou com alguns objectivos específicos tais como: Influenciar a
inovação educativa em diferentes contextos bem como apresentar os benefícios das (TICs)
diante dos factores educacionais em Angola; Desenvolver um software de simulação de
equações químicas no processo de ensino aprendizagem que sejam aplicáveis para o contexto
angolano e avaliar a parte técnica e estética do simulador das equações químicas concebido.
Parece evidente que um dos maiores problemas que o processo de ensino aprendizagem em
Angola enfrenta, é o excesso de verbalismo por parte dos professores e aparente falta de
recursos tecnológicos. Estas perspectivas reflecte-se nos resultados obtidos, o qual constatou-
se a ausência de recursos tecnológicos nas salas de aula, tais como Computadores,
electroprojectoras, Softwares etc. é tida como estando na base das dificuldades que os alunos
enfrentam para compreender alguns conteudos de Química. Neste arduo trabalho foi
imprescindível conhecer os procedimentos e percursos a serem realizados, desde o início até
sua finalização, além da divulgação dos novos conhecimentos desenvolvidos, na qual
desenvolveu-se em cinco (5) etapas, tais como: aplicação de um questionário, contacto com
um programador, Concepção do software de simulação denominada por SimEQ (Simulador
de Equações Químicas), aplicação do software de simulação no processo de ensino e
aprendizagem e avaliação do software de simulação concebido, e no final da pesquisa
apresentou-se os resultados do inquérito por questionário constituído por 13 perguntas
fechadas, dirigidos aos alunos e professores que lecciona a disciplina de Química.

Palavras chave: TIC, software de simulação, Ensino de Química


INTRODUÇÃO

Pretende-se no âmbito desta pesquisa realizar uma investigação de melhorar e enriquecer a


prática lectiva de Química em Angola. A escola, enquanto estrutura educativa, não pode ficar
indiferente à evolução tecnológica que o mundo de hoje atravessa.

Como as tecnologias oferecem novas formas de acesso ao conhecimento, desta, as práticas


pedagógicas que contemplam estas novas tecnologias como ferramentas de aprendizagem,
oferecem uma nova perspectiva ao aluno, que de um modo ou de outro já nasceu no mundo
digital e vive com ele no seu quotidiano fora do ambiente escolar.

Os recentes desenvolvimentos das tecnologias de informação e comunicação (TICs) clamam


por um processo de inovação, através do qual é possível estabelecer novas práticas
pedagógicas visando o aperfeiçoamento do processo de ensino aprendizagem. O paradigma
tradicional parece dominar as salas de aula em Angola, facto consubstanciado no excesso de
verbalismo que nela se pode verificar com frequência.

Assim, as escolas devem oferecer aos professores e alunos acesso às tecnologias, para que
possam assim desenvolver as habilidades e relacionar a Química com as novas tecnologias.
Quando se fez um pré-inquérito sobre o uso do software educativo no ensino de Química, a
maioria dos alunos e professores afirmaram que nunca usaram qualquer software de química
na sala de aula e aqueles que afirmavam que já, acrescentaram que existem poucos softwares
educativos no ensino de química. A partir de então, foi elaborado um pré-projeto, com a
seguinte problemática: o software de simulação poderia ser utilizado como um recurso
facilitador, no ensino de Química, para os alunos do Ensino Médio?

Essa questão ganhou sustentação em outras questões relacionadas ao processo de ensino e


aprendizagem. Com este espírito, motivou trabalhar com o tema; O uso das novas tecnologias
no ensino de Química em Angola: um estudo de caso sobre as potencialidades do software de
Simulação.

