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Anabela Paciência Nhamutoco

Artemiza Mavile
Edmilson Inácio Manhiça
Flávio Naftal Cuna
Luísa Hermínio Cuamba
Preselina Jaime Chemane
Samuel Sérgio Chivite

A NECESSIDADE DE REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO E SUA PRATICA


NO CAMPO DA PEDAGOGIA

Licenciatura em Português

Universidade Save
Chongoene
2022
0

Anabela Paciência Nhamutoco


Artemiza Mavile
Edmilson Inácio Manhiça
Flávio Naftal Cuna
Luísa Hermínio Cuamba
Preselina Jaime Chemane
Samuel Sérgio Chivite

A NECESSIDADE DE REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO E SUA PRATICA


NO CAMPO DA PEDAGOGIA

Trabalho a ser apresentado no Departamento de


Letras e Ciências Sociais, na cadeira Fundamentos
de Pedagogia, para fins avaliativos.

O Docente:

__________________________

MA. Alcídio Dengo

Universidade Save
Chongoene
2022
1

Índice
0.0. Introdução .................................................................................................................. 2

1. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 3

1.1. Educação ................................................................................................................ 3

1.2. Pedagogia ............................................................................................................... 3

1.3. Funções sociais do sistema educativo .................................................................... 4

1.3.1. Função cultural ................................................................................................ 4

1.3.2. Função social ................................................................................................... 5

1.4. A educabilidade do homem .................................................................................... 6

1.4.1. Conceito de educabilidade ............................................................................... 6

1.4.2. Os limites da educabilidade do homem ........................................................... 7

1.5. Factores da educação .............................................................................................. 7

3. REERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 8


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0.0. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Fundamentos de Pedagogia, para


efeitos avaliativos, com a finalidade de trazer alguns pressupostos teóricos em volta do
tema “a necessidade de reflexão sobre a educação e sua prática no campo da
pedagogia.” Sendo a pedagogia uma ciência da educação.

Tem como objectivo geral abordar a necessidade de reflexão sobre a educação e sua
prática no campo da pedagogia e, especificamente falar da função social e cultural da
educação, da contribuição para a formação da personalidade: Interação com outros
factores e educabilidade do homem.

Metodologia: Para a materialização do presente trabalho recorremos ao método de


consulta bibliográfica que é aquela que se realiza a partir do registo disponível,
decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos,
teses, etc. Utiliza-se dados ou categorias teóricas já trabalhadas por outros
pesquisadores e devidamente registados. Severino A. (2007, p.122)

Sob ponto de vista estrutural, o trabalho compreende a capa, a folha de rosto,


introdução, referencial teórico, conclusão e referências bibliográficas
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1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. Educação

É um conceito amplo, que se refere ao processo de desenvolvimento unilateral da


personalidade, envolvendo a formação de qualidades humanas, físicas, morais,
intelectuais, estéticas, tendo em conta em vista a orientação da actividade humana na
sua relação com o meio social, em determinado contexto de relações sociais. LIBÂNEO
(2013:21)

Por seu turno, CLAUSSE citado por MOLLO (1979:12) postula que a educação é a
transmissão, de uma geração à seguinte (…) dos conhecimentos, técnicas, atitudes,
valores impostos ou sugeridos pelo meio civilizacional correspondente.

A educação, como ciência, ocupa-se da descoberta das adaptações mais satisfatórias de


um endividou às pessoas, às coisas, e condições do mundo; como arte, a educação
esforça-se para provocar as transformações de natureza humana, distintas das
modificações do mundo exterior, para que resultem na adaptação desejada. MOLLO
(1979:26)

1.2. Pedagogia

É a ciência da e para a educação, estuda a educação, a instrução e o ensino. Tem como


ramos a teoria da educação, organização escolar, didáctica e história da educação e da
pedagogia. LIBÂNEO (2013: 24)

Por seu turno, PILETTE (2007:40) advoga que a Pedagogia é a filosofia, a ciência e
técnica da educação.

