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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Ana Carolina de Freitas Peixoto - 20221100391


Iossef Itzchac Rosenberg - 20212105149
Janayna da Conceição R. Soares - 20212104422
Julia Motta Ramos - 20211108357
Maria Julia Jantorno - 20211108327

A MODELAGEM DE CÃES PARA O AUXÍLIO EM CRISES EPILÉPTICAS

Rio de Janeiro, RJ
2022

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Ana Carolina de Freitas Peixoto - 20221100391


Julia Motta Ramos - 20211108357
Janayna da Conceição R. Soares - 20212104422
Iossef Itzchac Rosenberg - 20212105149
Maria Julia Jantorno - 20211108327

A MODELAGEM DE CÃES PARA O AUXÍLIO EM CRISES EPILÉPTICAS

Relatório final da disciplina Estágio Básico Supervisionado


em Psicologia Experimental, do curso de Psicologia da
Universidade Veiga de Almeida, apresentado como parte dos
requisitos necessários à aprovação na mesma.

Orientadora: Profₐ Myriam Monteiro

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
1.1 Objetivo ........................................................................................................... 5
1.2 Justificativa ...................................................................................................... 5
2. MÉTODOS .......................................................................................................... 5
3. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 7

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1. Introdução

O comportamento, devido a sua particularidade e peculiaridade, sempre foi alvo de


estudos e pesquisas por diversas áreas humanas e biológicas. Assim, uma pergunta se tornou
constante: O que é o comportamento? “Porque a pergunta é simples, esperamos uma resposta
também simples.” (BARBER, 1952). Contudo, na contemporaneidade, os avanços nas mais
diversas áreas de estudos apenas comprovam o quão errônea essa afirmação foi. Visto que a
complexidade das possíveis interações entre comportamento e ambiente não é resumível a
mera interação entre organismo e ambiente (SKINNER, 1987). Assim, o estudo do
comportamento é de extrema importância, e permite compreender mais profundamente seres,
suas relações e reações possíveis diante de certas situações.
Uma relação muito curiosa, é a de seres humanos e cães. É um fenômeno espantoso o
crescimento do número e do grau de afeto dedicado aos animais de estimação nas últimas
décadas. O IBGE revela que já é maior o número de lares com cachorros do que com crianças
(RITTO, 2015). Além disso, um fenômeno histórico foi também percebido, Segata (2012)
observa que há negociações em torno da humanidade dos animais de estimação em particular:
eles foram treinados para modular seus instintos até chegarem ao ponto de se portarem de
maneira agradável: sendo gentis companheiros sentados nos sofás de casa em frente à
televisão.
(A partir da observação de reflexos condicionados, percebe-se que estímulos
(reforçadores) fazem parte do processo de aprendizagem, provoca-se, então, um
comportamento favorável a nós (seres humanos). O desempenho está associado à modelagem.
Em suma, um comportamento escolhido.)
Ao longo das últimas décadas, os cachorros têm sido cada vez mais usados em
trabalhos que envolvem a terapia de pessoas com deficiência intelectual e até o auxílio a
deficientes físicos ou visuais, como é o caso dos reconhecidos cães-guia, e também, no auxílio
de pessoas que apresentam epilepsia.
Na epilepsia, existem basicamente três crises distintas, no entanto, o conhecido como
“Ataque epiléptico” é aquele cujo a pessoa pode cair no chão, apresentar contrações
musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, às
vezes, até urinar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Tal condição é extremamente grave,
pois, muitas vezes, o sujeito sozinho não consegue pedir ajuda, e pode sofrer lesões
prejudiciais.
Diante disso, um cão pode ser condicionado para agir de forma determinada em uma
situação como essa, por exemplo, apertando um botão de emergência (situação abordada no
presente trabalho), que acionará alguém da família, ou responsável da saúde.
O condicionamento operante é um método de aprendizagem que associa uma resposta
a sua consequência, visando que tal resposta se produza mais ou menos (probabilidade maior
ou menor) diante se sua consequência for reforçadora ou punidora.
A modelagem refere-se a um comportamento novo que será aprendido e passará a
fazer parte do repertório comportamental de um organismo. Esse conceito foi elaborado por
behavioristas, com o objetivo de criar modelos experimentais para entender como funciona o
comportamento. Skinner foi o precursor desse movimento quando criou a “Caixa de Skinner”.
A aprendizagem pode ser definida como a obtenção de novos conhecimentos do meio,
onde resultará na modificação do comportamento.
O reforço é uma técnica usada para estimular uma resposta pretendida, pode ser ele
positivo ou negativo. O reforço pretende aumentar a probabilidade de emissão da resposta.
Chamamos de reforço positivo quando a consequência do comportamento é adicionar algo no
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ambiente que seja reforçador, e de negativo quando o comportamento remove algo aversivo.
No nosso experimento, será utilizado reforço positivo, especificamente os petiscos.

