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2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Regina Luiza Gouvea
Talita Cristina Zechner Lenz
918.81
G719g Gouvea, Regina Luiza
222 p. : il.
ISBN 978-85-515-0148-1
1.Geografia - Brasil.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Apresentação
Olá, acadêmico!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS.................... 1
VII
UNIDADE 2 – GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO
DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS
RECENTES..................................................................................................................... 79
VIII
TÓPICO 2 – A REDE URBANA BRASILEIRA................................................................................... 157
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 157
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 168
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 169
IX
X
UNIDADE 1
BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO
MUNDIAL E AS PAISAGENS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
O BRASIL E O MUNDO
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um país de grandes dimensões territoriais. Possui uma
superfície de 8.515.759,090 km2 e 5.570 municípios (IBGE, s.d.). Essa grande
extensão territorial, segundo Santos e Silveira (2003), é uma das características
mais marcantes do país, mas não é a única.
3
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
Natal
Filipéia
Olinda
São Cristóvão
Salvador
N. Sra. da Vitória
Espírito Santo
São Paulo
5
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
ATENCAO
Para compreender melhor o tema, leia o texto do referido autor intitulado “Bases
da formação territorial do Brasil”.
Foi por volta de 1570 que começou o período definido pelos historiadores
como o século do açúcar no Brasil, que ocasionou a primeira ocupação.
6
TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
uma linha que não serve para demarcar nada, não tem sentido. Contudo, se a
unificação das coroas ibéricas não tivesse ocorrido, dificilmente o mapa brasileiro
seria o atual. Nos 1960 anos de unificação, houve pessoas que nasceram, viveram
e morreram num Brasil hispânico. Este foi um período de grande expansão
territorial e de segmentação da soberania portuguesa sobre o território brasileiro.
7
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
8
TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
15
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
Aimorés. Esta área apareceu pela primeira vez no mapa de 1940, tendo surgido
provavelmente a partir da delimitação dos municípios exigida pelo Decreto-Lei
nº 311, de 2 de março de 1938 (IBGE, 2011).
3 O BRASIL E O MUNDO
Como mencionado anteriormente, o Brasil é um país de grande extensão
territorial. Sua superfície territorial é de 8.515.759,090 km2, ocupando a quinta
posição entre os maiores países do mundo (Figura 14). Com uma área desta
grandeza, apresenta uma diversidade de formas de relevo, clima e grande
diversidade biológica. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil
abriga a maior biodiversidade do planeta. Com uma abundante variedade de
vida – mais de 20% do número total de espécies da Terra –, o Brasil se eleva ao
posto de principal nação entre os 17 países megadiversos (BRASIL, 2018).
17
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
ATENCAO
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
E
IMPORTANT
Para conhecer um pouco mais sobre o ponto mais ao norte do Brasil, assista
ao vídeo intitulado “IBGE explica – Extremo norte do Brasil”, disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=EyPzFjoIJGg>. Acesso em: 20 ago. 2017.
20
TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
E
IMPORTANT
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
De acordo com Costa (2009, s.p.), do ponto de vista político (ou geopolítico),
é relevante o conjunto de iniciativas e articulações que envolvem o continente sul-
americano e que estão promovendo-o rapidamente para a posição de uma região
geopolítica, ou seja, ressalta o autor, “uma entidade política transnacional dotada
de unidade mínima e arcabouço institucional baseados em princípios e macro-
objetivos comuns nas relações internacionais”. Para Costa (2009), considerando
sua formatação inicial e do seu desenvolvimento atual, o modelo de arranjo
regional constitui-se um projeto que procura reproduzir em seus aspectos
gerais a experiência europeia “de conjugar o máximo de integração econômica
a uma macroconformidade político-institucional de natureza transnacional”.
Dessa forma, a análise feita pelo autor revela o distanciamento pronunciado
do modelo convencional adotado pela maioria dos blocos regionais, em que
os limites da conformidade entre os seus estados-membros estão previamente
definidos e os objetivos estão circunscritos aos assuntos econômico-comerciais.
Neste caso, a integração sul-americana tende a reproduzir o percurso seguido
pela União Europeia com a constituição e a consolidação de um sistema regional-
transnacional de governança.
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 1 | O BRASIL E O MUNDO
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
30
AUTOATIVIDADE
2 (UFV) Suponha que sejam 9 horas em Viçosa (MG) e que você, estando nessa
cidade, precisa planejar uma ligação interurbana para uma pessoa em Boa
Vista (RR), que poderá ser encontrada, nessa cidade, às 11 horas, hora local
desse estado.
Com base no mapa abaixo, o procedimento CORRETO para efetuar essa ligação é:
31
a) ( ) Aguardar duas horas para fazer sua ligação, porque no Brasil, embora
sejam reconhecidos os limites teóricos dos fusos horários de 15° de longitude,
consideram-se apenas os limites práticos definidos pelas fronteiras estaduais.
b) ( ) Aguardar uma hora para fazer sua ligação, porque no Brasil, embora
sejam reconhecidos os limites teóricos dos fusos horários de 15° de longitude,
consideram-se apenas os limites práticos definidos pelas fronteiras estaduais.
c) ( ) Fazer sua ligação imediatamente, porque o horário do fuso em que se
encontra o Estado de Minas Gerais é o mesmo em que se encontra o Estado
de Roraima.
d) ( ) Aguardar três horas para fazer sua ligação, porque no Brasil, embora
sejam reconhecidos os limites teóricos dos fusos horários de 15° de longitude,
consideram-se apenas os limites práticos definidos pelas fronteiras estaduais.
32
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico!
Leia o texto na caixa a seguir para uma melhor compreensão destas áreas.
33
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
Ab’Saber (2003)
34
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
BRASIL
Domínios Morfoclimáticos
Linha do Equador
OCEANO
PACÍFICO
35
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
estreitas matas ciliares ao longo dos diques marginais dos rios intermitentes;
largas galerias ao longo das várzeas dos baixos cursos d’água do Rio Grande
do Norte e do Ceará;
casos raros de manchas de solos salinos nos aluviões dos baixos cursos d’água
do Rio Grande do Norte;
enclaves de brejos na forma de microrregiões úmidas e florestadas, com solos
de boa fertilidade natural, contudo frágeis, dependendo da posição topográfica
e tipo de uso do solo.
36
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
37
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
O autor ainda destaca que, em geral, os solos são pobres, mas em algumas
condições topográficas e climáticas são favoráveis. No caso dos capões de matas
ou “matos grossos”, o uso irracional levou à eliminação desta cobertura vegetal
e danificou os solos de modo quase irreversível em algumas regiões, como os
situados ao norte de Anápolis e na região de Ceres, em Goiás.
38
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
FIGURA 27 – CERRADO
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
FIGURA 28 – PAMPAS
40
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
ᵒ a plataforma Amazônica;
ᵒ a do São Francisco;
ᵒ a Uruguaio-sulriograndense.
cinturões orogênicos: são muito antigos, com diversas idades ao longo do Pré-
cambriano, como o do Atlântico, de Brasília e o Paraguai-Araguaia. Segundo
Ross (2013), essas são antigas cadeias montanhosas muito desgastadas pelas
várias fases erosivas, mas com aspecto serrano em grandes extensões. O autor
destaca que essas faixas foram no passado bacias sedimentares dobradas por
pressões da crosta. Tais sedimentos que passaram por dobramentos sofreram
metamorfização, intrusões e efusões vulcânicas. No caso do cinturão do
Atlântico, passaram por até três fases de dobramentos, acompanhados de
metamorfismo e intrusões alternados por longas fases erosivas (ROSS, 2013).
41
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
4 BIOMAS DO BRASIL
As formações campestres são constituídas por tipologias de vegetação
abertas, mapeadas como: savana, correspondente ao Cerrado que predomina no
Brasil central, mas também encontrada em pequenas áreas em outras regiões do
país; savana estépica que abrange a caatinga nordestina, os campos de Roraima,
o Pantanal mato-grossense e uma pequena ocorrência no extremo-oeste do Rio
Grande do Sul; estepe que corresponde aos campos do planalto e da campanha, no
Sul do Brasil; e a campinarana, tipo de vegetação decorrente da falta de nutrientes
minerais no solo e que ocorre na Amazônia, na bacia do rio Negro (IBGE, 2004).
43
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
44
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
5 CLIMA
Como vimos anteriormente, o território brasileiro possui sua maior
parte localizada na zona térmica tropical e uma porção na zona temperada, ou
seja, grande parte do território está localizada entre o Equador e o Trópico de
Capricórnio. Contudo, existem outros fatores que influenciam o clima, além da
posição astronômica, como as massas de ar que atuam no Brasil, continentalidade,
maritimidade e altitude.
