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MORAR JUNTOS

E SEM BRIGAS
PARA QUE O DINHEIRO (OU A FALTA DELE) NÃO NOS SEPARE

Um guia pra quem quer morar junto sem brigar por questões financeiras
O que esperar deste ebook:
1. Antes de qualquer coisa: o que considerar antes de
morar junto
2. Primeiros passos: nada é fácil na prática – “vamos
por os pingos nos is”
3. 10 Dicas para serem seguidas no dia a dia
4. Não vamos nos matar por causa de dinheiro – mas e
se isso já estiver ocorrendo?

Você vai encontrar neste e-book:


Neste e-book você encontrará uma série de dicas para
planejar a sua vida a dois, vivendo sob o mesmo teto, sem
ter dores de cabeça por conta de dinheiro. Vamos falar
sobre o que é preciso combinar antes de morar junto, dar
dicas úteis para que o casal consiga chegar a um
equilíbrio na forma como lida com o dim dim e também o
que é preciso fazer quando a situação já chegou a um
limite do aceitável e as brigas já começaram a ocupar boa
parte do tempo.

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INTRODUÇÃO
Morar junto com a pessoa que amamos pode ser um
sonho. Dormir junto, acordar junto, fazer compras
juntos, gastar juntos, pagar contas juntos.. epa, espera aí,
esta parte não parece ser assim tão legal, não é mesmo?
Vamos falar com toda sinceridade então: dinheiro, ou
melhor, a forma como um casal lida com ele, pode ser
algo crucial em um relacionamento. Por esta razão, antes
de juntar os trapinhos, é fundamental conversar,
estabelecer algumas regras, e estar disposto a realizar
algumas mudanças se preciso.

Morar junto é bem diferente de namorar estando em


casas separadas. Só sabe quem passa por isso na prática.
E se até então, seu dinheiro era unicamente seu, e o dele
(ou dela) unicamente dele, ao partilhar o mesmo teto
acaba sendo inevitável ter que dividir contas comuns e
até pensar em guardar um pouco para determinados
objetivos do casal. Estamos aqui para te ajudar neste
caminho! Uma boa leitura e conte conosco!

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1. ANTES DE QUALQUER COISA: O QUE CONSIDERAR
ANTES DE MORAR JUNTO
LIST
CHECK

O primeiro ponto a ser considerado é que, ao passar a morar


juntos, duas pessoas com histórias diferentes, criações diferentes,
hábitos e crenças diferentes, terão que estar dispostas a achar um
equilíbrio. Se isso vale para os muitos aspectos da vida de quem se
casa (ou junta os trapinhos), também vale para a questão financeira.

Se até então ele gastar metade do salário para comprar coisas


eletrônicas era unicamente um problema dele, ou ela se endividar
comprando roupas e bolsas mensalmente era um problema só dela,
quando passamos a compartilhar a vida juntos é fundamental que
algumas coisas estejam claras. Caso contrário, acredite, vocês vão
começar a brigar frequentemente por conta disso e não há
relacionamento que aguente.

É interessante conversar sobre planos e objetivos comuns antes


de passarem a morar juntos. Quais seriam as suas respostas para as
seguintes perguntas:

- Vocês estarão alugando um apartamento ou comprando?


- Se estiverem alugando, existe intenção de comprar em algum
momento? Quando?
- A renda mensal dos dois consegue suprir o valor do aluguel e de
outras despesas fixas como energia, internet, tv a cabo e etc?
- Qual será a parte de cada um nas despesas? Meio a meio? Ou
quem ganha mais paga mais?
- Vocês terão uma conta conjunta para as despesas da casa?

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- E para uma eventual poupança ou algo do tipo?
- E se um dos dois perder o emprego ou não puder contribuir por
um tempo? É viável que apenas um dos parceiros aguente as pontas
temporariamente?
- Pretendem ter filhos? Quando? Será preciso poupar dinheiro
para isso?
- Pretendem ter uma rotina que envolva viagens frequentes? De
onde sairá o dinheiro para isso?
- Há algum ou alguns objetivos comuns que requeiram
economizar ou investir uma quantia mensalmente?

