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Melucha Herculano João

Curso: Medicina Geral 1o ano

Tema: Exames Hematológicos

Cadeira: Meios Auxiliares de Diagnósticos

Instituto Politécnico Vénus

Tete

2022
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Melucha Herculano João

Curso: Medicina Geral 1o ano

Tema: Exames Hematológicos

Cadeira: Meios Auxiliares de Diagnósticos

Docente: dr. Tachinga Djefule

Instituto Politécnico Vénus

Tete

2022
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Índice

I. Introdução................................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 4

1.1.2. Específicos ........................................................................................................................ 4

1.3. Metodologia ..................................................................................................................... 4

II. Fundamentação teórica .......................................................................................................... 5

2.1. Conceitos básicos................................................................................................................. 5

2.2. Exames hematológicos..................................................................................................... 5

2.2.1. Hemoglobina ................................................................................................................. 6

2.3. Hemograma ...................................................................................................................... 7

2.3.1. Colecta de sangue.......................................................................................................... 8

2.3.2. Processo Manual ........................................................................................................... 9

2.3.3. Processo automático.................................................................................................... 10

2.4. Outros exames em hematologia ..................................................................................... 13

2.4.1. Contagem de Reticulócitos ......................................................................................... 13

2.4.2. Hemossedimentação (VHS) ........................................................................................ 14

2.4.3. Pesquisa de Células LE (Lúpus eritematoso).............................................................. 16

2.4.4. Teste Citomorfológico ................................................................................................ 16

3. Conclusão ............................................................................................................................. 17

4. Referencias Bibliográficas .................................................................................................... 18


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I. Introdução

O presente trabalho tem como tema “Exames Hematológicos”, o sangue é a porção líquida do
meio interno que circula rapidamente dentro de um sistema fechado de vasos denominado
sistema circulatório. É constituído por um fluido no qual existem células em suspensão,
moléculas e íons dissolvidos em água, apresentando propriedades das soluções coloidais.

Uma característica importante do sangue é a constância da sua composição química e


propriedades físicas, assegurando condições físicas para o funcionamento das células. Ele é
constantemente renovado pela entrada e saída de substâncias que modificam discretamente
sua composição.

A constância da composição do sangue, com estreita faixa de variação, é o resultado mantido


pela rapidez pela qual as substâncias deixam e entram no sangue quando estão em excesso ou
em concentrações abaixo do normal respectivamente.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Conhecer os exames hematológicos.

1.1.2. Específicos

 Descrever os exames hematológicos;


 Caracterizar os exames hematológicos;
 Explicar os exames hematológicos.

1.3. Metodologia

De acordo com Gil (2002), metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer
uma pesquisa científica.

Segundo o autor, pode-se dizer que, a metodologia é o caminho traçado para atingir os
objectivos.
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II. Fundamentação teórica

2.1. Conceitos básicos

A hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue. A palavra é composta pelos radicais
gregos: Haima (de haimatos), "sangue" e lógos, "estudo, tratado, discurso".

A Hematologia estuda, particularmente, os elementos figurados do sangue: hemácias


(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Estuda, também, a produção
desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos hematopoiéticos): medula
óssea, baço e linfonodos.

Por outro lado, além de estudar o estado de normalidade dos elementos sanguíneos e dos
órgãos hematopoíéticos, estuda também as doenças a eles relacionadas.

2.2. Exames hematológicos

Hematopoiese é o processo de substituição das células sanguíneas, que ocorrem nos


chamados órgão hematopoiéticos, que compreendem a medula óssea e o sistema linfóide.

Medula óssea é o mais importante orgão da gênese das mais diversas células sanguíneas pois
lá estão as células tronco que dão origem a células progenitoras de linhagens mielocíticas,
linfocítica, megacariócitos e eritroblastos.

Linhagem mielóide compreende os granulócitos polimorfonucleados (neutrófilo,eosinófilo e


basófilo) e monócitos.Quando os monócitos migram para os tecidos se transformam em
macrófagos, que são células com alto poder de fagocitose.

Linhagem linfóide engloba os linfócitos T e B. Os linfócitos B saem maduros da medula


óssea enquanto os linfócitos T precisam migrar para o Timo onde irão sofrer o processo de
maturação.Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um
antígeno num órgão linfóide secundário e secretam anticorpos nos tecidos.

Megacariócitos partes de seu citoplasma dão origem às plaquetas, responsáveis pela


coagulação sanguínea.
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Eritropoiese é o processo de produção de eritrócitos. Em humanos adultos, a eritropoiese


ocorre na medula óssea, mas fetos e em situações especiais como anemias severas pode
ocorrer em outros órgãos, principalmente no fígado e no baço.

