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INTRODUÇÃO

Olá, educador.
EU, EDUCADOR
O Programa Socioemocional dos Educadores tem por objetivo promover uma jornada formativa, com
foco no desenvolvimento integral dos educadores, considerando, sobretudo, as competências
socioemocionais.

1
Preparamos esse material, denominado “Diário de Bordo Socioemocional do Educador”, para que seja
um suporte à sua participação em cada unidade formativa da jornada. A unidade é formada pelo estudo
prévio ao encontro formativo (ANTES), pela participação no encontro (DURANTE) e pela realização de
atividades autoinstrucionais após o encontro (DEPOIS). O objetivo é que você concentre seus registros
neste diário e possa consultá-lo sempre que precisar.
Ao realizar os estudos prévios, você poderá se preparar para o encontro formativo na perspectiva da
sala de aula invertida1. Para isso, lhe convidamos a realizar leituras e a refletir sobre as suas
experiências como educador.
Para apoiar a sua participação durante o encontro formativo, preparamos um espaço de registro de
suas reflexões sobre os conteúdos que serão abordados.
Por fim, propomos algumas atividades subsequentes para serem realizadas após o encontro
formativo, dando continuidade ao investimento em seu autodesenvolvimento. São atividades
individuais e coletivas que irão convidá-lo a colocar em prática os aprendizados promovidos no
decorrer da formação. Sob a liderança do gestor ou de algum educador liderança eleito pela equipe, as
atividades coletivas podem ser realizadas na perspectiva de formação entre pares.
Para respaldar a formação e instigar o aprofundamento dos referenciais teóricos utilizados, este Diário
também disponibiliza, no final, a bibliografia utilizada em cada unidade formativa.
Esperamos que o Diário de Bordo Socioemocional do Educador apoie sua jornada de
autodesenvolvimento!
Um ótimo estudo!
Instituto Ayrton Senna

1
É um método de ensino inovador, que utiliza estratégias de aprendizagem ativa e o conceito de professor mediador. O aluno
estuda os conteúdos curriculares em casa e vai à escola para tirar dúvidas, fazer exercícios e atividades em grupo. Saiba mais
sobre esse conceito educacional em: https://www.futura.org.br/trilhas/o-que-e-sala-de-aula-invertida/.
2
UNIDADE FORMATIVA - EU, EDUCADOR
Nesta unidade formativa abordaremos o tema “Eu, educador”. Esta será uma oportunidade para você
refletir sobre o seu processo de autodesenvolvimento, por meio de práticas pautadas na metodologia
dos multiletramentos, na autopercepção e na análise de experiências. Você aprenderá sobre a
importância do desenvolvimento da macrocompetência, abertura ao novo e da escrita reflexiva para o
seu processo de formação e transformação como educador. Também poderá conhecer práticas que
oportunizam a mobilização das competências da abertura ao novo junto à equipe com a qual atua.

SUMÁRIO
Quando realizar Nº da atividade Nome da atividade Formato

ANTES ATIVIDADE 1 SE MINHA HISTÓRIA FOSSE UM FILME Individual


Registro de experiência

ANTES ATIVIDADE 2 ESTUDO SOBRE ABERTURA AO NOVO Individual


Estudo dirigido

ANTES ATIVIDADE 3 ESTUDO SOBRE MULTILETRAMENTOS Individual


Estudo dirigido

DURANTE ATIVIDADE 4 SEUS DESTAQUES GERAIS Individual


Registro

DURANTE ATIVIDADE 5 EU, EDUCADOR, ABERTO AO NOVO Individual


Autopercepção

DURANTE ATIVIDADE 6 EU, EDUCADOR, AUTOR DO MEU Individual


AUTODESENVOLVIMENTO Registro de experiência

DURANTE ATIVIDADE 7 EU, EDUCADOR, ABERTO AOS Individual


MULTILETRAMENTOS Análise de situação

DURANTE ATIVIDADE 8 AVALIAÇÃO Individual

DEPOIS ATIVIDADE 9 MEU DIÁRIO DE BORDO Individual


Autopercepção e registro
de experiência

DEPOIS ATIVIDADE 10 MEU PLANO DE AUTODESENVOLVIMENTO DE Individual


ABERTURA AO NOVO Vivencial

DEPOIS ATIVIDADE 11 UM TIME ABERTO AO NOVO Coletiva


Formação entre pares

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DEPOIS ATIVIDADE 12 ESTACIONAMENTO DE IDEIAS Coletiva
Formação entre pares

ANTES - ATIVIDADES PRÉVIAS AO ENCONTRO FORMATIVO


A preparação para o encontro formativo envolve a realização de 3 breves atividades autoinstrucionais.
Você não precisará compartilhar sua produção, por isso, sinta-se à vontade para fazer seus registros
em seu Diário de Bordo.

