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EME705T: Máquinas de Fluxo I Item 4.

4: Equação de Bernoulli

Capítulo 4

EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS

4.4 Equação de Bernoulli

Daniel Bernoulli (1700-1782)

Waldir de Oliveira

Instituto de Engenharia Mecânica Universidade Federal de Itajubá


EME705T: Máquinas de Fluxo I Item 4.4: Equação de Bernoulli

O conteúdo deste Item 4.4 do Capítulo 4 de EME705T foi


retirado da Apostila do Prof. Dr. Euclides Carvalho
Fernandes (Referência no final deste texto). Todos os
méritos devem ser atribuídos somente ao Prof. Euclides.

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EME705T: Máquinas de Fluxo I Item 4.4: Equação de Bernoulli

A) SISTEMA DIRETOR
Sistemas diretores aletados (pré-distribuidor e
distribuidor de algumas turbinas hidráulicas, difusor de
algumas bombas hidráulicas, sistema diretor antes do rotor
de alguns ventiladores e sistema diretor após o rotor de
alguns ventiladores) são sistemas fixos (não giram em
torno do eixo da máquina, portanto, são sistemas inerciais).
Nesses casos, a 2.a lei de Newton para um elemento de
fluido pode ser aplicada diretamente, ou seja,
D
dF = (dm c ) (4.55)
Dt

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Admitindo-se a hipótese HG3, escoamento ideal (Fv = 0),


as únicas forças de superfície, Fs = Fp + Fv, a ser
consideradas são as forças de pressão, Fp, que podem ser
colocadas na seguinte forma

dFs = p dV (4.56.a)


Considerando ainda a força gravitacional, Fg, como sendo
a única força de campo, Fc, ou seja,

dFc = g dm (4.56.b)
onde g é a aceleração da gravidade local.

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Como F = Fs + Fc, e considerando as equações (4.56.a) e


(4.56.b), a equação (4.55) pode ser escrita como
D
p dV + g dm = (dm c )
Dt
Dividindo a equação anterior por dm, obtém-se
 Dc
p  g + =0 (4.56.c)
 Dt
A equação (4.56.c) é a Equação de Euler da Dinâmica dos
Fluidos (1701-1783).
LEMBRETE: A Equação de Euler das Máquinas de
Fluxo é, por exemplo, a equação (4.45.c) para MFG radial.
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z = xi + yj + z k z = x2 + y2 + z 2
z
( ) ( ) ( )
( ) = i+ j+ k
z x y z
2 xi + 2 yj + 2z k
P z =
2z
z

ez y
Figura 4.17: z
z =  ez
Eixo vertical z z

g g =  g ez =  g z
x
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D( )  
=  V ( ) ou
Dt t
Derivada
Derivada Derivada convectiva
subs tan cial local
D( )   ( )2
=   V  [  ( )]
Dt t 2
Derivada Derivada Derivada
subs tan cial local convectiva

No caso de sistema diretor (VC inercial): V  c , então


Dc  c c2
=    c  (  c ) (4.57.a)
Dt  t 2
Sendo
g =  g ez =  g z (4.57.b)
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1 c c2
p  ( gz )     c  (  c )  0 (A)
 Força da
t 2
Força de gravidade Aceleração
pressão por por unidade absoluta
unidade de de massa
massa
Sendo  =  ( x, y, z ) uma função escalar genérica
(contínua e uniforme) e ds um elemento de uma linha de
de corrente do escoamento absoluto, tem-se do cálculo
vetorial ds  =  ds = d
No caso de escoamento irrotacional,   c = 0 , ou, ao
longo de uma mesma linha de corrente, e considerado
escoamento permanente,  c = 0 , obtém-se de (A)
t
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= 0 (H2) 2 = 0 (H3)
1 c c 
p ds + g z ds  ds    ds  c  (  c ) ds  0
 t 2
dp dz
 c2 
d 
 2 
 
H1: escoamento não-viscoso (escoamento ideal), HG3
H2: escoamento (absoluto) permanente, HG1
H3: escoamento irrotacional, HG14
Portanto, a equação acima torna-se em

1  c2 
dp  d   + g dz = 0 (4.57.c)
 2
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Com a hipótese adicional de escoamento incompressível,


