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NO NOROESTE DO PARANÁ
Palavras-chave.Planejamento produção.
Planejamento de Recursos. MRP II.
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making processes and supports the planning Uma das ferramentas que apresenta
area decisions. Not to mention the increasing melhor resultado para a finalidade exposta é
synergy between the areas, which are o MRP II (Manufacturing Resource Planning)
committed to working in an integrated way in ou Planejamento de Recursos de Manufatura,
the pursuit of customer service. This article que é um poderoso Software sincronizador
shows a monitored implementation of a que combina simulação e modelos
software (MRP II) in a food industry located heurísticos (capacidade de um sistema fazer
in the northwest of the state of Paraná from inovações e desenvolver técnicas de forma
2006 to 2008, limiting the planning / prototype imediata e positivas para um determinado
stages, implementation and evaluation of the fim), para construir uma programação com
results obtained by this application, seeking capacidade finita e determina os recursos de
demonstrate the benefits of the activities. acordo com as prioridades de entregas com
a real capacidade de produção.
Keywords. Production planning. Resources Mas para que se obtenha sucesso
planning. MRP II. na utilização desta ferramenta, é importante
que a empresa tenha uma boa estrutura
não só em T.I. (Tecnologia de Informação),
mas também um sistema administrativo
1. INTRODUÇÃO
bem organizado para que possa auxiliar o
mais breve possível a transição do sistema
Nos últimos anos as empresas
tradicional para um com sistema sincronizado
tem enfrentado uma constante evolução
que possibilite os resultados esperados.
no mundo dos negócios, levando a uma
A área de planejamento e controle da
necessidade crescente na adequação dos
produção (PCP) é um dos pontos primordiais
sistemas produtivos e por consequência na
dentro da Gestão da Produção. De acordo
gestão empresarial como um todo.
com Corrêa (2001), o PCP é o coração
Em todos os setores, existe uma forte
dos processos produtivos. Desta forma, os
concorrência que leva a uma forte pressão
sistemas de planejamento e controle da
para a melhoria contínua na qualidade dos
produção (SPCP) são sistemas que provêem
produtos e serviços, com redução de custos informações e que trazem um gerenciamento
e constante inovação, tudo isto pensando eficaz do fluxo de materiais, da utilização de
no atendimento a um cliente cada vez mais mão-de-obra e equipamentos, integrando
exigente no que diz respeito a sua satisfação. a coordenação das atividades internas
Para que o PCP (Planejamento e com os fornecedores, distribuidores e a
Controle de Produção) possa atingir seus comunicação/interface com os clientes
objetivos, é necessário que este consiga (GODINHO FILHO, 2004).
administrar as várias informações das O conceito de MRP II, segundo
áreas de uma empresa, sendo responsável Jesus (2007), surgiu a partir da necessidade
em coordenar a melhor aplicação possível de planejar materiais e foi expandido e
dos recursos para que se possam atender integrado com outras áreas da empresa que
os mais diferentes níveis de planejamento são primordiais para gestão da produção, a
(estratégico, tático e operacional). figura 1 abrange a evolução deste processo.
Neste sentido, para atender esta Com este mecanismo de planejamento e
complexidade atual dos sistemas logísticos, controle de produção estendida para as
é necessário fazer uso de ferramentas que demais áreas da organização, a mesma
possam dar o melhor suporte possível na ganha um aumento no poder de decisão e
tomada de decisões. torna-se mais focada nos seus objetivos.
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Por outro lado, os sistemas MRP tos e comercial completando mutuamente
quando bem implantados, permitem moni- o processo de melhoria do sistema logísti-
torar a dinâmica do processo de produção co. Neste projeto, surgiu a necessidade de
na fábrica. Neste sentido, estão mais próxi- sistematizar as informações para tornar o
mos do conceito de Sistema de Informação planejamento uma área de decisão proativa
do que de um Sistema de Programação da e rápida diante do dinamismo do processo.
Produção (LAURINDO, 2000). Assim, foi adquirida uma ferramenta de mer-
Muitas empresas, que implementa- cado que trouxe um modelo sistematizado e
ram sistemas do tipo MRP, o fizeram com in- estrutural para o processo de planejamento
tuito de reduzir estoques de matérias-primas de produção da empresa analisada.
e materiais em processo para promover a
redução de custos e aumentar a competitivi- 3.1. Estruturação e Implantação do Pro-
dade de seus produtos em mercados de alta cesso de Planejamento
concorrência. Em junho de 2006 foi decidido pela
alta direção da empresa a necessidade
da aquisição de uma ferramenta, que
2. METODOLOGIA pudesse flexibilizar o poder de decisão do
planejamento, diante da complexidade das
Para a realização desta pesquisa variáveis envolvidas neste processo.
