TERRA DEVASTADA:

CÉU Pútrido
Escrito por
Gabriel Vieira da Silva
baseado em terra Devastada: Edição Apocalipse de John bogéa

retropunk publicações
Créditos
Escrito por Gabriel Vieira da Silva
Identidade visual por John Bogéa
Imagens Retiradas do Pixabay e tratadas por Fernanda Siade
Revisado por Eder Marques
Diagramação por Fernando “del Angeles” Pires
Revisão de diagramação de G. Moraes
Editor: Fernando “del Angeles” Pires
Editor Geral: G. Moraes
Baseado na obra Terra Devastada: Edição Apocalipse de John Bogéa

WWW.RETROPUNK.COM.BR

1a EDIÇÃO, SETEMBRO/2019
VERSÃO 0.1

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. É proibida a reprodução
prévia ou parcial desta obra, por quaisquer meios sem autorização prévia e por escrito da editora.
CÉU PÚTRIDO, PÁG 5.
OS PERSONAGENS, PÁG 5.
O AVIÃO, PÁG 5.
SOBRE ARMAS NESTA AVENTURA, PÁG 6.
SOBRE OS NPCS DESTA AVENTURA, PÁG 6.
SOBRE A DESCRIÇÃO DAS CENAS, PÁG 6.
PARTE 3: A PUTREFAÇÃO,
PÁG 14.
PARTE 1: HÁ ZUMBIS NESTE MALDITO AVIÃO,
PÁG 14.
PARTE 2: TERRA FIRME, PÁG 16.

INTRODUÇÃO, PÁG 7.

ATO 1: VOO MÓRBIDO, PÁG 9.

PARTE 1: A DECOLAGEM, PÁG 9.
PARTE 2: AS PATRULHAS, PÁG 10.

ATO 2: GRITOS NO AR, PÁG 11.

PARTE 1: A SÍNCOPE, PÁG 11.
PARTE 2: APERTEM OS CINTOS, O PILOTO...
MORREU, PÁG 12
 O caos e o desespero em atravessar um aeroporto tomado por infectados valeu
a pena depois que os sobreviventes da Zona de Quarentena estavam sãos e salvos
dentro de uma poderosa aeronave comercial. Choravam de medo, mas também de alívio,
sentados nas centenas de poltronas do avião, enquanto o piloto acalmava-os pelos alto
falantes, prometendo-os tirar dali. A pressão da aceleração empurrando-os contra os
assentos parecia ser o toque de um anjo, levando-os para um local seguro e livre, mas
na verdade era um demônio lhes dando a mão. Dentro do avião não haviam sobreviventes…
havia um punhado de presas e vários predadores.

