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Introdução

Nos meados do século XVII a humanidade inicia um processo de desmistificação da vida.


Juntamente a isso nasce a modernidade, que à primeira vista quebra as estruturas antiga e
medieval. O homem já não é mais um sujeito que contempla o cosmos e as vontades de
Deus, ele passa de contemplativo para sujeito da especulação. Nasceram na modernidade alguns
conceitos que deram uma nova configuração estrutural à humanidade.

O homem que antes não tinha a mínima possibilidade de querer, agora vê diante de si uma
imensidão de possibilidades. De escravo da não possibilidade, passa a escravo das possibilidades.
Um dos conceitos que surge na modernidade e que até hoje é pensado como parte fundamental da
sociedade contemporânea cai por terra, a autonomia. O termo foi introduzido por Kant para
designar a independência da vontade em relação a qualquer desejo ou objeto de desejo e sua
capacidade de determinar-se em conformidade com uma lei própria. Kant contrapõe a autonomia à
heteronomia, em que a vontade é determinada pelos objectos da faculdade de deseja
Epistemologia da Sociedade Contemporânea

A sociedade contemporânea já foi caracterizada pela a condição dos critérios de desempenhos e


eficiência como atributos imaginário pragmático de legitimação dos saberes, e a apartir da crise
cultural relativa ao embotamento da tradição.

Desde a antiguidade, o homem desenvolveu diversas formas de conhecimento. Essencialmente,


esse conhecimento foi produzido pelos filósofos e pela religião. O propósito desse conhecimento
desenvolvido era ajudar a sociedade a compreender a razão das coisas, assim como ordenar as
relações entre os integrantes do meio social, o que é perceptível na filosofia socrática.

A sociedade moderna que tem base na razão, na técnica e na ciência, na liberdade política, tem
como ideias a emancipação da humanidade. A emancipação devia se processar através do
progresso contínuo, permanente e constante, em acepção no sentido de melhoramento da espécie
humana em todas esferas (aperfeiçoamento da humanidade).

E para se chegar a esta emancipação da humanidade, o homem desenvolve ao nível da técnica e


ciência, os meios de comunicação, (telefones, veículos TV, etc.), como forma de encurtar a
distância e aproveitar o tempo disponível. Os meios de comunicação por um lado, melhoram a
comunicação e por outro lado, reduzem a relação pois reduzem o contacto entre as pessoas.

A técnica e a ciência ao inventar a máquina facilitaram o trabalho do homem, mas gerou o


desemprego e desperdícios humanos. Os desperdícios humanos não só são resultantes da
mecanização, como também dos conflitos humanos.

Com a modernidade a identidade constrói se não se herda. Por isso, vencem os mais fortes,
inteligentes e hábeis e não a herança. Nesse contexto, emergem as elites por méritos (as
meritocracias) mérito por ter habilidade na técnica e na ciência.

A emancipação da humanidade passava / passa por uma racionalização que passava por atitudes
calculistas por cada um na vida. Marx Weber irá observar que é necessário fazer um cálculo para
cada acção. Acha se que usando a ciência é possível dominar a sociedade.

E esta mentalidade de racionalização, de cálculo será dominante no mundo urbano. No mundo


urbano, os indivíduos estranhos cruzam- se entre eles e o comunitarismo desaparece e estes
estranhos são necessários para responder pontualmente o sistema de trabalho.
No ideal da sociedade moderna tinha se a disciplina como como ideal de referência para se
alcançar os ideais da Humanidade. E a disciplina no mundo urbano passava por um conjunto de
códigos de conduta. É preciso saber como é que se convive num prédio onde há muitos moradores,
o que fazer com o lixo, como andar na estrada, etc.

A emancipação da comunidade passava por um respeito a liberdade individual, familiar e do


Estado. Mas ironicamente a este direito da liberdade a sociedade moderna vai observar o emergir
de estados totalitários o Fascismo e o Nazismo que exibem o desenvolvimento da técnica e da
ciência militar, que se usa não já não para o progresso do ser humano.

