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2º ANO – 1º SEMESTRE
INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 3
1. RELAÇÃO TERAPÊUTICA......................................................................................................... 3
2. A UTILIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA NO ESTABELECIMENTO DE UMA
RELAÇÃO TERAPÊUTICA................................................................................................................. 6
3. A UTILIZAÇÃO DA EMPATIA, ESCUTA E DISPONIBILIDADE NO ESTABELECIMENTO DE UMA
RELAÇÃO TERAPÊUTICA................................................................................................................. 9
CONCLUSÃO................................................................................................................................. 12
REFERÊNCIAS................................................................................................................................ 14
INTRODUÇÃO
Segundo Meyer e Vermes (2001), a relação terapêutica pode ser vista como uma
via de mão dupla, isto significa, que esta se caracteriza numa interação de mútua
coerente em conjunto.
1. RELAÇÃO TERAPÊUTICA
pessoas.
Esta relação é de cariz terapêutico sendo, por isso, caracterizada pela parceria
Segundo Rogers (1976), a relação terapêutica pode ser definida como “uma
forma da relação interpessoal em geral, e que as mesmas leis regem todas as relações
desse tipo”
Desta forma, a relação terapêutica é estabelecida entre duas pessoas, enfermeiro
deve ser visto como um parceiro de cuidados e não como um ser inferior sobre o qual o
A relação terapêutica deve ser utilizada, tanto como instrumento de cura, como
confiança, essencial para uma aliança terapêutica uma vez que permite a identificação
modo que possa ser encontrada uma forma ativa do cliente intervir na sua situação,
terapêutica, tornando, quer para o enfermeiro, quer para o utente, uma maior facilidade
na formação desta relação, transmitindo segurança durante o tempo que estarão juntos.
Segundo Peplau existem 4 fases que ocorrem durante o estabelecimento de uma relação
al., 2019).
uma pessoa qualificada para o auxiliar em tal. Esta, é a fase ideal para o estabelecimento
de saúde do cliente. É também neste período que o cliente identifica o enfermeiro como
disponível, escutar, esclarecer e estabelecer novas metas para auxiliar a pessoa de forma
enfermeiro resume todo plano de cuidados após a alta e auxilia a pessoa, em conjunto
em que o cliente se torna auto-suficiente de forma a evoluir para uma vida saudável na
qual o enfermeiro continua disponível para o auxiliar (Senn, 2013; Pinheiro et al., 2019).
mundo do cliente e aceita os seus pontos de vista. Ferreira 2004 (cit in Melo, Silva, &
Parreira, 2012).
É através do Cuidado Transpessoal que o enfermeiro consegue formar e
sentindo as suas emoções e elevado senso do “self”, refletindo como um maior senso de
com o outro, podendo expressá-la com todo o cuidado, resultando numa libertação de
sentimentos que o utente tinha acumulado e que o tinham ansiado, podendo finalmente
único, uma vez que, apesar de possuir dois protagonistas, é focada, através do
A relação terapêutica pode ser definida como uma troca, verbal e não verbal, não
pessoa cuidada esteja aberta à mudança e evolução pessoal a fim de a tornar mais
para a sobrevivência do mesmo. Esta atividade, segundo Phaneuf (2005), é dividida nas
como um conjunto organizado orientado para um objetivo de ajuda e não como peças
separadas.
atitudes corporais, expressão facial e o contacto visual, explicando que estes refletem o
quanto é que consideramos a pessoa à nossa frente como o centro das nossas
enfermeiro deve encontrar-se virado e inclinado para a pessoa, olhando com delicadeza
para a pessoa e evitando dispersar o seu olhar); os gestos e o toque (para além do que
fazer e não fazer, existe também o “como fazer”, existindo gestos que, se feitos com
experiência muito mais íntima e pessoal, segundo Jean Bradley e Mark A. Edinberg
(1982, p. 34 cit in Phaneuf, 2005), podendo transmitir o sentido das nossas mensagens
entre enfermeiro e cliente, que varia de pessoa para pessoa, e devendo este ser
explorado e descoberto pelo profissional de saúde); o silêncio (saber quando não falar é
tão importante quanto saber quando falar, sendo o silêncio também fundamental na
comunicação. Pode refletir empatia, respeito e/ou disponibilidade, entre muitas outras
qualidades).
