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MANEJO ODONTOLÓGICO DO PACIENTE RENAL CRÔNICO: UMA REVISÃO DE LITERATURA REVISÃO DE

DENTAL MANAGEMENT OF THE CHRONIC RENAL PATIENT LITERATURA


Rev Fac Odontol Univ Fed Bahia 2017; 47(1) : 25 - 34 REVIEW OF THE
LITERATURE

MANEJO ODONTOLÓGICO DO PACIENTE RENAL CRÔNICO: UMA RE-


VISÃO DE LITERATURA

DENTAL MANAGEMENT OF THE CHRONIC RENAL PATIENT: A LITERATU-


RE REVIEW
Mariana Carvalho Raimundo*
Érica Ribeiro Machado**
Andreia Leal Figueiredo***
Graziele Beanes****

Unitermos: RESUMO
insuficiência renal Pacientes renais crônicos apresentam diversas manifestações bucais,
crônica, manifesta- por isso, o atendimento odontológico envolve uma série de peculia-
ções bucais, trata- ridades inerentes à doença renal. O cirurgião dentista deve estar apto
mento odontológi- para o manejo desses pacientes, pois são necessários cuidados espe-
co. cíficos em relação ao uso adequado de medicações e o melhor mo-
mento para intervenções odontológicas. O aumento da prevalência
da doença renal crônica no Brasil requer um preparo por parte de toda
equipe médica e dos cirurgiões dentistas, em relação ao tratamento
destes pacientes, tanto no ambiente hospitalar, atuando em conjunto
com a equipe multidisciplinar, ou em ambiente ambulatorial.O objeti-
vo deste trabalho é revisar a literatura a respeito do manejo odontoló-
gico em pacientes com doença renal crônica em tratamento dialítico
e dos pacientes transplantados.

Uniterms: ABSTRACT
renal chronic insuffi- Chronic kidney disease patients present several characteristic oral
ciency, oral manifes- manifestations and require that their dental treatment take in consi-
tations, dental care. deration the vast range of particularities related to this disease. The
dentist needs to be prepared to handle patients with chronic kidney
disease due to the specific considerations related to these patients,
when prescribing drugs and identifying the best time for dental inter-
ventions. The increase in the prevalence of chronic kidney disease in
Brazil demands a good coordinated multidisciplinary involvement of
the medical and dental professionals to treat those compromised pa-
tients in the hospital or ambulatory care. The objective of this article
is to review the literature on the topic of handling dental patients with
chronic kidney disease undergoing dialysis and patients that had kid-
ney transplant.

*Especialista em Periodontia - UFBA/Salvador, BA, Brasil; Especialista em Implantodontia – FTC/Salvador. Profª. de Periodontia e
Clínica Odontológica - FTC/Salvador, BA. Profª. da Especialização em Implantodontia - - FTC/Salvador, BA.
**Especialista em Endodontia - UFBA/Salvador, BA.
***Doutora em Odontologia. Profª. da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia
****Especialista em pacientes com necessidades especiais; Habilitada em Odontologia Hospitalar – USP/São Paulo, SP. Doutoranda
em Medicina e Saúde - UFBA/Salvador, BA.

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INTRODUÇÃO do o transplante renal. Os cuidados pré-trans-


