Você está na página 1de 18

1.

Existem várias explicações para as diferenças de densidade populacional, entre


países europeus e dentro de alguns desses países. Que explicações se relevam?

As diferenças de densidade populacional verificam-se de várias formas entre e dentro dos


vários países europeus. Em primeiro lugar, é importante clarificar que a Europa é um
continente divido numa multiplicidade de Estados e de formas de organização política e,
apesar de todos os países partilharem uma identidade europeia através da entidade
supranacional que é a união Europeia, estas não deixam de ser bastantes diferentes
culturalmente e economicamente, o que pode vir a explicar a razão de existirem
diferenças de densidade populacional entre os países europeus.

Existem vários fatores que promovem as diferenças de densidade populacional, através de


vários fatores clássicos de distribuição, que se podem traduzir em fatores físicos ou
humanos. Começando pelos físicos, lugares com baixo-relevo apresentam elevada
densidade, ao passo que os que apresentam elevado relevo, que sejam montanhosos,
como os Himalaias, apresentam baixa densidade. As áreas ricas em recursos, como o
petróleo, madeira, a pesca, tendem ter uma grande densidade de população em
comparação às áreas que apresentam poucos recursos. Muitas vezes preferem áreas
litorais pois o fácil acesso a recursos marinhos revela-se fulcral para a sobrevivência e
permite esta preferência. Outro fatore importante é o clima, onde áreas com climas
extremos, desde elevadíssima temperatura para áreas de extremo frio, apresentam baixo
nível de população, ao contrário dos locais que apresentam um equilíbrio entre a chuva e
o calor.

Já os fatores humanos baseiam-se a nível político, social e económico. Países com


governos estáveis tendem a ter uma elevada densidade populacional, enquanto os países
instáveis tendem a ter uma baixa densidade, pois as pessoas tendem a migrarem. No que
diz respeito a nível socia, há grupos que desejam viver juntos uns aos outros de forma a
beneficiar da segurança, o que traduz numa elevada densidade. Já grupo, como os das
Escandinávia, preferem viver isolados, o que não beneficia este indicador. A nível
económico, países com oportunidades de trabalho encoraja ao aumento da densidade
populacional, ao contrário dos países que apresentam um número limitado de
oportunidade de trabalho.

Por fim, também existem razões históricas, em que num determinado momento da
história, algum aglomerado populacional ganhou relevância. Assim, chega-se à conclusão
que áreas com mais recursos tendem a ser mais populosos em comparação com recursos
escassos.

Deste modo, tendo em conta todos estes fatores, um bom exemplo de um país onde
existem diferenças relevantes de densidade populacional é Portugal. Só o facto de este ser
um país no litoral onde o clima é bastante ameno, principalmente quando se apoxima cada
vez mais do mar, explica bastante bem a razão das áreas á volta da cidade de Lisboa e do
Porto serem as mais povoadas do país.

2. A Europa é “provavelmente o continente com a maior diversidade étnica do mundo”,


por razões lógicas. Comente, de modo fundamentado, esta afirmação.
Apesar do continente europeu ser composto por vários países e cada um ter a sua culutra
histórica, estes são tdos ou quase todos homogéneos a nível étnico taç como se pode
observar no mapa cuja escala representa a diversidade étnica baseando-se em cores,
sendo que a cor ver serve identificar os continentes com maior diversidade étnica nos
quais ….

3. A descentralização política na Europa tem sido em função de que tipos de


movimentos ou forças? Que motivos têm existido?

Esta tem sido em função de forças centrais em que as regiões de um Estado reclamam
para si a sua autonomia política económica. Esta ação é feita por movimentos
independentistas ou autonomistas e por reformas politicas administrativas. Muitas vezes
os motivos por detrás desta descentralização política envolvem questões de autonomia
política e económica, mas não tanto ao pondo de se tornarem independentes do país

4. Como se pode caracterizar a evolução da fecundidade na Europa nos últimos anos do


século XX e durante o século XXI? Como se explica essa essa evolução?

A evolução da fecundidade, na Europa, nos últimos anos do século XX e durante o século


XXI tem sido positiva, porém, o facto dos casais da EU estarem a ter cada vez menos filhos
tem vindo a desacelerar o crescimento natural e a contribuir para uma mudança natural
negativa, na qual existem mais óbitos do que nascimentos. A existência de uma nova
avaliação dos custos e benefícios associados à maternidade tem contribuído para esta
desaceleração traduzindo-se num novo regime de fecundidade baseado em pequenas
famílias. As próprias famílias tendem a percecionar mais o futuro baseado no risco que
uma potencial gravidez pode vir a ter, muitas vezes em termos económicos, ou seja, a
fecundidade diminui em contextos de crise e de falta de segurança e aumenta em cenários
de expansão económica e estabilidade económica.

Outro fator importante são as mudanças ideológicas e nos fatores culturais que resultam
na alteração de valores e em alterações no estilo de vida que, também, modificam a forma
como a maternidade e a conjugalidade são percecionadas, já que, de um ponto de vista
cultural, crenças e costumes religiosos podem influenciar atitudes sobre nascimentos fora
do laço matrimonial, tendo em conta que o Índice Sintético de Fecundidade (número
médio de crianças vivas nascidas por mulher em idade fértil) é mais elevado nos países
Europeus (França) em que a família como unidade é mais fraca, ou seja, existe um
afastamento dos fatores culturais tradicionais da forma como as famílias devem ser
compreendidas. Não deixa de ser importante acrescentar que as mudanças tecnológicas
que garantem um controle mais eficaz da fecundidade também alteram a taxa da mesma.

5. Observando a figura seguinte, encontramos diferentes condições de evolução da


população europeia nos inícios do século XXI. Escolha 4 territórios contrastados e
explique as diferenças entre eles.
Através do uso da seguinte figura é possível explorar as diferentes condições de evolução
da população europeia de diferentes territórios de 2000 a 2011. O primeiro território é
Portugal que apresenta um balanço entre o saldo migratório e natural positivo e negativo,
sendo que em localidades mais afastadas do litoral, como o Alentejo e todo território
interior que faz fronteira com Espanha, existe um saldo migratório positivo e um saldo
natural (a diferença entre a natalidade e a mortalidade) negativo pois trata-se de regiões
rurais com uma população bastante envelhecida, já no litoral o saldo migratório é positivo
e o saldo natural é positivo pois é aí que se situam os principais centros urbanos.

