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Por fim, também existem razões históricas, em que num determinado momento da
história, algum aglomerado populacional ganhou relevância. Assim, chega-se à conclusão
que áreas com mais recursos tendem a ser mais populosos em comparação com recursos
escassos.
Deste modo, tendo em conta todos estes fatores, um bom exemplo de um país onde
existem diferenças relevantes de densidade populacional é Portugal. Só o facto de este ser
um país no litoral onde o clima é bastante ameno, principalmente quando se apoxima cada
vez mais do mar, explica bastante bem a razão das áreas á volta da cidade de Lisboa e do
Porto serem as mais povoadas do país.
Esta tem sido em função de forças centrais em que as regiões de um Estado reclamam
para si a sua autonomia política económica. Esta ação é feita por movimentos
independentistas ou autonomistas e por reformas politicas administrativas. Muitas vezes
os motivos por detrás desta descentralização política envolvem questões de autonomia
política e económica, mas não tanto ao pondo de se tornarem independentes do país
Outro fator importante são as mudanças ideológicas e nos fatores culturais que resultam
na alteração de valores e em alterações no estilo de vida que, também, modificam a forma
como a maternidade e a conjugalidade são percecionadas, já que, de um ponto de vista
cultural, crenças e costumes religiosos podem influenciar atitudes sobre nascimentos fora
do laço matrimonial, tendo em conta que o Índice Sintético de Fecundidade (número
médio de crianças vivas nascidas por mulher em idade fértil) é mais elevado nos países
Europeus (França) em que a família como unidade é mais fraca, ou seja, existe um
afastamento dos fatores culturais tradicionais da forma como as famílias devem ser
compreendidas. Não deixa de ser importante acrescentar que as mudanças tecnológicas
que garantem um controle mais eficaz da fecundidade também alteram a taxa da mesma.
Já no outro lado do espectro, na Irlanda, embora seja um país rural católico, o que pode
levar ao envelhecimento da população contribuindo para um saldo migratório e natural
negativo, as políticas de impostos praticadas pelo governo permitem a deslocação de
grandes empresas internacionais para a Irlanda criando novas oportunidades de trabalho
que são atrativas para imigrantes, podendo assim explicar o saldo migratório positivo. A
Irlanda é um dos países do mundo com IDH (índice de desenvolvimento humano) mais
elevado, o que pode também explicar o saldo migratório e natural positivo.
Outro caso curioso é a Itália. Este país apresenta um grande contraste entre o norte e o
sul, já que o Norte sempre foi bastante industrial e mais desenvolvido e também é onde se
situam os principais aglomerados populacionais, explicando assim os saldos migratórios e
naturais positivos, porém, numa parte do Norte e do centro do país, o saldo natural é
negativo o que pode ser explicado pelo envelhecimento da população, mas o saldo
migratório não deixa de ser positivo. No sul do país existem regiões com saldo migratório e
natural positivo, todavia na maioria, ou os dados não estão disponíveis, ou o saldo
migratório e natural é negativo, o que pode ser explicado pela falta de industrialização
nestas áreas e também pela própria diferença cultural dos povos do sul de Itália dos do
Norte pois a Itália como país só foi criada no século XIX.
A conclusão a que se chega é que todos estes países, por serem europeus, têm um
característica comum, o envelhecimento populacional que se sucede maioritariamente nas
zonas rurais dos países aonde a falta de oportunidades de emprego e de educação é
comum, motivando as gerações mais jovens a deslocarem-se para zonas mais povoadas à
procura de trabalho e de prosseguir os seus estudos, porém há uns países que se destacam
pelas suas políticas económicas como a Irlanda e pelo sua indústria, como o norte de Itália,
e que contribuem para a criação de novas oportunidades de trabalho e desenvolvimento
populacional, tornando-se atrativo a migrantes.
