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Leia o texto a seguir, intitulado “Pandemia e acessibilidade: Entenda a importância da inclusão e os novos desafios
causados pela Covid-19”, de Brenda Xavier, publicado em 18/02/2021.
A pandemia causada pelo novo coronavírus espalhou-se pelo mundo de forma rápida e impactante, fazendo com que
muitas pessoas se isolassem. Antes de tudo isso, quem é cego, surdo, cadeirante ou tem algum tipo de deficiência física
ou intelectual já enfrentava vários desafios e, com a pandemia, novas barreiras surgiram para a acessibilidade.
Agora, um deficiente visual, que precisa tocar em superfícies ou ter o apoio de outras pessoas, está mais vulnerável do
que nunca. Tocando em diferentes superfícies ou falando com pessoas que ele não sabe se estão usando máscara, como
evitar a contaminação pela Covid-19? Quais são os impactos da pandemia na acessibilidade e no direito de ir e vir?
Thays Martinez, advogada, responsável pela Lei estadual N° 10.784 (atualizada pela Lei Nº 12.907, de 15 de abril de
2008), que garante que cães-guia possam entrar em transporte público, compartilha sua experiência. Ela explica que as
pessoas que têm deficiência visual estão mais vulneráveis à Covid-19, devido à necessidade de contato com pessoas e,
sobretudo, superfícies. “Com a pandemia, as compras online aumentaram, mas muitos aplicativos e sites tornam inviável
o uso por pessoas deficientes visuais”, relata.
Com a visão comprometida, o tato é um dos principais sentidos utilizados por pessoas com deficiência visual. O contato
físico se faz necessário sempre, e é justamente isso que os deixa mais expostos à Covid-19. De acordo com dados do IBGE
no Censo 2010 (gráfico 1), 1.203.353 pessoas têm deficiência visual no estado de São Paulo. O que equivale a 40% do
total de moradores com algum tipo de deficiência.
Sobre as vulnerabilidades que pessoas deficientes enfrentam, Martinez ressalta a importância da consciência de quem
oferece um produto ou serviço – uma reflexão que demanda revisão. “As empresas precisam pensar na inclusão e deixar
que seus serviços sejam acessíveis para todos. A consciência sobre isso precisa ser desenvolvida, e a pandemia nos
mostrou isso”, comenta.
Disponível em <https://aupa.com.br/pandemia-e-acessibilidade/>. Acesso em 02 ago. 2021.
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I. A análise do gráfico confirma que são os portadores de deficiência auditiva os mais prejudicados pelas
dificuldades de acessibilidade durante a pandemia do coronavírus.
PORQUE
II. As vulnerabilidades da acessibilidade são características presentes na vida dos portadores de deficiência e elas
se acentuaram durante o período de pandemia.
Assinale a alternativa correta.
II. Durante a pandemia, a sociedade brasileira tem revelado a solidariedade por meio de atos direcionados a
grupos vulneráveis.
III. Uma sociedade justa é caracterizada por atos solidários que envolvem doações financeiras e por ações que
evidenciam a empatia pelo outro.
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III. De acordo com a pesquisa, mais de 90% dos estudantes da rede pública não
utilizam a internet para o estudo: usam essa rede apenas para assistirem a
vídeos e a programas de entretenimento.
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Leia o texto a seguir, publicado em 8 de agosto de 2021 no site do jornal O Estado de S. Paulo.
Pandemia faz país ter menor número de nascidos em 26 anos
Dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, mostram
que, com a pandemia de covid-19, o número de nascimentos no País em 2020 foi o menor desde
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1994, informam Fabiana Cambricoli e Paula Felix. Foram 2.687.651 recém-nascidos no ano
passado, ante 2.849.146 em 2019, baixa de 5,66%. Os nascimentos já estavam em queda ou em
estabilidade nos últimos anos, mas em ritmo menos acelerado. Entre 2018 e 2019, a diminuição
no número de recém-nascidos havia sido de 3,2%. Entre 2017 e 2018, o país havia registrado
leve alta, de 0,7%. Especialistas dizem que a queda de nascimentos é algo comum em períodos
críticos e não significa que o fenômeno se manterá constante com o passar dos anos. No campo
econômico, as mudanças na pirâmide etária impõem ao país o desafio de aumentar a
produtividade nos anos seguintes.