Comparando com países da Europa de Leste, mais especificamente a Bulgária, existem


semelhanças no que diz respeito ao envelhecimento da população, já que o saldo natural e
migratório é negativo. Porém em Portugal ainda existe algum desenvolvimento
populacional nos principais centros urbanos que se chega a estender pelos territórios
circundantes enquanto na Bulgária este desenvolvimento limita-se a duas localidades
específicas, que coincidem com as duas principais cidades, Sófia e Varna, nas quais ainda
há envelhecimento populacional (saldo natural negativo). O facto da Bulgária ser um país
que pertenceu à antiga União Soviética pode explicar a falta de inovação e de
desenvolvimento, que, por sua vez, explica o envelhecimento populacional e a falta de
condições para migrantes (leva à procura reduzida).

Já no outro lado do espectro, na Irlanda, embora seja um país rural católico, o que pode
levar ao envelhecimento da população contribuindo para um saldo migratório e natural
negativo, as políticas de impostos praticadas pelo governo permitem a deslocação de
grandes empresas internacionais para a Irlanda criando novas oportunidades de trabalho
que são atrativas para imigrantes, podendo assim explicar o saldo migratório positivo. A
Irlanda é um dos países do mundo com IDH (índice de desenvolvimento humano) mais
elevado, o que pode também explicar o saldo migratório e natural positivo.

Outro caso curioso é a Itália. Este país apresenta um grande contraste entre o norte e o
sul, já que o Norte sempre foi bastante industrial e mais desenvolvido e também é onde se
situam os principais aglomerados populacionais, explicando assim os saldos migratórios e
naturais positivos, porém, numa parte do Norte e do centro do país, o saldo natural é
negativo o que pode ser explicado pelo envelhecimento da população, mas o saldo
migratório não deixa de ser positivo. No sul do país existem regiões com saldo migratório e
natural positivo, todavia na maioria, ou os dados não estão disponíveis, ou o saldo
migratório e natural é negativo, o que pode ser explicado pela falta de industrialização
nestas áreas e também pela própria diferença cultural dos povos do sul de Itália dos do
Norte pois a Itália como país só foi criada no século XIX.

A conclusão a que se chega é que todos estes países, por serem europeus, têm um
característica comum, o envelhecimento populacional que se sucede maioritariamente nas
zonas rurais dos países aonde a falta de oportunidades de emprego e de educação é
comum, motivando as gerações mais jovens a deslocarem-se para zonas mais povoadas à
procura de trabalho e de prosseguir os seus estudos, porém há uns países que se destacam
pelas suas políticas económicas como a Irlanda e pelo sua indústria, como o norte de Itália,
e que contribuem para a criação de novas oportunidades de trabalho e desenvolvimento
populacional, tornando-se atrativo a migrantes.

6. Quais são as grandes consequências – económicas e sociais – do envelhecimento na


Europa?

Económicas: risco de colapso do sistema de segurança social, crescentes de


necessidades de cuidados de saúde e sociais que implicam despesas
avultadas por parte do estado e insuficiente população ativa para assegurar a
produção e a oferta de serviços que leva um crescimento económico mais
lento.
Sociais: crescimento situações de isolamento e exclusão, vulnerabilidade
acrescida à pobreza no caso de receberem pensões de reforma reduzida e
vulnerabilidade acrescida aos riscos naturais, ambientais e tecnológicos
sendo que pela sua fragilidade física os idosos são mais vulneráveis a
doenças, alterações climáticas e problemas ambientais.
7. Para compensar o envelhecimento, países ricos devem abrir portas aos imigrantes”
(C. Barata, Público 7-10-2015). Efetue um comentário a esta frase, tendo em conta o
desafio do envelhecimento na Europa.

Embora esta afirmação aparenta ser uma solução óbvia para o contínuo envelhecimento
da população europeia, se a analisarmos mais profundamente compreendemos que não é
bem o caso. Deste modo, existem estudos que comprovam o contrário. Um deles
considera que a imigração não pode ser considerada uma solução para o envelhecimento
visto que pode levar a uma deslocação da população já existente à custa da crescente
população de países de Terceiro-Mundo e tornaria a população europeia numa minoria,
ou seja, dá-se uma “Replacement migration”. Outro estudo diz que a imigração pode de
facto compensar o envelhecimento, mas de forma limitada, pois os imigrantes também
envelhecem o que significa que para a imigração compensar o envelhecimento
populacional esta tem de aumentar de uma forma exponencial, ou seja, apesar de muitos
chegarem à Europa quando ainda são jovens nem sempre conseguem compensar o
envelhecimento populacional pois os mesmos também vão acabar por envelhecer. Um
argumento muito utilizado é o de que as famílias imigrantes provenientes de outras
culturas, que não a europeia, tendem a ter mais filhos, o que até certo ponto está correto,
mas não deve ser exagerado, pois cada vez mais se tem observado que as mulheres destas
famílias se adaptam aos padrões europeus de fecundidade. Assim, através de vários
estudos realizados é possível compreender que a imigração pode parecer uma solução
para responder ao desafio do envelhecimento populacional europeu, mas a imigração em
si não é solução para o envelhecimento, mesmo que mostre ser uma solução limitada,
porém é limitada e não total mostrando-se assim insuficiente para resolver o problema do
envelhecimento europeu.

8. Qual é a diferença entre Valor Bruto de Produção (VBP), Valor Acrescentado Bruto
(VAB) e Produto Interno Bruto?

VPB é o valor total dos bens criados e dos serviços prestados durante o período
contabilístico, ou seja, o que foi gasto no total com a produção. Já a VAB é a riqueza
gerada na produção descontando o valor de bens e serviços consumido para a obter, tais
como matérias-primas. O PIB é a riqueza gerada internamento por um determinado país. A
diferença entre estes 3, é que o PIB representa a soma do VAB -----------……………………..

9. O que são os Consumos Intermédios (CI)? Como se distinguem dos Consumos Finais
(CF)? Dê dois exemplos de cada.

CI é o consumo de bens e serviços como elementos de um processo de produção, que


exclui os ativos fixos cujo consumo é registado como consumo de capital fixo. Ex: utilização
de alumínio e ferro forjado que servirá para fabricar um motor de um automóvel ou fatiar
a carne que servirá para fazer um hamburger. CF é o consumo realizado pelas famílias e
tem por finalidade a satisfação direta das necessidades. Ex: a utilização de energia elétrica
e a utilização de combustíveis para abastecer automóveis.

10. Podemos dizer que a maior ou menor Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) numa
economia pode influenciar a produtividade na mesma? Porquê?

A FBCF, que representa o valor dos bens de capital fixo adquiridos ao longo de 1 ano, pode
influenciar a produtividade económica visto que engloba as aquisições líquidas de cessões
de ativos fixos durante um determinado período e estes são ativos que resultam do
processo de produção que, por sua vez, são utilizados de forma continuada em processo
de produção por um período superior a um ano logo vai mostrando sua capacidade de
produção está a crescer ou não. Assim, vai influenciar e estimular o PIB.

