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25/08/2020 Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não ficar estudando sozinho a distância – Horizontes

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Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não car estudando sozinho a
distância

Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para


o aluno não car estudando sozinho a distância
 Mariano Pimentel  2 de junho de 2020

Por: Mariano Pimentel; Felipe da Silva Ponte de Carvalho (2/6/2020)


Edição: Renata Araujo
Ilustrações: Monica Lopes (do canal IlustrAqui)*
Revisão: Alvanisio Damasceno

No texto de abertura desta série sobre “Princípios da Educação Online” (PIMENTEL;


CARVALHO, 2020), apontamos que, na Educação Online, a aprendizagem é em rede,
colaborativa. Esse princípio se contrapõe à aprendizagem individualista típica da abordagem
instrucionista-massiva frequentemente adotada na Educação a Distância (EAD), na qual o
aluno interage predominantemente com os conteúdos da disciplina. Na perspectiva da

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Educação Online, como aqui temos caracterizado, partimos do reconhecimento de que


somos atravessados por processos formativos de múltiplas redes educativas (ALVES, 2017) e
do reconhecimento de que aprendemos em rede. Queremos, no presente texto, justificar
esse princípio. Para isso, partimos dos estudos ciberculturais (LÉVY, 1999; LEMOS, 2009;
SANTAELLA, 2013; CASTELLS, 1999), levando em consideração o cenário social e técnico de
nosso tempo. Também justificamos esse princípio a partir de um ideário pedagógico e de
fundamentos de teorias de aprendizagem. Terminamos refletindo sobre o que os estudantes
disseram sobre a aprendizagem colaborativa experienciada na modalidade a distância.

Por que a cibercultura nos leva a pensarpraticar a


aprendizagem em rede?

A cibercultura emerge da passagem da Sociedade Industrial para a nossa atual Sociedade em


Rede, da Informação, da Comunicação, do Conhecimento, Conectada, Digital, Pós-industrial –
seja lá qual for o nome que irá caracterizar a nossa sociedade contemporânea, o que todas
essas denominações apontam é para uma transformação radical, uma verdadeira revolução

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que estamos vivenciando em decorrência do desenvolvimento e popularização das redes de


computadores, uma tecnologia disruptiva que tem modificado não apenas hábitos e formas
de agir, mas está gerando profundas transformações em praticamente todas as áreas da
experiência cotidiana, de nossos modos de ser e estar no mundo (NICOLACI-DA-COSTA;
PIMENTEL, 2011; NICOLACI-DA-COSTA, 2000; NICOLACI-DA-COSTA, 1998).

A cibercultura pode ser caracterizada a partir de alguns princípios, sendo um deles a


“conexão generalizada em rede”, que tem como pressuposto a ideia de que “é preciso emitir
em rede, entrar em conexão com outros, produzir sinergias, trocar pedaços de informação,
circular, distribuir […] vemos crescer as formas de produção e o consumo informacional pela
produção livre, pela circulação e por processos colaborativos” (LEMOS, 2009, p. 38-39). A
conexão generalizada em rede potencializa a emergência de grupos e de comunidades
online, que vêm possibilitando processos formativos em rede por meio da aprendizagem
colaborativa: “O ponto principal aqui é a mudança qualitativa nos processos de
aprendizagem. […] A direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da
inteligência coletiva no domínio educativo, é a da aprendizagem cooperativa.” (LÉVY, 1999,
p.170-171)

Reconhecemos um anacronismo entre a cultura contemporânea e o sistema educacional, que


está fundamentado nos princípios tayloristas emergentes na Sociedade Industrial e que toma
a fábrica como modelo para pensar a escola (SILVA, 2002). Esse modelo de escola e sua
abordagem pedagógica tecnicista-instrucionista-comportamentalista-disciplinar-
descontextualizada-seriada-massiva estão se tornando cada vez mais insustentáveis em
tempos de cibercultura.

