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Contestação com Defesa por Exceção de Incompetência Relativa (Valor da Ação)

CONTESTAÇÃO COM DEFESA POR EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA (VALOR DA AÇÃO)

Comarca do Porto                                        

Proc. nº ……                                               

Ação Comum                                              

Ex.mo Senhor Juiz do

Juízo Central Cível da


[1]
 Póvoa de Varzim – Juiz 2

  

L ……., Réu nos autos de ação com processo comum acima identi cados que lhe move a B……S.A.,

   vem apresentar a sua

CONTESTAÇÃO

   nos termos e pelos fundamentos seguintes:

POR EXCEÇÃO DILATÓRIA DE (IN)COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL EM RAZÃO DO VALOR DA AÇÃO

    Pretende, a A., com a presente ação, ver o Réu condenado a  pagar-lhe a quantia de 42.500,00€,
proveniente do fornecimento que alega ter feito ao Réu e que este não lhe teria pago.

    Em coerência com tal pedido, atribui, a A., à ação o valor de 42.500,00€, no que constitui uma boa
aplicação do disposto no nº 1 do artigo 297º do CPC.

   Do mesmo modo, em boa interpretação do nº 2 do artigo 71º do CPC, elegeu, a A. um foro competente,
o Tribunal do domicilio do Réu, conforme, aliás, expressamente referido no artigo 14º da douta p.i..

   Com estes critérios gerais está inteiramente de acordo o Réu.

   Sucede, porém, que, não obstante o acerto da orientação tomada pela A., o caminho percorrido até à
concreta escolha do Tribunal Competente – que entendeu ser este Juízo Central Cível da Póvoa de Varzim,
Comarca do Porto – não teve em conta o valor da ação e a necessidade da sua articulação com a Lei da
Organização do Sistema Judiciário (cujos termos são os da Lei 62/2013 de 26 de Agosto) na readação e
com o Dec. Lei 49/2014 de 27 de Março que aprovou o Regime da Organização e Funcionamento dos
Tribunais judiciais,
/

   Porquanto, a tê-lo feito (como devia) inevitavelmente teria concluído (até por que partiu de pressupostos
certos!) não ser este o Juizo competente, sendo, antes, competente para a preparação e julgamento
destes autos, o Juizo Local Cível da Maia, desta Comarca do Porto, por ser este o competente, atento o
domicílio do Réu e o valor da ação.

   Na verdade,

   Dispõe o artigo 117º da Lei 62/2013 de 26 de Agosto na redação que “compete o Juizo Central Cível  a
preparação das ações declarativas cíveis do processo comum de valor superior a 50.000,00€”,

   Prevendo, no que não pode deixar de constituir uma instrução complementar do legislador, o nº 1 do
artigo 130º da mesma lei que “compete ao Juízo de  competência genérica do Juizo Local preparar e julgar
os processos relativos a causas não atribuídas a outro juízo central cível ou tribunal de competência
alargada”,

   Admitindo, o nº 3 desse mesmo artigo, que os juizos de competência genérica podem ser desdobradas
em juizos cíveis e em juizos criminais.

10º

    Sendo, de facto, competente em razão do valor da ação um juizo local, à A. incumbia ter “procurado
saber” qual o Juizo competente para apreciar esta ação, tendo em conta o facto de o Réu residir – como
indicado na douta p.i.-  na cidade da Maia.

11º

   E se o tivesse feito – o que (revela a sua má opção) não terá sucedido – necessariamente concluiría, da
análise do Mapa III anexo ao Dec. Lei 49/2014 de 27 de Março, que a competência para a preparação e
julgamento desta ação seria um dos seis Juizos Locais Cíveis da Maia, em que a ação deveria ter sido
proposta.

12º

   Dispõem o artigo 102º e o nº 2 do artigo 103º, ambos do CPC, que “a infração das regras de competência
fundadas no valor da causa” determina a incompetência relativa do Tribunal, o que deve ser arguido pelo
réu no prazo xado para a contestação.

