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REDAÇÃO

Orgulho: impulsionador ou derrocada da Humanidade?

Item 1.

[...] Mas e quanto ao “orgulho arrogante” - como uma emoção que faz as pessoas agirem como idiotas poderia ser
adaptativa? Eu e meu aluno Joey T. Cheng estávamos discutindo exatamente essa pergunta quando nos deparamos
com um artigo escrito por nosso colega Joseph Henrich, psicólogo da Universidade da Colúmbia Britânica e antropólogo
evolucionista de formação. Ele havia observado que líderes em pequenas sociedades tradicionais ao redor do mundo
adquirem poder por meio de duas rotas. Alguns líderes são descritos como prestigiosos, o que significa que eles
construíram um conjunto de habilidades ou conhecimentos que beneficiaram o grupo - e seus compatriotas esperavam
aprender com eles. Outros líderes, ele observou, adquiriram status simplesmente por meio da dominação: eles usavam
a força para controlar recursos e intimidar outros a lhes conceder poder. Seguidores se submetiam a essas pessoas
agressivas e manipuladoras porque sentiam que não tinham escolha. Cheng, Henrich e eu nos unimos para explorar
como esse modelo de obtenção de status com dois aspectos poderia nos ajudar a entender o “orgulho arrogante”. Em
um estudo publicado em 2010, pedimos a membros de equipes universitárias de elite que avaliassem o prestígio e a
dominância uns dos outros. Em seguida, eles se avaliaram em relação à tendência de experimentar “orgulho autêntico”
e “orgulho arrogante”. Conforme esperávamos, os atletas que tendiam a sentir “orgulho autêntico” eram mais
propensos a serem vistos por seus companheiros de equipe como prestigiosos, e aqueles que sentiam com mais
frequência o “orgulho arrogante” eram considerados dominantes. Isso faz sentido à luz da teoria de Henrich.
Descobrimos que o “orgulho arrogante” facilita todos os comportamentos necessários para se tornar dominante:
arrogância, uma sensação de superioridade e disposição para intimidar e menosprezar os outros. Enquanto isso, o
“orgulho autêntico” é idealmente adequado para o prestígio. Ele motiva a conquista e a preocupação com os outros.
[...]

FONTE: https://www.scientificamerican.com/article/pride-it-brings-out-the-best-and-worst-in-humans/.

Item 2.

“É possível que a influência da economia sobre a história, assim como das demais ciências sociais e humanidades, seja
o motivo de os historiadores às vezes se incomodarem com o papel que a personalidade e as emoções desempenham
sobre os acontecimentos. Sou da opinião de que é preciso prestar atenção a ambos. Se na década de 1930 outra
pessoa estivesse à frente da Alemanha que não fosse Hitler, esse homem ou mulher tivesse arriscado tudo em uma guerra
contra a França e o Reino Unido, e depois contra a União Soviética e os Estados Unidos? Se o militarismo japonês não
estivesse tão obcecado diante da ameaça de os Estados Unidos se tornarem fortes para que se pudesse derrotá-los, o
Japão teria ido à guerra em 1941, quando ainda tinha chance de sair vencedor? O medo, o orgulho e a ira são emoções
que proporcionam atitudes e decisões, tanto ou talvez mais do que o cálculo racional” — Margaret Macmillan.

FONTE: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/17/cultura/1508254889_178844.html

Item 3.

Mark Zuckerberg não inventou o Facebook porque queria encontrar uma nova maneira de conectar milhões de pessoas
ao redor do mundo. E também não fundou sua empresa multibilionária apenas pelo dinheiro, a julgar por suas
tradicionais calças jeans e moletom com capuz. De acordo com o autor Ben Mezrich em "Bilionários por Acaso",
Zuckerberg fez isso porque queria mostrar superioridade a uma garota que o deixou e aos rapazes do clube social mais
elitista de Harvard. O desejo de provar que ele era mais inteligente do que eles deu a Zuckerberg a motivação
necessária para iniciar um caminho rumo a se tornar um dos principais inovadores do mundo.

Muitas pessoas bem-sucedidas - como Bill Gates, Margaret Thatcher e o físico Murray Gell-Mann - são impulsionadas não
apenas pela riqueza ou pelo desejo de resolver um problema específico, mas sim pela necessidade de serem as pessoas
que conseguiram. Elas desejam sentir orgulho. O orgulho é o que nos leva a almejar grandes conquistas em vez de
apenas nos contentarmos com o básico - e nesse sentido, é uma virtude. No entanto, o orgulho também possui um lado
sombrio, uma faceta que lhe rendeu a classificação como um pecado mortal. Como descobrimos em uma série de
estudos psicológicos, meu colaborador Richard W. Robins, da Universidade da Califórnia em Davis, e eu, as pessoas
podem sentir orgulho de duas maneiras muito diferentes. Um tipo de orgulho motiva o trabalho árduo e o pensamento
criativo demonstrado por Gates e Zuckerberg. Outro tipo envolve arrogância e egotismo - pense em Donald Trump e
Muhammad "Eu sou o maior" Ali. Dependendo do tipo de orgulho que sentimos, essa emoção pode ter efeitos quase
opostos em nossos pensamentos e comportamentos. Um traz o melhor da natureza humana, enquanto o outro desperta
o pior. Ao compreender a natureza de dupla face do orgulho, podemos aprender a utilizar essa emoção para aproveitar
ao máximo nossos objetivos e aspirações.

FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-46090255.

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