plante exigem o uso de drogas imunossupres-
Pacientes com doença renal crônica soras que podem causar aumento gengival
(DRC) necessitam de cuidados odontológi- como efeito colateral. Além do quadro de
cos especiais, devido aos efeitos colaterais imunossupressão característico, o tratamento
do tratamento da DRC e às complicações que odontológico e a remoção de todos os focos
podem ocorrer durante o tratamento odonto- devem ser realizados previamente à cirurgia
lógico. A boa comunicação entre o cirurgião de transplante. Frente à complexidade dessa
dentista e o nefrologista é fundamental para condição clínica, o profissional deve estar pre-
manter a condição de saúde bucal o melhor parado para os cuidados especiais que esse
possível1. paciente necessita7. Assim, o CD tem um pa-
A prevalência da DRC vem crescendo pel fundamental no preparo do paciente que
no Brasil e no mundo. Estima-se que a cada será submetido a transplantes, assim como no
ano 50.000 norte-americanos morrem em vir- seu acompanhamento e tratamentono pós-
tude da insuficiência renal2 e que 13% da sua -operatório1.
população adulta têmDRC. De acordo com O objetivo deste trabalho é revisar a lite-
o censo de 2008 da Sociedade Brasileira de ratura a respeito do manejo odontológico em
Nefrologia há 684 Unidades Renais Cadas- pacientes com DRC em tratamento dialítico e
tradas e ativas, dentre essas, 310 oferecem o pacientes transplantados.
tratamento ambulatorial de diálise, atenden-
do 41.614 pacientes em território nacional. REVISÃO DA LITERATURA
Somente na região Nordeste há 7.948 pesso- Doença renal crônica
as em tratamento dialítico3. No Brasil, suge- Os rins são órgãos especializados do
re-se que cerca de 2,9 milhões de indivíduos sistema urinário, responsáveis pela filtração
tenham alguma insuficiência renal que pode dos fluidos corporais. Desempenham impor-
levar à DRC e a futuro transplante4. tante papel na excreção de produtos tóxicos
Diante dos dados epidemiológicos, a do metabolismo da ureia, creatinina, hidrogê-
DRC pode ser encarada como um problema nio, fosfato e ácido úrico. Auxiliam na reten-
de saúde pública. Além disso, pode estar as- ção de moléculas essenciais como aminoáci-
sociada a doenças crônicas de base como dos, glicose e proteínas. Regulam o volume
diabetes mellitus, hipertensão arterial5.O alto e composição dos fluidos corporais através
índice de mortalidade da DRC, na realidade, do controle de sódio, potássio, excreção de
está relacionado às complicações das doen- água e homeostasia ácido-base. Além disso,
ças crônicas e cardiovasculares. Um estudo do possuem função endócrina, pois secretam re-
tipo coorte que avaliou mais de 4 mil pacien- nina, eritropoetina e vitamina D, hormônios
tes em hemodiálise sugere que a saúde bucal fundamentais para a manutenção da pressão
deficiente pode estar associada a mortes pre- arterial, produção de eritrócitos e metabolis-
maturas por complicações cardiovasculares mo do cálcio8,9.
da DRC e que os pacientes com alto nível de Anatomicamente, o rim é composto
higiene e saúde bucal apresentam maior ex- por milhões de néfrons8. No interior de cada
pectativa de vida6. néfron existe uma rede de capilares denomi-
A DRC compromete parcialmente ou nada glomérulo, onde ocorre a filtração do
completamente a função renal. À medida que sangue10.A diminuição da taxa de filtração glo-
os rins perdem suas principais funções, o con- merular tem como consequência uma insufi-
sequente acúmulo de eletrólitos e desequilí- ciência renal10.
brio de fluidos e hormônios leva a um quadro Classifica-se a insuficiência renal em
clínico chamado de uremia, caracterizado por aguda, crônica e terminal. A Insuficiência Re-
uma série de alterações sistêmicas como ane- nal Aguda (IRC) é a súbita redução da taxa de
mia, imunossupressão e disfunção plaquetá- filtração glomerular, e pode durar de horas a
ria. Tanto a uremia como o tratamento da DRC poucos dias2,8,9.Ela se caracteriza pela progres-
podem predispor a alterações bucais que siva e irreversível redução da taxa de filtração
comprometem a qualidade de vida e saúde glomerular por um período maior que três
do paciente. Xerostomia, halitose, infecções meses, que evolui para uma falência renal crô-
bucais, periodontite e lesões nos ossos ma- nica e, posteriormente, para uma Insuficiência
xilares são as alterações mais comunsnesses Renal Terminal (IRT)8,9.A IRT é a fase final da
pacientes5. IRC, quando a função renal já está deteriorada
O cirurgião dentista (CD) deve dispen- e o paciente encontra-se na fila do transplan-
sar atenção especial para aqueles pacientes te9.
em tratamento dialítico e que estão aguardan- A IRC pode ocorrer devido à doença