Recentemente, tem-se requerido dos professores a aquisição de conhecimentos e


competências que lhes permitam inserir as (TIC) no processo de ensino aprendizagem. A
implicação desta tarefa para a educação em Angola exige a percepção das diferentes funções,
usos, vantagens e limitações da tecnologia para que os diferentes programas de formação de
professores possam providenciar o contexto em que seja possível adquirir conhecimento e
experiência. [CITATION Luk17 \l 2070 ].
Enquanto que no seu processo evolutivo, a educação tem buscado permanentemente ajustar os
seus métodos para corresponder aos desafios impostos pela nova era Hess (2009). Angola
enfrenta graves problemas nesta área para corresponder às exigências das tendências actuais,
onde o papel das novas tecnologias para potenciar o processo de ensino aprendizagem é cada
vez mais aclamado como sendo eficiente e de valor inestimável. O trabalho desenvolvido tem
como objectivo geral, Aplicar um software de Simulação de Equações químicas e culminou
com os seguintes objectivos específicos;

 Influenciar a inovação educativa em diferentes contextos bem como apresentar os


benefícios das (TICs) diante dos factores educacionais em Angola;
 Desenvolver um software de simulação de equações químicas no processo de ensino
aprendizagem que sejam aplicáveis para o contexto angolano;
 Avaliar a parte técnica e estética do simulador das equações químicas concebido.

1. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) E O


ENSINO DE QUÍMICA EM ANGOLA

Nos últimos anos o avanço da tecnologia teve um ritmo surpreendentemente mais acelerado
do que em épocas anteriores, ocupando um espaço cada vez maior em nossa vida cotidiana,
não sendo mais possível hoje conceber muitas de nossas rotinas e hábitos sem a actual
tecnologia. Assim, não poderia a tecnologia passar despercebida por um sector bastante
relevante da nossa realidade: a Educação [ CITATION Coe02 \l 2070 ].

Baseando no pensamento do Coelho (2002), acima referenciado leva-nos afirmar que a


tecnologia atualmente traz suas influências na sociedade sobre quase todos os campos do agir
humano e do saber social, e até mesmo na comunicação entre os indivíduos.

De acordo com Gabini (2010), a utilização da informática e de novas tecnologias de


informação pode ser bastante motivadora e atraente, a ponto de trazer uma maior participação
e interesse dos estudantes acerca do conteúdo apresentado.

As novas tecnologias de informação e comunicação, decorrentes da inserção do computador


em nosso dia-a-dia, vêm ganhando destaque nas mais diversas áreas de aplicação.
Atualmente, o computador se faz presente nos processos educativos. O computador contribui
na representação de modelos da ciência, de forma que as imagens estáticas e bidimensionais
dos livros ganham uma nova dimensão e movimento. Assim, os processos deixam de ser
descritos para serem simulados, proporcionando ao estudante o controle dos parâmetros e de
variáveis de estudo [ CITATION Eic00 \l 2070 ].

Segundo Evangelista (2008), os desenvolvimentos da tecnologia requerem do docente a


aquisição de conhecimentos técnicos e pedagógicos para que haja interacção entre o
computador e sua disciplina tendo como finalidade mudar o actual paradigma na escola,
através da integração de novas (TICs) no processo de ensino aprendizagem. Este parece ser o
pressuposto para que, as reformas educativas que têm sido levadas a cabo em vários países,
dos quais Angola é um exemplo característico, possam promover um novo modelo de
educação tal como sugere [CITATION And10 \l 2070 ].

Parece evidente que um dos maiores problemas que o processo de ensino aprendizagem em
Angola enfrenta, é o excesso de verbalismo por parte dos professores e aparente falta de
recursos tecnológicos. Estas perspectivas reflecte-se nos resultados obtidos, o qual constatou-
se a ausência de recursos tecnológicos nas salas de aula, tais como Computadores,
electroprojectoras, Softwares etc. é tida como estando na base das dificuldades que os alunos
enfrentam para compreender os conteudos de Química. Os factos acima referenciados levam-
nos afirmar que ainda existe um longo caminho a percorrer para que um novo modelo de
ensino, oposto ao tradicional, possa ser implantado em Angola.