Embora esta afirmação aparenta ser uma solução óbvia para o contínuo envelhecimento
da população europeia, se a analisarmos mais profundamente compreendemos que não é
bem o caso. Deste modo, existem estudos que comprovam o contrário. Um deles
considera que a imigração não pode ser considerada uma solução para o envelhecimento
visto que pode levar a uma deslocação da população já existente à custa da crescente
população de países de Terceiro-Mundo e tornaria a população europeia numa minoria,
ou seja, dá-se uma “Replacement migration”. Outro estudo diz que a imigração pode de
facto compensar o envelhecimento, mas de forma limitada, pois os imigrantes também
envelhecem o que significa que para a imigração compensar o envelhecimento
populacional esta tem de aumentar de uma forma exponencial, ou seja, apesar de muitos
chegarem à Europa quando ainda são jovens nem sempre conseguem compensar o
envelhecimento populacional pois os mesmos também vão acabar por envelhecer. Um
argumento muito utilizado é o de que as famílias imigrantes provenientes de outras
culturas, que não a europeia, tendem a ter mais filhos, o que até certo ponto está correto,
mas não deve ser exagerado, pois cada vez mais se tem observado que as mulheres destas
famílias se adaptam aos padrões europeus de fecundidade. Assim, através de vários
estudos realizados é possível compreender que a imigração pode parecer uma solução
para responder ao desafio do envelhecimento populacional europeu, mas a imigração em
si não é solução para o envelhecimento, mesmo que mostre ser uma solução limitada,
porém é limitada e não total mostrando-se assim insuficiente para resolver o problema do
envelhecimento europeu.
8. Qual é a diferença entre Valor Bruto de Produção (VBP), Valor Acrescentado Bruto
(VAB) e Produto Interno Bruto?
VPB é o valor total dos bens criados e dos serviços prestados durante o período
contabilístico, ou seja, o que foi gasto no total com a produção. Já a VAB é a riqueza
gerada na produção descontando o valor de bens e serviços consumido para a obter, tais
como matérias-primas. O PIB é a riqueza gerada internamento por um determinado país. A
diferença entre estes 3, é que o PIB representa a soma do VAB -----------……………………..
9. O que são os Consumos Intermédios (CI)? Como se distinguem dos Consumos Finais
(CF)? Dê dois exemplos de cada.
10. Podemos dizer que a maior ou menor Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) numa
economia pode influenciar a produtividade na mesma? Porquê?
A FBCF, que representa o valor dos bens de capital fixo adquiridos ao longo de 1 ano, pode
influenciar a produtividade económica visto que engloba as aquisições líquidas de cessões
de ativos fixos durante um determinado período e estes são ativos que resultam do
processo de produção que, por sua vez, são utilizados de forma continuada em processo
de produção por um período superior a um ano logo vai mostrando sua capacidade de
produção está a crescer ou não. Assim, vai influenciar e estimular o PIB.
11. Podemos dizer que os países da Europa mais industrializados são os que têm maior
peso do emprego no setor secundário? Justifique a resposta.
Isto nem sempre se sucede. Durante o século xx o setor secundário era o ramo de
atividade que gerava mais emprego, no entanto, com a modernização dos sistemas
produtivos que contribuíram para a existência de uma produção mais flexível e eficiente e
com o impulso da produtividade urbana (o que pode suceder com capital humano,
qualidade das instituições, acesso ao mercado, empreendedorismo e investimento em
investigação e inovação) a grande maioria da mão de obra tem vindo a deslocar-se para o
setor terciário que se foca no comércio e na venda de serviços, deu-se assim uma
terciarização em toda a Europa principalmente nos países que sempre tiveram uma
industria menos desenvolvida, como Portugal. Como foi referido anteriormente, o
investimento em inovação e investigação tem sido um grande impulsionador da
produtividade urbana, o que leva a que muitas empresas se concentrem nas grandes
cidades de cada país e provoca uma necessidade de mão de obra cada vez mais
qualificada, o que já se está a suceder pois em muitos países europeus o setor mais
avançado é o terciário, porém, no que toca ao emprego no setor secundário, muitas
empresas continuam a apostar na inovação e na investigação (Ex.: o grupo VAG e a
Mercedes-Benz) o que leva à substituição de mão de obra humana por máquinas
automatizadas (isto acontece muito no setor automóvel) que por sua vez acabam com os
postos de trabalho que não necessitavam de uma qualificação tão avançada e dão mais
relevância aos que necessitam de uma qualificação mais avançada. Em suma, os países
mais industrializados normalmente são os que têm as taxas de empregabilidade mais
elevada no geral, contudo este emprego tem mais peso no setor terciário para o qual
muita mão de obra do setor secundário se deslocou. Também muitas empresas que se
focavam mais no setor secundário tiveram um género de terciarização em que muitos
postos de trabalho mais rudimentares foram substituídos por máquinas e pelo avanço
tecnológico e os postos que requerem mão de obra humana exigem uma qualificação mais
avançada.