11. Podemos dizer que os países da Europa mais industrializados são os que têm maior
peso do emprego no setor secundário? Justifique a resposta.

Isto nem sempre se sucede. Durante o século xx o setor secundário era o ramo de
atividade que gerava mais emprego, no entanto, com a modernização dos sistemas
produtivos que contribuíram para a existência de uma produção mais flexível e eficiente e
com o impulso da produtividade urbana (o que pode suceder com capital humano,
qualidade das instituições, acesso ao mercado, empreendedorismo e investimento em
investigação e inovação) a grande maioria da mão de obra tem vindo a deslocar-se para o
setor terciário que se foca no comércio e na venda de serviços, deu-se assim uma
terciarização em toda a Europa principalmente nos países que sempre tiveram uma
industria menos desenvolvida, como Portugal. Como foi referido anteriormente, o
investimento em inovação e investigação tem sido um grande impulsionador da
produtividade urbana, o que leva a que muitas empresas se concentrem nas grandes
cidades de cada país e provoca uma necessidade de mão de obra cada vez mais
qualificada, o que já se está a suceder pois em muitos países europeus o setor mais
avançado é o terciário, porém, no que toca ao emprego no setor secundário, muitas
empresas continuam a apostar na inovação e na investigação (Ex.: o grupo VAG e a
Mercedes-Benz) o que leva à substituição de mão de obra humana por máquinas
automatizadas (isto acontece muito no setor automóvel) que por sua vez acabam com os
postos de trabalho que não necessitavam de uma qualificação tão avançada e dão mais
relevância aos que necessitam de uma qualificação mais avançada. Em suma, os países
mais industrializados normalmente são os que têm as taxas de empregabilidade mais
elevada no geral, contudo este emprego tem mais peso no setor terciário para o qual
muita mão de obra do setor secundário se deslocou. Também muitas empresas que se
focavam mais no setor secundário tiveram um género de terciarização em que muitos
postos de trabalho mais rudimentares foram substituídos por máquinas e pelo avanço
tecnológico e os postos que requerem mão de obra humana exigem uma qualificação mais
avançada.

12. Se dois países europeus tiverem, no mesmo ano, idênticos níveis de terciarização
(peso do emprego no setor terciário), podemos dizer que têm idêntico nível de
desenvolvimento económico? Porquê?

Não. O desenvolvimento económico varia de país para país. Um exemplo fácil de se utilizar
é entre Portugal e a Alemanha: os dois têm níveis idênticos de terciarização, porém o
desenvolvimento industrial que a Alemanha sempre teve e que Portugal pouco teve
contribuem para um desenvolvimento económico muito diferente (inferior em Portugal e
superior na Alemanha). Para provar o desenvolvimento económico inferior de Portugal,
entre 2014 e 2020, a maioria das regiões portuguesas, excluindo a área metropolitana de
Lisboa (a capital) e o Algarve (que é uma zona de transição), são áreas pouco
desenvolvidas (com um PIB por habitante inferior a 75% da média da UE-27) e legíveis para
os fundos estruturais europeus, enquanto na Alemanha grande parte das regiões (na qual
existem muito mais do que em Portugal) são bastante desenvolvidas (PIB por habitante
igual ou superior a 90% da média da UE-27)
13. Observe a seguinte figura (minimum wage in europe (gross)). Que explicações
encontra para os contrastes evidenciados?

Como a figura mostra, os países da Europa do Sul são os que têm os salários mínimos mais
baixos, muitas das vezes as razões de serem tão reduzidos é atribuída à crise económica de
2008, na qual estes países foram os que sofreram mais com a mesma. Porém isto sucedeu-
se pela fragilidade dos setores secundários ou mesmo pela inexistência de um. O exemplo
mais conhecido é a Grécia, que num gráfico da Eurostat que avalia os salários mínimos em
euros por mês e percentagem (estabelece uma comparação de janeiro de 2011 a Janeiro
de 2021), foi o único país em que os salários baixaram. Do outro lado do espectro, os
países europeus mais desenvolvidos (muitos situam-se na chamada banana azul) são os
mesmo em que a produtividade é superior (têm um setor secundário muito mais
desenvolvido e avançado) e provavelmente o nível de repartição do rendimento é mais
justo, o que pode ser provado pelos próprios salários mínimos destes países, já que na
Alemanha o salário mínimo é 1498 euros (2019) e no Luxemburgo é 1998 euros (2019).

14. Com inspiração na figura seguinte, como explica as diferenças entre a Europa e a
América do Norte?
Para podermos explicar as diferenças entre a Europa e a América do Norte, implica saber o
que significa, quanto à agricultura, a Produtividade do Trabalho e a Produtividade da
Terra. 

No gráfico, o eixo das abcissas corresponde à Produtividade do Trabalho (produção


agrícola por trabalhador, sendo aprox. VAB agrícola/Emprego Agrícola), enquanto o eixo
das ordenadas corresponde à produtividade da terra (produção agrícola por superficie,
podendo ser VAB agrícola/ hectare). Assim o gráfico mostra a relação entre estes dois tipos
de produtividade, comparando a evolução entre 1961-65 e 2006-09 de grandes regiões
mundiais, incluindo a Europa.  

A produtividade da Terra é maior na Europa do que na América do Norte devido a vários


fatores, físicos e humanos, tais como o facto de a Europa ser mais beneficiada pela
natureza do que a América do Norte (fertilidade dos solos, abundância de água,
proximidade do litoral, entre outros elementos que afetam a produtividade agrícola), a
ocupação humana da América do Norte mostra-se menos favorável do que a Europa
(maior tendência para a industrialização) o que faz com que a Europa obtenha, em média,
mais riqueza da terra por unidade de superficie. 

Por outro lado, a produtividade do trabalho é maior na América do Norte do que na


Europa. Isto acontece pois, se nos EUA tivermos uma produção de 1000 feita por 5
trabalhadores (com máquinas próprias) e na Europa for uma produção de 10000 feita por
100 trabalhadores, a maior produtividade do trabalho será na América do Norte. Para
além disso, na América do Norte existe uma maior “industrialização da agricultura”
enquanto que na Europa há uma maior proteção pública da pequena agricultura/famliar. 