A relevância de recursos que modificam substancialmente o papel do professor de mero


transmissor de conteúdos para mediador capaz de reconstituir a interacção crítica e reflexiva
do aluno com os conteúdos de ensino através das (TICs), é reconhecida por Gomes (2010), o
qual se apoia na perspectiva delineada por Correa (2010). Deste modo, a argumentação de
Freire (1995) apud Evangelista (2008), segundo a “ qual a hipótese de que as (TICs)
propiciam o senso crítico e criativo dos indivíduos, apoiam o seu uso, visando o
estabelecimento de um novo modelo de ensino aprendizagem.

Neste contexto, não restam dúvidas que as (TIC) constituem ferramentas pedagógicas de
relevo, o que torna sua inclusão no processo de ensino aprendizagem em Angola.

Com base na minha experiência profissional de 3 anos de trabalho docente aliada a uma
exaustiva análise de diversas perspectivas provenientes de referências bibliográficas
consultadas relativamente ao uso das (TICs), pode-se constatar que Angola é um exemplo
típico de contextos em que de acordo a Robin, (2007), os professores não beneficiam de
oportunidades de uso das (TICs) no processo de ensino aprendizagem enquanto poderosa
ferramenta nas salas de aula actualmente e em alguns casos particulares elas nunca foram
utilizadas. Esta perspectiva é corroborada por Hughes and Huffman (2003), que afirmam que,
um historial de pesquisas e relatórios indicam que os professores não estão a ser
adequadamente preparados para que possam usar tecnologias educacionais.

Em Angola, os alunos enfrentam problemas nas suas habilidades de compreensão no uso de


softwares educativos. Porque os simuladores não são utilizados nas aulas?. Torna-se, então,
coerente argumentar que provavelmente, os professores em Angola não têm sido expostos ao
uso de uma variedade de ferramentas que compõem as (TIC).

Importa também referenciar que a noção de Prensky (2001), apud Robin (2007) segundo a
qual são nativos digitais todos quanto tenham utilizado uma variedade de dispositivos
tecnológicos toda a sua vida. Grande parte dos alunos angolanos parecem experimentar um
notável contacto com várias tecnologias como telemóveis, computadores, IPod, IPAD, entre
outras, para vários fins. Então, tal como Kirschner and Selinger (2003) apud Kenski (2010),
sugerem possivelmente pela primeira vez na história que estamos numa fase em que os alunos
são mais adeptos do uso de ferramentas necessárias para aquisição de conhecimentos do que
os seus professores. Torna-se então imprescindível que, o professor adquira habilidades para
manusear o computador, tendo em conta os simuladores com fins pedagógicos já que estes
requerem preparação, dinamismo, investigação, bem como reflexão na acção do seu uso, que
é susceptível de motivar perguntas e situações nas salas de aula, que eventualmente não
constem do currículo [ CITATION COR03 \l 2070 ].

O simulador, é um tipo específico de software, ainda aparece de maneira tímida no ensino


angolano e é uma ferramenta disponível a todos os professores, porém não muito utilizada. Os
simuladores podem ser considerados como grandes aliados pedagógicos, pois trazem um
maior envolvimento dos alunos com a aula.

Segundo Vasconcelos & Santana (2013), o processo de aprendizagem a partir da construção


de simulações utilizando o computador possibilita uma maior compreensão dos conteúdos e
contribui para o desenvolvimento cognitivo em geral, além de favorecer uma aprendizagem
significativa. Assim pode-se melhorar o processo de aquisição do conhecimento exigindo que
os estudantes pensem em níveis mais elevados.
2. METODOLOGIAS DA PESQUISA

O estudo foi realizado na Escola de Formação de Professores “Comandante Foguetão” criada


à luz do Decreto Executivo Conjunto nº 336/ 015, de 7 de Julho. É uma instituição pública,
construída de raiz no Bairro Tange, ao Oeste da cidade do Uíge, limitada ao Norte pelos
Bairros Popular e Pedreira, ao Sul pelos bairros Catapa, a Este pela cidade do Uíge, ao Oeste
pelo Bairro Tange, Município do Uíge, Província do Uíge. Tem 27 salas de aulas, 3
laboratórios (Química, Biologia e Física), uma sala de Informática, sala de Professores,
Biblioteca, 8 casas de banho para alunos, 3 casas de banho para professores e 3 casas de
banho para a Direcção, área adstrita para a Direcção e todos os serviços administrativos da
instituição [CITATION Pro17 \l 2070 ]1.