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 CÉU PÚTRIDO
Nessa aventura, os jogadores interpretarão
sobreviventes da Zona de Quarentena - ou ZQ - de
Cardiff, no Reino Unido, que acabaram de fugir dela
após roubarem um avião do aeroporto regional. Um
dos membros da antiga ZQ, o Capitão Edward Knight,
ficou sabendo por colegas, através de mensagens de
rádio, que o arquipélago dos Açores não fora tomado
pela infecção. Sendo as ilhas uma de suas conexões
quando este ainda exercia sua profissão, seria fácil
levar o grupo até lá. Confiantes, mas desesperados, os
sobreviventes atravessaram o Aeroporto de Cardiff à
força, perdendo um terço das pessoas que faziam parte
da Zona de Quarentena. Por fim, mais ou menos uma
centena de sobreviventes subiram em um grande avião
comercial e partiram dali, acreditando estar em paz.
O problema é que algumas pessoas foram mordidas
durante a desesperada corrida até a aeronave e esses se
transformarão em bestas durante o vôo.
Os Personagens
Os jogadores criarão personagens de uma zona
de quarentena que milagrosamente resiste há duas
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semanas, desde a completa queda da sociedade como
a conhecemos. É importante que os personagens se
conheçam – previamente ou durante a estadia da
quarentena – e tenham algum tipo de relação, não
necessariamente amistosa. Estes terão que se ajudar
durante a aventura, por amizade, ou por total desespero.
Como estariam previamente em uma área de quarentena,
não há motivos para afunilar a criação dos jogadores. A
única coisa que aconselho é que eles sigam apenas uma
regra: a regra do bom-senso.
O Avião
Os personagens estarão durante toda a aventura presos
em uma grande lata voadora. Se você não consegue
imaginar como é esse avião, basta pensar no avião mais
comum de passageiros. Pensou?! É esse mesmo! Uma lata
branca e comprida, cheia de compartimentos e poltronas,
com duas turbinas imensas, uma embaixo de cada asa,
que é capaz de voar a quase mil quilômetros por hora.
Caso precise uma descrição mais detalhada, aqui vai:
Dentro dele, na parte frontal, há a cabine dos pilotos,
um banheiro para eles e uma pequena área de trabalho
dos comissários de bordo, que conta com uma pequena
cozinha e um pequeno vestiário, além de uma área com
manuais. Logo depois disso vem a porta regular do avião
do lado esquerdo, então os assentos dos passageiros,
que são separados em três áreas, cada uma limitada
por divisórias e duas portas de correr, uma para cada
corredor. Na área do meio, próximas das asas, ficam as
quatro saídas de emergência. Nos fundos da aeronave
existem dois banheiros, assim como mais uma zona de
trabalho dos comissários – um pouco maior do que a da
frente do avião – e uma pequena porta que leva até a área
de bagagens.
Observação: O avião da sua aventura não precisa
ser igual ao descrito. Sinta-se a vontade para aumentar
o tamanho do avião, adicionar compartimentos extras,
e qualquer coisa que você acreditar que irá deixar a
aventura mais divertida… ou horrível.
Sobre armas nesta aventura
Essa aventura não é sobre lutar contra os infectados.
É sobre desespero e sobrevivência. No avião há poucos
militares e só metade deles possui armas de fogo; armas,
inclusive, que não estão totalmente carregadas. Quase
tudo foi utilizado durante a corrida pelo aeroporto. Ainda
que consigam uma arma, é importante que os jogadores
fiquem cientes que qualquer janela que for explodida
por uma bala, fará o avião perder a estabilidade e cair
por causa da descompressão. Todos os jogadores devem
saber disso no começo do jogo, para que a aventura não
acabe… mais cedo do que deveria.
Nota: Para se passar em um teste fácil é necessário 1 sucesso na jogada de dados. Em um teste
médio são necessários 2 sucessos e, por último, em um teste difícil são precisos 3 sucessos.
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Sobre NPCS DESTA Aventura
A Zona de Quarentena de Cardiff ficava em uma
grande cidade, dessa forma, pode existir qualquer tipo
de pessoa entre os sobreviventes, desde criminosos até
senhoras de idade, de bombeiros capazes de enfrentar as
mais difíceis situações, até crianças que não sabem falar
direito. Essa aventura não é sobre NPCs marcantes,
é sobre como pessoas – por mais diferentes que elas
sejam – podem trabalhar em conjunto quando a única
alternativa é… essa, ou a morte. Como narrador, sinta-
se livre para criar os mais diferenciados tipos de NPCs
para povoar o avião, mas não perca muito tempo criando
fichas para todos. Siga a sugestão de Personagens
Expressos, que pode ser encontrada na página 124 do
Terra Devastada: Edição Apocalipse, onde o narrador
joga de 1 a 6 dados para todo teste envolvendo o NPC,
de acordo com a relevância da participação desse
personagem e contexto em que ele está inserido.
Sobre Descrição das cenas
Durante a leitura da aventura, você notará que não
há muitos detalhes descritivos de como as cenas devem
parecer. Fiz isso pois Terra Devastada é um jogo visceral
e isso o torna um jogo delicado. Nem todos têm o mesmo
gosto e são receptivos da mesma forma às descrições
sobre violência e morte. Dessa forma, por mais que
haja explicação do que são as cenas e como essas devem
funcionar, descrevê-las será trabalho do narrador de
acordo com o gosto dos jogadores. RPG deve ser uma
experiência divertida e não desagradável… ainda que
Terra Devastada seja sobre tripas, sangue e mortos.
 INTRODUÇÃO

