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NÃO É UMA CRISE, É UM PROJETO:

OS EFEITOS DAS REFORMAS DO ESTADO ENTRE 2016 E 2021 NA EDUCAÇÃO


CADERNO 1

CAPÍTULO 2
ITEM 2.3

CONTROLE DOS
GASTOS PÚBLICOS
- EC 109/2021 -
Anaquely Rodrigues

Caroline Daniele

Grupo Gabriela de Oliveira

composto
Milena Habel

Suliane Madella

por: Talitha Vilela Pereira


INTRODUÇÃO
Só é possível compreendermos de forma crítica as
medidas de austeridade implementadas no Brasil pós-
2016, se considerarmos o contexto social, bem como os
avanços sociais vividos neste país, no início século XXI.
Dentre essas medidas encontram-se o Teto de Gastos, a
Reforma Trabalhista, Administrativa e Tributária, a
desobrigação de cumprimento de piso constitucional e o
Controle de Gastos Públicos, sendo, este último, objeto
de análise dessa síntese.
A EC 109/2021
A EC 109/2021 dá continuidade à política de Teto de
Gastos e se trata de mais um mecanismo limitador para
o investimento em políticas públicas, uma vez que
restringe a capacidade do Estado em manter e ampliar
a qualidade do serviço prestado.

Sendo assim, a medida avança no projeto de controlar


o crescimento das despesas obrigatórias permanentes
nos orçamentos fiscal e da Seguridade Social da União,
Estados, Municípios e Distrito Federal.
A emenda tem como No que diz respeito aos
caráter central a limitação estados, DF e municípios, é
estabelecido que as despesas
dos serviços públicos correntes não devem ser
prestados à sociedade superiores a 95% das receitas
correntes.

E para a União esta


relação é feita entre
despesa obrigatória
primária e despesa
primária total.

Receitas correntes: são aquelas que se esgotam dentro


do período anual e apenas aumentam o patrimônio
não duradouro do Estado. Compreendem as receitas
patrimoniais, tributárias, industriais, entre outras.

Despesas correntes: são despesas realizadas no ano


com a manutenção dos equipamentos e
funcionamento dos órgãos.
Despesa primária: são os gastos necessários para
promover os serviços públicos à sociedade,
desconsiderando o pagamento de empréstimos e
financiamentos. Exemplos: despesas com pessoal,
encargos sociais, transferências para outros entes
públicos e investimentos.
No caso de extrapolamento da
proporção, o ente poderá proibir o
reajuste, adequação, ou aumento da
remuneração de servidores, assim como
modificar carreiras de seus quadros; criar
empregos, cargos e novas funções, bem
como admitir novas pessoas, inclusive
através de concurso público. A EC 109
também veda a criação de despesas
acima da inflação e a criação de
despesas obrigatórias.
Além disso, o A EC ainda não fixa um
chefe do Poder prazo ou período para a
Executivo pode vigência das proibições e
tomar as
mesmas
não prevê pagamento
medidas caso retroativo de reajuste
as despesas salarial. Sendo assim, a
correntes mesma limita a expansão
atinjam entre dos serviços públicos,
85% e 95% das
receitas
permitindo apenas uma
correntes. reposição de trabalhadores.
Dessa forma, de uma maneira geral, a
EC 109 visa reduzir gastos públicos
sociais com a adoção de ações que têm
potencial para gerar um certo
desmonte de políticas públicas que são
essenciais à sociedade brasileira,
causando assim, consequências sociais
que deveriam ser inaceitáveis.

Argumentos e
contra-argumentos
O governo federal aprovou em tempo recorde
a EC 109. A velocidade dessa aprovação
deixou de lado questões essenciais para a
construção de um país inclusivo e igualitário.

No texto da emenda há a noção de "equilíbrio


fiscal intergeracional”.
Argumentos e
contra-argumentos
Para a aprovação da emenda, foi retirado do
texto alterações consideradas polêmicas que
poderiam causar danos ainda maiores aos
serviços públicos essenciais.

Contudo, a medida deixa de debater


questões relevantes.
Os impactos e riscos
para a educação
A EC 109/2021 impacta a Educação de muitas
formas. O artigo 167-A, estabelece um
mecanismo de contenção de gastos, se as
despesas superarem 95% da receita corrente.
Isso significa a impossibilidade de realização
de concursos públicos e o cancelamento dos
que já estejam em andamento.
Os impactos e riscos
para a educação
Também não poderá haver nenhum
tipo de alteração de plano de carreira,
que suponha um aumento de
despesas, gerando um congelamento
do salário dos servidores.
Os impactos e riscos
para a educação
Nas ações de combate a pandemia, pode-se
utilizar um regime diferenciado de
contratação, usando um método
simplificado com diminuição da jornada de
trabalho e diminuição de salários,
diminuição de cargos em comissão e como
último recurso demitir servidores, inclusive
os estáveis.
Reportagens para
nortear o debate
http://cutrs.org.br/servidores-retomam-luta-pela-reposicao-das-perdas-salariais-e-valorizacao-do-servico-publico/
https://www.brasildefato.com.br/2021/03/19/artigo-emenda-constitucional-109-quando-o-remedio-mata-o-paciente
https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=73500
CONCLUSÃO
A EC 109 tem como ponto central o corte das despesas
públicas como justificativa para a superação de
uma grave crise econômica, no entanto, tal providência
penaliza servidoras/es públicos de forma direta, além de
precarizar a oferta e qualidade do serviço público
de forma geral, nisso, incluindo a educação.

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