Assim, podemos ver que quanto à produtividade da Terra a Europa é mais elevada devido
à sua própria geografia e as melhores condições que têm para produção agrícola. Quanto à
produtividade do Trabalho, a América do Norte é mais elevada pois existe uma maior
industrialização e avanços tecnologicos que permitem que a produtividade aumente
bastante enquanto que a Europa, ao proteger a pequena agricultura, não consegue que a
produtividade seja tão alta como a realizada de modo industrial.

15. Há contrastes acentuados quanto à produtividade do trabalho na Europa? Justifique


a resposta, mencionando as razões económicas que explicam essa realidade.

A resposta simples é sim. O desenvolvimento económico e os próprios salários mínimos de


cada país são diferentes, assim é de esperar que a produtividade do trabalho também seja
diferente. Existem várias explicações económicas para estes contrastes acentuados tais
como diferentes níveis de investimento I&D (investigação e desenvolvimento) no processo
produtivo e nos produtos, a regulação, o mercado de trabalho mais ou menos
desenvolvido, as economias de aglomeração (que beneficia as cidades por meio de dois
canais relacionados: as economias de urbanização, ou seja, o tamanho da cidade e as
economia de localização ou especialização, ou seja, a dimensão de um setor ou cluster
económico), a qualidade das instituições, que influencia diretamente as qualidade da
educação e o nível da mesma que a população normalmente procura atingir, a qualidade
dos transportes públicos (que permitem acesso mais facilitado a cidades e mesmo a
deslocação dentro de cidades); e não menos importante o fenómeno do “tamanho
emprestado” que mostra, através de vários estudos, que as cidades europeias ou de
qualquer outro continente têm uma produtividade maior se estiverem próximas e bem
conectadas a outras cidades, isto acontece muito nos países europeus mais
industrializados, como a Alemanha, e pouco nos países menos industrializados, como
Portugal.

16. Existe uma relação lógica e geral entre a produtividade do trabalho e o PIB per capita
em diferentes regiões europeias? Justifique a resposta, mencionando dois exemplos
diferenciados que considere ilustrativos.

Para dar contexto é importante explicar o que é a produtividade, a produtividade do


trabalho, o PIB e o VAB. Assim para se calcular a produtividade utiliza-se o VAB (valor
acrescentado bruto) e o PIB (produto interno bruto), estabelecendo uma relação entre a
produção e os fatores de produção utilizados, fatores estes que são o trabalho, o capital e
a terra, ou seja, o VAB e o PIB são utilizados para calcular ou a produtividade do trabalho,
do capital ou da terra. O PIB é a riqueza gerada internamente por um determinado país (é
calculado através da soma dos vários VAB numa economia) enquanto o VAB é a riqueza
gerada na produção, descontando o valor dos bens e serviços consumidos para a obter.
Tendo isto em conta, como o PIB é calculado através da soma do VAB (como referido
anteriormente) a produtividade e o PIB per capita vão estar sempre ligados.

Deste modo, a produtividade do trabalho (que é o relevante para esta questão) é calculada
através da divisão do VAB pelo número trabalhadores e é através do VAB que se consegue
obter o valor do PIB. De uma forma mais simples, o PIB serve para avaliar e medir a
atividade económica criando a possibilidade de se analisar o crescimento económico, ora
para se avaliar o crescimento económico é importante e necessário ter em conta a
produtividade do trabalho.

Por exemplo, os países da Europa do Sul (como Portugal que em 2011 chegou a ser o 6º
pior país da União Europeia na produtividade do trabalho) ou até mesmo os países
europeus de leste que pertenceram à antiga União Soviética, em comparação com os
países da “banana azul” (Luxemburgo, Holanda, Alemanha, França, Suíça) e os países
escandinavos, têm níveis de produtividade muito mais reduzidos. Este nível de
produtividade reflete-se no PIB per capita, já que os países da “banana azul” e da
Escandinávia são os que têm o mesmo mais elevado (Luxemburgo até está em primeiro
lugar de acordo com estimativas de 2019), enquanto países como a Estónia, Letónia,
Portugal e Grécia têm um nível muito reduzido comparando com os países anteriormente
referidos.

17. Distinga a abrangência, em termos de meios envolvidos, dos seguintes tipos de


mercado: a) trabalho; b) capitais; c) bens de consumo; d) bens de produção.

Os mercados estão inseridos num Circuito económico no qual são estabelecidas relações
entre produções, consumos e investimento. O mercado de trabalho refere-se às formas de
trabalho que podem existir e que são remuneradas (Ex.: as famílias proporcionam mão de
obra às empresas através do mercado de trabalho e as mesmas são remuneradas pelas
empresas também pelo mercado de trabalho). Este mercado está dividido em três setores,
o primário, o secundário e o terciário. No setor primário são extraídas matérias-primas que
por sua vez são transformadas num bem no setor secundário que é, previamente,
comercializado no setor terciário. O mercado de capitais é um mercado formal utilizado
para a negociação de títulos de empresas (ações) e é constituído pela bolsa de valores e
por instituições financeiras. Este mercado beneficia das poupanças das famílias às quais
paga juros e dá empréstimos às empresas que por sua vez contribuem com juros para o
mercado de capitais. O mercado de bens de consumo é onde as famílias adquirem os bens
que necessitam e onde as empresas vendem os seus produtos para consumo final. O
consumo efetuado pelas famílias é final. O mercado de bens de produção é onde se
vendem os bens necessários (por exemplo: matérias-primas), à produção dos serviços e
bens para as famílias.

De uma forma simples, no circuito económico, a produção de um determinado produto,


por exemplo um automóvel, começa no mercado de bens de produção onde vão ser
adquiridas as matérias-primas (pelas empresas) no setor primário, necessárias para a
produção do veículo no setor secundário que por sua vez vai ser vendido no setor
terciário, criando uma ligação direta com o mercado de trabalho, pois é através deste que
as famílias vão proporcionar trabalho para os vários setores. Após o automóvel ser
construído vai estar disponível no mercado de bens de consumo (muitas vezes associado
ao setor terciário dos serviços), onde as famílias têm a possibilidade de recorrer a crédito
de um banco, no mercado de capitais, para conseguirem obter este produto final.

18. Comente criticamente a seguinte afirmação: “Em vários países do mundo, incluindo
da Europa, quanto maior o desenvolvimento industrial menor o peso do emprego na
indústria transformadora e maior a expressão empregadora em todo o tipo de
serviços”.

