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Yoga Dos Sonhos - 3 Parte
Yoga Dos Sonhos - 3 Parte
CANAIS E PRANA
Na vida diária, assumimos diferentes posições corporais, sem pensar em
seus efeitos. Quando queremos relaxar e conversar com os amigos, pro-
curamos uma sala com cadeiras e sofás confortáveis. Isso aumenta a expe-
riência de calma e relaxamento e induz a uma conversa descontraída. Mas,
quando estamos ativos em discussões de trabalho, nos dirigimos a um
escritório com cadeiras que nos mantêm mais eretos e menos relaxados.
Isso dá mais suporte ao trabalho e aos esforços criativos. Se quiséssemos
~escansar em silêncio, poderíamos ficar no portão, sentados em um outro
tipo de assento, colocado de modo que pudéssemos apreciar a paisagem e
0
fluxo do ar. Quando nos cansamos, dirigimo-nos ao quarto e assumimos
uma postura completamente dº1rerente
1: • d
para m . o sono.
uz1r
De modo semelhante, assumimos várias posturas em diferentes tipos
de meditação ' para alterar o fl uxo do prana no corpo - mampu · 1and °
os canais* (tsa*) que - d b·
. sao os con utos da energia no corpo - e para a nr
diversos pontos en , · 1: •
.1: • ergeticos roca1s, os chakras. Ao fazer isso, evocamos
d1rerentes tipos de e ·
xpenencia. Essa é também a base dos movimentos
A •
-52-
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CANAIS (TSA)
Existem muitos tipos diferentes de canais no corpo. Conh
. . ' ' . ecemos os
na1s mais densos atraves do estudo medico da anatomia d ca-
, . - , on e apre
demos sobre os vasos sangumeos, a circulaçao da linfa, a rede ne n-
. dº E . b ' . ural, e
assim por 1ante. xistem tam em cana1s, como aqueles reconh ec1ºdos na
acupuntura, que são condutos
. para as formas mais substanciai·s de prana
No yoga
, do sonho, lidamos com
. uma energia psíquica ainda mais · sutil."
que e a base tanto da sabedona quanto da emoça-o negativa· s canaiso .
que conduzem essa energia muito sutil não podem ser localizados na
dimensão física, mas podemos nos tornar conscientes deles.
Existem três canais raízes. Os seis chakras principais estão localizados
sobre e dentro deles. A partir dos seis chakras, trezentos e sessenta canais
secundários se espalham por todo o corpo. Os três canais raízes são, nas
mulheres, o canal vermelho do lado direito do corpo, o canal branco do
lado esquerdo e o canal azul central. Nos homens, o canal direito é O bran-
to e o canal esquerdo é o vermelho. Os três canais raízes se juntam aproxi-
madamente 1O cm abaixo do umbigo. Os dois canais laterais - que têm
o diâmetro de um lápis - erguem-se de cada lado e à frente da coluna,
sobem através do cérebro, curvam-se sob o crânio no topo da cabeça e
se abrem nas narinas. O canal central sobe direto entre des, na frente da
coluna. Ele possui o diâmetro de um bambu e se alarga levemente desde
a área do coração até a coroa da cabeça, onde termina.
O canal branco (o direito nos homens e o esquerdo nas mulheres) é
o canal através do qual as energias das emoções negativas se movem. À5
vezes, ele é conhecido como o canal do método. O canal vermelho (o
esquerdo nos homens, o direito nas mulheres) é o condutor das energias
positivas ou de sabedoria. Portanto, na prática do sonho, os homens dor-
mem sobre o seu lado direito e as mulheres, sobre o esquerdo, a fim de
colocar pressão sobre o canal branco e, dessa maneira, fechá-lo levemente,
enquanto se abre o canal vermelho de sabedoria. Isso ajuda a pessoa a ter
experiências oníricas melhores, inclusive para uma experiência emocional
mais positiva e uma maior claridade.
O canal azul central é o canal da não-dualidade. É no canal central
que a energia da consciência primordial (rigpa) se move. A prática do
sonho mais cedo ou mais tarde traz a consciência e o prana para dentro
do canal central, onde ela está além, tanto da experiência negativa quanto
· · Quando isso
dª posmva. · acontece, o praticante compreende unt·d deª ª
de todas as dualidades aparentes. Em geral, quando as pessoas têm expe-
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A Natureza do Sonho
pRANA (LUNG)
Sonhar é um processo dinâmico. Diferentemente das imagens estáticas de
filme que usamos como metáfora, as imagens de um sonho são fluidas:
elas se movem, os seres conversam, os sons vibram, a sensação é vívida. O
conteúdo do sonho é moldado pela mente, mas a base da vitalidade e da
animação do sonho é o prana. A tradução literal da palavra tibetana para
prana, "lung", e'"vento", mas nos
' a descreveremos melhor chamando-a
de força do vento vital.