1.1. Objetivo

Este experimento tem como objetivo ensinar o cão a apertar um botão para auxiliar seu
tutor em crises epiléticas por meio da modelagem utilizando o reforço positivo.

1.2. Justificativa

Visto que ainda, na contemporaneidade, a epilepsia é uma doença que apresenta


inúmeros preconceitos e envolve uma esfera fantasiosa e mística, o seguinte trabalho procura
desmistificar e fornecer alternativas pautadas na ciência para auxiliar nesse problema. Román
& Senanayake (1993), afirmaram que, mesmo nas regiões mais desenvolvidas do continente
americano, a epilepsia está associada ao preconceito, ao medo e ao estigma, sendo comum a
prevalência, nas zonas rurais, dos meios sobrenaturais como forma de tratamento.
Juntamente desses mais diversos estigmas, é importante pontuar que tanto a família,
quanto o próprio indivíduo que sofre com essa condição acabam por desenvolver sentimentos
adversos, como medo, frustração, vergonha, ansiedade, tristeza e desesperança e também
condições psíquicas debilitadoras, como transtorno de ansiedade e depressão que podem
dificultar o tratamento da Epilepsia. Cavalheiro (1988), acredita que só a franqueza seria
capaz de melhorar as condições dos que têm epilepsia. Diante disso, com a naturalização da
questão, há uma facilidade no processo de melhora.
Além disso, é importante compreender que durante crises epiléticas, a ajuda é de
extrema importância, visto que a perda da consciência pode ocasionar queda brusca no chão,
que pode causar graves lesões. Portanto, o animal (nessa situação, o cão) quando
condicionado, é essencial para solicitar ajuda e evitar maiores problemas para o indivíduo. O
adestramento será feito através do processo da modelagem de skinner. O comportamento é
reforçado (reforço diferencial) e passa a ser aprendido. Vamos utilizar um reforço positivo.

2. Métodos

Para o aprendizado, faremos primeiro o registro do nível operante e depois daremos


início ao processo de modelagem de skinner (Myers, 2015). O comportamento final será
dividido em algumas etapas. Vamos utilizar um boneco com tremedeiras para simular uma
pessoa com crise epiléptica. O objetivo final como já citado é o auxílio do cão com o
comportamento final de apertar o botão “SOS”.
No processo de modelagem o animal será demasiadamente reforçado de forma
crescente. Isso significa que quando o comportamento se aproximar do comportamento final
(apertar o botão “SOS”) daremos a ele o reforço. Essa aproximação para o comportamento
final será feita em quatro estágios.

● Participantes
O experimento será realizado com principalmente 2 integrantes. Um cachorro de raça
Border Collie, com cerca de 5 meses de idade e sua tutora, que apresenta o quadro de
epilepsia. A raça foi escolhida devido à grande facilidade e adaptabilidade do adestramento e
algumas características fisiológicas, como o tamanho, resistência e força do animal. Já a idade
foi escolhida por filhotes serem mais fáceis de adestrar.

● Ambiente
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O ambiente de adestramento será na residência da tutora, especificamente na sala. Essa
escolha se deu com o intuito de reduzir os fatores de distração e principalmente para que o cão
se familiarize com sua tutora. Essa etapa de “familiarização” é muito importante para que os
procedimentos de modelagem e aprendizado sejam mais fáceis.

