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A violência contra meninas e

mulheres no ano pandêmico

O
s dados apresentados nesta edição do autoridade policial diariamente para denun- SAMIRA BUENO
É DOUTORA EM ADMINISTRAÇÃO
anuário moldam um retrato das noti- ciar um episódio de violência doméstica. PÚBLICA E PRIVADA PELA FGV/
ficações oficiais de violência contra me- Seguindo a tendência verificada nos EAESP E DIRETORA-EXECUTIVA DO
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA
ninas e mulheres no ano de 2020, perí- registros de violência doméstica, caíram PÚBLICA.
odo marcado pela pandemia de covid-19. De também os registros de ameaça (-11,8%), e MARINA BOHNENBERGER
É MESTRANDA EM ANTROPOLOGIA
modo geral, os resultados demonstram redu- de estupro e estupro de vulnerável (-14,1%).
SOCIAL (USP).
ção de praticamente todas as notificações de Quando analisamos os registros por mês de
ISABELA SOBRAL
crimes em delegacias de polícia. Os registros ocorrência de casos de estupros e estupros de É MESTRANDA EM ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA E GOVERNO (FGV/EAESP)
de lesão corporal em decorrência de violência vulnerável no ano passado percebemos uma E PESQUISADORA DO FÓRUM
doméstica, por exemplo, caíram 7,4%, passan- queda brusca em abril de 2020, o primeiro BRASILEIRO DE SEGURANÇA
PÚBLICA.
do de taxa de 229,7 crimes por grupo de 100 mil mês de isolamento social de prevenção à
mulheres para uma taxa de 212,7 por 100 mil. pandemia de Covid-19, que volta a crescer
Mesmo diante desta redução os números ain- fortemente em maio. Embora as medidas
da impressionam por sua magnitude: 230.160 tenham começado na segunda metade de
mulheres denunciaram um caso de violência março na maioria das Unidades da Federa-
doméstica em 26 UF, sendo o Ceará o único ção, é de se esperar que qualquer efeito desse
estado que não informou. Isto significa dizer isolamento em nível nacional não pode ser
que, ao menos 630 mulheres procuraram uma aferido imediatamente.

GRÁFICO 30
Registros de Estupro e estupro de vulnerável em delegacias da Polícia Civil por mês.
Brasil (2020)
6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Estupro Estupro de vulnerável Total

Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Neste contexto, ainda é cedo para avaliar se de Justiça, se faz necessário o monitoramento
estamos diante da redução dos níveis de violên- destes indicadores e a garantia de acolhimento
cia doméstica e sexual ou se a queda seria ape- e proteção às mulheres em situação de violên-
nas dos registros em um período em que a pan- cia doméstica.
demia começava a se espalhar, as medidas de
isolamento social foram mais respeitadas pela VIOLÊNCIA LETAL CONTRA MENINAS E MULHERES
população e muitos serviços públicos estavam
ainda se adequando para garantir o atendi- Em 2020 o país teve 3.913 homicídios de mu-
mento não-presencial. lheres, dos quais 1.350 foram registrados como
Apesar da redução verificada nos registros feminicídios, média de 34,5% do total de assas-
policiais, o número de Medidas Protetivas de sinatos. A taxa de homicídios de mulheres caiu
Urgência concedidas cresceu, passando de 2,1%, passando de 3,7 mulheres mortas por grupo
281.941 em 2019 para 294.440 em 2020, cresci- de 100 mil mulheres em 2019 para 3,6 mortes por
mento de 4,4% no total de MPU concedidas pe- 100 mil em 2020. Os feminicídios, por sua vez,
los Tribunais de Justiça. apresentaram variação de 0,7% na taxa, que se
Os dados de chamados de violência domésti- manteve estável em 1,2 mortes por grupo de 100
ca às Polícias Militares no 190 também indicam mil pessoas. Em números absolutos, 1.350 mulhe-
crescimento, com 16,3% mais chamadas no últi- res foram assassinadas por sua condição de gêne-
mo ano. Foram ao menos 694.131 ligações rela- ro, ou seja, morreram por ser mulheres. No total,
tivas à violência doméstica, o que significa que foram 3.913 mulheres assassinadas no país no ano
a cada minuto de 2020, 1,3 chamados foram de passado, inclusos os números do feminicídio.
vítimas ou de terceiros pedindo ajuda em fun- Esta relação indica que 34,5% do total de as-
ção de um episódio de violência doméstica. sassinatos de mulheres foi considerado como fe-
Diante das diferenças apontadas pelos re- minicídio pelas Polícias Civis estaduais. O gráfico
gistros das Polícias Civis, Militares e Tribunais abaixo apresenta a taxa de cada crime por UF.

