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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR

PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO


PAULO.

*1000001-
Processo de Origem Nº

00.2021.8.26.0000*

ANTONIA MARIA MIGUEL,

JÁ qualificada nos autos sob a referência em tela,


vem, interpor com fulcro nos por intermédio de seu
patrono que ora assina, alicerçada no art. 1.019,
inc. II, do Código Processo Civil, para,
tempestivamente, na quinzena legal, apresentar ,
CONTRARAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO pelas razões
de fato e de direito a seguir expostas.

MANUTENÇÃO DA DECISÃO, RECONHECENDO PEDIDO DE


DIREITO REAL DE HABITAÇÃO.

POR SER DE JUSTIÇA E EQUIDADE,


BAURU,16 de novembro de 2022.
MILTON LEVY DE SOUZA
OABSP 273.653
CONTRARAZÕES DO AGRAVO
AGRAVANTE: SAPÃO DE SOUZA
AGRAVADO: ANTÔNIA MARIA MIGUEL

Processo *1000001-
de Origem Nº

07.2021.8.26.0000*
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PRECLARO RELATOR
 
BREVE SÍNTESE FÁTICA E PROCESSUAL;

impugnação específica das razões do agravo de instrumento:


A recorrida, falou nos autos pela primeira vez, no dia08.08.2022,
ocasião em que deveria se manifestar sobre o suposto direito real de
habitação – O QUE NÃO FEZ!!!;

 O que prontamente rechaçamos, haja visto que sua oposição foi citada
somente em sua petição de 08 de agosto do corrente ano, dado sua
minguada leitura (sem que. m pudesse “TRANSCREVER” o real significado da
citação – não levou em conta)

O PEDIDO

Que não seja atribuído o efeito suspensivo ao recurso de agravo de


instrumento tendo em vista a ausência de um pressuposto autorizador. 

TEMPESTIVIDADE
Uma vez que a disponibilização da intimação
somente terminaria, salvo melhor juízo, no dia
02.12. do corrente ano.
 
A presente CONTRARAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO há
de ser considerada como tempestiva. A Recorrida
fora intimada a se manifestar por meio do Diário
da Justiça Eletrônico, quando esse circulou no dia
09/11/2022, portanto, à luz do que rege a
Legislação Adjetiva Civil (CPC, art. 219, caput e
1.019, inc. II) é plenamente tempestivo o
arrazoado, sobretudo quando apresentado na
quinzena legal.

EM REBATE AO ARGUMENTO

(de que)A DECISÃO de fls. 92 - 95, reconheceu o


direito real de habitação da companheira
sobrevivente e NÃO HOMOLOGOU OPLANO DE PARTILHA
(fls. 61 – 62, apontamos que:

...não obstante seja mais rotineiro que a viúva


venha a POSTULÁ-LO NO CURSO DO
INVENTÁRIO, OU ATÉ MESMO DE MODO
POSTERIOR EM JUÍZO. 

A recorrida, falou nos autos pela primeira vez, no


dia08.08.2022, ocasião em que deveria se
manifestar sobre o suposto direito real de
habitação – O QUE NÃO FEZ!!!;

 O que prontamente rechaçamos, haja visto


que sua oposição foi citada somente em sua
petição de 08 de agosto do corrente ano,
dado sua minguada leitura (sem quem pudesse
“TRANSCREVER” o real significado da citação
– não levou em conta)

DIREITO REAL DE HABITAÇÃO QUE LHE FOI CONFERIDO


PELA LEI N.º 10.406/2002 .

A agravada solicitou, como de direito, sua


interveniência no processo de inventário sob o
número em referência.

Solicitou, ainda, seu direito real de habitação,


bem como a inscrição da observação no REGISTRO DE
IMÓVEIS.

Por questão de igualdade entre os consortes que


contraíram o matrimônio, trata-se de direito que
pode ser exercido tanto pelo marido quanto pela
esposa, não obstante seja mais rotineiro que a
viúva venha a POSTULÁ-LO NO CURSO DO
INVENTÁRIO, OU ATÉ MESMO DE MODO
POSTERIOR EM JUÍZO
— ... não
(https://ibdfam.org.br › artigos › O+direito+real+de+hab..<<4 de out. de 2021>>)

obstante seja mais rotineiro que a viúva


venha a postulá-lo no curso do inventário,
ou até mesmo de modo posterior em Juízo.
Segundo a inteligência da norma, a viúva que
mantinha matrimônio com o de cujus poderá
continuar morando na residência do casal – e tal
regra também se estende aos companheiros, por
força da Lei número 9.278/1996 e do próprio
princípio da dignidade familiar, como recomenda o
Enunciado número 117 da CJF.

O direito real de habitação está previsto pela


regra do art. 1.831 do Código Civil e incide
quanto ao imóvel que se destinava à residência da
família, desde que fosse o único a inventariar;
inferindo-se, a contrario sensu, que tal direito
não subsiste se houver dois ou mais bens imóveis
de mesmo jaez a serem inventariados.

Atualmente, embora o regime de bens em si não


influencie no reconhecimento da habitação, é
necessário que exista casamento ou união estável
(por força da equiparação) no momento da morte,
pois, do contrário, não estará materializado o
elemento nuclear do suporte fático do art. 1.831
do aludido diploma.

Mesmo que o pedido de reconhecimento do direito


real de habitação não seja formulado em Juízo no
curso do processo do inventário, não se autoriza a
alienação do único imóvel destinado à residência
familiar se a viúva dele não renunciou
expressamente nos autos do inventário ou por meio
de escritura pública, nos termos do Enunciado
número 271 da III Jornada de Direito Civil (grifei).
A renúncia expressa, para além de decorrer da
natureza real, faz-se necessária, assim, é de suma
importância que caso ela concorde com a venda e
não deseje continuar a moradia no lar conjugal,
seja lavrado instrumento público no qual ela
renuncie expressamente à habitação.

Por outro lado, para que o direito real de


habitação produza efeitos no mundo jurídico,
prescinde-se da inscrição no cartório de registro
de imóveis local, como já decidiu, por diversas
vezes, o Superior Tribunal de Justiça (REsp nº
565.820/PR, Terceira Turma, DJ 14/03/2005; e REsp
n.º 282.716/SP, Terceira Turma, DJ 10/04/2006),
Por outro lado, se a referida companheira apenas
se ausentasse temporariamente do único imóvel
destinado à residência familiar, não se teria
descaracterizado o direito real de habitação. 

Assim, a constitucionalização das relações


jurídico-privadas trouxe diversos avanços de ordem
humanista sobretudo ao conferir ao cônjuge e ao
companheiro sobreviventes o direito real de
habitação sobre o único imóvel a inventariar, e
que era utilizado para fins de residência da
família, uma vez que se trata de um importante
meio para garantir a moradia do viúvo ou da viúva
e para proteger o núcleo familiar e seus demais
desdobramentos afetivos; devendo, portanto,
preponderar, a princípio – ressalvadas as exceções
de cada caso concreto –, sobre a vontade dos
herdeiros, de modo a limitar temporariamente seus
direitos de propriedade e impedir o desfazimento
do condomínio pela alienação do imóvel utilizado
como moradia pelo cônjuge ou companheiro
supérstites.
Portanto, que não seja atribuído o efeito
suspensivo ao recurso de agravo de instrumento
tendo em vista a ausência de um pressuposto
autorizador. 

TERMOS EM QUE,
POR SER DE JUSTIÇA E EQUIDADE,
CALISTO,16 de novembro de 2022.
FALOU DE SOUZA
OABSP 000.000

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