A partir de Sólon, Clistem, Perícle séc. V, inicia a emergir em Atenas um centro comercial da
ciência e de atracções. Por intermédio destes homens, Atenas começa a transformar se em cidade
da liberdade, e democracia.

Depois destas reformas, a Grécia começa a se tornar um país de escravatura, o que levou muitos
gregos a fugirem e muitas cidades aolongo do eixo do Mediterrâneo, como Esparta, uma cidade
Militar. Neste período emergem várias Universidades, Cátedras de Línguas, Filosofia e Direito.

A fuga de Maomé ocorre por volta de 622 Hégira a peregrinação do Maomé de Medina a Meca, e
faz surgir muitas cidades no mediterrâneo. Isto fez com que os árabes se expandissem para a
Constantinopla (império Bizantino) e isto faz com que estes ocupassem muitas cidades como
Jerusalém, Bostará, Alexandria, Espanha, por volta de 631 da n.e., o que fez com que se
expandisse o mundo árabe no mediterrâneo.

O MIADOS (661) e outros indicam que o centro do mundo era o mediterrâneo por
aproximadamente 500 anos funda se o centro de Bagdad que é tomado pelos Mongóis em
1258.Quase tudo que Marx Weber atribui como factores internos para a génese da modernidade
surgiram no mundo mediterrânico. O mundo muçulmano já conhecia os instrumentos de crédito,
associações comerciais os números Hindus, a pólvora.

A pólvora foi inventada pelos chineses que usavam para fazer o fogo-de-artifício nas festas. Mas
os europeus usaram para a indústria bélica e dominar o mundo. Com a expansão islâmica, os
europeus perderam o contacto com os índios o que obrigou os europeus a entrarem nas conquistas
para chegar as índias.
Entre 1095 – 1231 decorrem as guerras santas. Os europeus dizem que querem libertar os lugares
santos, mais, na verdade queriam estabelecer contacto com centro do mundo. Foram 12 grandes
cruzadas que envolveram a europa e oriente com o objectivo dos europeus manterem o contacto
com o centro da civilização.

Estas guerras tornaram o oriente vulnerável, inseguro aos bandidos. Assim os europeus
conseguiram o contacto primeiro com as cidades de Génova, Vénus, Nápoles, Pisa, no sul da
europa. As cruzadas fragilizaram o império Bizantino, os Turcos tomaram o Bizantino, que era a
capital espiritual, política e económica.

Estas guerras permitiram a fuga de intelectuais para a Itália, o que marcou na Itália o início do
Renascimento e Humanismo é a era da ruptura entre a idade medieval e a era moderna. A 1500
anos a europa era a zona periférica em relação ao mundo muçulmano. Ela guardava-se ao
isolamento, inferioridade. A importância política, económica e cultural surge por meio das
cruzadas quando os sábios fugiram para o sul da Itália. O renascimento lança as bases da
modernidade.
Movimentos Período Principais características Autores Obras
artísticos
Fauvismo 1899-1905  Uso de cores cruas e Henri Matisse Alegria de viver
sobrepostas; Braque Georges, Naturezas-mortas.
 Uso de cores violentas e Derain André, Fauvismo.
ousadas distorções;
 Autonomia da cor e a
intervenção das
emoções do pintor como
componentes pictóricas
Realismo científico Sec. XIX a  Observação Courbert Doutrina
primeira  Fidelidade Charles Dickens, revolucionária
metade do  Crítica social Dostoievski Sorte dos pobres
século XX.  Análise O crime e o
castigos
Impressionismo XVIII-XX,  Abandonam a pintura Claud Monet Revolução
dos grandes senhores Auguste Rodin impressionista,
para pintarem as massas
e tudo o que vêm; Claude Debussy Recurso das
 Usam cores puras e não
manchas sonoras
misturas;
 Não usam a cor preta;
 Procuram a
representação a luz do
sol.
Atomismo na música Sec. XX  Reflectindo a profusão
de ruidos e sons de
nossos tempos, com
base numa escala de 12
sons (sete tons e cinco
sentidos) denominada
dodecafonismo.
 Neste período o músico
preocupa-se com a
crítica social em torno
dos acontecimentos da
época.
Cubismo Séc. XX.  Renúncia a perspectiva Pablo Picasso Les Demoiselles
herdada pelo
d´ Avingnon
renascimento;
 Representação do Guernica
volume colorido sobre Geoges El bodegón de la
superfícies planas; guitarra, El
 Sensação da pintura Branque bodegón del

 escultórica )