Deste modo a população do presente estudo foi constituída por 60 alunos da 13ª classe e 6
professores, isto é na biblioteca da escola do magistério “Foguetão” do Uíge, onde se extraiu
uma amostra de 54 alunos de ambos os sexos com idades compreendidas entre 16 e 24 anos,

Para a elaboração de uma pesquisa científica, é imprescindível conhecer os procedimentos e


percursos a serem realizados, desde o início até sua finalização, além da divulgação dos novos
conhecimentos desenvolvidos. Assim o trabalho apresentou cinco (5) etapas, tais como:

1) aplicação de um questionário, que serviu diagnosticar os conhecimentos prévios sobre


o uso das TICs no ensino de Química;
2) Contacto com um programador;
3) Concepção do software de simulação denominada por SimEQ (Simulador de
Equações Químicas);
4) Aplicação do software de simulação denominada por SimEQ (Simulador de Equações
Químicas) no processo de ensino e aprendizagem;
5) Avaliação do software de simulação concebido;

2.1. Inquérito por questionário

Nesta fase, , aplicou-se o inquérito por questionário constituído por 13 perguntas fechadas,
dirigidos aos alunos e professores que lecciona a disciplina de Química. O mesmo é composto
por duas partes, onde a primeira versa sobre o uso das TICs no ensino de química com onze
1
O referido Projecto Educativo concorre para o período 2017-2020, cuja concepção do mesmo está
ajustado às transformações e exigências da realidade envolvente actual e da sociedade em geral,
pelo que se afirma essencialmente como um documento dinâmico, mas também aberto a periódicas
revisões e actualização sempre que for necessário.
(11) questões para a secção A e B. a segunda constituída por duas (2) questões, que são
direccionadas a avaliação do software desenvolvido.

a) Secção A-Professores
b) Secção B-alunos

Na secção A, a ficha de inquérito é constituída por 4 Questões.

 A primeira está relacionada à utilização do computador em interacção directa com os


alunos, no decorrer das suas aulas e no âmbito da disciplina de Química;
 A segunda baseou-se no uso de um simulador de reacções químicas nas aulas de
química;
 A terceira é assente aos tipos de aplicações ou softwares usados em interacção directa
com os seus alunos;
 A quarta, baseou-se nas dificuldades infrentadas numa real integração das TIC no
ensino e aprendizagem de Química:

Na secção B, a ficha de inquérito é constituída por 7 Questões.

 A primeira questão está ligado as reacções químicas;


 A segunda baseou-se no nível de conhecimento sobre as reacções químicas;
 A terceira norteou-se na finalidade do uso do computador;
 A quarta está relacionada ao acesso a um computador;
 A quinta está relacionada na existência de um laboratório de informática que lhe
permite aplicar os conhecimentos de química;
 A sexta apoiou-se no conhecimento de um simulador virtual de Química relativo as
reacções químicas;
 A sétima, referiu-se nas tecnologias de informação e comunicação, se poderia auxiliar
na aprendizagem de Química.

Depois de se ter dado as actividades com o simulador SimEQ e de acordo com os


procedimentos utilizado, surgiu a grande necessidade de avaliar o SimEQ. Neste aplicou - se
duas (2) questões sobre a avaliação do SimEQ. Tais como:

 A primeira está relacionada na avaliação do SimEQ (Simulador de Equações


Química) apresentado no processo de ensino-aprendizagem de Química;
 A segunda – tendo em conta a avaliação feita do SimEQ, o uso do mesmo se facilitaria
no processo de ensino-aprendizagem de Química.
2.2. Contacto com um programador

Quando se contactou o programador, analisou-se sobre os tipos de software educativos


existente na área de Química, ainda houve uma troca de experiência sobre o impacto das TICs
no processo de ensino e aprendizagem. Com esta troca de experiência, surgiu esta motivação
de conceber o novo software de simulação na área de Química, mas antes de avançar com este
projecto, houve uma interação com os alunos na temática sobre reaccções e equações química.
Onde aplicou-se um questionário, que serviu como diagnóstico dos conhecimentos prévios
sobre o uso das TICs no ensino de Química. Depois de ter estes resultados, notou-se que
existia problema.