45
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
equatorial;
tropical zona equatorial;
tropical nordeste oriental;
tropical brasil central;
temperado.
50
FIGURA 32 – CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DO BRASIL PROPOSTA POR BERNARDES (1951)
Clima
-70° -60° -50° -40° Legenda
Quente (média > 18º C em todos os meses do ano)
O Superúmido sem seca/subseca
Boa Vista C
E
A
AMAPÁ N
O Úmido com 1 a 3 meses secos
RORAIMA
Macapá
Equador Semi-úmido com 4 a 5 meses secos
0° A 0°
T
L
Â
Belém Semi-árido com 6 a 8 meses secos
N
T
I
São Luís
Semi-árido com 9 a 11 meses secos
C
O
Fortaleza Atol
Manaus das Rocas
MARANHÃO Subquente (média entre 15º C e 18º C em pelo menos 1 mês)
CEARÁ RIO GRANDE Arquip. de
AMAZONAS Fernando
DO NORTE de Noronha Superúmido sem seca/subseca
Teresina
Natal
Úmido com 1 a 3 meses secos
PARAÍBA
P A R Á João Semi-úmido com 4 a 5 meses secos
PIAUÍ Pessoa
PERNAMBUCO Recife
ACRE Porto Mesotérmico Brando (média entre 10º C e 15º C)
Velho
ALAGOAS
Rio Branco
Palmas Maceió Superúmido sem seca/subseca
-10° -10°
TOCANTINS
Aracaju Úmido com 1 a 3 meses secos
RONDÔNIA SERGIPE
M ATO GROSSO
BAHIA Semi-úmido com 4 a 5 meses secos
51
Salvador
Mesotérmico Mediano (média < 10º C)
Cuiabá DF Úmido com 1 a 3 meses secos
GOIÁS
BRASÍLIA
Goiânia
MATO GROSSO
Belo
DO SUL Horizonte
ESPÍRITO SANTO Climas zonais
Campo Grande
-20°
Vitória
-20°
SÃO PAULO O
C
I
T
RIO DE JANEIRO N
Â
Rio de Janeiro L
T
A
São Paulo
P A C Í F I C O
Trópico
PARANÁ de Ca
pricórn
io
Curitiba
O
SANTA CATARINA N
A
Florianópolis E
C
O
O C E A N O
Porto Alegre
Tropical Zona Equatorial
120 0 240 km Tropical Nordeste Oriental
-30°
-30°
Projeção Policônica
Nota: Atualizado pela Diretoria de Geociências, Coordenação Meridiano de Referência: -54º W. Gr Tropical Brasil Central
Paralelo de Referência: 0 º
de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, em 2002.
-70° -60° -50° -40° -30° Temperado
Fonte: Mapa de clima do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. 1 mapa. Escala 1:5 000 000. Disponível em: <http://mapas.ibge.gov.br/tematicos.html>. Acesso em: abr. 2016.
www.ibge.gov.br 0800 721 8181
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
DICAS
6 HIDROGRAFIA
Agora vamos falar das principais bacias hidrográficas do Brasil. Para isso,
vamos usar o conceito de bacia de um dos maiores estudiosos dessa área, Carlos
Tucci.
Segundo Tucci e Mendes (2006), para cada seção de um rio existirá uma
bacia hidrográfica. Considerando esta seção, ressaltam os autores, a bacia é toda
a área que contribui por gravidade para os rios até chegar à seção que define a
bacia. Ela é definida pela topografia da superfície, mas a geologia do subsolo
pode fazer com que parte do escoamento que infiltra escoe para fora da área
delimitada superficialmente. Para uma melhor compreensão do que é uma bacia
hidrográfica, Tucci e Mendes mencionam suas características principais. São elas:
a área de drenagem;
o comprimento do rio principal;
a declividade do rio; e
a declividade da bacia.
E
IMPORTANT
Para esclarecer melhor, vamos ver outro conceito de bacia extraído do caderno
de capacitação dos recursos hídricos, da Agência Nacional de Águas. De acordo com a ANA,
Bacia hidrográfica é a região compreendida por um território e por múltiplos cursos d’água.
Da precipitação que cai no interior da bacia, parte escoa pela superfície e parte infiltra no
solo. A água superficial escoa até um curso d’água (rio principal) ou um sistema conectado
de cursos d’água afluentes; tais águas, geralmente, são descarregadas por meio de uma única
foz (ou exutório) situada no ponto mais baixo da região. Da parcela que foi infiltrada, uma
parte escoa para os leitos dos rios, outra parte é evaporada por meio da transpiração da
vegetação e outra é contida no subsolo compondo os aquíferos subterrâneos (ANA, 2011).
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TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 2 | AS PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
DICAS
58
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você estudou que:
• Uma breve história dos primeiros escritos sobre diferentes climas do mundo e
as diferentes classificações climáticas.
59
AUTOATIVIDADE
60
ENADE (2014). Adaptado de Ab’Saber (1967)
61
É correto o que afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) I, II e III
a) ( ) mares de morros.
b) ( ) araucária.
c) ( ) pradarias.
d) ( ) caatingas.
e) ( ) cerrados.
62
UNIDADE 1
TÓPICO 3
FONTES DE ENERGIA
1 INTRODUÇÃO
O Brasil possui uma diversidade de fontes de energia, porém quase 70%
da energia gerada e consumida no país vem da energia hidráulica (cerca de 40%),
seguida do petróleo (cerca de 30%). As demais fontes de energia são a biomassa,
o carvão mineral, o gás natural e a nuclear.
De acordo com Martins e Guerra (2016), o consumo final de energia por fonte
no Brasil é da seguinte forma:
os combustíveis fósseis respondem por 57,7%, com destaque para o petróleo
com 39,3%, gás natural com 12,8% e carvão mineral com 5,6%;
outras fontes, como biomassa da cana com 16,1%, a hidráulica com 12,5%,
lenha e carvão vegetal com 8,3% e lixívia e outras renováveis com 4,2%.
63
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
2 ENERGIA HIDRÁULICA
Em termos absolutos, os cinco maiores produtores de energia hidrelétrica
no mundo são Canadá, China, Brasil, Estados Unidos e Rússia, respectivamente.
Em 2001, esses países foram responsáveis por quase 50% de toda a produção
mundial de energia hidrelétrica. No Brasil, pouco menos de 60% da capacidade
hidrelétrica instalada está na Bacia do Rio Paraná. Outras bacias importantes
são a do São Francisco e a do Tocantins, com 16% e 12%, respectivamente, da
capacidade instalada no país. As bacias com menor potência instalada são as do
Atlântico Norte/Nordeste e Amazonas, que somam apenas 1,5% da capacidade
instalada no Brasil (BRASIL, 2017).
64
TÓPICO 3 | FONTES DE ENERGIA
• relocação de infraestrutura;
• relocação de propriedades e povoados;
• mitigação da previsão sobre o mercado de trabalho;
• riscos à saúde;
• atividade minerária;
• desmatamento;
• recuperação do canteiro de obras, recuperação de ecossistemas;
• manejo da fauna terrestre (mamíferos) e aquática (peixes);
• manejo das bacias hidrográficas.
65
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
3 PETRÓLEO E DERIVADOS
Segundo Martins e Guerra (2016), em 2014, o Brasil atingiu na produção de
petróleo a média de 2 milhões 126 mil barris/dia (bpd). Quanto à produção de gás
natural, a produção no Brasil em julho totalizou 115 milhões de metros cúbicos
por dia (m3/d), superando os 111,8 MMm3/d registrados em dezembro de 2016
(ANP, 2018). Os autores ressaltam a participação expressiva do gás natural na
matriz energética brasileira. No ano de 2014 o maior consumo foi para a geração
de energia elétrica.
O Brasil, com suas dimensões continentais, conta com uma área sedimentar
de 6.436.000 km2. Na parte terrestre a área é de cerca de 4.880.000 km2, contando
com mais de 20 bacias de diferentes histórias e idades de formação, distribuídas
desde o Sul-Sudeste até o Nordeste e Amazônia (LUCCHESI, 1998). A Bacia de
Campos é a principal área sedimentar já explorada na costa brasileira. Ela se
estende das imediações da cidade de Vitória (ES) até Arraial do Cabo, no litoral
norte do Rio de Janeiro, em uma área de aproximadamente 100 mil quilômetros
quadrados.