Há duas semanas o mundo como conhecemos deixou
de existir. Cidades, Estados e Países sucumbiram perante o
ARN-41. As únicas coisas que restam são pequenos grupos
de resistência, como o da Zona de Quarentena – ou ZQ
– de Cardiff, ao lado do Aeroporto Regional. Regido pela
Força Aérea Real Britânica, foi uma das poucas ZQ que
resistiram quando as grandes cidades foram tomadas pelas
hordas. Os suprimentos foram suficientes para que os mais
de 150 “residentes” conseguissem suportar até o momento,
mas há alguns dias os líderes da base já disseram que
algo precisará ser feito caso todos ali queiram sobreviver.
Incursões foram realizadas na cidade, mas nenhum dos
enviados voltou; Cardiff era um grande centro urbano e,
ainda que tenha sido constantemente bombardeado pela
Força Aérea quando esta caiu, milhares de infectados
ainda tomam por completo suas ruas.
Tudo parecia perdido, até um dos homens mais
respeitados da base, o Capitão Edward Knight, receber
uma mensagem de rádio, dizendo que o arquipélago
dos Açores, um território autônomo de Portugal no
meio do Oceano Atlântico, não havia sucumbido à
praga. A notícia animou o espírito dos baqueados
sobreviventes da ZQ, mas ainda assim era necessário
chegar até o arquipélago. A solução era simples e
estava logo ao lado da base: o Aeroporto de Cardiff. Lá
estavam estacionados 3 grandes aviões comerciais…
bastava atravessar o aeroporto e chegar até eles. Um
plano desesperado foi montado e, poucos dias depois,
os sobreviventes atravessaram o aeroporto em busca de
salvação. Durante a travessia, muito barulho foi feito, a
maioria das balas foi usada e 1/3 das vidas dos residentes
da Zona de Quarentena de Cardiff sucumbiu perante

Nota: A viagem do Aeroporto Internacional de Cardiff até o arquipélago dos Açores, deve tomar em
torno de 3 horas. A aventura será dividida em 3 Atos, e cada ato representará em média, uma hora de
viagem… se tudo der relativamente certo