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primária dos rins, doenças sistêmicas que aco- gue. O exame, portanto, mostra o quanto de
metem os rins e doenças do trato urinário. A creatinina está presente no sangue e o quanto
nefropatia diabética, hipertensão e glomeru- está sendo excretada na urina8.
lonefrite primária são as causas mais comuns A disfunção renal crônica tem como
da IRC. No paciente com IRC observa-se de- consequência acúmulo de toxinas, desequi-
gradação das funções bioquímicas e fisioló- líbrio hidroeletrolítico e ácido-base, hipovo-
gicas do organismo, decorrente da falha de lemia, hipercalemia, hiperfosfatemia, anemia
filtração glomerular2,12com diminuição da fun- e distúrbio hormonal, hiperparatireoidismo,
ção renal e/ou lesão no parênquima,por pelo infertilidade, retardo no crescimento, entre
menos três meses consecutivos4,13. outros2. Devido ao acúmulo de eletrólitos,
O melhor parâmetro para avaliar a taxa desequilíbrio dos fluidos e hormônios, decor-
de filtração glomerular é o Clearence de Crea- rentes da falha da função renal, aparecem os
tinina. Esse exame ajuda a diagnosticar disfun- primeiros sinais e sintomas da uremia (Qua-
ções renais. Trata-se de um comparativo entre dro 1), também conhecida como uremia ou
a dosagem de creatinina no sangue e na urina. síndrome urêmica. A uremia é o aumento nos
A creatinina deve ser filtrada nos rins e excre- níveis de ureia no sangue que causa um com-
tada na urina. Quando os rins não estão em prometimento sistêmico em diversos órgãos e
pleno funcionamento, a filtragem da creatini- sistemas5.
na é comprometida e essa permanece no san-
Quadro 1: Sinais e sintomas da uremia.5
ALTERAÇÕES SISTÊMICAS DECORRENTES DA UREMIA
Cardiovasculares Arritmias, cardiomiopatias, hipertensão arterial, pericardite.
Dermatológicas Prurido, equimoses, palidez, hiperpigmentação, xerose, pseudo-
porfiria.
Endócrinas Amenorreia, osteodistrofia renal, hiperparatireodismo, perda da
libido e função sexual.
Gastrointestinais Náuseas, anorexia, esofagite, vômitos, hemorragia gastrointesti-
nal, pancreatite, ascite, perda de apetite, soluços.
Hematológicas Anemia, disfunção plaquetária, diminuição na produção de eri-
tropoietina.
Neuromusculares Desmaios, tonturas, cefaleia, convulsões.
Musculares Enfraquecimento, câimbras, desnutrição/desgaste muscular.
Neurológicas e Incapacidade de concentração, comprometimento do sono, so-
Psicológicas nolência durante o dia, neuropatia periférica, ansiedade, depres-
são, coma, convulsões.
Hidreletrolíticas Hipocalcemia, hipercalemia, hiperfosfatemia, acidose metabóli-
ca.
Ósseas Osteopenia, risco de fratura aumentado.

As alterações cardiovasculares aumen- pode ser realizado com medidas conservado-


tam o índice de mortalidade dos pacientes ras como o controle nutricional, medicamen-
com IRC. A osteodistrofia, decorrente das toso e controle da pressão arterial. Quando
alterações endócrinas, pode afetar os ossos essas terapias não forem mais efetivas para
maxilares. As alterações hematológicas com- manter a qualidade de vida do paciente ou
prometem a imunidade, aumentam o risco quando ocorrerem os sinais e sintomas da ure-
hemorrágico, assim como o risco de anemias, mia, o tratamento dialítico deve ser indicado.
devido à redução na produção de eritropoie- É importante que o tratamento da IRC não seja
tina nas hemácias5.O risco hemorragia deve direcionado apenas ao órgão alvo e correção
ser avaliado através da avaliação da função dos distúrbios metabólicos, mas também ao
plaquetária nos exames laboratoriais. Os ní- controle das doenças primárias como diabe-
veis séricos de creatinina, ureia, fósforo e vi- tes e hipertensão, envolvendo uma equipe
tamina D também são verificados nos exames multidisciplinar até que seja indicada a terapia
laboratoriais11. de substituição renal2.
O tratamento inicial da disfunção renal A diálise é um procedimento para subs-