GRÁFICO 31
Taxa de homicidios femininos e feminicídios, por UF. Brasil (2020)
10,0

7,8
6,9 7,0

6,2 6,4
6,0
5,6 5,7
5,3
5,0
4,6 4,6
4,1 4,3 4,1
3,9 3,8 3,8
3,6 3,6 3,6 3,5
3,2 3,5
3,0 3,0 3,0 2,8
2,7 2,5 2,6
2,0 2,1 1,8 1,8 2,0
1,8 1,7 1,5 1,8
1,2
1,5
1,1 1,3 1,2 1,4 1,5 1,2 1,4 1,6 1,6
1,2 1,1
0,6 0,9 0,7 0,8

0,0
Brasil

AC
AL
AP
AM
BA
CE
DF
ES
GO
MA
MT
MS
MG
PA
PB
PR
PE
PI
RJ
RN
RS
RO
RR
SC
SP
SE
TO

Taxa HD femininos Taxa Feminicídios

Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Observatório de Análise Criminal / NAT / MPAC; Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises
Criminais - COINE/RN; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Observação: Esta versão foi modificada em 15/07/2021 a partir da retificação na taxa de homicídios femininos e de feminicídios no Ceará e no Distrito Federal.

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Verifica-se grande variação entre os es- o caso do Ceará, onde a taxa de homicí-
tados. As maiores taxas de feminicídio es- dios femininos chegou a 7,0 por 100 mil
tão em Mato Grosso com taxa de 3,6, Ro- mulheres. Reforça-se aqui que nos homicí-
raima e Mato Grosso do Sul, ambos com dios femininos estão incluídos os femini-
taxa de 3 por 100 mil mulheres, e Acre cídios, mas é justamente esse olhar para o
com taxa de 2,7. As menores taxas estão todo que nos permite compreender quais
no Ceará, que ficou com 0,6 mortes por estados de fato tem as maiores taxas de
100 mil, Rio Grande do Norte com 0,7 por feminicídio, e quais potencialmente pos-
100 mil, São Paulo e Amazonas com taxa suem elevadas taxas, mas não classificam
de 0,8 por 100 mil mulheres. estes crimes de forma adequada. No Cea-
Mas analisar o contexto de violência rá, por exemplo, apenas 8,2% de todos os
letal contra meninas e mulheres no país assassinatos de mulheres foram classifica-
exige o olhar para todos os homicídios dos como feminicídios, percentual muito
femininos, dado que a legislação sobre inferior à média nacional de 34,5%. Isso
feminicídios no país data de 2015, e os indica que é provável que muitos casos de
dados aqui apresentados dependem em feminicídios tenham sido classificados er-
grande medida dos avanços que cada es- roneamente apenas como homicídios.
tado e suas respectivas polícias fizeram na Também com taxas elevadas de homicí-
investigação e na tipificação da violência dios femininos estão Mato Grosso do Sul,
baseada em gênero. com taxa de 7,8, Acre, com taxa de 6,9 e
Isso fica evidente quando olhamos para Rondônia, com taxa de 6,4.

