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Peste bubónica 

(português europeu) ou peste bubônica (português brasileiro) é um


dos três tipos de peste causada pela bactéria Yersinia pestis.
[1]
 Entre 1 a 7 dias após a exposição à bactéria começam-se a
manifestar sintomas semelhantes aos da gripe,
[1]
 incluindo febre, dores de cabeça, e vómitos.[1] Os gânglios
linfáticos mais próximos do local onde a bactéria penetrou na pele
podem encontrar-se inchados e dolorosos.[2] Em alguns casos os
gânglios inflamados podem abrir-se.[1]
Os três tipos de peste são classificados em função da via de
infeção: peste bubónica, peste septicémica e peste pneumónica.[1] A
peste bubónica é transmitida principalmente por pulgas entre
animais de pequeno porte.[1] Pode também ser o resultado da
exposição aos fluidos corporais de um animal infetado com a peste.
[5]
 Na forma bubónica da peste, as bactérias penetram na pele pela
mordedura da pulga e deslocam-se pelos vasos linfáticos até
um gânglio linfático, fazendo com que inflame.[1] O diagnóstico é
confirmado com a deteção da bactéria no sangue, no escarro ou no
líquido dos gânglios linfáticos.[1]
A prevenção consiste em medidas de saúde pública, como não
manusear carcaças de animais em regiões onde a peste é comum.
[1]
 As vacinas não têm demonstrado utilidade na prevenção da
doença.[1] Estão disponíveis vários antibióticos eficazes para o
tratamento de peste bubónica, como
a estreptomicina, gentamicina e doxiciclina.[3][4] Sem tratamento, a
doença causa a morte de 30% a 90% das pessoas infetadas.[1]
[3]
 Nos casos em que ocorre, a morte geralmente dá-se no prazo de
dez dias.[6] Com tratamento adequado o risco de morte é de 10%.
[3]
 Em todo o mundo estão documentados cerca de 650 casos por
ano, que resultaram em cerca de 120 mortes.[1] No século XXI, a
doença é mais comum em África.[1]
A primeira grande pandemia de peste bubónica foi a Praga de
Justiniano, que se estima ter morto 25 a 50 milhões de pessoas
no século VI.[7] Acredita-se que a peste bubónica tenha sido a causa
da Peste Negra que assolou a Europa, Ásia e África no século XIV.
Estima-se que a Peste Negra tenha resultado na morte de cerca de
50 milhões de pessoas, entre as quais um número correspondente
a 25–60% da população europeia na época.[1][8] Uma vez que a
peste matou grande parte da força de trabalho, a procura de mão
de obra fez subir os salários.[8] Alguns historiadores consideram
este evento um momento de viragem no desenvolvimento
económico europeu.[8] A terceira e última grande pandemia de peste
surgiu no século XIX e matou mais de 12 milhões de pessoas
na Índia e China.[9][10] O termo "bubónica" deriva da palavra grega
βουβών, que significa "virilha".[11] O termo "bubão" é usado para se
referir aos gânglios linfáticos inchados.[12]

Sinais e sintomas
Após a picada, os sintomas podem ser variados e normalmente
aparecem após um período de incubação de 1-7 dias.
[13]
 Inicialmente surgem lesões cutâneas junto à zona onde ocorreu
a picada da pulga, acompanhados por dor acentuada e constante.
[14]
 Nos estádios seguintes, em 2 ou menos dias, ocorre uma infeção
nos gânglios linfáticos para onde a bactéria é drenada.[15][14] Os
gânglios ficam inflamados, tensos e dolorosos e são chamados de
“bubões”. Esses abcessos aparecem sobretudo
nas axilas, virilhas e região cervical.[16][15]  
As pessoas infetadas desenvolvem sinais e sintomas
como febre elevada, dor de cabeça, calafrios, dores generalizadas
no corpo e fraqueza, vómitos, náuseas[13] e, nalguns
casos, delírio, confusão mental ou descoordenação motora.[16]  
Nos estádios avançados da infeção, os gânglios
linfáticos inflamados podem transformar-se em feridas abertas
e supurativas e a dor na zona deixa de ser acentuada. Contudo o
perigo de contração de uma nova infeção nesta fase é muito
elevado.[14] Se as bactérias atingirem a corrente sanguínea,
qualquer órgão pode ser afetado. A forma mais grave da doença é
a peste pulmonar, que é quase sempre fatal.[16]

