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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO E EDUCACAO DE INFANCIA

DISCIPLINA DE PSICOLOGIA GERAL. 1º ANO LABORAL I SEM - 2022

TEMA: Hábitos e Habilidades

Discente:

Carminda Nelson Machava

Docentes:

Dr. Milton Mucuanga

Dra. Quitéria Mabasso

Maputo, Abril de 2022


Conteúdo
1.Introdução.....................................................................................................................................3

1.1.Objectivo Geral:.........................................................................................................................3

1.1.1. Objectivos Específicos:.........................................................................................................3

1.1.2.Metodologia...........................................................................................................................4

2. Definição do hábito e habilidades................................................................................................4

3. Classificação dos hábitos.............................................................................................................4

4. Funções dos hábitos.....................................................................................................................5

5. Características de hábito..............................................................................................................5

6. Factores de aquisição dos hábitos................................................................................................6

7. Condições de desaparição dos hábitos.........................................................................................7

8. Importância dos hábitos...............................................................................................................8

9. Consequências dos hábitos..........................................................................................................8

10. Classificação de habilidades......................................................................................................8

11. Formação de habilidades.........................................................................................................10

12. Conclusão................................................................................................................................11

13. Referencias Bibliográficas.......................................................................................................12


1.Introdução
O presente trabalho é elaborado no âmbito de avaliação da disciplina de Psicologia Geral que
constitui uma das unidades curriculares do curso de licenciatura em Psicologia, oferecido pela
Faculdade de Educação da UEM. Com o tema "Hábitos e Habilidades" o grupo pretende alcançar
os seguintes objectivos:

1.1.Objectivo Geral:
 Compreender a relevância dos Hábitos e Habilidades para a adaptação do indivíduo ao
meio ambiente.

1.1.1. Objectivos Específicos:


 Definir o conceito de Hábitos e Habilidades;

 Classificar os Hábitos, Identificar as funções dos Hábitos;

 Identificar os factores de aquisição dos Hábitos e Explicar as condições de desaparição;


dos Hábitos

 Características de Hábitos

 Explicar a importância dos Hábitos e Identificar as suas consequências ;

 Definir o conceito de Habilidades

 Classificar as Habilidades

 Explicar o processo de formação das Habilidades

1.1.2.Metodologia
Para a realização deste trabalho, o grupo baseou-se em revisão de literaturas. Em termos de
estrutura, para além desta introdução, o trabalho apresenta, definição de conceitos, classificação
dos hábitos, características de hábitos, funções dos hábitos, factores de aquisição dos hábitos,
condições de desaparição dos hábitos, importância dos hábitos, as consequências dos hábitos,
classificação das habilidades, processo de formação das habilidades, , conclusão e referências
bibliográficas.

2. Definição do hábito e habilidades


2.1. Hábito - é uma actividade que através de uma prática prolongada se torna relativamente
automática (CHAPLIN, 1981). De acordo com PIÉRON (1977) - hábito é a forma motora da
memória, que se manifesta nas actividades facilitadas por sua representação.

2.2. Habilidade – Para Chaplin, 1981, habilidades são capacidades cognitivas e psicomotoras
desenvolvidas e demonstradas no exercício de uma determinada actividade, faculdade de realizar
um acto. A habilidade pode ser inata ou resultante da prática.

3. Classificação dos hábitos


Para (Saraiva, 1973) os hábitos distribuem-se em três grandes grupos: aptidões, acomodações e
necessidades.

3.1. Aptidões - este autor (citado acima) postula que as aptidões significam que um indivíduo
habituado, faz com facilidade e sem esforço o que, sem o hábito, era incapaz de fazer. E não,
aptidão requer aprendizagem, e pode definir-se como capacidade para proceder, nas várias
circunstâncias da vida, com facilidade e sem esforço.

3.2. Acomodações - acomodação é endurecer, perder a sensibilidade para as coisas que


anteriormente nos perturbavam, ou fortemente impressionavam. E chamadas habituações
(habituar-se) e costumes (acostumar-se), as acomodações dependem mais particularmente do
exercício, e consiste numa adaptação progressiva do organismo, ou do espírito, aos estímulos.

