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Contestação com Invocação de Ilegitimidade (artigo 34º nº 1 CPC)

Contestação com Invocação de Ilegitimidade (artigo 34º nº 1 CPC)

Comarca de Beja                                       

Proc. nº……                                                

Ação comum                                             

Ex.mo Senhor Juiz do

Juízo Local de Competência


Genérica de
[1]
 CUBA

 
[2]
A…… Réu nos autos de ação de despejo com processo comum acima identi cados que lhe movem L……
e M……, vem apresentar a sua

CONTESTAÇÃO,

nos termos e pelos fundamentos seguintes:

POR EXCEÇÃO DILATÓRIA DE ILEGITIMIDADE DO RÉU

Pretendem, os AA, com a presente ação, que o Tribunal declare a resolução do contrato de arrendamento
celebrado com o Réu para que este aí instalasse, como fez, a sua casa de morada de família.

Sucede que, como os AA bem sabem e resulta, aliás, claro do contrato de arrendamento junto aos autos
pelos mesmos com a douta p.i., o Réu era, ao tempo da celebração do contrato (e ainda é!) casado com
[3]
T……., conforme resulta de certidão de casamento que se junta como doc. nº 1 ,

Com quem passou a residir na casa imediatamente após a celebração do contrato de arrendamento.

Integrando, ainda, o seu agregado familiar dois lhos, respetivamente de … e… anos de idade.

Nos termos das disposições conjugadas dos nºs 1 e 3 do artigo 34º do CPC, devem ser propostas por
ambos os cônjuges, ou por um deles com consentimento do outro, as ações de que possa resultar a
perda ou a oneração de bens que só por ambos possam ser alienados ou a perda de direitos que só por
ambos possam ser exercidos, incluindo as ações que tenham por objeto, direta ou indiretamente, a casa
de morada de família.


/
Sendo irrelevante a circunstância de apenas o Réu ter celebrado o contrato de arrendamento com os AA.

Ao ser demandado sem que a ação fosse proposta também contra a sua mulher, carece, o Réu, de
legitimidade passiva, uma vez que não pode estar em Juízo sem o seu cônjuge,

Devendo ser declarada a sua ilegitimidade.

A ilegitimidade de uma das partes – no caso do Réu – constitui uma exceção dilatória, devidamente
enunciada na alínea e) do artigo 577º do CPC,

10º
[4]
Que, não sendo suprida , dará lugar a absolvição da instância, tal como previsto no nº 2 do artigo 576º do
CPC.

Sem prescindir,

POR IMPUGNAÇÃO:

11º

Constitui fundamento da presente ação o facto de o Réu alegadamente violar regras de sossego e de boa
vizinhança, o que con guraria fundamento de resolução do contrato de arrendamento, nos termos da
alínea a) do nº 2 do artigo 1083º do Código Civil.

12º

Os factos imputados pelos AA ao Réu como demonstrativos dessa violação, descritos nos artigos …. a ….
da douta p.i., não correspondem, no entanto, à verdade,

13º

Não tendo o Réu, ou qualquer membro do seu agregado familiar, violado qualquer regra de sossego ou
de boa vizinhança como pretendido pelos AA.

14º

A menos que se considere que o choro de uma criança de seis meses, idade da lha mais nova do Réu,
durante a noite e esporadicamente (apenas quando tem dores resultante da erupção dos dentes)
constitua um facto subsumível à referida previsão do legislador,

15º

O que se repudia com veemência.

16º

Note-se, aliás, que na douta p.i. não é feita qualquer referência àquela circunstância – o que se
compreende – muito embora tal circunstância possa estar na origem de certo mal estar na vizinhança.

17º

Ainda que tal sucedesse sempre se impõe considerar que tal facto di cilmente constituiria uma situação
que, pela sua gravidade ou consequências tornasse inexigível aos AA a manutenção do contrato de
arrendamento,

18º

Tendo o Réu sérias dúvidas de que se pudesse con gurar a mesma como incumprimento do contrato de
arrendamento pelo Réu.

                                                      

Termos em que, deve

a) Ser declarada a ilegitimidade do Réu, nos termos do artigo 34º nº 1 do CPC.

Ou, /
Se suprida esta irregularidade,

b) Ser, o pedido formulado, julgado improcedente por não provado e o Réu absolvido do pedido.

 
[5]
TESTEMUNHAS, cuja noti cação se requer ,

1) M…., (pro ssão), residente em….

2) J….., (pro ssão), residente em….

 
[6]
VALOR: O sugerido pelos A.A .

JUNTA: Procuração[7].