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tituir a função renal e remover os produtos pressão são mais propensos a desenvolverem
tóxicos, quando os rins, em falência, não são candidíase oral11, gengivite ulcerativa necro-
capazes de excretar. Não é considerado um sante aguda e doença periodontal. Vale res-
tratamento integral da DRC, já que não é ca- saltar que essas infecções bucais não estão
paz de repor a função endócrina14,15. Existem relacionadas apenas ao quadro de imunossu-
dois tipos de diálise, a peritoneal e a hemo- pressão,mas à condição de higiene oral, que é
diálise. Na diálise peritoneal, um cateter com preponderante5.
acesso à cavidade peritoneal permite a infu- Também são achados clínicos bucais
são e a drenagem de uma solução especial,a a presença de sangramento gengival20, peté-
fim de remover os produtos tóxicos acumu- quias e equimoses, devido às alterações he-
lados. Na hemodiálise, um cateter instalado matológicas e à disfunção plaquetária, pato-
em uma veia central ou em uma fístula arte- logias inerentes a DRC8,21.Dentre as alterações
riovenosa, realizada cirurgicamente, permite a hematológicas, a anemia é um achado clínico
filtração do sangue através de uma máquina e comum nesses pacientes, já que é possível
o devolve ao corpo do paciente com menos observar palidez na mucosa oral em 90% de-
impurezas5,14. les11,17.
O tratamento dialítico, independente Em consequência da diminuição dos ní-
da sua modalidade, não proporciona a cura veis de cálcio, a hipoplasia de esmalte pode
para a DRC, porém aumenta a sobrevida dos estar presente8,11. Ainda, em relação a pouca
pacientes. A cura só é possível mediante tera- absorção de cálcio do metabolismo, o orga-
pia substitutiva com transplante renal, entre- nismo reage aumentando os níveis de para-
tanto, vale ressaltar que o risco de rejeição do tormônio (PTH) da tireoide. O hiperparatire-
órgão pode ser um empecilho para essa tera- odismo, por sua vez, está relacionado com
pia14. manifestações ósseas conhecidas como oste-
odistrofia renal22. A osteodistrofia favorece o
Manisfestações bucais aparecimento de alterações ósseas na maxila
Cerca de 90% dos pacientes renais crô- e na mandíbula, tais como: desmineraliza-
nicos apresentam algum tipo de manifestação ção óssea, perda do trabeculado, perda total
bucal, seja devido à própria doença ouao efei- ou parcial da lâmina dura, com aspecto de
to colateral do tratamento e dos medicamen- vidro despolido, lesão de células gigantes ou
tos utilizados5. A DRC pode acarretar defeitos tumor marrom5,11,23.Além disso, pode ocorrer
de esmalte dentário, atraso na cronologia de um maior risco de fratura durante exodontias.
erupção e xerostomia. Medicamentos como Mobilidade dental, má oclusão, calcificação
carbonato de cálcio, sulfato ferroso, vitaminas, pulpar e problemas relacionados à articula-
antibióticos, anti-hipertensivos e corticoides, ção temporomandibular também podem ser
utilizados no tratamento da DRC, podem pro- observados nos pacientes com osteodistro-
vocar manchas nos dentes, hipossalivação, cá- fia8,19,23.
rie e calcificação das partes moles16,17causando Pacientes em falência renal que estão
o estreitamento da câmara pulpar11. na fila do transplante têm alto risco de infec-
Halitose, gosto metálico, xerostomia e ções orais e infecções secundárias, devido ao
estomatites urêmicas, devido ao excesso de protocolo de imunossupressão19,23.Algumas
ureia na saliva, são consequências da doença drogas imunossupressoras causam aumento
renal8,11,12,18.As lesões da estomatite apresen- do volume gengival como efeito adverso1. A
tam dor intensa, localizadas na língua e na ciclosporina é uma droga imunossupressora
gengiva, podem permanecer pelo tempo em amplamente utilizada e que causa esse efei-
que o nível de ureia estiver aumentado e re- to8,17,21.
gridem espontaneamente entre duas ou três
semanas, quando o problema é resolvido8. O Cuidados para o atendimento odontológico
excesso de ureia na saliva também favorece a O atendimento odontológico aos pa-
diminuição da prevalência de cárie, pela inibi- cientes renais crônicos exige cuidados espe-
ção do crescimento bacteriano8. ciais, principalmente devido às complicações
Alguns estudos relacionam a presença decorrentes da perda da função renal, das
de erosão dentária em pacientes com DR- medicações utilizadas para o tratamento da
C5,11,19.A erosão foi observada na superfície lin- DRC e seus efeitos adversos. Assim, o proto-
gual dos dentes provavelmente devido ao vô- colo terapêutico odontológico e a terapêutica
mito, como efeito adverso de medicações19.A medicamentosa devem ser diferenciados de
regurgitação, inerente ao tratamento da DRC, acordo com estado clínico de cada paciente1,5.
pode causar erosões dentárias severas5,17. Pacientes submetidos à diálise renal fa-
Pacientes com DRC e com imunossu- zem uso de anticoagulante como a heparina,