3.3. Necessidades - as necessidades que nós próprios nos criamos. Não são naturais, estranham-
se em nós e tão profundamente que lembram os nossos próprios instintos.

4. Funções dos hábitos


Segundo Serrão e Macedo (1974), os hábitos (e suas funções) que podemos contrair são
inumeráveis. Mas os mais importantes são: Motores, mentais, morais, e fisiológicos.
4.1. Motores - vão dos mais simples gestos aos actos mais complicados. Pentear, vestir,
escrever, tocar piano, fazer o bordo.

4.2. Mentais - são disposições para pensar ou agir de certo modo, e podem referir-se tanto à
inteligência, como à vontade própria ou sensibilidade: hábitos falar correctamente, ser metódico,
prestar atenção, estudar, ouvir música.

4.3. Morais - Certas virtudes e qualidades pessoas (como paciência, boas maneiras,
autodomínio) só aparentemente são espontâneas, só raramente são, na verdade elas podem ser, e
são geralmente aptidões que se adquirem hábitos que se tomam, como fruto da educação.

4.4. Fisiológico - Habituamo-nos ao frio ao calor e chuva a altitude. O estômago habitua-se a


digerir este alimento ou aquele alimento. O organismo habitua-se, ganha tolerância para certos
medicamento.

5. Características de hábito
Saraiva 1973, postula as seguintes características no que concerne ao hábito: Anulação da
consciência e Automatismo.

5.1.Anulação da consciência - Esta incosciencialização (ou insensibilização) que, de modo


geral, caracteriza o hábito, tem vantagens. A principal é tornar-nos mais resistentes aos aspectos
desagradáveis da vida: frio, calor, barulho, sofrimento. Mas o maior de todos é subtrair a nossa
atenção aspectos importantes da existência. Quem se habitua a sujidade perde a consciência dela,
e não se sente a necessidade da limpeza. A força de nos habituarmos aos desconcertos (e
injustiças) que reinam no mundo, acabamos por não dar por eles, e assim o hábito se torna fonte
de insensibilidade, aceitação, conformismo.

5.2.Automatismo - De acordo com William James apud Bwegner e Bargh, (1998)


automatismo é a noção de hábitos, no qual um acto, ao se repetir tantas vezes, passa a fazer
parte da rotina.

Anderson (2004) apresenta uma definição de automatismo direccionada as habilidades do


indivíduo, na qual o automatismo seria um dos estágios de desenvolvimento de perícia, os seja
esta relacionada ao treino, porem a um estágio mais avançado. Deste modo, Anderson (2004)
propõe três estágios para o desenvolvimento de uma habilidade: o primeiro é o cognitivo, no qual
os indivíduos registaram os conhecimentos necessários para as habilidades; no segundo estágio,
associativo, os erros são detectados e eliminados, ou seja, registam-se os procedimentos bem-
sucedidos.

O terceiro e último estágio é o de automatismo, onde se ganha velocidade e se exige menos


recurso de processamento, havendo economia cognitiva. Portanto, a prática parece ser um
elemento crucial para desenvolver algumas respostas automáticas, como a procedi mentalização
para resolução de um problema, ou um conteúdo pré-consciente (e.g. priming: refere-se ao efeito
de deixar acessível um conceito pela apresentação de um estímulo

6. Factores de aquisição dos hábitos


Para saraiva (1973) os factores que podemos encontrar nos hábitos são vários, dentre eles:

6.1.Atenção-interesse - é um processo cognitivo básico para o processamento da informação,


assistindo uma função de exploração do ambiente, no sentido da manutenção da localização dos
recursos perceptivos e cognitivos no estímulo, ou uma função de selecção, podendo corresponder
a um conjunto de processos que determinam a selecção de estímulos relevantes, dentre vários
recebidos (Oliveira, 2010) citando Ramalho et al (2009).

6.2.Repetição- a repetição è necessária, pois sem aplicação atenta não a progresso na


aprendizagem mais não è suficiente, porque o hábito não consiste apenas em saber como
executar o acto, mas em ganhar habilidade e naturalidade na execução. A repetição espoes o acto
factor da aquisição do hábito.