Que fique claro: todas estas questões são super importantes e


devem ser conversadas. Vocês não estarão perdendo tempo,
estarão ganhando qualidade de vida na relação, pois se descobrirem
apenas no dia a dia que há diferenças incríveis com relação à forma
com quem lidam com o dinheiro, e estas diferenças começarem a
pesar e atrapalhar, será muito pior. Então, se nada disso foi discutido
até agora, separe um tempo e tenha uma DR do bem antes de
qualquer coisa.

Imagine, por exemplo, que você gostaria de guardar uma quantia


para conquistar a independência financeira em alguns anos. Se o seu
parceiro não tem a menor intenção de ajudá-la a fazer isso, será
preciso deixar claro o quanto contribuirá com as coisas comuns para
que ainda possa realizar seus objetivos, entende? Caso contrário
você pode se frustrar e essa frustração poderá acabar com a relação.
E vice-versa.

Um outro exemplo é se você, até então, tinha o costume de usar o


cheque especial todos os meses, meio que contando com ele como
uma receita extra. Agora esta questão terá que ser revista,
especialmente se o seu companheiro for uma pessoa bem regrada
financeiramente. Quem costuma estar com dívidas o tempo todo
(veja bem, não falamos de uma emergência, mas de um “costume”
mesmo), acaba gerando problemas para si e colocando os outros na
dança também. Nem todo mundo aguenta. Mais um vez, é outro
motivo para as brigas começarem.

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2. PRIMEIROS PASSOS: NADA É FÁCIL NA PRÁTICA –
“VAMOS POR OS PINGOS NOS IS”

Pois bem, conversa tida, primeiro passo dado. Agora é pensar no


dia a dia. Não pense que algumas coisas são fáceis. É na rotina que as
coisas começam a se perder, por isso é importantes colocarmos tudo
no papel.

Primeiramente é preciso entender claramente qual será a receita


comum do casal. Isso será feito uma vez que tenham combinado lá
atrás o quanto cada um está disposto a gastar nesta nova etapa.
Feito isso, é preciso conhecer as despesas. Além do aluguel, ou
apenas do condomínio e IPTU (se o imóvel for próprio), quais outras
despesas fixas entrarão no bolo? Internet? Netflix? Luz? Gás?
Mobiliário? Algo mais? Anotar tudo em planilha é fundamental, e
deve ser uma planilha exclusivamente para os gastos do lar.

É importante também anotar as datas de pagamentos das contas

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fixas, que geralmente costumam ser sempre as mesmas, assim
vocês conseguirão se programar melhor também. E quem vai pagar
as contas? Esta tarefa pode ficar por conta da pessoa mais
organizada do casal, certo? É interessante guardar os comprovantes
pelo menos por um tempinho caso haja algum problema.

E além das despesas fixas, há despesas variáveis que


inevitavelmente acontecerão todos os meses, mas apresentarão
mudanças de preço. É o caso das compras de supermercado e das
despesas com passeios fora de casa, como idas a restaurantes. Quem
pagará o quê neste caso? É melhor combinar e até anotar (com
cuidado, claro, para que a relação não vire um anota-anota, mas sim
algo organizado para evitar brigas).

De repente, um dos parceiros pode pagar o restaurante em um


dia e o outro paga o delivery de pizza em outro dia. Ou em
determinado mês um faz a compra do supermercado e o outro deixa
para ajudar no próximo, quando estará mais folgado
financeiramente.

Algo interessante é estabelecer um limite para os gastos


conjuntos. Vamos pensar que um de vocês gostaria de ter uma TV
nova, e o outro está louco para trocar aquele sofá. Que tal
estabelecer um limite mensal para este tipo de coisa? Cuidado com
os parcelamentos também, pois quando a fatura chega ela pode
consumir de cara parte do orçamento.

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3. 10 DICAS PRÁTICAS PARA SEREM SEGUIDAS NO
DIA A DIA

É normal que os primeiros meses morando juntos sejam um


pouco conturbados com relação à organização das finanças.
Primeiro, porque em geral ninguém pensa muito nisso. Depois,
porque se trata de algo novo para o casal, por isso seguir algumas
dicas pode ajudar bastante! Separamos 10 a seguir:

1) Façam uma planilha apenas com contas fixas e variáveis


relacionadas à casa e despesas comuns, com as respectivas datas de
pagamento.

2) Combinem quem paga o quê e quem vai responder por pagar as


contas e guardar os comprovantes.

3) Pensem em ter uma conta comum para um sonho comum, uma


viagem a dois por exemplo, onde cada um se compromete a colocar
um pouquinho de dinheiro sempre que sobrar ou, se for o caso, em
uma data certa.

