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SUPEREXPOSIÇÃO NAS REDES

Sylvia Plath, uma romancista norte-americana, uma vez mencionou que “nós
desejamos aquilo que irá nos destruir no final”. É quase impossível imaginar
que esta frase faria sentido na sociedade virtual. Segundo uma pesquisa feita
no início de 2022, o mundo possuía, aproximadamente, 5 bilhões de usuários
ativos em alguma rede social. Em outro censo, foi observado que, a cada
segundo, 14 pessoas utilizaram uma rede social pela primeira vez em sua vida.
A presença constante do público nos meios virtuais de comunicação gera a
oportunidade para o surgimento de novas celebridades da internet e a
consolidação delas. Contudo, a busca por essa condição é cada vez mais
intensa e rápida com o avanço das redes para todos os públicos, tendo em
vista um objetivo: a afirmação social.
A influenciadora digital Bianca Andrade foi criticada recentemente por divulgar
o seu cronograma de trabalho onde dizia que o seu filho deveria aparecer em
suas postagens para que o seu engajamento fosse maior. Aqui é possível
observar que essa questão leva à tona a precificação da privacidade, uma vez
que o indivíduo necessita dessa exposição exacerbada para manter seu status
quo e garantir os seus recursos.
Cabe as empresas detentoras desses aplicativos conscientizarem o público
sobre os perigos da superexposição em suas redes sociais e suas reais
consequências, sobretudo no campo psicológico. Outra alternativa é reprimir as
companhias que perpetuam esse tipo de comportamento dentro das
plataformas.
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA: ACESSO À EDUCAÇÃO OU EXCLUSÃO
SOCIAL?
O ensino à distância foi uma medida emergencial adotada após a decisão da
Organização Mundial da Saúde de decretar a pandemia, em 2020, em função
da disseminação da COVID-19. Essa forma alternativa de ensino foi aplicada
através do método online, onde os professores ministravam as aulas para os
alunos com um equipamento conectado à internet.
A quarentena promoveu o fechamento de postos de trabalho e de
estabelecimentos comerciais, culminando na perda de renda de milhares de
brasileiros. Com isso, muitos estudantes não tiveram acesso as salas de aula
virtuais, seja por falta de equipamentos ou pela ausência de uma rede de
internet disponível, o que levou milhões de alunos a se contentarem com um
desempenho ruim dentro das salas de aula ou em exames nacionais e
estaduais.
Durante o isolamento, os jovens foram privados de relações interpessoais por
um longo período. A distância das salas de aula presenciais e a interação física
entre professores e colegas levou uma onda de problemas psicológicos e
físicos, como a ansiedade, depressão e sedentarismo, respectivamente.
Para a resolução dessa questão, cabe ao Estado coibir a exclusão dos
estudantes em vulnerabilidade social do aprendizado dentro do ambiente
virtual, através do envio dos equipamentos necessários para os alunos e
docentes. A liberação gradual das restrições de mobilidade com uma política
de combate a propagação do vírus tornaria palpável a volta segura e práticas
das aulas presenciais, tornando o ensino à distância uma escolha opcional.
PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS NA POLÍTICA
O movimento “Diretas Já” foi uma iniciativa fundada na década de 80 pelos
estudantes, durante a ditadura militar, em prol da democracia e pelo fim do
regime autoritário vigente em território nacional. Após uma constante luta e
dezenas de mobilizações em grande parte das Unidades da Federação,
conseguimos encaminhar a criação de uma nova Constituição e a organização
de eleições diretas a partir de 1989.
Mesmo sob um regime democrático conquistado pela juventude estudantil,
nota-se a descrença do público no tocante à política brasileira, sendo mais
evidente durante as eleições municipais e presidenciais. Em 2020, mais de
23% dos jovens entre dezoito e vinte nove anos se abstiveram na escolha de
seus prefeitos e vereadores.
A instabilidade política, gerada por crises institucionais entre os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, conchavos entre parlamentares e
escândalos de corrupção onde figuras políticas de grande expressividade estão
presentes perpetuam um sentimento desesperançoso para a maioria da
população.
Diante esse cenário, apesar do sentimento geral ser pessimista, cabe a adesão
desses jovens nas movimentações políticas, afinal, foi durante os momentos
mais difíceis que eles conquistaram seus direitos. Como complemento, é válido
o apoio da classe artística para informar, divulgar e incentivar a população o
poder do seu voto e como esse direito determina os rumos do país.

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