6.3.Vontade - mastigar demoradamente o alimento, levantar cedo trabalhar são dois hábitos que
podemos considerar excelentes, porque depende, em boa parte a saúde do corpo, o vigor do
espírito, o rendimento. Rendimento do trabalho será vulgar? De modo algum, antes são
extremamente raros. E porque o são: porque são difíceis, demasiados difíceis na sua aparente
facilidade, exigem esforço, sacrifício. Numa palavra só, vontade. Função da vontade- cumprir
está a fornecer a continuidade e esforço, nos hábitos difíceis para adquiri-los.
7. Condições de desaparição dos hábitos
Para Saraiva (1973) os hábitos assim como se adquirem, também podem perder-se. O processo
de desaparição é exactamente oposto ao da aquisição. Saraiva, defende que por três modos
podemos tentar, e obter, a eliminação de um hábito incomodo:

7.1.Supressão radical - requer energia inicial, pois os primeiros combates são ao que dizem os
experientes, verdadeiramente difíceis. Mas pouco a pouco o hábito cede, e a luta torna-se menos
penosa. Por outro lado, a alegria do êxito que se alcança e a compensação servem de estímulo
para prosseguir.

7.2.Eliminação progressiva - se o hábito adquirido determinou novo equilíbrio orgânico, não se


pode, sem perigo, elimina-lo abruptamente. Aqui, o método das restrições progressivas é, não só
aconselhável, mas indispensável. Aliás, ele pode ser aplicado a toda a espécie dos hábitos. O
fumador, ou o bebedor, pode preferir o sistema de fumar ou de beber gradualmente menos. O
período inicial não será assim tão duro. Em contrapartida, a vontade terá de manter-se durante
mais tempo tenso e fiel ao programa que se impôs. O mais leve desaparecimento pode fazer
perder num dia o que levou semanas, ou meses, a conseguir. (Saraiva, 1973).

7.3.Substituição - segundo Saraiva, 1973 a substituição consiste na aquisição de um hábito


contrário daquele que se quer destruir. Tem, sobre os anteriores, a vantagem moral de dar um fim
positivo a actividade. A sua aplicação nem sempre possível, é sobretudo aconselhável nos
hábitos afectivos, os quais, pelo aspecto emocional de que se revestem, tem analogia com as
paixões. Assim, a melhor forma de vencer, por exemplo o habito da cólera, é substitui-lo pelo da
paciência.

8. Importância dos hábitos


Quer o consideremos do ângulo individual ou social, no aspecto intelectual ou moral, é de
primeira grandeza o papel do habito de dependência, em largas medida, a vida dos homens e das
colectividades, como efeito: O habito (Saraiva 1973) è uma força essencialmente conservadora:
tendência para reproduzir os mesmos actos do mesmo modo. Habituamo-nos à indispensável
higiene matinal ao trabalho regular e ao consequente repouso ao nosso jornal e, possivelmente ao
nosso café. Ao saudável passeio e a permanência, inevitável, juntos da televisão.
9. Consequências dos hábitos
Para Saraiva (1973) em relação aos hábitos há contudo, dois perigos possíveis: Carência de
esforço - pode não cultivar os hábitos bons.

Falta de discernimento - pode não evitar os maus hábitos degenerando desta forma então como
um vício.

Força conservadora (ou função que repete) o hábito pode fechar a iniciativa inteligente e torna-se
então sinónimo de rotina.

Rotina- é o uso dos métodos (ou formulas) em situações que variaram, e requerem novas
fórmulas ou novos modos de proceder. O que define a rotina não é propriamente, a repetição,
mas a recusa a inovação e oposição ao progresso.

10. Classificação de habilidades


Para (Saraiva, 1973) as habilidades podem ser classificadas de acordo com os componentes
psicológicos que são:

10.1.Habilidade intelectual - Entende-se como processos mentais de organizações de matérias


com vista ao alcance de propósito específica, ou seja os modos de operações e técnicas
generalizadas para lidar com problemas (Saraiva, 1973) O conhecimento, material intelectual
bruto, transforma-se em habilidade intelectual, a partir do momento que passa a agregar o
objecto.

10.2.Habilidades motrizes ou motoras - Movimento voluntário do corpo e membros, para


atingirmos objectivos. É também entendido como um padrão fundamental realizado com
precisão, exactidão e controle.