ATIVIDADE 1: SE MINHA HISTÓRIA FOSSE UM FILME

Objetivo Refletir sobre o seu percurso de desenvolvimento, identificando e


analisando as principais descobertas e experiências que marcaram a
sua trajetória e impactaram o seu modo de pensar, sentir, agir e ser
educador.

Duração prevista 20 minutos.

Você já parou para pensar no seu processo de (trans)formação como educador? Esse percurso, apesar
de não ser linear, é contínuo e influenciado diretamente pelas suas crenças, histórias, memórias,
experiências, saberes e descobertas. Por isso, que tal mobilizar as suas memórias e resgatar as
principais experiências e descobertas vivenciados ao longo de sua história que marcaram e
impactaram o seu modo de ser educador?
Para isso, siga os passos:
1º passo
Inicialmente, prepare-se para vivenciar esse momento de ativação de memórias. Escolha um lugar
tranquilo, em que não será interrompido. Você pode também criar um clima que favoreça esse
processo de reflexão, colocando uma música que lhe agrade, fechando os olhos, respirando fundo e
resgatando suas memórias. Procure recordar-se dos espaços, aromas, pessoas e sons presentes em
cada situação.
Algumas perguntas podem te ajudar:
● Na sua trajetória como estudante, algum educador te marcou positivamente ou negativamente,
influenciando na sua decisão de ser educador e/ou na sua forma de atuar como educador? Registre a
situação/experiência que mais te marcou, refletindo sobre o impacto dessa pessoa na sua forma de
ser e pensar.

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● Quais as três principais descobertas, obtidas ao longo de sua trajetória, que você considera que
afetaram o seu modo de ser educador? Como essas descobertas ocorreram e por que elas são
importantes para você?
● Quais as três principais experiências vivenciadas no seu percurso como educador que
transformaram o seu modo de pensar, sentir e agir?
2º passo
Agora, o convite é para colocar a mão na massa e construir uma narrativa que relate todas essas
experiências e descobertas. Esse registro é só seu, mas se desejar, você pode compartilhá-lo com
pessoas de sua confiança ou que foram importantes no seu processo de (trans)formação como
educador.

Seu espaço de narrativa!


Como seria o nome da sua história?

ATIVIDADE 2: ESTUDO SOBRE ABERTURA AO NOVO

Objetivo Conhecer a macrocompetência abertura ao novo e refletir sobre como


ela se relaciona com as suas experiências como educador.

Duração prevista 20 minutos.

A abertura ao novo é uma das macrocompetências socioemocionais que fazem parte da matriz de
competências, criada pelo Instituto Ayrton Senna, compatibilizada com os aspectos socioemocionais
presentes no conjunto das competências gerais da Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação
Inicial de Professores para a Educação Básica (BNC-Formação).

A abertura ao novo é composta pelas competências de curiosidade para aprender, imaginação


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criativa e interesse artístico. Estas competências nos convidam a buscar alternativas criativas para
desafios propostos, realizar investigações sobre temas de interesse e/ou expressar-nos considerando
princípios estéticos e sonoros. Esta visão valoriza o repertório de estudantes e professores para o
autoconhecimento, a exploração do mundo e a expressão de suas identidades e interesses.
O convite é para que você realize o estudo sobre esta macrocompetência e reflita, posteriormente,
sobre como ela se relaciona com o seu processo de autodesenvolvimento como educador.
Boa leitura!

Abertura ao novo: que macrocompetência é essa?


Abertura ao novo é a tendência a ser aberto a novas experiências estéticas, culturais e intelectuais. O
indivíduo aberto ao novo tem atitude investigativa, é curioso sobre o mundo, flexível e receptivo a
novas ideias. Aprecia manifestações artísticas e estéticas diversas, busca entender o funcionamento
das coisas em profundidade, pensa de diferentes formas e desenvolve ideias criativas e não
convencionais. Pessoas com alta abertura ao novo são mais hábeis em inovar e ter novas percepções
sobre o mundo, aprender com erros e mostrar empolgação em criar.

