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Exercício 2 -proposta de correção

1. Nesta estrofe, o eu poético refere-se ao poder criador das palavras. Ao compará-las


a «um cristal» (v. 1), que se caracteriza pelo brilho, pela beleza e por ter vários lados,
o sujeito poético evoca a capacidade das palavras de terem vários sentidos (o valor
polissémico das palavras) e de poderem ser interpretadas de diferentes formas e
salienta a sua beleza, pureza e inocência. A identificação com um punhal e com um
incêndio salienta o seu poder destruidor. A identificação com um orvalho sugere a
frescura, a delicadeza e a suavidade que nelas pode existir; pode igualmente evocar
esperança (pela associação do orvalho à madrugada).

2. A metáfora presente no verso 13 salienta o entrelaçamento de sentidos que pode


existir nas palavras e o seu poder criador (por serem («tecidas … de luz», as palavras
«iluminam»). No entanto, também podem ser «a noite», isto é, podem evocar
escuridão, sofrimento, angústia, … O carácter antitético destas metáforas
(«luz»/«noite») contribui para realçar estas duas ideias e, portanto, a riqueza que
caracteriza as palavras.

3. As interrogações retóricas finais constituem um apelo do eu poético a prestar


atenção às palavras («Quem as escuta?», v. 17) e a abrir as «suas conchas puras» (v.
20), isto é, a conhecê-las verdadeiramente e a interpretá-las.

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