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Em áreas com cervicite crônica, há um infiltrado inflamatório os de baixo risco) e 90% dentro de 2 anos (em geral, os de
inespecífico, com linfócitos e plasmócitos na lâmina própria. alto risco).
Se ela for intensa, o epitélio de revestimento pode sofrer
erosão (cervicite crônica erosiva). Ademais, quando há, além Esse vírus vai infectar as células basais imaturas do epitélio
de linfócitos e plasmócitos, neutrófilos, recebe o nome de escamoso quando há ruptura epitelial ou células escamosas
cervicite crônica ativa. metaplásicas imaturas na junção escamocolunar.
Entretanto, a capacidade do HPV de ser um agente
PÓLIPOS ENDOCERVICAIS carcinogênico vai depender das proteínas virais E6 e E7, que
vão interferir na atividade das proteínas supressoras
Os pólipos endocervicais são crescimentos exofíticos tumorais (reguladoras do crescimento e sobrevivência das
benignos que surgem dentro do canal endocervical. Eles células). Com a ação dessas proteínas, ao invés do ciclo
variam de protuberâncias sésseis pequenas a grandes celular ser interrompido em G1 pela invasão viral, ele vai
massas polipoides que podem avançar através do orifício continuar permitindo a replicação viral.
externo cervical.
Ainda que o HPV tenha sido estabelecido firmemente como
HISTOLOGIA à histologicamente, são compostos por um uma causa habitual de câncer cervical, não é suficiente para
estroma fibromixomatoso frouxo coberto por glândulas causar câncer. Dessa forma, outros fatores como a exposição
endocervicais secretoras de muco, frequentemente a cocarcinógenos e o estado imune do hospedeiro
acompanhadas por inflamação, podendo ser analisado na influenciam se uma infecção por HPV regride ou persiste, e,
imagem a seguir: enfim, evolui para um câncer.
HSIL à desregulação progressiva do ciclo celular pelo vírus, O carcinoma cervical avançado se estende por disseminação
aumentando a proliferação celular, diminuindo ou parando direta para envolver tecidos contíguos, incluindo os tecidos
a maturação epitelial, com pequena taxa de replicação viral. paracervicais, a bexiga, os ureteres, o reto e a vagina.
O desarranjo é irreversível, na maioria dos casos, podendo
resultar em um fenótipo maligno. Esta, possui alto risco de O câncer cervical é estadiado da seguinte forma:
carcinoma invasor.
• Estádio 0: carcinoma in situ;
à Recorrência: sangramento que leva, na biópsia, ao A endometriose é definida pela presença do tecido
desaparecimento de características morfológicas vindas da endometrial “ectópico” em um local fora do útero. O tecido
progesterona, como alterações secretoras das glândulas. anormal inclui mais comumente tanto as glândulas
Isso ocorre porque o corpo lúteo, que é a fonte da endometriais quanto o estroma, mas pode consistir apenas
progesterona, não se desenvolve sem a ovulação. em estroma em alguns casos. Ocorre nos seguintes locais,
em ordem descendente de frequência: (1) ovários; (2)
FASE LÚTEA INADEQUADA ligamentos uterinos; (3) septo retovaginal; (4) fundo do saco;
(5) peritônio pélvico); (6) intestinos grosso e delgado, e
Este termo se refere à condição que se manifesta
apêndice; (7) mucosa do colo uterino, vagina e tubas
clinicamente como infertilidade associada ou com aumento
uterinas; e (8) cicatrizes de laparotomia.
de sangramento ou com amenorreia. Acredita-se que a
causa seja a produção inadequada de progesterona durante A endometriose frequentemente causa infertilidade,
o período pós-ovulatório. A biópsia do endométrio realizada dismenorreia, dor pélvica e outros problemas.
em uma data pós-ovulatória estimada mostra o endométrio
secretor com características que não correspondem àquelas O distúrbio é principalmente uma doença de mulheres na
esperadas para a data estimada. vida reprodutiva ativa, mais frequentemente na terceira e
Impresso por Aline Morais Fontenele Barboza De Souza, CPF 008.431.252-17 para uso pessoal e privado. Este material pode ser
protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 18/02/2022 22:37:11
Beatriz Loureiro
quarta décadas, afetando aproximadamente de 6% a 10% MORFOLOGIA: o sangramento das lesões produz nódulos
das mulheres. com coloração vermelho-azulada ou amarelo-acastanhado
sobre ou sob a superfície mucosa e/ou serosa dos locais
acometidos. Nas hemorragias extensas, há aderências
fibrosas entre as tubas, ovários e outras, obliterando o saco
de Douglas.