neste domínio visando a assegurar que o utente seja capaz de aceder ao seu bem-estar
imensa, visto que, para conseguir alcançar uma comunicação eficaz, é necessário que o
2015). É com esta que é criada e desenvolvida a relação terapêutica, considerada como
uma relação de ajuda por Phaneuf (2005) e Bolander (1998) (como citado em Coelho,
2015, p. 32).
sentimentos experienciados pelo cliente, demandam que exista uma relação verdadeira
instrumento é detentor, uma vez que, a comunicação pode ser voluntária e utilizada em
seu favor, mas também involuntária, o que poderá ser um obstáculo na relação
terapêutica não é um instrumento de fácil utilização por todos, uma vez que não
depende de sorte ou acaso, mas sim de uma formação profissional e académica eficaz
clínica, onde os estudantes tinham medo de abordar o cliente, não sabiam o que dizer ou
receavam ser mal interpretados, resultando numa comunicação ineficaz e numa relação
terapêutica superficial. Necessita-se assim de um maior foco na sala de aula, bem como
RELAÇÃO TERAPÊUTICA
afeição, podendo ser considerada uma habilidade de interação social. É definida como a
identificar-se com o outro, “calçar os seus sapatos” metendo de lado o nosso próprio eu,
os seus sentimentos para saber entender os do seu cliente (Rondon, Cunha & Neto,
2020).
diversas formas, entre elas educador, sendo necessária para uma educação de sucesso e
disponível para ouvir (Neres, Freires, Silva & Barreto, 2019). Assim destaca-se 3
escuta ativa (Riley, 2004; Lazure,1994 cit. in Coelho, 2014). Escutar envolve não só o
ouvido como também todos os órgãos sensoriais, captando não só o conteúdo expresso
como também a forma como é expresso. Para maximizar essa escuta, o enfermeiro deve:
todo o conteúdo transmitido e não apenas o que acha relevante e certificar-se que
2014).
assegurando condições que lhe permitam escutar eficientemente, dado que é esta
disponibilidade que reflete a empatia do enfermeiro, e sem esta não é possível executar
Bourgeois, & Nègre, 2003 cit. in Coelho, 2014). É através da mesma que o profissional
pressionado pelo mesmo (Juan & Arce, 2009 cit. in Coelho, 2014), exigindo da parte do
terapêuticos, quer para um aumento do bem-estar, quer para uma recuperação facilitada
(Hessel, 2009).
dizer nada, apenas demonstrando que está lá sempre que for preciso. Nem sempre existe
uma vontade de falar por parte do indivíduo sob cuidados, pode haver situações em que
este apenas deseja que o enfermeiro escute, sem interromper, julgar ou aconselhar
(Hessel, 2009).
clientes. Esta desorganização pode afetar a relação entre o enfermeiro e o cliente, uma
vez que, pode ser observado como uma falta de atenção e preocupação, levando a uma
vital que o enfermeiro consiga ter disponibilidade para o utente, pois só desta forma
poderá ser formada uma relação terapêutica com efeitos benéficos para ambos (Hessel,
2009).
CONCLUSÃO
A relação terapêutica assenta, desta forma, numa comunicação (terapêutica)
adequada e eficaz, onde o enfermeiro centraliza os seus cuidados no cliente e não nas
intervenções em si, resultando numa maior qualidade dos próprios cuidados e do bem-
estar do cliente.
emoções e dificuldades do utente como se fossem as nossas próprias, sendo uma parte
Para tal, é necessário um escuta ativo, o que implica não só o ouvido como
também todos os órgãos sensoriais, captando não só o conteúdo expresso como também
ambiente adequado, que envolve a disponibilidade do mesmo para com todos os seus
dimensões.
Existem várias teorias que defendem que tudo o que o enfermeiro faz deve
contribuir para o processo de cuidar transpessoal que reflete tão bem a enfermagem
como uma arte para além da ciência, através de múltiplas etapas que refletem todo o
http://doc.rero.ch/record/327530/files/TdB_Aviolat_Beau_Mora.pdf
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Coelho, M. T. V. (2015). Comunicação terapêutica em enfermagem: utilização pelos
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Hessel, J. A. (2009). Presence in Nursing Practice. Holistic Nursing Practice, 23(5),
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Neres, E. O., Freires, W., Silva, S. F. & Barreto, A. C. (2019). A relação terapêutica na
Enfermeiros.
Lusociência.
Pinheiro, C. W., Araújo, M. A. M., Rolim, K. M. C., Oliveira, C. M., & Alencar, A. B.
2ce5-4570-b7d1-108b06c3b78a%40redis
1 http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/3767
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