12. Se dois países europeus tiverem, no mesmo ano, idênticos níveis de terciarização
(peso do emprego no setor terciário), podemos dizer que têm idêntico nível de
desenvolvimento económico? Porquê?
Não. O desenvolvimento económico varia de país para país. Um exemplo fácil de se utilizar
é entre Portugal e a Alemanha: os dois têm níveis idênticos de terciarização, porém o
desenvolvimento industrial que a Alemanha sempre teve e que Portugal pouco teve
contribuem para um desenvolvimento económico muito diferente (inferior em Portugal e
superior na Alemanha). Para provar o desenvolvimento económico inferior de Portugal,
entre 2014 e 2020, a maioria das regiões portuguesas, excluindo a área metropolitana de
Lisboa (a capital) e o Algarve (que é uma zona de transição), são áreas pouco
desenvolvidas (com um PIB por habitante inferior a 75% da média da UE-27) e legíveis para
os fundos estruturais europeus, enquanto na Alemanha grande parte das regiões (na qual
existem muito mais do que em Portugal) são bastante desenvolvidas (PIB por habitante
igual ou superior a 90% da média da UE-27)
13. Observe a seguinte figura (minimum wage in europe (gross)). Que explicações
encontra para os contrastes evidenciados?
Como a figura mostra, os países da Europa do Sul são os que têm os salários mínimos mais
baixos, muitas das vezes as razões de serem tão reduzidos é atribuída à crise económica de
2008, na qual estes países foram os que sofreram mais com a mesma. Porém isto sucedeu-
se pela fragilidade dos setores secundários ou mesmo pela inexistência de um. O exemplo
mais conhecido é a Grécia, que num gráfico da Eurostat que avalia os salários mínimos em
euros por mês e percentagem (estabelece uma comparação de janeiro de 2011 a Janeiro
de 2021), foi o único país em que os salários baixaram. Do outro lado do espectro, os
países europeus mais desenvolvidos (muitos situam-se na chamada banana azul) são os
mesmo em que a produtividade é superior (têm um setor secundário muito mais
desenvolvido e avançado) e provavelmente o nível de repartição do rendimento é mais
justo, o que pode ser provado pelos próprios salários mínimos destes países, já que na
Alemanha o salário mínimo é 1498 euros (2019) e no Luxemburgo é 1998 euros (2019).
14. Com inspiração na figura seguinte, como explica as diferenças entre a Europa e a
América do Norte?
Para podermos explicar as diferenças entre a Europa e a América do Norte, implica saber o
que significa, quanto à agricultura, a Produtividade do Trabalho e a Produtividade da
Terra.
Assim, podemos ver que quanto à produtividade da Terra a Europa é mais elevada devido
à sua própria geografia e as melhores condições que têm para produção agrícola. Quanto à
produtividade do Trabalho, a América do Norte é mais elevada pois existe uma maior
industrialização e avanços tecnologicos que permitem que a produtividade aumente
bastante enquanto que a Europa, ao proteger a pequena agricultura, não consegue que a
produtividade seja tão alta como a realizada de modo industrial.
16. Existe uma relação lógica e geral entre a produtividade do trabalho e o PIB per capita
em diferentes regiões europeias? Justifique a resposta, mencionando dois exemplos
diferenciados que considere ilustrativos.
Deste modo, a produtividade do trabalho (que é o relevante para esta questão) é calculada
através da divisão do VAB pelo número trabalhadores e é através do VAB que se consegue
obter o valor do PIB. De uma forma mais simples, o PIB serve para avaliar e medir a
atividade económica criando a possibilidade de se analisar o crescimento económico, ora
para se avaliar o crescimento económico é importante e necessário ter em conta a
produtividade do trabalho.