optou-se pelo estudo de caso, uma vez que Uma vez escolhida a ferramenta pela
segundo Yin (2001), os estudos de caso não equipe de implantação, iniciou-se o proces-
necessitam de análises estatísticas e planos so de envolvimento das áreas de tecnologia
de amostragem, uma vez que pretendem de informação, produção e planejamento de
apenas conhecer de forma aprofundada produção, sendo que dois facilitadores perti-
aspectos qualitativos de alguma situação nentes à área de PCP foram sensibilizados a
específica no setor pesquisado. respeito da aquisição e do processo de im-
O estudo de caso foi realizado em plementação da mesma.
uma empresa de grande porte do Noroeste do Após o processo de aquisição e sen-
Paraná, na qual foi feito o acompanhamento sibilização, foi iniciada a etapa de Estrutu-
presencial do processo de implantação do ração das Informações. O planejamento e
MRP II. execução da implantação do Software na In-
dústria foram acompanhados por uma con-
sultoria especializada neste processo.
3. RESULTADOS
3.1.1 ESTRUTURAçãO DAS INFORMA-
Desde 2005 a indústria analisada ini- çõES
ciou um processo de implantação do Projeto A área de planejamento da empresa
de Logística Integrada, visando à busca de antes da implementação do software não
sinergia nos elos da cadeia de suprimentos possuía uma estruturação de dados. Muitas
e a quebra de diversos paradigmas, tirando informações não eram conhecidas ou não
de foco o principal objetivo da organização estavam vinculadas aos colaboradores do
que é o cliente. setor interessado (informações vagas).
Neste contexto de mudanças, foi cria- Na área de Planejamento dos
da uma área de planejamento com o intuito Materiais, foi realizado o mapeamento
de integrar as áreas de produção, suprimen- do conteúdo estocado surgindo assim o
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grupamento destes e posterior elaboração que, qualquer volume acumulado gera
da Curva ABC (figura 3). Segundo Carvalho custo para a empresa. Sendo assim, a
(2002), a curva ABC é um método de visualização desse impacto através da Curva
classificação de informações, para que se ABC, permite que o setor estabeleça as
separem os itens de maior importância ou políticas de estoque necessárias para o bom
impacto. Em áreas de estocagem, é uma gerenciamento dos materiais equilibrando
poderosa ferramenta de identificação do a necessidade do sistema produtivo com a
impacto financeiro dos materiais uma vez estocagem enxuta.
O item que agrega maior valor ao (ciclo de produção), giro de materiais, lote
montante estocado é Embalagens, que mínimo de entrega, perecibilidade, espaço
impacta em 35% sob o valor total dos itens de armazenagem e disponibilidade (nacional
da área e é, aproximadamente, o triplo do ou importado).
segundo colocado (Importados e Críticos) Com relação à política de estocagem
tornando-se o grupo de maior importância. dos produtos acabados (P.A), foram criados
Este é um exemplo de análise que deve ser critérios (tabela 1) que visam manter
obtida através da curva ABC. O entendimento o foco de previsão diária da demanda,
da participação de cada grupo no sistema ponto de ressuprimento e estoque mínimo.
produtivo como um todo, permite estabelecer Estas variáveis estabeleceram equilíbrio
políticas de estoque que envolve a definição possibilitando a construção da política
de um estoque mínimo, de segurança e de gestão de produtos acabados que irá
máximo. Nesta etapa devem-se levar em auxiliar as tomadas de decisões da área de
consideração, informações de lead time planejamento.
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Tabela 1. Modelo Política dos produtos acabados.
SKU Orçado Previsão No Prod. Variação Estoque Ponto Estoque Prod.
Mês Diária Mensais COML Mínimo Ressuprimento Máximo Máxima
Produto 1 8.552 276 2 15% 1.283 641 5.250 4.500
Produto 2 28.224 910 2 15% 4.234 2.117 16.500 14.250
Produto 3 2.200 71 2 15% 330 165 1.500 750
Produto 4 4.500 145 2 15% 675 338 2.704 2.288
Produto 5 700 23 2 15% 84 84 800 600
Fonte: Pesquisa de Campo
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manutenção máquinas, redução da Neste momento, foi possível perceber
velocidade de um determinado período, que a programação gerada pelo sistema era
férias, entre outros. compatível em relação à programação feita
Outra funcionalidade importante é a até então.
possibilidade de se ter um cadastro distinto Neste período de comparação foram
para cada planta, máquina, ferramenta, ou necessários vários “ajustes finos” nos pa-
mão-de-obra. râmetros da ferramenta para que a mesma
atendesse a demanda e utilizasse de forma
3.2.2 INíCIO DA UTILIzAçãO DA FERRA- enxuta os recursos disponíveis no processo
MENTA de produção.