Para minimizar o problema, juntou o especialista em Ensino de Química e o Engenheiro


Informático em conceber um software educativo que foi denominado por SimEQ (Simulador
de Equações Química) que será utilizado como um recurso facilitador, no ensino de Química,
para os alunos.

2.3. Concepção do software de simulação

O software concebido de modo a incluir material adicional em relação ao normalmente


utilizado em sala de aula, onde visa fornecer aos usuários uma ferramenta prática e amigável
que sirva de complementação e enriquecimento aos conteúdos de reacções químicas.

A criação deste, contou com diversos mecanismos e ferramentas da Engenharia de Software,


entre as quais; o computador que serviu como base de toda a elaboração do projecto, os livros
ou manuais que serviu como suporte para a busca de conhecimento e informações relacionada
a criação. A metodologia RUP (Rational Unified Process - Processo Unificado Racional) que
ofereceu técnicas para conceber, elaborar e construir um aplicativo que atende as necessidades
noutrora descritas; o UML (Unified Modeling Language-Linguagem Unificada de
Modelagem), linguagem através do qual permitiu modelar o aplicativo; o NET Framework,
plataforma usada para implementar o projecto concebido usando a linguagem de programação
Visual Basic.NET para a codificação; e finalmente, o Microsoft Office Access, na sua versão
2010, que é um sistema de gestão de base de dados relacional, através do qual criou - se um
banco de dados para o armazenamento de informações relativos aos elementos químicos, suas
famílias e não só.

No processo de implementação do aplicativo, O banco de dados é um dos elementos que fez


parte do aplicativo criado. Ele desempenha a função de armazenamento de forma estruturado
e relacional dos dados manipulados pelo aplicativo. Para criação e manipulação do banco fez-
se o uso do SGBD (Sistema Gerenciador de Banco de Dados) Microsoft Office Access 2010.
Também chamado de MSAcess, é um sistema de gerenciamento de banco de dados da
Microsoft, que combina o Microsoft Jet Database Engine com uma interface gráfica do
utilizador. Ele auxilia na gestão de banco de dados e possibilita a análise de grandes
quantidades de informações, como a Figura 2.1.

Figur
a 2.1- Banco de dados do aplicativo no MSAccess 2010

Fonte: MSAccess 2010

Para a criação da interface gráfica do aplicativo, no sentido de facilitar o manuseio, utilizou-se


o IDE (Integrated Development Environment – Ambiente de Desenvolvimento Integrado)
Visual Studio 2010, onde através da linguagem de programação Visual Basic.NET realizou-se
a implementação e toda sua codificação; como vê-se na Figura 2.2
Figur
a 2.2. Ambiente de desenvolvimento da interface do aplicativo

Fonte: SimEQ

A seguir a Tabela 2.1 apresenta o resume dos mecanismos e ferramentas usadas desde a
concepção até a implementação do aplicativo.

Tabela 1.1. Resumo dos mecanismos e ferramentas usadas

N/O Designação Observação


01 Visual Studio 2010 Ambiente de desenvolvimento
02 Visual Basic.NET Linguagem de programação
03 Microsoft Office Access 2010 Gerenciador de banco de dados
04 RUP Método de desenvolvimento
05 UML Linguagem de modelação
Fonte: SimEQ

2.3.1. Estrutura do SimEQ

A estrutura do SimEQ apresenta cinco componentes: a pagina de inicio, simulação, dicionário


de quimica, descrição dos elementos representativo e tabela periodica.