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a fim de facilitar o fluxo sanguíneo e a manu- fístula arteriovenosa25, portanto, em pacientes


tenção do acesso vascular. Antes de qualquer com DRC submetidos à hemodiálise, a profi-
procedimento odontológico considerado in- laxia antibiótica deve ser indicada para evitar
vasivo e com risco de hemorragia, testes he- a infecção da fístula arteriovenosa8,26.
matológicos devem ser avaliados pelo cirur- A Associação Americana de Cardiologia
gião-dentista juntamente com o nefrologista, (AAC) não recomenda profilaxia antibiótica
para definir se há necessidade de reduzir ou em pacientes renais crônicos a realizar trata-
suspender temporariamente o anticoagulan- mento odontológico. A manutenção da hi-
te1. Ainda, a fim de evitar o risco de hemor- giene oral seria o fator mais importante para a
ragia, é preferível que o atendimento desses prevenção do risco de endocardite infeccio-
pacientes seja realizado em dias sem diálise, sa9. A manutenção de uma boa higiene bucal
para garantir a ausência de heparina circulan- reduz as infecções locais que podem aumen-
te9,11,19. As consultas odontológicas devem ser tar o risco de infecções sistêmicas, como en-
agendadas 24h após hemodiálise, visto que a docardite e infecção no cateter da diálise19,20.
meia vida da heparina é de uma a duas horas, Embora a AHA recomende a administração
e seu efeito é anulado entre seis e dez horas de antibióticos profiláticos em pacientes com
após sua administração5. Os procedimentos dispositivos protéticos, submetidos a uma va-
odontológicos eletivos devem ser realizados riedade de procedimentos dentários, não há
no dia seguinte da hemodiálise, pois, após 4 consenso entre os nefrologistas sobre essa
horas, a heparina já terá sido eliminada. Caso prática27.
se faça necessário um atendimento antes da Uma pesquisa entrevistou 47 pacientes
metabolização da heparina, é necessário o em diálise submetidos a tratamento odonto-
uso da protamina, pois a combinação dessa lógico. O estudo mostrou que apenas dois
com a heparina gera complexos inativos sem (6%) dos pacientes haviam recebido profila-
ação anticoagulante24. xia antibiótica, apesar de todos os pacientes
Caso ocorra algum episódio hemorrági- terem enxerto arteriovenoso, uma fístula de
co, a literatura sugere alguns métodos de con- hemodiálise ou um cateter de diálise perito-
trole do sangramento pós-operatório, como neal19.Alguns autores reportam que pacientes
o uso de fibras colágenas, celulose oxidada, em diálise peritoneal não necessitam de profi-
sutura em massa, tamponamento, bochecho laxia antibiótica24.
com ácido tranexâmico 10-15 mg/kg, 2-3 vezes É relevante ressaltar que, em pacientes
ao dia1 e compressão com gaze impregnada transplantados, que são mais susceptíveis à in-
em ácido tranexâmico7. Trombina tópica tam- fecção, a profilaxia deve ser indicada11. A AAC
bém pode ser utilizada como manobra local sugere o protocolo da profilaxia antibiótica,
de controle de sangramento, devido à disfun- de acordo com as diretrizes da AHA, apenas
ção plaquetária que ocorre, frequentemente, nos pacientes transplantados, devido ao esta-
em pacientes com insuficiência renal19. do de imunossupressão9.
A profilaxia antibiótica tem o objetivo Em casos de infecção oral ativa, como
de prevenir a infecção sistêmica quando da um abscesso, é indicado que o tratamento
realização de um procedimento dentário in- antibiótico seja administrado antes e após a
vasivo, como extração dentária, tratamento terapia dentária1. Quando houver necessida-
periodontal, tratamento endodôntico, api- de de administrar antibioticoterapia conven-
cectomia, colocação de bandas ortodônticas cional após o tratamento odontológico, os
e colocação de implantes, reimplantação de medicamentos do grupo das penicilinas são
dentes avulsos, colocação subgengival de os mais seguros para o paciente com DRC,
fibras antibióticas ou tiras e injeções intrali- assim como a eritromicina, clindamicina9,ce-
gamentares de anestesia local1,7,8,19.O regime falosporina8 e metronidazol11.As tetraciclinas e
antimicrobiano deve ser estabelecido em os aminoglicosídeos são contraindicados pelo
conjunto com o nefrologista5 ou seguir o pro- alto poder nefrotóxico11.
tocolo da Associação Americana do Coração Em casos de procedimentos ou condi-
(American Heart Association - AHA) para pre- ções bucais que necessitem da prescrição de
venção de endocardite: 2 g de amoxicilina, anti-inflamatórios, deve-se evitar o uso dos
por via oral, uma hora antes do procedimento anti-inflamatórios não esteroides (AINES), de-
dentário. Se um paciente é alérgico à penicili- vido a sua nefrotoxicidade e seus efeitos ad-
na, a clindamicina é o medicamento de esco- versos9,11. O ibuprofeno, por exemplo, pode
lha; administrar 600 mg por via oral, uma hora aumentar a pressão arterial. O ácido acetil sa-
antes do procedimento1,7. A bacteremia pode licílico (AAS) pode causar irritação gástrica, al-
ocorrer em pacientes imunodeprimidos, sus- teração de plaquetas e lesão renal9.Caso o uso
ceptíveis às infecções, devido ao acesso da do AINE seja inevitável, esses medicamentos