Após a conclusão da interface, dos Através do uso da ferramenta foi
cadastros básicos e do modelo final do pro- possível construir vários novos cenários,
tótipo, iniciou-se o processo de programação onde era possível comparar situações de
com a ferramenta, comparando com as práti- curto, médio e longo prazo, relacionados à
cas existes até então de programação. Estas gestão de produção.
utilizavam, basicamente, planilhas eletrôni-
cas com informações de forma não integra- 3.3 Novo perfil das rotinas de planejamento
das em vários módulos de sistemas e que Com a implantação da ferramenta
não trocavam informações entre si. foi possível estabelecer uma nova estrutura
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nas rotinas das atividades do planejamento A figura 4 sintetiza o processo de pla-
conforme o comparativo das figuras 4 e 5 nejamento de produção com era antes da
abaixo: implantação da ferramenta adquirida.
A figura 5 representa o fluxo atual das da minimizando os imprevistos que até en-
informações de forma sistematizadas e inte- tão ocorriam com maior frequência segundo
gradas dando maior agilidade ao processo. o relato dos operadores.
Como resultados intangíveis, foi per- Foi possível observar também, uma
cebido o aumento da agilidade nas análises melhor na sinergia entre os setores de Com-
do setor refletindo em tomadas de decisões pras e Produção tendo em vista a melhor
mais rápidas e melhoria no atendimento à exposição das informações aos setores uti-
demanda com melhor aplicação dos recur- lizando o MRPII.
sos. A implantação do sistema permitiu
A qualidade de decisões também foi a melhor gestão de estoques de insumo e
observada visto que, estas deixaram de ter produtos acabados que antes não passavam
características de uma cultura reativa e pas- por análises constantes devido ao dificultoso
saram a ser proativas com atividades a cur- acesso às informações.
to, médio e longos prazos.
A visualização gráfica oferecida pelo
programa permitiu a melhor elaboração de 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
vários cenários agregando qualidade nas
análises e solução dos problemas. O sistema MRP II apresentou-se
Em relação aos setups, verificou-se como uma ferramenta adequada na gestão
que a utilização da ferramenta permitiu a de planejamento permitindo integrar diver-
melhoria no desenvolvimento dessa ativida- sas áreas tais como: comercial, produção,
de fluindo melhor suas etapas, já que, uma planejamento e controle de produção, manu-
cultura de planejamento eficaz foi implanta- tenção e pesquisa e desenvolvimento. Com
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isso o sistema produtivo e informativo fluiu REFERÊNCIAS
de maneira proativa e eficaz, além de pro-
porcionar um maior comprometimento dos CARVALHO, J. M. C. Logística. 3ª ed. Lisboa:
envolvidos com todo o processo. Edições Silabo, 2002.L
Outro ponto importante a destacar, é
CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G.
que o sucesso da ferramenta esta condicio-
N.; CAON, Mauro. Planejamento, Programa-
nado ao envolvimento de todos os colabora-
dores ligados direto ou indiretamente ao pro- ção e Controle da Produção: MRP II/ERP:
cesso, não só durante a implantação, mas Conceitos, Uso e Implantação. 4. ed. São
também no decorrer do uso/aprimoramento Paulo: Atlas S. A., 2001.
da ferramenta. GODINHO FILHO, Moacir; CAMPANINI, Lu-
Os resultados mais significativos da ciano; VITA, Romano Augusto S. Guerra. A
ferramenta foram percebidos a médio e lon- interação MRPII–CPM: estudo de. Revista
go prazo, em especial pela nova cultura de
Produção, São Carlos, v. 4, n. 1, p.31-43,
integração no processo de planejamento,
2004.
lembrando que o MRP II é uma ferramen-
ta auxiliar no processo decisório, cabendo JESUS, R.., & OLIVEIRA, M., O., F., IM-
sempre ao planejador através de análise cri- PLANTAçãO DE SISTEMAS ERP: TECNO-
tica tomar a melhor decisão para cada cená- LOGIA E. Revista de Gestão da Tecnologia e
rio apresentado. Sistemas de Informação, Espírito Santo, v. 3,
Por fim, os resultados alcançados fo- n. 3, p.315-330, 2007.
ram consideráveis com a utilização da ferra- LAURINDO, Fernando José Barbin; MES-
menta, pois se mostrou eficiente no apoio a
QUITA, Marco Aurélio de. MATERIAL RE-
tomada de decisões, visando o atendimento
QUIREMENTS PLANNING:. Gestão&produ-
ao cliente, através do acesso rápido a in-
formações relevantes do sistema produtivo. ção, São Paulo, v. 7, n. 3, p.320-337, 2000.
Apontando desta forma, a potencialidade da YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamen-
implementação da ferramenta por empresas to e Métodos, Tradução: Daniel Grossi, Porto
do setor de alimentos. Alegre: Brookman, 2ª Ed., 2001.