Eritroblasto origina as hemácias do sangue, que atuam nas trocas gasosas.

2.2.1. Hemoglobina

Estrutura

A hemoglobina é um tetrâmero composto de duas de cada dois tipos de cadeias de globina, a


alfa e a beta. Cada uma dessas cadeias contém cerca de 141 aminoácidos. Existem quatro
grupos heme por proteína; estes possuem um íon de ferro no seu centro, que liga a molécula
de O2. É uma proteína alostérica, pois a ligação e a liberação do oxigênio é regulada por
mudanças na estrutura provocadas pela própria ligação do oxigénio ao grupo heme.

Existe três tipos de hemoglobina, devido a variação na cadeia polipeptidica: Hemoglobina A1,
Hemoglobina A2 e Hemoglobina F.

A hemoglobina (Hb) é uma proteína composta de grupamentos heme que compõe 95% da
proteína total desta célula. Os benefícios de conter hemoglobina dentro das células, ao
contrário de livre no plasma, incluem: uma meia-vida maior (a Hb livre no plasma possui uma
meia-vida de apenas algumas horas), a capacidade metabólica dos eritrócitos de manter o
ferro ligado à Hb em seu estado funcional e a habilidade de controlar a afinidade do oxigênio
pela Hb, alterando as concentrações de fosfatos orgânicos (especialmente o 2,3-DPG).

Distribuição do Oxigénio

A distribuição é feita através da interacção da hemoglobina com o oxigénio do ar (que pode


ser inspirado ou absorvido, como na respiração cutânea). Devido a isto, forma-se o complexo
oxi-hemoglobina, representado pela notação HbO2.

Chegando às células do organismo, o oxigénio é liberado e o sangue arterial (vermelho)


transforma-se em venoso (vermelho arroxeado). A hemoglobina livre pode ser reutilizada no
transporte do oxigénio. A hemoglobina distribui o oxigénio para as todas as partes do corpo
irrigadas por vasos sanguíneos.
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Localização

A hemoglobina pode ser encontrada dispersa no sangue (em grupos animais simples) ou em
várias células especializadas (as hemácias de animais mais complexos).

O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma


adaptação fisiológica do organismo em locais de altitude elevada. Uma vez que o aumento de
glóbulos vermelhos favorece o transporte de oxigénio pelo sangue, seu uso melhora a
performance de atletas, principalmente em esportes que necessitem muita resistência. Quando
os atletas realizam treino em locais de alta altitude, a pequena concentração de oxigênio
estimula a produção natural de EPO (Eritropoietina, hormônio que aumenta o número de GV
e da capacidade muscular) e ao retornar às baixas altitudes, seu corpo está mais preparado e
sua resistência está maior.

2.3. Hemograma

Hemograma é um exame realizado, que avalia as células sanguíneas de um paciente. O exame


é requerido pelo médico para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença. Que
compreende o eritrograma, leucograma e plaquetograma.

Eritrograma

Constitui o estudo da séria vermelha, revelando alguns tipos essenciais de alterações


patológicas do sistema eritropoético como eritrocitoses e anemias.

Contagem de hemácias na câmara de Neubauer

Os métodos para contagem global das células sanguíneas consistem geralmente em diluir o
sangue, em proporção conhecida, com um líquido diluidor chamado Hayem, permitindo a
conservação das células em estudo.

1. Pipetar 4 ml do líquido diluidor em um tubo de ensaio.

2. Com a pipeta transferir 0,02 ml de sangue. Limpar a parede externa da ponteira com auxílio
de papel absorvente.

3. Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o
interior da ponteira por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:200.
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4. Agitar suavemente por inversão para uma correta homogeneização.

5. Com uma pipeta preencher os retículos da câmara de contagem, evitando excesso de


líquido e bolhas de ar sob a lamínula aderida firmemente à câmara.

6. Deixar repousar por dois minutos para sedimentação dos glóbulos.

7. Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o retículo e


observar a distribuição uniforme das hemácias. Observar então, com aumento de 100X ou
400X, conforme necessidade.

8. Fazer a contagem de todas as hemácias encontradas nos quadros marcados “H” na figura
relativa ao retículo de Neubauer, ou seja, 1/5 de mm2.

2.3.1. Colecta de sangue

O sangue do individuo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do


mesmo. Não há necessidade de colher o sangue com o indivíduo em jejum.