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devem ser utilizados com cautela e com ajuste O anestésico indicado não deve conter
de dose e intervalo de administração, de acor- vasoconstrictor em casos de hipertensão arte-
do com a recomendação do nefrologista17,28. rial associada à DRC. Quando a pressão arte-
Em relação ao uso de analgésico, o parace- rial está controlada pode-se considerar o uso
tamol é a droga de escolha, já que a sua me- do vasoconstrictor. AINES devem ser evitados,
tabolização é hepática, não possuindo efeito e o Paracetamol é o analgésico de escolha. As
nefrotóxico8,9,11. consultas devem ser feitas preferencialmente
Durante uma consulta odontológica, na pela manhã1.
qual é necessário o uso do anestésico local, a No pós-transplante inicial,durante seis
literatura indica a lidocaína como anestésico meses, o tratamento odontológico deve se
mais seguro9, pois seu metabolismo é hepáti- restringir às emergências7. Os primeiros seis
co11. Muitos pacientes com DRC também apre- meses após o transplante são os mais críticos
sentam hipertensão arterial sistêmica (HAS) já que estão sendo administradasas maiores
como consequência da doença, entretanto doses de imunossupressores. Por isso, o trata-
nos casos de pacientes com DRC e com HAS mento odontológico deve ser restrito a medi-
compensada, a lidocaína com vasoconstrictor das essenciais, paliativas e preventivas, como
na concentração de 1:100.000 seria bem indi- motivação de higiene oral, uso de bochecho
cada, já para os casos de HAS não compensa- de clorexidina e avaliação constante de infec-
da, a mepivacaína 3%, sem vasoconstrictor5. ções oportunistas1.
Em um caso clínico relatado por Rocha, Carva- Após o transplante, qualquer procedi-
lho e Júnior 24 (2016), no tratamento odontoló- mento odontológico deve ser avaliado jun-
gico cirúrgico de um paciente em hemodiálise tamente com o nefrologista, caso seja neces-
e com HAS, foi utilizado lidocaína a 2% com sário ajuste de doses de imunossupressores
epinefrina, na concentração de 1:100.000, por e anticoagulantes. O paciente transplantado
ser menos tóxico, na quantidade máxima de 2 deve fazer uso pelo resto da vida de corticoide
tubetes, devido à HAS. (prednisona) associado ao imunossupressor.
Além disso, como a maioria dos renais crôni-
Cuidados aos pacientes transplantados cos são também diabéticos, hipertensos ou
Em pacientes candidatos ao transplante cardíacos,utilizamoutras medicações, como
renal, é necessária uma consulta e avaliação anticoagulantes ou antiagregante plaquetá-
odontológica previamente ao transplante, a rio, o INR deve ser avaliado antes de qualquer
fim de evitar focos sépticos e assegurar uma procedimento odontológico com risco de
boa condição bucal7. Todos os focos infec- hemorragia. Se o valor estiver acima de 2,5, o
ciosos devem ser removidos tais como: cavi- nefrologista deve ser consultado e, se neces-
dades de cárie, lesões endodônticas, doença sário, reduzir a dose ou suspender tempora-
periodontal, ajuste de próteses. Dentes com riamente a medicação por até sete dias antes
mobilidade e com bolsa periodontal maior e cinco a sete dias após o procedimento, de
que 6mm, com lesão endo-perio, com lesão acordo com a conduta médica1.
periapical e com cáries extensas devem ser ex- Os pacientes que foram submetidos a
traídos previamente ao transplante, devido ao uma cirurgia de transplante de órgãos apre-
prognóstico duvidoso dessas condições clíni- sentam um maior risco às infecções bacteria-
cas. Terapia com implantes devem ser adiadas nas, virais e fúngicas graves1 como infecções
para o pós-transplante, quando o paciente es- por pseudomonas, cândida, herpes simples e
tiver completamente estabilizado. Caso seja zoster11. A decisão de administrar antibióticos
necessária a instalação de implantes antes do antes de qualquer procedimento odontoló-
transplante, deve ser respeitado o período de gico, assim como a seleção de antibióticos,
osseointegração11. sempre deve ser feita em consulta com o mé-
Além disso, é necessária a remoção de dico do paciente. Apesar de não haver na lite-
aparelho ortodôntico, já que algumas drogas ratura, diretrizes claras sobre administração de
imunossupressoras causam aumento do volu- antibioticoterapia profilática para pacientes
me gengival, como efeito adverso1.Pacientes transplantados que estão prestes a ser subme-
submetidos a esse tipo de terapia devem ser tidos a procedimentos dentários, a fim de pre-
inseridos em um programa de reforço con- venir a bacteremia transitória, a maioria dos
tínuo da higiene oral, afim de reduzir o risco médicos recomenda o uso de antibioticotera-
de aumento gengival. O profissional também pia profilática a todos os pacientes que foram
deve estar atento para eventuais ulcerações submetidos a transplante, de acordo com re-
bucais, tendo em vista o importante risco de gime padrão da AHA, para prevenir endocar-
desenvolvimento de tumores nesses pacien- dite1. Além disso, a AAC sugere o protocolo de
tes7. profilaxia antibiótica nos pacientes transplan-