O impacto da pandemia no número de recém-nascidos foi maior até mesmo que o impacto do
surto de zika e da microcefalia que afetou o país entre 2015 e 2016. Naquele período, em que
muitos casais adiaram a gravidez por medo das sequelas deixadas pelo zika em algumas crianças,
a queda de nascimentos foi de 5,3%. A última vez que o Brasil registrou número menor de
nascimentos do que em 2020 foi há 26 anos, quando, em 1994, 2.571.571 bebês nasceram.
Os dados de 2020 analisados mês a mês demonstram que as maiores quedas porcentuais
ocorreram em novembro e em dezembro, justamente nove e dez meses depois de o coronavírus
ser confirmado no Brasil. Nesses meses, a queda foi de 9%, quase o dobro da média do ano.
Disponível em <https://digital.estadao.com.br/o-estado-de-s-paulo/20210808/281479279470929 >. Acesso em 15 ago. 2021 (com adaptações).
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III. O senso comum não é constituído por análise crítica, método e possibilidade
de comprovação.
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Nesse sentido, o Ministério da Saúde garante que a vacinação é segura e eficaz. “Não há
nenhuma dúvida com relação a isso, por mais que grupos antivacinas queiram aparecer e tomar
espaço na mídia”, reforça Francieli. O Programa Nacional de Imunizações existe há 47 anos e,
atualmente, oferece 18 vacinas no Calendário Nacional de Vacinação de Crianças e Adolescentes,
sete vacinas para adultos e cinco para idosos, disponibilizadas gratuitamente nas salas de
vacinação do Sistema Único de Saúde.
Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/2052-impacto-das-fake-news-nas-coberturas-vacinais>. Acesso em 06 jul. 2021
(com adaptações).
Observe a pintura de Kevin Lee, intitulada “A invisibilidade da pobreza'', e leia o texto a seguir.
certeiro quando responde qual o sentimento relegado à população que vive sem ter onde morar.
"Ah, o sentimento é que você é invisível mesmo, né?".
Invisível aos olhos da sociedade e, muitas vezes, também aos olhos do poder público. As
discussões a respeito do adiamento do censo populacional que seria realizado neste ano lançaram
luz sobre a importância de pesquisas para a formulação de políticas públicas. Políticas essas que
reduzem os níveis de desigualdade, combatem a fome, o desemprego, o abandono escolar e
tantos outros gargalos sociais. O problema é que quem vive na rua não entra nas estatísticas do
Censo.
A única vez em que foi realizado um levantamento nacional exclusivamente sobre a população em
situação de rua foi em 2008, quando foram registradas informações extremamente relevantes e
até inesperadas, como o fato de que 70% dessa população tinha algum tipo de trabalho. Outros
dados, nem tão inesperados assim: 67% dessas pessoas eram negras, retrato do racismo e da
desigualdade no nosso país.
O que o país tem de mais recente sobre a população em situação de rua é uma estimativa
produzida por Marcos Natalino, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
que projetou 222 mil pessoas vivendo nas ruas do Brasil até março do ano passado. O cenário, é
claro, agravou-se durante a pandemia.
"Agora, na pandemia, eles são visíveis à medida que, quando fecha a cidade, menos pessoas
circulam pelas ruas. Os únicos que circulam nas ruas são eles. Então, é um jogo. Ora eles são
visíveis, ora eles são invisíveis. Quando incomodam, são visíveis. Quando não incomodam a ordem
estabelecida, são invisíveis", opina o padre Júlio Lancellotti, que há anos é uma referência no
apoio a quem vive nas ruas.
Disponível em <https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/06/01/podcast-entre-vozes-alerta-para-invisibilidade-de-quem-vive-em-situacao-de-ru
a>. Acesso em 25 jul. 2021 (com adaptações).