Causas
A peste bubónica, tal como as outras formas de peste, é causada
pela bactéria Yersinia pestis, uma bactéria zoonótica que
afeta roedores e as suas pulgas (Xenopsylla cheopis).[13][1] Esta
bactéria transmite-se de roedor para roedor e destes passa para os
seres humanos através das picadas das pulgas infetadas.[13] A
infeção pode também resultar da exposição aos fluidos corporais de
um animal infetado com a peste.[5] No caso da forma bubónica, a
transmissão de humanos para humanos é rara.[17]
Na forma bubónica da peste, as bactérias penetram na pele pela
picada da pulga e são transportadas pelos vasos linfáticos até
um gânglio linfático, onde se multiplicam, fazendo com que inflame.
[1][13]

Diagnóstico
O diagnóstico de peste pode ser confirmado com a deteção da
bactéria em amostras de sangue, de muco das vias respiratórias ou
no líquido dos gânglios linfáticos inflamados (bubões).[1][18] Nos
casos suspeitos de peste bubónica, é recolhida uma amostra de
líquido dos bubões por aspiração com uma agulha.[18] Nos casos
suspeitos de peste pneumónica, é aspirado muco das vias
respiratórias com um tubo fino e flexível inserido pelo nariz ou boca.
[18]
 Geralmente a bactéria só está presente no sangue nos casos de
peste septicémica.[18]
As amostras podem ser testadas com testes imunológicos,
bacteriológicos ou sorológicos.[14] Os testes imunológicos recorrem a
ensaios imunocromatográficos e moleculares identificam o antígeno
F1 da Yersinia Pestis através de PCR em tempo real. Os testes
bacteriológicos permitem o isolamento e identificação do
microrganismo causador da peste e técnicas de deteção do
antígeno F1.[14]
A peste bubónica assemelha-se clinicamente a outras doenças
podendo ser confundida como, por exemplo, infeções sexualmente
transmissíveis, toxoplasmose, histoplasmose aguda, neoplasia, hér
nia, rickettsioses ou febre tifoide[19][20]
Paleopatológico
A peste não deixa marcas visíveis nos ossos, contudo existem
algumas formas para detetar a doença em vestígios ósseos
arqueológicos.[21]  
O contexto funerário é uma delas,[21] a peste provocou
grandes epidemias em todo o mundo e a forma mais recorrente e
mais fácil de enterrar as inúmeras vítimas era através de
enterramentos em valas comuns.[15][22] Os estudos demográficos
também podem fornecer informação relativamente a este assunto,
visto que determinados grupos etários podem ser mais afetados.[21]  
O método mais eficaz de detetar a presença de peste é o molecular,
utilizado para identificar a Yersinia pestis com recurso a amostras
de restos osteológicos antigos[21] Um destes métodos, o teste de
diagnóstico rápido (TDR), foi desenvolvido e testado em 2003.
[23]
 Bianucci et al. (2008) realizou uma investigação aplicando este
método em amostras ósseas de locais de enterramento de
indivíduos com peste, utilizando osso esponjoso e/ou dentes
erupcionados. Os resultados foram positivos e concluíram que de
facto este e outros métodos genéticos são eficazes e uma mais-
valia para estudos paleopatológicos em que informações
arqueológicas e históricas estão incompletas ou ausentes[23] e
quando as doenças infeciosas do passado não afetam o esqueleto.
[21]