Para tornar efectivo o processo educativo, é preciso dar-lhe uma orientação sobre as
finalidades e os meios da sua realização, conforme opções que se façam quanto ao tipo
de homem que deseja formar e ao tipo de sociedade a que se aspira. Esta tarefa pertence
à pedagogia como teoria e prática do processo educativo LIBÂNEO (2013: 24)
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De uma forma mais geral, a pedagogia é a reflexão sobre as teorias, os modelos, os


métodos e as técnicas de ensino para lhes conferir o valor e a eficácia. A pedagogia tem
como tarefa melhorar os procedimentos e os meios com vista a obtenção dos fins
educacionais. (AMARAL : 1999)

DURKHEIN citado por AMADO (2007:7) postula que pedagogia é a teoria prática da
educação;

Na senda do mesmo autor, a educação ’’ é a matéria da pedagogia;

A pedagogia é uma ciência da educação juntamente com outras ciências da educação,


embora distinguindo-se delas por causa do seu carácter científico e, por conseguinte,
formando um grupo a parte. As ciências da educação incluem a pedagogia: mas a
pedagogia não inclui as ciências da educação. Tenhamos em conta que a pedagogia
deve fundamenta-se nas ciências da educação. CABANAS citado por AMADO (2007)

1.3. Funções sociais do sistema educativo

A responsabilidade do sistema educativo é preparar os alunos para se tornarem cidadãos


activos e participantes na sua família, no trabalho, nas associações de classe, na vida
cultural e política. É uma actividade fundamentalmente social porque contribui para a
formação cultural e cientifica do povo, tarefa indispensável para outras conquistas
democráticas. LIBÂNEO (2013: 48)

RIBEIRO e RIBEIRO (2003:33) advogam a existência, sinteticamente, de 4 tipos de


funções sociais da educação, a saber: função cultural, social, económica, e função
politico-intencional. Contudo, iremos nos focar em apenas duas, especificamente:
função cultural e social.

1.3.1. Função cultural

É a transmissão de valores, normas, modos de pensar, agir característicos da


comunidade social que o sistema serve; a escola, através do currículo, é um veiculo de
socialização das crianças e jovens, promovendo a sua iniciação em, ou adesão a, normas
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aceites de comportamento moral e social. Assume, aqui, o relevo é a opção e


compromisso entre “preservar’ e ”transformar”a cultura social comum, entre “absorver
” e ” desenvolver”diferenças socioculturais existentes nessa mesma cultura.

Na esteira de BRANDÃO (1985: 65) Citado por (PITER CHELE: 2019) a função
cultural da educação é a transmissão de valores morais, normas sociais de uma
sociedade. Exemplos: ritos de iniciação, lobolo; a educação e a cultura estão em
paralelo, isto é, nem a educação assim como a cultura encontram-se uma dentro da
outra. Estas agem em simultâneo actuando para um fim único que é a instrução.

A cultura é a parte do que somos, nela está o que regula a nossa convivência e nossa
comunicação. José Luís dos santos apresenta duas concepções básicas da cultura:

 Preocupa-se com todos aspectos de uma realidade social, ou seja, a cultura é tudo
aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação.
 Refere-se ao conhecimento as ideias e crenças de um povo, assim, como eles
existem na vida social.

1.3.2. Função social

Permite a selecção e orientação para o desempenho de papéis ou funções sociais de


modo competente, fomentando a mobilidade e oportunidades sociais dos indivíduos, na
sua adequação aos lugares e funções a exercer na sociedade; particular atenção deve ser
dada aos factores de selecção de social favorecidos pelo sistema - mérito/ competência
vs. classe ou privilégio social.

Estas funções sociais do sistema educativo articulam-se entre si em função da formação


do indivíduo, na sua qualidade de “pessoa”, de “cidadão” e de “profissionais”, uma vez
que elas se cumprem (ou não cumprem) mediante a actuação consciente e responsável
do indivíduo formado pelo sistema RIBEIRO e RIBEIRO (2013: 34)