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as bocarras dos infectados… ainda assim, a maioria
conseguiu chegar ao objetivo final.
Dentro do avião alguns choram e gritam, enquanto
outros simplesmente encaram o vazio, pensando em
tudo que acabaram de vivenciar. Os poucos militares
sobreviventes, verificam as condições dos passageiros
quando, na verdade, estão tão abalados quanto eles. Os
militares foram os que mais sofreram durante a travessia,
muitos deles ficando para trás para que a maioria dos
civis pudesse chegar até o avião.
Por fim, a turbina do avião abafa o som de tiros
esporádicos e gritos de agonia que teimam em surgir
de dentro do aeroporto. O Capitão e Piloto Knight
tenta acalmar todos os passageiros, com palavras
reconfortantes, mas na verdade nada pode confortá-
los naquele momento. Por fim, a pressão da velocidade
empurra os sobreviventes contra suas poltronas
enquanto todos podem ver, ou sentir, o aeroporto
ficando para trás.
Será, supostamente, um voo rápido.
Supostamente.
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Feridos, mas não
caídos
A chegada ao aeroporto não foi tranquila, eles
tiveram que, literarmente lutar a cada metro de
chão. Isso com certeza deixou marcas. Você pode
optar por narrar esta introdução ou, deixar com
que seus jogadores narrem.
Antes do jogo começar, faça todos os jogadores
jogarem 1d6 e sorteie as condições a seguir, que
seriam consequências do que aconteceu durante
a ida até o avião, e deixe com que eles descrevam
como isso aconteceu.
Obviamente, eles começam a Cena 1 com estas
condições e isso pode afetar suas ações, escolhas e
reações dos npcs.
Resultado Condição
1 Milagrosamente, seu personagem
chegou inteiro. Descreva como
isso aconteceu.
2 Machucados e arranhões
3 Viu a morte de perto
4 Perna ferida
5 Fatigado
6 Ferido de raspão, mas sangrando
muito
Como pode ver, o resultado 6 pode causar
problemas durante as patrulhas do primeiro ato. Se
este resultado cair para algum de seus personagens,
faça com que realmente seja tenso.
 ATO 1: VOO MÓRBIDO
Parte 1: A Decolagem
Após uma desesperada tentativa de fuga da cidade, que
inesperadamente parece ter dado certo, os sobreviventes
finalmente chegaram até o tão almejado avião comercial.
Não foi nada perfeito, ou fácil. Um terço de todo o grupo
que vivia na Zona de Quarentena deu suas vidas para
que aquelas pessoas chegassem ao avião. Não foram
mortes heróicas ou altruístas. Foram mortes horríveis
e algumas não chegaram nem a ser mortes. As pessoas
estão emocionalmente devastadas e fisicamente exaustas
e isso deve ficar bem claro para o grupo.
Capitão Knight não perdeu tempo em colocar o avião
na pista de decolagem, e também foi extremamente
incisivo quando disse que não precisava de um co-piloto
– ele inclusive poderá pedir para os militares tirarem
qualquer penetra de sua cabine de comando. Enquanto
o avião acelerava, ainda era possível escutar gritos e
estalos de tiros vindos de dentro do aeroporto. Muitos
passageiros gritavam, indignados com a atitude do
Capitão, enquanto outros tentavam acalmá-los, dizendo
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que não havia mais o que fazer. Por fim, os militares
restantes fizeram todos sentarem em suas cadeiras,
enquanto a aeronave ganhava velocidade e tirava seu
pesado corpanzil do chão.
Aos poucos, um silêncio mórbido, interrompido
apenas por soluços esporádicos e sussurros contidos,
toma conta de todo o ambiente. A Zona de Quarentena,
assim como mais de 50 pessoas, haviam ficado para trás.
Só resta aos passageiros remoer os acontecimentos e
pensar sobre o futuro incerto.
O narrador deverá utilizar essa primeira parte do
jogo para fomentar a conversa entre os personagens
dos jogadores. Tudo o que eles falarem pode e deve ser
utilizado contra eles; não em uma perspectiva sádica,
no sentido do narrador querer matá-los, mas sim para
tornar o jogo mais dramático. Se os jogadores estiverem
um pouco travados em relação a essa interação, crie um
NPC para interagir com eles. Este NPC não precisa ter
uma ficha, basta introduzi-lo rapidamente e contar uma
história triste. Uma ideia é que um ou mais personagens
podem ter perdido entes queridos ou grandes amigos na
ída ao avião. Conflitos e dramas podem ser gerados, e
momentos tristes podem se tornar mais tristes, inundados
com memórias recentes das mortes dessas pessoas.
Quando a conversa entre os jogadores acabar – ou o
Narrador assim decidir – a voz do Capitão surgirá nos
alto-falantes:
– Senhores passageiros. Nosso voo terá duração de 3 horas
até o Aeroporto do Pico, na Ilha de mesmo nome, nos Açores.
Espero uma viagem tranquila e rápida. Nesse meio tempo, os
soldados sobrevi… que estão a bordo, liderados pela Sargento
Hill e acompanhados pelo doutor Marcus, irão fazer vistorias
