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Contestação com Incidente de Verificação do Valor

Contestação com Incidente de Veri cação do Valor

Comarca de Aveiro                                                  

Proc. nº ……                                                             

Ação comum                                                            

Ex.mo Senhor Juiz do

Juizo Local Cível de

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

Q……………, Réu nos autos de ação declarativa de condenação com processo comum acima identi cados
que lhe move E……………,

vem apresentar a sua

CONTESTAÇÃO

nos termos e pelos fundamentos seguintes:

QUESTÃO PRÉVIA:
[1]
DO VALOR DA AÇÃO

Veri ca-se que o A., peticionando a condenação do Réu no pagamento de 52.272,50€ (acrescidos de juros
e outras quantias a liquidar em momento posterior, cujo valor nem sequer estima), atribui à ação o valor
[2]
de 30.000,01€ .

Ora,

Nos termos do nº 1 do artigo 297º do CPC “Se pela ação, se pretende obter qualquer quantia certa em
dinheiro, é esse o valor da causa, não sendo atendível impugnação nem acordo em contrário”,

Devendo, na determinação do valor da causa, de acordo com o nº 1 do artigo 299º do CPC “atender-se ao
momento em que a ação é proposta, exceto quando haja reconvenção ou intervenção principal”,

Sendo, para o efeito, irrelevante o facto de o autor pretender a condenação do R. no pagamento das
quantias que se venham a apurar em sede de incidente de liquidação.

Assim sendo – como se entende dever ser considerado – em boa aplicação desses normativos, para a
presente ação deveria, o A., ter sugerido o valor de 52.272,50€, /

Sendo esse o valor que o Réu oferece, em cumprimento do nº 1 do artigo 305º do CPC e se entende dever
ser xado, nos termos e tempo previstos nos nºs 1 e 2 do artigo 306º do CPC, com as legais
[3] [4]
consequências.

Sem prescindir,

DO MÉRITO DO PEDIDO FORMULADO           

Correspondendo à verdade os factos articulados sob os artigos …. da douta petição inicial – que o Réu ao
cortar a relva do seu jardim cortou, além da relva, o tubo de abastecimento de água em casa do A. –

Não provocou, no entanto, os danos descritos nos artigos … a … da douta petição inicial, uma vez que, por
iniciativa do Réu, foi, de imediato chamado o piquete dos serviços municipalizados que, ao m de duas
horas tinha, já, reposto o fornecimento de água em casa do A. e impedido a inundação do seu interior.

O Réu, aliás, sempre assumiu a sua obrigação de indemnizar o A. pelos prejuízos que, efectivamente, lhe
causou com a atuação descrita na douta petição inicial,

10º

Sendo certo que tais prejuízos se limitaram à inutilização do tapete existente na entrada da casa e da
madeira que revestia o hall da mesma,

11º

Cuja reposição reconhece o A. ter-lhe custado 2.500,00€ – que o Réu sempre se pronti cou a pagar,
apenas não o fazendo devido à recusa do A. em recebê-la.

12º

Todos os demais danos – e montantes compensatórios peticionados pelo A. – não passam de fantasiosa
descrição do A., não resultando da atuação do Réu, mas do estado de degradação da casa do A., por cuja
manutenção nunca foi responsável o Réu.

13º

O Réu desconhece, aliás, sem obrigação de conhecer se são verdadeiros ou falsos os factos vertidos sob
os artigos ….º, da douta p.i., que assim se devem ter por expressa e especi cadamente impugnados nos
[5]
termos do nº 3 do artigo 574º do CPC .

14º

Não podendo ainda deixar de impugnar os documentos juntos pelo A. aos autos, uma vez que não
apenas não se encontram numerados, como são, muitos deles, completamente ilegíveis, não
correspondendo, parte dos pedidos formulados, sequer, à soma dos valores deles constantes.

Termos em que a ação deve julgada, apenas, parcialmente provada e procedente


e o Réu condenado na quantia de 2.500,00€ que sempre reconheceu competir-
lhe pagar, sendo o A. condenado nas custas por ter dado causa à ação.

– Requer seja efetuada perícia técnica, sob a forma colegial, para esclarecimento
das questões controvertidas constantes sob os artigos …. da douta p.i., que não
deixarão de integrar os temas de prova a enunciar.
[6]
Indica como seu perito, E…., construtor civil, casado, com residência

 
[7]
TESTEMUNHAS, cuja noti cação se requer,

1) M…., (pro ssão), residente em….

2) J….., (pro ssão), residente em….


/
 

JUNTA: Procuração[8].

VALOR: sugerido pelo A.: 30.000,01€

VALOR A FIXAR (nos termos dos artigos 297º e 306º, ambos do cpc):    52.272,50€, (cinquenta e dois mil
[9]
duzentos e setenta e dois euros e cinquenta cêntimos)

 
[10]
O(A) ADVOGADO(A)

(Nome pro ssional)

(Domicílio pro ssional)

(endereço de correio eletrónico)

