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De acordo com o Dicionário Michaelis (online), crença tem diversos significados,

que vão do ato de crer em alguma coisa, passando por alguma ideia religiosa
partilhada por muitas pessoas (que por sua vez representa uma fé, ou credo), e
ainda, certeza ou convicção, se tratando de algo em que se acredita e se tem por
verdadeiro;
Quando uma pessoa afirma: “eu nunca vou conseguir fazer isso”, ou “os homens são
todos iguais”, ou “só encontro mulheres que não prestam”, ou “não mereço o amor de
ninguém”, ou “eu sempre chego atrasado em todo canto”, apenas para exemplificar,
tratam-se de crenças, ou seja, de convicções que limitam o desenvolvimento pessoal.
Mas, de onde surgem tais crenças? Há três fatores que geram as crenças limitantes:
1. traumas ou situações de forte impacto emocional; 2. repetição; 3. Um superego
inflado e opressor. A crença limitante pode ser advinda de um trauma emocional mais
antigo daquele ao qual se tende a atribuir a sua origem. É como dizer que a pessoa,
em determinada situação, volta ao mesmo estado emocional no qual ela se encontrava
quando ocorreu o evento traumático. Porém, trata-se, agora, de uma reverberação, e
não da causa-raiz.
Logo, quando se fala no “emocional”, é preciso ter cuidado para não confundir
certos sintomas (efeitos) com a raiz psicopatogênica (causa), e isso pode acontecer
também com as crenças limitantes. Em outras palavras, a crença limitante pode ser
advinda de um trauma emocional mais antigo daquele ao qual se tende a atribuir a
sua origem. É como dizer que a pessoa, em determinada situação, volta ao mesmo
estado emocional no qual ela se encontrava quando ocorreu o evento traumático.
Se, com Freud, toda e qualquer perturbação psicopatológica é oriunda de um ego
enfraquecido, é facilmente compreensível que, a substituição de algo que atrapalha,
atrasa, inibe, reduz e limita o ser humano, por uma programação mental pautada no
empoderamento, no sentimento de capacidade, autoafirmação, autoconsciência e
autorresponsabilidade, é uma maneira de devolver ao ego seu papel central dentro do
aparelho psíquico. Note-se como a repetição e fixação de crenças, ou convicções
limitantes, apoia-se em alguns padrões que poder-se-ia denominar de estruturais,
como é o caso de generalização e vitimismo, mas também, observa-se a crença na
impossibilidade de se reagir, tomando as rédeas da própria vida. A repetição
viabiliza a fixação, ou incrustação, das crenças limitantes, as quais acabam se
instalando na mente subconsciente (pré-consciente). Como vimos, o legado de um
trauma emocional tem a ver com o surgimento de convicções que, de fato, nos reduzem
e limitam. Todavia, a fixação de crenças limitantes pode ocorrer, também, por meio
da repetição. E enfim, principalmente nós, psicanalistas, precisamos compreender
como, além dos dois fatores acima, a instância superegóica contribua para com a
criação e sustentação de crenças limitantes, principalmente aquelas ligadas à culpa
e à cobrança para consigo mesmo/a.

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