Pagina de inicio: Página na qual o usuário escolhe alguns recursos que é desposto no SimEQ,
fornecendo um ambiente agradável e de fácil manipulação como mostra a Figura 2.3
Figura 2.3. Pagina de inicio SimEQ

Fonte: SimEQ
Simulação - Página na qual, onde estão descritos os elementos representativo como mostra a
Figura 2.4, tendo ainda outras ferramentas tais como:

1) Field – espaço na qual ficará os elementos de forma explicativa.


2) Caixa reaccionaria – espaço reservado para inserir os elementos que se pretende reagir
e apresentando os seguintes botões:
 Reagir
 Equilibrar equação
 Salvar
 Escala de electronegatividade de Pauling
 Observações
Figura 2.4-Simulação
Fonte: SimEQ
Dicionário de química - as informações contidas neste dicionário resultam de pesquisas em
documentos, apostilas e sites na internet. Não são, portanto, de minha autoria.

Descrição dos elementos representantivo (DER) - Consideram-se assim os elementos situados


nos grupos ou colunas 1,2,13,14,15,16,17 e 18. São chamados representativos pelo facto de
apresentarem propriedades químicas semelhantes dentro do grupo como mostra a Figura 2.5

Figura 2.5-Elementos Representativo da Tabela Periodica

Fonte: SimEQ

Tabela Periódica - possui o nome “Periódica” porque, conforme os seus elementos são
arranjados, as propriedades destes apresentam um curioso comportamento repetitivo como
mostra a Figura 2.6
Figura 2.6-Tabela Periodica

Fonte: SimEQ

Os recursos mínimos necessários a esta implementação são:

 Ter acesso a um computador;


 A nível de software torna-se necessário apenas o sistema operativo de preferência
Windows que normalmente já vem com o computador.
 Todo o software apresentado é distribuído gratuitamente e está ao alcance de todos.

O software educativo (Simulador de Equações Química) concebido apresenta as seguintes


limitações:

 O SimEQ, limitou-se em reacções de sintese, em que a reacção ocorrerá apenas entre


substâncias simples com outras simples para resultar em uma única subtância
composta;
 A reacção será feita apenas com os elementos representativo da tabela periodica;
 Os elementos que apresenta arteristico (*), estão desabilitados, isto quer dizer que não
reagiram;
 Ao clicar no elemento para ir na caixa reaccionaria, só vai reagir quando o primeiro
elemento for menos electronegativo e o segundo mais electronegativo. Isto é para
reacção entre os não metais;
 Para o outro caso, primeiro deve-se dar click no elemento metálico como primeiro
reagente e depois o elemento não metálico como segundo reagente, o inverso não
ocorrerá.
 Para aqueles elementos que tem o número de oxidação variado, não foram
especificado todas as reacções;
 Todos os gases nobres estão desabilitados, isto quer dizer que não reagem.

2.3.2. Aplicação do SimEQ

Actividade 1: Reacção entre os metais alcalinos com Halogénios excepto ástato, ver a Figura
2.7

Figura 2.7-Reacção entre metais alcalinos com Halogénios excepto

Fonte: SimEQ

Actividade 2. Reacção entre metais alcalinos com Oxigénio, ver a Figura 2.8

Figura 2.8- Reacção entre metais alcalinos com Oxigénio

Fonte: SimEQ
Actividade 3. Reacção entre Litio e Nitrogénio, ver a Figura 2.9

Figura 2.9- Reacção entre Litio e Nitrogénio

Fonte: SimEQ

Actividade 4 – Reacção entre metais alcalinos com Enxofre, ver a Figura 2.10

Figura 2.10- Reacção entre metais alcalinos com Enxofre

Fonte: SimEQ
Actividade 5- Reacção entre metais alcalinos com fosforo, ver a Figura 2.11

Figura 2.11- Reacção entre metais alcalinos com fosforo

Nota: Fonte: SimEQ

A ilustração das outras equações químicas dos metais representativos encontra-se na


manipulação do simulador concebido com a denominação SimEQ.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apresenta-se os resultados do inquérito por questionário constituído por 13 perguntas


fechadas, dirigidos aos alunos e professores que lecciona a disciplina de Química.

