QUALIDADES QUE O ORADOR DEVE DESENVOLVER

Adriana Stürmer1
Universidade Feevale

São várias as qualidades necessárias para se ter um bom desempenho em

apresentações. Dentre elas, estão a adequada expressão corporal e o bom uso da
voz e do ritmo na fala (expressão oral), assuntos que são tratados em temáticas
específicas nesta disciplina. Aqui, trataremos das seguintes qualidades: memória,
humor, habilidade, inspiração, criatividade, entusiasmo, determinação, audição,
teatralização, objetividade, vocabulário, naturalidade e conhecimento.

Vamos começar por essa Em uma fala de 30 minutos,

última qualidade, o tenha informações para, pelo
conhecimento. Essa
qualidade diz respeito ao
entendimento profundo do
assunto a ser tratado. Mas
não é suficiente apenas
conhecer o assunto. Para
conquistar a credibilidade
dos ouvintes, é necessário
que você demonstre esse
conhecimento também na
maneira de falar.
Ou seja, é necessário
demonstrar “que as
informações que transmite
são resultado da sua
experiência, das suas
pesquisas, das suas
atividades” (POLITO, 2006,
p. 104).
Para demonstrar
conhecimento, é
necessário que você se
dedique à preparação da
sua fala, procurando saber
muito mais sobre o assunto
do que a duração da sua
apresentação exigiria.
Veja três critérios para avaliar
documentos da Internet:
menos, 45 minutos, e assim
por diante. Autoria: verifique se o autor
que você está acessando está
Pesquise, localize claramente identificado e se
informações variadas sobre ele é especialista no assunto.
Procure conhecer as
o tema: estudos científicos,
qualificações do autor. Se ele
notícias de jornais,
for reconhecido, é provável
referências bibliográficas, que o Google acesse
comparações, entrevistas informações sobre suas
com pessoas que têm qualificações, publicações, etc.
conhecimento especializado,
Endossamento: verifique se o
exemplos, estatísticas,
documento que você está
histórias, experiências acessando é publicado por
pessoais, conteúdos de alguma empresa, órgão
internet, etc. governamental ou grupo de
interesse público. Procure
Se ao se preparar você investigar se essa organização
precisar utilizar informações é suficientemente
oriundas da internet, seja especializada no assunto,
objetiva e imparcial para você
cuidadoso.
citar o documento em sua
Veja ao lado as sugestões de palestra.
Lucas (2014) para avaliar Recentidade: verifique a data
documentos online. da publicação que você está
acessando. Procure utilizar
Cuide para referenciar somente dados
sempre as suas fontes e suficientemente atuais, e cite
afaste-se do plágio! A prática a sua data de publicação,
do plágio pode arruinar a sua especialmente no caso das
estatísticas.
imagem.

1
Doutora e mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS). Professora
dos cursos de Comunicação da Universidade Feevale (RS).
Outra qualidade essencial para o orador é a determinação. Essa qualidade refere-se à
dedicação para superar qualquer dificuldade ou dúvida quanto às suas possibilidades de
sucesso na arte de falar. Conta-se que Demóstenes – considerado um dos maiores oradores
da antiguidade – superou problemas de respiração por meio de corridas; superou problemas
de dicção praticando a fala com pedregulhos na boca; e, ainda, superou um tique – quando
falava, erguia seguidamente um dos ombros – fazendo seu treinamento em frente a um
espelho, e, “toda vez que executava o movimento defeituoso, era espetado por uma espada
que produzia ferimentos insuportáveis, tanto que foi obrigado a conter-se” (POLITO, 2002,
p. 70).

O entusiasmo é mais uma Diz Polito (2006, p. 67), que “quem

qualidade que o orador se apresentar com o
deve ter. Essa qualidade diz comportamento frio, insensível,
respeito à força, à apático, inalterado, provocará o
O entusiasmo é o
disposição e à paixão pelo desinteresse dos ouvintes, porque
responsável pelas
assunto que devem ele mesmo parecerá grandes façanhas
impulsionar aquele que se desinteressado por aquilo que da humanidade
propõe a falar. fala”.