Professores mais abertos ao novo têm paixão por aprender, entender e explorar novas ideias.
Interessam-se por perguntas e experiências dos estudantes, se empolgam em compartilhar novos
conhecimentos e inovam suas práticas de ensino. Utilizam múltiplas estratégias para explicar o
conteúdo e criar diferentes exemplos de modo a contemplar a diversidade de estudantes em suas
muitas dimensões.

Quais são as competências relacionadas à abertura ao novo?


A macrocompetência abertura ao novo é composta por três competências socioemocionais:
curiosidade para aprender, imaginação criativa e interesse artístico.

Curiosidade para aprender Imaginação criativa Interesse artístico

É a paixão pela aprendizagem e É o "pensar fora da caixa", gerar Diz sobre valorizar e apreciar
exploração intelectual, ideias novas e interessantes, manifestações artísticas e
relacionada também a criando formas de fazer e pensar desenvolver sensibilidade para ver
investigação, à pesquisa, ao sobre as coisas por meio de beleza em suas diversas formas e
pensamento crítico e á resolução tentativa e erro, fazendo ajustes linguagens. Favorece o
de problemas. quando necessário, aprendendo desenvolvimento de formas de
com as falhas, combinando expressar ideias, pensamentos e
conhecimento e ideias. emoções.

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Estas competências nos convidam a buscar alternativas para desafios propostos, realizar
investigações sobre temas de interesse e/ou expressar-nos considerando princípios estéticos e
sonoros. Esta visão valoriza o repertório de estudantes e professores para o autoconhecimento, a
exploração do mundo e a expressão de suas identidades e interesses.

Qual a importância da abertura ao novo do professor para seu fazer docente e para a vida?
Estudos científicos trazem evidências sobre a relação entre a abertura ao novo e resultados relevantes
para a vida e prática docente. Aqui trazemos alguns deles, disponíveis na literatura.

O que encontraram os pesquisadores:


A abertura ao novo relaciona-se ao maior engajamento para promover oportunidades de aprendizado
e desenvolvimento de competências cognitivas (CHAMORRO-PREMUZIC e FURNHAM, 2004; DEYOUNG
et al., 2014; WAINWRIGHT et al., 2008; WILLIAMS et al., 2013).

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Ser aberto ao novo associa-se à maior flexibilidade na forma de pensar e agir, bem como reflete a
capacidade de adaptação a diferentes culturas (DEYOUNG et al., 2002; ONES e VISWESVARAN, 1999).

Diz respeito ao interesse e habilidade para iniciar relações sociais, envolvimento com novos
aprendizados e perspectivas (BOZIONELOS et al., 2014; SINHA e SRIVASTAVA, 2014).

Pessoas com altos níveis de abertura ao novo e engajamento com os outros tendem a buscar
oportunidades de crescimento para desenvolver sua carreira, além de sua identidade profissional
(ARORA e RANGNEKAR, 2015).

COMO DESENVOLVER ESSA MACROCOMPETÊNCIA?


Orientações gerais

A abertura ao novo está intimamente relacionada à experimentação do que é novo e à criatividade. Para
experimentar e criar coisas novas não é preciso ser gênio ou ter recursos ilimitados a sua volta. Uma
primeira dica é pensar o quão confortável você se sente em inovar; em considerar válidas diferentes
perspectivas, experiências e modos de pensar e agir das pessoas; e em desenvolver estratégias
diferentes das habituais.

Experimentar e criar coisas novas envolve levantar e testar possibilidades, usando a imaginação
criativa. Como é possível sair do convencional e pensar em novas formas de fazer algo? Não há fórmulas
mágicas, mas alguns passos podem favorecer esse processo como, por exemplo, o pensamento
divergente e convergente. Quando nos deparamos com a necessidade de desenvolver estratégias ou
soluções inovadoras e criar, usar o pensamento divergente e convergente pode ajudar.

O pensamento divergente nada mais é do que um exercício de refletir e pensar livremente sobre
determinada temática ou problema. É muito comum o utilizarmos quando fazemos um momento de
“chuva de ideias”. Assim, para pensar em soluções inovadoras, cabe usá-lo para abordar o tema central
sob diferentes ângulos e perspectivas, sem se preocupar com julgamentos ou impedimentos.