H1: escoamento não-viscoso (escoamento ideal), HG3
H2: escoamento (absoluto) permanente, HG1
H3: escoamento (absoluto) irrotacional, HG14
H4: escoamento incompressível, HG5
resulta a equação a Equação de Bernoulli que pode ser
aplicada ao escoamento em sistemas fixos de máquinas de
fluxo, para as hipóteses acima mencionadas:

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Formas equivalentes da Equação de Bernoulli :


p c2  Energia 
 + g z = KmE  Massa  (4.57.d)
 2
Dividindo a equação (4.57.d) por g, obtém-se
p c2  Energia 
 + z = KpE  Peso  (4.57.e)
 2g
Multiplicando a equação (4.57.d) por , obtém-se
c2  Energia 
p +  +  g z = KvE  Volume  (4.57.f)
2

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A equação (4.57.d) pode ser aplicada, por exemplo, ao


sistema de aletas da Figura 4.2 (grade linear fixa)
p c2
 + g z = KmE 2 (4.57.d)
 2 p7 c7
 + g z7 =
c8 c8  cm 8  2
8 8 2
8 p8 c8
 + g z8 (4.58.a)
 2
7 Para z7 = z8 (grade linear
7 c7
c7 7 cm 7 de MF de eixo horizontal),
cu7 resulta
Figura 4.2 Grade linear fixa após a grade linear móvel
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p8  p7 p c72  c82
 = 0 (4.58.b)
  2
c8 c8  cm 8 b8
8 8
8

7
7 c7 b7
c7 7 cm 7
cu7

Figura 4.2 Grade linear fixa após a grade linear móvel


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p8  p7 p c72  c82
 = (4.58.b)
  2

Como c7  c8 , conclui-se que a grade fixa após a grade


móvel (representando uma seção radial do estator (grade
fixa) e uma seção radial do rotor (grade móvel)) de MFG
produz um aumento de pressão p  0 .

Esse aumento de pressão é conseguido basicamente por


efeito de desvio das direções da velocidade, sem que haja
necessidade de variar a seção.
Trata-se, portanto, de um sistema diretor de uma máquina
de fluxo geradora (um ventilador axial, por exemplo).
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B) SISTEMA ROTOR
Nesse caso, não se aplica diretamente a equação (4.57.a),
repetida abaixo, uma vez que a aceleração absoluta em
sistema rotativo de MF (rotor) é composta pelas
acelerações aparente e relativa.

Dc  c c2
=    c  (  c ) (4.57.a)
Dt  t 2

Embora o escoamento relativo seja rotacional, pode-se


considerar uma mesma linha de corrente (linha de corrente
relativa) para efeito de desenvolvimento de uma equação
semelhante à equação (4.57.c).
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B) SISTEMA ROTOR
Também, não se aplica diretamente a equação (4.56.c),
repetida abaixo, já que o escoamento relativo é referido a
um referencial não-inercial. Deve-se, portanto, considerar a
composição de acelerações.
 Dc
p  g + =0 (4.56.c)
 Dt
Composição de velocidades (reveja as páginas 4.12 e 4.13
do Capítulo 4):
Dc
a= = a* + arel (4.61.a)
Dt

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onde
Dw
arel  w (4.61.b)
Dt rel

a* = ao + at + an + aco
ou
a* = Ro +   rP +   (  rP ) + 2 × w (4.61.c)
No caso de rotor, deve-se considerar a equação (4.61.a).
Então, a equação (4.56.c) é escrita como:
 Dw
p  g + a + *
=0 (4.62.a)
 Dt rel

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A equação (4.62.a) constitui a forma equivalente da


Equação de Euler da Dinâmica dos Fluidos escrita para o
sistema relativo (não-inercial).
Considerando novamente a derivada substancial (derivada
material) na forma de

D( )   ( )2
=   V  [  ( )]
Dt t 2
Derivada Derivada Derivada
subs tan cial local convectiva

pode-se escrever tal derivada para o sistema relativo


(rotor), V  w , na seguinte forma:

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D( w )  w ( w)2
=   w  [  ( w)]
Dt rel t 2
Aceleração Aceleração
Aceleração local convectiva
relativa

Considerando as seguintes hipóteses adicionais:


H5: escoamento relativo permanente, HG2,
H6: máquina de fluxo estacionária, HG10,
H7: velocidade angular do rotor constante, HG11,
pode-se escrever:
= 0 (H5)
Dw w w2
=   w  (  w ) (4.62.b)
Dt rel t 2
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Considerando as hipóteses H6 e H7 anteriores, a


aceleração aparente, torna-se:
= 0 (H6) = 0 (H7)

a* = Ro +   rP +   (  rP ) + 2 × w (4.62.e*)
Sendo:
an =   (  rP ) =   2r er (4.62.c)
aCo = 2  w = 2 ( wr e  w er ) (4.62.d)
e considerando (4.56.c) e (4.56.d), a equação (4.62.e*)
torna-se em:
a* =  2r er + 2 ( wr e  w er ) (4.62.e)
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Substituindo (4.62.b) e (4.62.e) na equação (4.62.a),


repetidas abaixo, obtém-se:
 Dw
p  g + a + *
=0 (4.62.a)
 Dt rel

= 0 (H5)
Dw w w2
=   w  (  w ) (4.62.b)
Dt rel t 2
a* =  2r er + 2 ( wr e  w er ) (4.62.e)

 w 2
p  g  2rer +2 (wr e  w er )   w  (  w ) = 0
 a a
2
fc = f g n Co
fs = f p arel (4.62.a*)
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Colocando o vetor g em termos de gradiente de z, tem-se:


   
p  g  p + g z =  ( p +  gz )  p* (4.63.b)
   
onde a pressão p*, ou seja, p* = p + ρgz é denominada
pressão de movimento (um conceito surgido na
Engenharia Mecânica).
Como   rP = u =  re (Documento 4.6-EME705T-2020-
1), portanto,
u =r (4.63.c)
obtém-se
2
u (Exercício 7 da 4ª. Série de
 rer = 
2
2 Exercícios – Parte C)
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 
Considerando a equação (4.63.b), p  g  p*, e sendo
2  
u
 rer =  , a equação (4.62.a*), repetida abaixo,
2
2
 w 2
p  g  2rer +2 (wr e  w er )   w  (  w ) = 0
 an aCo
2
fc = f g
fs = f p arel (4.62.a*)
torna-se

  w 2
 u2

p +    + 2 ( wr e  w er )  w  (  w )
*
  2 
(4.63.a)
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Sendo ds rel um elemento de uma linha de corrente do


escoamento relativo, tem-se, no sistema de coordenadas
cilíndrico: w
dz

r d dsrel
srel
dr

dsrel = dr er + r d e + dz ez
(4.64.a)
Figura 4.19 Elemento de uma LC rel
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O próximo passo é multiplicar escalarmente a equação


(4.63.a), repetida abaixo, por ds rel .

  w 2
 u 2

p +    + 2 ( wr e  w er )  w  (  w )
*
  2 
(4.63.a)
Então, multiplicando a equação (4.63.a) por ds rel, obtém-se
 *  w2  u2 
p  ds rel +     ds rel +
  2 
  w2 -u2 
dp*
 d 
 2 
 
+2 ( wr e  w er )  ds rel  [w  (  w )]  ds rel
(4.63.d)
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Equação das linhas de corrente do escoamento relativo:


Equação das L. C. do
ds rel  w = 0 escoamento relativo
(4.64.b)
onde
dsrel = dr er + r d e + dz ez (4.64.a)
w = wr er + w e + wz ez , sendo wz  wa (4.64.c)
Desenvolvendo a equação (4.64.b), obtém-se
( wz rd  w dz ) er + ( wr dz  wz dr ) e 
+( w dr  wr rd ) ez = 0 (4.64.d)
resultando:
dr r d dz Equação das L. C. do
= = (4.64.e)
wr w wz escoamento relativo
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Repetindo a equação (4.64.e), ou seja,


dr r d dz
= = (4.64.e)
wr w wz
e também
dsrel = dr er + r d e + dz ez (4.64.a)
e observando-se que:
= 2  w
2 ( wr e  w er )  ds rel  2 ( wr r d  w dr )  0
= 2 = 2 (4.64.e)
  c = 0 =   (u + w ) =   u +   w
= 2  
[w  (  w)]  dsrel = 0 (4.64.f)
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Portanto, ao multiplicar escalarmente a equação (4.63.a)


por ds rel , obtém-se
 *  w2  u2 
p  ds rel +     ds rel +
  2 
  w2 u2 
dp*
 d 
 2 
 