Por exemplo, os países da Europa do Sul (como Portugal que em 2011 chegou a ser o 6º
pior país da União Europeia na produtividade do trabalho) ou até mesmo os países
europeus de leste que pertenceram à antiga União Soviética, em comparação com os
países da “banana azul” (Luxemburgo, Holanda, Alemanha, França, Suíça) e os países
escandinavos, têm níveis de produtividade muito mais reduzidos. Este nível de
produtividade reflete-se no PIB per capita, já que os países da “banana azul” e da
Escandinávia são os que têm o mesmo mais elevado (Luxemburgo até está em primeiro
lugar de acordo com estimativas de 2019), enquanto países como a Estónia, Letónia,
Portugal e Grécia têm um nível muito reduzido comparando com os países anteriormente
referidos.
Os mercados estão inseridos num Circuito económico no qual são estabelecidas relações
entre produções, consumos e investimento. O mercado de trabalho refere-se às formas de
trabalho que podem existir e que são remuneradas (Ex.: as famílias proporcionam mão de
obra às empresas através do mercado de trabalho e as mesmas são remuneradas pelas
empresas também pelo mercado de trabalho). Este mercado está dividido em três setores,
o primário, o secundário e o terciário. No setor primário são extraídas matérias-primas que
por sua vez são transformadas num bem no setor secundário que é, previamente,
comercializado no setor terciário. O mercado de capitais é um mercado formal utilizado
para a negociação de títulos de empresas (ações) e é constituído pela bolsa de valores e
por instituições financeiras. Este mercado beneficia das poupanças das famílias às quais
paga juros e dá empréstimos às empresas que por sua vez contribuem com juros para o
mercado de capitais. O mercado de bens de consumo é onde as famílias adquirem os bens
que necessitam e onde as empresas vendem os seus produtos para consumo final. O
consumo efetuado pelas famílias é final. O mercado de bens de produção é onde se
vendem os bens necessários (por exemplo: matérias-primas), à produção dos serviços e
bens para as famílias.
18. Comente criticamente a seguinte afirmação: “Em vários países do mundo, incluindo
da Europa, quanto maior o desenvolvimento industrial menor o peso do emprego na
indústria transformadora e maior a expressão empregadora em todo o tipo de
serviços”.
Esta afirmação faz sentido na atualidade o que é confirmado pela modernização dos
processos produtivos. Na primeira metade do século XX, com o desenvolvimento dos
processos de produção em massa como o fordismo e o taylorismo, devido à inexistência
das tecnologias que existem hoje em dia fazia sentido afirmar que uma indústria
desenvolvida (para os padrões da época) tinha um peso maior no emprego, porém, com o
desenvolvimento das tecnologias na indústria transformadora (automatização de grande
parte das linhas de montagem – substituição de mão-de-obra humana por máquinas
robóticas) e com o surgimento de um novo processo de produção muito mais eficiente, o
Sistema Toyota de Produção (um processo flexível que se baseia no investimento em
inovação, gestão de trabalho e mecanismos de controlo interno das empresas, na qual um
só operário controla várias máquinas, reduzindo o número de trabalhadores), o peso do
emprego na indústria transformadora (ou setor secundário) é menor e tem vindo a
diminuir. Esta redução do número de operários com os avanços tecnológicos é
“substituída” pelo peso de emprego que o setor terciário (comércio e todo o tipo de
serviços) ganha. A principal consequência desta valorização do setor terciário é o facto de
permitir aos trabalhadores de um determinado país desenvolverem as suas qualificações e
valorizarem cada vez mais a sua educação profissional, algo que os leva a procurar
emprego no setor terciário, tal como o próprio setor (com os avanços tecnológicos e como
os avanços referidos anteriormente) também requer estas capacidades dos trabalhadores,
exigindo-lhes assim que tenham uma educação mais avançada.
Em suma, os países que atualmente são mais industrializados são os que têm o setor
secundário com um peso de emprego mais reduzido, o que é consequência dos avanços
tecnológicos e da utilização de novas técnicas de produção mais eficazes que provocam
uma diminuição da necessidade de mão-de-obra humana, levando os trabalhadores
(muitos do setor secundário) a procurarem emprego no setor terciário dos serviços e
comércio.
19. Podemos afirmar que há uma parte da Europa onde houve maior efeito da
disseminação da educação e formação de base experimental e científica? Justifique a
resposta.
20. Há uma parte da Europa mais sujeita a fatores de risco ligados à globalização e à
mudança tecnológica? Justifique a resposta, indicando os fatores de risco e dando
dois exemplos (dois territórios com fatores de risco diferentes).