Prevenção
A prevenção consiste em medidas de saúde pública, como não
manusear carcaças de animais em regiões onde a peste é comum.
[1]
 As vacinas não têm demonstrado utilidade na prevenção da
doença.[1]

Tratamento
O tratamento da peste consiste na administração
de antibióticos específicos.[24] Os antibióticos de eleição tanto para
adultos como para crianças são os aminoglicosídeos como
a estreptomicina ou gentamicina.[24] Em surtos onde há um grande
número de pessoas infetadas ou em risco, a administração oral dos
antibióticos é a mais utilizada e dá-se preferência à doxiciclina.[24]

Epidemiologia

Distribuição geográfica de potenciais focos de peste com base em


dados históricos e informações do ano de 2016.[25]
A peste bubónica é a forma mais comum de infeção por peste nos
humanos, encontrando-se em todos os continentes, exceto
na Oceânia.[13] Desde os anos 90 que grande parte dos casos
humanos ocorre em África.[13] Atualmente, a distribuição da peste é
generalizada geograficamente, encontrando-se na América do
Norte e do Sul, África e Ásia (Figura 1). Estes locais de foco de
infeção são sobretudo regiões tropicais ou subtropicais, e
ocasionalmente regiões temperadas mais quentes.[24]
Os três países endémicos são a República Democrática do
Congo, Madagáscar e Peru.[13] Em Madagáscar quase todos os
anos há casos novos de infeção da peste bubónica entre setembro
e abril.[13] Em novembro de 2017, o Ministério da Saúde de
Madagáscar declarou à OMS (Organização Mundial da Saúde) um
crescente número de casos com um total de 2 348 casos
confirmados, prováveis e suspeitos de peste, incluindo 202 mortes
(taxa de mortalidade de casos: 8,6%), estes valores foram os mais
altos de surtos recentes no país.[26] Excecionalmente, a maioria dos
casos era da forma pneumónica e não bubónica.[13] De 2010 a 2015,
foram comunicados 3248 casos em todo o mundo, incluindo 584
mortes.[13] Nos últimos anos, a diminuição dos casos de peste em
humanos reflete os esforços do controlo desta praga.[20]  
Enquanto a população humana e os focos naturais da peste (a
bactéria, um hospedeiro e um vetor) coexistirem existirá o risco de
peste humana.[20] Segundo a OMS, as medidas preventivas incluem
informar as pessoas quando a peste está presente no seu ambiente
e aconselhá-las a tomar precauções contra picadas de pulgas e a
não manusear carcaças de animais.[13] Estudos epidemiológicos da
peste, modernos e históricos, melhoraram a nossa compreensão da
transmissão, distribuição e controlo da doença. Em julho de 2020,
foi reportado novo caso da peste bubônica em Bayan Nur,
na Mongólia Interior, China, havendo a emissão de alerta nível 3,
avisando a população no cuidado durante a caça, a ingestão ou
transporte de animais potencialmente infectados —
como marmotas — e relatarem a presença de roedores mortos ou
doentes.[27]