4) Se houver um sonho muito concreto com data para se realizar


(vocês querem juntar uma entrada para a casa própria, por
exemplo)os dois devem ter consciência de que será preciso poupar

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em determinados momentos, abrindo mão, talvez, de prazeres
momentâneos em nome de algo maior.

5) As compras de supermercado podem ser divididas: uma vez um


paga, outro vez o outro paga. Mas não há problema também se
aquele que estiver melhor financeiramente resolver pagar.

6) Anotem gastos que geralmente não são anotados, como um


jantar especial no meio da semana, a compra do sofá novo e etc. Isso
vai servir para entenderem melhor onde o orçamento está indo.

7) Estabeleçam prioridades, pois nem tudo que queremos pode


ser adquirido imediatamente. De repente é preciso colocar em
ordem de prioridade realmente.

8) Estabeleçam limites para desejos comuns, como a compra


conjunta de determinados itens para a casa. Até quando seria o ideal
gastar por mês nestes itens?

9) Planejem mensalmente. Como algumas coisas podem mudar,


vale a pena conversar meia hora todo mês para traçar objetivos de
médio e longo prazo.

10) Considerem também as prioridades individuais de cada um.


Esta dica é importante porque, apesar de agora dividirem o mesmo
teto, não se pode esquecer que cada um continua tendo seus gostos
e objetivos pessoais, que muitas vezes são diferentes dos do outro.
Isso significa que você pode dar valor a algo que seu companheiro
não dará, e vice-versa. Por isso, essas coisas também devem entrar
na conta. Morar junto não significa perder a individualidade, então
cada um também precisa continuar tendo o direito de usar parte do
dim dim para coisas que lhe tragam felicidade. Senão, é claro,
ninguém aguenta!

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4. NÃO VAMOS NOS MATAR POR CAUSA DE DINHEIRO
– MAS E SE ISSO JÁ ESTIVER OCORRENDO?
É muito ruim quando uma relação começa a entrar em conflito
por conta de questões financeiras, e infelizmente isso é muito
comum. Tanto por conta da falta de dinheiro quanto por conta da
falta de conversa relacionada à forma como o casal lida com o
dinheiro. Se isso estiver ocorrendo, é preciso parar, respirar, e
lembrar do começo, quando nada disso ainda acontecia! Depois,
uma boa e sincera conversa se torna fundamental para organizar as
coisas.

Primeiramente, coloquem na mesa todos os problemas. O que


está acontecendo? É a falta de dinheiro? A desorganização nos
gastos? Dívidas? Falta de prioridades? É preciso dar um passo atrás e
começar do zero, seguindo todos os passos que sugerimos
anteriormente. Ponham tudo npo papel e estejam dispostos a ouvir
um ao outro. O que está acontecendo hoje e onde pretendem chegar
daqui um tempo? É preciso mexer em alguma coisa?

Deve-se considerar, como já dissemos, que cada parceiro pode


encontrar felicidade em determinadas coisas e, portanto, ter
vontade de gastar o dinheiro nelas. Porém, quando se mora junto,
também é preciso considerar que, além da individualidade, também
deve haver objetivos conjuntos, afinal vocês são um casal certo? Se
fosse diferente, bastaria dividir o apartamento ou a casa com um
amigo e não haveria questões do tipo.

Também é preciso considerar que se as brigas estiverem


ocorrendo por questões emergenciais, como o desemprego de uma
das partes por exemplo, é preciso ter um pouco de paciência pois
certamente não é algo que o parceiro desejaria estar passando.
Neste caso, companheirismo e organização são fundamentais. É
preciso combinar as prioridades, fazer um pouco mais de economia,
e aguentar as pontas enquanto o outro se reorganiza
financeiramente. Lembre-se que hoje isso acontece com ele (ou ela),
mas amanhã pode ser com você. É nestes momentos de conflito que
uma relação pode acabar ou se fortalecer ainda mais!
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A seguir, confira alguns pontos que vocês precisam considerar se
a relação já estiver sendo contaminada por brigas relacionadas às
finanças:

1. O problema é temporário, como o desemprego de uma das


partes? Estabeleçam prioridades, coloquem receitas e despesas
absolutamente necessárias no papel, e entendam que o perrengue é
temporário e, para sair dele, o casal precisa colaborar. Enquanto um
segura as pontas, o outro se reorganiza.