Após usar o pensamento divergente e levantar ideias, um próximo passo é migrar para o pensamento
convergente. Nesse momento, as ideias levantadas livremente são reavaliadas e pensadas de acordo
com critérios preestabelecidos como, por exemplo, os recursos disponíveis e a facilidade em adequar
as ideias às soluções possíveis.

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Buscar novidades e informações de diferentes fontes pode enriquecer o processo de pensar em
alternativas para desenvolver soluções criativas. As competências de abertura ao novo podem auxiliar
no desenvolvimento de múltiplas estratégias de ensino e aprendizagem e no engajamento dos
estudantes ao apresentar novas formas de resolver problemas e explorar assuntos.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a macrocompetência abertura ao novo, reflita e registre:

Quais pontos chamaram a sua atenção no texto?

Compartilhe uma experiência profissional em que você mobilizou cada uma das competências
da abertura ao novo.

Curiosidade para aprender

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Imaginação criativa

Interesse artístico

ATIVIDADE 3: ESTUDO SOBRE MULTILETRAMENTOS

Objetivo Conhecer a metodologia multiletramentos e refletir sobre sua


influência no seu processo de desenvolvimento como educador.

Duração prevista 20 minutos.

Para promover o desenvolvimento integral dos estudantes, tão importante quanto os professores
compartilharem dos princípios de Educação Integral, é fundamental que compartilhem de
metodologias ativas de ensino e aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento pleno dos
estudantes.

Presença Pedagógica, Aprendizagem Colaborativa, Problematização, Formação de Leitores e


Produtores de Textos na Perspectiva dos Multiletramentos e Educação por Projetos são algumas das
metodologias ativas que investem fortemente na participação ativa dos estudantes na construção de
conhecimentos e que contribuem para o desenvolvimento de competências.
O convite é para que você conheça e aprofunde os seus estudos na Formação de Leitores e Produtores
de Textos na Perspectiva dos Multiletramentos. Para isso, realize a leitura do material abaixo.

FORMAÇÃO DE LEITORES E PRODUTORES DE TEXTOS NA PERSPECTIVA DOS MULTILETRAMENTOS

Um desafio de todos os professores


É relevante que todo o currículo promova o aprimoramento das capacidades de leitura e de produção
textual dos estudantes, trabalhando textos de diferentes esferas e gêneros, diversos em linguagens,
mídias usadas e valores culturais representados.

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Dar aos estudantes condições de significar criticamente os textos que circulam nas diferentes
linguagens (a verbal e as não verbais, como as que envolvem os sons, as imagens, o movimento, o
corpo), mídias e esferas, e de produzir seus próprios textos, de modo que participem do constante
diálogo entre ideias e valores que é a vida em sociedade, constitui compromisso básico da escola.
Em outras palavras, se língua portuguesa é o componente curricular que prioritariamente forma o leitor
e o produtor textual, visando à maior inserção dos alunos nas práticas letradas, os demais
componentes curriculares também são corresponsáveis por isso e devem, dentro de suas
especificidades, trabalhar com abordagens afins. É nesse sentido que tomamos a formação de leitores
e produtores de textos na perspectiva dos multiletramentos como uma das metodologias para a
educação integral para o século 21.
Para os pesquisadores estadunidenses Cope e Kalantzis, os multiletramentos implicam práticas que
envolvem diferentes mídias e linguagens das variadas culturas. A doutora em linguística aplicada
Roxane Rojo propõe que o conceito de multiletramentos englobe a multiplicidade cultural das
populações e a multiplicidade semiótica de constituições dos textos por meio dos quais ela se informa
e se comunica (ROJO e ALMEIDA, 2012, p. 13). A pesquisadora defende um enfoque multicultural, capaz
de trazer para o currículo escolar uma abordagem pluralista das culturas.
Partindo do pressuposto de que o conhecimento é uma propriedade comum a todos os grupos
humanos, promover uma educação multicultural significa reconhecer os saberes de diferentes grupos
como equivalentes e os valores das sociedades como legítimos, na busca por estabelecer uma rede
mais horizontal de relações.
Podendo ser considerado uma “evolução” do conceito de letramentos, o termo “multiletramentos” veio
evidenciar o quanto nossa vida tem mudado em todos os âmbitos com o avanço das novas tecnologias
da informação e da comunicação: com o mundo conectado, temos mais acesso às diferentes culturas
– o que nos leva a uma posição de negociar essas diferenças cotidianamente. Além disso, com as novas
possibilidades de agregar recursos de diferentes linguagens e diferentes mídias na produção de um
texto, novos gêneros surgiram.
Considerar quem são os interlocutores, a esfera em que se situam, o gênero de que se valem e as
possíveis intencionalidades do que dizem em seus textos, sempre relacionadas aos valores que
defendem e aos lugares sociais que ocupam, é fundamental nos processos de construção de sentidos
na formação dos estudantes como leitores e produtores de texto.
Nesse contexto, entende-se o sujeito como:

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Cabe, portanto, à escola, favorecer a abordagem crítica, interessada nos textos e em seus contextos,
em suas lacunas e intencionalidades, de modo a garantir que, para além de meros usuários funcionais
das novas linguagens, os estudantes sejam criadores de sentidos, analistas críticos e transformadores
delas, atrelando à competência técnica a competência discursiva. Em outras palavras, cabe à escola
criar condições para que os estudantes se reconheçam como protagonistas no processo de atribuição
e construção de sentidos.

7 Pontos para lembrar sobre formação de leitores e produtores de textos na perspectiva dos
multiletramentos

1. O compromisso com os multiletramentos apoia-se na compreensão de que a linguagem é interação.


Isto é: os sujeitos agem sobre si e sobre a realidade por meio dos textos que produzem, que trazem a
marca de seus posicionamentos em relação às coisas do mundo (produção discursiva).
2. As novas condições de produção discursiva convocam a escola a repensar o trabalho a ser feito com
as linguagens, contemplando textos de diferentes esferas, gêneros, linguagens e valores culturais.
3. Quanto maior a diversidade de práticas escolares envolvendo uma ampla gama de textos, em
situações significativas de aprendizagem, maiores as possibilidades de inserção crítica dos jovens nas
situações sociais de usos das diferentes linguagens.
4. Trabalhar com textos multissemióticos (com várias linguagens) e híbridos requer investimento nas
capacidades críticas de leitura: recuperação do contexto de produção do texto; definição de
finalidades e metas da atividade de leitura; percepção de diálogos entre diferentes textos e das
relações entre os discursos produzidos (percepção dos valores que sustentam as ideias dos textos),
percepção de outras linguagens, elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas, elaboração de
apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos.
5. Também importam os processos de autoria, em que os estudantes possam ter vivências
significativas de produção textual, para leitores/ouvintes/espectadores reais.

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6. Não é o uso das novas tecnologias por si só que favorecerá os multiletramentos, mas o uso crítico
delas, interessado em ensinar/aprender os novos códigos, o funcionamento das novas mídias, as novas
práticas de autoria e circulação de textos, em favor da democratização das novas formas de produção
discursiva.
7. Além da diversidade de linguagens, um ponto fundamental dos multiletramentos é garantir uma
visão plural de mundo, com textos e produções que remetam a diferentes grupos sociais e seus valores
culturais.
Depois de se apropriar do conceito, vale notar que, apesar da Formação de Leitores e Produtores de
Textos na Perspectiva dos Multiletramentos ser uma metodologia voltada para o trabalho com
estudantes, ela pode ser transposta para o contexto de aprendizagem do adulto, utilizada no seu dia a
dia de educador para ampliação do seu repertório cultural e criativo. Vamos refletir sobre essa
metodologia? Responda as questões abaixo:

Quais pontos chamaram a sua atenção no texto?

Agora, que tal realizar um exercício de autopercepção e refletir sobre a contribuição dos
multiletramentos no seu processo de desenvolvimento como educador? Para isso, responda as
questões:
Qual filme impactou minha visão de educação?

Qual música representa a minha prática?

Qual livro impactou de forma mais significativa no meu autodesenvolvimento?

Como a tecnologia influencia a minha prática?

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Quais linguagens contemplo no meu trabalho com os alunos?

Quais culturas contemplo no meu fazer pedagógico?

Como pratico a autoria em meu cotidiano como educador?

A partir dessa análise, como a metodologia multiletramentos favorece o seu


autodesenvolvimento como educador? Quais espaços de uso da metodologia você enxerga que
possui em sua prática pedagógica e no seu processo formativo?