História
Ao analisar a história da peste surge frequentemente um problema,
isto é, nos registos históricos, encontram-se várias descrições de
epidemias que são atribuídas à peste, como é o exemplo da Peste
dos Filisteus (1320 a.C.).[16] No entanto, as descrições desses surtos
não mencionam sintomas específicos da peste bubónica. Assim
sendo, várias doenças infeciosas como a varíola, o sarampo, febre
tifoide, entre outras, podem ter causado a mortalidade elevada que
se registou nesses períodos.[28] A primeira pandemia em que se
identifica claramente descrições da forma bubónica da peste surgiu
no século VI d.C.[28]  
Em 541 d.C., na cidade portuária egípcia de Pelusium, eclodiu um
surto de peste que rapidamente se alastrou por todo o império
Bizantino, sendo que nenhuma das terras que rodeavam o
Mediterrâneo escaparam ao seu alcance.[28] Em 544 tinha chegado
tão longe quanto as ilhas Britânicas. Esta pandemia foi denominada
de Praga de Justiniano, pois ocorreu durante o domínio do
Imperador Justiniano e pensa-se que matou cerca de 25% da
população do Império Bizantino.[28] A peste continuou a afetar estes
territórios durante cerca de dois séculos, surgindo entre intervalos
que variavam de seis a vinte anos, sendo que não se estabelecia
nas regiões durante muito tempo seguido.[28]  
Em 1331 uma guerra civil e a peste eclodiram na China, tendo
devastado a região. A doença espalhou-se, seguindo para oeste,
pela Rússia e chegou à Crimeia em 1346. Através de vias
marítimas e terrestres alcançou territórios que circundavam
o Mediterrâneo e posteriormente o resto da Europa.[29] Em 1348 já
tinha dominado grande parte de França e da Suíça e rapidamente
atingiu a Alemanha, a Polónia e a Inglaterra.[29] A peste era
transportada por exércitos e navios, mercadores e viajantes. Os
ratos e as pulgas viajavam em carregamentos de grão, pólvora,
pêlos, roupas, etc. As rotas de peregrinação, comércio e feiras eram
os percursos naturais da doença (O’Neill, 1993). E assim se
disseminou a pandemia conhecida por Peste Negra, que se pensa
ter matado um terço da população Europeia, entre os anos de 1346
e 1350. A mortalidade foi tão elevada que os corpos eram
abandonados nas ruas ou amontoados uns em cima dos outros e
queimados, porque não havia capacidade de gerir os números
elevados de enterramentos.[16]    
As três formas da peste (bubónica, pneumónica e negra
ou septicémica) foram identificadas no decorrer da pandemia do
século XIV, com uma proporção estimada de 77% para a forma
bubónica.[29] Na época, os tratamentos passavam por intervenção
cirúrgica, como reduzir o volume de sangue ou abrir e cauterizar as
tumefações ganglionares, purificação do ar através de fogo e
incensos, banhos e remédios naturais.[29] Os médicos que visitavam
os doentes eram acompanhados por rapazes que carregavam
incensos para purificar o ar e mantinham uma esponja embebida
em vinagre e especiarias no nariz.[29]  
Nos séculos que se seguiram, a peste continuou a afetar o Velho
Mundo, causando altas taxas de mortalidade. Durante o século XVII
novas medidas de higiene pública e isolamento dos doentes foram
estabelecidas, apesar disso, a mortalidade continuou bastante
elevada. Foi apenas no fim do século XIX que se descobriu a forma
de transmissão da doença o que permitiu o avanço na prevenção,
evitando que a terceira grande pandemia adquirisse proporções
semelhantes às que a precederam.[16]  
A terceira pandemia eclodiu na China na segunda metade do século
XIX e recebeu atenção mundial quando atingiu Hong
Kong e Cantão em 1884.[16][28] A disseminação da peste durante esta
pandemia, foi em grande parte proporcionada pela modernização
da navegação, com os navios a vapor como protagonistas, que
permitiram a passagem rápida da bactéria, em ratos e pulgas
infetadas, nomeadamente o Novo Mundo.[30][28] Algumas das cidades
portuárias fortemente afetadas foram Sydney, Honolulu, São
Francisco, Vera Cruz, Lima, Assunção, Buenos Aires, Rio de
Janeiro, Alexandria, Cabo Verde, Porto e Glasgow (Echenberg,
2002). Estimando-se que causou cerca de 15 milhões de mortes, a
maioria nos territórios da Índia, China e Indonésia, devido à grande
densidade populacional.[30]  
Esta terceira pandemia da peste ocupa um lugar importante na
história mundial por várias razões, sendo a principal os grandes
desenvolvimentos no entendimento da doença, assim como dos
seus mecanismos de transmissão. Alexandre J. E. Yersin e
Shibamiro Kitasato descobriram a bactéria causadora da peste,
a Yersinia pestis, e em 1886, Ogata descobriu que esta se
transmitia através da mordidela de pulgas que se encontram nos
ratos. Uns anos mais tarde, Simond descobriu que a doença era
transmitida dos corpos de ratos mortos para ratos saudáveis
através da pulga.[16] Esta pandemia permitiu também um abrir de
olhos para as desigualdades socioeconómicas relativamente à
saúde pública.[30]  
Em Portugal, o Porto foi a primeira cidade Europeia a ser atingida,
em 1899, e a mais afetada, com 320 casos assinalados e 132
mortes (Pontes, 2012), tendo-se registado focos noutros locais,
incluindo os Açores, mas de baixa expressão.[31] A presença da
peste bubónica no Porto levou a uma cerca sanitária imposta pelo
governo nacional e assegurada pelas forças militares. Esta decisão
do governo em Lisboa, não foi bem recebida e deu origem a várias
contestações por levar à disrupção das atividades económicas, ao
desemprego e ao agravamento da pobreza.[31] Com esta epidemia
fizeram-se notar as más condições de vida dos moradores da
cidade, com casas escuras e pouco ventiladas propícias à
disseminação da doença.[31]

