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22/04/2022

MÓDULO 4

Circuitos eletropneumáticos

1. Introdução

• A utilização de tecnologia elétrica no comando de equipamentos de trabalho


(potência) pneumáticos conduz a uma tecnologia mista, normalmente
designada de eletropneumática.

• A associação das tecnologias elétrica e pneumática visa obter melhores


resultados, quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista
económico.

• Enquanto que os comandos pneumáticos são fundamentalmente comandos


de impulso, os comandos elétricos são comandos de retenção, uma vez que
os principais elementos construtivos, contactores e relés, são equipamentos
com retorno automático.

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1. Introdução
Exemplo de um circuito Processamento de sinais
eletro-pneumático
Entrada dos Sinais:
S1, S2 e S3

Processamento dos Sinais


S1, S2 e S3 através de K1

Saída do sinal para Y1


representação do fluxo de

feita de cima para baixo.


sinais na parte elétrica é
Por convenção, a

Y1= conversor de sinal

Saída de sinal da parte


pneumática de trabalho

2. Elementos de entrada de um circuito de comando

• Estes elementos têm como finalidade permitir a entrada de sinais elétricos


provenientes das diversas partes de um equipamento, com diversos tipos e
tempos de acionamento.

• O comando de equipamentos pode ser feito por comando de contactos ou


por comando electrónico.

• Os contactos elétricos podem ser classificados em:


- contactos normalmente abertos;

- contactos normalmente fechados;

- contactos comutadores;

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando

• O acionamento dos elementos de contacto pode ser realizado manualmente,


mecanicamente ou à distância (através de impulsos elétricos ou
pneumáticos)
• Os contactos podem ainda ser classificados de contactos com e sem
retenção.
• Os contactos sem retenção, atuados por tecla ou botão, ocupam um
determinado estado enquanto acionados e mantêm-no até que deixem de ser
acionados. Nesta última circunstância voltam à posição inicial.
• Os contactos com retenção, interruptores ou comutadores, ocupam um
determinado estado enquanto acionados, mantendo-o sem que para isso seja
necessário continuar a acioná-los. Estes contactos só voltam à posição
inicial quando acionados novamente.

2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.1 Elementos sem retenção (botão)

• Contacto normalmente aberto


Não actuado Actuado

Botão

Elemento de comutação
Bornes
Mola

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.1 Elementos sem retenção (botão)

• Contacto normalmente fechado


Não actuado Actuado

Botão

Bornes
Elemento de comutação
Mola

2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.1 Elementos sem retenção (botão)

• Contacto comutador
Não actuado Actuado

Botão

Borne de abertura

Elementos de comutação
Borne de fecho

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.2 Elementos com retenção (interruptor)

• Os interruptores e comutadores com retenção, quando acionados, mantêm a


sua posição por efeito mecânico. Estes só voltam ao estado inicial quando
acionados novamente.

• Os interruptores e comutadores com retenção podem apresentar as mais


diversas formas construtivas (incluindo o modo de acionamento).

• O princípio base de funcionamento de um interruptor pode ser ilustrado do


modo seguinte:

Interruptor normalmente aberto Interruptor normalmente fechado

• Símbolo do comutador com retenção

2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores eletromecânicos de posição (fins-de-curso)

• Os detetores eletromecânicos são equipamentos utilizados para detetar as


posições dos elementos de trabalho ou partes de máquinas em movimento.
São frequentemente designados por fins-de-curso.

• Geralmente são contactos normalmente abertos que, quando atuados,


permitem a passagem do sinal elétrico. Também existem na forma de
contactos comutadores.

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)

• Os detetores de proximidade são utilizados em circuitos elétricos em que o


contacto com os órgãos em movimento não se pretende que seja direto.

• São constituídos por uma parte sensora e por uma unidade de processamento
de sinais.
• Atuam por aproximação. Comutam silenciosamente sem desgaste dos
contactos. Sem força de acionamento.

2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)

• Os sensores são cada vez mais utilizados na técnica de controlo e comando.


Podem encontrar-se em circuitos para os quais:
• Não se dispõe de força de acionamento;
• É necessário contar com uma vida útil longa;
• As condições do meio ambiente são agressivas;
• São necessárias altas frequências de comutação.