66
TÓPICO 3 | FONTES DE ENERGIA
Bacias Descrição
Bacia de Campos Nesta bacia foram testadas as principais tecnologias
offshore experimentadas no desenvolvimento de projetos
de produção a profundidades d'água nunca testadas
anteriormente no mundo.
Bacia de Santos A maior bacia sedimentar offshore do país, com uma
área total de mais de 350 mil quilômetros quadrados e
que se estende de Cabo Frio (RJ) a Florianópolis (SC).
Os primeiros investimentos em estudos referentes à
exploração e produção nesta bacia são dos anos 1970.
O início da produção remonta ao final dos anos 1960, tendo
sido registradas importantes descobertas desde o fim dos
anos 1990. Na parte marítima há grande potencial para
Bacia do Espírito óleo leve e gás, cuja produção de gás é importante para o
Santo fornecimento ao mercado nacional. A primeira produção
de óleo em águas rasas teve início em 1978 e a primeira
descoberta em águas profundas em 2002, com óleo leve e
gás associado.
67
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
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TÓPICO 3 | FONTES DE ENERGIA
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UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
70
TÓPICO 3 | FONTES DE ENERGIA
outras de menor porte. De acordo com Gomes et al. (1998), as reservas mundiais
de carvão são aproximadamente o quádruplo da soma de seus dois principais
concorrentes: petróleo e gás natural.
4 BIOCOMBUSTÍVEL
Andrade e Carvalho (2010) rememoram o cultivo da cana-de-açúcar no
Brasil colônia. Os autores destacam que, após 500 anos, o cultivo da cana-de-
açúcar ainda tem relevância na economia na produção de açúcar, porém, o produto
figurou como um arrojado esforço de libertação da dependência do petróleo, que
se ansiava com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1975. O
Proálcool visava ao desenvolvimento das técnicas e aperfeiçoamento dos insumos
para a produção de álcool etílico. Em um primeiro momento houve um empenho
na produção de álcool etílico anidro, que deveria ser acrescentado à gasolina. Isso
ocorreu de 1975 a 1979. Os primeiros carros movidos totalmente a álcool etílico
71
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
72
TÓPICO 3 | FONTES DE ENERGIA
5 ENERGIA NUCLEAR
Descoberta em 1939, sua liberação em grande quantidade foi um evento
histórico (HINRICHS; LEINBACH; REIS, 2010). Este foi o ano em que se iniciou
a Segunda Guerra Mundial, portanto, segundo os autores, o desenvolvimento de
uma bomba nuclear foi o primeiro objetivo daqueles que estavam familiarizados
com a fissão. Finda a guerra, acreditava-se que a disponibilidade de urânio
combustível fosse grande e que havia tecnologia disponível. E, na década
de 1960, foi observado um forte otimismo quanto à capacidade de geração de
energia barata, comparada à obtida pelo carvão e petróleo. Mas, na década de
1970, aumentou a inquietação quanto à segurança da energia nuclear. Em 1979
ocorre então o primeiro acidente em uma usina comercial nos Estados Unidos,
no reator de Three Mile Island, na Pensilvânia. Apesar de não haver vítimas
fatais, milhares de pessoas foram evacuadas por vários dias após o evento inicial.
Em 1986, um acidente mais grave ocorreu na usina nuclear de Chernobyl, no
que era a União Soviética. Mais de 100 mil pessoas foram evacuadas. Alimentos
foram contaminados devido à propagação da nuvem radioativa pelo norte da
Europa. Segundo os referidos autores, embora o projeto do reator de Chernobyl
fosse diferente daqueles utilizados em outros países, o acidente ainda ocasiona
reavaliações de segurança da energia nuclear.
Para ter uma noção da geração da energia nuclear no mundo entre os anos
de 2010 e 2014, observe a figura a seguir:
73
UNIDADE 1 | BRASIL: CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E AS PAISAGENS
Energia
Usinas Capacidade % do total
Capacidade Usinas em gerada
País em em gerado em
atual (MW) construção em 2014
operação construção 2014
(TWh)
Brasil 2 1.990 1 1.405 15,385 2,86
FONTE: Eletrobras (2016)
74
TÓPICO 3 | FONTES DE ENERGIA
ATENCAO
LEITURA COMPLEMENTAR
75
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
76
AUTOATIVIDADE
77
a) ( ) Hidrogênio, usado como célula combustível.
b) ( ) Biomassa, massa dos seres vivos habitantes de uma região.
c) ( ) Carvão mineral, extraído da terra pelo processo de mineração.
d) ( ) Biogás, utilização das bactérias na transformação de detritos orgânicos
em metano.
78
UNIDADE 2
GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM
OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO
DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E
AS DINÂMICAS POPULACIONAIS
RECENTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e em cada um deles você en-
contrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
79
80
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A POPULAÇÃO BRASILEIRA
1 INTRODUÇÃO
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017)
revelam que a população brasileira conta oficialmente com 207,7 milhões de
habitantes. Em termos mundiais, o Brasil ocupa a quinta posição, obedecendo
à seguinte ordem decrescente: China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil
(GEOGRAFIA OPINATIVA, 2017).
81
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
Diferenças entre as
classes sociais
Desigualdades sociais
Expectativa de vida
Questões Étnicas
83
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
84
TÓPICO 1 | A POPULAÇÃO BRASILEIRA
o valor do IDH da Unidade Federativa onde você mora com o índice de outros
países. Tais informações podem ser um ponto de partida interessante para outras
reflexões e análises relacionados à qualidade de vida em diferentes espaços.
Zelinsky Bailey
1950 1980
1970 1990 Anos 2000
85
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
86
TÓPICO 1 | A POPULAÇÃO BRASILEIRA
LEITURA COMPLEMENTAR
87
RESUMO DO TÓPICO 1
88
AUTOATIVIDADE
89
90
UNIDADE 2 TÓPICO 2
FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E
DIVERSIDADE CULTURAL
1 INTRODUÇÃO
Conforme foi apresentado no tópico anterior, os estudos sobre as
populações podem ser conduzidos por distintas lentes teóricas e enfoques
metodológicos. Neste sentido, inicialmente iremos reconhecer alguns
acontecimentos históricos, com destaque para os intensos fluxos imigratórios
ocorridos no Brasil, que ajudam a compreender a formação do povo brasileiro,
caracterizado pela diversidade étnica e pela miscigenação.
91
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
UNI
Mas apesar da visão freyreana de uma democracia racial e de uma escravidão paternalista
ainda influenciar a sociedade brasileira hoje, sua obra passou a ser alvo de críticas justamente
por minimizar o preconceito racial e a violência da escravidão no Brasil. Seu pioneirismo,
no entanto, inspirou uma História sociocultural brasileira a estudar a miscigenação, o que
levou, a partir do final do século XX, a uma revisão da ideia de mestiçagem. Visto que o
conceito de raça sofria cada vez mais críticas severas, a ideia de miscigenação biológica
também começou a perder sentido. A mestiçagem cultural, no entanto, sobreviveu, apesar
das dificuldades teóricas que apresenta para muitos autores.
Esses diferentes conceitos, os debates em torno deles, são todos aplicáveis à História, em vista
da grande diversidade de realidades humanas, cabendo ainda acrescentar que a miscigenação
cultural pode ser feita sob a influência de uma cultura dominante que se impõe sobre outras.
Nesse caso, do qual a sociedade colonial é exemplo, a nova cultura, fruto do processo de
imposição, constrói sua base sobre a estrutura da cultura dominante. Tal se deu na sociedade
brasileira, pois, apesar das muitas sobrevivências africanas e indígenas, foi a estrutura cultural
ibérica, seu sistema de valores, códigos e símbolos que predominou no Brasil.
92
TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
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UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
94
TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
Com base nesses números referentes à imigração, faça uma reflexão sobre
as origens étnicas no seu município. Quais nacionalidades se destacam na formação
da população do seu município? E quais seriam as implicações históricas deste
processo? O município onde você mora conta com algum monumento, praça ou
parque que recorde o período da imigração? Procure se informar sobre isso e se
existirem tais monumentos ou atrativos, não deixe de conhecer.
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UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
DICAS
Visitar o parque é embarcar numa verdadeira viagem pelo tempo que conta a história real de
um casal de imigrantes italianos, Lazaro e Rosa. A visita é envolvente e faz sentir as emoções
e necessidades que os imigrantes tiveram, desde que saíram da Itália até chegar ao Brasil.
Em 2.000 metros de área construída, nove ambientes retratam aspectos da vida na Itália, a
viagem ao Brasil e, por fim, a adaptação ao novo continente. É um espetáculo de som e luz
conduzido por atores que convidam o visitante a voltar ao passado e vivenciar a história. O
espetáculo é acompanhado de degustação de vinhos, suco de uva e biscoito típico italiano.