Leitura dos resultados

1. Colocar o tubo sobre a escala, fazendo coincidir a extremidade inferior das células
centrifugadas com a linha zero.

2. Deslocar o tubo paralelamente às linhas verticais fazendo coincidir o menisco superior do


plasma com a linha 100.
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3. Ler a percentagem do volume hematócrito na escala graduada ao nível da superfície das


hemácias no tubo.

2.3.2. Processo Manual

Contagens manuais do número de hemácias e leucócitos podem ser feitos em câmara de


Neubauer, após uma diluição prévia do sangue. O método dificilmente é usado, sendo usado
em poucos casos de dúvidas da metodologia automática.

O esfregaço de sangue é usado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto é, fazer
uma contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos.
Chegando-se a uma porcentagem de cada célula encontrada. Usado também para avaliar a
série vermelha e as plaquetas. É feito com uma pequena gota de sangue sendo colocada sobre
uma lâmina de vidro, onde o técnico fará um esfregaço, arrastando a gota de sangue com uma
outra lâmina de vidro, com isso forma-se uma película. O sangue tem que ser homogenizado
antes de se fazer o esfregaço para que as células estejam bem distribuídas. O esfregaço é
corado com Leishman ou Giemsa. E observado em microscópio com objectiva de aumento de
100X.
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A vantagem de se fazer um hemograma é que algumas células podem ser contadas


erradamente pelos processos automáticos. Alguns aparelhos não contam células imaturas e
podem levar a um erro quanto a um diagnóstico de leucemia. O esfregaço, porém, deve ser
avaliado por pessoal experiente. ff

2.3.3. Processo automático

Hoje em dia o hemograma é feito em aparelhos. Os aparelhos usam uma pequena quantidade
de sangue. Há dois sensores principais: um detector de luz e um de impendência eléctrica.

As células brancas, ou leucócitos, podem ser contadas baseando-se em seu tamanho ou


através de suas características. Quando a contagem é baseada no tamanho das células, o
aparelho as diferencia por 3 tipos: células pequenas (linfócitos), células médias (neutrófilos,
eosinófilos e basófilos) e células grandes (monócitos). Esse primeiro tipo de aparelho requer
uma contagem manual de células pois nõa difenrecia as células de tamanho médio, podendo
omitir uma eosinofilia por exemplo. Os que utilizam o método de características das células
são mais precisos.

Em relação a série vermelha, o aparelho mede a quantidade de hemoglobina, o número de


hemácias e o tamanho das hemácias. Realizando cálculos para chegar ao valor do
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hematócrito, e os outros índices hematimétricos. As plaquetas também são contadas por


aparelhos.

Hematócrito é a percentagem do volume total de sangue correspondente aos glóbulos


vermelhos.

É uma medição calculada a partir do tamanho médio e do número de glóbulos vermelhos e


quase sempre é parte também da contagem sanguínea completa, como a (quantidade de)
hemoglobina. Os valores médios são diferentes segundo o sexo e variam entre 0,42-0,52
(42%-52%) nos homens e 0,36-0,48 (36%-48%) nas mulheres. Caso o valor seja inferior à
média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for superior existe
uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue. Esta é uma medida
cada vez mais importante para efeitos clínicos.

Hemoglobina é a proteína que dá a cor aos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e tem a função
vital de distribuir o oxigénio pelo organismo.

Eritrograma é o estudo da série vermelha (eritócitos ou hemácias). Ao microscópio, as


hemácias tem coloração acidófila (afinidade pelos corantes ácidos que dão coloração rósea) e
são desprovidos de núcleo. As hemácias apresentam coloração central mais pálida e coloração
um pouco mais escura na periferia. Elas são bicôncovas e têm aparência de bala soft. Em
indivíduos normais, possui tamanho mais ou menos uniforme. Quando uma hemácia tem
tamanho normal ela é chamada de normocítica. Quando ela apresenta coloração normal é
chamada de normocrômica.
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O estudo da série vermelha revela algumas alterações relacionadas como por exemplo anemia,
eritrocitose (aumento do número de hemácias).

Os resultados a serem avaliados são:

Número de glóbulos vermelhos: Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a
idade. Valores normais: Homem de 5.000.000 - 5.500.000, Mulher de 4.500.000 - 5.000.000.
Seu resultado é dado em número por litro.

Hematócrito: Representa a quantidade de hemácias exitentes em 100ml de sangue total. Os


valores variam com o sexo e com a idade. Valores: Homem de 40 - 50% e Mulher de 36 -
45%. Recém nascidos tem valores altos que vão abaixando com a idade até o valor normal de
um adulto.