Peste bubônica – Wikipédia, a enciclopédia livre


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data 04/08

A Peste Negra, também conhecida por Peste Bubônica, é uma


doença de contágio pela secreção de outro indivíduo ou contágio
por via respiratória, causada pela bactéria chamada
de Yersinia pestis, e é encontrada em pulgas que ficam em ratos
contaminados. As pessoas que tiveram contato com pulgas
contaminadas contagiam outras pessoas. 
Historiadores acreditam que a doença surgiu na Ásia Central. Há
inúmeros estudos para saber exatamente o local, mas acredita-se,
em uma das teorias, que o surgimento inicial aconteceu na China,
entre os anos de 1346 e 1352 (meados do século XIV), e espalhou-
se pelo Oriente. 
A Peste Negra teve contato com os europeus por meio de um
conflito ocorrido em Caffa, colônia genovesa localizada na Crimeia,
o que levou a contaminação para o território europeu, onde se
estima que matou metade da população.
A grande pandemia durou de 1347 a 1351, e novos surtos surgiram
ao longo dos anos. A doença gerou pânico na população e muitos
falavam em castigo divino. 
Uma curiosidade é que os médicos que cuidavam dos pacientes
com peste bubônica eram conhecidos por usar uma máscara em
formato bico de pássaro.
Quais as Causas da Peste Negra?
A epidemia da Peste Negra ocorreu há sete séculos passados e
estão associadas às condições:
 Falta de saneamento básico (por exemplo, os indivíduos naquela
época jogavam fezes na rua);
 Insalubridade;
 Ratos, pulgas e bactérias.
Quais os sintomas da Peste Negra?
Os sintomas associados à doença são:
 Cansaço excessivo;
 Febre acima de 38 °C;
 Gânglios inflamados (no local da picada da pulga); 
 Dores fortes de cabeça;
 Manchas roxas na pele (causada pela morte do tecido, comum no
nariz, dedos dos pés e mãos);
 Dificuldade de respirar;
 Sensação de falta de ar;
 Dor no peito;
 Tosse constante, em alguns casos contendo sangue.  
Como é o tratamento da Peste Negra?
É recomendado o paciente procurar imediatamente o hospital. O
diagnóstico é realizado por meio de um exame que colhe as
secreções, ou através de amostras de sangue, em alguns casos
pode ser realizado uma biópsia de uma “íngua” para confirmação da
bactéria Yersinia pestis. O tratamento é feito dentro do ambiente
hospitalar e o paciente faz o uso de antibióticos – e permanece
isolado para não contaminar outras pessoas.
Para evitar a doença é aconselhado livrar-se do acúmulo de lixo,
papelão, revistas velhas para os ratos não utilizarem esses
materiais como ninho. E também fazer o uso de produtos para
conter pulgas nos animais domésticos, especialmente os que vivem
na rua.
A Rede D’Or possui hospitais espalhados por 6 estados brasileiros.
Todas as instituições possuem selos de qualidade nacionais e
internacionais, como o que é oferecido pela Organização Nacional
de Acreditação (ONA), que são uma garantia de excelência no
atendimento hospitalar.
Ao todo, são mais de 80 mil médicos das mais diversas
especialidades, disponíveis para auxiliar no tratamento e no
diagnóstico de condições diversas.