Se você puder conhecer o parque, aproveite o passeio para aprofundar seus conhecimentos
sobre a história. No link do vídeo, a seguir, você poderá assistir um pouco deste espetáculo
turístico e histórico.
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TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
UNI
Maria Guimarães
Uma terra habitada por índios, colonizada por portugueses e para onde foram trazidos escravos
de vários países africanos. O resultado as crianças aprendem na escola: cafuzos, mamelucos
e mulatos. “Na época do Império isso não era visto com bons olhos pelos proponentes do
racismo científico, e Dom Pedro II instituiu a política do branqueamento”, lembra o geneticista
Sergio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Esse programa, que trouxe ao
Brasil 6 milhões de imigrantes europeus, continuou na República e durou até os anos 1970.
“Na superfície não funcionou: gerou uma gradação contínua de tons de tez que vai desde
pessoas com pele alva, olhos azuis e cabelos loiros, até aquelas com pele bem escura e traços
africanos. Mas o geneticista agora mostra, em artigo publicado em fevereiro na PLoS One,
que algo funcionou. Habitantes de quatro regiões do país (o Centro-Oeste ficou de fora) têm
pelo menos 60% de ancestralidade europeia em seu material genético. “Temos europeus
pardos, europeus pretos e europeus brancos”, brinca Pena.
A equipe responsável pelo estudo, que além da UFMG inclui pesquisadores da Bahia, do
Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, do Ceará, do Pará e de São Paulo, analisou amostras
de habitantes das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. “Foi uma amostragem benfeita e
sistemática”, explica o geneticista. O grupo analisou a proporção de ancestralidade europeia,
africana e ameríndia em 934 pessoas que se definiam como brancas, pardas ou pretas, em
Belém, Fortaleza, Ilhéus, Rio de Janeiro, Joinville e Porto Alegre.
O estudo lançou mão de 40 trechos do DNA, que outros estudos de Pena já tinham mostrado
serem suficientes para esse tipo de caracterização. São partes do material genético sem
relação com as características usadas para delimitar raças, como a cor da pele e dos cabelos,
mas que são distintas conforme a origem geográfica. Os resultados mostram que não há,
necessariamente, uma correspondência direta entre cor da pele e ancestralidade. Isso não
chegou a ser uma surpresa para o geneticista mineiro, que há tempos descreve o mosaico
que forma o brasileiro (ver Pesquisa FAPESP no 134). Em alguns brancos do Rio de Janeiro,
por exemplo, os trechos do DNA usados como marcadores indicaram uma ancestralidade
africana mais pronunciada do que a europeia; na mesma cidade, alguns dos que se declararam
pretos, conforme terminologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são
quase integralmente europeus no que diz respeito a esses marcadores. “Há uma tremenda
variabilidade entre um indivíduo e outro, esses trechos do genoma revelam a individualidade
de cada brasileiro”, comenta o pesquisador.
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UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
Mas mesmo com essas diferenças, o trabalho encontrou uma homogeneidade surpreendente
entre as regiões. Para isso, foi preciso antes usar uma ferramenta estatística (algo como uma
média ponderada), que os pesquisadores chamaram de “ancestralidade total”, para deixar de
lado as particularidades regionais na percepção da própria cor. “Uma pessoa que se diz parda
no Norte não é geneticamente semelhante à parda do Sul”, explica Pena, “o que pode ser
explicado por uma diferença de exposição ao sol e também por contextos sociais distintos”.
Uma vez eliminada essa variação, revelou-se que as quatro regiões têm, em média, pelo
menos 60% de ancestralidade europeia – o mínimo foi o Nordeste, com 61%, e o máximo, 78%,
está na Região Sul. As heranças africana e ameríndia, por outro lado, são menos expressivas e
mais variáveis de uma região para outra.
98
TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
DICAS
Você sabia que o Portal do Professor reúne ótimas dicas para auxiliar você,
futuro professor de Geografia, a organizar e elaborar suas aulas? Segundo o MEC, este portal
é um espaço para troca de experiências entre professores do Ensino Fundamental e Médio.
É um ambiente virtual com recursos educacionais que facilitam e dinamizam o trabalho dos
professores. O conteúdo do portal inclui sugestões de aulas de acordo com o currículo de
cada disciplina e recursos como vídeos, fotos, mapas, áudio e textos. No link a seguir, você irá
encontrar um exemplo de planos de aulas relacionados ao tema “Diversidade da População
Brasileira”.
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UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
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TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
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UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
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TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
DICAS
As mortes de crianças com até 1 ano de idade passaram de 4% do total de óbitos registrados
em 2005 para 2,5% em 2015, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2015, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [...]. Na faixa até 5 anos, esse percentual
caiu de 4,8% para 3% dos óbitos.
Contudo, este indicador, por si só, não assegura que as famílias tenham
interesse e predisposição em ter uma família maior. Retomando o gráfico
relacionado à taxa de fecundidade pelos estados brasileiros, nota-se que a menor
taxa apresentada é do Estado do Rio de Janeiro, que marcou 1,63 filhos em 2010.
Com o intuito de relacionar os conceitos apresentados, podemos inferir que,
mesmo que, em tese, melhores condições de saúde e habitação experimentadas
pelas famílias cariocas, que fazem com que o risco de morte dos bebês no primeiro
ano de vida siga em redução, não faz com que estas famílias tenham um número
maior de filhos. Embora os indicadores apresentados façam referência a médias,
é importante que você, futuro professor de Geografia, consiga trabalhar com seus
alunos esta base conceitual de um modo prático e vinculado à vida cotidiana
das crianças e dos adolescentes. Podemos pensar, então, quais seriam os fatores
que vêm contribuindo para a formação destas famílias mais “compactas” (com
menos filhos)? Um dos possíveis fatores que interferem nesta dinâmica é o
custo de vida. Muitos adultos demonstram profunda preocupação em como
assegurar as condições indispensáveis para prover uma vida com dignidade para
seus filhos. No período de intensas imigrações internacionais, era como no caso
dos descendentes de alemães no Sul do Brasil, por exemplo, a manutenção de
uma família numerosa, algumas com uma dúzia de filhos (por exemplo), para
assegurar, de certa forma, uma mão de obra familiar para trabalhar no campo.
A lógica era que o sustento vinha da terra e que muitos filhos significam muitos
braços para trabalhar na roça e ajudar na “lida”. Atualmente, o custo de vida
segue em ascensão — sobretudo nas áreas intensamente urbanizadas, como as
metrópoles — fazendo com que a variável custo de vida passasse a ter um peso
importante na equação familiar.
103
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
Tratando ainda dos fatores que ajudam a explicar quais motivos estimulam
o crescimento ou a diminuição da população no Brasil, alguns estudos relacionam
a questão do número de filhos por família com os anos de estudo das mulheres.
Observe na sequência:
104
TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
DICAS
Assista à entrevista com a demógrafa do IBGE, Leila Ervatti! Em entrevista para o programa
Conexão Futura (do Canal Futura), a demógrafa conversa sobre Taxa de fecundidade,
tomando como base a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE. A duração da
entrevista é de 9 minutos. Confira!!
Link para entrevista:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FXlYmswm74A>. Acesso em: 31 out.
2017.
105
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
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TÓPICO 2 | FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E DIVERSIDADE CULTURAL
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
108
AUTOATIVIDADE
109
110
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Após analisarmos a relação entre dois relevantes campos de estudos
— a geografia e a população — e, posteriormente, nos debruçarmos sobre o
processo de formação da população brasileira e de sua diversidade cultural,
seguimos estudando a dinâmica populacional do Brasil, buscando compreender
as variações de populações em um determinado espaço e em um determinado
período de tempo. Especificamente neste tópico, a ênfase recairá sobre os
movimentos populacionais recentes, com o intuito de identificar e compreender
como ocorrem os processos de deslocamentos populacionais passado o estágio
de formação do povo brasileiro naquele primeiro momento em que os imigrantes
advindos de diversos países chegaram ao Brasil.
111
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
2 APORTES CONCEITUAIS
Para conduzir nossa análise acerca dos movimentos populacionais recentes
faz-se necessário e adequado, inicialmente, apresentarmos o aporte conceitual
que norteia os estudos desta temática. Isto é, vamos conhecer conceitos-chave
para o entendimento dos principais movimentos populacionais que acontecem
no Brasil.