II. Segundo o texto, as pessoas em situação de rua são pouco visíveis ao poder
público, e isso implica a criação insuficiente de políticas direcionadas a elas.
III. O objetivo da imagem é mostrar que o menino, mesmo pobre, pode ter
ascensão social, representada pela escada e pela rampa.
IV. De acordo com o texto, a pandemia aumentou a visibilidade das pessoas que
moram na rua porque gerou mais ações de solidariedade.
Leia o texto a seguir, retirado do artigo publicado no site da Fiocruz, complementado pelo artigo
do Instituto Butantan.
Entenda como acontece o estudo clínico de uma vacina
(...)
O processo de pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina é constituído de diversas etapas,
tratando-se, portanto, de um processo de alto investimento. A primeira etapa corresponde à
pesquisa básica e é onde as novas propostas de vacinas são identificadas. Na segunda etapa, há a
realização dos testes pré-clínicos (in vitro e/ou in vivo), que têm por objetivo demonstrar a
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segurança e o potencial imunogênico da vacina. Por fim, há a terceira etapa, composta pelos
ensaios clínicos (fases I, II, III e IV).
A fase I é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por objetivo principal
demonstrar a segurança da vacina. A fase II tem por objetivo estabelecer a sua imunogenicidade
(capacidade que a vacina tem de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos). A
imunogenicidade, frequentemente, é medida por coletas de sangue, utilizando metodologias de
análise adequadas, para avaliar a resposta imunológica à vacina administrada. A fase III é a
última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a sua
eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a
nova vacina poderá ser disponibilizada para a população. A fase IV é o estudo pós
comercialização, em que é analisado o que ocorre já com a vacina disponível às pessoas.
Os critérios para seleção dos participantes do ensaio dependem fundamentalmente do objetivo do
estudo. De modo geral, os participantes devem representar o grupo de indivíduos/população para
os quais o produto foi desenvolvido e aqueles que mais poderiam se beneficiar da intervenção.
Além disso, é necessário selecionar áreas de maior transmissão onde o número esperado de casos
é suficiente para a realização do estudo e interpretação dos resultados.
Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/ /index.php/br/noticias/1992-entenda-como-acontece-o-estudo-clinico-de-uma-vacina>. Acesso em 31
jul. 2021 (com adaptações).
Ensaios clínicos
(...)
A Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan (IB) coordena todos os
ensaios clínicos, desde a fase I até a fase IV, para os imunobiológicos produzidos pelo instituto
incluindo as vacinas. Com isso, ela garante a internalização do conhecimento adquirido com a
realização desses estudos e contribui para a integração de todas as etapas do processo de
pesquisa e desenvolvimento. Cabe ressaltar ainda que esta Divisão também realiza atividades de
farmacovigilância para todos os soros e vacinas produzidas pelo IB, ou seja, realiza
monitoramento contínuo da segurança desses produtos quando eles já se encontram
disponibilizados e em uso pela população.
Disponível em <https://butantan.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos>. Acesso em 31 jul. 2021 (com adaptações).
Leia a charge do cartunista Adão Iturrusgarai e a notícia publicada no portal Bahia Notícias.
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Brasil chega a 152 mi de pessoas com acesso à internet; país tem aumento de 7% em
relação a 2019
No Brasil, tem crescido, ano a ano, o número de pessoas com acesso à internet, e a pandemia
acelerou esse processo. Pesquisa promovida pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil revelou que,
em 2020, o país chegou a 152 milhões de usuários - aumento de 7% em relação a 2019. Com
isso, 81% da população com mais de 10 anos têm internet em casa.
Segundo a Agência Brasil, o coordenador da pesquisa, Fábio Storino, destaca que a pandemia fez
com que os indicadores de acesso à internet apresentassem os maiores crescimentos dos 16 anos
da série histórica.
O crescimento do total de domicílios com acesso à internet ocorreu em todos os segmentos
analisados. As residências da classe C com acesso à internet passaram de 80% para 91% em um
ano. Já os usuários das classes D e E com internet em casa saltaram de 50% para 64% na
pandemia.