pelas fileiras do avião, visando a segurança de todos. Todos
devem colaborar para que isto seja feito de maneira pacífica e
rápida. Não há o que temer, todos estamos seguros aqui dentro
mas, ainda assim, todas as medidas de segurança devem ser
tomadas.
Parte 2: As Patrulhas
Enquanto as pessoas aceitam seu recente passado,
os militares se organizam em pequenas patrulhas pelos
corredores, conferindo passageiro por passageiro.
Alguns reclamam, enquanto eles pedem para que
mostrem suas pernas, seus braços e levantem as roupas
para analisar se não há nenhuma marca no corpo. Uma
dessas pequenas patrulhas militares irá passar pela fileira
onde os jogadores estão, e estes devem provar que estão
bem e que não foram mordidos ou arranhados durante
a ida até o avião. Os soldados que irão fazer isso com
os jogadores agirão de maneira profissional e não irão
procurar confusão, desde que os jogadores não deem
pretexto para isso. Sugiro as seguintes opções:
Os personagens colaboram com as patrulhas. Eles
respondem com educação os pedidos dos soldados,
que serão os seguintes: “Como você está se sentindo?”
“Fique em pé, por favor. Você pode, por favor, me mostrar
suas pernas e seus braços?” “Agora levante a blusa e a
camiseta, por favor.” “Vire de costas, por favor.”. Entre
esses pedidos, os soldados observarão com atenção o
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corpo dos personagens, procurando por ferimentos
que se assemelhem a mordidas e arranhões. Nenhum
dos jogadores estará mordido, ou ferido gravemente.
Se alguém declarar algum ferimento leve previamente,
deverá se explicar no momento da patrulha, mas tudo
deve ocorrer normalmente. Caso algum personagem
declare estresse físico, ou psicológico, exacerbado antes
desse encontro, ou algum ferimento mais grave, sugiro
a próxima opção.
Algum dos personagens apresenta ferimentos ou
sintomas suspeitos. Se algum personagem disser que se
sente fatigado - ou qualquer dor ou incômodo menor,
ao invés de dizer que está tudo bem, um dos soldados
chamará o Doutor Marcus – um senhor que, apesar
de ter 60 anos, possui uma saúde e um semblante de
ferro – que o analisará de perto. Caso isso aconteça,
um dos soldados ficará a todo momento com uma das
mãos sobre o coldre aberto da pistola, enquanto outro
ficará ao lado do Doutor, protegendo-o. O médico irá
checar os olhos, a pulsação, a boca e as unhas, além de
fazer algumas perguntas para testar a lucidez mental
do paciente, como por exemplo: “Qual é o seu nome?”
“Quantos anos você tem?” “Você sabe o nome dos seus
colegas? Pode dizê-los, por favor?”. Se o jogador não
responder rapidamente essas perguntas, o soldado com
a mão sobre a arma ficará agitado e será trabalho dos
jogadores – junto de quaisquer NPCs que o narrador
desejar – acalmá-lo.
Independente da situação que se desenvolver em
relação às situações anteriormente mencionadas, em
algum momento – a escolha do narrador – os jogadores
irão escutar um grito distante, vindo dos fundos do
avião.
Nesse instante, os militares que sobreviveram ao
aeroporto, passarão correndo pelos personagens dos
jogadores, indo na direção do grito. Pessoas começarão
a se desesperar, enquanto outras começarão a correr na
direção contrária, indo no sentido da cabine dos pilotos.
Os personagens, nesse momento, agirão por curiosidade,
ou por medo, e o narrador deve estar preparado para
ambas as situações.
 ATO 2: GRITOS NO AR
Parte 1: A Síncope
O Alerta Falso
O grito não passou de um alarme falso. Uma senhora,
Dona Elizabeth, se assustou ao ver um corte aberto de
outro passageiro, Matt. Matt, um engenheiro eletricista,
adquiriu o ferimento dias atrás, quando estava ajudando
com os preparativos para a ida até o avião e este se abriu
durante a correria da fuga da Zona de Quarentena.
Por mais que tenha sido um falso desespero, os
gritos e a bagunça foram o suficiente para encadear o
acontecimento O Banheiro.
Os personagens, caso escolham ir na direção dos
gritos, movidos pela curiosidade, terão que lutar
contra uma pequena multidão que correu para frente
da aeronave, tentando ficar o mais longe possível do
suposto infectado. Caso cheguem aos fundos do avião,
verão dois militares com suas pistolas apontadas na
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direção de Matt, enquanto os demais tentam acalmar
a situação. O engenheiro tenta de toda forma se
explicar, enquanto muitas pessoas parecem fomentar
o conflito, dizendo que ele estava infectado e por isso
os militares devem matá-lo. Caso os jogadores estejam
presentes, podem tentar ajudar a controlar a situação,
fomentá-la, ou simplesmente assistir enquanto tudo
acontece. Se algum jogador tentar falar diretamente
com um militar, este falará para ele ir até a frente do
avião, avisar o piloto que tudo não passa de um mal
entendido.
O banheiro