Esta afirmação faz sentido na atualidade o que é confirmado pela modernização dos
processos produtivos. Na primeira metade do século XX, com o desenvolvimento dos
processos de produção em massa como o fordismo e o taylorismo, devido à inexistência
das tecnologias que existem hoje em dia fazia sentido afirmar que uma indústria
desenvolvida (para os padrões da época) tinha um peso maior no emprego, porém, com o
desenvolvimento das tecnologias na indústria transformadora (automatização de grande
parte das linhas de montagem – substituição de mão-de-obra humana por máquinas
robóticas) e com o surgimento de um novo processo de produção muito mais eficiente, o
Sistema Toyota de Produção (um processo flexível que se baseia no investimento em
inovação, gestão de trabalho e mecanismos de controlo interno das empresas, na qual um
só operário controla várias máquinas, reduzindo o número de trabalhadores), o peso do
emprego na indústria transformadora (ou setor secundário) é menor e tem vindo a
diminuir. Esta redução do número de operários com os avanços tecnológicos é
“substituída” pelo peso de emprego que o setor terciário (comércio e todo o tipo de
serviços) ganha. A principal consequência desta valorização do setor terciário é o facto de
permitir aos trabalhadores de um determinado país desenvolverem as suas qualificações e
valorizarem cada vez mais a sua educação profissional, algo que os leva a procurar
emprego no setor terciário, tal como o próprio setor (com os avanços tecnológicos e como
os avanços referidos anteriormente) também requer estas capacidades dos trabalhadores,
exigindo-lhes assim que tenham uma educação mais avançada.

Em suma, os países que atualmente são mais industrializados são os que têm o setor
secundário com um peso de emprego mais reduzido, o que é consequência dos avanços
tecnológicos e da utilização de novas técnicas de produção mais eficazes que provocam
uma diminuição da necessidade de mão-de-obra humana, levando os trabalhadores
(muitos do setor secundário) a procurarem emprego no setor terciário dos serviços e
comércio.

19. Podemos afirmar que há uma parte da Europa onde houve maior efeito da
disseminação da educação e formação de base experimental e científica? Justifique a
resposta.

20. Há uma parte da Europa mais sujeita a fatores de risco ligados à globalização e à
mudança tecnológica? Justifique a resposta, indicando os fatores de risco e dando
dois exemplos (dois territórios com fatores de risco diferentes).

Existem quatro fatores de risco ligados à globalização e à mudança tecnológica. O primeiro


fator de risco é a existência de uma grande proporção do emprego na indústria
transformadora (low-tech manufacturing) com poucos avanços tecnológicos, na qual, se
houver um repentino avanço tecnológico, existe o risco de muita mão-de-obra desta
indústria ser dispensada, contribuindo para o aumento da taxa de desemprego e uma
potencial diminuição do PIB, afetando o poder económico num país com este fator de
risco. O segundo fator de risco tem haver com o rápido aumento dos custos unitários do
trabalho na indústria transformadora durante a última década o que pode comprometer a
competitividade e reduzir a quota de mercado. O terceiro fator de risco tem haver com
uma grande proporção da população em idade ativa com baixos níveis de escolaridade e o
quarto com um declínio do emprego na indústria entre 2000 e 2014.

Tendo estes fatores em conta, a Europa está muito dividida no que diz respeito a estes
riscos. Uma parte do continente europeu está mais sujeita a estes fatores de risco em que,
certas regiões, por não investirem tanto na inovação (ou por não conseguirem
acompanhar a inovação dos países mais desenvolvidos) têm a sua economia em risco.
Destas regiões com risco elevado fazem parte muitos países da Europa do Sul e da Europa
de Leste, que, devido à falta de inovação e avanço tecnológico na indústria
transformadora, o contínuo envelhecimento da população e o facto de uma grande parte
da população em idade ativa ter baixos níveis de escolaridade (o que é exatamente o
oposto do que a inovação necessita) têm três ou quatro dos fatores de risco anteriormente
enumerados. Não é de admirar que devido a estes fatores de risco, países como Portugal e
a Grécia tenham sofrido muito com a crise económica de 2009 e, no caso da Grécia, ainda
não recuperaram dos efeitos da mesma. Por outro lado, os países que sempre investiram
nos avanços tecnológicos (curiosamente são os que têm a indústria mais desenvolvida,
como a Alemanha), têm mais facilidade em lidar com os fatores de risco da globalização, já
que grande parte destes países ou não têm nenhum dos riscos ou têm um risco muito
reduzido. Também não é de admirar que tenham sido estes países que recuperaram mais
rapidamente da crise económica de 2008.
21. Alguns países e regiões revelam maior despesa em investigação e desenvolvimento
do que outros. Podemos relacionar isso com diferentes tipos e graus de inovação?
Justifique a resposta e dê dois exemplos diferenciado.

Sim, podemos. Cada país tem as suas políticas definidas, baseadas na sua cultura e nas
suas necessidades, logo não é de admirar que, devido às diferenças dos países, existam
diferentes tipos e graus de inovação. No contexto europeu, existem vários tipos de
inovação regional (áreas europeias baseadas na ciência, áreas de ciências aplicadas, áreas
de aplicação de tecnologia inteligente, áreas de diversificação inteligente e criativa e áreas
de imitação criativa) e formas de avaliar o quão virados para a inovação (acima da média)
os países estão. Assim, analisando os países europeus, uma análise fácil de se realizar é
entre a Alemanha e Portugal pois estão em dois lados do espectro da inovação. Embora
exista inovação nos dois países, o nível de despesa em investigação e desenvolvimento é
muito superior na Alemanha (está acima da média europeia) o que se reflete nos
diferentes tipos e graus de inovação, já que este país é maioritariamente caracterizado,
regionalmente, por áreas de ciência aplicada e áreas europeias baseadas na ciência e
também pela inovação do produto, que está muito acima da média europeia. Portugal tem
um nível de despesa em investigação e inovação muito inferior ao da Alemanha (está
abaixo da média europeia), o que se reflete, também, nos diferentes tipos e graus de
inovação. Portugal é caracterizado, regionalmente, por áreas de diversificação inteligente
e criativa e por áreas de aplicação de tecnologia inteligente (numa região no norte do
país), porém não tem qualquer inovação do produto como na Alemanha (consequência do
investimento reduzido), mas tem (embora muito poucos – mais uma consequência do
investimento reduzido) processos de inovação, inovação no marketing e inovação
organizacional acima da média.

22. Considerando na Europa as regiões em desvantagem / em atraso, podemos dizer que


as de baixo rendimento económico são também as de baixo crescimento
económico? Justifique a resposta.

Não. Embora os baixos rendimentos numa economia possam ser uma consequência de um
crescimento económico reduzido, tal como altos rendimentos podem ser uma
consequência de um crescimento económico elevado, os rendimentos económicos não
influenciam o crescimento económico. O crescimento económico é um conceito mais
restrito que o rendimento económico que se foca no aumento quantitativo da capacidade
produtiva, e não na transformação qualitativa da estrutura da economia. O PIB é utilizado
para avaliar o nível do crescimento económico.