 
[8]
O(A)  ADVOGADO(A)

(Nome pro ssional)

(Domicílio pro ssional)

(endereço de correio eletrónico)

[1]
 A competência deste juízo local é xada de acordo com o critério de competência territorial de nido no
artigo 70º, nº 1 do CPC, (foro da situação do bem) sendo o valor da ação necessariamente não superior a
50.000,00€, assim se justi cando a opção pelo juízo local, (cfr. alínea a) do nº 1 do artigo 130º da Lei
62/2013 de 26 de Agosto).
[2]
 A expressão “ação de despejo” encontra-se no nº 1 do artigo 298º do CPC, não sendo contudo, uma
ação tramitada como ação especial de despejo (cujos termos são regulados no Dec. Lei nº 1/2013 de 7 de
Janeiro) mas sob a forma de ação comum, como prescreve o nº 1 do artigo 1084º do Código Civil.
[3]
 Considera-se indispensável, atenta a relevância do facto invocado (casamento), a junção de certidão de
casamento, sem a qual o tribunal poderá desconsiderar a questão suscitada por falta de prova exigida
legalmente para que seja veri cado o fundamento da exceção invocada.
[4]
 Nos termos do nº 3 do artigo 278º do CPC “as exceções dilatórias só subsistem enquanto a referida
irregularidade não for sanada.” A presente irregularidade seria facilmente sanada pelo requerimento de
intervenção principal provocada do cônjuge, a ser suscitado pelo autor por livre iniciativa ou na sequência
de convite para o efeito formulado pelo Juiz nos termos do nº 2 do artigo 6º do CPC, quando da prolação
do despacho pré-saneador previsto na alínea a) do nº 2 do artigo 590º do CPC.
[5]
 Nos termos da alínea d) do artigo 572º do CPC, o réu deve, no nal da contestação, apresentar o rol de
testemunhas e indicar outros meios de prova. Na indicação de testemunhas devem ser tidas em conta as
disposições insertas no nº 1 do artigo 498º, no nº 2 do artigo 507º e no nº 1 do artigo 511º, todos do CPC.
Nos termos da primeira, “as testemunhas são indicadas no rol pelos seus nomes, pro ssões e moradas”,
quando estes elementos sejam su cientes para as identi car; da segunda disposição decorre que as
testemunhas serão apresentadas pelas partes, salvo se tiver sido requerida, pela parte que as indicou, a
sua noti cação; na terceira disposição prevê-se o limite de 10 testemunhas (ou 5 em ações de valor não
superior à alçada do tribunal de 1ª instância), considerando-se não escritas as que excederem aquele
limite. O nº 4 do artigo 511º do CPC estabelece a possibilidade de o Juiz, por decisão irrecorrível, admitir
número de testemunhas superior àqueles limites se a natureza e extensão dos temas de prova o
justi car.
[6]
 O valor desta ação de despejo será o correspondente a dois anos e meio de renda, nos termos do nº 1
do artigo 298º do CPC, uma vez que como se depreende da contestação, não estão em causa rendas em
dívida ou qualquer indemnização peticionada pelos autores. Nos termos das disposições conjugadas dos
artigos 552º, nº 1, alínea f) e 305º, nº1, ambos do CPC, compete às partes – em primeiro lugar ao autor –
atribuir um valor à ação, sob a forma de sugestão, que ao Juiz compete acolher, ou não, xando o valor tal
como dispõe o nº 1 do artigo 306º do CPC. A circunstância de as partes estarem de acordo quanto ao valor

/
da ação não vincula o Juiz a acolher tal valor xando o valor da ação nos termos dos artigos  308º e 309º
do CPC.
[7]Nos termos do nº 1 do artigo 9º da Portaria 280/2013 de 26 de Julho, na redação que lhe foi dada pela
Portaria 170/2017 de 25 de Maio, “o responsável pelo prévio pagamento da taxa de justiça ou de outra
quantia devida a título de custas, de multa ou outra penalidade deve indicar, em campo próprio dos
formulários de apresentação de peça processual constantes do sistema informático de suporte à
atividade dos tribunais, a referência que consta do documento único de cobrança (DUC), encontrando-se
dispensado de juntar ao processo o respetivo documento comprovativo do pagamento. Deixou, assim, de
ser necessário juntar aos autos o documento comprovativo do pagamento prévio da taxa de justiça,
conforme era exigido por este preceito, na redação constante da Portaria 280/2013 de 26 de Agosto.
[8]
 Não integra o artigo 572º do CPC (Elementos da contestação) previsão semelhante à da alínea b) do
artigo 552º do CPC (Requisitos da petição inicial). Esta obrigação de identi cação do mandatário decorre
dos termos do nº 2 do artigo 221º do CPC, de acordo com o qual o mandatário judicial que assuma o
patrocínio na pendência do processo, comunica o seu domicílio pro ssional e endereço de correio
eletrónico ao mandatário judicial da contraparte.

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cada caso ou situação concreta.
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