Um garoto de 12 anos, Thomas, foi arranhado
profundamente durante a correria para chegar até
o avião... o suficiente para ser infectado. Durante
uma sofrida hora, ele e sua mãe ficaram trancados no
banheiro dos fundos, enquanto a mulher, a todo custo,
tentou acalmar o garoto, que aos poucos foi perdendo
a vida. Quando Thomas cedeu ao ferimento, sua mãe
foi sua primeira vítima. Ambos, agora, estão abraçados
dentro do pequeno ambiente. Quando a confusão
causada pelo falso desespero começou, os infectados
começaram a se contorcer e urrar violentamente, mas
todo o barulho foi abafado pelas paredes do banheiro,
assim como pelos gritos e discussões no compartimento
próximo. Assim que a confusão cessar, todos presentes
nos FUNDOS DO AVIÃO, conseguirão notar que há
algo errado dentro do banheiro, mas a Mensagem do
Piloto está prestes a ser tocada.
A Barricada
Movidos pelo desespero e pelo medo, os sobreviventes
que foram descoordenados para a frente do avião, podem
jurar que viram um infectado nas últimas fileiras.
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Desesperados, começaram a empilhar malas, carrinhos,
e até mesmo tentam arrancar poltronas, fechando as
possíveis passagens para o local onde se encontram.
Discussões dentro do grupo começam a estourar, fazendo
com que mais e mais barulho seja gerado, enquanto dois
militares e alguns outros passageiros mais sãos e calmos
tentam organizar tanto o grupo em desespero, quanto a
construção das barricadas.
Se a primeira ação dos personagens for correr junto
da multidão, estes poderão participar da criação da
barricada. Outros sobreviventes, momentos depois,
tentarão passar pelas barricadas, pela força física ou
pela lábia, e os personagens terão de lidar com essas
situações. Em algum momento um civil, ou um militar,
a escolha do narrador, aparecerá vindo dos fundos do
avião, e tentará convencer a todos que tudo não passou
de um mal entendido.
Caso os personagens tenham ido até os fundos do
avião e voltado para a frente, verão a barricada sendo
construída e terão que convencer aqueles que estão a
construindo a deixá-los passar.
Parte 2:apertem os
cintos, o piloto...
morreu!
A mensagem do piloto
Enquanto o caos se instaurou dentro da grande lata
voadora, o Capitão Knight ficou em silêncio, trancado
dentro da cabine. Algumas pessoas insistem em socar a
porta do Cockpit, mas não recebem nenhuma resposta.
Sozinho, ele acreditou que conseguiria pilotar o avião
até os Açores e, de fato, conseguiria... caso não tivesse
escondido um ferimento mortal que adquiriu durante a
corrida até o avião. Segurando-se de maneira arrogante
em sua própria vida, fez os cálculos necessários e setou o
avião em direção ao arquipélago em piloto automático,
então gravou uma mensagem que será tocada nos auto-
falantes do avião uma hora antes do avião chegar aos
Açores.
A mensagem: “– Senhores, peço que façam silêncio. Não
resistirei até a chegada no arquipélago. Me sinto envergonhado
por ter mentido para todos sobre minha situação, mas como
sei que eu era o único capaz de levantar esse avião do chão,
calei-me e troquei minha própria vida pelo bem estar de vocês.
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Quero que qualquer um que tenha conhecimento básico sobre
aviação entre no cockpit e tome o manche para si. O avião irá
em piloto automático até o nosso destino, mas o pouso deve ser
feito manualmente. Por segurança deixei a chave da cabine
com o sargento Walters”.
Assim que as pessoas ficarem em silêncio – e o
narrador deve garantir que isso aconteça – além da
mensagem, todos irão escutar grunhidos e gemidos de
dor, vindos do fundo do avião.
Sargento Walters havia se oferecido para ser o copiloto,
nunca havia pilotado antes, mas tinha o conhecimento
básico do funcionamento de uma aeronave, mas o
Capitão Knight insistiu que ele ficasse do lado de fora,
segundo ele “seria mais útil ajudando os sobreviventes”. Ele
também estava liderando as patrulhas e, infelizmente,
foi um dos primeiros a ser ferido e se transformou logo
em seguida. Agora ele é um dos vários infectados que
cambaleam pelo corredor do avião.
Agora os jogadores têm duas opções, abrir caminho
até o Sargento e recuperar a chave ou arrebentar a porta
da cabine à força, uma tarefa difícil. Boa sorte.
Desespero
A reação geral a mensagem será de puro e total
desespero. Além de impedir o auxílio de um possível
co-piloto, o Capitão ainda deixou uma “charada” a
ser resolvida para a resolução de um problema ainda
maior. Os militares, agora, passarão a ser truculentos e
violentos, e irão dificultar a chegada dos personagens até
a cabine do piloto. Para fazer isso, eles terão que provar,
de alguma forma à eles que sabem a senha ou, assim
como os soldados estão fazendo, partir para a violência.
 ATO 3: A PUTREFAÇÃO