Para haver desenvolvimento económico tem de existir progresso técnico e crescimento da


produtividade pois estes contribuem para o funcionamento dos bens, serviços, mercado
de trabalho e mercados financeiros. Assim, o progresso técnico também contribui para o
crescimento do produto, dos salários e do stock de capital. Nos países desenvolvidos, o
crescimento da produtividade é o principal motor do crescimento a longo prazo. Porém,
em regiões com baixas taxas de emprego, o crescimento da mesma também pode
contribuir para o crescimento económico. Por exemplo, em países como a Polónia e a
Bulgária, as regiões destes países com baixo rendimento económico sucederam em
aumentar a produtividade e o emprego. Ou seja, ao aumentarem a produtividade as
economias destes países ganharam uma grande quota de mercado e aumentaram o
emprego do país (mesmo com a crise económica de 2009), mas o rendimento mensal
mínimo nestes países continuou reduzido (614 euros na Polónia e 332 euros na Bulgária).
Outro exemplo que mostra que o rendimento económico nem sempre influência o
crescimento económico, é o caso da Hungria e da Roménia. São dois países de baixo
rendimento económico que aumentaram a sua produtividade e, consequentemente, foi
suficiente para compensar a perda de emprego, ou seja, o PIB destes países cresceu.

Em suma, se uma região tiver baixo crescimento económico não é necessariamente por ter
um rendimento económico reduzido, pois como foi referido nos exemplos anteriores a
economia pode crescer com baixo rendimentos. Porém, a acumulação de capital não é
suficiente para gerar um crescimento continuado da economia, mas não significa que as
regiões cujo rendimento é mais baixo sejam as de menor desenvolvimento económico. O
crescimento económico também é influenciado por outros fatores que não são o capital
humano, tais como: estabilidade política, liberalização e abertura da economia, situação
geográfica, infraestruturas mais ou menos desenvolvidas, entre outros.

23. Na Europa, o desemprego tem tido expressões diferenciadas entre territórios, entre
pessoas de diferentes estratos etários, entre pessoas do género masculino e
feminino, e ainda entre distintos períodos do tempo. De modo conciso, indique as
principais razões que se podem atribuir a estas diferenças.

Relativamente ao desemprego entre pessoas de diferentes estratos etários, este é mais


sentido na faixa etária mais jovem, já que o desemprego jovem é superior ao desemprego
da população ativa entre os 24 e 65 anos. A elevada taxa de desemprego jovem reflete a
dificuldade que os mesmos têm em encontrar emprego, o baixo nível de educação, a
oferta de emprego muito baixa (o que se sucede, maioritariamente, em países menos
desenvolvidos tanto economicamente como industrialmente), falta de qualificações ou até
mesmo requisitos demasiados elevados por parte dos empregadores. Todos estes fatores
contribuem para o desemprego jovem e para uma das suas principais consequências, a
imigração, já que muitas vezes os jovens veem-se obrigados a imigrar à procura de
emprego (Por exemplo: o curso superior de Engenharia Aeroespacial tem pouca saída
profissional em Portugal o que muitas vezes obriga os estudantes a imigrarem após
concluírem o curso).

O desemprego entre territórios é mais relativo pois os valores variam. Esta variação
acontece devido às políticas internas de cada país, como o incentivo ao estabelecimento
da mão de obra no seu país de origem. A existência de um mercado mais amplo (como na
Alemanha) permite que a população não se veja obrigada a procurar trabalho noutros
países.

O desemprego entre pessoas do género masculino e feminino é expresso de forma


diferenciada, tendo em conta que prejudica, maioritariamente, as mulheres, já que as
profissões que são ocupadas pelas mesmas, na maioria, são as mais mal pagas. Existem
muitos outros fatores que influenciam esta diferença, tais como o facto de que entre uma
mulher e um homem com um mesmo currículo, o homem chega a ser o escolhido. Isto
acontece porque para muitas empresas a mulher é vista como um fator de risco, pois pode
engravidar e, consequentemente, tem de ficar em casa, representando um custo para a
empresa. De um forma mais geral, o facto de existir uma construção social da supremacia
dos homens assumidos como seres universais (como “representantes” de toda a
humanidade – durante a história os líderes dos países quase sempre foram homens), com
a sua predominante ausência no trabalho doméstico e também existir outra construção
social da ausência das mulheres do espaço público, devido ao papel de reprodutoras
sociais confinadas aos foro doméstico (tarefas domésticas), chegando a serem
consideradas “seres secundários”, explica a razão de o desemprego feminino ser muito
mais pesado.

Concluindo, o desemprego entre períodos de tempo distintos, está relacionado com a


presença de crises financeiras, períodos de recessão e depressão (características da
economia capitalista) que fazem com que existam mais despedimentos e mais
desigualdades sociais.

24. No contexto europeu existem desigualdades sociais que de algum modo se


relacionam com as diferenças de remuneração do trabalho de mulheres e homens.
Comente esta afirmação, podendo recorrer a exemplos de países / territórios
europeus.

O género representa a desigualdade de estatuto social de homens e mulheres construída


sobre a diferença de sexo. Este é a negação conceptual do igual valor social das diferenças
físicas entre os sexos, que hierarquiza homens e mulheres, através da atribuição de
destinos sociais desiguais.

O facto de que, socialmente falando, às mulheres é, desde logo, incutida a tarefa de serem
donas de casa e terem de criar os filhos vai-se repercutir no mercado de trabalho, e os
homens com uma construção social da supremacia, sendo estes assumidos como seres
universais, como ‘representantes’ de toda a humanidade, levam há origem destas
discrepâncias.

Opiniões como esta são uma das explicações do porquê de existir uma disparidade, em
termos de mercado de trabalho, entre homens e mulheres. O facto de as mulheres terem
de sacrificar o seu percurso profissional em detrimento do seu papel na sociedade, o de
reprodutoras sociais, é algo que ainda está bastante presente hoje em dia e que é
responsável pelas desigualdades. Assim, temos que o género é um dos responsáveis pelos
destinos sociais desiguais e não é de admirar que 44% dos europeus considere que o papel
da mulher é de cuidar da casa e da família e o do homem é de ganhar dinheiro. 

25. Podemos dizer que há situações europeias mais vincadas quanto ao peso relativo de
jovens que estão fora dos sistemas de emprego, educação e formação (NEET)?
Justifique a resposta e aponte as principais causas

Reduzir o desemprego entre os jovens e procurar introduzir com êxito o maior número de
jovens europeus no mundo do trabalho são temas que estão no centro da agenda política
da União Europeia. A crise económica deu origem a elevados níveis de desemprego entre
os jovens e, por consequentemente, à desocupação dos mesmos.