13º

   Devendo, ouvida a A.,  em  10 dias  de acordo com o nº 1 do artigo 103º do CPC, ser
[2]
 declarada a incompetência deste Juízo Central Cível em razão do valor da ação e a sua remessa para o
Juízo Local Cível da Maia, por ser este o competente, nos termos das disposições legais acima citadas.

Sem prescindir

 
[3]
POR EXCEÇÃO PERENTÓRIA DE PAGAMENTO DO PREÇO DAS FATURAS RECLAMADAS PELA A.

14º

    Sendo verdadeiros os factos articulados sob os nºs 1º a 5º da douta p.i., concretamente que a A.
forneceu ao Réu os produtos constantes das faturas cuja cópia junta e nas datas nelas referidas, tendo o
Réu recebido tais produtos,

15º

   Já não correspondem à verdade os factos vertidos sob o artigo 6º daquela peça processual, porquanto,
ao contrário do pretendido pela A., o Réu pagou aqueles preços à A., por meio de transferência bancária
efetuada para o IBAN …., indicado pela A. nas sua faturas,

16º

/
    Sendo tais transferências realizadas dentro do prazo concedido nas faturas para serem efetuados os
pagamentos,

17º

   Pelo que nem sequer existia mora do réu quando efetuou qualquer dos pagamentos em causa.

18º

   Tais transferências resultam claras dos documentos comprovativos que se juntam (Docs. nºs 1 a 5) e são
con rmadas pela declaração emitida pelo banco em que está sediada a conta bancária do réu, que
con rmou tais transferências, os respetivos montantes e data e o IBAN  da conta bancária de tais
transferências (doc. nº 6).

19º

   Esta conta é, inquestionavelmente, a conta de que a A. é titular e para a qual (tal como fora indicado pela
mesma, nas suas faturas) deveriam ser efetuados os pagamentos.

20º

    O que não pode pretender a A. – e é o que parece tentar fazer – é imputar ao réu qualquer
responsabilidade pelo facto de a sua conta bancária ter sido objeto de decisão judicial que impediu a A. de
a movimentar,

21º

    Sendo certo que tal decisão judicial e o processo em que a mesma foi proferida, são totalmente
estranhos ao Réu,

22º

    Que, repete-se, procedeu ao pagamento à A. de todas as quantias peticionadas, desse modo


extinguindo as obrigações que sob si impendiam.

23º

   Carece, assim, de qualquer fundamento a pretensão da A., que deve, por isso, improceder, sendo o Réu
absolvido do pedido.

Termos em que

a) Deve ser declarada a incompetência deste Juízo Central Cível da Póvoa de Varzim e ordenada a
remessa a um Juízo Local Cível da Maia, por ser este o competente.

b) Deve, a nal, a ação ser julgada improcedente e o Réu absolvido do pedido, com as legais
consequências.

 
[4]
TESTEMUNHAS, cuja noti cação se requer,

1) M…., (pro ssão), residente em….

2) J….., (pro ssão), residente em….

VALOR: O sugerido pela A.[5].

JUNTA: Seis documentos e procuração[6].

 
[7]
O(A) ADVOGADO(A)

(Nome pro ssional)

(Domicílio pro ssional)

(endereço de correio eletrónico)


