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ISBN 978-85-249-1744-8
dentemente da construção
aprendizage m. No
- do ,..,, a
- a reprovaçao
contn mçao para a seleti . que co
C~Esl
-~ 45
L...........
CIPRIANO CARLOS LUCl<ESJ
'fi - e não com avaliação da estabelecido para aquele tipo de objeto. O valor ou qualidade atribuídos
Aescola opera com veri caçao
ao objeto conduzem a uma tomada de posição a seu favor ou contra ele. E
aprendizagem o posicionamento a favor ou contra o objeto, ato ou curso de ação, a partir
. s de verificação e avaliação, para, a seguir do valor ou qualidade atribuídos, conduz a uma decisão nova: manter o
Iniciemos pelos conceito · objeto como está ou atuar sobre ele.
e looia da aferição do aproveitamento escolar'
identificarmos
· se a ienomeno
. o- •fi - .
configura como ven caçao ou avaliação , A avaliação, diferentemente da verificação, envolve um ato que ultra-
descrita no item antenor, se · passa a obtenção da configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer
;/; rove·m etimolooicamente do latim - verumJac~e
tenno ven ,car p o- . . _ ante ou com ele. A verificação é uma ação que "congela" o objeto; a avaliação,
O 1
_ e significa "fazer verdadeiro". Contudo, o conceito venficaçao emerge por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação.
das detenninações da conduta de, intencionalmente: bus1~ar "ver se algo é As entrelinhas do processo descrito no tópico anterior demonstram
isso mesmo... ", "investigar a verdade de alguma coisa .... O processo de que, no geral, a escola brasileira opera com a verificação e não com a ava-
verificar configura-se pela observação, obtenção, análise e síntese dos dados liação da aprendizagem. Este fato fica patente ao observarmos que os re-
ou infonnações que delimitam o objeto ou ato com o qual se está traba- sultados da aprendizagem usualmente têm tido a função de estabelecer
lhando. A verificação encerra-se no momento em que o objeto ou ato de uma classificação do educando, expressa em sua aprovação ou reprovação.
investigação chega a ser configurado, sinteticamente, no pensamento abs- O uso dos resultados tem se encerrado na obtenção e registro da configu-
trato, isto é, no momento em que se chega à conclusão que tal objeto ou ração da aprendizagem do educando, nada decorrendo daí.
ato possui determinada configuração. Raramente, só em situações reduzidas e específicas, encontramos
A dinâmica do ato de verificar encerra-se com a obtenção do dado ou professores que fogem a esse padrão usual, fazendo da aferição da apren-
informação que se busca, isto é, "vê-se" ou "não se vê" alguma coisa. E ... dizagem um efetivo ato de avaliação. Para esses raros professores, a aferição
pronto! Por si, a verificação não implica que o sujeito retire dela conse- da aprendizagem manifesta-se como um processo de compreensão dos
quências novas e significativas. avanços, limites e dificuldades que os educandos estão encontrando para
atingir os objetivos do curso, disciplina ou atividade da qual estão partici-
. termo avaliar também tem sua origem no latim, provindo da com-
pando. A avaliação é, neste contexto, um excelente mecanismo subsidiário
_ ,, . a-'()a/ere• que quer dizer "dar valor a....
posiçao ,, Porem,
, o conceito
. "avalia-
.
da condução da ação.
çao e formulado . a partir d d .
as etermmações da conduta de "atribuir um
v. al orli ou qualidade A partir dessas observações, podemos dizer que a prática educacional
. . a alguma COisa,. ato ou curso de ação ... ", que, por si,.
Imp ca um pos1c1onamento •• . . brasileira opera, na quase totalidade das vezes, como verificação. Por isso,
ou curso de a - ali d positivo ou negativo em relação ao obJeto, ato tem sido incapaz de retirar do processo de aferição as consequências mais
çao av a o Isso d'
cerra na configura - d ·ai quer izer que o ato de avaliar não se en- significativas para a melhoria da qualidade e do nível de aprendizagem dos
çao o v or ou alid d .
tão, exigindo uma to d d ª e atribuídos ao objeto em ques- educandos. Ao contrário, sob a forma de verificação, tem se utilizado o
e avaliação com u ma a e pos1çao f:avorave • 1ou desfavorável ao o b'~eto processo de aferição da aprendizagem de uma forma negativa, à medida
d
O ato ~e avali:~ coli~sequente decisão de ação. que tem servido para desenvolver o ciclo do medo nas crianças e jovens,
.
guram o objeto da avali -
unp ca coleta áli ,
'an se e smtese dos dados que con -
fi pela constante "ameaça" da reprovação.
alid d açao, acresc·d d Em síntese, o atual processo de aferir a aprendizagem escolar, sob a
qu_ a e, que se processa a . , o e uma atribuição de valor ou
objeto avaliado com um d P~ir da comparação da configuração do forma de verificação, além de não obter as mais significativas consequências
eterminado padr-ao de qualidade previamente
CIPRIANO CARLOS
LUc1<es1
'd'
- uma me ia m1
'nima de notas, como ocorre hoi
Je na
CIPRIANO CARLOS LUCl(Esl
rá adquirir, e nao
to de quais conteúdos e aprendizagens seriam necessários para se
prática escolar. , nganosa do ponto de vista de ter cie' .
