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Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, v. 41, n.

2, 2019

Material Suplementar para “Processos quase estáticos, reversibilidade e os limites


da Termodinâmica”

Apêndice D: Relação entre W (2) e a quantidade de energia degradada

Na seção III B (Caso 2) mostramos que a inclusão do termo de entropia associada à expansão livre na formulação
geral da Segunda Lei altera o limite de trabalho (W (2) ) que pode ser realizado pelo motor. Para encontrar a relação
(2)
entre W (2) e ∆F1 , calculado no apêndice C, devemos observar que, nos Casos 1 e 2, o trabalho realizado pelo motor
é numericamente igual ao valor absoluto do calor lı́quido que é trocado com a máquina de Carnot. Assim, levando-se
em conta as equações (A3) e (A4), na n-ésima fase dos Casos 1 e 2 temos
 
(1) (1)
dWn(1) = − T1n dS1n + T2n dS2n

e  
(2) (2)
dWn(2) = − T1n dS1n + T2n dS2n ,

respectivamente. Como no Caso 2 o motor de Carnot opera identicamente ao Caso 1 e ainda sofre a expansão livre
podemos escrever
(2) (1) (n)
T1n dS1n = T1n dS1n + T1n dSE .
Desta forma,
(n)
dWn(2) − dWn(1) = −T1n dSE .
Finalmente, conforme a equação (C2),
(2)
W (2) − WCaso
Máx
1 = ∆F1 < 0. (D1)
A equação acima afirma que o processo de expansão livre degrada a energia do reservatório, ou seja, ele reduz a
capacidade de fornecer energia para realização de trabalho. Isto está absolutamente de acordo com a intuição. O que
(n)
verificamos, portanto, é que a utilização da Segunda Lei isoladamente no Caso 2 contabiliza a quantidade T1n dSE
Máx
como energia útil, elevando o trabalho realizado ao valor de WCaso 2 (a igualdade na relação (27) e, por esta razão,
inverte o sinal da relação (D1).

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