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“Prefeitura do Rio compara escola a linha de produção em propaganda e é criticada”


(Fonte: Último Segundo – iG, 09/12/2014)

Pesquisadores vêm apontando que o sistema educacional entra em simbiose com o modo
de ser e estar em sociedade. Numa apresentação sobre a “Educação 3.0” (LENGEL, 2013), foi
retratado o alinhamento entre o ambiente de trabalho e o sistema educacional de cada
espaço-tempo social, com o objetivo de denunciar que a nossa escola atual ainda carrega as
marcas da sociedade industrial e, dessa maneira, encontra-se em dessintonia com as práticas
laborais e o ambiente de trabalho característicos de nossa época:

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Destacamos, contudo, que o papel da Educação não é formar apenas para o mercado de
trabalho. Compreendemos que a Educação é um meio para promover a apropriação de uma
dada cultura, seus conhecimentos, práticas, valores, costumes, condutas, artefatos… Por isso,
a escola precisa estar alinhada com a cultura contemporânea, sendo que as práticas laborais
também fazem parte da cultura, como também os meios de comunicação, os
desenvolvimentos tecnológicos, as ciências, as artes, a moda, a estética, a política, a
economia, os modos de produção-distribuição-consumo etc.

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Fonte: HAPNER et al., 1980 (p.92-93)

Compreendemos a escola como uma importante “peça da engrenagem” da sociedade;


contudo, não estamos dizendo que a finalidade da escola seja apenas perpetuar a cultura e
seus sistemas opressores. Reconhecemos a complexidade da Educação e compreendemos
que a escola deve contribuir também para criticar e transformar a cultura e a sociedade em
que está inserida (ARAUJO; PIMENTEL, 2020).

As tecnologias digitais em rede implicam a


aprendizagem em rede?
As tecnologias digitais em rede – incluindo os computadores em rede e os sistemas
computacionais que potencializam as interações sociais (web social, redes sociais, sistemas
colaborativos, serviços de comunicação, mídias sociais etc.) – vêm modificando nossas
concepções e práticas no campo educacional.

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A História da Informática na Educação no Brasil:  uma narrativa em construção (ELIA,


2020)

Podemos reconhecer que os computadores são usados na Educação a partir de três


concepções distintas sobre a sua finalidade: como máquina de ensinar, como ferramenta de
autoria e como meio de interação social.

É certo que a Educação a Distância foi e continua sendo impulsionada pelos computadores
em rede, pela popularização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Contudo,
apesar das tecnologias digitais em rede terem potência para promover a interação social, no
contexto da EAD essas tecnologias são geralmente usadas como um meio de difusão de
conteúdos. Nessa perspectiva, os computadores em rede representam uma “evolução” das
mídias, que inauguraram uma terceira geração da Educação a Distância, mas não

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modificaram o modelo de comunicação de massa, predominantemente unidirecional, típico


das gerações predecessoras (SANTOS, 2009).

As práticas tecnicistas (SAVIANE, 1986) em rede têm deixado muitos professores de cabelo
em pé, inclusive nós, autores deste artigo. Velhas práticas pedagógicas, já combatidas no
campo educacional, hoje estão revestidas pelas TIC, que dão suporte ao “neotecnicismo”
(FREITAS, 2013). São essas mesmas tecnologias que também dão suporte à concepção da
Educação Online, com aprendizagem em rede, colaborativa, usadas numa perspectiva pós-
massiva, para promover a interatividade, com inspiração em práticas da cibercultura. Não há,
portanto, um determinismo tecnológico, pois as mesmas tecnologias estão sendo
apropriadas para efetivar diferentes perspectivas didático-pedagógicas.

A partir desses fundamentos, conseguimos dar uma resposta para a questão que intitula esta
seção: as tecnologias digitais em rede implicam a aprendizagem em rede? Acho que você já
sabe a nossa resposta: NÃO. Temos visto as redes de computadores serem usadas tanto
como uma mídia de massa para promover o neotecnicismo quanto para promover a
aprendizagem em rede, colaborativa.

Colaboração, interatividade, dialógica, autonomia, democracia e diversidade são alguns dos


princípios que fazem parte de um ideário pedagógico que temos perseguido por mais de
cem anos e que, talvez pelo viés das tecnologias digitais em rede, encontraremos um meio
para colocá-lo em prática (NÓVOA, 2015). Ou talvez não.

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Fonte: https://www.facebook.com/watch/?v=766881440068891 [7min]

Partimos do pressuposto de que, para pensarfazer a Educação Online, é preciso dialogar com
o cotidiano do aprendente e compreender as suas práticas de cultura, envolvê-lo em
processos formativos por meio de cocriações, com conteúdos e atividades que promovam a
tecedura de conhecimentos na relação todos com todos. Queremos valorizar as redes em vez
do individualismo moderno, a colaboração em vez da competição, a horizontalidade em vez
da hierarquia, a coordenação-mediação em vez do comando-controle, o trabalho intelectual
em vez do repetitivo, a criatividade-invenção em vez da memorização-repetição, a dialógica-
negociação em vez da disciplina.