Tendo estes fatores em conta, a Europa está muito dividida no que diz respeito a estes
riscos. Uma parte do continente europeu está mais sujeita a estes fatores de risco em que,
certas regiões, por não investirem tanto na inovação (ou por não conseguirem
acompanhar a inovação dos países mais desenvolvidos) têm a sua economia em risco.
Destas regiões com risco elevado fazem parte muitos países da Europa do Sul e da Europa
de Leste, que, devido à falta de inovação e avanço tecnológico na indústria
transformadora, o contínuo envelhecimento da população e o facto de uma grande parte
da população em idade ativa ter baixos níveis de escolaridade (o que é exatamente o
oposto do que a inovação necessita) têm três ou quatro dos fatores de risco anteriormente
enumerados. Não é de admirar que devido a estes fatores de risco, países como Portugal e
a Grécia tenham sofrido muito com a crise económica de 2009 e, no caso da Grécia, ainda
não recuperaram dos efeitos da mesma. Por outro lado, os países que sempre investiram
nos avanços tecnológicos (curiosamente são os que têm a indústria mais desenvolvida,
como a Alemanha), têm mais facilidade em lidar com os fatores de risco da globalização, já
que grande parte destes países ou não têm nenhum dos riscos ou têm um risco muito
reduzido. Também não é de admirar que tenham sido estes países que recuperaram mais
rapidamente da crise económica de 2008.
21. Alguns países e regiões revelam maior despesa em investigação e desenvolvimento
do que outros. Podemos relacionar isso com diferentes tipos e graus de inovação?
Justifique a resposta e dê dois exemplos diferenciado.
Sim, podemos. Cada país tem as suas políticas definidas, baseadas na sua cultura e nas
suas necessidades, logo não é de admirar que, devido às diferenças dos países, existam
diferentes tipos e graus de inovação. No contexto europeu, existem vários tipos de
inovação regional (áreas europeias baseadas na ciência, áreas de ciências aplicadas, áreas
de aplicação de tecnologia inteligente, áreas de diversificação inteligente e criativa e áreas
de imitação criativa) e formas de avaliar o quão virados para a inovação (acima da média)
os países estão. Assim, analisando os países europeus, uma análise fácil de se realizar é
entre a Alemanha e Portugal pois estão em dois lados do espectro da inovação. Embora
exista inovação nos dois países, o nível de despesa em investigação e desenvolvimento é
muito superior na Alemanha (está acima da média europeia) o que se reflete nos
diferentes tipos e graus de inovação, já que este país é maioritariamente caracterizado,
regionalmente, por áreas de ciência aplicada e áreas europeias baseadas na ciência e
também pela inovação do produto, que está muito acima da média europeia. Portugal tem
um nível de despesa em investigação e inovação muito inferior ao da Alemanha (está
abaixo da média europeia), o que se reflete, também, nos diferentes tipos e graus de
inovação. Portugal é caracterizado, regionalmente, por áreas de diversificação inteligente
e criativa e por áreas de aplicação de tecnologia inteligente (numa região no norte do
país), porém não tem qualquer inovação do produto como na Alemanha (consequência do
investimento reduzido), mas tem (embora muito poucos – mais uma consequência do
investimento reduzido) processos de inovação, inovação no marketing e inovação
organizacional acima da média.
Não. Embora os baixos rendimentos numa economia possam ser uma consequência de um
crescimento económico reduzido, tal como altos rendimentos podem ser uma
consequência de um crescimento económico elevado, os rendimentos económicos não
influenciam o crescimento económico. O crescimento económico é um conceito mais
restrito que o rendimento económico que se foca no aumento quantitativo da capacidade
produtiva, e não na transformação qualitativa da estrutura da economia. O PIB é utilizado
para avaliar o nível do crescimento económico.
Em suma, se uma região tiver baixo crescimento económico não é necessariamente por ter
um rendimento económico reduzido, pois como foi referido nos exemplos anteriores a
economia pode crescer com baixo rendimentos. Porém, a acumulação de capital não é
suficiente para gerar um crescimento continuado da economia, mas não significa que as
regiões cujo rendimento é mais baixo sejam as de menor desenvolvimento económico. O
crescimento económico também é influenciado por outros fatores que não são o capital
humano, tais como: estabilidade política, liberalização e abertura da economia, situação
geográfica, infraestruturas mais ou menos desenvolvidas, entre outros.