/
 

[1]
 Nos termos do Mapa III anexo ao Dec. Lei 49/2014 de 27 de Março este Juízo Central Cível da Póvoa de
Varzim seria competente em razão do território (atenta a residência do réu na Maia e o critério orientador
do nº 1 do artigo 71º do CPC) se a ação fosse de valor superior a 50.000,00€, de acordo com a alínea a) do
nº 1 do artigo 117º da Lei 62/2013 de 26 de Agosto.
[2]
 A “confusão” da A., inquestionavelmente geradora de uma má opção na escolha do juízo competente,
pode, até, justi car-se por não se compreender o valor da competência atribuída aos juízos centrais, sem
qualquer relação com a alçada do tribunal da relação que é, como é sabido, 30.000,00€. Ao atribuir à ação
um valor superior à alçada do tribunal da relação, a autora “intuiu” a competência do juízo Central, na
(pior!) tradição das extintas Varas Cíveis ou mesmo das Grandes Instâncias Cíveis do Mapa Judiciário
experimental, aprovado pela Lei 52/2008 de 28 de Agosto.
[3]
 Entende-se que quando, na contestação, o réu invoca exceções de natureza diversa (uma dilatória e
outra perentória) deverá ser, em primeiro lugar, deduzida a exceção de natureza dilatória pois esta terá
como consequência obstar ao conhecimento do mérito da causa pelo tribunal, quer a decisão seja de
absolvição da instância quer de simples remessa dos autos ao tribunal competente. Tratando-se, a
apreciação da exceção perentória, de uma questão de mérito, esta deverá ser apreciada pelo juiz que for
declarado competente na decisão que venha a ser proferida quanto à invocada exceção dilatória.
[4]
 Nos termos da alínea d) do artigo 572º do CPC, o réu deve, no nal da contestação, apresentar o rol de
testemunhas e indicar outros meios de prova. Na indicação de testemunhas devem ser tidas em conta as
disposições insertas no nº 1 do artigo 498º, no nº 2 do artigo 507º e no nº 1 do artigo 511º, todos do CPC.
Nos termos da primeira, “as testemunhas são indicadas no rol pelos seus nomes, pro ssões e moradas”,
quando estes elementos sejam su cientes para as identi car; da segunda disposição decorre que as
testemunhas serão apresentadas pelas partes, salvo se tiver sido requerida, pela parte que as indicou, a
sua noti cação; na terceira disposição prevê-se o limite de 10 testemunhas (ou 5 em ações de valor não
superior à alçada do tribunal de 1ª instância), considerando-se não escritas as que excederem aquele
limite. O nº 4 do artigo 511º do CPC estabelece a possibilidade de o Juiz, por decisão irrecorrível, admitir
número de testemunhas superior àqueles limites se a natureza e extensão dos temas de prova o
justi car.
[5]Nos termos da alínea f) d0 nº 1 do artigo 552º do CPC, compete ao autor, na petição inicial, declarar o
valor da causa, podendo este valor ser impugnado pelo réu, na sua defesa, oferecendo outro valor em sua
substituição, (cfr. nº 1 do artigo 305º do CPC). Na hipótese de tal suceder, ter-se-á iniciado um incidente de
veri cação do valor, sumariamente regulado no artigo 308º do CPC. A aceitação pelo réu do valor sugerido
pelo autor, traduzida na expressão utilizada na minuta ou na simples não impugnação daquele valor, não
vincula o Juiz que, nos termos do nº 1 do artigo 306º do CPC, xa o valor da causa, sem prejuízo do dever
de indicação que impende sobre as partes. Prevê o nº 2 do artigo 306º do CPC que o valor da causa é
xado no despacho saneador, ou na sentença quando não haja lugar àquele, salvo nos processos de
liquidação ou noutros em que, analogamente, a utilidade económica do pedido só se de ne na sequência
da ação, tal como enunciado no nº 4 do artigo 299º do CPC.
[6]Nos termos do nº 1 do artigo 9º da Portaria 280/2013 de 26 de Julho, na redação que lhe foi dada pela
Portaria 170/2017 de 25 de Maio, “o responsável pelo prévio pagamento da taxa de justiça ou de outra
quantia devida a título de custas, de multa ou outra penalidade deve indicar, em campo próprio dos
formulários de apresentação de peça processual constantes do sistema informático de suporte à
atividade dos tribunais, a referência que consta do documento único de cobrança (DUC), encontrando-se
dispensado de juntar ao processo o respetivo documento comprovativo do pagamento. Deixou, assim, de
ser necessário juntar aos autos o documento comprovativo do pagamento prévio da taxa de justiça,
conforme era exigido por este preceito, na redação constante da Portaria 280/2013 de 26 de Agosto.
[7]
 Não integra o artigo 572º do CPC (Elementos da contestação) previsão semelhante à da alínea b) do
artigo 552º do CPC (Requisitos da petição inicial). Esta obrigação de identi cação do mandatário decorre
dos termos do nº 2 do artigo 221º do CPC, de acordo com o qual o mandatário judicial que assuma o
patrocínio na pendência do processo, comunica o seu domicílio pro ssional e endereço de correio
eletrónico ao mandatário judicial da contraparte.
/
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