ADENOMIOSE
OBSERVAÇÃO: tem sido observado que, na administração e A hiperplasia atípica (neoplasia intraepitelial endometrial),
tamoxifeno, utilizado para o câncer de mama, podem surgir apresenta atipia nuclear, glândulas justapostas e perda da
pólipos endometriais. orientação perpendicular em relação à lâmina basal. As
cromatinas ficam abertas e os nucléolos evidentes. Em geral,
HIPERPLASIA ENDOMETRIAL ela vai ser tratada com histerectomia em mulheres mais
velhas e terapia com progestina e acompanhamento
Esta, é uma causa importante de sangramento anormal, e cuidadoso.
uma precursora frequente dos tipos mais comuns de
carcinoma endometrial. É definida como um aumento da
proliferação das glândulas endometriais relativas ao
estroma, resultando em maior proporção de glândulas para
estroma em comparação ao endométrio proliferativo
normal. A hiperplasia endometrial está associada à
estimulação estrogênica prolongada do endométrio, que
pode ser decorrente de anovulação, aumento da produção
de estrogênio a partir de fontes endógenas, ou devido a
estrogênio exógeno. As condições associadas incluem
obesidade, menopausa, síndrome do ovário policístico, TUMORES MALIGNOS DO ENDOMÉTRIO
tumores de células granulosas funcionais do ovário, função
CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO
cortical ovariana excessiva e a administração prolongada de
substancias estrogênicas. Esse câncer é o mais invasor do TGF mais comum.
CONSEQUÊNCIA: Causa importante de sangramento Representa 7% de todos os cânceres invasores em mulheres,
excluindo-se o câncer de pele.
anormal, sendo um precursor de carcinoma endometrial,
portanto, tem potencial maligno. PATOGENIA: estudos clinicopatológicos e análises
moleculares sustentam a classificação do carcinoma
à A inativação do gene supressor de tumores PTEN é uma
endometrial em duas grandes categorias, citadas como tipo
alteração genética comum entre a hiperplasia e o carcinoma
I e tipo II, conforme resumido na tabela abaixo:
endometrial.
CARACTERÍSTICAS TIPO I TIPO II
Quando se perde a função do PTEN, a via PI3/Akt é ativada IDADE 55-65 anos 65-75 anos
em excesso. Essa via melhora a capacidade do receptor de SITUAÇÃO CLÍNICA Estrogênio sem Atrofia, biótipo
estrogênio de ativar a expressão de seus genes-alvo. Desse oposição; magro
obesidade;
modo, quando o PTEN não exerce a sua função, vai ocorrer hipertensão;
a estimulação da expressão de genes que dependem do diabetes
estrogênio, permitindo o crescimento de células epiteliais MORFOLOGIA Endometrioide Seroso, célula
clara, tumores
endometriais e mamárias. Isso se relaciona pelo fato de
mullerianos mistos
pacientes com a síndrome de Cowden (mutações na PRECURSOR Hiperplasia Carcinoma
linhagem germinativa do PTEN) terem um alto índice de intraepitelial
desenvolvimento de carcinoma endometrial e câncer de endometrial
seroso
mama.
GENÉTICA PTEN; ARID1A TP53, aneuploidia,
(regulador de PIK3CA (PI3K),
MORFOLOGIA: A hiperplasia típica possui um aumento na cromatina); FBXW7 (regulador
relação glândula/estroma, sendo que essas glândulas podem PIK3CA (PI3K); de ciclina E, MYC),
ser de tamanhos e forma, podendo, até mesmo, estar KRAS; FGF2 (fator CHD4 (regulador
de crescimento; de cromatina),
dilatadas. Ela pode evoluir para atrofia cística nos casos em
IM (instabilidade PPP2R1A (PP2A)
que o estrogênio é retirado. de
microssatélites);
CTNNB1
(sinalização de
Wnt); TP53
COMPORTAMENTO Indolente, Agressivo,
disseminação disseminação
através dos vasos intraperitoneal e
linfáticos linfática
Representa o tipo mais comum, respondendo por mais de Geralmente ocorre em mulheres que são em torno de 10
80% dos casos. A maioria é bem diferenciada e imita as anos mais velhas do que aquelas com os carcinomas tipo I;
glândulas endometriais proliferativas, e como tais, são em contraste com o carcinoma tipo I, geralmente surge no
chamados de carcinomas endometrioides. Eles surgem contexto de atrofia endometrial.
tipicamente nas condições de hiperplasia endometrial, e
como a hiperplasia endometrial, são associados com
obesidade, diabetes, hipertensão, infertilidade e
estimulação estrogênica sem antagonismo.
possuem tipos celulares malignos heterólogos podem ocorrer isoladamente, porém são mais
(rabdomiossarcoma, condrossarcoma). frequentemente múltiplas e com cariótipo normal, mas
pode haver anormalidade cromossômica.
MUTAÇÕES GENÉTICAS: PTEN, TP53, PIK3CA.