2.1 MIGRAÇÃO
112
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
DICAS
Fonte: RAMÃO, Felipe de Souza. A Geografia de Pierre George e a Questão Ambiental. Revista
Continentes, n. 3, p. 31-51, 2013.
113
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
114
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
2.3 MIGRANTE
Conforme Araújo, Taveira e Fogaça (2016, p. 124), “migrante é aquele
que se desloca de um local para outro, por determinado período de tempo, com
objetivos que se diferem de pessoa para pessoa”. Levando em conta algumas
particularidades dos sujeitos que migram, é possível classificar o migrante, tal
como explicam Araújo, Taveira e Fogaça (2016, p. 125):
2.4 EMIGRANTE
O emigrante está relacionado ao fenômeno da emigração. Por sua vez,
emigração pode ser definida como:
Araujo, Taveira e Fogaça (2016) destacam que esta essa ação pode ocorrer
na escala do município, estado, região ou país.
2.5 IMIGRANTE
Para entender o que é um imigrante, incialmente, remete-se à definição
de imigração, conforme a Organização Internacional para Migrações (2017, p. 2):
“Imigração é o processo mediante o qual pessoas não nacionais ingressam em um
país com o fim de estabelecer-se”.
DICAS
4. A palavra “migrante” pode ser utilizada como um termo genérico para também abranger
refugiados?
116
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
Uma definição legal uniforme para o termo “migrante” não existe em nível
internacional. Alguns formuladores de políticas, organizações internacionais e meios de
comunicação compreendem e utilizam o termo “migrante” como um termo generalista que
abarca migrantes e refugiados. Por exemplo, estatísticas globais em migrações internacionais
normalmente utilizam uma definição de “migração internacional” que inclui os movimentos
de solicitantes de refúgio e de refugiados. Em discussões públicas, no entanto, essa
prática pode facilmente gerar confusão e pode também ter sérias consequências para a
vida e segurança de refugiados. “Migração” é comumente compreendida implicando um
processo voluntário; por exemplo, alguém que cruza uma fronteira em busca de melhores
oportunidades econômicas. Este não é o caso de refugiados, que não podem retornar
às suas casas em segurança e, consequentemente, têm direito a proteções específicas
no escopo do direito internacional. Desfocar os termos “refugiados” e “migrantes” tira
atenção da proteção legal específica que os refugiados necessitam, como proteção contra
o refoulement (devolução, em português) e contra ser penalizado por cruzar fronteiras para
buscar segurança sem autorização. Não há nada ilegal em procurar refúgio – pelo contrário,
é um direito humano universal [...].
117
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
DICAS
Já parou para pensar que o termo “movimento pendular” nos remete à imagem
do pêndulo? Lembre-se de que, assim como o pêndulo após se movimentar “volta” ao seu
ponto original — ele volta à origem —, o sujeito que realiza o movimento pendular também
“volta”, ele retorna para sua residência após ter se deslocado para outro município.
118
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
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UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
120
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
de 2010, o IBGE passou a mensurar também aqueles que se deslocam por motivos
de estudo. Como foi visto, estes deslocamentos são denominados movimentos
pendulares.
Neste sentido, de acordo com IBGE (2016, p. 22): “um arranjo populacional
é o agrupamento de dois ou mais municípios onde há uma forte integração
populacional devido aos movimentos pendulares para trabalho ou estudo, ou
devido à contiguidade entre as manchas urbanizadas principais”.
121
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
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TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
123
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
Arranjos Populacionais
Presença de relacionamentos
cotidianos entre os municípios
Onde uma
Os casos mais fábrica em
comuns são os um pequeno
metropolitanos, município
onde a capital demanda
Emancipação Processos
Crescimento população dos
costuma atrair Históricos de
de um de uma cidade municípios
a população de Formação
entorno municípios vizinhos
124
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
126
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
DICAS
127
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
128
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
129
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
DICAS
FONTE: Portal Brasil. "Matopiba" se consolida como nova fronteira agrícola do país. 2015.
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2015/10/matopiba-se-
consolida-como-nova-fronteira-agricola-do-pais>. Acesso em: 1 set. 2017.
130
TÓPICO 3 | DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES NO CONTEXTO BRASILEIRO
131
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
132
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico, você aprendeu que:
133
AUTOATIVIDADE
134
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
No início desta unidade, buscamos analisar e entender como se deu o
processo de formação do povo brasileiro, dedicando atenção à diversidade de etnias
e nacionalidades que povoaram nosso país. Em seguida, estudamos a dinâmica
populacional recente e analisamos os principais movimentos populacionais que
interferem nesta dinâmica. Seguindo esta linha de pensamento, é pertinente
discutir os fluxos recentes de imigrantes internacionais que escolheram o Brasil
como país para morar. Quem são estes estrangeiros que têm vindo para o Brasil
ao longo das últimas décadas? Por que eles têm vindo para cá? A chegada de
haitianos, venezuelanos, entre outros estrangeiros, tornou-se pauta recorrente
nos noticiários atuais. Vamos analisar juntos este fenômeno recente?
135
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
136
TÓPICO 4 | APONTAMENTOS SOBRE AS IMIGRAÇÕES INTERNACIONAIS RECENTES NO BRASIL
o Brasil vive um novo momento no que diz respeito ao tema das migrações
internacionais. Apesar dos registros históricos de diversos ciclos de
imigração para o Brasil, a saída de brasileiros em busca de melhores
condições de vida em outros países tem se mostrado importante desde
o final dos anos 1980. Na virada deste século, a entrada de estrangeiros
no país voltou a se configurar como um movimento crescente, com
grupos advindos tanto de países desenvolvidos quanto de países
pobres, principalmente da América Latina. A maior projeção do Brasil
no exterior, aliada às crescentes restrições à entrada de imigrantes na
Europa e nos Estados Unidos, provocou uma diversificação nos grupos
de estrangeiros que têm optado por viver em terras brasileiras, além
de atrair cada vez mais imigrantes de países vizinhos que fogem de
crises econômicas e conflitos políticos. Observa-se também um aumento
expressivo na chegada de imigrantes e refugiados de nacionalidades
que tradicionalmente não migravam para o país.
137
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
138
TÓPICO 4 | APONTAMENTOS SOBRE AS IMIGRAÇÕES INTERNACIONAIS RECENTES NO BRASIL
DICAS
Colombianos que quiserem morar no Brasil não precisarão mais de vínculo com instituição
de ensino ou empresa. O mesmo vale para os brasileiros que quiserem viver na Colômbia.
O estímulo à migração resulta de um acordo que já havia sido assinado com Argentina,
Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia e Peru.
A solicitação de residência pode ser feita em consulados do Brasil. Os que já estão no país
podem fazer o pedido na Polícia Federal. Com isso, estrangeiros podem obter visto temporário
por dois anos e, no fim desse período, solicitar autorização permanente. Atualmente, vivem
oito mil colombianos no Brasil. A expectativa do Ministério da Justiça é de que, com o acordo,
aumente a comunidade no país.
Quem já está aqui comemora a decisão. "São só sete horas de avião. As pessoas na Colômbia
ainda não sabem muito bem quantas oportunidades existem aqui em São Paulo", diz o
colombiano Miguel Angel Herrera, de 30 anos, que vive há cinco no Brasil e, nesse tempo, já
teve de voltar a seu país sete vezes para não ser considerado imigrante ilegal. "Já aconteceu
de passar em todos os testes, ser aprovado e, ao chegar ao RH da empresa, descobrirem que
eu era estrangeiro e desistirem de me contratar."
Após obterem visto para morar permanentemente, depois de análise feita pelo Departamento
de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça, os estrangeiros garantem direitos trabalhistas
e previdenciários e podem até transferir recursos e nacionalidade para filhos.
139
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
DICAS
O número de refugiados venezuelanos tem aumentado a cada dia. Enfrentando a maior crise
política e econômica de sua história, apenas em 2017 a Venezuela viu 52 mil de seus mais
de 30 milhões de habitantes pedir refúgio em outras nações. Destes, 12.960 fugiram da grave
situação de miséria e perseguição política buscando abrigo no Brasil e estima-se que quase
30 mil estão em situação irregular no nosso país, segundo dados publicados na semana
passada pela Acnur, Agência da ONU para Refugiados.
Camila Asano, mestre em Ciências Políticas pela USP, revela que muitos chegam ao Brasil
em busca de melhores condições de vida, enquanto outros solicitam refúgio para fugir da
perseguição política naquele país. Os que vêm por conta da crise econômica têm deixado
Roraima — Estado que faz fronteira com a Venezuela e onde os imigrantes costumam se
estabelecer — e ido para outros Estados, como o Amazonas e São Paulo, “mas a principal
dinâmica é de ficarem em Roraima, justamente por não quererem se afastar da fronteira e
não perderem contato com familiares que permaneceram na Venezuela”, aponta Camila, que
é coordenadora do Projeto de Política Externa e Direitos Humanos da ONG Conectas. [...]