Temos um cenário tecnológico que dá suporte e potencializa esse ideário pedagógico; e


vivemos uma (ciber)cultura que nos demanda estar em rede, trabalhar em grupo. É
considerando esse cenário sociotécnico que a aprendizagem colaborativa, em rede, vem
ganhando cada vez mais visibilidade.

Mas aprendizagem não é um processo individual?

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Costumamos destacar, da colaboração, três dimensões: a comunicação, caracterizada pela


troca de mensagens, pela argumentação e pela negociação entre pessoas; a coordenação,
caracterizada pelo gerenciamento de pessoas, atividades e recursos; e a cooperação,
caracterizada pela atuação conjunta num espaço compartilhado para a produção de
artefatos ou informações (ELLIS; GIBBIS; REIN, 1991; FUKS et al., 2011; VIVACQUA; GARCIA,
2011). Nessa perspectiva, o professor assume o papel de um coordenador-mediador da
turma, responsável por arquitetar situações de aprendizagem que visam a promover a
interatividade entre todos (comunicação), a coautoria e a cocriação de conhecimentos
(cooperação).

A mudança mais significativa de uma aula instrucionista para uma experiência de


aprendizagem colaborativa está relacionada aos papéis assumidos por alunos e professores:
AMBOS são tecedores de conhecimentos no processo formativo; o que requer uma
reconfiguração da estrutura hierárquica e das relações de poder entre professor e aluno. Para
promover a aprendizagem colaborativa, é preciso uma mediação docente ativa (SANTOS;
CARVALHO; PIMENTEL, 2018) que promova a interatividade (SILVA; 2000), a conversação
(PIMENTEL; ARAUJO, 2020a), a avaliação formativa e colaborativa (SANTOS; LIMA, 2016). No
quadro a seguir, destacamos algumas das diferenças entre a aprendizagem colaborativa e a
aprendizagem individualista (com base em CAMPOS et al., 2003; SANTORO, PIMENTEL, 2009;
CASTRO; MENEZES, 2011; BORGES, 2011; SOUZA; SAMPAIO; COSTA; ESTEVES, 2011):

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D-04 - Lev Vigotski - Desenvolvimento da lin…


lin…

Fonte: https://youtu.be/_BZtQf5NcvE

Vygotsky descobriu que, para melhorar o nível da aprendizagem, mais do que o indivíduo
agir sobre o meio, precisava inter-agir. Para ele, todo sujeito adquire seus conhecimentos
a partir de relações interpessoais, de troca com o meio, por isso é chamado de
interativo. Vygotsky afirma que, aquilo que parece individual na pessoa, é, na
verdade, resultado da construção da sua relação com o outro, um outro coletivo,
que vincula a cultura. As características e atitudes individuais estão profundamente
impregnadas das trocas com o coletivo e justamente é ali, no palco da cultura, dos
seus valores, da negociação de sentidos tramada pelos grupos sociais, que se constrói e
se internaliza o conhecimento. (UNIVESP, s.d.)

Aprendizagem colaborativa é uma abordagem pedagógica na qual, por meio do estudo em


grupo, pela troca entre os pares, as pessoas envolvidas aprendem tecendo saberes juntas.
Essa abordagem inspira-se na colaboração, que é a realização em grupo de um trabalho
visando a alcançar um objetivo comum (PIMENTEL; FUKS, 2011; BARROS, 1994).