fazem um pequeno banquete, matando algumas

Parte 1: Há zumbis neste
maldito avião
Quando tudo parecia perdido, sempre há
alguma forma de ficar pior. Em meio aos gritos
dos passageiros e a violência dos soldados, gritos
de dor e horror são escutados vindos do fundo do
avião. O garoto infectado, Thomas, junto de sua
mãe, Elizabeth, conseguem abrir à força a porta do
banheiro e começam uma verdadeira chacina contra
os pobres coitados que continuaram na parte de
trás da aeronave. Nesse momento os dois infectados
pessoas em um ataque súbito de fúria e ferindo
mortalmente outros tantos, que logo se unem a mãe
e o filho para terminar com a vida de todos dentro
da aeronave. O vírus quer se multiplicar, e fará de
tudo para isso.
A Peregrinação dos mortos
Todos os passageiros sabem que há algo MUITO
errado na parte de trás – algo, talvez, pior do que a
morte do piloto. Os jogadores podem ir conferir caso
desejem. Se forem, encontrarão uma pequena multidão

ARMAS E DEFESA IMPROVISADAS: um avião comercial não é uma máquina de guerra, desta forma não
há armas de fogo ou armas brancas dentro destes; há, porém, muito material para se improvisar
armas. Deixe os jogadores serem criativos, quebrando carrinhos de comida, arrancando barras de
ferro de poltronas, quebrando canecas de café e etc. Na hora do desespero, qualquer tentativa é
válida.