140
TÓPICO 4 | APONTAMENTOS SOBRE AS IMIGRAÇÕES INTERNACIONAIS RECENTES NO BRASIL
LEITURA COMPLEMENTAR
Introdução
141
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
Entre 2010 e 2015, foi registrada pelo Sincre a entrada no Brasil de 28.866
imigrantes haitianos e haitianas já com visto permanente no país. Quando se
consideram os dados do STI (excluindo turistas e tripulação), que englobam
também os registros de solicitantes de refúgio, o volume de entradas de haitianos
e haitianas, para o mesmo período, passa a ser de 85.079 imigrantes (dentre os
quais já constam os registros do Sincre), sendo que 44.361 imigrantes foram
registrados em postos de controle de fronteiras terrestres, correspondendo a 52%
da imigração haitiana no país, entre 2010 e 2015. A entrada pela fronteira revela
importante aspecto da migração de crise: no Haiti, as dificuldades de acesso ao
visto na Embaixada do Brasil, que levam à utilização de uma trajetória pelos países
latino-americanos até a chegada na fronteira brasileira; e, no Brasil, a solução dada
pelo Estado de oferecer a “solicitação de refúgio”, mas que o trâmite posterior se
dará pelo Ministério do Trabalho (CNIg) para a concessão do visto humanitário.
142
TÓPICO 4 | APONTAMENTOS SOBRE AS IMIGRAÇÕES INTERNACIONAIS RECENTES NO BRASIL
143
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
144
TÓPICO 4 | APONTAMENTOS SOBRE AS IMIGRAÇÕES INTERNACIONAIS RECENTES NO BRASIL
145
UNIDADE 2 | GEOGRAFIA E POPULAÇÃO: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DA P. B. E AS DINÂMICAS POPULACIONAIS RECENTES
FONTE: BAENINGER, Rosana; PERES, Roberta. Migração de Crise: a migração haitiana para o
Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 34, n. 1, p. 119-143, 2017.
146
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
147
AUTOATIVIDADE
148
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresenta-
do.
149
150
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
No campo da Geografia é recorrente o emprego da expressão rede
para analisar e estudar a estrutura de determinados processos e elementos que
engendram o espaço geográfico, tal é o caso de definições como Rede Urbana,
Rede Financeira, Rede de Transportes, Rede de Migrações, entre outras. Em
decorrência da ampla utilização deste termo no cotidiano, usualmente, parte-se
da premissa de que se trata de uma definição reconhecida, de fácil significado e de
simples assimilação. Contudo, ao sairmos do campo da geografia, rapidamente
nos vem à mente a utilização deste termo em arenas diversas: falamos de rede
social, rede de colaboração, rede de internet, rede de contatos profissionais
(networking), entre tantas outras.
151
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
Dias (2005, p. 11) esclarece que “nos anos recentes, a rede vem constituindo-
se numa agenda de pesquisa que reúne várias propostas, significados e abordagens
disciplinares diversas”.
Dias (2005) observa que a difusão do conceito de redes perpassa pelo seu
uso enquanto conceito teórico, bem como, uma noção empregada pelos atores
sociais. Particularmente no âmbito da geografia, a espetacular profusão do termo
no período recente está vinculada a um contexto caracterizado pela aceleração de
quatro grandes fluxos que atravessam o espaço geográfico, a saber (DIAS, 2005,
p. 11):
152
TÓPICO 1 | NOTAS SOBRE O USO DO TERMO “REDE”
154
RESUMO DO TÓPICO 1
• A rede não constitui o sujeito da ação, mas expressa ou define a escala das
ações sociais.
155
AUTOATIVIDADE
156
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A ideia de rede urbana está relacionada a um espaço hierarquizado através
de influências econômicas, sociais, políticas e culturais, uma vez que as cidades
não se distinguem apenas pela concentração de população, mas também pela
quantidade e pela qualidade dos serviços que oferecem, como escolas, hospitais,
bancos, centros culturais, centros de abastecimento, universidades (SILVA;
MACEDO, 2009).
Toda cidade é, do ponto de vista geoeconômico, isto é, das atividades
econômicas vistas a partir de uma perspectiva espacial, uma localidade
central, de nível maior ou menor de acordo com a sua centralidade –
ou seja, de acordo com a quantidade de bens e serviços que ela oferta, e
que fazem com que ela atraia compradores apenas das redondezas, de
uma região inteira ou, mesmo, de acordo com o nível de sofisticação
do bem ou serviço, do país inteiro ou até de outros países.
157
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
A cidade é a área urbana de um município, e não qualquer área urbanizada, mas sim aquela
delimitada por um perímetro urbano (ver definição abaixo), que também é legalmente
estabelecido e separa a cidade do campo.
Portanto, o município é composto pelo campo (área rural) e pela cidade (área urbana).
Além disso, ele também pode conter outras cidades menores além de seu distrito-sede
que não possuem autonomia política suficiente para emanciparem-se. Essas pequenas
aglomerações geralmente recebem o nome de vilas, povoados e outros.
158
TÓPICO 2 | A REDE URBANA BRASILEIRA
Existem cidades que ocupam praticamente toda a área municipal. Há também outras
cidades que unem fisicamente a sua área urbana com a de outro município vizinho,
formando um espaço contínuo, o que é chamado de conurbação. Por outro lado, há
aqueles municípios que são quase totalmente formados por áreas rurais, tendo cidades
muito pequenas comparadas ao seu território.
A maior cidade do Brasil é São Paulo. Sua área urbana está conurbada com várias cidades
pertencentes a outros municípios, a exemplo de Guarulhos e outros, formando uma região
metropolitana composta por dezenas de milhões de pessoas.
Já o maior município do Brasil é a cidade de Altamira, localizada no Pará, com quase 160
mil quilômetros quadrados de extensão. Essa área é maior do que 11 estados brasileiros,
incluindo o Rio de Janeiro, sendo maior também do que vários países, como Portugal,
Grécia, Cuba, Áustria e outros.
DICAS
Para aprofundar seus estudos, leia o livro “O que é cidade?”, escrito por Raquel
Rolnik.
Sinopse: Pare, olhe e pense. Esse conjunto de casas, prédios e vias de tráfego, povoado por
milhares, às vezes milhões de pessoas, como você sabe, é uma cidade. E não faz muito tempo
que elas existem. As primeiras surgiram há apenas 5.000 anos, nos vales da Mesopotâmia.
De lá para cá, muita coisa mudou... Este livro parte da referência a cidades as mais diversas,
para chegar ao que elas têm de mais essencial e comum. Mais do que isso, mergulha nas
metrópoles capitalistas, suas origens e contradições. De Babel a Brasília, o lugar onde a gente
vive, estuda, trabalha e procura ser feliz.
Boa leitura!
159
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
160
TÓPICO 2 | A REDE URBANA BRASILEIRA
E
IMPORTANT
WALTER CHRISTALLER
O geógrafo alemão Walter Christaller foi o autor da mais difundida teoria geográfica sobre
a urbanização: a teoria dos lugares centrais, desenvolvida em sua tese de doutoramento
intitulada "Os Lugares Centrais no Sul da Alemanha" (...), defendida em 1932 e publicada em
1933.
161
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
Christaller procurou demonstrar, indo além da mera descrição das estruturas urbanas, que a
distribuição das cidades no território não era desordenada, mas que havia uma regularidade
e uma hierarquia em sua disposição. Christaller começou por definir a cidade como uma
"localidade central", ou seja, um lugar cuja função seria a de suprir de bens e serviços um
determinado espaço circundante, sua hinterlândia, sua área de mercado.
Partindo desse conceito, sua explicação para a distribuição das cidades foi formulada em
termos funcionais com base na hipótese de que a rede urbana poderia ser deduzida das
zonas de mercado das localidades centrais, cujas dimensões variariam segundo os produtos
e os serviços ofertados (a medida de sua centralidade). Desse modo, os serviços urbanos
seriam classificados como de ordem superior ou de ordem inferior, e a hierarquia entre as
localidades variaria de acordo com a ordem dos serviços fornecidos (isto é, seu grau de
centralidade) [...].