Muitos oradores Assim, a paixão e o entusiasmo

compensam suas fraquezas
na arte de falar pela
animação que emerge de
seu ser, contagiando pelo
entusiasmo com que
defendem suas ideias.
pelo assunto são essenciais.
Quando estamos envolvidos com o
assunto, e demonstramos isso
com o nosso corpo e a nossa voz,
podemos conquistar nossos
ouvintes.
O humor é mais uma das
qualidades que o orador
pode utilizar. Essa qualidade
é um recurso que ajuda a
manter a atenção dos
ouvintes e fazer com que as
pessoas lembrem das
informações por mais tempo.
O humor não está limitado à
contação de piadas. E, se não
somos bons contadores de
piada, é melhor evitá-las.
Mas, se você acredita que
pode ser um bom contador
de piadas, lembre de cuidar o
seguinte:
- a piada deve ser nova: se há
alguma possibilidade de
alguém a conhecer, não a
use;
- a piada deve ser curta:
treine essa qualidade no dia a
dia, fazendo tiradas bem
humoradas e rápidas;
- a piada deve ser, de
preferência, relacionada ao
tema da fala, ao tema do
evento ou aos participantes;
- a piada (e o humor de forma
geral) deve evitar abordar
temas como origem étnica,
política, religião, gênero e
preferências sexuais;
- a piada (e o humor de forma
geral) deve passar longe da
vulgaridade, para
garantirmos a manutenção
da nossa imagem e o
respeito dos ouvintes.
Se você, como a maioria das
pessoas, não sabe contar
piadas, fique tranquilo.
Segundo Polito (2006, p. 53),
“o que funciona mesmo é [...]
o bom humor”.
O bom humor não está
somente nas palavras: use
todo o seu corpo, seu
sorriso, a entonação da voz
e... a pausa.
Polito (2002, p. 53) afirma
que “uma reação
fisionômica, como o simples
levantar de sobrancelha [...]
pode ser mais engraçado e
produzir melhores
resultados que uma piada”.
O melhor humor é aquele
que surge no momento da
apresentação, aquele que
resulta da sua presença de
espírito e inteligência. Ou
seja, use o humor a partir das
circunstâncias da
apresentação, dos fatos e
das pessoas presentes.
Mas, cuidado! Nunca faça
comentários ou brincadeiras
que possam humilhar as
pessoas.
Saiba que:
É mais fácil fazer rir o
público jovem do que o
adulto.
O humor muda de região
para região e está
relacionado com as
tradições, a cultura, etc.
A maneira como as
pessoas estão dispostas
no ambiente também
interfere! Quando
afastadas umas das
outras, demoram mais
para reagir; quando
próximas, riem com
mais facilidade.
É importante manter a
naturalidade. Se você
geralmente é mais
sério(a), usar uma tirada
humorística pode não
parecer natural. E isso
gera desconfiança na
plateia.
Para rirem das suas
tiradas humorísticas, é
necessário que as
pessoas aceitem você
sem resistência. Por isso,
é necessário conquistá-
las de várias outras
formas, a partir do seu
comportamento.
Portanto, seja sempre
ético, receptivo, gentil,
atencioso. E, claro, bem
humorado.
A audição é mais uma qualidade que o orador deve desenvolver. Essa qualidade se refere a
um trabalho intelectual, porque, ao ouvir, prestando atenção, é preciso interpretar, avaliar,
compreender o que ouvimos. Ouvir é simplesmente um ato biológico, feito sem esforço.
Escutar exige atenção.

Por que, para o orador, é importante saber escutar? Porque a audição, “provavelmente, é a
forma como obtemos a maioria das nossas ideias e informações” (LUCAS, 2014, p. 44). Ou
seja, por meio da audição, você aprende sobre as coisas, mas também sobre as pessoas.
Quando você ouve, pode compreender qual deveria ser a abordagem do seu discurso, qual
informação interessa à sua plateia naquele momento, ou qual dado seria mais útil para os
seus ouvintes.

Mas escutar não é fácil... então, o que fazer?

Uma das principais
dificuldades é a falta de
concentração. Isso porque
uma pessoa precisa de um
minuto para expressar o que
compreendemos em 15
segundos. Nos outros 45
segundo, divagamos...
Além disso, prestamos
atenção somente às
informações que favorecem
a nossa causa, além de
tirarmos conclusões
precipitadas antes de
escutar a mensagem até o
fim, ou julgamos as pessoas
por sua aparência ou
maneira de falar, em vez de
escutar o que dizem. E,
ainda, às vezes ficamos
pensando na resposta que
daremos, antes de ouvir o
que o outro está explicando.
Para ouvir melhor, Lucas
(2014, p. 55) sugere que,
para começar, é necessário Geralmente,
que o orador “dê o devido captamos
crédito ao ato de escutar e somente 50%
empenhe-se para se tornar do que
ouvimos.
um ouvinte melhor”.
Depois de 24h,
Assumindo essa atitude, fica lembramos de
mais fácil: (a) tornar-se um somente 10%
ouvinte ativo, prestando da mensagem
total atenção e esforçando-
se para compreender as
ideias de quem fala; (b)
resistir às distrações; (c) não
julgar com base na
aparência e na maneira de
se expressar de quem fala;
(d) não julgar enquanto não
ouvir toda a mensagem; (e)
dirigir atenção aos pontos
principais da fala; (f) tomar
notas para acompanhar
melhor as ideias do orador.
Mais uma qualidade importante para o orador: a habilidade. Essa qualidade refere-se à
sensibilidade de entender as ideias, intenções e expectativas dos ouvintes e à capacidade de
adaptar o conteúdo da mensagem às características da plateia, reconhecendo que as
pessoas desejam ouvir o que faz sentido para elas. Lucas (2014, p. 92) explica que o público
“ouvirá e julgará o que você diz com base no que ele já conhece e acredita [...] você deve
associar sua mensagem aos seus ouvintes – mostrar como ela tem a ver com eles, explicar
por que eles devem apreciá-la tanto quanto você”.