MORFOLOGIA: tumores circunscritos, nítidos,
MORFOLOGIA: em geral, são volumosos e polipoides, arredondados, firmes, cinza-esbranquiçados, podendo ser
podendo ser salientes no óstio cervical. pequenos ou volumosos. Raramente são encontrados no
HISTOLOGIA: adenocarcinomas + elementos mesenquimais miométrio e raramente envolvem os ligamentos uterinos, o
colo ou o segmento uterino inferior.
malignos.
HISTOLOGIA: células musculares lisas que lembram o
miométrio não envolvido.
Estes tumores relativamente incomuns compreendem SINTOMAS: sangramento anormal, aumento da frequência
menos do que 5% dos cânceres endometriais e incluem urinária, dor súbita, problemas na fertilidade, abortos
neoplasias estromais combinadas com glândulas benignas espontâneos, má apresentação fetal, inércia uterina e
(adenossarcomas) e neoplasias estromais puras. hemorragia pós-parto.
ADENOSSARCOMAS LEIMIOSSARCOMAS
São crescimentos polipoides endometriais, com a base mais São neoplasias malignas raras, que surgem do miométrio ou
larga e mais ampla, que podem sofrer prolapso pelo óstio de células precursoras do estroma endometrial (não de
cervical. leiomiomas). Há alterações genéticas, incluindo deleções.
DIAGNÓSTICO: estroma com malignidade + glândulas MORFOLOGIA: crescem como massas volumosas escamosas
endometriais anormais benignas. que invadem a parede do útero ou como massas polipoides
projetadas para a luz da cavidade uterina. Há atipias
MALIGNIDADE: baixo grau citológicas bem diferenciadas – presença de figuras de
mitose, acompanhadas de necrose.
TUMORES ESTROMAIS
TUMORES DO MIOMÉTRIO
LEIOMIOMAS
cirurgia, e mais da metade acaba metastatizando pela A salpingite supurativa pode ser causada por qualquer
corrente sanguínea até órgãos distantes, como pulmões, organismo piogênico, e, em alguns casos, mais de um
ossos e cérebro. A taxa de sobrevida em 5 anos é organismo está envolvido. Em mais de 60% dos casos deste
aproximadamente 40%, mas as lesões anaplásticas têm uma distúrbio o agente causador é o Gonococcus, sendo as
taxa de sobrevida em 5 anos de apenas 10% a 15%. Chamydiae as responsáveis por muitos dos casos restantes.
Essas infecções tubárias fazem parte da DIP.
TUBAS UTERINAS
TUMORES E CISTOS
As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de
falópio, é uma porção do sistema reprodutor feminino. Elas As lesões primárias mais comuns da tuba uterina (excluindo-
estão localizadas entre cada ovário até o útero. São dois se endometriose) são cistos mínimos, translúcidos, de 0,1 a
tubos de cerca de 10 cm que se localizam um de cada lado 2 cm, preenchidos por um líquido seroso claro, chamados
do útero e conduzem os óvulos produzidos nos ovários até cistos paratubários. Variantes maiores são encontradas
esse órgão. É nas tubas que ocorre a fecundação. próximo à extremidade fimbriada da tuba ou nos ligamentos
largos e são citadas como hidátides de Morgagni. Esses
Possuem camadas muscular, mucosa e serosa e se dividem cistos, revestidos por epitélio seroso benigno (tipo tubário),
em quatro partes: são supostamente originados de vestígios do ducto de
Muller e tem pouca importância.
• Parte uterina: localiza-se na parede do útero;
• Istmo: situa-se junto ao útero. Corresponde à TUMORES BENIGNOS: adenomatoides (na subserosa ou na
porção medial, menos calibrosa e menos móvel do mesossalpinge).
órgão;
• Ampola: dilatação que se segue ao istmo e onde em TUMORES MALIGNOS: adenocarcinoma primário (massa
geral ocorre a fecundação. É a parte mais longa e tubária dominante).
calibrosa das tubas;
• Infundíbulo: extremidade da tuba, que se abre OVÁRIOS
próximo ao ovário. É nessa última porção que se
localizam as fímbrias, espécies de franjas que se Os ovários são gônadas femininas com formato e tamanho
abrem na cavidade do peritônio por meio de uma semelhantes ao de uma amêndoa, nos quais se desenvolvem
abertura denominada óstio abdominal. As fímbrias os oócitos, que são as células germinativas femininas. Eles
se movimentam, conduzindo o ovócito para o são glândulas produtoras dos hormônios sexuais. Cada
interior das tubas. ovário é suspenso por uma curta prega peritoneal ou
mesentério, chamado de mesovário, que é uma subdivisão
do ligamento largo. A superfície do ovário é revestida pela
túnica albugínea do ovário (tecido conjuntivo), que, por sua
vez, é revestida pelo mesotélio ovariano, também chamado
de epitélio germinativo (epitélio simples cúbico,
acinzentado, fosco). O ligamento suspensor do ovário se
torna contínuo com o mesovário do ligamento largo.
INFLAMAÇÕES
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Beatriz Loureiro