Dadaísmo Sec. XX  Oposição a qualquer Erik Satie ready mades,


tipo de equilíbrio;
Marcel O coração de gaz
 Carácter niilista, ou seja,
redução ao nada; Duchamp Merzbilder
 Carácter individualista e
Kurt Schuitters
radical; em ambas áreas
observa-se uma
 Anarquia generalizada;
 É uma crítica aos males
causados pela guerra e
insegurança.
Surrealismo 1924-1935  Abolição das fronteiras Joan Miró o carnaval de
entre o real e o
Max Ernest Arlequim e A
imaginário, o
comunicável e o Paul Éluard cantora
incomunicável, que
Melancolica,
deixaram de ser
percebidos Capital da Dor
Contraditoriamente;
 Automatismo psíquico;
 Originalidade absoluta
uma recreação contínua,
automatismo;
 Analogias;
Futurismo 1876– 1944  Uso de técnicas novas, Carlo Carrá Exaltando as
voltadas ao futuro;
Bailla Pratella formas criadas
 Exaltação do
dinamismo, da Luigi Russalo pela máquina e
revolução industrial;
na música,
 Na literatura o futurismo
vai exaltar as palavras área dos ruídos,
de liberdade;
uma música que
 Abolição da literatura –
os verbos não é buscava espalhar
conjugada;
os sons da vida
 Uso de onomatopeias na
literatura; moderna
Tachismo Sec. XX  É uma arte prévia, Georges óleo sobre a tela;
repentina e espontânia; Matheus
 Não obedece regras
geométricas nen
construtivas;
 É livre de qualquer
esquema;
 Existem cores muito
limitadas, quase
acromáticas ou mortas;
Realismo socialista Sec.XX  Exaltação do Stranvisk Se baseava no
comunismo e os seus Béla Bartók uso causal de
líderes; elementos
 Enfatiza a imponência sonoros,
do Poder Soviético; compunha – se
com a estética do
Subconsciente
do dadaísmo e
do surrealismo.
Novo realismo Séc. XX  Expressava a sociedade O blues Versão negra das
de consume placas e valsas
 As obras traduzem o europeias são a
origem do jazz
sentimento de crise
característico do pós-
guerra, Niki de Saint-
 Tratava-se de buscar, e a simpatia
religar a esfera da arte Phalle do búlgaro
ao mundo “concreto”, a
 partir da introdução de
elementos do real; nos
trabalhos de arte.

Conclusão

Tendo terminado o trabalho deu para entender que, Como aconteceu nos períodos anteriores,
Antiguidade, Idade Média e Modernidade, as mudanças da contemporaneidade ocorreram de
forma gradual; pouco a pouco a construção social do indivíduo na sociedade mudou até obter
como resultado a vida como a temos, com seus valores e regras e, também, desejos. Oque se
procurou explicitar é que tais mudanças não ocorreram de repente, mas suas raízes estão fixadas
em períodos antigos.

Portanto, a liberdade do homem na contemporaneidade parece-nos ingenuidade. Se liberdade é a


capacidade para darmos um sentido novo ao que parecia fatalidade, transformando a situação
de fato numa realidade nova, criada por nossa acção, logo concluir-se-á que a modernidade é o
período no qual o homem fez-se livre, quando, com o surgimento da ciência, o homem passa a
transformar a natureza e criar tecnologias que evoluíram até hoje
Bibliografia

COSSA, Hortênsio; MATARUCA, Simão. Moçambique e sua História S/d.

GODINHO, Vitrino Magalhães, (Coord.). A história social: Problemas, Fontes e Métodos.


Lisboa, Edições Cosmo, 1967.

PIERRE, Teilhard de Chardin, O fenómeno humano, Editôra Herder, São Paulo, 1966,

NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007

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