Porém Fábio Storino explica que esse acesso à internet é desigual, uma vez que cerca de 90%
das casas das Classes D e E se conectam à rede exclusivamente pelo celular.
A desigualdade de acesso à internet no Brasil reflete-se também no ensino básico. O censo
escolar de 2020 revelou que apenas 32% das escolas públicas do ensino fundamental têm acesso
à internet para os alunos, porcentagem que chega a 65% no caso das escolas públicas do ensino
médio.
Além de aumentar os investimentos em infraestrutura para internet nas escolas, o diretor
executivo da ONG D3e, Antonio Bara Bresolin, que atua na produção de pesquisas para orientar
políticas de educação, afirma que é necessário também capacitar os profissionais da área.
O governo federal espera aumentar a infraestrutura da internet nas escolas a partir do leilão do
5G (...). Segundo o ministro das Comunicações, Fabio Faria, 6,9 mil escolas públicas urbanas que
hoje não têm acesso à internet receberão a infraestrutura nos primeiros anos da instalação do 5G
no Brasil. O edital do 5G prevê investimentos para levar internet de alta velocidade para todas as
escolas em locais com mais de 600 habitantes até 2029.
Disponível em <https://www.bahianoticias.com.br/noticia/261360-brasil-chega-a-152-mi-de-pessoas-com-acesso-a-internet-pais-tem-aumento-7-e
m-relacao-a-2019.html>. Acesso em 23 ago. 2021 (com adaptações).
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Na chamada “black friday”, é comum vermos anúncios como o mostrado na figura a seguir.
Com base nessa situação, avalie as asserções e a relação proposta entre elas.
I. Se o cliente comprar a segunda unidade de um produto que custe R$300,00, pagará o
equivalente a R$225,00 por unidade.
PORQUE
II. O cliente terá 50% de desconto no valor total a ser pago.
Assinale a alternativa correta.
Resposta Selecionada: c. A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa.
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II. Em termos de valor, em 2019, o Oriente Médio foi responsável pela compra
de exatamente metade das compras de carne de frango realizadas pela
China, pela Ásia exceto China e pela União Europeia somadas.
Leia a reportagem a seguir, publicada pela agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Agência FAPESP).
De cada quatro imperadores romanos do Ocidente, apenas um morreu de causas
naturais
De Otávio Augusto (63 a.C. - 19 d.C.) a Constantino XI Paleólogo (1405 - 1453), o Império
Romano teve 175 imperadores. Nesse número, estão computados os governantes do Império
unificado e os governantes do Ocidente e do Oriente, depois da divisão definitiva em 395 d.C. E
estão excluídos aqueles que, sendo menores ou compartilhando o trono, não chegaram a
governar por conta própria, embora possuíssem o título.
Dos 69 imperadores do Império Romano do Ocidente, apenas 24,8% chegaram tranquilamente ao
final do reinado e morreram de causas naturais. Os outros 75,2% morreram de forma violenta, no
campo de batalha ou em conspirações palacianas. Considerando todos os 175 imperadores, 30%
sofreram morte violenta antes do fim do reinado.
Estudo realizado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São
Paulo (ICMC-USP), em São Carlos, investigou o padrão matemático subjacente às trajetórias dos
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imperadores. E mostrou que elas seguem aquela que, em estatística, é chamada de “lei de
potência”.
“Apesar de parecer aleatória, essa distribuição de probabilidade é encontrada em muitos outros
fenômenos associados a sistemas complexos, como o tamanho das crateras lunares, a intensidade
dos terremotos, a frequência com que as palavras aparecem em um texto, o valor de mercado das
empresas e até o número de ‘seguidores’ que as pessoas têm nas mídias sociais”, diz à Agência
FAPESP o cientista de dados Francisco Rodrigues, professor do ICMC-USP e coordenador do estudo.
