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Glossário de filosofia

Tema 1 - A epistemologia e o conhecimento científico

Ciências humanas: o conjunto de todas as ciências que estudam os diferentes


fenômenos humanos.

Ciências naturais: o conjunto de todas as ciências que estudam os diferentes


fenômenos naturais.

Objeto de estudo: tudo da realidade que pode ser estudado por uma ciência
(cientificamente).

Método (nas ciências e na filosofia): o conjunto de meios e procedimentos


necessários para se estudar algo da realidade.

Método teórico: o conjunto de meios e procedimentos para se estudar algo da


realidade que não envolve qualquer intervenção do cientista no objeto de estudo,
nas coisas que interagem com ele ou/e no ambiente em que o objeto se situa.

Método experimental: o conjunto de meios e procedimentos para se estudar algo


da realidade que envolve o controle do objeto de estudo, de outras coisas que
interagem com ele ou/e do ambiente em que ele se situa, onde o cientista elabora
uma situação artificial para que algo seja analisado.

Tendência sócio-histórica: um fenômeno da sociedade humana que ocorre de


maneira padronizada durante determinado período de tempo, podendo ser por um
período histórico mais curto ou mais longo.

Lei natural: aquilo que rege o comportamento de tudo que é parte da natureza.
Tema 2 - Trabalho e lazer

Homo sapiens: é a dimensão da vida humana que se refere à capacidade humana


de conhecer a realidade e de utilizar a linguagem para comunicação.

Homo faber: é a dimensão da vida humana que se refere à capacidade humana de


transformar a natureza para produzir objetos que satisfaçam suas necessidades.

Homo ludens: é a dimensão da vida humana que se refere ao usufruto da nossa


existência, que trazem prazer e, muitas, vezes propósito para nossas vidas.

Tecnologia: a tecnologia é um artefato produzido pelo trabalho humano que


possibilita a humanidade a realizar fins produtivos de maneira mais eficaz e
eficiente. São três as etapas de desenvolvimento da tecnologia na história humana:
utensílio, máquina e automação.

Trabalho: Atividade voltada a transformar a natureza de modo a produzir meios de


satisfação das necessidades humanas. O trabalho transforma as pessoas ao
introduzir novos objetos no mundo, que apenas a partir dele se tornam parte da
realidade, e ao fazer com que as pessoas adequem seus pensamentos, emoções e
ações aos modos necessários para que o trabalho realizado seja bem-sucedido.

Trabalho assalariado: forma de relação de trabalho onde o tempo e a capacidade


de trabalho do trabalhador se tornam uma mercadoria a ser comprada mediante o
pagamento de um salário. Foi instituída com a Revolução Industrial e defendida
pelos filósofos liberais em substituição ao trabalho servil na Europa e ao trabalho
escravo nas Américas. É a forma de trabalho predominante até os dias de hoje.

Trabalho alienado: segundo a análise dos filósofos Karl Marx e Friedrich Engels, é
uma forma de trabalho onde o trabalhador é separado (alienação vem da palavra
em latim alienare, que significa afastar) do produto de seu trabalho e de sua vontade
própria durante a atividade de trabalho.

Direitos trabalhistas: são garantias jurídicas aos trabalhadores assalariados


conquistadas através de diversas lutas políticas. O direito à redução da jornada de
trabalho para 8 horas, sem que haja redução do salário, para que haja 8 horas de
lazer e 8 horas de sono em cada dia, é um exemplo de direito trabalhista
conquistado entre o final do século XIX e início do século XX em diversos países.

Ócio: conjunto de atividades ligadas às classes nobres na antiguidade, que iam de


atividades educacionais, como fazer filosofia ou ciências, até atividades de comando
na política e na guerra.
Lazer: conjunto de ocupações às quais o indivíduo realiza por livre vontade para
descansar, para se divertir, ou para desenvolver suas capacidades criativas,
intelectuais ou de participação social, após livrar-se de suas obrigações
profissionais, familiares e sociais.

Liberalismo: filosofia política elaborada pela classe burguesa no início da Idade


Moderna como forma de defender seus interesses econômicos e políticos frente às
aristocracias europeias. Transformou-se e ganhou influência gradualmente ao longo
dos últimos séculos, tornando-se a principal filosofia política da atualidade. É a
filosofia política associada ao sistema econômico capitalista.

Utilitarismo: vertente do liberalismo que criticou as posições liberais tradicionais,


defensoras de uma sociedade orientada pelo egoísmo dos indivíduos, e propôs
como alternativa uma sociedade orientada para a promoção da felicidade para o
maior número de pessoas possível. Sua ideia de felicidade, baseada na
maximização do prazer e minimização da dor e do sofrimento, serviu como base
para a construção do lazer contemporâneo.