[1]
 Ao questionar o valor da ação proposto pelo autor, o réu está a suscitar um incidente de veri cação do
valor da causa, regulado nos artigos 296º a 310º do CPC, a que são subsidiariamente aplicáveis os artigos
292º a 295º do mesmo código. Salienta-se, entre esses artigos, o que dispõe o nº 1 do artigo 310º que
prevê a remessa dos autos ao tribunal que se torne competente em função do valor que vier a ser
de nitivamente xado (o que não sucede no caso em apreço em que o tribunal manterá a competência
independentemente do valor que vier a ser xado, se for acolhida pelo Juiz a sugestão de qualquer das
partes), mantendo, no entanto, o tribunal a sua competência no caso de vir a ser o ciosamente xado à
causa um valor inferior ao indicado pelo autor, nos termos do nº 3 do artigo 310º do CPC.
[2]
 Sendo o valor da alçada do tribunal da relação de 30.000,00€, a indicação de um valor superior em um
cêntimo, como é o caso do presente, revela a preocupação do autor em garantir a possibilidade de
recurso de revista, em caso de perda da demanda. Esse interesse – porventura legítimo, embora sujeito a
ser obstaculizado por uma situação de dupla conforme – não autoriza a que se adulterem os critérios de
xação do valor de uma ação estabelecidos em diversos preceitos do CPC.
[3]
 Para que se veri que a alteração do valor da ação não se torna, sequer, necessária (embora seja
conveniente) a dedução do incidente, pois, nos termos do nº 1 do artigo 306º do CPC “compete ao juiz
xar o valor da causa, sem prejuízo do dever de indicação que impende sobre as partes”. Este dever – ou
melhor a sua inobservância pelo autor – tem como consequência a recusa do recebimento da petição
inicial pela secretaria, nos termos da alínea e) do nº 1 do artigo 558º do CPC na redação que lhe foi dada
pelo Dec. Lei 97/2019 de 26 de Julho. Da alteração do valor da ação pode resultar a remessa dos autos a
outro tribunal, tornado competente em razão do valor xado à ação.
[4]
 A divergência entre as partes (ou do juiz em relação a estas) pode não resultar da estrita aplicação dos
critérios legais de determinação do valor, de nidos no CPC, mas da avaliação diversa quanto ao objeto da
ação; por isso, o artigo 308º do CPC prevê que “ quando as partes não tenham chegado a acordo ou o juiz
o não aceite, a determinação do valor da causa faz-se mediante os elementos do processo ou, sendo
estes insu cientes, mediante as diligências indispensáveis, que as partes requererem ou o juiz ordenar”,
determinando o artigo 309º do CPC que “se for necessário proceder a arbitramento, é este feito por um
único perito nomeado pelo juiz, não havendo neste caso lugar a segundo arbitramento”. A
inadmissibilidade de segundo arbitramento não põe em causa, obviamente, a suscetibilidade de a decisão
que for proferida com base no arbitramento realizado por determinação do juiz, ser recorrida.
[5]
 Os factos referidos nos artigos da petição inicial agora impugnados diriam respeito aos danos
alegadamente sofridos pelo A., de que o Réu não teria de ter conhecimento e que, por não serem
pessoais ao próprio contestante, poderia impugnar nestes termos. A veri car-se que tais factos eram
pessoais ao Réu (por exemplo, uma referência a um comportamento concreto do Réu) esta forma de
/
impugnação seria ine caz, sendo considerados os factos, apesar de impugnados, admitidos por acordo,
nos termos do nº 3, parte nal, do artigo 574º do CPC.
[6]
 Nos termos do nº 3 do artigo 468º do CPC, a parte que requerer a realização de perícia colegial deve
indicar logo o respetivo perito, salvo se, alegando di culdade justi cada, pedir a prorrogação de prazo
para a indicação.
[7]
 Nos termos da alínea d) do artigo 572º do CPC, o réu deve, no nal da contestação, apresentar o rol de
testemunhas e indicar outros meios de prova. Na indicação de testemunhas devem ser tidas em conta as
disposições insertas no nº 1 do artigo 498º, no nº 2 do artigo 507º e no nº 1 do artigo 511º, todos do CPC.
Nos termos da primeira, “as testemunhas são indicadas no rol pelos seus nomes, pro ssões e moradas”,
quando estes elementos sejam su cientes para as identi car; da segunda disposição decorre que as
testemunhas serão apresentadas pelas partes, salvo se tiver sido requerida, pela parte que as indicou, a
sua noti cação; na terceira disposição prevê-se o limite de 10 testemunhas (ou 5 em ações de valor não
superior à alçada do tribunal de 1ª instância), considerando-se não escritas as que excederem aquele
limite. O nº 4 do artigo 511º do CPC estabelece a possibilidade de o Juiz, por decisão irrecorrível, admitir
número de testemunhas superior àqueles limites se a natureza e extensão dos temas de prova o
justi car.
[8] Nostermos do nº 1 do artigo 9º da Portaria 280/2013 de 26 de Julho, na redação que lhe foi dada pela
Portaria 170/2017 de 25 de Maio, “o responsável pelo prévio pagamento da taxa de justiça ou de outra
quantia devida a título de custas, de multa ou outra penalidade deve indicar, em campo próprio dos
formulários de apresentação de peça processual constantes do sistema informático de suporte à
atividade dos tribunais, a referência que consta do documento único de cobrança (DUC), encontrando-se
dispensado de juntar ao processo o respetivo documento comprovativo do pagamento. Deixou, assim, de
ser necessário juntar aos autos o documento comprovativo do pagamento prévio da taxa de justiça,
conforme era exigido por este preceito, na redação constante da Portaria 280/2013 de 26 de Agosto.
[9]
 Ainda que o valor xado pelo tribunal fosse não superior a 5.000,00€ (valor da alçada do tribunal de 1ª
instância) – o que não poderia suceder no caso em apreço – a decisão que o xasse seria sempre
recorrível nos termos da alínea b) do nº 2 do artigo 629º do CPC.
[10]
 Não integra o artigo 572º do CPC (Elementos da contestação) previsão semelhante à da alínea b) do
artigo 552º do CPC (Requisitos da petição inicial). Esta obrigação de identi cação do mandatário decorre
dos termos do nº 2 do artigo 221º do CPC, de acordo com o qual o mandatário judicial que assuma o
patrocínio na pendência do processo, comunica o seu domicílio pro ssional e endereço de correio
eletrónico ao mandatário judicial da contraparte.

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