FONTE: BRAGA, Roberto. Walter Christaller: notas sobre a trajetória intelectual do criador da
teoria dos lugares centrais. In: Encontro Nacional de História do Pensamento Geográfico, 2.,
1999, Rio Claro. Anais... Rio Claro: UNESP, p. 71-75 1999. Disponível em: <http://geodados-
pg.utfpr.edu.br/busca/detalhe.php?id=26632>. Acesso em: 27 set. 2017.
162
TÓPICO 2 | A REDE URBANA BRASILEIRA
Outra abordagem teórica possível para o estudo das redes urbanas foi
proposta por Camagni (2006). A representação apresentada a seguir expõe de modo
resumido os cinco grandes princípios de organização territorial identificados pelo
autor. Para Camagni (2006), cada um dos princípios de organização territorial
permite compreender uma faceta do processo de organização territorial das
cidades, conforme evidencia a representação a seguir.
163
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
Por sua vez, quando afirmamos que a escala pode ter um sentido fenomenal,
isto quer dizer que é o estudo do próprio fenômeno que irá revelar sua própria
escala. Um possível exemplo desta concepção de escala seria o seguinte: imagine
que você tenha a intenção de estudar a influência dos movimentos migratórios em
Foz do Iguaçu. Ao invés de determinar, de antemão, que o “recorte espacial” ou a
escala de análise do seu trabalho será, hipoteticamente, estadual e interestadual,
você pode percorrer um caminho diferente. Outra opção seria, primeiramente,
observar o fenômeno, compreender sua dinâmica, apurar os dados e, perante tais
resultados, construir qual a escala espacial que você identificou. Neste caso, quais
seriam as distâncias dos fluxos populacionais. De certa forma, a lógica se inverte,
sendo que a delimitação da escala passa a ser um resultado do seu estudo.
165
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
[...] A nota objetiva, de modo mais específico, indicar as relações entre os modos como o
urbano pode ser geograficamente analisado, isto é, escala conceitual, as representações
cartográficas e a inteligibilidade do urbano.
Na tradição geográfica o urbano tem sido analisado segundo três linhas principais de
investigação. A primeira refere-se ao processo de urbanização, isto é, as bases e as formas
de concentração de população em torno de atividades industriais, comerciais e de serviços.
As consequências deste processo coroam esta linha de investigação. A identificação de
formas como a megalópole, a cidade-dispersa, a região metropolitana, o “corredor urbano”,
a conurbação e a aglomeração urbana, expressões vigentes na literatura, constituem
importantes contribuições sobre a temática do urbano. Qualificações como cidade-primaz,
macrocefalia urbana, cidade ortogenética e cidade heterogenética, por outro lado, estão
166
TÓPICO 2 | A REDE URBANA BRASILEIRA
FONTE: CORRÊA, Roberto Lobato. Uma nota sobre o urbano e a escala. Território, Rio de
Janeiro, ano VII, n. 11, p. 12, 2003.
UNI
Dica de leitura!
167
RESUMO DO TÓPICO 2
• O perímetro urbano é definido por uma lei municipal que delimita espaços
urbanos e regulamente as formas de uso de tal espaço e os impostos territoriais
que incidem sobre eles.
168
AUTOATIVIDADE
169
170
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Conforme vimos no tópico anterior, diferentes abordagens teóricas podem
ser adotadas para estudar o modo como as cidades estabelecem relações espaciais
entre si. No Brasil, os estudos das Regiões de influência são elementares para a
compreensão da dinâmica das cidades brasileiras. Neste tópico, vamos entender
o que são estas Regiões de influência. Venha conhecer!
171
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
Gerais
Específicos
172
TÓPICO 3 | O ESTUDO DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA
FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008). Regiões de Influência das
cidades (2007).
173
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
174
TÓPICO 3 | O ESTUDO DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA
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UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
176
TÓPICO 3 | O ESTUDO DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA
Como você explicaria com suas próprias palavras quais são os elementos
ponderados no IBGE para construir esta classificação hierárquica das cidades?
Colocando em termos bastante simples, observamos que os elementos tomados
em conta envolvem o tamanho da população, a presença de níveis de centralidade
do Poder Executivo e Judiciário — exemplo disso são as capitais estaduais que
contam com uma gama de serviços e uma concentração maior de órgãos públicos,
quando comparadas com municípios interioranos —, presença de empresas
relevantes e a presença de diferentes equipamentos e serviços. A fórmula e a
metodologia em detalhes empregada neste encontram-se pormenorizadas no
REGIC – 2007, elencado nas referências deste livro. Elas não serão discutidas
exaustivamente nesta disciplina.
177
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
Curitiba é uma das 12 metrópoles brasileiras e divide com Porto Alegre a condição de
principal cidade da Região Sul do Brasil. “São cidades com números muito parelhos. Não
dá para colocar uma na frente da outra. Elas têm influência em seus estados e exercem
grande atração sobre Santa Catarina”, explica Ivone Lopes, geógrafa do IBGE e uma das
coordenadoras da pesquisa.
A influência paulista continua, mas cidades classificadas pelo IBGE como capitais regionais,
casos de Londrina e Maringá, passaram a ter em Curitiba uma referência. A pesquisa mostra,
por exemplo, que depois de São Paulo, é Curitiba a cidade que mantém maior relacionamento
empresarial com Londrina. “E a influência não é só econômica. Ela é sociocultural”, ressalta Ivone.
178
TÓPICO 3 | O ESTUDO DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA
Santa Catarina
Da mesma maneira, a influência curitibana se faz presente em todo Estado de Santa Catarina,
incluindo a capital Florianópolis e Criciúma, no Sul do Estado. De acordo com os indicadores
do IBGE, a rede de municípios relacionados a Curitiba é uma das mais estruturadas do Brasil.
O Índice de primazia da capital paranaense é de 8,9, seis vezes menor que o índice de Manaus,
o maior dentre as metrópoles brasileiras. Na prática, segundo Ivone, o índice demonstra uma
maior autonomia das cidades menores em relação à metrópole. “As cidades médias, que
tenham importância local, apresentam uma boa infraestrutura.” Graças a essa autonomia,
Curitiba é a metrópole que apresenta a menor distância média de acesso aos serviços de
saúde, cursos superiores e aeroportos.
179
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
DICAS
Que tal conhecer um plano de aula que aborda o tema das metrópoles e
que permite relacionar com a temática das regiões de influência? Aproveite este material
disponível no Portal do Professor, site organizado pelo MEC, e se inspire para elaborar seus
planos de aula e propor novas abordagens de trabalhar os conteúdos com seus alunos.
Clique no link a seguir para conhecer:
180
RESUMO DO TÓPICO 3
181
AUTOATIVIDADE
2 A ideia de hierarquia dos centros urbanos nos faz pensar em uma escala
de grandeza. Neste sentido, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) utiliza um sistema de classificação e hierarquia dos centros
urbanos brasileiros. Com relação à referida classificação, analise as sentenças
a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
182
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Estudar a rede de transporte de um país é um passo fundamental
para compreender o processo de circulação de pessoas e de mercadorias em
determinado território. Para entender como os fixos e os fluxos se articulam no
território, precisamos compreender as redes técnicas de transporte que percorrem
o Brasil para que possamos estabelecer relações com as decisões locacionais
tomadas por indivíduos, empresas, organizações e pelo Estado. Menezes (2016,
p. 1) explica que:
183
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
184
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
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UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
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TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
187
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
NOTA
O país se afastou dos trilhos nos anos 1950, com o plano de crescimento rápido do presidente
Juscelino Kubitschek, que priorizou rodovias. A construção de ferrovias era lenta para fazer o
Brasil crescer “50 anos em cinco”, como ele queria. “Em seis meses, você faz 500 quilômetros
de estrada de terra. Isso em ferrovia leva três anos”, diz Fabiano Pompermayer, técnico de
planejamento e pesquisas do Ipea. Além disso, o lobby das rodovias foi forte. Desde a era JK,
os investimentos e subsídios no setor são grandes, não só para abrir estradas como para atrair
montadoras. Outro responsável foi o café, em baixa desde os anos 1930. Ele era transportado
principalmente por trens, então várias empresas férreas faliram com a falta de trabalho. Em
1957, o governo estatizou as companhias ferroviárias. Desde então, o foco é o transporte
de carga. Por isso, em 2012, os trens carregam só 3% dos passageiros do país (isso porque
incluímos o metrô na conta). [...]
188
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
Você observa como este poema abarca o avanço dos transportes com o
tema das migrações, trabalhados na unidade anterior?
189
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
190
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
E
IMPORTANT
191
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
a) Rodovias Radiais
São as rodovias que partem da Capital Federal em direção aos extremos
do país.