DURANTE - ATIVIDADES DO ENCONTRO FORMATIVO


Chegou o momento de nos encontrarmos sincronicamente! Preparamos esta sessão do Diário de
Bordo para que você possa realizar seus registros durante a formação. Então não deixe de providenciar
uma versão impressa ou online deste material para utilizar no encontro. A intenção é tornar a sua
experiência formativa a mais produtiva e consistente possível!

ATIVIDADE 4: DESTAQUES GERAIS

Este espaço foi especialmente preparado para você registrar os pontos que chamaram a sua atenção
durante a formação.

Dica: Lembre-se que quanto mais você anotar, mais subsídios você terá para dar continuidade ao
seu processo de estudo e autodesenvolvimento!

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Registre os pontos que te chamaram atenção durante o encontro e que poderão ser retomados por
você em seus estudos.

ATIVIDADE 5: EU, EDUCADOR, ABERTO AO NOVO

Atividade

Objetivo Refletir sobre as características e comportamentos de um educador


aberto ao novo.

Duração prevista 15 minutos.

Você deverá construir uma persona (personagem fictício) que represente um educador com abertura
ao novo desenvolvida.

Etapa 1
Para isso, realize uma chuva de ideias para responder às seguintes questões. Cada questão deverá
ser respondida com pelo menos 3 ideias.

Ideias

O que o pensa o educador aberto ao novo? 1-

2-

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3-

O que sente o educador aberto ao novo? 1-

2-

3-

O que o educador aberto ao novo faz? 1-

2-

3-

Por onde anda o educador aberto ao novo? 1-

2-

3-

Dica:

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Acompanhe algumas regras de ouro para a realização de uma boa chuva de ideias:
 Pensar livremente e “fora da caixa”! Toda ideia é bem-vinda e nessa etapa não existem más ideias. O
movimento é deixar o conservadorismo e o julgamento de lado.
 Priorizar a quantidade e não a qualidade das ideias.
 Anotar todas as ideias, dando asas aos seus pensamentos!

Etapa 2
Agora, o time deverá selecionar apenas uma resposta/ideia para responder cada questão:

Questão Ideia

O que o pensa o educador aberto ao novo?

O que sente o educador aberto ao novo?

O que o educador aberto ao novo faz?

Por onde anda o educador aberto ao novo?

ATIVIDADE 6: EU, EDUCADOR, AUTOR DO MEU AUTODESENVOLVIMENTO

Atividade colaborativa

Objetivo Refletir sobre o papel da escrita no seu processo de


autodesenvolvimento.

Duração prevista 5 minutos.

Você tem o hábito de escrever sobre as suas experiências? Você tem ou já teve um diário de bordo?

O diário de bordo é uma ferramenta de escrita reflexiva que convida o educador a escrever sobre si,
suas histórias, vivências, marcas, experiências, emoções… Ao escrever, é possível distanciar-se e

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analisar as experiências vividas a partir de outra perspectiva, investigando a si próprio e sua prática
pedagógica.

O convite é para refletir coletivamente sobre como podemos fazer um uso potente dessa ferramenta
para fomentar a abertura ao novo do educador e seu autodesenvolvimento, completando a seguinte
frase:

“O educador aberto ao novo e comprometido com o seu autodesenvolvimento, ao adotar o diário


de bordo…”

ATIVIDADE 7: EU, EDUCADOR, ABERTO AOS MULTILETRAMENTOS

Atividade

Objetivo Identificar práticas da metodologia multiletramentos que podem


colaborar para o autodesenvolvimento e abertura ao novo do
educador.

Duração prevista 5 minutos.

A metodologia dos multiletramentos, quando transposta para o desenvolvimento do adulto, convida o


educador a experienciar textos de diferentes esferas e gêneros, linguagens, mídias e culturas,
favorecendo a ampliação de repertórios e visão de mundo do educador.
Diante disso:

Registre pelo menos três práticas de um educador aberto ao novo que adota os
multiletramentos para potencializar o seu autodesenvolvimento.

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ATIVIDADE 8: AVALIAÇÃO

Utilize o QRcode abaixo para avaliar o encontro formativo de que acabou de participar.