• O uso destes sensores obriga, no entanto, a ter em conta determinados


factores construtivos:
• Alimentação com corrente elétrica;
• A distância de comutação dependerá das características próprias, bem como do material
do objeto ou objetos a detetar;
• A necessidade de colocar os detetores a uma distância mínima entre eles, dado poderem
provocar interferências recíprocas;
• A variação das características dos detetores, segundo se trate de circuitos de corrente
contínua ou alternada.

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)

• Os sensores podem ser classificados de várias formas. Uma das


classificações possíveis é de acordo com o princípio físico em que se
baseiam:

• Sensores indutivos;
• Sensores capacitivos;
• Sensores ópticos;
• Sensores magnéticos;
• Sensores piezoelétricos;
• …

2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)
2.3.1 detetores de proximidade indutivos

• São sensores que detetam, sem contacto, a presença de objetos


metálicos na sua proximidade.

Foto Símbolo

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)
2.3.2 detetores de proximidade capacitivos

• Os detetores de proximidade capacitivos são sensores que reagem à


presença de todos os materiais.
• São atuados devido à alteração do dielétrico entre as armaduras de um
condensador.
• Podem ser perturbados, por exemplo, pela presença de poeiras.
• Podem ser usados na deteção de líquidos, granulados, etc.

Foto Símbolo

2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)
2.3.3 detetores de proximidade ópticos

• Os detetores de proximidade ópticos são capazes de detetar qualquer


material que reflete, absorve ou desvie a luz.
• Podem ser usados para detetar qualquer tipo de objeto, sendo que para
cada tipo de material a detetar existem sensores apropriados.
• Podem ser usados na simples deteção de um qualquer objeto ou na
detecção de determinados padrões de cor.
• Podem usar feixes de luz visível (luz vermelha) ou invisível
(infravermelhos). A utilização de luz visível tem a vantagem de permitir
ajustar o feixe luminoso do sensor a olho nu.
• Tendo alta intensidade luminosa podem ser usados na detecção de
objectos a distâncias elevadas.

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)
2.3.3 detetores de proximidade ópticos (cont.)

Foto Símbolo

2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)
2.3.3 detetores de proximidade magnéticos

• Os detetores de proximidade magnéticos são especialmente vantajosos:


- Quando é necessário realizar um elevado número de ciclos;

- Quando não há espaço suficiente para montagem de válvulas de fim de curso


convencionais;
- Quando as condições ambientais de funcionamento são adversas (poeiras,
humidade, etc)

• Construtivamente, são constituídos por dois contactos colocados no


interior de uma ampola de vidro preenchida por um gás inerte. A ampola é
colocada num invólucro que posteriormente é preenchido por resina
sintética, servindo de base para o conjunto.
• Ao aproximar um íman permanente do invólucro, o campo magnético
atravessa a ampola, fazendo com que as duas lâminas no seu interior se
juntem, estabelecendo o contacto elétrico.

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2. Elementos de entrada de um circuito de comando


2.3 detetores de proximidade (sensores)
2.3.3 detetores de proximidade magnéticos (cont.)

Foto Símbolo

3. Conversores de sinais eletro-pneumáticos

• Os automatismos que conjugam a tecnologia elétrica com a pneumática


podem apresentar duas situações distintas:

- acionamento pneumático e comando elétrico (mais comum)

- acionamento elétrico e comando pneumático

• Nestes automatismos surge a necessidade de haver conversores de sinais


que podem ser de dois tipos:

- Conversores eletro/pneumáticos (E-P)

- Conversores pneumático/elétricos (P-E)

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3. Conversores de sinais eletropneumáticos


3.1 Conversores eletro/pneumáticos (E-P)

• Os conversores eletro/pneumáticos mais comuns são válvulas com


actuação por solenóide - eletroválvulas.

• As eletro-válvulas transformam os sinais elétricos de comando em


sinais pneumáticos de acionamento.

• A parte elétrica das válvulas – solenóide - é constituída por um cabeçote


no qual se encontra uma bobina com um núcleo metálico móvel.

• Ao ser atravessada por uma corrente elétrica, a bobina produz um


campo magnético que promove o movimento do núcleo, provocando o
acionamento da válvula.

3. Conversores de sinais eletropneumáticos


3.1 Conversores eletro/pneumáticos (E-P) (cont.)
• Solenóide

Foto

Símbolo

Princípio de funcionamento

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3. Conversores de sinais eletropneumáticos


3.1 Conversores eletro/pneumáticos (E-P) (cont.)

• Existem os mais variados tipos de eletroválvulas. A título de exemplo


referem-se dois tipos de eletroválvulas:

- Eletroválvula 3/2 normalmente fechada com acionamento por servo-piloto

Fotografia Símbolo

A fim de manter pequenas as dimensões do solenóide, mesmo no caso de ter que se


accionar válvulas de grande dimensão, é normalmente usado o comando por servo-piloto.