10.3.Habilidades visuais - Saraiva, defende habilidades visuais como a capacidade de coordenar


as informações visuais. Esta habilidade está ligada a inteligência espacial visual que é a
capacidade de perceber o mundo visual com precisão, efectuar transformações e modificações
sobre as percepções iniciais e ser capaz de recriar aspectos de experiência visual mesmo na
ausência de estímulos físicos relevantes (Saraiva 1973).
10.4.Habilidade auditiva - Caracteriza-se por um processo em que um som é detectado,
encaminhado para a discriminação, reconhecimento e compreensão da informação auditiva
significativa. As actividades auditivas são melhores quando incorporam habilidades de
comunicação significativas, apropriadas a nível linguístico e cognitivo do indivíduo. (Saraiva,
1973). Para o mesmo autor o desenvolvimento das habilidades auditivas segue a seguinte
sequencia:

Detenção auditiva: perceber a presença e ausência do som;

Discriminação auditiva: discriminar dois ou mais estímulos, dizendo que são iguais ou
diferentes.

10.5.Reconhecimento auditivo: identificar o som, classificando-o e nomeando o que ouviu,


repetindo ou apontando o estímulo.

10.6.Compreensão auditiva: entender os estímulos sonoros sem repetição. Responder


perguntas, seguir os sons e recontar histórias.

10.7.Habilidade óculo-manuais - Designa-se como a boa percepção manual, a capacidade de


análise do gesto a ser realizado, o controle neuromuscular que permite que o movimento seja
realizado de maneira harmoniosa (com forca, direcção, amplitude do movimento, intensidade e
velocidade adequada), a memória e a visão são factores que já devem estar desenvolvidos para
que haja uma boa coordenação motora global. (Saraiva, 1973).

11. Formação de habilidades


Na formação de habilidades há três passos definidos por Saraiva:

 Primeiro: aprender o conhecimento dos procedimentos;

 Segundo: é necessário levar o indivíduo a realizar a acção;

 Terceiro: o indivíduo deve exercitar e repetir, isto vai conduzir a automatização. Em


suma: formação de habilidades segue a seguinte sequência: deve-se ter o conhecimento
dos procedimentos, esta fase é teórica e implica que o indivíduo deve procurar observar
atentamente determinada actividade desse modo se prosseguirá para a segunda fase que é
necessário levar o indivíduo a realizar a acção, e o primeiro estágio da prática em que um
indivíduo implementa o conhecimento. O passo a seguir é a exercitação e repetição, isso
conduz a automatização do acto, desse modo o indivíduo aperfeiçoará determinada
habilidade, reforçará as acções e terá domínio de todo o sistema complexo de operações.
12. Conclusão
Durante a realização do trabalho o grupo concluiu que hábito é uma actividade através duma
prática prolongada que se torna automática; os hábitos podem ser classificados por aptidões,
acomodações e necessidades, também concluímos que a anulação da consciência e automatismo
são duas características fundamentais do hábito. Os hábitos tem funções motoras, mentais,
morais e fisiológicas, eles tem como factores de aquisição: atenção, repetição e vontade; para
eliminação dum hábito incómodo te se a supressão radical, eliminação progressiva substituição;
a carência do esforço e a falta de discernimento são dois perigos possíveis em relação aos
hábitos.

Embora os hábitos tenham este perigo eles também são importantes pois contem uma força
conservadora, e por fim concluímos que habilidades são capacidades cognitivas psicomotoras
desenvolvidas e demonstradas numa determinada actividade e podem ser intelectuais, motrizes,
visuais, auditivas e óculo-manuais, elas podem ser formadas estabelecendo passos que visam a
aprendizagem do conhecimento dos procedimentos a realização da acção a execução e repetição
da acção.
13. Referencias Bibliográficas
Chaplin, James (1981). Dicionário de Psicologia. Publicações Dom Quixote,

Lisboa.Petrovsky, A. V.(1980). Psicologia Geral. Moscovo. Páscoa, A. e Pestana, E. (1998).

Dicionário breve de Psicologia. Editorial Presença. Saraiva, Augusto (s/d). Psicologia. 7a


edição, Editora Educação Nacional, Porto.http://www.bvs-psi.org.br/- Biblioteca virtual de
psicologia.www.carlosmartins.com.br/habilidades.ht

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