, . , . de notas e e . . nc1a obter a menção 7, sem o que, seria impossível fazer a atribuição;
A media mimma d . . Ela opera no que diz respeito ao ap
O d cando a qumu. ro- • a aprendizagem abaixo desse nível seria considerada insatisfatória;
daquilo que e u a quantidade de elementos - dois tre·s por isso, o educando deveria ser reorientado, até atingir o mínimo
1 com pequen ' ou
veitamento esco ar, 'd' em número reduzido de casos, cria corn necessário;
ul d s· e a me ia, ' o
quatro res ta o ' di ão na expressão da realidade.
sabemos, uma forte storç . . . • o educando que obtivesse rendimento acima desse nível mínimo
Um aluno, por exemPlo, que no primeiro
. _ bimestre letivo
. obtenha nota necessário receberia notas superiores a 7, chegando ao máximo
de 10.
l0em Matema' ti' ca, no conteúdo de ad1çao; no segundo ,bimestre, nota lO,
no conteu' do de subtração·, no terceiro, nota 4, no conteudo de multiplica-
- e no quarto , zero, no conteúdo de divisão, terá como média nota 6· A
çao; Nesse contexto, poder-se-ia utilizar a média, desde que não distorces-
nota 6 engana quem a lê. Pode levar a crer que o educando chegou a um se tanto o resultado final da aprendizagem do aluno. Neste caso, o resul-
limiar de aprendizagem mínimo necessário nas quatro operações matemá- tado da média estaria sempre acima do mínimo necessário de conteúdos a
serem aprendidos.
ticas com números inteiros, cujo mínimo era 5. Todavia, na verdade, ele só
obteve aproveitamento satisfatório em adição e subtração; em multiplica- Para exemplificar, retomemos o caso anteriormente citado do aluno
ção foi sofrível e em divisão, nulo. Esse aluno está carente de conhecimen- de Matemática, supondo, agora, que obteve as seguintes notas: 7, 8, 10 e
tos relativos à multiplicação e à divisão; no entanto, pela média, seria 9. A média seria 8,5. Observa-se que essa média seria feita com resultados
aprovado como se não tivesse essa carência. sempre superiores ao mínimo necessário, ou seja, 7 em cada um dos con-
teúdos. A nota assim obtida, ainda que também tenha seu lado enganoso,
De fato, o ideal seria a inexistência do sistema de notas. A aprovação
por dar- se sobre pequena quantidade de casos, seria mais verdadeira do
ou repr~vação do educando deveria dar-se pela efetiva aprendizagem dos ponto de vista da aprendizagem, desde que expressa que o aluno aprendeu
conheamentos m;n:~o ,· 1·
..,....=11 s necessanos,
to de habilidades h'b't .
com o consequente desenvo vimen-
• .
o mínimo necessário em cada conteúdo.
.. _ • ª 1 os e conv1cçoes. Entretanto, diante da intensa Para que esta média possa ocorrer, o professor terá de planejar o que
utilizaçao de notas e con 't , • · ·1 •
.
educacional que deter . ceiOos na pratica escolar e da própria legis açao d é o mínimo necessário e trabalhar com seus alunos para que todos atinjam
da apre dizag _ ~a uso de uma forma de registro dos resulta os esse mínimo. A avaliação, no caso, seria um mecanismo subsidiário pelo
n em, nao ha como d . d. . . .t s
da vida escol E fu _ . ' e ime 1ato, eliminar as notas e conce1
. ar. m nçao di ' , - d ·-
° qual o professor iria detectando os níveis de aprendizagem atingidos pelos
rustrativament ) sso, e poss1vel pedagogicamente (nao a mi alunos e trabalhando para que atinjam a qualidade ideal mínima necessá-
e sanar essa <lificuld ·•
mentos,habilidad h' . ade pelo estabelecimento de conheci ria. Só passaria para um conteúdo novo, quando os alunos tivessem atin-
d es e ab1tos , . - gido esse patamar mínimo.
os e pelo encaminham ffiini~os a serem adquiridos pelos educan
ento do ensino
-
1ienamos de trabalh ª Partir. d essa d e fin.1çao.
- Alguns alunos, devido às diferenças individuais, culturais e sociais,
a esse - · ar com o mí · d. me ultrapassarão, facilmente ou com certa dose de trabalho, o mínimo neces-
flllnimo atribuirí ntmo necessário de apren 1zage
que p0 d . amos urna alid f: , .a' sário; outros, porém, pelo menos, chegarão ao mínimo. Isso garantiria uma
ena ser expressa 1 qu ade "minimamente satis atort '
• t0 d0 pe a nota 7 po 1 . . equalização entre os alunos, ao menos nas condições mínimas de aprendi-
educando e ' r exemp o. Nessa perspecttva. zagem dos conteúdos escolares. Esse seria um caminho para garantir a
7· p • ' m todos os e 'd _1... irnO
' ara isso, ter-se-i d onteu os, deveria obter no nw....-- socialização do saber, no contexto da escola, pois todos adquiririam o mí-
a e estabel · en·
ecer uma definição no planeJam
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CIPRIANO CARLOS
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. , uficientemente amadurecida para ofe
, . ho•e esta s . te-
A ciência pedagogica, _ J ' rática educativa capaz de levar à con _ O conteúdo deste ca ltulo
'di , duçao de urna p . 'fi s foi publicado na revista ABC
cer subs1 os a con _,.e . s da aprendizagem, que se mani estem e Educaria, ano 6, n. 46, jun.
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trução de resultados. s1g d educando.
2005. p. 36-37 e é inserido