Hemoglobina: segundo a Organização Mundial de Saúde é considerado anemia quando um


adulto apresentar Hb < 12,5g/dl, uma criança de 6 meses a 6 anos Hb < 11g/dl e crianças de 6
anos a 14 anos, uma Hb < 1 2g/dl.

VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice mais importante pois ajuda na observação
do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas
microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas(> 96fl, para adultos)
e se são normais, normocíticas (80 - 96fl).

Anisocitose: é denominação que se dá quando há alteração no tamanho das hemácias. As


anemais microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias
macrocíticas mais comuns são as anemia megaloblástica e perniciosa. O resultado do VCM é
dado em femtolitro.

HCM (Hemoglobina Corposcular Média): é o peso da hemoglobina na hémácia.

Seu resultado é dado em picogramas.

CHCM (Concentração de Hemoglobina Corposcular Média): é a concentração da


hemoglobina dentro de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl.

Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina elas são chamadas de


hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias normocrômicas (no intervalo de
normalidade). É importante observar que na esferocitose o CHCM geralmente é elevado.
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RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose (variação de
tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a percentagem de variação dos
volumes obtidos. Nem todos os laboratórios fornecem o seu resultado no hemograma.

Normalmente realiza-se uma análise estatística em testes realizados em umgrande grupo de


indivíduos normais para se chegar aos límites estabalecidos para hemoglobina, hematócrito e
número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui um límite de normalidade.

A Morfologia das hemácias (ou estudo da forma das hemácias) é feita em microcópio,
analisando o esfregaço de sangue, as formas encontrads são:

Drepanócitos (forma de foice): aparece somente nas síndromes falciformes (não aparecendo
no traço falcifrome).

Esferócitos (forma esférica, pequena e hipercrômica): em grande quantidade é comum na


anemia esferocítica (esferocitose), em menores quantidades podem estar presentes em outros
tipos de anemias hemolíticas.

Eliptócitos (forma de charuto): em grandes quantidades comum na eliptocitose.

Em menores quantidades podem aparecer em qualquer tipo de anemia.

Hemácias em alvo em grandes quantidades (células cujas membranas são grandes havendo
uma palidez e um alvo central mais corado) aparecem em hemoglobinopatias C, E ou S, nas
síndromes talassêmicas e em pacientes com doença hepática.

Dacriócitos (forma de lágrima): em grande quantidade na mielofibrose. Em pequena


quantidade podem aparecer em qualquer tipo de anemia.

2.4. Outros exames em hematologia

2.4.1. Contagem de Reticulócitos

Os reticulócitos são precursores das hemácias. Contêm no seu interior material reticular,
provavelmente uma ribonucleoproteína que não apresenta afinidades pelos corantes comuns.
Sua demonstração é feita por coloração supravital. Os reticulócitos presentes no sangue
retirado do organismo sofrem morte somática, sendo, porém coradosantes que toda actividade
vital seja extinta. As anemias que cursam com o reticulócito normal refletem a incapacidade
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da medula em responder ao estímulo por carência de um factor específico para a formação de


eritrócitos (ferro na anemia ferropriva e eritropoetina na insuficiência renal crónica).

O corante usado é o azul de cresil brilhante, associado a um anticoagulante e um preservativo.

Técnica

1. Colocar no tubo 2 a 3 gotas da solução corante. Em seguida acrescentar 2 a 3 gotas do


sangue colhido por punção digital ou sangue colhido com EDTA.

2. Misturar e colocar em banho- maria a 370C de 15 a 30 minutos.

3. Retirar de banho-maria. Misturar novamente e fazer esfregaços da maneira usual.

4. Secar e examinar ao microscópio sob imersão.

5. Contar 10 campos, anotando o número de reticulócitos encontrados. Expressar o resultado


em percentagem e número absoluto.

6. Opcionalmente pode fazer coloração de fundo por Giemsa.

Interpretação: o resultado é expresso em percentual e em número absoluto em relação a


população de eritrócitos. Sua contagem serve para avaliar de forma efectiva a produção de
eritrócitos, sendo útil no controle terapêutico, no diagnóstico diferencial e na classificação das
anemias.

Reticulócitos

2.4.2. Hemossedimentação (VHS)

A hemossedimentação mede a estabilidade da suspensão de hemácias no plasma que, por ser


menos denso, favorece a sedimentação dos glóbulos pela acção da gravidade, quando
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colocados numa pipeta graduada de 0 a 200m com 2,5mm d diâmetro interno e 1 micro- litro
(ml) de capacidade.

