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LEXICOLOGIA

Léxico e vocabulário
1. Neologismo: Palavra cujo significante ou cuja relação significante –
significado era inexistente num estádio de língua anterior ao da sua
atestação.

2. Arcaísmo: Palavra ou construção cujo uso é considerado antiquado


pela comunidade linguística.

Semântica Lexical- Relações Semânticas entre as


palavras
1. Polissemia: Propriedade semântica característica das palavras ou
dos constituintes morfológicos que possuem mais do que um significado.

EX. Dar á luz Acender a luz

• Relações parte/todo
1. Holonímia: Entre duas palavras pode estabelecer-se uma relação de
significado, em que uma remete para um todo – a palavra holónima – e a
outra é considerada parte daquela – a palavra merónima.

EX: Holónima- corpo Merónima- braço, coxa

• Relações de Hierarquia
1. Hiperónimos- Árvore Flor
2. Hipónimos - Laranjeira Margarida

Processos irregulares de formação de palavras


1. Empréstimo: Processo de transferência de uma palavra de uma língua
para outra EX: croissant

2. Sigla: Palavra formada através da redução de um grupo de palavras


ás suas iniciais, as quais são pronunciadas de acordo com a designação
de cada letra.

EX: RTP, EDP


3. Acrónimo: Palavra formada através da junção de letras pu sílabas
inicias de um grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só.

EX: ONU (Organização das Nações Unidas), BES ( Banco Espírito


Santo)

4. Amálgama: Processo que consiste na criação de uma palavra a partir


da junção de partes de duas ou mais palavras

EX: Informática (informação + automática), Cibernautica (cibernética+


astronauta)

5. Extensão semântica: Processo através do qual uma palavra existente


adquireum novo significado

EX: portal (portão) Portal (internet)

Deixis
A deixis designa o conjunto de palavras ou expressões (expressões
deícticas) que têm como função ‘apontar’ para o contexto situacional.
Deste modo, essas palavras ou expressões, ao serem utilizadas num
discurso, adquirem um novo significado, uma vez que o seu referente
depende do contexto. Por outras palavras, a deixis pode ser definida
como o conjunto de processos linguísticos que permitem inscrever no
enunciado as marcas da sua enunciação, que é única e irrepetível.
Assim, assinalam o sujeito que enuncia (locutor), o sujeito a quem se
dirige (interlocutor), o tempo e o espaço da enunciação. Com efeito, é o
sistema de coordenadas referenciais (EU/TU—AQUI—AGORA) da
enunciação que possibilita a atribuição de sentidos referenciais.

Deixis pessoal — indica as pessoas do discurso, permitindo


seleccionar os participantes na interacção comunicativa. Integram este
grupo os pronomes pessoais (ex.: tu, me, nós, etc.), determinantes e
pronomes possessivos (ex.: o meu, o vosso, teu, etc.), sufixos flexionais
de pessoa-número (ex.: falas, falamos, etc.), bem como vocativos.
(Algumas formas verbais não apresentam um sufixo flexional específico
de pessoa-número (ex.: falo, disse, fizer, etc.). Nestes casos, o sufixo
inclui as informações relativas ao tempo- modo-aspecto e pessoa-
número, tratando-se assim de uma amálgama).

Deixis espacial — assinala os elementos espaciais, tendo como ponto


de referência o lugar em que decorre a enunciação. Ou seja, evidencia a
relação de maior ou menor proximidade relativamente ao lugar ocupado
pelo locutor. Cumprem esta função os advérbios ou locuções adverbiais
de lugar (ex.: aqui, cá, além, acolá, aqui perto, lá de cima, etc.), os
determinantes e pronomes demonstrativos (ex.: este, essa, aquilo, o
outra, a mesma, etc.), bem como alguns verbos que indicam movimento
(ex.: ir, partir; chegar; aproximar-se; afastar-se, entrar, sair, subir, descer,
etc.).