A criatividade é outra A inspiração é mais uma

qualidade a ser
desenvolvida pelo orador.
Essa qualidade diz respeito
ao esforço para se sair do
lugar-comum, para forçar a
imaginação e encontrar
novos caminhos para
surpreender e despertar o
interesse dos ouvintes.
Lembre de que as pessoas
desejam ouvir um bom
conteúdo, mas também
querem ser sensibilizadas:
querem rir, chorar, se
emocionar. Só não querem
ficar apáticas e dispersas.
qualidade importante para o
orador. Essa qualidade diz respeito
“A criação só se
à forma como criamos e
tornará uma
produzimos o nosso discurso. O
qualidade positiva
que inspira você?
quando o
Trata-se, principalmente, de servir- conteúdo da
mensagem
se de sua presença de espírito,
tanto na preparação quanto na encontrar o
espírito da plateia”
apresentação da sua fala.
(POLITO, 2006, p.
A inspiração pode vir de algo que 66).
você viu, ou leu, ou sentiu, ou
pensou. Algo que você consegue
Conheça o seu
relacionar ao tema do discurso,
público.
como um fio condutor, que
permitirá que você também
inspire aqueles que ouvem você.
Mais uma qualidade
importante para o orador:
a teatralização. Essa
qualidade refere-se à
interpretação da
mensagem que
transmitimos, desde que
estejamos manifestando
nossa intenção e nossas
verdadeiras convicções.
Polito (2006, p. 76) alerta,
ainda: “além de ser
verdadeiro, teatralize sua
mensagem de tal maneira
que aos olhos dos ouvintes
você também pareça
verdadeiro, pois de nada
adiantará dizer a verdade
se as pessoas não
acreditarem nas suas
palavras”.
Assim, se você se diz
animado, mostre que está
animado. Se se diz
preocupado ou triste, toda
a sua expressão também
precisa demonstrar isso.
Entretanto, você só deve
fazer uso da teatralização se
isso não desrespeitar outra
qualidade essencial para o
orador que é a
naturalidade.
Essa qualidade diz respeito à “Naturalidade, esta é a
preservação do seu estilo e palavra chave a ser
ao respeito às suas observada. Deixar os
características. gestos fluirem
naturalmente, ajustando-
Segundo Polito (2006), as os ao sentido das palavras
pessoas confiam mais em [...] Harmonizando gestos
quem se expressa de e palavras num diálogo
maneira natural, mesmo expressivo, a mensagem
que cometa pequenos erros, enunciada passa a ser
do que em quem se mais persuasiva”
apresenta de forma (MAGALHÃES, 2014, p.
artificial. 142).
Diz o autor (POLITO, 2006, p.
103): “aprenda, pratique
todas as boas técnicas, mas
jamais deixe de ser como é,
pois – tenha certeza
o melhor de você será
sempre você mesmo”.
A objetividade é outra Quando os ouvintes já
qualidade a ser conhecem o problema
desenvolvida pelo orador. tratado, o histórico da
Essa qualidade diz respeito situação ou outros detalhes, Ter
ao tempo consumido na não há razão para repeti-los. objetividade
apresentação, mas também Quando a plateia não tem é “dizer tudo
ao conteúdo e à sua esse conhecimento, uma o que for
finalidade. frase curta pode substituir preciso,
longas explicações. somente o
Polito (2006) explica que que for
não adianta falar pouco Prepare com bastante preciso,
tempo se você não cuidado o início e a conclusão nada mais
conseguir abordar todas as de sua fala. Muitas vezes, o do que for
informações necessárias. orador fica rodando, preciso”
Mas falar demais, depois de rodando, rodando... porque (POLITO,
já ter completado a não sabe o que dizer para 2006, p. 76).
mensagem e persuadido os concluir a apresentação.
ouvintes, é um erro.
Fique atento também à
Para falar com objetividade, reação do seu ouvinte, que
a preparação é importante. pode ser um ótimo indicador
Quando planejar o discurso, do limite de tempo e se
elimine argumentos mais estamos ou não sendo
frágeis e informações objetivos. Mude sua
supérfluas. abordagem se ele mexer em
papeis sem motivo, olhar
E evite repetir o mesmo demoradamente para baixo
argumento mais de uma ou para cima, mexer
vez. distraidamente no celular...
O vocabulário é mais uma
qualidade importante para o
orador. Essa qualidade diz
respeito às palavras por meio
das quais nos expressamos.
A maior parte das dificuldades
das pessoas, relativas ao
vocabulário, tem origem na
preocupação de encontrar
palavras diferentes daquelas
utilizadas no cotidiano,
procurando ter “o mesmo
capricho como se estivessem
escrevendo, e, por não
estarem acostumadas com
esse estilo de comunicação,
perdem a desenvoltura e a
eficiência para expressar”
(POLITO, 2006, p. 88).
Assim, uma das principais
dicas é usar palavras mais
simples, com as quais você
possa manifestar sua
mensagem de forma
espontânea. Podemos usar o
mesmo vocabulário que
usamos no dia a dia.
É claro que devemos ter
alguns cuidados. Por
exemplo, evitar palavrões e
gírias.
Também devemos evitar o
vocabulário rebuscado –
mesmo que você tenha
naturalmente um
vocabulário com expressões
não tão comuns ou que as
use com desenvoltura –
quando os ouvintes não
estão bem preparados.
Restrinja ainda o verdadeiro significado,
vocabulário técnico – para, em seguida,
próprio, por exemplo, das
suas atividades profissionais
– a pessoas familizarizas
com ele. Para leigos, procure
“traduzir” a informação,
facilitando a compreensão
de quem ouve e mantendo a
sua atenção. Evite, por fim,
os estrangeirismos, quando
há palavras de mesmo
sentido disponíveis em
nossa própria língua.
“Aplique-se no
aprimoramento do seu
vocabulário
intensificando a leitura
de livros, jornais e
revistas, assinalando as
palavras cujo sentido
não conheça bem,
recorrendo a um
dicionário para se
certificar do seu
utilizá-las em suas
próximas conversas ou
apresentações, de tal
forma que elas se
incorporem
naturalmente à sua
comunicação” (POLITO,
2006, p. 92).
Por fim, vamos falar da última qualidade, a memória. Essa qualidade diz respeito à capacidade
de recordar suas ideias e ordená-las enquanto fala. Além disso, ela serve para que você lembre
das palavras necessárias para dar forma aos seus pensamentos; de situações que podem servir
para ilustrar a sua fala; de números, datas, estatísticas que podem tornar mais clara a sua
posição.