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Aprendizagem Colaborativa Aprendizagem Individualista

Estudo em grupo, em colaboração com Estudo sozinho, em competição com os


os colegas da turma demais da turma

Aprendizagem decorrente da
Aprendizagem decorrente da recepção-
interatividade, construção ativa e
assimilação, repetição e memorização
investigativa

Atividades repetitivas, questionários e


Atividades autorais e discussões
exercícios de fixação

Professor atua como Professor atua como


mediador/coordenador/líder palestrante/certificador/chefe

Conhecimento aberto a intervenções, a Conhecimento fechado, a ser apreendido


ser tecido por meio da interação social de conteúdos e de apresentações do
(interatividade), por diferentes pontos de professor, de um ponto de vista único (do
vista autor/professor)

Ênfase no processo, Ênfase no produto,


na participação-colaboração, nos conteúdos memorizados,
na tecedura coletiva de saberes na capacidade de repetição

Avaliação continuada, formativa e Avaliação pontual, somativa e realizada


realizada colaborativamente pelo professor

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A aprendizagem colaborativa está fundamentada nas seguintes tendências pedagógicas e


teorias de aprendizagem: “a) Movimento da Escola Nova; b) Teorias da Epistemologia
Genética de Piaget; c) Teoria Sociocultural de Vygotsky; d) Pedagogia Progressista.” (TORRES;
IRALA, 2014, p. 70). Pesquisadores (FREITAS; FREITAS, 2003, p.21 apud TORRES; IRALA, 2014,
p.89) apontam alguns benefícios em se empregar a aprendizagem colaborativa, como os
listados a seguir:

1. Melhoria das aprendizagens na escola;

2. Melhoria das relações interpessoais;

3. Melhoria da autoestima;

4. Melhoria das competências no pensamento crítico;

5. Maior capacidade em aceitar as perspectivas dos outros;

6. Maior motivação intrínseca;

7. Maior número de atitudes positivas para com as disciplinas estudadas, a escola, os


professores e os colegas;

8. Menos problemas disciplinares, uma vez que ocorrem mais tentativas de resolução
dos problemas de conflitos pessoais;

9. Aquisição das competências necessárias para trabalhar com os outros;

10. Menor tendência para faltar à escola.

O que os estudantes acharam da aprendizagem


colaborativa realizada na modalidade a distância?
Buscamos promover a colaboração em todas as disciplinas que lecionamos, tanto no
presencial quanto na modalidade a distância. Elaboramos situações de aprendizagem para
potencializar a colaboração na turma: conversação em grupo, discussões e debates,
dinâmicas de grupo, trabalhos em grupo, coautorias e cocriações, apresentação dos
trabalhos dos estudantes para a turma, revisão entre pares, avaliação colaborativa, entre
outras situações que visam a criar oportunidades para a tecedura conjunta de saberes por
meio de múltiplos olhares, trocas de informações, partilhas de experiências, negociação de
sentidos etc.

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Sim, as tecnologias digitais em rede possibilitam a conversação online, mas sabemos que
uma conversa flui mais naturalmente quando há o olho no olho (KOCK 2001, 2004); sim,
sabemos que essas tecnologias possibilitam estar presente sem estar fisicamente no mesmo
lugar, mas há limitações para se trabalhar remotamente (MEIRA, 2010, parte 1, parte 2,  parte
3). Compreendemos as limitações e os prejuízos, não estamos colocando isso em dúvida. O
que precisamos nos questionar é se os estudantes que estão na modalidade a distância (seja
por opção, falta de opção ou como única opção, como ocorreu durante a pandemia da
COVID-19 [PIMENTEL; ARAUJO, 2020b]) preferem estudar sozinhos ou em rede.

Dando continuidade a uma pesquisa anterior realizada na disciplina “Informática na


Educação” do curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância (UNIRIO/CEDERJ/UAB)
(PIMENTEL, 2018), ao final do segundo semestre de 2017, perguntamos (eu, primeiro autor, e
os professores online da disciplina) aos estudantes: “O que você achou da colaboração
com os colegas da turma estabelecida nesta disciplina?”. Obtivemos uma enxurrada de
respostas positivas (estão sem nome as declarações dos que preferiram ficar em anonimato
para garantir a privacidade; e estão revelados os nomes de quem preferiu que a autoria das
declarações fosse reconhecida):

Muito bom. Como estudamos em EAD, muitas vezes não temos a oportunidade de ter
contato com quem estudamos, e nessa matéria foi diferente, conheci até algumas
pessoas, mesmo que por Facebook (Isabella).
 
Gostei dessa interação; foi um desafio, pois tivemos que nos adequar à realidade dos
colegas. Alguns moravam em outra cidade, então tivemos que adaptar e utilizar as
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tecnologias para nos comunicar e diminuir a distância para realizar as atividades em


grupo, e, como ninguém pensa igual, adequar as ideias até chegar a um ponto em
comum não foi fácil, mas foi bem satisfatório ao final (Rafaella).
 