O termo NEET é utilizado para descrever os jovens que não trabalham, não estudam nem
seguem uma formação. O conceito tem sido largamente utilizado como indicador para a
formulação de políticas orientadas para a juventude em matéria de empregabilidade,
educação, formação e, também, de inclusão social nos 28 Estados Membros da EU.
 A faixa etária abrangida pelo termo era dos 15-24 anos, tendo sido posteriormente
alargada para incluir os indivíduos com idades entre 15-29 anos. Os jovens entre os 25-29
anos ao longo dos anos têm vindo a apresentar um maior número no que diz respeito à
evolução do peso dos adultos/jovens na EU que não estão empregados, nem a estudar ou
em formação profissional. Com uma taxa mais baixas estão jovens entre os 20-24 anos.

Existem zonas europeias que estão mais vincadas quanto ao peso dos NEET. Exemplo disto
é a região da Europa do Sul, nomeadamente Itália e Grécia. Em Itália o índice parece
agravar-se sobretudo no grupo etário dos 25-29 anos. No momento, este acontecimento
está substancialmente presente em toda a Itália, com um declínio acentuado nas
matrículas universitária. Os dados são interpretados como efeito da crise económica.

As principais razões que justificam a existência dos NEETs são: baixo nível educação, sofrer
de algum tipo de incapacidade, historial de imigração, ambiente familiar difícil, viver em
áreas remotas e um baixo rendimento familiar

26. Inspirando-se no seguinte texto e nas reflexões proporcionadas pelas sessões letivas,
responda às questões abaixo. “Hoje, as regiões mais urbanizadas incluem a América
do Norte (com 82% de sua população vivendo em áreas urbanas em 2018), a América
Latina e Caraíbas (81%), a Europa (74%) e a Oceania (68%). O nível de urbanização na
Ásia está a aproximar-se dos 50%. Em contraste, a África permanece
predominantemente rural, com 43% da sua população vivendo em áreas urbanas”
(trad. e adapt. de United Nations, 16 May 2018).

26.1 Como explica o valor intermédio indicado para a Europa, quanto à população
que vive em áreas urbanas?

O valor intermédio indicado para a Europa, quanto à população que vive em áreas
urbanas, pode se explicar com o recurso aos seguintes fatores: a aplicação da nova
definição do grau de urbanização, o facto da Europa poder ser menos urbanizada do que
outras partes do mundo, o facto das cidades europeias serem populacionalmente mais
densas do que as cidades norte-americanas, mas não mais do que as cidades em países
com rápido crescimento económico, os factos de que os europeus tendem a viver em
cidades de tamanho médio e o facto de a Europa ter uma network de cidades mais densa. 

Em primeiro lugar, a aplicação da nova definição do grau de urbanização é o elemento que


nos permite analisar as cidades europeias de uma maneira diferente, tendo em conta a
variedade de definições nacionais usadas na EU. Em segundo lugar, a Europa pode ser
menos urbanizada do que as outras partes do mundo, ou seja, devido à diferença de
definições de país para país no continente europeu, o que é considerado urbano num país
pode ser considerado rural noutro (exemplo: Tavira e Cascais). Esta abordagem mostra-
nos que, ao contrário da perceção popular, a Europa mesmo sendo bastante urbanizada, é
menos urbanizada do que o resto do mundo (72% dos europeus vivem em áreas urbanas,
em comparação com os 85% da população global). Em terceiro lugar, as cidades europeias
são mais densas do que as norte-americanas, mas menos densas do que as cidades de
países em emerging  economies, ou seja, a típica cidade europeia tem cerca de o dobro da
densidade do que as norte-americanas (a baixa densidade está associada ao facto de os
norte-americanos viverem em subúrbios e existir uma predominância do uso do carro para
transporte). Em quarto lugar, os europeus tendem a viver em cidades de tamanho médio,
estes tendem a viver em cidades com populações entre os 250000 e os 5 milhões de
habitantes, sendo que de 79 cidades com mais de 5 milhões (cidades grandes) apenas 4
encontram-se no continente europeu. Isto mostra como a Europa tem, simultaneamente,
uma baixa quantidade de cidadãos em cidades grandes ou em pequenas em comparação
com o resto do mundo.  

Por fim, a Europa tem uma network de cidades mais densa do que o resto do mundo, ou
seja, a distância média entre cidades é mais baixa comparada com o resto do globo, no
entanto as cidades grandes europeias continuam a ter uma distância elevada, isto ocorre
devido à network europeia de cidades médias. Assim, a Europa apresenta um valor
intermédio de urbanização devido a estes fatores. As cidades europeias distinguem-se das
de outras partes do mundo, sendo que a população das cidades não se alterou muito nos
últimos 50 anos e é relativamente baixa em comparação com os níveis globais, para além
disso, as cidades europeias tendem a ser de tamanho médio 

26.2 Como explica que, segundo estatísticas europeias, a população em cidades,


centros urbanos e subúrbios no Luxemburgo e na Dinamarca não ultrapassem
os 55% em 2016?

O facto de que a população, em cidades, centros urbanos e subúrbios, no Luxemburgo e na


Dinamarca, não ultrapassa os 55%, em 2016, pode ser justificado pela questão da cidade
inclusiva. European cities harbour a number of paradoxes: they are relatively safe but man
y people feel insecure. Housing in cities is smaller but more expensive. Cities have many jo
b opportunities but unemployment and low work intensity rates
are high in many cities. Cities are more productive but poverty rates are higher in cities in
some of the most productive countries. Baseando-nos nestes fatores é possível entender o
porque da percentagem não ultrapassar os 55%  

27. Nos últimos anos, o desempenho económico das cidades europeias e regiões
metropolitanas tem sido devido a alguns fatores-chave. Enuncie três desses fatores e
ilustre a sua importância

A UE28 tem 271 regiões metropolitanas que, em 2013, concentravam 59% da população,
62% do emprego e geravam 68% do PIB, destacando o seu importante papel enquanto
centros de população, atividade económica e emprego. As cidades, e especialmente as
grandes tendem a ter uma população com maior nível de instrução do que outros
territórios. A procura de mão-de-obra altamente qualificada atrai pessoas instruídas de
diferentes regiões de um país.