DEPOIS - ATIVIDADES SUBSEQUENTES AO ENCONTRO FORMATIVO

Depois de realizar os estudos prévios e vivenciar o encontro formativo, esperamos que você tenha
percebido a relevância de investir no seu autodesenvolvimento e mobilizar e desenvolver a
macrocompetência abertura ao novo, por meio de práticas pautadas nos multiletramentos e na escrita
reflexiva.
As atividades subsequentes ao encontro formativo te impulsionam a colocar em prática o que você
aprendeu. Elas favorecem o seu autodesenvolvimento e o desenvolvimento da equipe com a qual atua.
Então, a seguir, você encontra uma proposta de duas atividades individuais e duas para serem
realizadas em grupo, na unidade escolar, sob a liderança de um gestor ou um responsável.

ATIVIDADE 9: MEU DIÁRIO DE BORDO

Objetivo Significar o uso do diário de bordo e a escrita reflexiva em sua rotina


profissional.

Duração prevista 30 minutos.

Agora que você conhece o potencial da escrita reflexiva e do diário de bordo para o seu
autodesenvolvimento e para a mobilização da sua abertura ao novo, convidamos você a adotar e a
customizar o seu diário de bordo. Para isso, siga os passos:
1) O Diário de Bordo é uma ferramenta pessoal do educador. Por isso, que tal deixá-lo com a sua
“cara”, customizando a sua capa? Esse exercício irá mobilizar também o seu interesse artístico e sua
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imaginação criativa. Por isso, dê asas à sua imaginação e represente na capa do diário o significado
que essa ferramenta terá em seu processo formativo.
2) Em seguida, escreva na primeira página do seu diário uma lista de combinados, com você mesmo,
para incorporar esse instrumento em sua rotina de forma potente. Você pode indicar quando irá utilizá-
lo, em quais situações, o que pretende escrever e de que forma buscará fomentar o desenvolvimento
da sua abertura ao novo com apoio deste instrumento.
3) Agora, chega a hora de preencher as páginas em branco e registrar suas experiências, memórias,
sentimentos, desafios, conquistas… Caneta e diário nas mãos? Boas reflexões!

Reflita sobre como foi a experiência de customizar, pensar o uso e estrear o seu Diário de Bordo.
O que você sentiu nesse processo? O que aprendeu com a sua escrita?

ATIVIDADE 10: MEU PLANO DE AUTODESENVOLVIMENTO DE ABERTURA AO NOVO

Objetivo Realizar uma autopercepção de sua abertura ao novo e elaborar um


plano para desenvolvê-la.

Duração prevista 30 minutos.

ETAPA 1
Como anda a sua abertura ao novo? Que tal realizar uma atividade que lhe permitirá mapeá-la e
conhecer caminhos para aprimorá-la?
Analise os comportamentos, atitudes e habilidades e reflita sobre como os têm praticado em sua vida
profissional. Eleja a opção em que mais se reconhece abaixo.

Comportamentos, atitudes e habilidades Faço com Raramente Nunca


frequência faço experimentei

Diante de situações inusitadas e desafiadoras, busco


repertórios novos para lidar com elas.

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Investigo diferentes fontes, referenciais e
posicionamentos para confrontá-los e ampliar o
conhecimento.
Procuro sair da minha zona de conforto para conhecer
novas tendências e linguagens artísticas.
Experiencio manifestações artísticas e intelectuais
diversas, contemplando os múltiplos saberes e
vivências culturais.
Procuro realizar ações cotidianas de formas
diferentes.
Vejo situações novas como oportunidades de inovar e
aprender.

Para refletir!
Acompanhe o feedback sobre os comportamentos, atitudes e habilidades que colocam em prática a
sua abertura ao novo. Para as práticas que:

Faço com frequência: Que bom que frequentemente você pratica estes comportamentos e atitudes
que dizem respeito à capacidade de uma pessoa de estar aberta a novas tendências estéticas,
culturais e intelectuais, de ser curiosa, ter imaginação e valorizar a diversidade de saberes e vivências
culturais! São atitudes e comportamentos que ajudam muito a lidar com situações inusitadas ou
experiências que podem significar mudanças na vida das pessoas e exigir delas flexibilidade e
adaptações. Mas o que você pode aprender com o que já é bom e intensificar para ficar ainda melhor?
E que tal pensar em como apoiar as pessoas próximas a você a também desenvolverem essas
competências?