23. Na Europa, o desemprego tem tido expressões diferenciadas entre territórios, entre
pessoas de diferentes estratos etários, entre pessoas do género masculino e
feminino, e ainda entre distintos períodos do tempo. De modo conciso, indique as
principais razões que se podem atribuir a estas diferenças.
O desemprego entre territórios é mais relativo pois os valores variam. Esta variação
acontece devido às políticas internas de cada país, como o incentivo ao estabelecimento
da mão de obra no seu país de origem. A existência de um mercado mais amplo (como na
Alemanha) permite que a população não se veja obrigada a procurar trabalho noutros
países.
O facto de que, socialmente falando, às mulheres é, desde logo, incutida a tarefa de serem
donas de casa e terem de criar os filhos vai-se repercutir no mercado de trabalho, e os
homens com uma construção social da supremacia, sendo estes assumidos como seres
universais, como ‘representantes’ de toda a humanidade, levam há origem destas
discrepâncias.
Opiniões como esta são uma das explicações do porquê de existir uma disparidade, em
termos de mercado de trabalho, entre homens e mulheres. O facto de as mulheres terem
de sacrificar o seu percurso profissional em detrimento do seu papel na sociedade, o de
reprodutoras sociais, é algo que ainda está bastante presente hoje em dia e que é
responsável pelas desigualdades. Assim, temos que o género é um dos responsáveis pelos
destinos sociais desiguais e não é de admirar que 44% dos europeus considere que o papel
da mulher é de cuidar da casa e da família e o do homem é de ganhar dinheiro.
25. Podemos dizer que há situações europeias mais vincadas quanto ao peso relativo de
jovens que estão fora dos sistemas de emprego, educação e formação (NEET)?
Justifique a resposta e aponte as principais causas
Reduzir o desemprego entre os jovens e procurar introduzir com êxito o maior número de
jovens europeus no mundo do trabalho são temas que estão no centro da agenda política
da União Europeia. A crise económica deu origem a elevados níveis de desemprego entre
os jovens e, por consequentemente, à desocupação dos mesmos.
O termo NEET é utilizado para descrever os jovens que não trabalham, não estudam nem
seguem uma formação. O conceito tem sido largamente utilizado como indicador para a
formulação de políticas orientadas para a juventude em matéria de empregabilidade,
educação, formação e, também, de inclusão social nos 28 Estados Membros da EU.
A faixa etária abrangida pelo termo era dos 15-24 anos, tendo sido posteriormente
alargada para incluir os indivíduos com idades entre 15-29 anos. Os jovens entre os 25-29
anos ao longo dos anos têm vindo a apresentar um maior número no que diz respeito à
evolução do peso dos adultos/jovens na EU que não estão empregados, nem a estudar ou
em formação profissional. Com uma taxa mais baixas estão jovens entre os 20-24 anos.
Existem zonas europeias que estão mais vincadas quanto ao peso dos NEET. Exemplo disto
é a região da Europa do Sul, nomeadamente Itália e Grécia. Em Itália o índice parece
agravar-se sobretudo no grupo etário dos 25-29 anos. No momento, este acontecimento
está substancialmente presente em toda a Itália, com um declínio acentuado nas
matrículas universitária. Os dados são interpretados como efeito da crise económica.
As principais razões que justificam a existência dos NEETs são: baixo nível educação, sofrer
de algum tipo de incapacidade, historial de imigração, ambiente familiar difícil, viver em
áreas remotas e um baixo rendimento familiar
26. Inspirando-se no seguinte texto e nas reflexões proporcionadas pelas sessões letivas,
responda às questões abaixo. “Hoje, as regiões mais urbanizadas incluem a América
do Norte (com 82% de sua população vivendo em áreas urbanas em 2018), a América
Latina e Caraíbas (81%), a Europa (74%) e a Oceania (68%). O nível de urbanização na
Ásia está a aproximar-se dos 50%. Em contraste, a África permanece
predominantemente rural, com 43% da sua população vivendo em áreas urbanas”
(trad. e adapt. de United Nations, 16 May 2018).