Vários fatores podem explicar o desempenho económico das cidades e regiões


metropolitanas europeias, começando pela qualidade do ambiente empresarial, que
contribui para a introdução de novas ideias e criar um ambiente competitivo. O
investimento em inovação e investigação que é um instrumento estratégico fundamental
para preparar as empresas para as variáveis concorrenciais críticas que definirão a sua
posição concorrencial no médio e longo prazo e o capital humano, ou seja, ao existir uma
força de trabalho criativa e qualificada a força produtiva irá, sem dúvida, aumentar.
28. “O nível de satisfação dos habitantes em regiões metropolitanas da Europa pode não
ter os valores mais elevados nas capitais de cada país”. Comente criticamente esta
afirmação.

A afirmação é verdadeira pois quando se avalia o nível de Satisfação está avaliação não
incide só nas capitais europeias, aplica-se também a outras cidades que se destaquem,
zonas urbanas alargadas. Quando se avalia a satisfação de vida é englobada a qualidade
dos transportes públicos, espaços verdes, acesso à cultura, desporto, acesso à internet e
ainda a facilidade em encontrar emprego ou a aquisição de casa a um preço razoável.
Estes são alguns fatores considerados determinantes na definição da qualidade de vida
urbana sendo cruciais para atrair e fixar residentes, trabalhadores qualificados, empresas,
estudantes e turistas. Temos como exemplo, o caso alemão, segundo o qual a cidade que
revela a melhor qualidade de vida é Hamburgo, sendo que não é a capital do país em
questão, tal como se pode no gráfico apresentado. 

29. O envelhecimento ativo (EA) é um desafio que tem sido considerado nas políticas
públicas da UE e em certos estudos. Escolha dois países que se diferenciem nas
condições de EA e comente as suas situações prováveis quanto às dimensões de:

a) emprego:

b) participação social:

c) vida independente, saudável e segura:

4 d) capacidade/potencial (de contexto) para o EA

30. “A Estratégia Europa 2020, ao incidir nos desafios demográficos, não deixou de
envolver o lançamento de uma parceria europeia para a inovação no domínio do
envelhecimento ativo e saudável”. Explique o sentido desta afirmação, podendo
recorrer a elementos ilustrativos.

A Estratégia Europa 2020 (2010-2020) substitui a Estratégia de Lisboa (2000-2010). Os


objetivos mais importantes são os seguintes: 75% de taxa de emprego; 3% do PIB da UE
em investimento em I&D; “20/20/20” – Objetivos para o clima e a energia; <10% de
abandono escolar e pelo menos 40% com um diploma do ensino superior; tirar pelo menos
20 milhões de pessoas da pobreza e da exclusão social. Apesar de, inicialmente, os seus
objetivos poderem estar mais centrados na dimensão económica e demográfica, a
Estratégia Europa 2020 não deixou de fora a questão do envelhecimento ativo. A este nível
foi criado, em 2012, um projeto-piloto que constituirá o ponto de partida de uma série de
parcerias de inovação europeias. Estas parcerias têm por objetivo mobilizar os agentes do
setor da inovação em torno de um objetivo global (neste caso, o envelhecimento saudável)
a fim de acelerar a obtenção de soluções inovadoras para os desafios da sociedade. 

A União Europeia vive atualmente uma transição demográfica. A sua população está a
envelhecer rapidamente e o número de pessoas com 65 anos ou mais vai passar de 85
milhões em 2008 a 151 milhões em 2060. Mais, ao passo que, em 2010, 20% da população
tinha 60 anos ou mais, em 2050 essa percentagem aumentará para, pelo menos, 35%. No
entanto, as projeções recentes revelam que a imigração poderá abrandar o processo de
envelhecimento populacional. Essas projeções partem do princípio que vários Estados -
Membros da UE reduzirão as suas restrições em matéria de imigração para evitar
desequilíbrios importantes no índice de dependência de idosos. Sem o fenómeno
migratório, a população da UE diminuirá de 495 milhões para 416 milhões de habitantes
até 2060, ao passo que o índice de dependência de idosos aumentará de 25% para 62%.
Com a ajuda das migrações, a população poderá aumentar para 506 milhões de
habitantes, ao passo que o índice de dependência de idosos "apenas" atingirá os 53%. 

A União Europeia assiste também, mais ou menos em paralelo com as significativas


alterações demográficas referidas, a uma transição espacial: a União tem vindo de facto a
tornar-se fortemente e rapidamente urbanizada. Nos anos setenta, 60% da população
vivia em áreas urbanas, ao passo que hoje, 80% da população já é urbana. Espera-se um
aumento adicional de 5% até 2030. 

O envelhecimento populacional e a urbanização são fenómenos que estão ligados: as


tendências demográficas nacionais são projetadas à escala urbana. O aumento da
proporção de pessoas idosas nas áreas urbanas coincide, de um modo geral, com os
padrões de envelhecimento à escala nacional, isto é, a longo prazo. Por conseguinte, as
áreas urbanas são também confrontadas com o envelhecimento das suas populações
sendo que maioria dos "espaços" não estão bem preparados para as mudanças
demográficas e espaciais. Por conseguinte, é urgentemente necessária uma estratégia
para os transformar em espaços adaptados às pessoas idosas. A Comissão Europeia, com a
adoção do seu Plano de Execução Estratégica relativo à Parceira Europeia de Inovação para
um Envelhecimento Ativo e Saudável, deu o primeiro passo para a criação desses espaços
adaptados às pessoas idosas, com vista a atingir uma sociedade para todas as idades até
2020. 

A Comissão Europeia propôs gerar uma mais-valia através da Parceria Europeia de


Inovação para o Envelhecimento Ativo e Saudável, associando-se aos responsáveis
políticos, envolvendo-os dado que as transições espaciais coincidem com as mudanças
demográficas. A Comissão Europeia propôs também aumentar a participação das pessoas
idosas nos processos decisórios e políticos. Essa abordagem é particularmente
recomendável, no sentido de melhorar a governação (regional e local). Para além disso, é
fundamental seguir uma abordagem participativa "da base para o topo" na avaliação das
necessidades atuais das populações idosas, o que implica que se proceda a avaliações mais
aprofundadas da situação inicial e a um acompanhamento regular das necessidades e
solicitações atuais e futuras por parte dessas populações. 

A este propósito, é essencial continuar a desenvolver métodos normalizados no âmbito da


Parceria Europeia de Inovação para o Envelhecimento Ativo e Saudável no sentido de
avaliar e de monitorizar o progresso alcançado. A recolha, avaliação e monitorização de
dados normalizados permitirá que as partes interessadas dirijam as suas ações e recursos
para os grupos de pessoas e os lugares para os quais as mudanças e as adaptações são
mais necessárias e que, por conseguinte, contribuirão para melhorar a rentabilidade da
implementação das políticas e dos programas

Você também pode gostar