GRÁFICO 32
Proporção dos homicídios femininos classificados como feminicídios

70,0

59,6
56,3
60,0
55,3
52,0
51,7
50,8

50,0
45,0
43,6
42,2
40,0
40,6
38,7
38,7
36,2
37,1

40,0
36,1
34,5

33,3
32,9
31,9
30,0
28,4
25,7

30,0
24,6
23,5
20,3
17,3

20,0
8,2

10,0

0,0
Brasil

CE
RN
ES
AM
RO
BA
RJ
TO
PR
PE
SE
AL
RS
PA
AC
MS
PB
GO
SP
DF
AP
PI
MG
MA
SC
RR
MT

Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Observatório de Análise Criminal / NAT / MPAC; Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises
Criminais - COINE/RN; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Essa hipótese ganha relevância na menosprezo ou discriminação à condição
análise do cenário nacional quando ve- de mulheres. Ainda que ambas as hipóte-
rificamos a relação entre autor e vítima ses possam estar presentes, o vínculo en-
nos boletins de ocorrência. Ainda que este tre autor e vítima tende a ser algo mais
dado seja parcial, visto que em muitos ca- objetivo na avaliação do policial e, conse-
sos a polícia não sabe indicar a autoria quentemente, mais simples de classificar.
no momento do registro, sabemos que a Apesar da definição legal, e dos limi-
maioria dos feminicídios no Brasil são fe- tes impostos pela base de dados, o fato é
minicídios íntimos, ou seja, perpetrados que 14,7% dos homicídios femininos tive-
pelo parceiro íntimo da vítima, compa- ram como autor o parceiro ou ex-parceiro
nheiro ou ex-companheiro. Estes são os íntimo da vítima, o que deveria torná-los
casos mais simples de classificar, dado automaticamente um feminicídio. Isto sig-
que a maioria dos episódios que temos nifica dizer que cerca de 377 homicídios de
hoje classificados como feminicídios tem mulheres praticados no ano passado são,
relação com violência doméstica e o sus- na realidade, crimes de feminicídio.
peito é o parceiro. A própria definição Já os dados de feminicídio indicam que
de feminicídio, dada pela lei 13.104/2015 81,5% das vítimas foram mortas pelo par-
afirma que, considera-se que o crime foi ceiro ou ex-parceiro íntimo, mas se consi-
praticado contra a mulher por razões da derarmos também demais vínculos de pa-
condição de sexo feminino em duas hipó- rentesco temos que 9 em cada 10 mulheres
teses: 1) quando o crime envolve violência vítimas de feminicídio morreram pela ação
doméstica e familiar; 2) quando envolve do companheiro ou de algum parente.

GRÁFICO 33
Feminicídios e demais mortes violentas intencionais de mulheres,
por relação entre vítima e autor
Brasil (2020)

90
81,5
80

70

60
48,9
50

40
28,3
30

20 14,7
8,3 8,1
10 5,8 4,3
00
Companheiro/ Parente Conhecido Desconhecido
Ex-companheiro

Feminicidio Demais MVI

Fonte: Análise produzida a partir dos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou
Defesa Social. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2020.

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PERFIL DAS VÍTIMAS Já entre os demais homicídios de mu-
lheres verifica-se maior concentração entre
Entre as vítimas de feminicídio verifica-se meninas e mulheres jovens, com 8,8% das
distribuição mais igualitária entre as faixas de vítimas com 12 a 17 anos no momento da
18 a 24 anos (16,7%), de 25 a 29 anos (16,5%), morte, 22,1% entre 18 e 24 anos e 15,3% de 25
30 a 34 anos (15,2%), 35 a 39 anos (15,0%), com a 29 anos, totalizando metade das vítimas
poucas vítimas entre crianças e adolescentes. como jovens (49,8%).

GRÁFICO 34
Vítimas de Feminicídio e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por faixa etária
Brasil (2020)

25
22,1

20

16,7 16,5
15,3 15,2 15,2
15
12,9
11,2
10 9,5
8,8
7,7
6,8 7,3
5,9 6,0
4,9
05 4,1 3,8
3,6 Fonte: Análise produzida
2,7 3,1 a partir dos microdados
0,9 dos registros policiais e
00 das Secretarias estaduais
de Segurança Pública e/
0 a 11 12 a 17 18 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 e +
ou Defesa Social. Fórum
Brasileiro de Segurança
Feminicídio Demais homicídios femininos Pública, 2020.

O próximo gráfico deixa mais evidente a diferença por faixa etária entre as vítimas com
idade expandida.

GRÁFICO 35
Vítimas de Feminicídio e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por faixa etária
Brasil (2020)

40
37,4
35 33,2
30,2
30

25
22,4
20
17,1
15 13,7 Fonte: Análise produzida
12,4
a partir dos microdados
10 dos registros policiais e
7,6 6,9 6,8 7,3 das Secretarias estaduais
5,0
05 de Segurança Pública e/
ou Defesa Social. Fórum
00 Brasileiro de Segurança
0 a 17 18 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 E + Pública, 2020.

Feminicidio Demais homicídios femininos

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O perfil racial também apresenta pe- eram negras, 36,5% brancas, 0,9% amare-
quena diferença, embora em ambos os ca- las e 0,9% indígenas. Entre as vitimas dos
sos se verifique a sobrerrepresentação de demais homicídios femininos 71% eram ne-
mulheres negras entre as vítimas. Entre as gras, 28% eram brancas, 0,2% indígenas e
vítimas de feminicídio no último ano 61,8% 0,8% amarelas.