A prática educativa é um fenómeno social e universal, sendo uma actividade humana


necessária a existência e funcionamento de todas as sociedades. Cada sociedade precisa
de cuidar da formação dos indivíduos, auxiliar no desenvolvimento das suas
capacidades físicas e espirituais, prepara-los para a participação activa e transformadora
nas várias existências da vida social. Não existe sociedade sem prática educativa, nem
prática educativa sem sociedade. A prática educativa não é, apenas uma exigência da
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vida em sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos dos conhecimentos


e experiências culturais que os tornem aptos a actuar no meio social e a transforma-lo
em função de necessidades económicas, sociais e politicas da sociedade. Através da
acção educativa, o meio social exerce influências sobre os indivíduos e estes, ao
assimilarem e recriarem essas influências, tornam-se capazes de estabelecer uma relação
activa e transformadora em relação ao meio social. Tais influências se manifestam
através de conhecimentos, experiências, valores, crenças, modos de agir, técnicas e
costumes acumulados por muitas gerações de indivíduos e grupos transmitidos,
assimilados e criados pelas novas gerações. LIBÂNEO (2013)

1.4. A educabilidade do homem

1.4.1. Conceito de educabilidade

Conforme descreve NOGUEIRA-RAMIRES (2011: 157), a faculdade de ser educado é


o que difere, radicalmente, o homem dos animais. Graças a essa faculdade e por efeito
de um longo processo, o homem abandonou o seu estado primitivo e alcançou a
civilização, processo que se deu em distintas etapas sucessivas em que os resultados de
uma foram condição para a seguinte

A possibilidade de modificação do ser humano constitui o grande pressuposto da


educação em todos os tempos. Sem admiti-lo não cabe a nós sequer pensar na educação.
NOGUEIRA-RAMIRES (2011: 157).

Em linhas gerais, a educabilidade pode definir-se como a disposição, a flexibilidade ou


a plasticidade individual para receber influências e para elaborar sobre elas novas
estruturas. LATERZA E RIOS (1971:114)

O homem é um ser de aprendizagem porque a sua complexidade psico-biológica


praticamente o libertou de comportamentos instintivos e genéticos e, isso viabiliza o
processo educativo através da assimilação de influências estimulantes e experiências
que o enriquecem desenvolvendo novas estruturas espirituais a nível individual e como
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membro da comunidade a qual pertence (processo de personalização e socialização). A


essa capacidade de aprender denomina-se educabilidade. (AMARAL : 1999)

1.4.2. Os limites da educabilidade do homem

Segundo Amaral (1999:24), a educabilidade não significa que o ser humano possa
chegar a ser tudo; significa sim que ele possui possibilidades não aproveitadas e que
precisa de encontrar coragem para desenvolve-las, sendo que o agir pedagógico deve ser
entendido como estando relacionando tanto com o presente quanto com o futuro. Ele é
realista e idealista.

Na senda do mesmo autor, presume que a educabilidade constitui abertura para aprender
ou capacidade para aprender, sendo assim, é condicionada pelas próprias condições da
vida humana: biológicas, psicológicas, espirituais, histórico-sociais e culturais.

1.5. Factores da educação

RIMAUD citado por PLANCHARD (1975: 33) postula que há dois factores que
explicam as modificações que surgem no ser humano quando submetido à acção
educativa: a natureza, ou seja, a influência das forcas espontâneas que sofrem todos os
seres do universo, e a intervenção inteligente dos educadores guiados por um fim
previamente fixado.

Não é possível separar estes dois factores. Combinam-se, interpenetram-se, o educador


dirigindo uma certa medida a própria natureza, fazendo convergir os elementos
materiais e humanos que são favoráveis a realização do seu plano, afastando ou
suprimindo aqueles que não se coadunam com os objectivos encarados, trazendo no
momento propício e da maneira conveniente” os alimentos” exigidos pela educação sob
os seus diversos aspectos.
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3. REERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 AMARAL, Maria Nazaré de Camargo P. fundamentação filosófica da pedagogia

sistemática ou geral: São Paulo: editora da USP: Fapesp. 1999.

 CHELE, Piter, função social e cultural da educação s/ed, Niassa. (2019)

 LATERZA, Moacir; Rios, terrezinha A. Filosofia da educacao: fundamentos volII,

editora Herder. 1971

 LIBÂNEO, J C. Didáctica. 2ªed., São Paulo, Cortez Editora, 2013.

 PILETTI, Claudino. Didáctica Geral. 23ªed., São Paulo, Editora Ática, 2007.

 PLANCHARD, Emile. A pedagogia comteporânea. 7ª actualizada. Coimbra, Coimbra

editora, 1975.

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