2. Vocês já sentaram para organizar as receitas e despesas


comuns? Se isso nunca foi feito e as contas sempre foram
consideradas uma questão de menor peso na vida a dois, chegou a
hora de reconsiderar. É somente entendendo exatamente o que está
havendo que será possível enxergar onde vocês estão errando.

3. Já estabeleceram as prioridades comuns e individuais? Da


mesma forma, se vocês nunca sentaram para considerar as
prioridades individuais e as do casal, também é hora de fazer isso.
Onde vocês querem estar daqui a alguns anos? Para isso é preciso
organizar melhor as finanças desde já?

4. Já se colocaram no lugar do parceiro? O que é importante para


o outro pode não ser importante para você. É preciso dosar sonhos
comuns e sonhos individuais, senão a vida a dois pode se tornar
muito chata. Se coloque no lugar do parceiro e estabeleça limites e
brechas para os gastos.

5. Estão dispostos a melhorar as coisas? Esta é a pergunta mais


importante, afinal, para que tudo melhore é preciso que ambos
estejam dispostos a melhorar e relalizar as mudanças necessárias
para isso. Se apenas um dos parceiros faz isto, a relação já está
fadada ao fracasso pois ninguém consegue tocar uma vida a dois
sozinho, entende? Tenham uma conversa franca e descubram as
respostas para essa pergunta tão importante!

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Conclusão
Esperamos que este e-book ajude a tornar a vida a
dois algo mais simples com relação às finanças. Muitas
vezes é preciso apenas um pouco de organização e
conversa para evitar que momentos tão preciosos sejam
tomados por crises que poderiam facilmente ser
evitadas. Portanto, se você chegou até aqui é porque se
importa em deixar tudo certinho desde o início ou, ainda,
está disposto a resolver eventuais problemas que
tenham surgido. E, acredite, estar disposto é o passo
mais importante para percorrer todo o resto do caminho.
Boa sorte!

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“MORAR JUNTO - FABRÍCIO CARPINEJAR”
Morar junto é uma arte complicada. É algo absolutamente novo. Sem
precedentes.
Não é repetir a vida de solteiro. A rotina da vida de solteiro.
Não tem como fechar a porta e esquecer do dia na frente da televisão.
Não tem como fechar a cara e não falar nada. Não explicar o que está
acontecendo.
Tem alguém agora que se importa com seu silêncio, com sua alegria,
com sua mudança de humor.
Tudo deve ser sinalizado, conversado, amado.
Tudo deve ser discutido, desejado, aprovado.
Tem alguém agora encarando, esperando fazer coisas ao seu lado, na
expectativa de sua felicidade.
Não dá para fingir que ele não existe.
Casar é como cursar o jardim da infância e o ensino superior ao
mesmo tempo.
É como aprender a falar e escrever uma dissertação ao mesmo tempo.
Você vai se sentir burro e inteligente ao mesmo tempo.
É o mais banal e o mais complexo simultaneamente.
Você vai ter as melhores ideias de sua vida e as piores também.
Você vai descobrir que não sabe usar o abridor de lata mas poderá
ensinar sua companhia a arrumar o chuveiro.
Você vai descobrir como pregar botões e realizar cálculos de
economista para manter a casa.
É o mais alto e o mais baixo conhecimento sempre.
É se ver vocacionado ao casamento e totalmente despreparado
também.
Morar junto é nascer cuidando de outro parto.

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SOBRE OS AUTORES

Conrado Navarro é sócio fundador do Dinheirama.com, autor de


diversos livros sobre educação financeira e colunista de
importantes veículos. Foi eleito o “Guru Financeiro do Ano”, em
2012, pela comunidade de investidores ADVFN.

Ricardo Pereira é sócio fundador do Dinheirama.com, com vasta


experiência em educação financeira e no mercado financeiro,
tendo passagens por bancos de investimento e também grandes
organizações.

Janaína Gimael é jornalista graduada e pós-graduada pela Cásper


Líbero, tem especialização em Economia para Jornalistas e
extensão em Psicologia Econômica e Terapia Financeira. Já passou
pela Bloomberg Television, Agência Dinheiro Vivo, Patagon, Ibope
e Nubank. Gosta de ensinar e de aprender sempre

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