Peste negra: O que é, sintomas, tratamentos e causas.


https://www.rededorsaoluiz.com.br  › Doenças

data 04/08

"A peste negra é como ficou conhecida a peste bubônica, doença


causada pela bactéria Yersinia pestis, que atingiu o continente
europeu em meados do século XIV. Os historiadores acreditam que
a doença surgiu em algum lugar da Ásia Central e foi levada por
genoveses para o continente europeu.

O resultado foi catastrófico, pois a doença atingiu praticamente todo


o continente e resultou na morte de milhões de pessoas. As
estimativas mais tradicionais falam que cerca de 1/3 da população
europeia morreu por causa da crise de peste negra, mas algumas
estatísticas sugerem que a quantidade de mortos possa ter
ultrapassado a metade da população europeia.
Acesse também: Pandemia – entenda o que é e veja outros casos
na história

Tópicos deste artigo


1 - Onde surgiu a peste negra?
2 - Difusão da peste negra pela Europa
3 - Como era a vida das pessoas durante a peste negra?
4 - Sintomas da peste negra
5 - Consequências
Onde surgiu a peste negra?
A peste bubônica é uma doença causada pelo Yersinia pestis, uma
bactéria que é encontrada em pulgas que ficam em ratos
contaminados. Quando as pulgas contaminadas têm contato com
seres humanos, a transmissão da doença acontece. A partir daí, a
peste pode ser transmitida de humano para humano pelas
secreções do corpo ou pela via respiratória.

A peste negra foi um surto de peste bubônica que atingiu a Europa


ao longo do século XIV, resultando na morte de, pelo menos, 1/3 da
população.
Os historiadores acreditam que a peste negra surgiu na Ásia
Central. Existem inúmeras teorias sobre o lugar específico onde a
doença surgiu, mas a mais aceita sugere que o lugar de origem é a
China e que, durante muito tempo, a peste tenha atuado
exclusivamente na Ásia Central. A partir do século XIV, ela se
espalhou por terra e por mar pelo Oriente.

Regiões como a Mongólia, parte da China, Síria, Mesopotâmia e


Egito teriam sido atingidas no começo do século XIV, causando a
morte de cerca de 24 milhões de pessoas nesses locais|1|. A
doença teve contato com os europeus por meio de um conflito que
aconteceu em Caffa, colônia genovesa localizada na Crimeia
(região atualmente disputada por Ucrânia e Rússia).
Em 1343, Caffa foi sitiada por tropas tártaras do Canato da Horda
Dourada. O conflito seguiu com interrupções até que, em 1346, as
tropas tártaras foram dizimadas por um surto de peste negra. Os
tártaros decidiram utilizar a doença como arma e lançaram
cadáveres contaminados para dentro da cidade.

O resultado foi imediato e a cidade de Caffa também começou a


sucumbir perante o surto de peste. Fugindo da doença, genovenses
começaram a abandonar Caffa, retornando para a Península Itálica.
Nesse retorno, os genoveses levaram a enfermidade para locais
como Constantinopla, Gênova e Marselha, o que resultou na
disseminação por todo o continente europeu.