Capitalismo: sistema econômico que orienta as sociedades e as atividades


humanas à acumulação incessante de capital. Foi elaborado e defendido
historicamente pelos pensadores liberais. É o sistema econômico em que a maioria
das sociedades vive na atualidade.

Renda básica universal (RBU): proposta política elaborada por pensadores liberais
da atualidade para lidar com o desafio apresentado pelo desenvolvimento da
automação. Defendendo a continuidade da substituição da mão de obra humana
pelo trabalho de máquinas autônomas, a RBU propõe que haja uma renda
distribuída pelo governo a todas as pessoas de uma sociedade pelo simples fato de
existirem, para que o desemprego, consequência necessária da continuidade da
automação, não signifique a impossibilidade de satisfação das necessidades das
pessoas. Geralmente, os defensores desta política acreditam que ela deve ser
financiada com maiores impostos aos mais ricos das sociedades.

Socialismo: filosofia política elaborada nas transformações decorrentes da


Revolução Industrial e da Revolução Francesa, com o objetivo de defender os
interesses dos trabalhadores frente aos interesses da classe burguesa. As principais
vertentes do socialismo são o comunismo, a social-democracia e o anarquismo, e
possuem em comum o projeto político de construção de uma sociedade igualitária
economicamente, politicamente, socialmente e onde haja o livre desenvolvimento
das individualidades.

Infraestrutura: a partir do materialismo histórico-dialético, Marx e Engels


defenderam que a parte da sociedade em que são exercidas as atividades
imprescindíveis à sobrevivência e reprodução da vida dos indivíduos podem ser
chamadas de infraestrutura. A partir delas, todos outros tipos de atividade se tornam
possíveis, como a política, o lazer e a produção científica, entre outras.

Superestrutura: de acordo com a filosofia de Marx e Engels, a superestrutura é a


parte da sociedade que se torna possível e funcional à reprodução dos indivíduos e
da sociedade a partir da infraestrutura. Fazem parte da superestrutura de uma
sociedade as atividades de lazer, a política, o direito, a educação, a política, a
produção científica e filosófica, a produção artística, a religião, a imprensa, entre
outros possíveis componentes de uma sociedade.

Ideologia: na conceituação de Marx e Engels, ideologia é o conjunto de


representações e ideias, bem como normas de conduta, por meio das quais os
indivíduos de uma sociedade são levados a pensar, sentir e agir de maneiras que
convém à classe que detém o poder.

Indústria cultural: elaborado pelos filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer


como uma crítica ao lazer, à cultura e à produção artística no sistema capitalista, o
conceito de indústria cultural designa a produção cultural e artística vinculada à
produção empresarial. Na avaliação dos filósofos, com a indústria cultural, a cultura,
a arte e as atividades de lazer se tornaram mercadorias a serem consumidas e, por
serem produzidas por empresas, sempre refletem e difundem ideologias que
sustentam o capitalismo. A arte deixa de ser crítica e voltada ao desenvolvimento
individual e cultural, e passa a ser tratada como uma mercadoria qualquer, voltada à
maximização do lucro.

Reino da necessidade: Marx e Engels designam por “reino da necessidade” o


conjunto de formas de vida em sociedade onde a preocupação primária dos
indivíduos é lutar pela sua sobrevivência e pela satisfação de suas necessidades
diante da natureza e/ou da sociedade. Segundo os filósofos, a vida humana desde a
pré-história até a época do sistema capitalista se dá em diferentes formas de “reinos
da necessidade”, com a diferença de que, na pré-histórica, a luta era entre a
humanidade e a natureza, mas com a divisão das sociedades em classes sociais na
Antiguidade, a luta tornou-se também entre a própria humanidade.

Reino da liberdade: Marx e Engels conceituaram por “reino da liberdade” a forma


de sociedade comunista por eles defendida, onde a preocupação primária dos
indivíduos deixa de ser a luta pela sobrevivência e pela satisfação de suas
necessidades diante da natureza e da sociedade, mas sua sobrevivência e a
satisfação de suas necessidades já são garantidas pela sociedade (em função da
distribuição igualitária dos produtos do trabalho coletivo por eles defendida), e eles
passam a preocupar-se primariamente em como viver uma vida significativa, onde
podem desenvolver-se livremente.
Liberdade sintética: a liberdade sintética é um objetivo político-social defendido
pelos socialistas atualmente que significa a conquista de uma sociedade onde as
capacidades tecnológicas e o poder transformador do trabalho são articulados de
maneira planejada para que a humanidade maximize o desenvolvimento humano.
Por maximizar o desenvolvimento humano entende-se ampliar as capacidades
culturais, econômicas, científicas, morais, relacionais, políticas, artísticas e
tecnológicas das sociedades, e promover um desenvolvimento dos indivíduos
correspondente a estes avanços.

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