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tados, devido ao uso de imunossupressores, a A indicação da profilaxia antibiótica em


fim de evitar uma rejeição renal, caso ocorra pacientes com DRC ainda é muito controver-
uma infecção9. sa na literatura2,5,8,9,25,27. Em pacientes nefropa-
tas, que serão submetidos a tratamento odon-
DISCUSSÃO tológico invasivo, a profilaxia antiobiótica,
A literatura aponta o alto índice de algum não é necessariamente indicada para a pre-
tipo de manifestação bucal em pacientes com venção da endocardite bacteriana e sim para
DRC5,8,11,12,16-18. Dentre as manifestações bucais a prevenção de qualquer infecção sistêmica,
relatadas nesta revisão de literatura, a questão risco de sepse5,19 e infecção, através da fístula
da incidência de cárie ainda é discutida entre arteriovenosa da hemodiálise.8,25,26 O proto-
os autores. De acordo com alguns estudos, os colo medicamentoso utilizado deve seguir as
medicamentos utilizados para tratamento da recomendações da AHA para endocardite ou
DRC podem aumentar a prevalência de cárie seguir o regime antimicrobiano indicado pelo
dentária16,17. Além disso, a xerostomia e a pres- nefrologista1,7.
crição de xaropes açucarados predispõem a Chambel et al.9 (2011), por sua vez, base-
alto índice de cárie16. Outro autor, consideran- ados nas prerrogativas da AAC em não reco-
do que não há um consenso na literatura sobre mendar profilaxia antibiótica para pacientes
a predisposição à cárie, concluiu que a pre- renais crônicos a realizar tratamento odonto-
sença de cárie está relacionada ao alto índice lógico, defendem que a manutenção de uma
de placa, devido à negligência com cuidados higiene oral meticulosa é considerada o fator
de higiene oral29. Em discordância, Cerveró et preponderante na prevenção do risco de en-
al.8(2008) afirmam que o excesso de ureia na docardite infecciosa. Além disso, uma boa hi-
saliva, decorrente da síndrome urêmica, fa- giene bucal reduz as infecções locais que po-
vorece a diminuição da prevalência de cárie, dem aumentar o risco de infecções sistêmicas
pela inibição do crescimento bacteriano. e infecção no cateter da diálise19,20. Os pacien-
Outra manifestação bucal comum em tes em diálise peritoneal não possuem fístula
pacientes imunodeprimidos é o aumento de arteriovenosa e, por isso, não necessitam de
volume gengival, decorrente do efeito adver- profilaxia antibiótica24.
so da cliclosporina, droga imunossupressora, Por outro lado, há um consenso na li-
amplamente utilizada para diminuir o risco de teratura de que pacientes transplantados são
rejeição do órgão transplantado1,8,17,19,21,23, en- mais susceptíveis à infecção, devido ao qua-
tretanto, a literatura aponta uma droga alter- dro de imunossupressão, logo a profilaxia an-
nativa, a Tracolimo, que diminui a incidência tibiótica deve ser indicada1,9,11. Ademais, outro
do aumento gengival23. consenso é que qualquer foco infeccioso na
Uma vez que a literatura é consistente cavidade bucal ou dentes com prognósticos
nas manifestações bucais da DRC, o cirurgião duvidosos devem ser eliminados antes da ci-
dentista precisa estar ciente dos cuidados es- rurgia de substituição do órgão, para evitar
peciais exigidos para o atendimento odonto- quadros de septicemia. Assim, pacientes que
lógico desses pacientes. Por isso, a literatura estão sendo considerados para transplante,
aponta que o protocolo terapêutico odonto- devem completar todos os cuidados dentá-
lógico e a terapêutica medicamentosa devem rios necessários antes da cirurgia19.
ser diferenciados para cada caso1,5. Após o transplante, os cuidados bucais
Em relação ao anticoagulante heparina, devem ser baseados em medidas preventi-
utilizado pelos pacientes em diálise, existe um vas e paliativas por um período de seis me-
consenso na literatura de que o tratamento ses. Qualquer procedimento odontológico,
odontológico invasivo deve ser realizado um durante esse período inicial, deve ser avalia-
dia após a sessão de hemodiálise, a fim de do juntamente com o nefrologista1 e as inter-
evitar a ocorrência de algum episódio hemor- venções odontológicas devem se restringir às
rágico, visto que a meia vida desse fármaco é emergências7.
de uma a duas horas5,9,11,19,24, com sua completa Outro consenso importante na literatura
eliminação após quatro horas, de acordo com acerca dos cuidados com o paciente nefro-
Rocha, Carvalho & Júnior24 (2016) ou entre seis pata é a boa comunicação entre o cirurgião
a dez horas, de acordo com Almeida, Breg- dentista e o nefrologista responsável. Toda
man& Fischer5 (2015). Mesmo que, com todos decisão em relação à suspensão de anticoa-
os cuidados citados acima, ainda ocorra um gulantes para diminuir o risco hemorrágico,
evento de hemorragia, a literatura sugere al- ajustes de doses ou substituição de imunossu-
gumas medidas locais de controle de sangra- pressores por drogas alternativas1, administra-
mento1,7,19. ção de profilaxia antibiótica11, seleção de dro-
gas e ajustes de doses para antibioticoterapia