GRÁFICO 36
Vítimas de Feminicídio e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por raça/cor
Brasil, 2016-2020
80
71,0
70
61,8
60

50

40 36,5

30 28,0

20
Fonte: Análise produzida
a partir dos microdados
10
dos registros policiais e
0,9 0,8 0,9 0,2 das Secretarias estaduais
00 de Segurança Pública e/
Amarela Branca Indígena Negra ou Defesa Social. Fórum
Brasileiro de Segurança
Pública, 2020.
Feminicidio Demais homicídios femininos

O local do crime é outra variável útil metade das vítimas morreram dentro de
para compreendermos o contexto da morte casa, ao passo que dentre os demais homicí-
violenta. Nos casos de feminicídio mais da dios femininos 1/3 ocorreram em via pública.

GRÁFICO 37
Feminicídios e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por tipo de local do crime
Brasil (2020)

35,4
Outros 23,3

Via pública 29,3


15,1

5,0
Sítios e fazendas 4,7

1,2
Rodovias e estradas 0,6

24,8
Residência 54,0

1,8 Fonte: Análise produzida


Hospital 0,3 a partir dos microdados
dos registros policiais e
2,4
Estabelecimento comercial 2,0
das Secretarias estaduais
de Segurança Pública e/
00 10 20 30 40 50 60 ou Defesa Social. Fórum
Brasileiro de Segurança
Feminicídio Demais MVI Pública, 2020.

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Em relação ao período do dia em que os concentrando pelo menos metade de todos
assassinatos aconteceram não se verifica os crimes, com maior incidência no período
grandes diferenças, com noite e madrugada compreendido entre 18h e 24h.

GRÁFICO 38
Feminicídios e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por período da ocorrência
Brasil (2020)

40

35 34,5
31,4
30
25,2 25,0
25
22,5 22,6
20,4
20 18,4

15

10

05

00
Manhã Tarde Noite Madrugada

Feminicídio Demais MVI

Fonte: Análise produzida a partir dos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou
Defesa Social. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2020.

A diferença mais significativa na com- um crime de ódio e perpetrado por alguém


paração entre os feminicídios e os demais próximo, muitas vezes em casa e após uma
assassinatos de mulheres se dá em rela- série de outras violências, o autor utiliza-se
ção ao instrumento empregado. Enquan- do que encontra a frente para o feminicídio.
to armas de fogo respondem por 64% de Estudo conduzido por Campbell et al.
todos os demais assassinatos de mulheres, (2003) em onze cidades, com 220 vítimas
semelhante à média nacional, a maioria de feminicídio íntimo, nos Estados Unidos,
dos crimes de feminicídio ocorrem com a verificou que 70% tinham sofrido violência
utilização de armas brancas como facas, física do parceiro íntimo antes do assassi-
tesouras, canivetes, pedaços de madeira e nato; e que, entre os fatores de risco, esta-
outros instrumentos (55,1%) que podem ser vam o acesso a armas de fogo por parte do
utilizados pelo agressor. agressor, a dependência química e o fato de
Este fato não é novo e reforça um ele- residirem no mesmo endereço (IPEA, FBSP,
mento central para compreensão do femi- 2020). Não à toa, o FRIDA – Formulário
nicídio, que ocorre principalmente em de- Nacional de Avaliação de Risco do Conse-
corrência de violência doméstica, sendo o lho Nacional de Justiça inclui questão espe-
resultado final e extremo de um continuum cífica sobre a facilidade de acesso a armas
de violência sofrida pelas mulheres (Kelly, de fogo por parte do autor da violência, e a
1988), e pouco associado as dinâmicas mais lei 13.880/2019 prevê a apreensão de arma
comuns da criminalidade urbana. Por ser de fogo quando o autor de violência domés-

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tica tem posse. Estudo publicado por Vig- fogo deste anuário, que indica crescimento
dor e Mercy nos Estados Unidos indicou que de 100,6% no total de registro de posses de
a apreensão da arma de fogo de acusados arma no SINARM desde 2017 – passando
de violência doméstica implicou na redu- de 637.972 para 1.279.491 em 2020 -, vive-
ção de 7% na taxa de homicídios femininos mos o sério risco da antecipação de desfe-
por parte de seus parceiros íntimos (Vigdor, chos ainda mais violentos como os femini-
Mercy, 2006). cídios para as mulheres expostas à violência
Diante destas considerações e dos da- doméstica, aumentando muito o risco para
dos apresentados na seção sobre armas de as vítimas e seus familiares.

GRÁFICO 39
Feminicídios e demais mortes violentas intencionais de mulheres, por instrumento empregado
Brasil (2020)

70
64,0
60
55,1

50

40

30 26,1
22,4
20

8,6 10,2 9,4


10
4,2
00
Agressão Arma Branca Arma de Fogo Outros

Feminicidio Demais homicídios femininos

Fonte: Análise produzida a partir dos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou
Defesa Social. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2020.

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