Difusão da peste negra pela Europa


A partir dos portos no litoral mediterrâneo, a peste negra difundiu-se
pela Europa. Em 1347, a doença chegou à Sicília, ilha ao sul da
Península Itálica; em 1348, chegou a Marselha, sul da França; em
1349, alcançou Gênova e o norte da Itália e, partir daí, espalhou-se
por toda a Europa.

A difusão dessa doença levou morte por toda o continente europeu,


uma vez que ninguém sabia o que a causava. Isso naturalmente fez
surgir todo tipo de especulação a respeito das causas da peste.
Alguns falavam que era um castigo divino, por exemplo; outros
acusavam os judeus de serem os responsáveis.

Logo os europeus identificaram que a doença era altamente


contagiosa. Uma das formas de contágio é a respiratória, assim,
uma pessoa infectada pode facilmente transmitir por via respiratória
ou por suas roupas, por exemplo, a doença para outros. A peste
negra atuava de maneira fulminante, e a pessoa que a contraía
falecia em questão de dias.
A peste transmitida pela via respiratória é conhecida como peste
pneumônica. Segundo o historiador Hilário Franco Júnior, a pessoa
doente falecia em até três dias depois de contraí-la|2|. Já o
historiador Jacques Le Goff fala que muitas das pessoas que
demonstravam os sintomas da peste faleciam dentro de 24 horas
após manifestar os primeiros sinais|3|.

Como era a vida das pessoas durante a peste negra?


A difusão da peste negra resultou na morte de milhares de pessoas.
A doença espalhou-se por cidades e pelo campo, embora tivesse
ação mais mortal nos grandes centros urbanos. Locais inteiros
foram devastados, e o caos disseminou-se. Algumas regiões da
Europa começaram a perseguir os doentes, isolando os que
adoeciam para deixá-los morrer. Em alguns casos, os doentes eram
executados.

O escritor italiano Giovanni Boccaccio presenciou a peste negra


com seus próprios olhos e deixou relatos a respeito do que viu. Ele
falou dos sintomas, do alto grau de contágio da doença, mas
também abordou o desmoronamento da ordem com a disseminação
da peste, pois muitas das autoridades foram contaminadas e,
eventualmente, faleciam. O relato de Boccaccio concentra-se no
que ele presenciou em Florença, cidade italiana.

Boccaccio também falou das diferentes reações que as pessoas


tiveram no período de crise da doença. Ele relata que muitos
procuraram o isolamento, evitando manter qualquer tipo de contato
com pessoas, sobretudo os que estavam doentes. Aqueles que
eram mais ricos e possuíam propriedades de campo, fugiram das
cidades e foram abrigar-se nesses locais afastados.

Com o tempo, os médicos perceberam que o contato com os


doentes e com os corpos dos mortos não deveria acontecer. Com
isso, os doentes eram isolados e o contato com eles era limitado
àqueles que realizavam o tratamento médico. Padres também
mantinham contato com os acometidos, principalmente porque
realizavam os ritos religiosos relacionados com o perdão dos
pecados e o funeral.

Os médicos que cuidavam dos que adoeciam de peste usavam uma


roupa preta de couro e uma máscara em forma de bico de pássaro.
[1]
Essa percepção de que o contato com os doentes contribuía para
disseminar a doença fez com que as famílias parassem de se reunir
à beira daqueles que estavam doentes. Reuniões de funerais
também acabaram deixando de acontecer, e os que tratavam dos
doentes passaram a utilizar roupas específicas, feitas de couro,
para impedir que as secreções dos doentes penetrassem no tecido.
Os médicos também passaram a utilizar uma máscara em forma de
bico de pássaro, que era preenchido com ervas aromáticas.
Acreditava-se que essas roupas evitavam a contaminação.

Os padres foram um dos grupos que mais sofreram, pois tinham


contato direto com os doentes e com os corpos dos que faleciam.
Como muitos dos padres viviam em mosteiros, locais que havia
uma grande aglomeração de religiosos – muitos em idade avançada
–, quando um padre contraía a doença, ela era rapidamente
transmitida para outros.