26.1 Como explica o valor intermédio indicado para a Europa, quanto à população
que vive em áreas urbanas?
O valor intermédio indicado para a Europa, quanto à população que vive em áreas
urbanas, pode se explicar com o recurso aos seguintes fatores: a aplicação da nova
definição do grau de urbanização, o facto da Europa poder ser menos urbanizada do que
outras partes do mundo, o facto das cidades europeias serem populacionalmente mais
densas do que as cidades norte-americanas, mas não mais do que as cidades em países
com rápido crescimento económico, os factos de que os europeus tendem a viver em
cidades de tamanho médio e o facto de a Europa ter uma network de cidades mais densa.
Por fim, a Europa tem uma network de cidades mais densa do que o resto do mundo, ou
seja, a distância média entre cidades é mais baixa comparada com o resto do globo, no
entanto as cidades grandes europeias continuam a ter uma distância elevada, isto ocorre
devido à network europeia de cidades médias. Assim, a Europa apresenta um valor
intermédio de urbanização devido a estes fatores. As cidades europeias distinguem-se das
de outras partes do mundo, sendo que a população das cidades não se alterou muito nos
últimos 50 anos e é relativamente baixa em comparação com os níveis globais, para além
disso, as cidades europeias tendem a ser de tamanho médio
27. Nos últimos anos, o desempenho económico das cidades europeias e regiões
metropolitanas tem sido devido a alguns fatores-chave. Enuncie três desses fatores e
ilustre a sua importância
A UE28 tem 271 regiões metropolitanas que, em 2013, concentravam 59% da população,
62% do emprego e geravam 68% do PIB, destacando o seu importante papel enquanto
centros de população, atividade económica e emprego. As cidades, e especialmente as
grandes tendem a ter uma população com maior nível de instrução do que outros
territórios. A procura de mão-de-obra altamente qualificada atrai pessoas instruídas de
diferentes regiões de um país.
A afirmação é verdadeira pois quando se avalia o nível de Satisfação está avaliação não
incide só nas capitais europeias, aplica-se também a outras cidades que se destaquem,
zonas urbanas alargadas. Quando se avalia a satisfação de vida é englobada a qualidade
dos transportes públicos, espaços verdes, acesso à cultura, desporto, acesso à internet e
ainda a facilidade em encontrar emprego ou a aquisição de casa a um preço razoável.
Estes são alguns fatores considerados determinantes na definição da qualidade de vida
urbana sendo cruciais para atrair e fixar residentes, trabalhadores qualificados, empresas,
estudantes e turistas. Temos como exemplo, o caso alemão, segundo o qual a cidade que
revela a melhor qualidade de vida é Hamburgo, sendo que não é a capital do país em
questão, tal como se pode no gráfico apresentado.
29. O envelhecimento ativo (EA) é um desafio que tem sido considerado nas políticas
públicas da UE e em certos estudos. Escolha dois países que se diferenciem nas
condições de EA e comente as suas situações prováveis quanto às dimensões de:
a) emprego:
b) participação social:
30. “A Estratégia Europa 2020, ao incidir nos desafios demográficos, não deixou de
envolver o lançamento de uma parceria europeia para a inovação no domínio do
envelhecimento ativo e saudável”. Explique o sentido desta afirmação, podendo
recorrer a elementos ilustrativos.
A União Europeia vive atualmente uma transição demográfica. A sua população está a
envelhecer rapidamente e o número de pessoas com 65 anos ou mais vai passar de 85
milhões em 2008 a 151 milhões em 2060. Mais, ao passo que, em 2010, 20% da população
tinha 60 anos ou mais, em 2050 essa percentagem aumentará para, pelo menos, 35%. No
entanto, as projeções recentes revelam que a imigração poderá abrandar o processo de
envelhecimento populacional. Essas projeções partem do princípio que vários Estados -
Membros da UE reduzirão as suas restrições em matéria de imigração para evitar
desequilíbrios importantes no índice de dependência de idosos. Sem o fenómeno
migratório, a população da UE diminuirá de 495 milhões para 416 milhões de habitantes
até 2060, ao passo que o índice de dependência de idosos aumentará de 25% para 62%.
Com a ajuda das migrações, a população poderá aumentar para 506 milhões de
habitantes, ao passo que o índice de dependência de idosos "apenas" atingirá os 53%.