Você está na página 1de 3

Aula24setIE

Estruturas intergovernamentalistas
Há uma vontade no pós-guerra de criar estruturas supranacionais – conversão da vontade em
formas que são operativas no sentido de não perder a soberania nacional. Saber a que é que a
estrutura supranacionalista dá início – formas de interação entre Estados.

2 conceitos essenciais – soberania nacional e territorialidade


O que é soberania nacional?
 base doutrinária que suporta os regimes representativos (liberalismo ou demo-democracia);
associado às fontes únicas que tem a ver c a capacidade exclusiva do estado agir num
determinado espaço (cunhar moeda, adm. Justiça, institucionalização da violência, forças de
segurança interna, matéria de defesa). Formas que no limite se mantém nos nossos dias.
Esta ideia é simultaneamente aplicável no espaço interno e externo. O estado só é soberano se e
reconhecido como tal e se a comunidade que lhe dá corpo o reconhece como tal; corresponde a
uma dimensão física  territorialidade: espaço físico (terrestre ou não).
Territorialidade
Superfície sobre a qual incide a soberania de um determinado país. A capacidade/interesse ou
não de cada estado abdicar desta capacidade de agir de forma exclusiva ou quase em prol de
fatores que por essa via tenham a capacidade de o aproximar de outros. Pós 1945 – a natureza
dos problemas da europa é superior à capacidade atuante de qualquer estado sozinho. Induz ao
principio da visão supranacionalista – decorre do ambiente pós-guerra; da formação do FMI (é
supranacional) funciona como fundo de compensação do qual cada membro contribui c uma
determinada quota. Estes países sujeitam-se as regras de fixação de moeda associadas ao FMI.
Este não intervém em qualquer país – importa que seja membro (do FMI). Os países não são
obrigados a serem membros. Significa a deslocação prévia de uma quota que corresponde a um
metal precioso e a divisa própria. Esta depois de 44 podia ser dólar no tempo em que este foi
convertível (até agosto de 91). Significa a perda de soberania específica num determinado
contexto. Estes membros adquirem a capacidade de estarem respaldados pela assistência técnica
e financeira se for caso disso. Estabilidade monetária pós-guerra – regras para aderir ao FMI. A
guerra do ponto de vista económico acelera porque do ponto de vista monetário não há regras
conhecidas.
A partir de 44 é criado em Bretton Woods o FMI que se pretende ser uma instituição
reconhecida e participada por todos - a ideia é encontrar um mecanismo estabilizador que as
economias reconheçam como tal – para isso é obrigatório a submissão a regras comuns ainda q
isto significa a erosão de alguns contornos do estado nação e da soberania nacional. O princípio
da supranacionalidade esta inscrita nos pós 2ª guerra e tem a ver com a ideia de que é necessário
encontrar formulas garantes que funcionem como indutores de entendimento e simultaneamente
dissuasores de conflito; o estabelecimento de regras transversais comuns que todos aceitem sem
dúvida. A eficácia depende da subordinação às regras comuns – funciona como uma das
diferenças substantivas entre o FMI e a ONU (concebida no espírito da guerra fria e vai
incorporar o espírito de guerra fria; países: China, EUA, França, Alemanha, Reino Unido,
União Soviética, entre outros signatários)
Supranacional vs intergovernamental
– Diretamente ligado com o perfil dos seus componentes (herdado da guerra fria)
superpotências não tem posta em causa a sua capacidade de expansão no mundo. A
incorporação da guerra fria na ONU obriga à ideia de um intergovernamentalismo. A criação na
europa de mecanismos de auxílio financeiro que resulta do plano Marshall
Condições para aderir ao plano Marshall (1947):
- Reconversão da contabilidade pública – para que seja transversal a todos os membros que
participam nos fundos aprovados pelo senado norte americano para aplicação do plano
Marshall; estribada no modelo norte-americano. O objetivo é que o orçamento dos países que
adiram ao plano Marshall seja equiparável;
- a obrigação que estes países têm de canalizar os fundos recebidos ao abrigo do plano Marshall
na aquisição de tecnologia, equipamentos, matérias-primas, nos países de origem dos fundos.
Assistência financeira que solicito com demonstração cabal das minhas necessidades (caminhos
de ferro, alimentos, barragens hidroelétricas...). É necessário preparar um projeto que tem de
demonstrar a viabilidade económica da obra pretendia; demonstrar capacidade técnica para a
exercer; mediante aprovação, os países recebem dinheiro para fazer aquisição nos países que
investem dinheiro, não é livre de ir fazer a aquisição a um estado não financiador – EUA
emissor de fundos.
-
Plano não oferecido a Espanha. Porquê: o regime autoritário de franco posicionou-se ao lado de