Muito bom. Através da produção dos colegas, você tem a oportunidade de fazer
uma reflexão sobre sua própria produção, tendo uma ideia se está no caminho certo,
ou não ( ).
 
Muito prazerosa a relação e a reflexão de significados e opiniões diferente ( ).
 
Muito válida, acho que cursos a distância devem incentivar interações como as que
aconteceram. São contribuições que nos enriquecem bastante ( ).
 
Acrescentou muito aos meus conhecimentos. Compartilhar ideias e debatê-las foi
importante para o meu amadurecimento neste campo de saber ( ).
 
De grande valor, pois foi possível nos conhecermos melhor e um apoiou o outro,
ajudando na conclusão dessa disciplina (Fabrícia).
 
Muito boa, teve bastante interação. O que eu acho fundamental para se estabelecer
uma relação, principalmente porque fazemos esse curso a distância, nos
aproximou muito ( ).

A falas dos alunos-respondentes nos fazem refletir sobre o valor da aprendizagem


colaborativa na EAD. O relacionamento social no contexto de um curso a distância foi
recorrentemente apontado pelos alunos como muito importante, tendo os respondentes
mencionado a promoção da socialização, dos relacionamentos, o conhecer os colegas da
turma, a aproximação, o apoio mútuo, a união… sentir-se parte de uma turma, estar em
grupo, “ajuda na conclusão da disciplina”, ajuda a combater a percepção de estar estudando
sozinho (uma das causas da evasão na EAD). As declarações também nos fazem atentar para
a importância das emoções no contexto da EAD: prazeroso, interessante, legal, animado…
Também reconhecemos, a partir dessas respostas, o valor do tecer em rede os saberes, pois
os alunos destacaram a importância da reflexão ampliada pela troca de ideias, pelos
diferentes pontos de vista, pelas autorias dos colegas, um tirando a dúvida do outro e
também exigindo a negociação de sentidos, dado que “ninguém pensa igual”, tudo levando
a um “amadurecimento neste campo de saber”. São tantos os aspectos positivos que, nas
palavras de um aluno-respondente, os “cursos a distância devem incentivar interações como
as que aconteceram”.

Contudo, nem todos consideraram tudo positivo. Das 117 respostas obtidas, 8 respostas, que
estão listadas a seguir, apontaram algum problema ou insatisfação com a aprendizagem

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colaborativa:

Muito complicado formar um grupo (Rosemary).


 
Pouca participação ( ).
 
Não achei que teve tanto contato ( ).
 
Não houve ( ).
 
Infelizmente, estou percebendo que os demais estudantes não fazem laços de amizade,
solidariedade, companheirismo. É como se fosse uma sobrevivência na selva, onde se
salva o mais forte. Tenho sentido que o nível superior nos faz menos sensíveis, menos
preocupados com o próximo (Josiane).
 
Foi boa, mas poderia ter sido melhor se eu tivesse participado mais (Carmem).
 
Interessante a proposta, mas não tenho tempo ( ).
 
Em se tratando de um curso a distância, trabalhos em grupo sempre são mais difíceis.
Nunca nos reunimos fisicamente, exceto em dias de provas. Moramos longe, cada um tem
um horário de trabalho diferente. Então acaba que cada um faz sua parte individualmente
e juntamos no fim. Não achei tão dinâmico ( ).

A partir dessas declarações, compreendemos que alguns alunos ficaram um pouco frustrados
achando que, na disciplina, ou não houve ou deveria ter havido ainda mais colaboração,
participação e contato, para possibilitar fazer mais “laços de amizade, solidariedade,
companheirismo”. Essas declarações nos levam a querer melhorar, cada vez mais, a
experiência colaborativa na disciplina. Contudo, a realização da aprendizagem colaborativa
na modalidade a distância é mais difícil do que na modalidade presencial, precisamos
reconhecer: “nunca nos reunimos fisicamente”, “moramos longe”, “cada um tem um horário
de trabalho diferente”…  Reconhecemos que aprender em rede requer participação,
dedicação e “tempo”, e nem todos estão dispostos a realizar esses investimentos na própria
formação. Para colaborar é preciso que os envolvidos entrem em acordos, o que exige se
encontrar (ainda que remotamente) para conversar e negociar, disputar micropoderes,
coordenar a ação de todos os membros do grupo, trabalhar com o outro… e, face às
dificuldades para “formar um grupo” e “trabalhar em grupo”, uns adotam a tática de “que
cada um faz sua parte individualmente e juntamos no fim”, não havendo, nesse caso, a
verdadeira colaboração, a troca e a parceria que desejávamos promover.