Todos esses fenômenos obedecem a um padrão que, genericamente, é chamado de “regra
80/20”. Isso significa que, em qualquer um deles, a chance de ocorrer um evento comum é de
80%, enquanto a chance de ocorrer um evento raro é de 20%, aproximadamente. Assim, por
exemplo, 80% das crateras lunares são relativamente pequenas, enquanto apenas 20% são de
fato grandes. O mesmo acontece nas mídias sociais: 80% das pessoas têm, quando muito,
algumas dezenas de seguidores, enquanto 20% têm milhares ou até mesmo milhões. No caso dos
imperadores romanos, o evento raro era não ser assassinado.
“O primeiro a observar esse tipo de relação foi o economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923),
ao estudar a distribuição da riqueza na Europa. Ele constatou que 80% dos recursos financeiros
estavam nas mãos de 20% da população. Ou seja, enquanto a maioria das pessoas detinha
poucos recursos, uma minoria concentrava grande parte da riqueza”, informa Rodrigues.
Além de obedecerem aproximadamente à relação 80/20, as trajetórias dos imperadores romanos
do Ocidente apresentaram também outro tipo de padrão. “Ao examinar o tempo transcorrido até a
morte dos imperadores, observamos que o risco é alto quando o imperador assume o trono. Isso
poderia estar relacionado a dificuldades para lidar com as demandas que o cargo exige e à falta
de habilidade política. Depois, o risco diminui sistematicamente, até os 13 anos de governo. Em
seguida, apresenta um súbito aumento”, conta Rodrigues.
Se a relação 80/20 corresponde a um padrão conhecido, essa mudança brusca na curva de
sobrevivência por volta dos 13 anos de governo foi um achado novo do estudo. “Levantamos
várias hipóteses para explicar esse ponto de inflexão. Pode ser que, após o ciclo de 13 anos, os
rivais do imperador tenham se desalentado diante da dificuldade de chegar naturalmente ao
poder; ou que os antigos inimigos tenham se reagrupado; ou que novos desafetos tenham
surgido; ou que todos esses fatores tenham se combinado para produzir uma conjuntura crítica. O
interessante é que o estudo mostra também que, após esse ponto de mudança, o risco volta a
diminuir”, afirma Rodrigues.
A inflexão aos 13 anos ainda é uma questão a ser respondida. Mas, dando sequência a toda uma
linha de história quantitativa, o estudo mostrou que a análise estatística pode ser um recurso
complementar importante no estudo dos fenômenos históricos. “As formações históricas são
sistemas complexos, compostos por agentes que interagem, colaboram e competem por poder e
recursos. E as ações imprevisíveis dos indivíduos podem produzir padrões de comportamento
coletivos previsíveis – portanto, sujeitos à investigação matemática”, conclui Rodrigues.
O gráfico mostra o tempo de reinado dos imperadores romanos do Ocidente. E posiciona na curva
a probabilidade acumulada (soma das probabilidades) de sobrevivência de quatro imperadores
bem conhecidos. Note-se que a chance de morte violenta é muito alta assim que um imperador
assume o trono. Decresce progressivamente até o 13º ano de governo. Apresenta um ponto de
inflexão nessa data. E volta a diminuir ainda mais rapidamente. Calígula e Nero tiveram reinados
curtos, sofrendo uma morte violenta. Augusto governou por mais de 40 anos e morreu de forma
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natural. A partir de Marcus Aurélio, como a curva não aumenta, a chance de sofrer uma morte
violenta será quase nula, como ocorre com Augusto.
Disponível em <https://agencia.fapesp.br/de-cada-quatro-imperadores-romanos-do-ocidente-apenas-um-morreu-de- causas-naturais/36643/>.
Acesso em 23 ago. 2021 (com adaptações).
II. A regra 80/20, observada pelo economista italiano Vilfredo Pareto, estipula
que a chance de acontecer um evento raro é 80%.
III. O estudo revela que 80% dos imperadores romanos morriam antes de
completar 13 anos de governo.
Leia o poema.