Deixis temporal — localiza, no tempo, factos, tomando como ponto de


referência o “agora” da enunciação. Desempenham esta função os
advérbios, locuções adverbiais ou expressões de tempo (ex.: amanhã,
ontem, na semana passada, no dia seguinte, etc.) e sufixos flexionais de
tempo-modo-aspecto (ex.: falarei; faláveis, etc.).

Deixis social — assinala a relação hierárquica existente entre os


participantes da interacção discursiva e os papéis por eles assumidos.
Servem de suporte a esta função os elementos linguísticos pertencentes
às chamadas formas de tratamento (ex.: o senhor, vossa excelência,
senhor director, etc.).

Atos Ilocutórios:
É possível classificar os atos ilocutórios com base nas intenções
comunicativas (objetivo ilocutório) e na função que assumem no contexto
da sua enunciação (força ilocutória).

Dois enunciados podem ter o mesmo objetivo ilocutório mas forças


ilocutórias distintas. Por exemplo, uma ordem e um pedido têm o mesmo
objetivo ilocutório (levar alguém a agir), no entanto as suas forças
ilocutórias são diferentes, já que o primeiro tem a força ilocutória de uma
ordem e o segundo a de um pedido.
* → a quem a frase se dirige

* → quem anuncia a frase

EX:

(1) «Nã o percebo esta maté ria.»

(3) «Conduz mais devagar!»


(5) «Obrigada pela folha»
(7) «Boa noite!»

(9) «Declaro-vos marido e mulher

(2) «O que pensas deste filme?»

(4) «Prometo que estarei lá .» (6) «Lamento o atraso.»

(8) «Adoro viajar!»


Marcadores Discursivos
1. Os marcadores discursivos são unidades linguísticas invariáveis que
permitem estabelecer conexões entre enunciados, de modo a construir
um discurso coeso e coerente.
Conetores discursivos
Os conetores ou articuladores têm como função articular, conectar, ligar
grupos de palavras; unir frases simples, formando frases complexas;
estabelecer nexos lógicos entre períodos e parágrafos, de modo a
construir textos coesos e coerentes.
Figuras de Estilo
• A nível fónico:

1. Aliteração – repetição de sons consonânticos em sílabas


próximas. (O vento vago voltou);
2. Assonância – repetição intencional dos mesmos sons vocálicos
(À tona de águas paradas);

• A nível sintático:

3. Anáfora – repetição de uma ou mais palavras no início de uma


frase, de um membro de frase ou de um verbo (nem rei nem
lei, nem paz nem guerra);
4. Anástrofe – alteração da ordem direta da frase devido à
anteposição de um complemento ou à deslocação de uma
palavra (Às horas em que um frio vento passa);
5. Assíndeto – supressão da partícula de ligação (Grécia, Roma,
cristandade, Europa);
6. Enumeração – acumulação ou inventariação de elementos da
mesma natureza (Mas o melhor do são as crianças/flores,
música, o luar e o sol);
7. Hipérbato – transposição da ordem normal das palavras de
uma oração, donde resulta a separação dos elementos
constituintes de um sintagma (Súbdita a frase o busca);
8. Paralelismo de construção – repetição da estrutura frásica para
memorizar ou destacar ideias (Três vezes do leme as mãos
ergueu,/Três vezes ao leme as reprendeu);
9. Polissíndeto – repetição do elemento de ligação entre frases
ou palavras (E com as mãos e os pés/ E com o nariz e a boca).

• A nível interpretativo:

10. Antítese – apresentação de dois conceitos opostos


(Julguei que isto era o fim e afinal é o princípio);
11. Antonomásia – substituição de um nome próprio por uma
palavra ou expressão que o designem de modo inconfundível
(Cessem do sábio grego e do Troiano);
12. Apóstrofe/invocação – interpelação, chamamento de
alguém ou de algo personificado (Ó céu! Ó campo! Ó canção!);
13. Comparação – relação de semelhança entre duas ideias
usando uma partícula comparativa ou verbos como «parecer»,
«assemelhar-se» (O meu olhar é nítido como um girassol);

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