Algumas vezes, porém, acontecem os pequenos esquecimentos, ou mesmo os receados

“brancos”, com o esquecimento completo da informação que se pretendia abordar. Para evitar
desconfortos, algumas dicas podem ser úteis:

Prepare-se bem: ensaie de maneiras variadas, usando palavras diferentes, alterando a ordem
das informações, com e sem recursos audioviuais, com e sem roteiro.

Prepare e leve consigo um roteiro de apoio: escreva palavras e frases que possam lembrá-lo de
seu raciocínio, além de números e nomes que precisam ser decorados.

Não se desespere na hora do branco: saiba que os segundos de vacilação parecem horas só
para você. Se conseguir, repita a última frase; talvez a sua continuidade surja naturalmente.
Polito (2006) ainda sugere, se a tática acima não funcionar, que se fale o que eu quero dizer é...
porque, “com essa expressão você se obrigará a explicar a informação por um outro ângulo, e
o pensamento vai se reorganizar para seguir a sequência planejada” (POLITO, 2006, p. 51).

Outra alternativa é dizer que mais à frente retornará a esse ponto da mensagem, o que,
provavelmente conseguirá fazer. Mas seu ouvinte dificilmente irá cobrá-lo por isso.
REFERÊNCIAS:

LUCAS, Sthephen E. A arte de falar em público. 11. Ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

MAGALHÃES, Roberto. A arte da oratória: técnicas para falar bem em público. Bauru, SP: Idea
Editora, 2014.

POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. 111. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

REFERÊNCIAS DAS IMAGENS (em ordem de apresentação):

1. https://dinamismoevida.com.br/wp-content/uploads/alto-astral.png
2. https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-desenhos-animados-de-
riso-da-boca-image86183095
3. https://www.siteware.com.br/produtividade/6-truques-mentais-para-aumentar-sua-
criatividade
4. https://negociosecarreiras.com.br/linguagem-corporal-do-vendedor-em-8-dicas-
praticas/
5. https://academiadojornalista.com.br/producao-de-texto-jornalistico/texto-
jornalistico-de-radio-e-tv/
6. https://dicasmaisajuda.com.br/cursos-concursos/20-palavras-incriveis-para-aumentar-
seu-vocabulario/
7. https://tdah.org.br/tdah-e-memoria-prospectiva/