A historiadora Tamara Quírico trouxe um relato de um cenóbio


(residência de monges), em Florença, onde cerca de ¾ dos
religiosos que habitavam lá faleceram em decorrência da peste|5|.
Isso afetava os rituais funerários praticados, uma vez que não havia
sacerdotes para atender a quantidade de mortos.

Além de não haver sacerdotes suficientes, não existiam coveiros, e


os sepultamentos começaram a ser realizados em massa, isto é,
em valas comuns, tamanha a quantidade de pessoas que morriam.
Todavia, com a percepção de que os cadáveres também eram
vetores de contaminação, muitos passaram a abandonar as práticas
de sepultamento e começaram a incendiar os corpos dos falecidos.
Até as roupas utilizadas pelos doenças e outros itens começaram a
ser queimados.

Como já mencionado, muitas autoridades começaram a impor certo


isolamento para evitar a propagação da doença. O cirurgião Guy de
Chauliac, de Avignon, na França, falava que pais não podiam visitar
seus filhos e vice-versa em razão do alto risco de contágio.
Boccaccio relatou também que algumas obras para melhorar a
limpeza e condições de higiene da cidade e a proibição da entrada
de doentes também ocorreram em Florença|4|.

Leia também: Gripe espanhola, a pandemia que matou, pelo


menos, 50 milhões de pessoas

Sintomas da peste negra


O médico Drauzio Varella afirma que a peste negra pode causar
febre de 41° graus, além de vômitos com a presença de sangue e
complicações no pulmão. Para os que tinham problemas
pulmonares, a morte era praticamente garantida|6|. Boccaccio
também deixou alguns relatos a respeito de como a doença se
manifestava nas pessoas. Ele diz que a peste começava:

[…] com o surgimento de certas tumefações na virilha ou nas axilas


de homens e mulheres, algumas das quais atingiam o tamanho de
uma maçã comum e outras o de um ovo, umas mais e outras
menos, e a elas o povo dava o nome de bubões. E os referidos
bubões mortíferos, não se limitando às duas citadas partes do
corpo, em breve espaço de tempo começaram a nascer e a surgir
indiferentemente em todas as outras partes, após o que a qualidade
da enfermidade começou a mudar, passando a manchas negras ou
lívidas, que em muitos surgiam nos braços, nas coxas e em
qualquer outra parte do corpo, umas grandes e ralas, outras
diminutas e espessas. E, tal como ocorrera e ainda ocorria com o
bubão, tais manchas eram indício inegável de morte próxima para
todos aqueles em quem aparecessem|4|.
Por meio desse relato, podemos perceber que as regiões inchadas
do corpo por causa da doença eram chamadas de bubões, por isso
peste bubônica. A expressão peste negra, por sua vez, faz
referência às manchas pretas que apareciam no corpo das vítimas
que contraíam a doença.

Consequências
O primeiro e o maior surto de peste negra ocorreu entre 1348 e
1350, mas outros surtos aconteceram ao longo de todo o século
XIV. A peste foi uma doença que esteve presente na vida dos
europeus até 1720, quando o último surto foi registrado em
Marselha, na França. A atuação da doença na Europa ao longo do
século XIV contribuiu para uma redução populacional drástica.

As estimativas tradicionais falam que a enfermidade foi responsável


pela redução de 1/3 da população do continente europeu, mas
alguns historiadores, como Jacques Le Goff, têm trazido novos
dados, demonstrando que a quantidade de mortos possa ter sido
maior que isso. Le Goff fala que entre metade e 2/3 da população
europeia possa ter morrido por causa da doença e, em alguns
locais, como a Inglaterra, ele sugere que a mortalidade esteve na
casa dos 70%|7|."

Peste negra: origem, como se difundiu, mortes


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data 04/08

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