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Atividade 1 - Ii Trimestre - 3 Série 2022
Atividade 1 - Ii Trimestre - 3 Série 2022
Poema: Os sapos
Manuel Bandeira
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
2– Faça uma pesquisa sobre os quatro tipos de sapo mencionados no poema: Sapo-boi;
sapo-tanoeiro (ou ferreiro), sapo-cururu e sapo-pipa. Depois responda:
a) De que modo o poeta sugere o som característico dos sapos?
b) Na hierarquia dos sapos, pelo critério da raridade, qual dos sapos mencionados é o mais
simples e comum em nosso país?
c) Nesse poema, os sapos são metáforas de tendências estéticas da literatura brasileira.
Considerando-se a condição precária (“Sem glória, sem fé”) do sapo-cururu, o que ele
pode representar no cenário cultural brasileiro?