● Procedimentos

No primeiro estágio o boneco começa a tremer e o animal terá que se aproximar dele.
Toda vez que isso ocorrer, reforçamos esse comportamento através de um reforço positivo,
que será um petisco. Nesse estágio conseguimos reforçar o comportamento de aproximação e
estamos a três passos do comportamento final de apertar o botão,este esforço foi repetido 3
vezes.
Na segunda fase daremos o petisco (reforço positivo) somente quando o animal se
aproximar do boneco e cheirar o botão (o botão ficará numa pulseira preso no braço do
boneco). Dessa forma estamos gradativamente modelando (através do reforço positivo) o
comportamento final. este reforço foi repetido 3 vezes.
No terceiro estágio o cão é reforçado para tocar no botão, portanto estamos a um passo
do comportamento final de pressionar,este reforço foi repetido 4 vezes.
Na quarta e última etapa, o animal aprende o comportamento final apertando o botão
“SOS”. O petisco só será dado ao animal quando este apertar o botão, concluindo assim a
modelagem. Nesse processo de aprendizado iremos também associar o boneco a tutora,
faremos esse processo utilizando o condicionamento. A tutora irá simular tremedeiras e
reforçar os respectivos comportamentos do cão seguindo os mesmos processos da
aprendizagem com o boneco,este reforço foi repetido 4 vezes.

3. Discussão

As pesquisas foram iniciadas ao saber que há como cães salvarem vidas e


agravamento de casos de epilepsia em pessoas. Em uma primeira fase inicia-se um trabalho de
treinamento para cães da raça border collie, ajudando-os a identificarem qualquer aviso de
que irá ser iniciada uma convulsão. Para isso, existem treinamentos bem montados para que
os cães fiquem atentos sem que fiquem estressados, realizando assim um bom e tranquilo
trabalho como “salva vidas”.
Depois de algum tempo de preparação, finalmente eles vão para casa de seus tutores
para pôr em ação tudo que aprenderam, podendo identificar os sinais das crises epiléticas uma
fração de segundo antes de acontecer.
Logo após, começam a aprender o que se deve fazer quando uma crise está prestes a
acontecer. Inteligente e bem preparado, já está em seu modo de ação, muitos dias de trabalho
foram realizados para tamanha facilidade em fazer seu papel de ajuda. Cada reação que deve
ser tomada tanto com seu tutor quanto em avisar a outras pessoas ou até mesmo apertar algum
botão que já acione a emergência, avisando o que se passa e assim evitando que o caso se
agrave.
Para fazer com que o cachorro mantenha a calma, a obediência e aprenda os
ensinamentos, ele recebe recompensas a cada ação aprendida e realizada. Ao cuidar bem
distante prezando sua saúde inteligência e os recompensando de modo que o deixe com
vontade de aprender mais para ser mais bem recompensado ele irá se esforçar cotidianamente
para deixar seu tutor bem, dando-lhe um apoio de que, se acontecer algo ele não estará
sozinho. E depois de muitas aprendizagens começam a ter os testes com começos que
parecem que estão com uma convulsão real, para que possamos ver o desempenho do animal,
apoia os bons resultados avançamos para as próximas etapas para aprender mais. Não
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podemos nos esquecer que além da ajuda que o cão dá um vínculo é criado e ele não irá
querer perder um amigo pois além de uma ajuda acaba se tornando uma família e esse vínculo
é acima de tudo mais importante para ambas as partes tanto na ajuda com as convulsões
quanto no dia a dia. A cabeça de uma pessoa que sofre com convulsões fica naquela tensão de
não saber quando vai acontecer, onde pode ser, e como vai terminar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

EPILEPSIA. In: Epilepsia. [S. l.]: Biblioteca virtual em saúde, 2006. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/epilepsia-6/. Acesso em: 2 jun. 2022.

LIMA, Darlan de Almeida; DIEDERICHS , Alexandre de Mello; DA SILVA, Joelson


Alves; JUNIOR , João Caetano. Socialização: Reforço e Modelagem. [S. l.]: Rede PSI, 11
dez. 2014. Disponível em: https://www.redepsi.com.br/2014/12/11/socializacao-reforco-e-
modelagem/. Acesso em: 2 jun. 2022.

MAZON, M. DA S.; DE MOURA, W. G. Cachorros e humanos: mercado de rações


pet em perspectiva sociológica. Civitas - Revista de Ciências Sociais, v. 17, n. 1, p. 138-158,
9 maio 2017.

MOREIRA, Sebastião Rogério Góis. Epilepsia: concepção histórica, aspectos


conceituais, diagnóstico e tratamento. Mental [online]. 2004, vol.2, n.3 [citado 2022-04-30],
pp. 107-122 . Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
44272004000200009&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1679-4427.

MYERS, D. G. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

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