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O que temos concluído é que promover a colaboração na modalidade a distância é ainda


mais importante do que no presencial, em que o convívio no mesmo espaço físico já
promove oportunidades para estabelecer relações sociais e lidar com as emoções. Por outro
lado, reconhecemos que não é fácil para nós, professores, efetivarmos uma aprendizagem
colaborativa em ambas as modalidades, pois isso requer mediação docente ativa para
promover mais conversação e interatividade, precisamos coordenar as autorias da turma, e
nos exige toda uma perspectiva de avaliação voltada para a promoção da atitude de
colaborar e aprender em rede, rompendo com a cultura instituída no sistema educacional
hegemônico de realizar exames presenciais apenas para aferir os conhecimentos assimilados.

E você? Considerando suas próprias experiências de formação e suas concepções


pedagógicas, considerando as declarações tanto positivas quanto negativas dos estudantes
sobre a experiência da aprendizagem colaborativa na modalidade a distância, a que
conclusão você chega: para os alunos, é melhor estudar online em rede, colaborativamente,
ou é melhor seguir estudando sozinho a distância?

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Se você teve fôlego para ler até aqui, é porque considerou úteis as discussões contidas nesta
postagem. Se você curtiu, então compartilhe nas suas redes sociais; vamos viralizar os
princípios da Educação Online, fazer este texto chegar a outros professores que estão muito
além das redes sociais dos próprios autores – afinal, essa também é uma prática da
cibercultura, que tanto nos inspirou e nos motivou a produzir as reflexões aqui apresentadas.

Este texto faz parte de uma série:


Os princípios da Educação Online: para sua aula não ficar massiva nem maçante!
– Conhecimento como obra aberta
– Curadoria de conteúdos, sínteses e roteiros de estudo
– Ambiências computacionais diversas
– Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não ficar estudando sozinho a distância
– Conversação entre todos, em interatividade
– Atividades autorais inspiradas nas práticas da cibercultura
– Mediação docente ativa para a colaboração
– Avaliação baseada em competências, formativa e colaborativa

* As ilustrações utilizadas neste texto são de Mônica Lopes, obtidas dos livros Sistemas Colaborativos
(PIMENTEL; FUKS, 2011), Do email ao Facebook (CALVÃO; PIMENTEL; FUKS, 2014), Informática na Educação
(PIMENTEL; SANTOS; SAMPAIO, 2020), e do site tagarelas.chat.

Referências:

ALVES, Nilda Guimarães. Formação de docentes e currículos para além da resistência. Revista Brasileira de
Educação, v. 22, n. 71, 2017.

ARAUJO, Renata; PIMENTEL, Mariano. Educar (em Computação) para a Guerra ou para a Paz? SBC
Horizontes, maio 2020.

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Como citar este artigo:

PIMENTEL, Mariano; CARVALHO, Felipe da Silva Ponte. Aprendizagem online é em rede,


colaborativa: para o aluno não ficar estudando sozinho a distância. SBC Horizontes, jun.
2020. ISSN 2175-9235. Disponível em:
<http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/06/02/aprendizagem-em-rede>. Acesso em:
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25/08/2020 Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não ficar estudando sozinho a distância – Horizontes

Mariano Pimentelé doutor em Informática, professor da UNIRIO, autor dos


livros Sistemas Colaborativos (Prêmio Jabuti, 2011), Do email ao
Facebook (2014), Metodologia de Informática na Educação (2020)
e Informática na Educação (2020). Realiza pesquisas em Sistemas de
Informação, Informática na Educação e Sistemas Colaborativos.
Currículo Lattes

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Felipe da Silva Ponte de Carvalho é doutorando pelo Programa de Pós-


Graduação em Educação ProPEd/UERJ, bolsista-doutorado FAPERJ Nota 10,
membro do Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura (GPDOC) e do Grupo
de Estudos de Gênero e Sexualidade em Interseccionalidades na Educação e
na Saúde (GENI).
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