O sistema servo-piloto consiste numa microválvula 3/2 que é alimentada a partir do ar sob
pressão da entrada (1). É esta microválvula que controla o acionamento da válvula
principal. O solenóide comanda a microválvula.

3. Conversores de sinais eletropneumáticos


3.1 Conversores eletro/pneumáticos (E-P) (cont.)

- Eletroválvula 5/2 de impulso bilateral (bi-estável)

Fotografia Símbolo

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3. Conversores de sinais eletropneumáticos


3.2 Conversores pneumáticos/elétricos (P-E)

• Os conversores pneumáticos/elétricos (P-E) são elementos utilizados na conversão


de um sinal pneumático para um sinal elétrico.

• Trata-se de um sensor de pressão, também chamado de pressostato. Este tipo de


sensor é atuado pela pressão pneumática de entrada.

• O sensor de pressão pode ser absoluto ou diferencial.

Símbolo Fotografia

4. Elementos elétricos de processamento de sinais


4.1 Relés
• Os elementos elétricos de processamento de sinais são, normalmente, designados
por relés.
• O relé não é mais do que um interruptor accionado eletromagneticamente.

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4. Elementos elétricos de processamento de sinais


4.1 Relés
• Ao ser aplicada uma tensão na bobina, esta é atravessada por uma corrente elétrica
que produz um campo magnético.
• Em consequência, a armadura é atraída pelo núcleo da bobina, dado o efeito de
íman que se produz neste.
• A armadura está acoplada a determinado grupo de contactos que abrem ou fecham
enquanto ocorrer a atracção da armadura.
• Quando a bobina deixa de ser atravessada por uma corrente, o campo magnético
desaparece retornando os contactos do relé à sua posição original.

Esquema simplificado de um relé (4 contactos: 2 contactos NA e 2 contactos NF)

4. Elementos elétricos de processamento de sinais


4.1 Relés
Vantagens Desvantagens
Fácil adaptação a diversas tensões de trabalho Ruído ao comutar

Insensibilidade térmica face ao meio ambiente Desgaste dos contactos por oxidação
Resistência relativamente elevada entre os Velocidade de comutação limitada
contactos de trabalho desligados (3-17 ms)
Possibilidade de activar vários circuitos Influências externas nos contactos como é o
independentes entre si caso das poeiras
Esquema de implementação de um relé

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4. Elementos elétricos de processamento de sinais


4.2 Relé temporizado com atraso na abertura

- Actua imediatamente assim que a bobina é alimentada por uma corrente,


comutando todos os contactos associados.
- Quando se corta a alimentação da bobina, dá-se início a uma contagem de tempo,
após a qual os contactos retomam a posição original.

4. Elementos elétricos de processamento de sinais


4.3 Relé temporizado com atraso no fecho

- Quando a bobina é alimentada por uma corrente, dá-se início a uma contagem de
tempo, após a qual se dá a comutação dos contactos.
- Quando se corta a alimentação da bobina, comutam imediatamente os contactos.

EVA+

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4. Elementos elétricos de processamento de sinais


4.4 Relé contador de impulsos

- O relé contador de impulsos só actua após a contagem de um número de impulsos


pré-definido.
- Os impulsos correspondem a uma corrente elétrica que entra em A1 e sai por A2.
- A inicialização (reset) do contador pode ser realizada aplicando uma tensão entre
R1 e R2.

Ciclo automático de vaivém com


contagem do número de ciclos
EVA+ EVA-

4. Elementos elétricos de processamento de sinais


4.5 Circuitos de Realimentação (tecnologia monoestável)

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5. Circuitos eletropneumáticos Básicos


5.1 Tecnologia Biestável
5.1.1 Fins de curso mecânicos (por rolete)

5. Circuitos eletropneumáticos básicos


5.1 Tecnologia Biestável
5.1.2 Fins de curso magnéticos

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5. Circuitos eletropneumáticos básicos


5.2 Tecnologia Monoestável
5.2.1 Fins de curso mecânicos (por rolete)

5. Circuitos eletropneumáticos básicos


5.2 Tecnologia Monoestável
5.2.2 Fins de curso magnéticos

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