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LITERATURE

sistêmica19,dentre outras, deve ser tomada em disciplinar para garantir o bem-estar, a saúde e
conjunto com o nefrologista e a equipe multi- a qualidade de vida desses pacientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido às peculiaridades sistêmicas dos terais do tratamento da DRC podem provocar
pacientes com DRC em tratamento dialítico, alterações bucais significativas. Por isso, o ci-
no pré e no pós-operatório de transplante, rurgião dentista deve estar preparado para o
revisadas e discutidas ao longo deste estudo, atendimento odontológico desses pacientes
é essencial que o cirurgião dentista tenha um e ter conhecimento de todas as necessidades
profundo conhecimento sobre o estado de especiais e implicações acerca do tratamento.
saúde do seu paciente e uma boa comunica- Com base nesta revisão da literatura,
ção com o nefrologista. segue uma sugestão de protocolo clínico que
Tanto a doença quanto os efeitos cola- deve ser seguido pelo cirurgião dentista:
- Pedido de avaliação médica.
- Evitar procedimentos longos.
- Procedimentos odontológicos preventivos a fim de evitar infecção crônica ou aguda.
- Realizar o controle da pressão arterial.
- Avaliar hematócrito, plaquetas, tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial.
- Evitar tratamentos odontológicos eletivos no dia da hemodiálise, considerando a meia vida
da heparina e o bem estar físico e mental do paciente.
- Realizar profilaxia antibiótica em pacientes com fístula arteriovenosa especialmente em ca-
sos de cirurgia, periodontia e endodontia.
- Monitorar sangramento no trans e no pós- operatório.
- Considerar o uso de clorexidina no pré e pós- operatório.
- Deve-se trabalhar de modo multidisciplinar a fim de garantir a integridade do paciente.
- Proservação do paciente.
- Pacientes transplantados:
Eliminar todos os focos infeciosos bucais antes da cirurgia de transplante;
Profilaxia antibiótica será sempre indicada para procedimentos odontológicos invasivos;
Manutenção de boa higiene oral.

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