Raramente faço ou nunca experimentei: O que lhe impede de praticar estes comportamentos e
atitudes frequentemente? Eram desconhecidos ou você não se sente confortável em exercitá-los?
Adotar práticas da abertura ao novo pode parecer difícil, mas é importante desmistificar esta ideia. A
abertura ao novo está intimamente relacionada à experimentação do que é novo e à criatividade em
ações cotidianas, não é preciso ser gênio ou ter recursos ilimitados a sua volta! Uma primeira dica é
pensar o quão confortável você se sente em inovar, em considerar válidas diferentes perspectivas,
experiências e modos de pensar e agir das pessoas, e desenvolver estratégias diferentes das habituais.
Por isso, que tal se desafiar para colocar em ação algumas das práticas que você ainda não
experimentou ou que pratica raramente?

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ETAPA 2
Agora que você mapeou a sua abertura ao novo, convidamos a revisitar as atividades e registros que
realizou antes e durante o encontro formativo e projetar algumas ações que deseja empreender para
ser um educador mais aberto ao novo.
Considerando tudo que foi trabalhado até aqui, quais atitudes, comportamentos e ações você pode
intencionalmente praticar em seu cotidiano profissional?

Atitudes,
comportamentos e Como irei realizar? Com que frequência? Qual o prazo?
ações

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ATIVIDADE 11: UM TIME ABERTO AO NOVO

Objetivo Planejar uma ação que favoreça o desenvolvimento da abertura ao


novo e dos multiletramentos de sua equipe escolar ou profissional.

Duração prevista 40 minutos.

Agora que nos aprofundamos na macrocompetência abertura ao novo e no conhecimento sobre


multiletramentos, que tal identificar e realizar práticas coletivas que favoreçam o desenvolvimento da
equipe escolar/profissional?
Por exemplo, você pode convidar os educadores de seu meio profissional (escola, diretoria de ensino)
para depositarem em uma urna ideias do que gostariam de aprender, apreciar ou criar coletivamente,
colocando em prática, assim, as competências curiosidade para aprender, interesse artístico e
imaginação criativa. Pode ser estabelecida uma frequência mensal, quinzenal ou semestral para
sortear uma dessas ideias e explorá-las coletivamente em reuniões pedagógicas.
Sinta-se à vontade para criar suas estratégias de planejamento e acompanhamento, de acordo com o
contexto em que está inserido.
Sugestão de quadro de planejamento:

Ações para
desenvolver Com quem
Como irei Com que
Enfoque abertura ao posso
realizar? frequência? Qual o prazo?
novo com sua contar?
equipe

Interesse
artístico

Curiosidade
para aprender

Imaginação
criativa

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Registre a execução das ações planejadas, construa um portfólio de registro coletivo e compartilhe
com a comunidade escolar.

ATIVIDADE 10: ESTACIONAMENTO DE IDEIAS

Objetivo Construir coletivamente, com a equipe escolar/profissional, um


estacionamento de ideias ou situações a serem experienciadas pelo
time pela primeira vez.

Duração prevista 20 minutos.

Quando foi a última vez que você viveu algo pela primeira vez? E quando foi a última vez que você viveu
algo pela primeira vez junto com a sua equipe profissional?
O convite é para construir um estacionamento de ideias de experiências a serem vividas pela primeira
vez com a sua equipe, mobilizando coletivamente as competências da abertura ao novo.
Inicialmente, convide a sua equipe a colocar o pensamento divergente em ação e realizar uma chuva
de ideias, tendo como ponto de partida a seguinte questão:
“O que quero ver, ouvir, sentir e vivenciar pela primeira vez junto com meus colegas?”
Mobilize o seu time a pensar livremente e “fora da caixa”! O movimento é abrir espaço para a ousadia!
Procure reservar 10 minutos para a realização dessa etapa.

Registre as ideias:

O próximo passo é migrar para o pensamento convergente. Nesse momento, as ideias levantadas
livremente são reavaliadas e pensadas de acordo com critérios preestabelecidos pelo grupo como,
por exemplo, os recursos disponíveis e facilidade em adequar as ideias ao contexto de todos. Entrem
em um consenso e selecionem todas as ideias que irão colocar juntos em prática, registrando em um
mural que servirá como estacionamento de ideias.

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ESTACIONAMENTO DE IDEIAS

Agora, é abrir-se para essas experiências e aprender coletivamente com o “novo”!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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