Hitler (mas não vai à guerra). Manteve um governo que se afirmava publicamente como aliado
das potências do eixo (Alemanha, Itália, Japão – pacto tripartido que depois cresce – ver pacto
anti-komitern).
Encontramos uma categoria da europa que incorpora a União Soviética à luz da perspetiva
euroasiática, pois a União Soviética é um potencia q começa na eu e acaba na asia. As
condições prevalecentes ao plano terão como consequência a não aceitação de alguns países e,
por extensão, a não aceitação de outros. Quem não aceita – União Soviética (e países debaixo da
sua ala), Suíça, Portugal (aderiu depois discretamente). O plano Marshall é implementado em
1948.
As logicas criadas a partir da aplicação do plano (processos criados, entidades conjuntas); a
ideia de que há um processo colegial no sentido da decisão dos projetos. Todos os membros da
comunidade são chamados a pronunciar-se e participam no processo de decisão – todos os
países sob as mesmas regras e chamados a participar. Falamos de países cuja capacidade
tecnológica acaba por resultar das orientações e prioridades dos países investidores. Uma das
caraterísticas associadas ao plano e à organização europeia de cooperação económica resulta da
vontade expressa dos EUA em criar um grande único mercado europeu – transformação do
espaço europeu em algo que reproduz a configuração do mercado norte-americano
A transferência de fundos massiva permite a criação de um espaço de comercio em que seja
fácil as empresas norte-americanas agirem e trabalharem. A ideia de transformação estrutural (e
radical) do espaço económico europeu em algo que resulte da transferência norte americana –
uma ideia que induz ao supranacionalismo.
Uma das caraterísticas deste processo
- Adoção dos princípios da organização científica do trabalho – importa-se tecnologia e formas
de produção que correspondem aos padrões comumente usados nos EUA. Alguns autores falam
na “americanização das sociedades europeias” – do sistema produtivo, lógicas de circulação,
regras de mercado, etc.)
Esta ideia de que a comunidade que transcende o estado nação é capaz de resolver questões
superiores as capacidades operativas dos estados gerem a grande teoria de integração europeia-
tem a ver com neofuncionalismo – o processo faz-se com base no pilar económico e social e o
outro de natureza política. Significa a ideia de que as elites são levadas por via dos contextos do
pós-guerra, levadas a assumir fórmulas de entendimento sobre as relações económicas e socias
que não cabem no espaço de um mercado específico. Estas elites pelo contrário almejam ter
uma dimensão mais vasta. A ideia de sujeitar o Estado nação a uma visão que é de relativa
contenção na sua capacidade operativa
Grupos económicos gerados através da constituição de consórcios
Ernest Haas – umas das caraterísticas do pós-guerra e afirmação de agentes económicos que
resultam da aplicação dos fundos do plano Marshall é a criação de entidades em que
comparticipam com capitais de vários estados europeus. Há uma desconformidade entre a
estrutura política institucional jurídica que se aferem ao estado nação e o surgimento de
identidade, como consórcio, que agem num espaço alargado. A estas elites corresponderia o
papel do 2º pilar de integração – a ideia de que a nova realidade económica obriga a criação de
enquadramentos que permitam acomodar as necessidades destes agentes, uma nova realidade do
ponto de vista económico.
O estado nação deixa de ter capacidade para agir sob esta configuração económica – nova
fórmula de natureza supranacional  novo poder com base no poder que o estado nação tem,
mas que o transfere com o objetivo de criar a hierarquização de poder – teoria sobretudo
concebida nos EUA (pelo menos numa 1ª fase).
Hoje encontramos na europa estruturas supranacionais que tendem a assumir uma lógica de
alienação parcial de competências do estado. Em compensação encontramos também estruturas
intergovernamentais que tendem a assumir a manutenção das competências nacionais dos
Estados.
A visão supranacionalista funciona cm uma tendência global até aos anos 60. A crise de 65 e o
compromisso de Luxemburgo (palácio em paris “crise da cadeira vazia”) dá uma viragem
conforme à assunção do intergovernamentalismo, reforçada a partir 1973 (data do primeiro
alargamento: Dinamarca, Reino Unido, Irlanda, Noruega que entra e depois sai). Em 3 países as
opiniões públicas emergem como fortemente eurocéticas e no caso do Reino Unido e
Dinamarca funciona como lógica de prevalência das ideias e da defesa do estado nacional sendo
este considerado o intérprete mais imediato dos interesses das sociedades - uma das tendências
que encontramos a partir de papel prevalecente dos estados nacionais no processo de decisão
que vai acentuar a partir dos anos 70.
Anos 70 – caraterizados pelo fim de Bretton Woods, pelos choques petrolíferos

Você também pode gostar