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Seja uma pessoa, uma família, uma empresa ou até mesmo um Estado, existe um
ativo e um passivo, ou seja, um balanço patrimonial. Antes da crise de 2008, muitas
pessoas acumularam dívidas porque naquela época fazia sentido adquirir dívidas. Blyth
diz que 40% dos estadunidenses mais pobres não tiveram aumento salarial real desde
1979, ou seja, há quase 30 anos. As empresas (entende-se, bancos) também fizeram o
mesmo, mas eles fizeram para ganhar dinheiro, ao invés de pagarem contas, como os
mais pobres. Blynth chama esse fenômeno de “alavancagem”, ou seja, trata-se da
mesma dívida sob diferentes perspectivas.
Se uma pessoa fica endividada com uma hipoteca, por exemplo, cria-se a
expectativa de que o valor da sua casa aumente. Se de fato há uma grande chance de o
valor subir, é possível apostar num “dobro ou nada” e arriscar uma hipoteca maior.
Porém, existe o risco de perder. Nesse sentido, os bancos liberaram crédito e criaram
montanhas de dívidas e alavancaram seu valor mais de 30 vezes. O autor faz um
pararelo com o blackjack, como se os bancos tivessem apostado todas as suas fichas,
mas essas fichas eram apenas promessas de pagamento.
Dessa forma, Blyth diz que o problema é a dívida, que causa prejuízos enormes
e gera a necessidade de limpar os balanços públicos e privados No entanto, se o setor
público limpa seu balanço ao mesmo tempo que o setor privado, a economia despenca.
O autor chama esse fenômeno de falácia da composição: o que é bom para as famílias,
empresas e para o Estado, torna-se um desastre se todos o fizerem ao mesmo tempo.
Acontece que todos os governos decidiram fazer isso ao mesmo tempo. Existia
uma dívida de 2 trilhões de dólares e alguém a deveria pagar. Os bancos foram os
primeiros a se eximirem dessa responsabilidade. Assim, osii governos ou tem que
aumentar os impostos ou cortar os serviços públicos.