Prana é a energia básica de toda experiência, de toda vida. No Oriente,
as pessoas praticam posições de yoga e vários exercícios respiratórios para
fortalecer e refinar a força do vento vital, a fim de equilibrar o corpo e a
mente. Alguns dos antigos ensinamentos esotéricos tibetanos descrevem
dois tipos diferentes de prana: o prana kármico e o prana de sabedoria.
Prana Kármico
O prana kármico é a base energética dos traços kármicos, produzidos
como resultado de todas as ações positivas, negativas e neutras. Quando
os traços kármicos são ativados pelas causas secundárias oportunas, o pra-
na kármico energiza-os e permite que eles tenham um efeito na mente,
no corpo e nos sonhos. O prana kármico é a vitalidade tanto das energias
negativas quanto das positivas em ambos os canais laterais.
Quando a mente está instável, distraída ou não-focada, o prana kár-
mico se move. Isso significa, por exemplo, que quando uma emoção surge
e a mente não tem nenhum controle sobre ela, o prana kármico carrega a
mente para onde quiser. Nossa atenção se move para lá e para cá, ora afas-
tada pela aversão, ora atraída pelo desejo.
É necessário desenvolver uma estabilidade mental no caminho espi-
ritual, para tornar a mente forte, presente e centrada. Desse modo, não
seremos levados à distração pelos ventos kármicos nem mesmo quando
as forças das emoções negativas surgirem. No yoga do sonho, depois de
desenvolvermos a habilidade de ter sonhos lúcidos, temos de estar sufi-
cientemente estáveis na presença, para estabilizar os sonhos produzidos
pelo movimento do prana kármico e para desenvolver controle sobre o
sonho. Até que a prática esteja bem desenvolvida, algumas vezes o sonha-
dor controlará o sonho e outras vezes, o sonho controlará o sonhador.
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Os Yogas Tibetanos do Sonho e do Sono
Prana de Sabedoria
O prana de sabedoria (ye lung), não é prana kármico. Não deve ser con-
fundido com o virtuoso prana de sabedoria, descrito no tópico anterior.
No primeiro momento de qualquer experiência, antes que uma reação
ocorra, há somente percepção pura. O prana envolvido nesta experimen-
tação pura é o prana da sabedoria primordial, a energia que é a base da
experiência anterior ao apego e à aversão, ou livre deles. Esta experiência
pura não deixa um traço e não será a causa de nenhum sonho. O prana de
sabedoria se move no canal central e é a energia de rigpa. Este momento
é muito breve, um flash de pura experiência de que geralmente nem nos
damos conta. É a nossa reação a esse momento, nosso apego e aversão,
que consideramos como nossa experiência.
Atividade Prânica
O mestre tibetano Long-chen-pa diz, em um de seus textos, que ocorrem
, . d' Q er entendamos
21.600 movimentos de prana durante um umco 1a. u
esta afirmaçao literalmente ou nao, e a m 1ca a enorme atividade de pra-
. l . d'
na e pensamentos que ocorrem diariamente.
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llf? t
A Natureza do Sonho
PRANA E MENTE
Todos os sonhos estão relacionados a um ou mais dos seis reinos. A liga-
ção energética entre a mente e o reino se faz através de locais específicos
no corpo. Como pode ser isso? Dizemos que a consciência está além da
forma, cor, tempo, ou tato, então como pode estar conectada a um lugar?
A mente fundamental está além de quaisquer destas distinções, mas as
qualidades que surgem na consciência são influenciadas pelos fenômenos
da experiência.
Podemos investigar esta questão por nós mesmos. Vá a algum lugar
pacífico, um belo templo, cheio de cânticos suaves e cheiro de incenso, ou
à gruta verde de uma pequena queda d'água. Quando entramos em um
lugar desses, é como se uma bênção fosse recebida. A qualidade da expe-
riência é afetada, porque o ambiente físico afeta o estado de consciência.
Isto também é verdade para as influências negativas. Quando visitamos
um local que foi palco de atrocidades, sentimo-nos desconfortáveis, dize-
mos que o lugar tem "energia ruim".
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li
: l'óg,t> T,~ -Sonho, do Sono
0 /
/
O mesmo acontece internamente, dentro de nossos cor
/ falamos de trazer a mente a um chakra, ao chakra do cora -~os. Quando
. . O . ·ri ça ' por exem
lo, 0 que queremos d 1zer
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/ P lugar? A mente
// algum . nao e uma coisa que, pode ser localizada, no sentidm0
de poder ser connda em uma pequena area. Quando "pomos" a ment
em algum lugar, estamos co locand o a nossa atenção: estamos . e
... d criando
imagens
.
em nossa mente ou d mgm o a atenção• para um obJ· et0 dos sen-
ndos. Quando focamos a mente em alguma coisa, o obJ· eto de r:roco areta e
Os Canais
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d
A Natureza do Sonho
CHAKRAS
Na prática dos sonhos, dirigimos nossa atenção para dºtrerentes
e areas
, d0
corpo,
, os chakras
. . da garganta, sobrancelhas ' coraça'o e ehakra secreto
O
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Os YtJgas _1Jbetanos do Sonho e do Sono
I
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A Natureza. do Sonho
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