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GARANTIAS E PRAZOS DECADENCIAIS

E PRESCRICIONAL NO CDC
Direito do consumidor – prof nina 
Introdução
Garantia legal no CDC
Garantia contratual no CDC
Sobre o alcance das garantias
PRAZOS DECADENCIAIS NO CDC
Início da contagem dos prazos decadenciais
Causas obstativas da decadência
PRAZO PRESCRICIONAL NO CDC
Prazo prescricional no CDC e na Convenção de
Varsóvia
O tema afeto ao prazo prescricional também é polêmico, pois na aludida Convenção estipula-se um
período de 2 anos para a prescrição da pretensão, enquanto no Código do Consumidor o prazo é
de 5 anos. Nesse contexto, qual norma deverá prevalecer? O Supremo Tribunal Federal no ano de
2006 entendeu pelo prevalecimento do prazo prescricional de dois anos da Convenção de
Varsóvia sob o fundamento de que nos termos do art. 178 da Constituição Federal devem-se
observar os acordos firmados pela União no tocante ao transporte aéreo internacional.
• “Afastam-se as normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de
Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo
Código de Defesa do Consumidor” (RE 351.750/RJ, Rel. Ministro Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão
Ministro Carlos Britto, 1ª T., DJe 24-9-2009).
• A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está no sentido de refutar o prazo prescricional
da Convenção de Varsóvia e do Código Brasileiro de Aeronáutica em razão dos prejuízos
decorrentes do transporte aéreo nacional ou internacional, prevalecendo, em última análise, o
prazo de 5 anos nos termos propostos pelo CDC no art. 27: “A decisão da Corte local, que aplicou
o prazo prescricional de cinco anos, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, em
detrimento do prazo previsto na Convenção de Varsóvia, está em harmonia com a
jurisprudência desta Corte” (AgRg no AREsp 96.109/MG, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, 4ª T.,
DJe 14-5-2012).
Prazo prescricional do Código Civil no caso de
inadimplemento contratual
• Ministra Nancy Andrighi, da Segunda Seção, nos seguintes termos: “O não
cumprimento das obrigações por parte do segurador consistentes no
ressarcimento dos danos sofridos pelo segurado constitui inadimplemento
contratual, e não fato do serviço. Caracterizada a inexecução contratual, é ânuo
o prazo prescricional para ação de cobrança de valor complementar de
indenização securitária” (DJ 28-6-2004).
• Por outro lado, em se tratando de pretensão objetivando o ressarcimento de
despesas realizadas com cirurgia, o STJ vem entendendo que o prazo
prescricional é decenal: “1. — Em se tratando de ação objetivando o
ressarcimento de despesas realizadas com cirurgia cardíaca para a implantação
de ‘stent’, em razão da negativa do plano de saúde em autorizar o procedimento,
a relação controvertida é de natureza contratual. 2. — Não havendo previsão
específica quanto ao prazo prescricional, incide o prazo geral de 10 (dez) anos,
previsto no art. 205 do Código Civil, o qual começa a fluir a partir da data de sua
vigência (11.1.2003), respeitada a regra de transição prevista no art. 2.028” (REsp
1.176.320/RS, Rel. Ministro Sidnei Beneti, 3ª T., DJe 26-2-2013).
Prazo prescricional do Código Civil no caso de
cobrança indevida
• Nos termos do parágrafo único do art. 42 do CDC, que estabelece: “O consumidor
cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao
dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável”.
• Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça vem compreendendo que, por se tratar de
cobrança indevida e não de acidente de consumo, o prazo prescricional a prevalecer no
caso é o do Código Civil, e não o do CDC, que se refere ao acidente de consumo — fato
do produto ou do serviço.
• “A incidência da regra de prescrição prevista no art. 27 do CDC tem como requisito
essencial a formulação de pedido de reparação de danos causados por fato do produto
ou do serviço, o que não ocorreu na espécie. Ante a ausência de disposições no CDC
acerca do prazo prescricional aplicável à prática comercial indevida de cobrança
excessiva, é de rigor a aplicação das normas relativas a prescrição insculpidas no
Código Civil” (REsp 1.032.952/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 3ª T., DJe 26-3-2009).
• Súmula 412 do STJ: “A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto
sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”.
Prazo prescricional do Código Civil no caso de
prestação de contas
• O Superior Tribunal de Justiça, por meio de sua Segunda Seção, entendeu pelo regime dos
Recursos Repetitivos (art. 543-C do CPC) que o prazo prescricional do Código Civil incidirá nas
ações de prestação de contas.
• No caso concreto não prevaleceu a incidência do prazo decadencial do art. 26 do Código de
Defesa do Consumidor: “O art. 26 do Código de Defesa do Consumidor dispõe sobre o prazo
decadencial para a reclamação por vícios em produtos ou serviços prestados ao consumidor,
não sendo aplicável à ação de prestação de contas ajuizada pelo correntista com o escopo de
obter esclarecimentos acerca da cobrança de taxas, tarifas e/ou encargos bancários” (REsp
1.117.614/PR, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Segunda Seção, DJe 10-10-2011).

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