= 0 (4.64.e) = 0 (4.64.f)
+2 ( wr e  w er )  ds rel  [ w  (  w)]  ds rel
(4.63.d)
=0 =0
resultando,
1 *  w u 
2 2
dp  d  =0 (4.65.a)
  2 
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Como  p   g z , a equação (4.65.a), repetida abaixo,


p*

1  w 2
 u2

dp  d 
*
=0 (4.65.a)
  2 
torna-se em

1  w2  u2 
dp  d   + g dz = 0 (4.65.d)
  2 
Considerando a hipótese adicional de escoamento
incompressível:
H4: escoamento incompressível, HG5

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e integrando a equação (4.65.d),


1  w2  u2 
dp  d   + g dz = 0 (4.65.d)
  2 
resulta
p w2 u2  Energia 
  + g z = KmR  Massa 
(4.66.a)
 2 2
A equação (4.66.a) é a EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA O
ROTOR ou EQUAÇÃO DE BERNOULLI PARA O SISTEMA
RELATIVO ou ainda EQUAÇÃO DE BERNOULLI
ESTENDIDA.

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Hipóteses para se utilizar a equação (4.66.a),


p w2 u2  Energia 
  + g z = KmR  Massa 
(4.66.a)
 2 2
 escoamento não-viscoso (escoamento ideal),
 máquina de fluxo estacionária
 escoamento relativo permanente,
 velocidade angular do rotor constante.
 escoamento ao longo de uma mesma L. C. relativa,
 escoamento absoluto irrotacional,
 escoamento incompressível (última hipótese).

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Aplicação:
Tomando-se como aplicação um rotor radial de máquina de
fluxo geradora de eixo vertical representado abaixo
CL

5 4 4 5

e aplicando a equação de Bernoulli nos pontos 4 e 5, e


sendo z4 = z5 (rotor puramente radial de eixo vertical),
obtém-se
p4 w42 u42 p5 w52 u52
  + g z4 =   + g z5
 2 2  2 2
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Então, repetindo a equação anterior, e sendo z4 = z5, tem-se


z4 = z5 z5 = z4
2 2 2 2
p4 w4 u4 p5 w5 u5
  + g z4 =   + g z5
 2 2  2 2
obtém-se,
p p5  p4 w42  w52 u52  u42
  +
  2 2
Efeito Efeito
int erno centrífugo

O aumento de pressão estática através do rotor radial de


máquina de fluxo geradora é obtido por meio de dois
efeitos: efeito interno e efeito centrífugo.
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(a) o termo w4  w5
2 2
(efeito interno) representa a
2
diminuição da energia cinética do escoamento relativo
no caso de MF geradoras (no caso de MF motoras,
representa o aumento da energia cinética do escoamento
relativo), dependendo, evidentemente, dos triângulos de
velocidades envolvidos.
c4 w4
c5 w5
cm4  cm5 
wm4  4 wm5
 5  4  5
cu4 wu4 u4 u5
cu5 wu5
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(b) o termo u2
5  u2
4
(efeito centrífugo) contribui para o
2
aumento da pressão estática no caso de MF geradoras
(no caso de MF motoras, contribui para a diminuição da
pressão estática).

c4 w4
c5 w5
cm4  cm5 
wm4  4 wm5
 5  4  5
cu4 wu4 u4 u5
cu5 wu5

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No caso de MF axial, o aumento da pressão estática (MF


geradoras) ou a diminuição da pressão estática (MF
motoras) é obtido(a) basicamente por efeito de desvio da
velocidade relativa, uma vez que u4 = u5.
p p5  p4 w42  w52
 
  2
4 5
c4 w4 c5 w5

cm4  wm4 cm5  wm5


4 5
5 4

cu4 wu4 u4 = u5

cu5 wu5

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REFERÊNCIA

Fernandes, E. C., 1985, “ENE 25 - Componentes de


Sistemas de Potência”, ITA, São José dos Campos, SP

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