Nomenclatura: BR-0XX
Primeiro Algarismo: 0 (zero)
Algarismos Restantes:
A numeração dessas rodovias pode variar de 05 a 95, segundo a razão
numérica 05 e no sentido horário.
Exemplo: BR-040.
192
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
b) Rodovias Longitudinais
São as rodovias que cortam o país na direção Norte-Sul.
Nomenclatura: BR-1XX
Primeiro Algarismo: 1 (um)
Algarismos Restantes:
A numeração varia de 00, no extremo leste do país, a 50, na Capital, e
de 50 a 99, no extremo oeste. O número de uma rodovia longitudinal
é obtido por interpolação entre 00 e 50, se a rodovia estiver a leste de
Brasília, e entre 50 e 99, se estiver a oeste, em função da distância da
rodovia ao meridiano da Capital Federal.
Exemplos: BR-101, BR-153, BR-174.
193
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
c) Rodovias Transversais
d) Rodovias Diagonais
Estas rodovias podem apresentar dois modos de orientação:
Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste.
Nomenclatura: BR-3XX
Primeiro Algarismo: 3 (três)
Algarismos Restantes:
A numeração dessas rodovias obedece ao critério especificado abaixo:
Diagonais orientadas na direção geral NO-SE: A numeração varia, segundo
números pares, de 00, no extremo Nordeste do país, a 50, em Brasília, e
de 50 a 98, no extremo Sudoeste.
Obtém-se o número da rodovia mediante interpolação entre os limites
consignados, em função da distância da rodovia a uma linha com a
direção Noroeste-Sudeste, passando pela Capital Federal.
Exemplos: BR-304, BR-324, BR-364.
194
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
e) Rodovias de Ligação
195
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
196
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
197
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
198
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
199
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
Os portos que mais movimentam minério de ferro são os terminais privados de Ponta da
Madeira, da Vale S.A., em São Luís (MA) e de Tubarão, em Vitória (ES). O primeiro recebe
principalmente a produção da Serra de Carajás, no Pará; o segundo está associado à produção
do Estado de Minas Gerais.
A maior quantidade de carga movimentada nos portos organizados do país está localizada
no Porto de Santos (SP), devido à sua posição estratégica. Ele está em terceiro lugar no
ranking que considera Portos Organizados e Terminais de Uso Privativo (liderado pelos
Terminais Privados de Ponta da Madeira e Tubarão) e movimenta, em grande escala, carga
geral armazenada e transportada em contêiner.
Ele é o ponto de escoamento da produção com maior valor agregado que segue para outras
regiões do país, bem como para exportação, além de ser local de desembarque mais próximo
ao maior centro consumidor do país, onde se destaca a Grande São Paulo.
FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, IBGE mapeia a infraestrutura dos
transportes no Brasil.
200
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
Vamos conhecer um pouco mais sobre o transporte aéreo? Para isso, leia
o uni a seguir, que apresenta um fragmento do estudo denominado Transporte
e Economia:
201
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
Transporte e economia
Desde sua criação, o transporte aéreo evoluiu em ritmo acelerado, reduzindo o tempo de
deslocamento e estimulando o desenvolvimento econômico das regiões integradas à sua
rede de atuação. Suas características intrínsecas de velocidade, segurança e autonomia para
percorrer espaços contribuíram para a disseminação do seu uso para a movimentação de
cargas e pessoas.
O serviço prestado pode ser o transporte de passageiros, cargas ou mala postal, regular ou
não, doméstico ou internacional. [...]
Dessa forma, observa-se que o serviço de transporte aéreo tem grande potencial de
desenvolvimento e estimulá-lo pode trazer ganhos importantes para a economia do país,
seja na geração de riquezas ou de empregos, seja nos benefícios para todo o sistema de
transporte nacional. [...]
202
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
204
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
205
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
Concessões
A concessão de aeroportos tem como objetivo atrair investimentos para ampliar, aperfeiçoar
a infraestrutura aeroportuária brasileira e, consequentemente, promover melhorias no
atendimento aos usuários do transporte aéreo no Brasil. Os níveis de qualidade dos serviços
determinados para esses aeroportos, baseados em padrões internacionais, estão previstos
nos contratos de concessão, que são geridos e fiscalizados pela ANAC.
206
TÓPICO 4 | AS REDES DE TRANSPORTES NO BRASIL
LEITURA COMPLEMENTAR
Rodolfo Torres dos Santos Anie Gracie Noda Amicci Carlos Henrique Reis
Malburg Filipe de Oliveira Souza
Allan Amaral Paes de Mesentier
Julia Febraro Franca Gomes da Silva Gumersindo Sueiro Lopez Junior Carlos
Frederico Siqueira de Azevedo
207
UNIDADE 3 | ESTUDOS DA REDE URBANA BRASILEIRA, DAS REGIÕES DE INFLUÊNCIA E DAS REDES DE TRANSPORTE NO BRASIL
Embora haja crescente participação privada por meio das concessões e das
PPPs, a maior parcela dos recursos é pública. No entanto, dada a fragilidade fiscal
e financeira dos estados e municípios para fazer frente a esses investimentos, será
indispensável a participação da União com recursos orçamentários e viabilizando
a prestação de garantias aos financiamentos. Além disso, é importante destacar
que a principal dificuldade para realizar os investimentos em mobilidade urbana
está na carência de estudos e projetos de qualidade, como se verificou por ocasião
das chamadas de projeto realizadas nos PACs Mobilidade.
FONTE: DOS SANTOS, Rodolfo Torres et al. Demanda por investimentos em mobilidade urbana
no Brasil. BNDES Setorial, p. 79, 2015. Disponível em: <https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/
bitstream/1408/4281/4/BS%2041_mar_atualizado_P.pdf#page=79>. Acesso em: 25 out. 2017.
209
RESUMO DO TÓPICO 4
210
• No âmbito do transporte aéreo, características como velocidade, segurança e
autonomia para percorrer espaços contribuíram para a disseminação do seu
uso para a movimentação de cargas e pessoas.
211
AUTOATIVIDADE
212
REFERÊNCIAS
AB'SABER, A. N. 2003. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades
paisagísticas. 2003. Ateliê Editorial, São Paulo.
______. Ministério do Meio Ambiente. Rios e bacias do Brasil formam uma das
maiores redes fluviais do mundo. 2009. Disponível em: <http://www.brasil.gov.
br/meio-ambiente/2009/10/rios-e-bacias-do-brasil-formam-uma-das-maiores-
redes-fluviais-do-mundo>. Acesso em: 8 ago. 2017.
214
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES. Economia e transportes.
Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/Site%202015/
Pesquisas%20PDF/Transporte%20e%20Economia%20Transporte%20Aéreo%20
de%20Passageiros.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017.
______. Uma nota sobre o urbano e a escala. Rio de Janeiro, ano VII, n. 11, p. 12,
2003.
215
DOS SANTOS, R. T. et al. Demanda por investimentos em mobilidade urbana
no Brasil. BNDES setorial, p. 79, 2015.
216
HERMANN, J. Cenário do encontro de povos: a construção do território.
In: Brasil: 500 anos de povoamento. IBGE, Centro de Documentação e
Disseminação de Informações. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.
______. Síntese dos indicadores sociais: uma análise das condições de vida
da população brasileira. 2010. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv45700.pdf>. Acesso em: 1 set. 2017.
217
______. Divisão do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas. Rio
de Janeiro: Editora do IBGE, 1990. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.
br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/DRB/Divisao%20regional_v01.
pdf>. Acesso em: 12 set. 2017.
218
______. Sistemas “longe do equilíbrio” e reestruturação espacial na Amazônia.
Cadernos IPPUR, ano IX. Rio de, p. 83-106, 1995.
219
NASCIMENTO, D. T. F.; LUIZ, G. C.; OLIVEIRA, I. J. de. Panorama dos
sistemas de classificação climática e as diferentes tipologias climáticas referentes
ao Estado de Goiás e ao Distrito Federal (Brasil). Rev. Geo. UEG – Porangatu,
v.5, n. 2, p. 59-86, 2016.
______. Censo 2010: população do Brasil cresce quase 20 vezes desde 1872.
2011. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/governo/2011/04/censo-2010-
populacao-do-brasil-cresce-quase-20-vezes-desde-1872>. Acesso em: 21 ago. 2017.
220
_______. População. 2009. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/
governo/2009/11/populacao>. Acesso em: 18 ago. 2017.
REDE BRASIL ATUAL. Maior, mas ainda desigual. 2011. Disponível em:
<http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/71/brasil>. Acesso em: 8 ago. 2017.