Questão1: Utilização do computador em interacção directa com os alunos, no decorrer das


aulas e no âmbito da disciplina de Química.

Quanto à utilização do computador em interacção directa com os alunos, no decorrer das


aulas, a Figura 3.1 mostra que dos 6 professores inqueridos, 5 (83,3%) que responderam não,
e apenas 1(16,6%) respondeu sim e de acordo com os resultados da nossa investigação. Isso
demonstra que não usam o computador em interação directa com os alunos. Tendo em conta a
inclusão das TICs no processo de ensino- aprendizagem. A introdução das TIC na esfera
educativa é uma exigência imposta pela sociedade actual e um desafio colocado à escola, aos
professores e aos alunos.

Percentagem

17%

sim
Não

83%

Figura 3.1.Utilização do computador em interacção directa com os alunos, no decorrer das


aulas e no âmbito da disciplina de Química

Questão2: Uso de um simulador de equações químicas nas aulas de química.

A segunda pergunta basea – se no uso de um simulador de reacções químicas nas aulas de


química, onde a Figura 3.2 mostra que dos 6 professores inqueridos, todos responderam que
nunca usaram um simulador de reacções químicas. Com os resultados da nossa investigação,
isso demonstra que não usam nenhum simulador de reacções químicas na sala de aula.
Percentagem

Não
Sim

100%

Figura 3.2. Uso de um simulador de equações químicas nas aulas de Química

Questão3:Tipo do simulador utilizado na interacção directa com os alunos

Cerca de 5 (83,3%) dos professores não usam um simulador, apenas 1 (16,6%) que usa em
interacção directa com os seus alunos. O tipo de aplicação é “processador de texto (Word,
Excel, Power point e outrsos). Conforme mostra a Figura 3.3.

PErcentagem

17%

Processador de texto
Internet
Software pedagógico
Nenhum

83%

Figura 3.3. Tipo do simulador utilizado na interacção directa com os alunos

Questão4:Dificuldades infretadas numa real integração das TICs no ensino de Química

Na referida escola os professores possuem condições, à partida, semelhantes: possuem um


computador pessoal e a escola possui uma sala de informática que poderá estar mais ou menos
disponível. Para estes professores o obstáculo mais difícil de ultrapassar é
inquestionavelmente a falta de software e recursos digitais apropriados, a falta de formação
especifica para integração das TICs, conforme ilustra a Figura 3.4.

Porcentagem

F.M.T
FFEIT
FRDA
50% 50% FMP

Figura 3.4.. Dificuldades infretadas numa real integração das TICs no ensino de Química

Questão5:Estudo das Reacções químicas

Dizer que os alunos inqueridos, 54 (100%) já estudaram reacções químicas demonstrando


assim, um grande interese de aplicação de um Simulador “SimEQ”. Conforme ilustra a Figura
3.5.
Percentagem

Sim
Não

100%

Figura 3.5. Estudo das Reacções químicas

Questão6:Nivel de conhecimento sobre reacções químicas

Quanto ao nivel de conhecimento sobre reacções químicas, a Figura 3.6 mostra que dos 54
inqueridos, 31 (57,4%) alunos têm conhecimento médio sobre as reacções químicas, 13
(24,1%) têm o conhecimento baixo e 10 (18,5%) que têm um conhecimento alto.

Isso demonstra que os alunos apresentam um conhecimento médio sobre as reacções


químicas.

Percentagem

19%
24%

Alto
Médio
Baixo

57%

Figura 3.6. Nivel de conhecimento sobre reacções Químicas

Questão7:Utilização de computadores
A Figura 3.7. a ilustra a utilização de computador, onde dos 54 inqueridos verificamos que
48 (88,9%) já tiveram acesso a um computador e apenas 6 (11,1%) que nunca tiveram acesso
a um computador. Significa que a maior parte dos alunos já usaram computador, isto
demonstra um bom indicador para inclusão das TICs no processo de ensino e aprendizagem.