Porta do armário aberta
Marina Colassanti
Abro a porta do armário
como abro um diário,
a minha vida ali
dependurada
meu frusto cotidiano
sem segredos
intimidade exposta
que os botões não defendem
nem se veda nos bolsos,
espelho mais real que todo espelho
entregando à devassa
as medidas do corpo.
Armário
tabernáculo do quarto
que abro de manhã
como à janela
para sagrar o ritual do dia.
Sala de Barba Azul
coalhada de pingentes
longas saias e véus
emaranhados sem que sangue goteje.
Corpos decapitados
ausentes minhas mãos
dos murchos braços.
Do armário minhas roupas
me perseguem
como baú de herança ou
maldição.
Peles minhas pendentes
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em repouso
silenciosas guardiãs
dos meus perfumes
tessituras de mim
mais delicadas
que a luz desbota
que o tempo gasta
que a traça rói
ainda assim durarão nos seus cabides
muito mais do que eu sobre meus ossos.
Nenhuma levarei.
Irei despida
deixando atrás de mim
a porta aberta.
COLASSANTI, Marina. Rota de colisão. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
II. Metaforicamente, o poema tem por objetivo revelar, por meio do armário e de
suas roupas penduradas, a perda de um amor.
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Algo muito estranho está acontecendo no mundo atual. Vivemos melhor do que qualquer outra
geração anterior. Pessoas são saudáveis graças às ciências da saúde. Moram em residências
robustas, produto da engenharia. Usam eletricidade, domada pelo homem devido ao seu
conhecimento de química e física. Paradoxalmente, essas mesmas pessoas ligam seus
computadores, tablets e celulares para adquirir e disseminar informações que rejeitam a mesma
ciência que é tão presente em suas vidas. Vivemos num mundo em que pessoas usam a ciência
para negar a ciência.
KOWALTOWSKI, Alicia. Usando a ciência para negar a ciência. 2019. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/ (com adaptações). Acesso em
02 ago. 2021.
II. A charge tem por objetivo contrapor um professor arcaico com as novas
tecnologias, que permitem assimilar o conhecimento de forma mais rápida.
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II. O poema afirma que a voz da atual geração expressa a liberdade, sem ecos
do passado, pois a escravidão acabou.
orgânico e da respiração das plantas. A diferença a favor da coluna das absorções em relação à
coluna das emissões é pequena, de cerca de 2%, mas suficiente para tornar as florestas,
sobretudo as densas e exuberantes matas tropicais, importantes sumidouros de carbono. Esse
termo é usado para designar as áreas em que as absorções de carbono superam as emissões.
Por ser a maior floresta tropical, com cerca de 80% de sua área ainda preservada, a Amazônia é
considerada um dos mais importantes sumidouros de carbono. Mas estudos feitos ao longo dos
últimos 10 anos, com o emprego de diferentes metodologias analíticas, como dados de satélites,
registros de crescimento e mortalidade de árvores e amostras sistemáticas do ar sobre a floresta,
indicam que o leste da Amazônia virou uma fonte de carbono na década passada, ou seja, a
quantidade de CO2 que saiu desse setor do bioma superou a que entrou. A situação é
particularmente preocupante no sudeste da Amazônia, entre Pará e Mato Grosso, região em que
fica o chamado Arco do Desmatamento, que concentra o grosso das intervenções humanas,
sobretudo o desflorestamento, sobre a área.
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Leia o trecho a seguir, extraído do Atlas da Violência 2020, uma publicação do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS), houve
57.956 homicídios no Brasil em 2018, o que corresponde a uma taxa de 27,8 mortes por 100 mil
habitantes – o menor nível de homicídios em quatro anos. Essa queda no número de casos
remete ao patamar dos anos entre 2008 e 2013, em que ocorreram entre 50 mil e 58 mil
homicídios anuais.
O gráfico abaixo mostra que a diminuição das taxas de homicídio aconteceu em todas as regiões,
com maior intensidade no Nordeste. Desde 2016, esse índice de violência vinha diminuindo nas
regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. No gráfico, chama a atenção a reversão da tendência de
aumento das mortes no Norte e Nordeste e o aumento da velocidade de queda no Sul e Sudeste.