As hemácias em suspensão no plasma, colocadas na pipeta de Westergren, sofrem


sedimentação com velocidade variável em função da concentração de fibrinogénio e
globulinas, tamanho e forma das hemácias e alterações elétricas do plasma e dos glóbulos.

Inicialmente ocorre a queda individual das hemácias, seguida pela agregação dos glóbulos
com formação de rouleaux e aumento da velocidade de hemossedimentação, que se torna
constante para diminuir numa fase final, quando os glóbulos se concentram na porção inferior
da pipeta.

O aumento de fibrinogênio e globulinas é também responsável pela aceleração da


hemossedimentação que fornece medida grosseira dessas substâncias no plasma.

Técnica

1. Colher 5ml de sangue do paciente em jejum pela manhã. Não apertar demasiadamente o
garrote, evitando estase venosa.

2. Colocar o sangue no frasco com anticoagulante EDTA e agitar por inversão ou movimentos
circulares até que se dissolva completamente.

3. Com pipeta de Westergren aspirar sangue até exactamente a marca zero.

4. Colocar a pipeta no suporte de modo a permanecer na posição vertical

5. Marcar o tempo.

6. Fazer a leitura em milímetros após uma hora ao nível da separação do plasma e hemácias.
Nas reticulocitoses pode haver uma imprecisão do limite de sedimentação, dificultando a
leitura exacta.
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2.4.3. Pesquisa de Células LE (Lúpus eritematoso)

O lúpus eritematoso é uma doença de etiologia obscura, cujo carácter fundamental é a


alteração primária e difusa do tecido colágeno.

Apresenta forma localizada na pele e disseminada com acometimento de vários órgãos, ou


seja, lupus eritematoso (LED).

O fenómeno LE é estudado através de técnicas imunológicas, histoquímicas,


microfotográficas e cinematográficas.

Quatros grupos de técnicas permitem evidenciar o FAN:

1. Testes citomorfológico: pesquisa de células LE.

2. Fixação de anticorpos fluorescentes sobre o núcleo ou seus componentes.

3. Reacção de aglutinação passiva com partículas de látex ou hemácias revestidas com


nucleoproteína.

4. Reacção antígeno/anticorpo directa, com fixação do complemento e precipitação em agar.

2.4.4. Teste Citomorfológico

Consiste em incubar os leucócitos com o soro suspeito de conter o FAN. Nas técnicas
directas, células e soro são do próprio paciente. Nas indirectas, leucócitos de outras pessoas
são misturados ao soro do paciente.

Técnica

1. Colher 8ml de sangue transferindo-os para tubos de ensaio

2. Deixar coagular e incubar a 370C de 30 minutos a uma hora.

3. Fragmentar o coágulo com bastão de vidro e filtrar o material em peneira fina.

4. Centrifugar o filtrado de células em tubo capilar na microcentrífuga durante 5 minutos a


2000 rpm.

5. Desprezar o sobrenadante e realizar esfregaços com porção celular, especialmente


leucócitos (a parte clara central entre os eritrócitos e o soro).
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3. Conclusão

De facto a que referir que os erros mais comuns em uma contagem automática são: aparelhos
mal calibrados e problemas na colecta do sangue. A colecta é muito importante, uma colecta
muito lenta, agitação errada do sangue colhido entre outros problemas podem fazer com que
as plaquetas se agrupem e ao realizar a contagem em aparelhos, seu número estará diminuído.
O agrupamento de plaquetas não é um sinal clínico.
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4. Referencias Bibliográficas

BAIN, B. Células Sanguíneas. São Paulo: Artes Médicas, 1997.

BERNARD, J.J. Manual de Hematologia. São Paulo: 3 ed. Masson do Brasil,1986.

FAILACE, Renato. Hemograma: manual de interpretação. 3 ed. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1995

HENRY, J. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 19ed. São Paulo:
Guanabara Koogan, 1999.

LIMA; et al. Métodos de laboratórios aplicados à clínica. 7 ed. São Paulo: Guanabara
Koogan, 1992.

LORENZI, Therezinha. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 2 ed. São Paulo:


Medsi, 1999.

RAPAPORT, Samuel I. Hematologia: introdução. 2 ed. São Paulo: Roca, 1990.

VERRASTRO, Therezinha; et all. Hematologia e hemoterapia. São Paulo: Atheneu,

1996.

WILLIAMS; et al. Hematologia. São Paulo: Guanabara Koogan, 1976.

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