Percentagem

11%

Sim
Não

89%

Figura 3.7. Utilização de computadores

Questão8: Finalidade da utilização do computador

Quanto a finalidade da utilização do computador, a Figura 3.8. abaixo ilustra que 29 (53,7%)
utilizaram para fins escolares, 20 (37,0%) utilizaram para diversão e 5 (9,3%) utilizaram para
outros fins. Isto demostra que o computador permite aos estudantes a aprendizagem e o
desenvolvimento auto didático.
Percentagem

9%

Escolar
Diversão
Outra
37% 54%

Figura 3.8. Finalidade da utilização do computador

Questão9:Existencia de um laboratório de informática na escola em estudo

Quanto a existencia de laboratório de informática,a Figura 3.9. mostra que dos 54 inqueridos,
47 (87,0%) afirmaram a não existência de laboratório de informática e 7 (13,0%) afirmam a
existência de laboratório por simples facto de estar equipado com computador.Isso demonstra
dos 47 ((87,0%) que afirmaram a não existencia de laboratório é por causa do não uso do
mesmo.
Percentagem

13%

Sim
Não

87%

Figura 3.9. Existência de laboratório de informatica na escola em estudo

Questão10:Conhecimento sobre simuladores de equações químicas

Quanto ao nivel de conhecimento sobre simulador de equações químicas, a Figura 3.10.


mostra que dos 54 inqueridos, 50 (92,6%) não têm conhecimento sobre simuladores de
equações químicas e 4 (7,4%) que têm o conhecimento sobre simuladores de equações
químicas. Isso demonstra que uma boa parte dos alunos não apresentam um conhecimento
sobre simuladores de equações químicas.

Percentagem
7%

Sim
Não

93%

Figura 3.10. Conhecimento sobre simuladores de Equações químicas


Questão11:Avaliação do SimEQ

Quanto à avaliação do SimEQ apresentado no processo de ensino-aprendizagem, na primeira


pergunta, mostra que dos 6 professores e 54 alunos inqueridos, totalizou 60 inqueridos. Onde
4 aprofessores atribuiram a classificação muito bom e 35 alunos atribuiram a classificação
muito bom ao SimEQ que totalizou 39(65,0%). Na segunda pergunta sobre a possibilidade de
aplicação dos conhecimentos adquiridos sobre reacções químicas, dos 6 professores e 54
alunos inqueridos, totalizou 60 (100%) que tiveram de acordo para o uso no processo de
ensino e aprendizage na discplina de química. Como mostra a Figura 3.11.

Percentagem

35% Mau
Suficiente
Bom
Muito bom

65%

Figura 3.11-.Avaliação do SimEQ feita pelo público alvo


CONCLUÇÃO

Em Angola, os alunos enfrentam problemas nas suas habilidades de compreensão no uso dos
simuladores de química porque não são utilizados nas aulas. Tornou-se, então, coerente
argumentar que provavelmente, os professores em Angola não têm sido expostos ao uso de
uma variedade de ferramentas que compõem as (TIC).

A concepção do SimEQ contou com diversos mecanismos e ferramentas da Engenharia de


Software e na aplicação ilustrou-se alguns recursos necessário para que funcione sem
obstáculos.

A avaliação do SimEQ concebido para o processo de ensino e aprendizagem, na primeira


pergunta, mostrou-se que, dos 6 professores e 54 alunos inqueridos, totalizou 60 inqueridos.
Onde 4 professores atribuíram a classificação muito boa e 35 alunos atribuíram a classificação
muito bom ao SimEQ que totalizou 39(65,0%). Na segunda pergunta sobre a possibilidade de
aplicação dos conhecimentos adquiridos sobre reacções químicas, dos 6 professores e 54
alunos inqueridos, totalizou 60 (100%) que tiveram de acordo para o uso no processo de
ensino e aprendizagem na disciplina de química. Com o uso do SimEQ melhorou algumas
habilidades sobre equações químicas e permitiu a inclusão das TICs no processo de ensino e
aprendizagem.
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