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de infectados – cerca de 20 – caminhando de maneira
trôpega para a parte frontal do avião. Se forem notados
pelos infectados, esses começarão a correr na direção
deles, caso consigam voltar para a frente do avião sem
alertá-los, terão um pouco de tempo para organizar
algum tipo de defesa onde as barricadas estavam sendo
montadas.
Todo passageiro – NPC – que for ferido terá direito ao
teste de resistência a infecção, descritos na página 98 do
Terra Devastada: Edição Apocalipse. Basta uma falha
para caírem no chão e se entregarem ao vírus. Caso isso
aconteça, poucos minutos depois se levantarão como
bestas antropofágicas.
O narrador deve fazer desse momento o mais
desesperador o possível. De um lado há um cockpit sem
piloto. Do outro lado há uma horda de infectados; não
há para onde fugir, não há o que fazer a não ser pensar em
algo rápido e fazê-lo. Não deixe os jogadores pensarem
muito. Faça-os agir, e sempre que demorarem em fazê-lo
faça algo ruim acontecer.
Dentro da CAbine
Repleta de botões e luzes piscantes, a cabine de
comando parece que saiu de um filme de ficção científica.
Além dos dois bancos de comando, há dois assentos mais
aos fundos, onde os pilotos podem esticar as pernas,
além de contar com um pequeno armário, onde há um
kit de primeiros socorros e de sobrevivência. Isolada
acusticamente, é quase impossível de se escutar todo o
pandemônio que está acontecendo fora dela. Sentado na
cadeira do piloto está o Capitão Knight. Sua pele está
totalmente branca, e todos os orifícios estão sujos de um
OS AÇORES: Visto do céu, os açores são um pequeno conjunto de ilhas, espalhadas pelo atlântico.
São extremamente verdes, e com poucos pontos cinzentos, onde estão as maiores cidades e
as pistas de pouso. Os jogadores irão pousar em uma ilha chamada “Pico”, onde há uma grande
montanha.
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espesso líquido negro e fétido. O flanco esquerdo de suas
roupas estão extremamente sujas de sangue. Foi ali que
ele foi mordido. Por mais que ele pareça estar dormindo,
ele está só em um transe e será acordado por qualquer
som mais alto do que o normal ou movimento brusco;
caso isso aconteça, quem estiver dentro da cabine terá
que lidar com um recém-infectado, que tentará arranhar
e morder o primeiro ser que ver na frente.
O Capitão tem uma pistola, que irá cair no chão caso
ataque alguém. Com um teste difícil um personagem
consegue tirar a arma do coldre do capitão, caso este não
acorde.
O rádio estará configurado com a frequência da Torre
de Controle do Aeroporto de Pico, nos Açores. Se alguém
tentar utilizá-lo, conseguirá conversar com alguém que
se apresenta como “Controle ALPHA-ROMEO-PAPA-
ZERO-UM”, um português com o sotaque bem forte.
No momento que os personagens não responderem o
controlador de vôo com o palavreado técnico da aviação,
logo ele notará que algo está errado. Caso os personagens
contem a verdade, que o piloto morreu e que o avião
está tomado por infectados, terão que convencer, de
alguma forma, o controlador a ajudá-los a pousar o
avião, e terão que passar em um teste difícil para isso.
Caso os personagens contem meia-verdade, que o piloto
morreu OU que o avião está tomado por infectados e
que o piloto, como militar, teve que ajudar os soldados a
contê-los, também terão que convencer o controlador a
ajudá-los a pousar o avião, mas convencê-lo será um teste
médio. Caso os personagens ocultem os acontecimentos
do avião, dizendo que o piloto desmaiou, ou algo menor,
também terão que convencer o controlador a ajudá-los a
pousar o avião, mas convencê-lo será um teste fácil.
Controlando o manche
Caso os jogadores consigam convencer o controlador
a ajudá-los a pousar o avião, o personagem que terá
assumido a posição de piloto terá que passar em 4 testes
médios para conseguir pousá-lo, além de ganhar dois
dados extras pela assistência. Caso não consigam ajuda
do controlador, terão que passar em 4 testes difíceis,
além de fazer um teste para tentar localizar o aeroporto
sem a ajuda da Torre de Controle.
É completamente possível que algum dos personagens
tenha alguma característica ligada a pilotagem de aviões
(ou aeronaves). Isso não é um problema. Os testes ainda
serão suficientemente desafiadores. Só mantenha o
personagem jogador fora da cabine de comando como
explicado no Ato I.
O primeiro teste é para deixar todos os controles
configurados para o pouso, o segundo teste é para
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alinhar a aeronave na pista do aeroporto, o terceiro é
para estabilizar o corpo do avião e o quarto teste é para
manejar a velocidade da aeronave.
Caso todos os testes sejam bem sucedidos, o pouso
será um sucesso, apesar de extremamente turbulento.
Caso um dos testes falhe, o pouso será violento e
os trens de pouco se quebrarão pela instabilidade. O
avião irá deslizar pela pista e os personagens que não
estiverem sentados e com cinto de segurança ganharão
duas condições: “tonto” e “dolorido”.
Caso dois testes falhem, além dos trens de pouso
quebrarem, o avião perderá a estabilidade enquanto
desliza, uma das turbinas irá encostar no asfalto e
explodirá; Todos irão ganhar a condição “tonto”,
devido ao som e ao choque de impacto da explosão. Os
personagens terão de rolar um teste de equilíbrio caso
não estejam sentados e com cinto de segurança. Os
que passarem cairão e, além de “tonto” e “dolorido”,
ganharão também “ferimentos leves”; os que falharem
serão arremessados contra as paredes de onde quer
que estiverem e, além das três condições temporárias,
também estarão desmaiados.
Caso mais de dois testes falhem, além de os trens
de pouso quebrarem e a turbina explodir, o avião irá
rodar na pista e se quebrar. Os personagens que não
estiverem sentados e com cinto de segurança morrerão.
Os que estiverem sentados e com cinto terão que passar
em um teste de constituição ou irão desmaiar. Os que
não desmaiarem, apagarão momentaneamente, mas
logo retomarão a consciência. Todos os jogadores que
sobreviverem ganharão as condições: “tonto” “dolorido”
e “escoriações espalhadas pelo corpo”.
Parte 2: Terra firme
Há várias formas de se encerrar esta aventura. Isso vai
ser medido de acordo com a quantidade de testes que
tenham falhado na hora do pouso
Uma ou nenhuma falha
O que acabou de acontecer é bom demais para ser
real; mas o bom dura pouco. Gritos de dor e tiros
esporádicos acabam por rasgar levemente o isolamento
acústico da cabine do piloto. Ao olharem pelas janelas,
os personagens podem ver a o Aeroporto do Pico, uma
pequena base da Força Aérea Portuguesa. Em volta
do avião, 3 caminhões militares estão estacionados e
cerca de 40 soldados, armados até os dentes, juntos
de dois veículos leves blindados, miram contra a
aeronave. O que era pra ser uma salvação, se tornou
outro pesadelo.
O desespero na grande lata voadora é claro, e os
militares portugueses não parecem estar de brincadeira.
No rádio, o Controlador que entrou em contato há
minutos atrás – e talvez tenha os auxiliado durante o
pouso – pede explicações sobre a situação da tripulação.
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Caso tentem sair pela porta do cockpit, serão,
sem dúvidas, devorados por uma pequena horda
de infectados, a não ser que, de alguma forma
milagrosa, os sobreviventes tenham contido o avanço
da Peregrinação dos Mortos. Caso conversem com
o controlador, este dirá para os personagens saírem
pelas janelas do cockpit, que podem ser abertas como
um mecanismo de segurança. Se isso acontecer, os
personagens irão para uma zona de quarentena… e,
quando estiverem distantes, escutarão centenas de
tiros e explosões.
Eles nunca mais verão ninguém que estava em
Cardiff.
Duas ou mais falhas
A desgraça e o terror chegaram ao seu ápice quando,
após pousar violentamente, a funilaria da aeronave
não aguentou e deixou vários espaços abertos. Os
personagens, caso acordados, podem ver diversos corpos
espalhados pela pista. Não há mais tiros ou gritos. Há
apenas os urros frenéticos de infectados. Alguns corpos
estão destruídos demais para se levantarem, enquanto
outros já correm na direção dos militares portugueses
presentes na pista de pouso. Sobreviventes, ainda que
não infectados, no momento em que saem do avião são
atingidos pelos disparos certeiros dos militares que
não dão brechas para falhas. Lembre-se. Os Açores
são uma zona livre de infecção, e tudo indica que os
soldados pretendem que isso continue sendo uma
realidade.
Os personagens podem tentar entrar em contato
com a Torre de Comando do aeroporto, assim como
simplesmente se esconder. Lutar contra os militares
é perda de tempo. Não há como ganhar de uma força
militar composta de 40 homens e dois veículos blindados
quando você é um pobre coitado ferido e desarmado.
Caso sobrevivam ao caos e a chacina de infectados e
sobreviventes, os personagens irão para uma zona de
quarentena… e nunca mais verão ninguém que estava
em Cardiff.