Diante do quadro da redução, em 12%, das taxas de homicídio no país, entre 2017 e 2018, que
passou de 31,6 para 27,8 por 100 mil habitantes, fica a pergunta: quais fatores poderiam explicar
essa notável diminuição? Trata-se de alguma mudança institucional súbita ocorrida a partir de
2017? Ou a redução das mortes violentas, nesse ano, pode ser explicada pela própria dinâmica da
criminalidade que já vinha se desenrolando nos anos anteriores?
De outro modo, no Atlas da Violência 2019, já havíamos chamado a atenção para a tendência de
queda de homicídios que abrangia gradualmente cada vez mais Unidades da Federação (UFs), nos
dez anos anteriores a 2017. Naquele documento, apontamos as principais razões que estariam
influenciando a queda dos homicídios pelo país afora até 2017, a saber: i) a mudança no regime
demográfico, que fez diminuir substancialmente, na última década, a proporção de jovens na
população; ii) o Estatuto do Desarmamento, que freou a escalada de mortes no Brasil e que
serviu de mecanismo importante para a redução de homicídios em alguns estados, como São
Paulo, que focaram fortemente na retirada de armas de fogo das ruas; e iii) políticas estaduais de
segurança, que imprimiram maior efetividade à prevenção e ao controle da criminalidade violenta
em alguns estados.
Destacamos ainda, no Atlas da Violência 2019, que um quarto fator que conspirou a favor do
aumento dos homicídios, entre 2016 e 2017, em alguns estados, sobretudo do Norte e do
Nordeste, foi a guerra desencadeada entre as duas maiores facções penais no Brasil (Primeiro
Comando da Capital – PCC e Comando Vermelho – CV) e seus parceiros locais, que eclodiu em
meados de 2016, gerando número recorde de mortes no Acre, Amazonas, Pará, Ceará,
Pernambuco e Rio Grande do Norte.
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Ocorre que uma guerra custosa, imprevisível e duradoura, sem um contendor com vantagens ou
supremacia clara, é inviável economicamente. Depois de cerca de um ano e meio das
escaramuças em alta intensidade – no eixo do tráfico internacional de drogas, nas rotas do alto do
Juruá, Solimões e nos estados nordestinos –, em que membros das duas maiores facções penais
se matavam mutuamente, a intensidade dos conflitos diminuiu. O movimento das guerras de
facções em 2016 e 2017 e o subsequente armistício, velado ou não, a partir de 2018, explicariam
por que os supramencionados estados do Norte e Nordeste foram aqueles com maiores aumentos
nas taxas de homicídio, em 2017, e maiores quedas em 2018.
Para finalizar, acreditamos que um quinto fator que pode ter contribuído para a redução
substancial dos homicídios, em 2018, diz respeito à piora substancial na qualidade dos dados de
mortalidade, em que o total de mortes violentas com causa indeterminada (MVCI) aumentou
25,6%, em relação a 2017, fazendo com que tenham permanecido ocultos muitos homicídios. Em
2018, foram registradas 2.511 MVCI a mais, em relação ao ano anterior, fazendo com que o ano
de 2018 figurasse como recordista nesse indicador, com 12.310 mortes cujas vítimas foram
sepultadas na cova rasa das estatísticas, sem que o Estado fosse competente para dizer a causa
do óbito, ou simplesmente responder: morreu por quê?
Disponível em <https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/3519-atlasdaviolencia2020completo.pdf>. Acesso em 10 ago. 2021 (com
adaptações).
II. Entre 2013 e 2018, todas as regiões apresentam tendência de queda da taxa
de homicídios.
III. O texto sugere que o súbito aumento da taxa de homicídio entre 2016 e 2017
nas regiões Norte e Nordeste pode ser explicado por conflitos entre facções
criminosas, que cessaram em 2018.
IV. A população brasileira em 2018 era maior do que 208 milhões de habitantes.
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